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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - Secretaria de ...

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Estudiosos da saú<strong>de</strong> mental como Marcolan (2004) e Amarante (2007)<br />

sensibilizam os profissionais sobre a importância <strong>de</strong> utilizarem a escuta terapêutica,<br />

apesar <strong>de</strong> as falas dos portadores <strong>de</strong> transtornos mentais serem, às vezes, sem<br />

nexo aparente, mas é uma ação terapêutica ouvi-los, sem emitir juízo moral, apenas<br />

escutar. E essa abordagem po<strong>de</strong> ser realizada por qualquer um dos membros da<br />

equipe do SAMU, não ficando sua utilização restrita à formação acadêmica <strong>de</strong>sses<br />

profissionais, po<strong>de</strong>ndo ser utilizada pelo técnico <strong>de</strong> enfermagem, condutor,<br />

enfermeiro ou médico.<br />

O uso da escuta e do diálogo como primeiro passo para uma abordagem<br />

terapêutica a<strong>de</strong>quada também é recomendado por Bonfada (2010) que enten<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r a utilização do diálogo como tecnologia aproximar o sujeito em sofrimento da<br />

equipe levando-o a perceber que naquele momento precisa <strong>de</strong> ajuda. Essas<br />

mudanças <strong>de</strong> prática pela equipe po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sconstruir o que é <strong>de</strong> rotina e praxe,<br />

fazendo com que surjam outras alternativas para o propósito básico do SAMU, não<br />

ficando somente na condução rápida para o hospital psiquiátrico ou internação do<br />

sujeito em crise.<br />

A utilização <strong>de</strong> “tecnologias leves” na prestação dos cuidados em saú<strong>de</strong> é<br />

discutida por Merhy (2002). Esse autor <strong>de</strong>fine como “tecnologias leves” as relações<br />

interpessoais sujeito e profissional, perpassando pelo acolhimento e o vínculo;<br />

“leve-duras” são os saberes atrelados na clínica, epi<strong>de</strong>miologia e outras ciências e<br />

as “duras” correspon<strong>de</strong>m à estrutura organizacional e equipamentos. Outros<br />

autores como Castro, (2008) e Marques; Lima (2004) reafirmam a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Merhy,<br />

quando <strong>de</strong>screvem que as “tecnologias leves” pautadas na comunicação e escuta é<br />

que <strong>de</strong>vem ser orientadoras do processo <strong>de</strong> trabalho em serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

O que observamos no SAMU é o predomínio do mo<strong>de</strong>lo da clínica biomédica<br />

voltado para as “tecnologias duras” por terem como origem do serviço os<br />

atendimentos <strong>de</strong> natureza externa e traumática. Para Bonfada (2010) a “tecnologia<br />

dura” que impera nos serviços <strong>de</strong> atenção às urgências e na prática dos<br />

profissionais não consegue atingir a complexida<strong>de</strong> do sujeito em crise.<br />

Os autores acima são favoráveis à valorização das “tecnologias leves” nos<br />

diversos níveis <strong>de</strong> atenção do SUS, e enfatizamos que isso também <strong>de</strong>ve ocorrer<br />

nos atendimentos <strong>de</strong> urgência como o SAMU.<br />

Quando pensamos em utilizar o termo “menor complexida<strong>de</strong> técnica” nos<br />

atendimentos <strong>de</strong> natureza psiquiátrica faz-se necessário abordar também os três

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