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V Jornada sobre Tartarugas Marinhas do Atlântico Sul Oci<strong>de</strong>ntal<br />
27 e 28 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2011 - Florianópolis, Brasil<br />
A B C<br />
Figura 1. Traumatismo craniano <strong>de</strong> uma tartaruga <strong>de</strong> couro recebida no CRAM. (A) Lesão com epibiontes<br />
presentes; (B) Vista da lesão após a primeira limpeza; (C) Lesão preenchida com o material biocompatível.<br />
No período da tar<strong>de</strong>, foi feita a retirada dos <strong>org</strong>anismos a<strong>de</strong>ridos à lesão, fragmentos ósseos e tecidos<br />
necrosados (Fig. 1B). A limpeza foi realizada utilizando solução fisiológica (NaCl 0,9%) e <strong>de</strong>sinfecção com PVPI<br />
e Furanil® (clorexidina), em seguida foi feito a aplicação <strong>de</strong> antibióticos e antiinflamatórios tópicos, Rifocina®<br />
e DM-Gel®, respectivamente. O individuo foi hidratado, via intracavitária, com 500ml <strong>de</strong> soro polivitamínico,<br />
Polijet® e recebeu a aplicação <strong>de</strong> Pentabiótico® por via intramuscular.<br />
Durante o segundo, terceiro e quarto dias seguintes foi feita a troca <strong>de</strong> água da piscina, on<strong>de</strong> o animal<br />
permaneceu <strong>de</strong>scansando em observação, sendo submetido uma vez ao dia à limpeza da lesão com os mesmos<br />
medicamentos citados acima, e a hidratação por via- subcutânea.<br />
No quinto dia <strong>de</strong> reabilitação, em função da condição clínica estável do animal, foi realizado o<br />
preenchimento e remo<strong>de</strong>lamento do traumatismo craniano. Foi utilizado um material biocompatível (composto <strong>de</strong><br />
Metil/Polimetil Metacrilato) e aplicado em reconstituição óssea humana. Durante o procedimento a tartaruga foi<br />
mantida imobilizada através <strong>de</strong> contenção física feita pela equipe do CRAM-FURG. Foi realizada a assepsia local<br />
utilizando PVPI, logo após foi feita a secagem da região com gaze. Após a preparação do local da lesão foi feito<br />
o preenchimento da mesma por um material que recebe o nome <strong>de</strong> Gelfoam (gelatina absorvível), com a função<br />
<strong>de</strong> proteger e evitar o contato direto do material biocompatível com a pele, pois esse ao ser aplicado atinge uma<br />
elevada temperatura. O metilmetacrilato, como é chamado, inicialmente apresenta uma consistência mole, foi<br />
moldado <strong>de</strong> acordo com a estrutura do crânio, preenchendo assim toda a região fraturada que se encontrava<br />
exposta (Fig. 1C). A área foi mantida em água corrente por 20 minutos após seu fechamento, com o objetivo <strong>de</strong><br />
evitar o aumento da temperatura local e o endurecimento precoce do material. Após 30 minutos, o animal foi<br />
colocado na piscina on<strong>de</strong> permaneceu até o dia seguinte em observação.<br />
Pela manhã do sexto dia <strong>de</strong> reabilitação, a tartaruga permanecia ativa e alerta. Portanto optou-se pela<br />
liberação imediata do animal. Momento antes da liberação foi realizada a marcação nas nada<strong>de</strong>iras posteriores<br />
da tartaruga (direita: BR56640; esquerda: BR56641), com anilhas metálicas fornecidas pelo Projeto TAMAR ao<br />
NEMA (Núcleo <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Monitoramento Ambiental) e repassadas ao CRAM. Foi feito uma última coleta <strong>de</strong><br />
sangue, cujos valores foram <strong>de</strong> hematócrito 32 %, glóbulos brancos menor que 1% e proteínas plasmáticas totais<br />
4,4g/dl além da aplicação da segunda dose do Pentabiótico® por via intramuscular. O animal foi encaminhado<br />
a uma embarcação da Praticagem do Porto <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, que em uma ação conjunta <strong>de</strong> toda tripulação<br />
juntamente com a equipe do CRAM-FURG, a tartaruga foi liberada aproximadamente 5,5 milhas náuticas ao Sul<br />
da costa da Praia do Cassino, Rio Gran<strong>de</strong>-RS.<br />
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