Como ler um artigo cientifico - Sabin Vaccine Institute
Como ler um artigo cientifico - Sabin Vaccine Institute
Como ler um artigo cientifico - Sabin Vaccine Institute
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Leitura e interpretação de<br />
publicações científicas<br />
Sessão de informações sobre vacinas<br />
Gabriela Calazans<br />
Educadora comunitária da Unidade de Pesquisa de Vacinas Anti-HIV e<br />
Professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo<br />
2012
Leitura e interpretação de<br />
publicações científicas<br />
• Características da literatura científica e de<br />
seu processo de produção para orientar a<br />
leitura e a interpretação de seus dados com<br />
vistas à divulgação científica.
Ciência como produção coletiva<br />
• Sem a literatura e a comunicação científica<br />
em geral, a disseminação do conhecimento<br />
científico seria muito limitada e, sem ela,<br />
não haveria ciência.<br />
• Paradigma de ciência como produção<br />
coletiva.
Comunicação científica<br />
• A literatura científica pode ser traduzida<br />
como a parte da comunicação científica<br />
expressa em veículos formais, isto é, livros,<br />
<strong>artigo</strong>s de revistas especializadas etc.<br />
• Há também veículos informais de<br />
comunicação entre pares na comunidade<br />
científica, como os colégios invisíveis.
Comunicação científica<br />
A comunicação científica pode ser definida como a<br />
troca de informações entre membros da comunidade<br />
científica, incluindo, atividades associadas à<br />
produção, disseminação e uso da informação, desde<br />
o momento em que o cientista concebe <strong>um</strong>a ideia<br />
para pesquisar, até que os resultados de sua pesquisa<br />
sejam aceitos como constituintes do conhecimento<br />
científico.<br />
GARVEY, W. D. Communication : the essence of science facilitating information among<br />
librarians, scientists, engineers and students. Oxford: Pergamon Press, 1979.
Funções da comunicação científica<br />
• dar continuidade ao conhecimento científico, já<br />
que possibilita a disseminação desse conhecimento<br />
a outros cientistas que podem, a partir daí,<br />
desenvolver outras pesquisas, para corroborar ou<br />
refutar os resultados de pesquisas anteriores, ou<br />
estabelecer novas perspectivas naquele campo de<br />
interesse;<br />
• é capaz de definir e legitimar novas disciplinas e<br />
campos de estudos, institucionalizando o<br />
conhecimento e rompendo suas fronteiras.
Membros da comunidade científica<br />
• Mantêm-se informados sobre as tendências<br />
da área, os estudos já realizados e seus<br />
resultados;<br />
• Têm maiores condições de verificarem a<br />
confiabilidade das informações nele<br />
contidas, a partir da crítica e das citações de<br />
outros autores a <strong>um</strong> determinado trabalho<br />
científico.
Um pouco de história...<br />
• Até meados do século XVII, restringia-se a cartas<br />
entre os pesquisadores e publicações esporádicas<br />
de panfletos e livros, e não havia <strong>um</strong> centro que se<br />
responsabilizasse pela transmissão dessas<br />
publicações;<br />
• 1658 - Primeiras revistas científicas , Journal des<br />
scavans e the Proceedings of the Royal Society
Papel das revistas científicas<br />
• As revistas científicas, criadas pelas Sociedades<br />
Reais e Academias Nacionais, tem <strong>um</strong> papel<br />
importantíssimo na disseminação da literatura<br />
científica, por seu caráter de publicação regular,<br />
proporcionando divulgação rápida e garantida dos<br />
resultados de <strong>um</strong> número maior de pesquisas que,<br />
se tomadas separadamente, não teriam grande<br />
significação, mas que, ao serem reunidas <strong>um</strong>as às<br />
outras, são capazes de estimular novos trabalhos e<br />
promover avanços científicos.<br />
ZIMAN, John. Community and communications. In: _____. Public knowledge, the<br />
social dimension of science. London: Cambridge University Press, 1968.
Regras e práticas da<br />
comunidade científica<br />
• Apesar do crescimento ace<strong>ler</strong>ado e da<br />
explosão bibliográfica, o crescimento da<br />
ciência, e de sua comunicação, não ocorreu<br />
de forma caótica.<br />
• Pode-se atribuir esse fato às regras e<br />
práticas, estabelecidas e seguidas pela<br />
comunidade científica, para a comunicação<br />
entre seus membros.<br />
MUELLER, Suzana. O crescimento da ciência, o comportamento científico e a<br />
comunicação científica : alg<strong>um</strong>as reflexões. Revista da Escola de Biblioteconomia da<br />
UFMG. v.24, n. 1, p.63-84, jan./jun. 1995.
Um pouco mais de história...<br />
• 1812 - The New England Journal of Medicine – a<br />
mais antiga revista médica publicada de forma<br />
contínua<br />
• 1858 - Pasteur introduz a parte de métodos,<br />
criando o formato IMRAD (Introdução,<br />
Métodos, Resultados e Discussão)<br />
• 1957 - JAMA começou a incluir res<strong>um</strong>o em <strong>artigo</strong>s<br />
que descreviam pesquisas originais.
Um pouco mais de história...<br />
• 1972 - o American National Standards <strong>Institute</strong><br />
estabelece o IMRD como norma para publicar as<br />
informações científicas<br />
• 1978 – O Grupo de Vancouver - International<br />
Committee of Medical Journal Editors (ICMJE)<br />
publica o Uniform Requirements for Manuscripts<br />
Submitted to Biomedical Journals : the<br />
International Committee of Medical Journal<br />
Editors (ICMJE)
Desafio atual:<br />
recuperação da informação<br />
• Crescimento da ciência – número de<br />
cientistas e da literatura científica: a<br />
comunicação científica se tornou cada vez<br />
mais dependente das funções de<br />
recuperação de informação;<br />
• Desenvolvimento de sistemas de<br />
recuperação de informação e publicações de<br />
res<strong>um</strong>os, revisões e comunicados de a<strong>ler</strong>ta.<br />
MUELLER, Suzana. O crescimento da ciência, o comportamento científico e a<br />
comunicação científica : alg<strong>um</strong>as reflexões. Revista da Escola de Biblioteconomia da<br />
UFMG. v.24, n. 1, p.63-84, jan./jun. 1995.
Padrões consensuais<br />
• Disseminação do conhecimento científico<br />
obedece padrões consensuais da<br />
comunidade científica, a qual prima pela<br />
qualidade, confiabilidade e credibilidade do<br />
que é divulgado;<br />
• as críticas e avaliações feitas por outros<br />
cientistas da área, são vitais para a<br />
consecução de pesquisas científicas<br />
consistentes.
Comunicação em ciência<br />
Comunicação formal:<br />
•direcionada a <strong>um</strong> público potencialmente<br />
grande, com pouca interação entre esse<br />
público e o pesquisador;<br />
•a informação normalmente é mais antiga,<br />
podendo ser armazenada permanentemente e<br />
recuperada.<br />
MEADOWS, A. J. Communication in<br />
science. London: Butterworth, 1974.
Comunicação em ciência<br />
Comunicação informal:<br />
•<strong>um</strong> público mais restrito, com maior<br />
capacidade de feedback ao pesquisador.<br />
•é mais atual, mais redundante e, em geral,<br />
não pode ser armazenada ou recuperada.<br />
MEADOWS, A. J. Communication in<br />
science. London: Butterworth, 1974.
Instr<strong>um</strong>entos formais de<br />
comunicação científica<br />
• caracterizam-se pela linguagem escrita,<br />
• sendo os periódicos, livros, teses,<br />
dissertações e anais de reuniões científicas<br />
os meios mais utilizados.
Difusão científica<br />
• Há outros meios formais (escritos) voltados<br />
para a divulgação da ciência, como as<br />
informações escritas veiculadas em redes<br />
eletrônicas públicas, revistas de<br />
popularização da ciência, <strong>artigo</strong>s de jornal<br />
em seções especializadas, entre outros.<br />
• Visa à popularização da ciência, levando os<br />
conhecimentos científicos ao público leigo<br />
em geral.
Canais de disseminação científica<br />
• No Brasil, os principais canais de<br />
disseminação dos trabalhos científicos são<br />
os periódicos, livros e monografias; anais de<br />
encontros científicos e profissionais; e as<br />
teses e dissertações produzidas por<br />
doutorandos e mestrandos dos programas de<br />
pós-graduação.
Periódico científico<br />
• Veículo formal de comunicação para divulgação<br />
do conhecimento e para comunicação entre os<br />
pares da comunidade científica.<br />
• Outros instr<strong>um</strong>entos formais têm sido<br />
incorporados em seções específicas do próprio<br />
periódico ou reunidos e republicados em revistas<br />
especiais, como os res<strong>um</strong>os indexados e os <strong>artigo</strong>s<br />
de revisão da literatura.
Avaliação por pares<br />
• Periódico = arquivo oficial da comunidade<br />
científica<br />
• Implica avaliação e crítica prévias, por editores e<br />
bancas de especialistas, dos textos submetidos à<br />
publicação, considerando a plausibilidade e a<br />
importância da arg<strong>um</strong>entação, sem deferência à<br />
identidade do autor ou da instituição para a qual<br />
trabalha,<br />
• O que confere <strong>um</strong>a base mais sólida para a<br />
ciência.
Publicação = Reconhecimento<br />
• <strong>artigo</strong> publicado em <strong>um</strong>a revista<br />
conceituada = selo de autenticidade<br />
científica outorgado pelo editor e os<br />
pareceristas por ele consultados.<br />
ZIMAN, John. Community and communications. In: _____. Public knowledge, the<br />
social dimension of science. London: Cambridge University Press, 1968.
Modalidades de <strong>artigo</strong><br />
• Preprints = trabalhos de pesquisa<br />
divulgados antes de sua publicação em<br />
• revistas especializadas, cópias distribuídas a<br />
colegas e pesquisadores da área, a fim de<br />
receber críticas antes de sua publicação<br />
oficial.
Artigo de revisão<br />
• Objetivo: apresentar a opinião crítica<br />
especializada, a respeito dos trabalhos e atividades<br />
de pesquisas desenvolvidas em <strong>um</strong>a área,<br />
comparando pontos de vistas convergentes e<br />
divergentes, levando o leitor a outras publicações<br />
sobre o assunto.<br />
• Permite identificar a importância e a credibilidade<br />
de cada trabalho analisado na revisão e oferece<br />
<strong>um</strong>a visão geral do estágio atual das pesquisas<br />
naquela área do conhecimento.
“Colégio invisível”<br />
• Redes de comunicação informal<br />
• Os membros desse “colégio invisível” são<br />
profissionais dedicados a <strong>um</strong>a mesma área de<br />
pesquisa, colegas ou rivais, espalhados por todo o<br />
mundo, com vínculos não formais, dificilmente<br />
percebidos por quem se encontra fora do grupo.<br />
• Os elos que unem esses profissionais são, por<br />
exemplo, as conferências e congressos, as<br />
correspondências via correio tradicional ou<br />
eletrônico e as viagens para estudos cooperativos.<br />
ZIMAN, John. Community and communications. In: _____. Public knowledge, the<br />
social dimension of science. London: Cambridge University Press, 1968.
Obrigada!<br />
• Perguntas?<br />
gajuca@usp.br<br />
gcalazans@crt.saude.sp.gov.br