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ENCARTE 1<br />

1.1 Enfoque Fe<strong>de</strong>ral<br />

1.1.1 A Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação e o SNUC<br />

A preservação dos recursos naturais por meio <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação, apesar da<br />

ausência <strong>de</strong> condições a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> gestão, apresenta-se para os profissionais da área, como<br />

uma das poucas saídas para a manutenção <strong>de</strong> um patrimônio genético e paisagístico intocado.<br />

Deve-se buscar novas formas <strong>de</strong> gestão, visando superar as dificulda<strong>de</strong>s e reduzir as inúmeras<br />

ameaças à consolidação e à expansão das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação (VIO, 2004).<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecer um sistema com bases universalmente aceitas pelos<br />

gestores públicos, com critérios e normas para criar, implantar e gerir as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Conservação levou à proposta <strong>de</strong> criação do Sistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação,<br />

com a Lei nº 9.985 <strong>de</strong> 18/07/2000 (Lei do SNUC), e o Decreto nº 4.340 <strong>de</strong> 22/08/2002, <strong>de</strong> sua<br />

regulamentação (ALMEIDA, 2004).<br />

Um sistema <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação consiste no conjunto <strong>de</strong> áreas naturais<br />

protegidas que, planejado e manejado como um todo, é capaz <strong>de</strong> viabilizar os objetivos<br />

nacionais <strong>de</strong> conservação. Deverá conter amostras representativas <strong>de</strong> toda sua diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

biomas, ecossistemas e espécies (MILANO, 1999).<br />

A seguir, apresenta-se um resumo da Lei do SNUC, com sua <strong>de</strong>finição, objetivos e<br />

diretrizes.<br />

• Projeto <strong>de</strong> lei aprovado pelo Senado Fe<strong>de</strong>ral em 21/6/2000<br />

A) DEFINIÇÃO<br />

O Sistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação da Natureza – SNUC é constituído<br />

pelo conjunto das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipais, <strong>de</strong> forma a<br />

aten<strong>de</strong>r aos objetivos públicos <strong>de</strong> conservação.


B) OBJETIVOS<br />

I – contribuir para a manutenção da diversida<strong>de</strong> biológica e dos recursos genéticos no<br />

território nacional e nas águas jurisdicionais;<br />

II – proteger as espécies ameaçadas <strong>de</strong> extinção no âmbito regional e nacional;<br />

III – contribuir para a preservação e a restauração da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ecossistemas<br />

naturais;<br />

IV – promover o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;<br />

V – promover a utilização dos princípios e práticas <strong>de</strong> conservação da natureza no<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento;<br />

VI – proteger paisagens naturais e pouco alteradas <strong>de</strong> notável beleza cênica;<br />

VII – proteger as características relevantes <strong>de</strong> natureza geológica , geomorfológica,<br />

espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;<br />

VIII – proteger os recursos hídricos e edáficos;<br />

IX – recuper ou restaurar ecossistemas <strong>de</strong>gradados;<br />

X – proporcionar meios e incentivos para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa científica, estudos e<br />

monitoramento ambiental;<br />

XI – valorizar econômica e socialmente a diversida<strong>de</strong> ecológica;<br />

XII – favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a<br />

recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;<br />

XIII – proteger os recursos naturais necessários à subsistência <strong>de</strong> populações<br />

tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendoas<br />

social e economicamente.


C) DIRETRIZES:<br />

O SNUC será regido por diretrizes que:<br />

I - assegurem que no conjunto das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação estejam representadas<br />

amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e<br />

ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, salvaguardando o<br />

patrimônio biológico existente; II - assegurem os mecanismos e procedimentos<br />

necessários ao envolvimento da socieda<strong>de</strong> no estabelecimento e na revisão da política<br />

nacional <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação;<br />

III - assegurem a participação efetiva das populações locais na criação, implantação e<br />

gestão das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação;<br />

IV - busquem o apoio e a cooperação <strong>de</strong> organizações não-governamentais, <strong>de</strong><br />

organizações privadas e pessoas físicas para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estudos, pesquisas<br />

científicas, práticas <strong>de</strong> educação ambiental, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong> turismo ecológico,<br />

monitoramento, manutenção e outras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

conservação;<br />

V - incentivem as populações locais e as organizações privadas a estabelecerem e<br />

administrarem unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>ntro do sistema nacional;<br />

VI - assegurem, nos casos possíveis, a sustentabilida<strong>de</strong> econômica das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

conservação;<br />

VII - permitam o uso das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação para a conservação in situ <strong>de</strong><br />

populações das variantes genéticas selvagens dos animais e plantas domesticados e<br />

recursos genéticos silvestres;<br />

VIII - assegurem que o processo <strong>de</strong> criação e a gestão das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação<br />

sejam feitos <strong>de</strong> forma integrada com as políticas <strong>de</strong> administração das terras e águas<br />

circundantes, consi<strong>de</strong>rando as condições e necessida<strong>de</strong>s sociais e econômicas locais;<br />

IX - consi<strong>de</strong>rem as condições e necessida<strong>de</strong>s das populações locais no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e adaptação <strong>de</strong> métodos e técnicas <strong>de</strong> uso sustentável dos recursos<br />

naturais;<br />

X - garantam às populações tradicionais cuja subsistência <strong>de</strong>penda da utilização <strong>de</strong><br />

recursos naturais existentes no interior das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação meios <strong>de</strong><br />

subsistência alternativos ou a justa in<strong>de</strong>nização pelos recursos perdidos;<br />

XI - garantam uma alocação a<strong>de</strong>quada dos recursos financeiros necessários para que,


uma vez criadas, as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação possam ser geridas <strong>de</strong> forma eficaz e<br />

aten<strong>de</strong>r aos seus objetivos;<br />

XII - busquem conferir às unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação, nos casos possíveis e respeitadas<br />

as conveniências da administração, autonomia administrativa e financeira;<br />

e XIII - busquem proteger gran<strong>de</strong>s áreas por meio <strong>de</strong> um conjunto integrado <strong>de</strong><br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> diferentes categorias, próximas ou contíguas, e suas<br />

respectivas zonas <strong>de</strong> amortecimento e corredores ecológicos, integrando as diferentes<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> preservação da natureza, uso sustentável dos recursos naturais e<br />

restauração e recuperação dos ecossistemas.<br />

D) SERÁ REGIDO POR:<br />

I – Órgão consultivo e <strong>de</strong>liberativo: O Conselho Nacional do Meio Ambiente –<br />

CONAMA , com as atribuições <strong>de</strong> acompanhar a implementação do Sistema;<br />

II – Órgão central: O Ministério do Meio Ambiente, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nar o<br />

Sistema; e<br />

III – Órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos<br />

Naturais Renováveis – IBAMA, os órgãos estaduais e municipais, com a função <strong>de</strong><br />

implementar o SNUC, subsidiar as propostas <strong>de</strong> criação e administrar as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

conservação fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipais, nas suas respectivas esferas <strong>de</strong> atuação.<br />

Parágrafo único: Po<strong>de</strong>m integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do CONAMA,<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação estaduais e municipais que, concebidas para aten<strong>de</strong>r a<br />

peculiarida<strong>de</strong>s regionais ou locais , possuam objetivos <strong>de</strong> manejo que não possam ser<br />

satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas<br />

características permitam, em relação a estas, uma clara distinção.<br />

No Brasil, os problemas <strong>de</strong> criação e manejo das áreas protegidas são inúmeros, e vão,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a falta <strong>de</strong> serieda<strong>de</strong> na criação e no conhecimento <strong>de</strong>talhado daquilo que se quer proteger,<br />

até a efetiva gestão dos espaços <strong>de</strong>stinados à proteção (PÁDUA 2002).<br />

Na realida<strong>de</strong>, as priorida<strong>de</strong>s do po<strong>de</strong>r público não têm sido a conservação, a proteção ou<br />

a preservação ampla <strong>de</strong> parcelas biologicamente importantes da biosfera. O meio ambiente local<br />

ainda é usado como “ban<strong>de</strong>ira política” <strong>de</strong> ascensão <strong>de</strong> governantes e <strong>de</strong> “gestores”, que pouco<br />

interesse têm em mitigar os danos aos remanescentes florestais. Esta situação torna-se mais


preocupante nas unida<strong>de</strong>s localizadas nos centros urbanos. A multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses e, a<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação entre os atores, faz com que os problemas se multipliquem e a<br />

resolução se torne difícil. Em <strong>de</strong>terminados casos, há uma sobreposição <strong>de</strong> ações, algumas<br />

<strong>de</strong>sconectadas e <strong>de</strong>senvolvidas sem o conhecimento da administração da unida<strong>de</strong> (COSTA et al,<br />

2004).<br />

O Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa é uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />

urbana. Portanto, sua importância e forma <strong>de</strong> manejo são bem peculiares. Seus problemas,<br />

porém, se soma a outros casos enfrentados no Brasil inteiro.<br />

Inserido on<strong>de</strong>, antes das gran<strong>de</strong>s interferências antrópicas, predominava a Floresta<br />

Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) representa, juntamente com importantes fragmentos<br />

do seu entorno, um dos poucos remanescentes <strong>de</strong>ssa formação florestal na região. É uma região<br />

que não sofre influência direta oriunda da Floresta Ombrófila Densa ou da Floresta Estacional<br />

Semi<strong>de</strong>cidual, além <strong>de</strong> estar separada da porção mais oriental da Floresta com Araucária pela<br />

faixa <strong>de</strong> estepe (campo) paranaense (SCULTORI, 2003, não publicado). Apresenta uma notória<br />

biodiversida<strong>de</strong> com representantes da floresta com araucária(Araucária angustifólia, Ocotea<br />

porosa) entre outras; e da sua fauna associada (Accipiter poliogaster, Leopardus sp., Allouata<br />

fusca), alguma incluídas no livro vermelho da fauna ameaçada do Paraná. Essa biodiversida<strong>de</strong><br />

é consequente da relativa conservação dos fragmentos do entorno, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo totalmente <strong>de</strong>les<br />

para a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua existência.<br />

Devido a essas importantes peculiarida<strong>de</strong>s, tanto o Parque quanto o seu entorno <strong>de</strong>vem<br />

ser manejados enfocando sua vulnerabilida<strong>de</strong> perante os impactos <strong>de</strong>correntes do processo<br />

contínuo <strong>de</strong> urbanização que vem ocorrendo na região. Esse manejo <strong>de</strong>ve ter a participação e o<br />

envolvimento efetivo das autorida<strong>de</strong>s competentes dos governos, da comunida<strong>de</strong> local (em<br />

especial do entorno), representantes dos diversos segmentos da socieda<strong>de</strong>, empresários e<br />

organizações não governamentais, <strong>de</strong> forma a realizar ações que impeçam possíveis ativida<strong>de</strong>s<br />

impactantes à biodiversida<strong>de</strong> local, <strong>de</strong> forma articulada entre esses segmentos. Por outro lado<br />

<strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar também o <strong>de</strong>senvolvimento da região, a fim <strong>de</strong> que tanto os proprietários <strong>de</strong><br />

terras que se incluem na Zona <strong>de</strong> Amortecimento quanto a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno possam se<br />

beneficiar da existência da Unida<strong>de</strong>, estudando e viabilizando ações que harmonizem o processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico com a conservação da natureza.


1.2 Enfoque Estadual<br />

1.2.1 Implicações Ambientais<br />

Os biomas do Estado do Paraná<br />

O Brasil se <strong>de</strong>staca no mundo tanto pela sua imensa diversida<strong>de</strong> biológica como pela<br />

crescente <strong>de</strong>vastação <strong>de</strong> seus biomas.<br />

Nas últimas décadas, vem presenciando uma acelerada ocupação <strong>de</strong> seu território e o<br />

empobrecimento significativo <strong>de</strong> todos os seus biomas (LIVRO VERMELHO DA FAUNA<br />

AMEAÇADA DO PARANÁ, 2004)<br />

O Paraná se <strong>de</strong>staca <strong>de</strong> outros estados brasileiros pela diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ecossistemas, mas<br />

<strong>de</strong>ntre eles as florestas ombrófilas mistas, as estacionais e os campos já foram largamente<br />

<strong>de</strong>gradados ou, em vastas extensões, completamente eliminados (LIVRO VERMELHO DA<br />

FAUNA AMEAÇADA DO PARANÁ, 2004).<br />

Os principais responsáveis pela <strong>de</strong>struição dos biomas no estado do Paraná e extinção<br />

<strong>de</strong> espécies foram (e ainda são) o <strong>de</strong>smate legal e ilegal para fins <strong>de</strong> agricultura, formação <strong>de</strong><br />

pastagens e <strong>de</strong> monoculturas como o Pinus sp.; a extração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, marcante e realizada <strong>de</strong><br />

forma irracional até a década <strong>de</strong> 1970, e que continua persistente, enquanto houver florestas;<br />

construção <strong>de</strong> barragens e a extração <strong>de</strong> espécies florestais para uso medicinal e alimentício.<br />

A seguir, será apresentada uma síntese dos biomas ocorrentes no Paraná e sua situação<br />

perante a pressão antrópica sobre os mesmos.<br />

De acordo com HATSCHBACH & ZILLER, 1995), o revestimento no Estado do<br />

Paraná é constituído pela planície da região litorânea, Floresta Ombrófila Mista, Floresta<br />

Estacional Semi<strong>de</strong>cidual, Floresta Ombrófila Densa, Savana e Estepe .<br />

A Mata Atlântica está presente tanto na região litorânea como nos planaltos e serras do<br />

interior, do <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Norte ao <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Sul. Ao longo <strong>de</strong> toda a costa brasileira a sua<br />

largura varia entre pequenas faixas e gran<strong>de</strong>s extensões, atingindo em média 200 km <strong>de</strong> largura.<br />

Assim, ao longo <strong>de</strong> todo sua extensão, a Mata Atlântica apresenta uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> formações,<br />

engloba um diversificado conjunto <strong>de</strong> ecossistemas florestais com estruturas e composições<br />

florísticas bastante diferenciadas, acompanhando as características climáticas da vasta região<br />

on<strong>de</strong> ocorre, tendo como elemento comum a exposição aos ventos úmidos que sopram do<br />

oceano (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 2004)


A diversida<strong>de</strong> existente na Mata Atlântica, ao mesmo tempo que representa uma gran<strong>de</strong><br />

riqueza <strong>de</strong> patrimônio genético e paisagístico, torna a mata extremamente frágil. A <strong>de</strong>struição <strong>de</strong><br />

parcelas ainda que pequenas <strong>de</strong>ssa floresta po<strong>de</strong> significar a perda irreversível <strong>de</strong> inúmeras<br />

espécies, ainda não estudadas pela ciência. Essa riqueza é <strong>de</strong>monstrada por índices<br />

impressionantes: 55% das espécies arbóreas e 40% para espécies não arbóreas são endêmicas<br />

(ou seja: uma, entre cada duas espécies ocorre exclusivamente naquele local). Os números não<br />

param por aí: 70% no caso <strong>de</strong> espécies como as bromélias e orquí<strong>de</strong>as e no caso da fauna, 39%<br />

dos mamíferos que vivem na floresta são endêmicos. Mais <strong>de</strong> 15% dos primatas existentes no<br />

Brasil habitam a floresta e a gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>ssas espécies são endêmicas (FUNDAÇÃO SOS<br />

MATA ATLÂNTICA, 2004)<br />

A Floresta Ombrófila Densa, conhecida por Mata Atlântica, ao lado <strong>de</strong> outros 24 biomas<br />

localizados em diferentes partes do planeta, foi indicada por especialistas, em um estudo<br />

coor<strong>de</strong>nado pela Conservation International, como um dos hotspots mundiais, ou seja, uma das<br />

priorida<strong>de</strong>s para a conservação <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> em todo o mundo. A Mata Atlântica é<br />

consi<strong>de</strong>rada uma das gran<strong>de</strong>s priorida<strong>de</strong>s para a conservação <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> em todo o<br />

continente americano. Em estado crítico, sua cobertura florestal acha-se reduzida a cerca <strong>de</strong><br />

7,6% da área original, que perfazia uma extensão <strong>de</strong> aproximadamente 1.306.421 km 2 .<br />

Distribuído por mais <strong>de</strong> 17 estados brasileiros, este bioma é composto <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong><br />

fitofisionomias bastante diversificadas, <strong>de</strong>terminadas pela proximida<strong>de</strong> da costa, relevo, tipos <strong>de</strong><br />

solo e regimes pluviométricos. Essas características foram responsáveis pela evolução <strong>de</strong> um<br />

rico complexo biótico <strong>de</strong> natureza florestal. Apesar da <strong>de</strong>vastação acentuada, a Mata Atlântica<br />

ainda contém uma parcela significativa da diversida<strong>de</strong> biológica do Brasil, com altíssimos níveis<br />

<strong>de</strong> en<strong>de</strong>mismo ( FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 2004).<br />

Segundo CARVALHO (1994), a Floresta Ombrófila Mista brasileira originalmente<br />

cobria cerca <strong>de</strong> 200.000 km 2 , ocorrendo no Paraná (40% <strong>de</strong> sua superfície), Santa Catarina<br />

(31%) e <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Sul (25%) e em manchas esparsas no sul <strong>de</strong> São Paulo (3%), internandose<br />

até o sul <strong>de</strong> Minas Gerais e <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro (1%).<br />

Este bioma tem sido consi<strong>de</strong>rado um dos mais notáveis em termos <strong>de</strong> valor ecológico,<br />

por abrigar espécies típicas e atributos biológicos únicos em todo o planeta. Devido à<br />

exuberância <strong>de</strong> seus recursos ma<strong>de</strong>ireiros e não ma<strong>de</strong>ireiros, a Floresta <strong>de</strong> Araucária também<br />

representou no passado gran<strong>de</strong> importância sócio-econômica para todo o sul do Brasil, sendo<br />

responsável direta pelo progresso e pela riqueza <strong>de</strong>ssa região nos dias <strong>de</strong> hoje.


Entretanto, tal processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> riqueza também foi acompanhado pela<br />

dilapidação da maior parte do patrimônio ecológico e econômico que a Floresta Ombrófila<br />

Mista representa. Ao longo do processo histórico <strong>de</strong> ocupação do Paraná, assistiu-se a uma<br />

rápida eliminação <strong>de</strong> sua cobertura florestal, produto dos ciclos econômicos, particularmente o<br />

da exploração da ma<strong>de</strong>ira, o do café e, mais recentemente, o da soja (SONDA, 1996). .<br />

Segundo FUPEF-CNPq (2000), ainda existem extensas áreas revestidas por cobertura <strong>de</strong><br />

porte florestal no Bioma da Floresta Ombrófila Mista. Essas áreas, em diferentes graus <strong>de</strong><br />

antropismo, compõem atualmente um mosaico <strong>de</strong> formações em distintas fases sucessionais e<br />

com gran<strong>de</strong>s variações florísticas e estruturais. Essa característica diferencia o bioma <strong>de</strong> outros,<br />

on<strong>de</strong> o processo <strong>de</strong> sucessão florestal secundária se processou <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>marcada.


A Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual consttui uma frondosa mata que ocorria no oeste<br />

paranaense , esten<strong>de</strong>ndo-se do <strong>Rio</strong> Iguaçú ao Paranapanema com transições relacionadas à<br />

altitu<strong>de</strong>, solo, etc. Fornecedora <strong>de</strong> importantes espécies arbóreas para uso na indústria<br />

ma<strong>de</strong>ireira, com seus ricos vales fluviais e <strong>de</strong> solo roxo, tão a<strong>de</strong>quado para a agricultura, foi<br />

alvo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>vastação. Árvores milenares foram em pouco tempo <strong>de</strong>rrubadas. Extensas<br />

queimadas caracterizaram um período negrto para a flora e fauna paranaense. Entre as espécies<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor comercial po<strong>de</strong>-se citar a peroba, Aspidosperma polyneurum M. Arg., o cedro,<br />

Cedrela fissilis Vell. E o pau-marfim , Balfouro<strong>de</strong>ndron rie<strong>de</strong>lianum Engl. De menor porte,<br />

porém muito ornamental, o alecrim, Holocalyx balancae Mich. E muitas outras. A palmeira<br />

Euterpe edulis Mart., como na mata pluvial da vertente atlântica, foi por ali muito abundante e<br />

muito sacrificada. É uma região mais pobre em epífitas. A região abrigava uma flora especial<br />

junto a saltos e corre<strong>de</strong>iras, em gran<strong>de</strong> parte inundada pelas águas das hidrelétricas<br />

(HATSCHBACH & ZILLER, 1995).<br />

A estepe a compõe a formação florística paranaense mais antiga. Com gran<strong>de</strong><br />

predominância <strong>de</strong> gramíneas nos chamados campos limpos secos ocorrem, junto a estas, um<br />

elevado número <strong>de</strong> plantas providas <strong>de</strong> xilopódios. São cada vez mais raras as orquidáceas. Os<br />

capões <strong>de</strong> mata , muitos originando-se ao redor <strong>de</strong> pequenas fontes <strong>de</strong> água e córregos, po<strong>de</strong>m<br />

ser ainda observados em muitas fazendas e em bom estado <strong>de</strong> conservação. Quando no clímax<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, aparece o pinheiro-do-paraná, Araucaria angustifolia (Bertol.) Ktze.,<br />

associado a muitas Mirtáceas e Lauráceas. De pequeno porte, é comum a Sebastiana<br />

comersoniana(Baill.) Smith & Downs (branquilho). Nas regiões altas, comumente aparecem<br />

afloramentos <strong>de</strong> rochas areníticas que abrigam espécies <strong>de</strong> rara beleza, em especial orquidáceas.<br />

Nos paredões <strong>de</strong> arenito <strong>de</strong> Vila Velha, era abundante a Orquidácea Sophronitella violacea<br />

(Lindl.) Schltr., que foi gradualmente exterminada <strong>de</strong> seu habitat ( HATSCHBACH & ZILLER,<br />

1995).


Savana : No Estado do Paraná, os campos cerrados ocupavam uma área <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1700<br />

quilômetros quadrados. Atualmente, pouco resta, concentrando –se a maior parte nos municípios<br />

<strong>de</strong> jaguariaíva e Sengés. Pequenas áreas com elementos <strong>de</strong> cerrado nos municípios <strong>de</strong> Sabaudia<br />

e Cianorte estão totalmente <strong>de</strong>struídas. O famoso cerrado <strong>de</strong> Campo Mourão , on<strong>de</strong><br />

concentravam-se muitas espécies que só ali eram encontradas, ficou reduzido a poucos metros<br />

quadrados. Elementos <strong>de</strong> cerrado ainda po<strong>de</strong>m ser encontrados em Tibagi. São remanescentes<br />

<strong>de</strong> um período climático muito antigo. A vegetação baixa predomina no cerrado, como as<br />

gramíneas, a Froelichia interrupta (L.) Moq., além <strong>de</strong> árvores e arbustos normalmente tortuosos<br />

e <strong>de</strong> casca grossa, como o barbatimão, Striphno<strong>de</strong>ndron adstringens (Mart.) Coville. Nas<br />

proximida<strong>de</strong>s dos rios, são típicas a Microlicia myrtifolia Cham., Copaifera langsforfii Desf.<br />

(copaíba), e Persea alba Nees (HATSCBACH &ZILLER, 1995).<br />

A situação das Ucs e suas relações com os diversos Ecossistemas do estado do Paraná:<br />

O estado do Paraná apresentava 83,42% <strong>de</strong> superfície com florestas em 1895. Hoje,<br />

estima-se que somente 8% apresentam cobertura florestal. As Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação (UC)<br />

instituídas constituem atualmente 10,43% do território, todavia apresentam 1,79% <strong>de</strong> áreas<br />

sobrepostas, o que reduz as superfícies das Ucs para 8,64%. Do ponto <strong>de</strong> vista das áreas<br />

efetivamente protegidas, estas representam apenas 2,79% <strong>de</strong> superfície e quando comparadas<br />

com as superfícies dos ecossistemas naturais – Floresta Estacionai Semi<strong>de</strong>cidual (FESD),<br />

Floresta Ombrófila Densa (FOD) e Floresta Ombrófila Mista (FOM) – é constatado<br />

respectivamente 3,09%, 9,93% e 1,8% (JACOBS, 1999).<br />

O Quadro 01-I mostra as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação Fe<strong>de</strong>rais do Estado do Paraná<br />

Nº Denominação Ato <strong>de</strong> Criação Área (ha) Municípios<br />

1<br />

Céu Azul, Foz do Iguaçu,<br />

Parque Nacional do Decreto 8.566/1982<br />

185.262,50 Matelândia, Medianeira, São<br />

Iguaçu<br />

Decreto 1.035/1939<br />

Miguel do Iguaçu<br />

2<br />

Parque Nacional <strong>de</strong><br />

Altônia, Guaíra, Icaraíma, São<br />

Decreto s/n <strong>de</strong> 30/09/1997 78.875,00<br />

Ilha Gran<strong>de</strong><br />

Jorge do Patrocínio, Vila Alta<br />

3<br />

Parque Nacional do Decreto 97.688/1989<br />

Superagüi<br />

Lei 9513/1997<br />

34.254,00 Guaraqueçaba<br />

4 Parque Nacional Saint Lei 10.227/2001


5<br />

Hilaire-Lange<br />

Estação Ecológica <strong>de</strong><br />

Guaraqueçaba<br />

Decreto 87.222/1982<br />

13.638,90 Guaraqueçaba<br />

6 APA <strong>de</strong> Guaraqueçaba Decreto 90.883/85 291.498,00 Guaraqueçaba<br />

7<br />

8<br />

APA das Ilhas e<br />

Várzeas do <strong>Rio</strong> Paraná<br />

ARIE <strong>de</strong> Pinheiro e<br />

Pinheirinho<br />

Decreto s/n <strong>de</strong> 30/09/1997 1.003.059,00<br />

Decreto 91.888/1985<br />

Diamante do Norte, Marilena,<br />

Nova Londrina, Porto Rico,<br />

Querência do Norte, São Pedro<br />

do Paraná<br />

109,00 Guaraqueçaba<br />

9<br />

Floresta Nacional <strong>de</strong><br />

Teixeira Soares, Fernan<strong>de</strong>s<br />

Portaria 559/1968 3.495,00<br />

Irati<br />

Pinheiro<br />

Floresta Nacional do<br />

10<br />

Açungui<br />

Portaria 559/1968<br />

728,78 Campo Largo<br />

11 RPPN Salto Morato 819,18 Guaraqueçaba<br />

12 RPPN Mata Humaitá Portaria 093/91 909,10 Arapoti<br />

13 RPPN Papagaio Velho Portaria 070/94 153,17 Palmeira<br />

O Quadro 02-I mostra as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação Estaduais do Paraná<br />

No Denominação Ato <strong>de</strong> Criação Área (ha) Municípios<br />

Lei 1.292 <strong>de</strong><br />

1 Parque Estadual <strong>de</strong> Vila Velha<br />

12.10.1953<br />

Dec. 5.767 <strong>de</strong><br />

3.803,11 Ponta Grossa<br />

05.06.2002<br />

2<br />

Reserva Florestal <strong>de</strong> Jurema<br />

Dec. 20.847 <strong>de</strong><br />

(transformado em Parque Estadual<br />

28.01.1956<br />

Amaporã)<br />

204,00 Amaporã<br />

3 Parque Estadual do Monge<br />

Lei 4.170 <strong>de</strong><br />

22.02.1960<br />

250,02 Lapa<br />

4 Parque Estadual <strong>de</strong> Campinhos Dec. 31.013 <strong>de</strong><br />

20.07.1960<br />

Lei 6.937 <strong>de</strong><br />

336,9792 Cerro Azul, Tunas do Paraná


Parque Estadual Vila Rica do Espírito<br />

5<br />

Santo<br />

6 Horto Florestal Geraldo Russi<br />

7 Jardim Botânico Paiquerê<br />

8 Parque Estadual <strong>de</strong> Caxambu<br />

9 Reserva Florestal <strong>de</strong> Figueira<br />

10 Horto Florestal <strong>de</strong> Jacarezinho<br />

11 Horto Florestal <strong>de</strong> Mandaguari<br />

12 Parque Estadual das Lauráceas<br />

13 Parque Florestal <strong>de</strong> Ibiporã<br />

14 Parque Florestal do <strong>Rio</strong> da Onça<br />

15 Parque Florestal <strong>de</strong> Ibicatu<br />

16 Estação Ecológica Ilha do Mel<br />

17 Reserva Florestal Córrego Maria Flora<br />

14.10.1977<br />

Dec. 6.351 <strong>de</strong><br />

01.03.1979<br />

Dec. 5.768 <strong>de</strong><br />

05.06.2002<br />

Dec. 17.790 <strong>de</strong><br />

17.06.65<br />

Dec. 20.027 <strong>de</strong><br />

16.11.1965<br />

Dec. 4.619 <strong>de</strong><br />

01.04.1967<br />

Dec. 6.351 <strong>de</strong><br />

23.02.1979<br />

Dec. 6.351 <strong>de</strong><br />

23.02.1979<br />

Dec. 6.351 <strong>de</strong><br />

23.02.1979<br />

Dec. 6.351 <strong>de</strong><br />

23.02.1979<br />

Dec. 729 <strong>de</strong><br />

27.06.1979<br />

Dec. 2.301 <strong>de</strong><br />

30.04.1980<br />

Dec. 3.825 <strong>de</strong><br />

04.06.1981<br />

Dec. 4.835 <strong>de</strong><br />

15.02.1982<br />

Dec. 5.454 <strong>de</strong><br />

21.09.1982<br />

Dec. 5.513 <strong>de</strong><br />

07.10.1982<br />

353,86 Fênix<br />

130,80 Tibagi<br />

2.339,22 Piraquara<br />

968,00 Castro<br />

100,00 Engenheiro Beltrão<br />

102,85 Jacarezinho<br />

21,53 Mandaguari<br />

27.524,33 Adrianópolis, Tunas do Paraná<br />

74,06 Ibiporã<br />

118,51 Matinhos<br />

57,01 Centenário do Sul<br />

2.240,69 Paranaguá<br />

48,68 Cândido <strong>de</strong> Abreu


18 Reserva Florestal do Pinhão<br />

19 Reserva Florestal <strong>de</strong> Saltinho<br />

20 AEIT do Marumbi<br />

Reserva Florestal Secção Figueira e<br />

21<br />

Saltinho<br />

22 Parque Estadual João Paulo II<br />

23 Floresta Estadual Metropolitana<br />

24 Parque Estadual Mata dos Godoy<br />

25 Floresta Estadual do Passa Dois<br />

26 Reserva Biológica São Camilo<br />

27 Parque Estadual Pico do Marumbi<br />

28 Parque Estadual da Graciosa<br />

29 ARIE do Buriti<br />

Dec. 6.023 <strong>de</strong><br />

18.01.1983<br />

Dec. 2.120 <strong>de</strong><br />

08.12.1983<br />

Lei 7.919 <strong>de</strong><br />

22.10.1984<br />

Dec. 2.442 <strong>de</strong><br />

10.02.86<br />

Dec. 8.299 <strong>de</strong><br />

08.05.1986<br />

Dec. 4.404 <strong>de</strong><br />

13.12.1988<br />

Dec. 5.150 <strong>de</strong><br />

05.06.1989.<br />

Dec. 6.594 <strong>de</strong><br />

22.02.1990<br />

Dec. 6.595 <strong>de</strong><br />

22.02.1990<br />

Dec. 7.300 <strong>de</strong><br />

24.10.1990<br />

Dec. 7.302 <strong>de</strong><br />

24.10.1990<br />

Dec. 7.456 <strong>de</strong><br />

27.11.1990<br />

196,81 Pinhão<br />

9,10 Telêmaco Borba<br />

Antonina, Morretes, São José<br />

66.732,99 dos Pinhais, Piraquara, Quatro<br />

Barras, Campina Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

10,00 Engenheiro Beltrão<br />

4,63 Curitiba<br />

455,29 Piraquara<br />

675,70 Londrina<br />

275,61 Lapa<br />

385,34 Palotina<br />

2.342,41 Morretes<br />

1.189,58 Morretes<br />

81,52 Pato Branco<br />

30 ARIE da Cabeça do Cachorro<br />

Dec. 7.456 <strong>de</strong><br />

27.11.1990<br />

60,98 São Pedro do Iguaçu<br />

31 ARIE Serra do Tigre<br />

Dec. 7.456 <strong>de</strong><br />

27.11.1990<br />

32,90 Mallet<br />

32 ARIE <strong>de</strong> São Domingos<br />

Dec. 7.456 <strong>de</strong><br />

27.11.1990<br />

163,90 Roncador<br />

33 Parque Estadual do Penhasco Ver<strong>de</strong> Dec. 457 <strong>de</strong> 302,57 São Jerônimo da Serra


34 APA Estadual do Passaúna<br />

35 APA Estadual da Serra da Esperança<br />

36 APA Estadual <strong>de</strong> Guaraqueçaba<br />

37 Parque Estadual do Guartelá<br />

38 Estação Ecológica do Guaraguaçu<br />

APA Estadual da Escarpa Devoniana<br />

39<br />

(Campos Gerais)<br />

05.04.1991<br />

Dec. 458 <strong>de</strong><br />

05.06.1991<br />

Lei 9.905 <strong>de</strong><br />

27.01.1992<br />

Dec. 1.228 <strong>de</strong><br />

27.03.1992<br />

Dec. 1.292 <strong>de</strong><br />

27.03.1992<br />

Dec. 1.230 <strong>de</strong><br />

27.03.1992<br />

Dec. 1.231 <strong>de</strong><br />

27.03.1992<br />

Campo Magro, Araucária,<br />

16.020,04<br />

Campo Largo, Curitiba<br />

Guarapuava, Inácio Martins,<br />

Cruz Machado, Mallet, União<br />

206.555,82 da Vitória, Pru<strong>de</strong>ntópolis, Irati,<br />

<strong>Rio</strong> Azul, Paula Freitas, Paulo<br />

Frontin<br />

Guaraqueçaba, Antonina,<br />

191.595,50 Paranaguá, Campina Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul<br />

798,97 Tibagi<br />

1.150,00 Paranaguá<br />

Jaguariaíva, Lapa, Campo<br />

Largo, Porto Amazonas, Ponta<br />

392.363,38<br />

Grossa, Castro, Tibagi, Senges,<br />

Arapoti, Piraí do Sul, Palmeira<br />

40 Parque Estadual do Cerrado<br />

Dec. 1.232 <strong>de</strong><br />

27.03.1992<br />

420,40 Jaguariaíva<br />

41 APA Estadual <strong>de</strong> Guaratuba<br />

Guaratuba, São José dos<br />

Dec. 1.234 <strong>de</strong><br />

199.586,51 Pinhais, Tijucas do Sul,<br />

27.03.1992<br />

Morretes, Paranaguá, Matinhos<br />

42 Estação Ecológica do Caiuá<br />

Dec. 4.263 <strong>de</strong><br />

21.11.1994<br />

1.427,30 Diamante do Norte<br />

43 Floresta Estadual <strong>de</strong> Santana<br />

Dec. 4.264 <strong>de</strong><br />

21.11.1994<br />

60,50 Paulo Frontin<br />

44 Floresta Estadual Córrego da Biquinha<br />

Dec. 4.265 <strong>de</strong><br />

21.11.1994<br />

23,22 Tibagi<br />

45 Parque Estadual do Pau Oco<br />

Dec. 4.266 <strong>de</strong><br />

21.11.1994<br />

905,58 Morretes<br />

46 Parque Estadual Roberto Ribas Lange<br />

Dec. 4.267 <strong>de</strong><br />

21.11.1994<br />

2.698,69 Antonina, Morretes<br />

47 Parque Estadual Mata São Francisco<br />

Dec. 4.333 <strong>de</strong><br />

Cornélio Procópio, Santa<br />

832,58<br />

05.12.1994<br />

Mariana<br />

48 APA Estadual do <strong>Rio</strong> Pequeno<br />

Dec. 1.752 <strong>de</strong><br />

06.05.1996<br />

6.200,00 São José dos Pinhais<br />

49 APA Estadual do <strong>Rio</strong> Iraí Dec. 1.753 <strong>de</strong> 11.536,00 Piraquara, Colombo, Quatro


50 APA Estadual Piraquara<br />

51 Parque Estadual Bosque das Araucárias<br />

52 Parque Estadual do Lago Azul<br />

53 Parque Estadual do Boguaçu<br />

54 Floresta Estadual do Palmito<br />

55 Parque Estadual das Araucárias<br />

56 Parque Estadual <strong>Rio</strong> Guarani<br />

57 Parque Estadual <strong>de</strong> Palmas<br />

58 Estação Ecológica do <strong>Rio</strong> dos Touros<br />

Estação Ecológica <strong>de</strong> Fernan<strong>de</strong>s<br />

59<br />

Pinheiro<br />

60 Parque Estadual da Ilha do Mel<br />

61 Parque Estadual do Pico Paraná<br />

62 Parque Estadual da Serra da Baitaca<br />

Parque Estadual Professor José<br />

63<br />

Wachowics<br />

06.05.1996<br />

Dec. 1.754 <strong>de</strong><br />

06.05.1996<br />

Dec. 2.139 <strong>de</strong><br />

11.07.1996<br />

Dec. 3.256 <strong>de</strong><br />

30.06.1997<br />

Dec. 4.056 <strong>de</strong><br />

26.02.1998<br />

Dec. 4.493 <strong>de</strong><br />

17.06.1998<br />

Dec. 4.800 <strong>de</strong><br />

21.09.1998<br />

Dec. 2.322 <strong>de</strong><br />

19.07.2000<br />

Sem Decreto <strong>de</strong><br />

Criação<br />

Dec. 4.229 <strong>de</strong><br />

05.06.2001<br />

Dec. 4.230 <strong>de</strong><br />

05.06.2001<br />

Dec. 5.506 <strong>de</strong><br />

21.03.02<br />

Dec. 5.769 <strong>de</strong><br />

05.06.2002<br />

Dec. 5.765 <strong>de</strong><br />

05.06.2002<br />

Dec. 5.766 <strong>de</strong><br />

05.06.2002<br />

Barras, Pinhais , Campina<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

8.881,00 Piraquara<br />

236,31 União da Vitória<br />

1.749,01 Campo Mourão/Luiziana<br />

6.052,00 Guaratuba<br />

530,00 Paranaguá<br />

1.052,13 Palmas e Bituruna<br />

2.235,00 Três Barras do Paraná<br />

180,12 Palmas<br />

1.231,05 Reserva do Iguaçu<br />

523,00 Fernan<strong>de</strong>s Pinheiro<br />

337,84 Paranaguá<br />

4.333,83<br />

Campina Gran<strong>de</strong> do Sul,<br />

Antonina<br />

3.053,21 Quatro Barras, Piraquara<br />

119,05 Araucária<br />

O Quadro 03-I mostra as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação Municipais do Estado do Paraná<br />

Denominação Município Área<br />

Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Guaíra Guaíra 17.021,53<br />

Horto <strong>Municipal</strong> Assis Chateubriand Assis Chateubriand 49,61<br />

Parque Ecológico Diva Paim Barth Toledo 20,66<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Horto Florestal Terra Roxa 2,96


Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Terra Roxa Terra Roxa 10.931,07<br />

Arie <strong>de</strong> Santa Helena Santa Helena 1.479,79<br />

Reserva Ecológica do Jardim Ana Maria Contenda 9,43<br />

Parque <strong>Municipal</strong> do Iguaçu Curitiba 141,50<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Cachoeira Araucária 28,17<br />

Bosque Capão da Imbuia Curitiba 3,40<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Fonte São José Dos Pinhais 3,42<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Lagoa Ver<strong>de</strong> Quitandinha 17,60<br />

Àrea Seminário S. Luiz Tolosa * <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> 53,87<br />

Bosque da Fazendinha Curitiba 7,28<br />

Apa <strong>de</strong> Pinhais Pinhais 2.944,04<br />

Apa do Passaúna Curitiba 4.300,00<br />

Parque São Lourenço Curitiba 20,39<br />

Bosque Gutierrez Curitiba 1,80<br />

Bosque <strong>Municipal</strong> Reinhard Maack Curitiba 7,8<br />

Parque General Iberê <strong>de</strong> Mattos Curitiba 15,20<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Barigui Curitiba 140,00<br />

Apa do Iguacú Curitiba 3.968,45<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Barreirinha Curitiba 27,53<br />

Parque Tingui Curitiba 38,00<br />

Jardim Botânico Fanchete Rischbieter Curitiba 22,49<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Água da Bica Alto Piquiri 3,60<br />

Parque <strong>Municipal</strong> do Cinturão Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cianorte Cianorte 20,97<br />

Apa Intermunicipal do Xambrê Francisco Alves 9.962,17<br />

Apa Intermunicipal do Xambrê Iporã 20.357,52<br />

Parque <strong>Municipal</strong> dos Xétas Umuarama 19,98<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Primavera Iporã 21,55<br />

Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> São Jorge do Patrocínio São Jorge do Patrocínio 26.483,00<br />

Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Icaraíma Icaraíma 12.000,00<br />

Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Altônia Altônia 39.623,00<br />

Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Vila Alta Vila Alta 55.890,00<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Borba Gato Maringá 0,77<br />

Parque <strong>Municipal</strong> do Sabiá Maringá 8,20<br />

Parque Flor. <strong>Municipal</strong> Palmeiras Maringá 61,13<br />

Parque Ecológico <strong>Municipal</strong> do Guaiapó Maringá 1,62<br />

Parque do Ingá Maringá 47,30<br />

Parque Flor. dos Pioneiros Maringá 57,31<br />

Parque Florestal <strong>Municipal</strong> das Perobas Maringá 26,34<br />

Parque do Cinquentenário Maringá 11,81<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Vila Velha Ibaiti 46,74<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Santo Antônio da Platina Santo Antônio da Platina 57,82<br />

Parque Ecológico João Garbeline Jacarezinho 10,66


Parque Ecológico Scyllas Peixoto Jacarezinho 4,84<br />

Parque Ecológico Caetê Ii Curiúva 2,27<br />

Parque Ecológico Caetê I Curiúva 1,23<br />

Parque Ecológico Dr. Marciano <strong>de</strong> Barros Jacarezinho 65,34<br />

Parque <strong>Municipal</strong> do Distrito Industrial Campo Mourão 3,93<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Altamira do Paraná 72,84<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Joaquim T. Oliveira Campo Mourão 22,96<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Nicolau Lunar<strong>de</strong>lli Corumbataí do Sul 18,27<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Biasi Hortelan Corumbataí do Sul 48,40<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Miguel Pereira Roncador 11,80<br />

Estação Ecológica do Cerrado <strong>de</strong> Campo Mourão Campo Mourão 1,33<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Danilo Marques Goioerê 17,50<br />

Parque Histórico <strong>Municipal</strong> Peroba Rosa Cambé 9,80<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Raposa Apucarana 290,00<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Danziger Hof Cambé 9,00<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Mr. Thomas Londrina 85,47<br />

Reserva Biológica <strong>de</strong> Arapongas Arapongas 3,58<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Colônia Mineira Apucarana 53,07<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Pedreira Pato Branco 44,82<br />

Parque Ecológico <strong>Municipal</strong> Barro Preto Coronel Vivida 10,28<br />

Parque Marechal Deodoro Palmas 61,85<br />

Parque da Gruta Palmas 4,61<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Flor da Serra Coronel Vivida 10,80<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Córrego das Pedras Pato Branco 2,33<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Salto do Lontra Salto Do Lontra 4,84<br />

Parque <strong>Municipal</strong> São Jorge Do Oeste 3,18<br />

Parque <strong>Municipal</strong> do Girau Alto I E Ii Dois Vizinhos 41,58<br />

Parque Ecológico Paulo Gorski Cascavel 93,23<br />

Parque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Cascavel Cascavel 113,31<br />

Parque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Iguatu Iguatu 1,94<br />

Floresta <strong>Municipal</strong> Francisco Beltrão 25,35<br />

Parque Recreativo <strong>de</strong> Jordão Guarapuava 8,11<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Toca da Onça Guarapuava 4,76<br />

Parque <strong>Municipal</strong> das Araucárias Guarapuava 75,37<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Sepe Tiaraju Medianeira 1,00<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Tupa Mbae Medianeira 1,58<br />

Parque da Exposição Bituruna 36,30<br />

Recanto da Ferradura Bituruna 6,68<br />

Parque Ecológico Bituruna 0,71<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Palmeirinha São Mateus do Sul 1,00<br />

Parque <strong>Municipal</strong> I Bituruna 6,05<br />

Apa <strong>Municipal</strong> do <strong>Rio</strong> Velho São Mateus do Sul 1.081,00


Bosque <strong>Municipal</strong> Paraíso do Norte 1,04<br />

Bosque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Paranavaí Paranavaí 20,20<br />

Horto Florestal Paraíso do Norte 3,24<br />

Bosque <strong>Municipal</strong> Nova Londrina 4,20<br />

Parque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> São Domingos Tibagi 54,45<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Lago Azul Jaguariaíva 11,97<br />

Reserva Ecológica Poty Arapoti 46,09<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Palmeira 45,90<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Chácaras Dantas Ponta Grossa 5,86<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Boca da Ronda Ponta Grossa 3,81<br />

Bosque <strong>Municipal</strong> Manoel Júlio <strong>de</strong> Almeida Cornélio Procópio 9,78<br />

Parque <strong>Municipal</strong> dos Genta Marumbi 28,48<br />

Total 208.564,81<br />

Total <strong>de</strong> Ucs Municipais no Estado: 100<br />

* Trata-se do atual Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa<br />

O Quadro 04-I mostra as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação Municipais do Estado do Paraná<br />

Denominação Município Área<br />

Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Guaíra Guaíra 17.021,53<br />

Horto <strong>Municipal</strong> Assis Chateubriand Assis Chateubriand 49,61<br />

Parque Ecológico Diva Paim Barth Toledo 20,66<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Horto Florestal Terra Roxa 2,96<br />

Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Terra Roxa Terra Roxa 10.931,07<br />

Arie <strong>de</strong> Santa Helena Santa Helena 1.479,79<br />

Reserva Ecológica do Jardim Ana Maria Contenda 9,43<br />

Parque <strong>Municipal</strong> do Iguaçu Curitiba 141,50<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Cachoeira Araucária 28,17<br />

Bosque Capão da Imbuia Curitiba 3,40<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Fonte São José Dos Pinhais 3,42<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Lagoa Ver<strong>de</strong> Quitandinha 17,60<br />

Arie Seminário S. Luiz Tolosa <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> 53,87<br />

Bosque da Fazendinha Curitiba 7,28<br />

Apa <strong>de</strong> Pinhais Pinhais 2.944,04<br />

Apa do Passaúna Curitiba 4.300,00<br />

Parque São Lourenço Curitiba 20,39<br />

Bosque Gutierrez Curitiba 1,80<br />

Bosque <strong>Municipal</strong> Reinhard Maack Curitiba 7,80<br />

Parque General Iberê <strong>de</strong> Mattos Curitiba 15,20


Parque <strong>Municipal</strong> Barigui Curitiba 140,00<br />

Apa do Iguacú Curitiba 3.968,45<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Barreirinha Curitiba 27,53<br />

Parque Tingui Curitiba 38,00<br />

Jardim Botânico Fanchete Rischbieter Curitiba 22,49<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Água da Bica Alto Piquiri 3,60<br />

Parque <strong>Municipal</strong> do Cinturão Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cianorte Cianorte 20,97<br />

Apa Intermunicipal do Xambrê Francisco Alves 9.962,17<br />

Apa Intermunicipal do Xambrê Iporã 20.357,52<br />

Parque <strong>Municipal</strong> dos Xétas Umuarama 19,98<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Primavera Iporã 21,55<br />

Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> São Jorge do Patrocínio São Jorge do Patrocínio 26.483,00<br />

Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Icaraíma Icaraíma 12.000,00<br />

Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Altônia Altônia 39.623,00<br />

Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Vila Alta Vila Alta 55.890,00<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Borba Gato Maringá 0,77<br />

Parque <strong>Municipal</strong> do Sabiá Maringá 8,20<br />

Parque Flor. <strong>Municipal</strong> Palmeiras Maringá 61,13<br />

Parque Ecológico <strong>Municipal</strong> do Guaiapó Maringá 1,62<br />

Parque do Ingá Maringá 47,30<br />

Parque Flor. dos Pioneiros Maringá 57,31<br />

Parque Florestal <strong>Municipal</strong> das Perobas Maringá 26,34<br />

Parque do Cinquentenário Maringá 11,81<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Vila Velha Ibaiti 46,74<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Santo Antônio da Platina Santo Antônio da Platina 57,82<br />

Parque Ecológico João Garbeline Jacarezinho 10,66<br />

Parque Ecológico Scyllas Peixoto Jacarezinho 4,84<br />

Parque Ecológico Caetê Ii Curiúva 2,27<br />

Parque Ecológico Caetê I Curiúva 1,23<br />

Parque Ecológico Dr. Marciano <strong>de</strong> Barros Jacarezinho 65,34<br />

Parque <strong>Municipal</strong> do Distrito Industrial Campo Mourão 3,93<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Altamira do Paraná 72,84<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Joaquim T. Oliveira Campo Mourão 22,96<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Nicolau Lunar<strong>de</strong>lli Corumbataí do Sul 18,27<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Biasi Hortelan Corumbataí do Sul 48,40<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Miguel Pereira Roncador 11,80<br />

Estação Ecológica do Cerrado <strong>de</strong> Campo Mourão Campo Mourão 1,33<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Danilo Marques Goioerê 17,50<br />

Parque Histórico <strong>Municipal</strong> Peroba Rosa Cambé 9,80<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Raposa Apucarana 290,00<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Danziger Hof Cambé 9,00<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Mr. Thomas Londrina 85,47<br />

Reserva Biológica <strong>de</strong> Arapongas Arapongas 3,58


Parque <strong>Municipal</strong> da Colônia Mineira Apucarana 53,07<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Pedreira Pato Branco 44,82<br />

Parque Ecológico <strong>Municipal</strong> Barro Preto Coronel Vivida 10,28<br />

Parque Marechal Deodoro Palmas 61,85<br />

Parque da Gruta Palmas 4,61<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Flor da Serra Coronel Vivida 10,80<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Córrego das Pedras Pato Branco 2,33<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Salto do Lontra Salto Do Lontra 4,84<br />

Parque <strong>Municipal</strong> São Jorge Do Oeste 3,18<br />

Parque <strong>Municipal</strong> do Girau Alto I E Ii Dois Vizinhos 41,58<br />

Parque Ecológico Paulo Gorski Cascavel 93,23<br />

Parque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Cascavel Cascavel 113,31<br />

Parque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Iguatu Iguatu 1,94<br />

Floresta <strong>Municipal</strong> Francisco Beltrão 25,35<br />

Parque Recreativo <strong>de</strong> Jordão Guarapuava 8,11<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Toca da Onça Guarapuava 4,76<br />

Parque <strong>Municipal</strong> das Araucárias Guarapuava 75,37<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Sepe Tiaraju Medianeira 1,00<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Tupa Mbae Medianeira 1,58<br />

Parque da Exposição Bituruna 36,30<br />

Recanto da Ferradura Bituruna 6,68<br />

Parque Ecológico Bituruna 0,71<br />

Parque <strong>Municipal</strong> da Palmeirinha São Mateus do Sul 1,00<br />

Parque <strong>Municipal</strong> I Bituruna 6,05<br />

Apa <strong>Municipal</strong> do <strong>Rio</strong> Velho São Mateus do Sul 1.081,00<br />

Bosque <strong>Municipal</strong> Paraíso do Norte 1,04<br />

Bosque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Paranavaí Paranavaí 20,20<br />

Horto Florestal Paraíso do Norte 3,24<br />

Bosque <strong>Municipal</strong> Nova Londrina 4,20<br />

Parque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> São Domingos Tibagi 54,45<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Lago Azul Jaguariaíva 11,97<br />

Reserva Ecológica Poty Arapoti 46,09<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Palmeira 45,90<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Chácaras Dantas Ponta Grossa 5,86<br />

Parque <strong>Municipal</strong> Boca da Ronda Ponta Grossa 3,81<br />

Bosque <strong>Municipal</strong> Manoel Júlio <strong>de</strong> Almeida Cornélio Procópio 9,78<br />

Parque <strong>Municipal</strong> dos Genta Marumbi 28,48<br />

Total 208.564,81<br />

Total <strong>de</strong> Ucs Municipais no Estado: 100


Os planaltos representam a maior parte do relevo do Paraná, também a mais <strong>de</strong>vastada,<br />

sendo sua cobertura vegetal original classificada em campos limpos, campos cerrados, floresta<br />

com araucária e floresta da bacia do rio Paraná (HATSCHBACH & ZILLER, 1995).<br />

O PMSLT está inserido no segundo planalto paranaense. Compreen<strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> 53,87<br />

ha o que representa...% da área urbana do município, que conserva um remanescente da floresta<br />

com araucária. Embora localizado em uma região atualmente incluída na zona urbana do<br />

município, parte do seu entorno localiza-se na zona rural, em estado relativamente bem<br />

conservado, na porção que segue em direção à estrada <strong>de</strong> Lapa.<br />

Atualmente está se estudando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma gestão integrada dos<br />

fragmentos do entorno <strong>de</strong>sta Unida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> outros municípios como Campo do Tenente e Lapa,<br />

on<strong>de</strong> se situa o Parque do Monge, formando corredores e trampolins entre as duas Unida<strong>de</strong>s e<br />

viabilizando entre as mesmas, a criação <strong>de</strong> novas áreas protegidas, em especial, RPPNs. Existe<br />

também uma parceria com o Projeto Corredor Paraná-Pantanal, vinculado ao Gondwana Alive<br />

Corridors, que visa abordar <strong>de</strong> forma integrada múltiplas questões ambientais e<br />

conservacionistas com ações cientificamente embasadas, já discutidas e aprovadas na <strong>Rio</strong> + 10<br />

(Johannesburg, setembro <strong>de</strong> 2002) e publicadas no periódico internacional Gondwana Research<br />

(v.6, n.3, p. 369-408). Preten<strong>de</strong>-se participar <strong>de</strong>sse projeto através da viabilização do corredor<br />

PMSLT- Parque do Monge. Esse projeto será <strong>de</strong>senvolvido ao longo da bacia do rio <strong>Negro</strong>,<br />

que tem como afluente o rio Passa-Três, este fazendo divisa com o Parque. Está se estudando<br />

também a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interligar o futuro Parque do Paço (que está sendo criado), em<br />

Mafra, SC, município que faz divisa com <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> através do rio <strong>de</strong> mesmo nome. Este Parque<br />

também é urbano e serão necessárias análises <strong>de</strong> fotografia aérea, mapas e excursões in locco<br />

para confirmar a hipótese <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação do corredor. A intenção, com a criação <strong>de</strong><br />

RPPNs, corredores e trampolins é promover a proteção tanto dos remanescentes da floresta com<br />

araucária como dos raros remanescentes dos campos gerais.<br />

1.2.2. Implicações Institucionais<br />

A <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> possui, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a área do PMSLT foi <strong>de</strong>cretada<br />

como ARIE, em 1994 uma parceria com o IAP, através <strong>de</strong> assessorias técnicas no manejo da


área. O IAP também está tendo participação na elaboração do Plano <strong>de</strong> Manejo, a partir da<br />

transformação da área em Parque <strong>Municipal</strong>, em 1997. A unida<strong>de</strong> beneficia-se, ainda, com<br />

recursos do ICMS ecológico. Essa parceria <strong>de</strong>verá ser mantida, uma vez que a Unida<strong>de</strong>, sendo<br />

municipal, está diretamente atrelada ao IAP.. Além disso, tem ainda as <strong>de</strong>vidas licenças<br />

fornecidas pelo IBAMA, no que diz respeito a coleta <strong>de</strong> material biológico, quando os projetos<br />

<strong>de</strong> pesquisa científica <strong>de</strong>senvolvidos no Parque exigem.<br />

A <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> também possui parcerias com a SEMA e <strong>de</strong>mais órgãos<br />

envolvidos com a mesma. A verba para a implementação do projeto <strong>de</strong> compra <strong>de</strong><br />

equipamentos para o Centro Ambiental “Casa Branca” foi <strong>de</strong>stinada em parte com recursos da<br />

SEMA.<br />

Parcerias com outras instituições tanto estaduais como fe<strong>de</strong>rais; viabilizando tanto<br />

projetos ambientais quanto culturais <strong>de</strong>verão ser implantadas a exemplo do que já ocorreu com o<br />

Programa Mata Ciliar (antigo Florestas Municipais), MINC, EMBRATUR, PROINTUR,<br />

CAIXA ECONÔMICOA e UFPR outras parcerias com a iniciativa privada que serão <strong>de</strong>scritas<br />

no ítem 2.9 (apoio na área <strong>de</strong> meio ambiente)<br />

1.2.3. Potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cooperação<br />

A parceria que está sendo viabilizada com o projeto Corredor Paraná-Pantanal, por ser<br />

um projeto inserido em âmbito internacional, po<strong>de</strong> representar uma excelente alternativa para<br />

fortalecer novas parcerias com Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação já existentes a nível estadual e ainda,<br />

po<strong>de</strong>rá incentivar a criação <strong>de</strong> outras Unida<strong>de</strong>s, em especial RPPNs. Além disso, será uma boa<br />

oportunida<strong>de</strong> para firmar parcerias também com ONGs nacionais e internacionais. Este projeto<br />

está em fase <strong>de</strong> divulgação, articulações e busca <strong>de</strong> estratégias que envolvam as mais diversas<br />

iniciativas. Ainda a curto prazo, <strong>de</strong>verão ser estabelecidas novas parcerias que possam participar<br />

do projeto, incluindo as comunida<strong>de</strong>s que moram ao longo do corredor. A médio e longo prazo,<br />

preten<strong>de</strong>-se gerir todas as Unida<strong>de</strong>s já formadas e as que ainda irão se criar <strong>de</strong> forma integrada,<br />

e não mais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Preten<strong>de</strong>-se que, ao realizar a revisão <strong>de</strong>ste plano <strong>de</strong> manejo, em cinco<br />

anos, já se tenha condições <strong>de</strong> levar em consi<strong>de</strong>ração a gerência integrada <strong>de</strong> outras Unida<strong>de</strong>s<br />

próximas.


ENCARTE 2<br />

ANÁLISE DA REGIÃO DA UC<br />

2.1 Descrição<br />

O Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luis <strong>de</strong> Tolosa localiza-se atualmente <strong>de</strong>ntro da<br />

Zona Urbana do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, próximo ao limite com a Zona rural. Este fato faz<br />

com que seus 53,87ha representem uma área relativamente gran<strong>de</strong>, em se tratando <strong>de</strong> mata<br />

conservada, apesar do fato <strong>de</strong> que a incidência <strong>de</strong> espécies exóticas <strong>de</strong>scaracterizam alguns<br />

pontos <strong>de</strong>ssa Unida<strong>de</strong>.<br />

A região <strong>de</strong> entorno do Parque possui vários remanescentes <strong>de</strong> floresta nativa, sendo<br />

possível formar corredores <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> em direção à Estrada Velha da Lapa e ao Parque<br />

Esportivo <strong>Municipal</strong> Maximiano Pfeffer, aproveitando as áreas preservadas das proprieda<strong>de</strong>s<br />

vizinhas.


A Unida<strong>de</strong> limita-se com o rio Passa-Três, e tem o rio <strong>Negro</strong> no seu entorno direto, logo<br />

após a estrada <strong>de</strong> acesso.<br />

Margeando o rio <strong>Negro</strong>, no entorno direto do Parque, existe uma área <strong>de</strong> várzea, que<br />

também <strong>de</strong>verá ser preservada.<br />

A gran<strong>de</strong> ameaça em relação à conservação <strong>de</strong>ssas áreas é o processo <strong>de</strong> urbanização<br />

crescente nessa região, em especial após a transferência da <strong>Prefeitura</strong> para a se<strong>de</strong> do antigo<br />

Seminário (agora Parque <strong>Municipal</strong>), valorizando a região e <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando um processo <strong>de</strong><br />

especulação imobiliária.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o bom estado <strong>de</strong> conservação dos remanescentes florestais locais; a<br />

existência <strong>de</strong> dois rios importantes no entorno direto da Unida<strong>de</strong> com relativa conservação da<br />

mata ciliar; e ainda, a importância <strong>de</strong> se proteger um dos poucos fragmentos <strong>de</strong> floresta com<br />

araucária existentes na região, <strong>de</strong>ntro e fora dos limites do Parque, antes que o processo <strong>de</strong><br />

urbanização e <strong>de</strong>smate se consoli<strong>de</strong>, foi <strong>de</strong>finida uma Zona <strong>de</strong> Amortecimento para esta<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação. A efetivação <strong>de</strong>sta Zona torna-se imprescindível quando se consi<strong>de</strong>ra<br />

o fato <strong>de</strong> que ela é que vai dar condições <strong>de</strong> preservação e perpetuida<strong>de</strong> do Parque, uma vez que,<br />

sozinho, ele não possui área suficiente para garantir a manutenção da biodiversida<strong>de</strong> local e<br />

regional.<br />

A Zona <strong>de</strong> Amortecimento é <strong>de</strong>finida pela Lei nº 9.985/2000 art.2º - XVIII, como sendo: o<br />

entorno <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação on<strong>de</strong> as ativida<strong>de</strong>s humanas estão sujeitas a normas e<br />

restrições específicas , com o propósito <strong>de</strong> minimizar os impactos negativos sobre a Unida<strong>de</strong>.<br />

Para fins <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo, a zona <strong>de</strong> amortecimento foi <strong>de</strong>limitada<br />

levando-se em consi<strong>de</strong>ração a Lei <strong>Municipal</strong> nº 917/95, que dispõe sobre o Zoneamento, o Uso<br />

e a Ocupação do Solo no perímetro urbano da se<strong>de</strong> do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e dá outras<br />

providências. Esta Lei é complementar à Lei do Plano Diretor <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano (Lei<br />

nº 912/95).<br />

De acordo com o Art. 11 – do Zoneamento – a área do Perímetro Urbano da Se<strong>de</strong> do<br />

Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, conforme o Mapa <strong>de</strong> Zoneamento <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo, parte<br />

integrante <strong>de</strong>sta Lei, fica subdividida, obe<strong>de</strong>cendo os seguintes critérios:<br />

§ 1º - As zonas são <strong>de</strong>finidas e <strong>de</strong>limitadas <strong>de</strong> acordo com seu nível <strong>de</strong> urbanização e o<br />

padrão <strong>de</strong> uso e ocupação <strong>de</strong>sejável para as mesmas.<br />

§ 2º - As zonas seguem limites do Perímetro Urbano, rios, vias, divisas <strong>de</strong> lotes e cota <strong>de</strong><br />

enchente 779, conforme mapa anexo do Zoneamento <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo, parte<br />

integrante <strong>de</strong>sta Lei.


§ 3º - O regime urbanístico para os lotes <strong>de</strong> ambos os lados das vias que limitam zonas<br />

diferentes, serrão os da zona <strong>de</strong> parâmetros urbanísticos mais restritivos.<br />

§ 4º - Para efeito do parágrafo anterior, a profundida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada não será superior à<br />

profundida<strong>de</strong> média dos lotes na zona.<br />

As zonas selecionadas para integrarem a Zona <strong>de</strong> Amortecimento do Parque, <strong>de</strong> acordo<br />

com o Art. 12 da Lei 917/95, são aquelas consi<strong>de</strong>radas Especiais: Institucionais (ZEIT); <strong>de</strong><br />

Proteção do Patrimônio Natural (ZEPN); <strong>de</strong> Preservação Permanente (ZEPP 1 e ZEPP 2); <strong>de</strong><br />

Lazer Ecológico e Interesse Turístico (ZELT) e <strong>de</strong> Ocupação <strong>de</strong> Baixa Densida<strong>de</strong> (ZEBD).<br />

Nessas zonas estão incluídas áreas <strong>de</strong> loteamentos especiais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões,<br />

situadas em região <strong>de</strong> mata nativa e topografia aci<strong>de</strong>ntada; faixa territorial <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vale dos<br />

rios <strong>Negro</strong> e Passa- Três; áreas com <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> maior ou igual a 30% (Preservação Permanente,<br />

Lei Fe<strong>de</strong>ral 6766) e áreas suscetíveis a enchentes. A <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> todo o Zoneamento<br />

regido pela Lei 917/95 está disposto nos ANEXOS <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo.<br />

Os mapas correspon<strong>de</strong>ntes ao Zoneamento <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo e da Zona <strong>de</strong><br />

Amortecimento do Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa, estão dispostos a seguir.<br />

FIGURA 01/II – MAPA DO ZONEAMENTO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO


FIGURA 02/II – MAPA DA ZONA DE AMORTECIMENTO SO PARQUE<br />

ECOTURÍSTICO MUNICIPAL SÃO LUÍS DE TOLOSA


A Zona <strong>de</strong> Amortecimento do PMSLT, da maneira como foi concebida, visa fortalecer a<br />

Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo, no que diz respeito à proteção dos remanescentes florestais e<br />

matas ciliares dos rios <strong>Negro</strong> e Passa-Três. Em contra-partida, a Lei fortalecerá as normas para<br />

o entorno do Parque, previstas neste Plano <strong>de</strong> Manejo. Não foram consi<strong>de</strong>radas, nesse momento,<br />

as áreas especiais localizadas <strong>de</strong>ntro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. Porém, faz-se necessário que, tão<br />

logo o Plano entre em execução, se avalie a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar a Zona <strong>de</strong> Amortecimento,<br />

esten<strong>de</strong>ndo-a ao longo do rio <strong>Negro</strong>, inclusive na porção que corta o centro da cida<strong>de</strong>. Essa<br />

revisão <strong>de</strong>verá ser realizada em conjunto com o Projeto Paraná- Pantanal. A Zona <strong>de</strong><br />

Amortecimento <strong>de</strong>verá contemplar também a Zona Rural do Município, em direção à Estrada<br />

Velha da Lapa. Essa região não foi contemplada neste momento por falta <strong>de</strong> dados, mapas e<br />

estudos que fortaleçam a importância <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong>las na ZA.<br />

É necessário também, que se estu<strong>de</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formar, ao longo do rio Passa-<br />

Três e <strong>Negro</strong>, um longo corredor <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>, possibilitando <strong>de</strong>ssa forma que a região se<br />

torne significativa em relação à conservação <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> floresta com araucária. Estudos<br />

que viabilizem a criação <strong>de</strong> novas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa Zona formando mosaicos ou APAS<br />

<strong>de</strong>vem ser concretizados com a urgência <strong>de</strong> que o caso necessita, tendo em vista a pressão <strong>de</strong><br />

urbanização e <strong>de</strong>smate crescente que vem sofrendo.<br />

A inclusão do Parque e entorno no Projeto Corredor Paraná-Pantanal (´<strong>de</strong>scrito nos ítens<br />

1.2.1 e 1.2.3) é uma parceria que vem se consolidando e que <strong>de</strong>verá ser oficializada e<br />

<strong>de</strong>senvolvida ao longo da implantação <strong>de</strong>ste Plano.<br />

2.2 Caracterização Ambiental<br />

1.2.2 2.2.1 Localização do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>


Localiza-se no extremo sul do Paraná, às margens do rio <strong>Negro</strong>, com uma área <strong>de</strong><br />

561 km2, limitando-se com os municípios <strong>de</strong> Lapa, Campo do Tenente, Piên e o Estado <strong>de</strong><br />

Santa Catarina, sendo a linha <strong>de</strong> limites distribuída da seguinte forma:<br />

1. Com o Município da Lapa, a Oeste: Começa na foz do rio da Várzea, subindo por<br />

este até a ponte da Estrada <strong>de</strong> Rodagem da Lapa a rio <strong>Negro</strong>.<br />

2. Com o Município <strong>de</strong> Campo do Tenente, ao Norte: Começa no rio da Várzea, na<br />

ponte da Estrada <strong>de</strong> Rodagem da Lapa do rio <strong>Negro</strong> e segue por esta estrada até o divisor<br />

<strong>de</strong> águas seguindo por este até o ponto fronteiro da nascente do rio Lageado do Caçador.<br />

3. Com o Município <strong>de</strong> Piên, a Leste: Começa no ponto fronteiro da nascente do rio<br />

Lageado do Caçador e <strong>de</strong>sce até sua foz no rio <strong>Negro</strong>.<br />

4. Com o Estado <strong>de</strong> Santa Catarina, ao Sul: Pelo rio <strong>Negro</strong>, da foz do rio Lageado do<br />

Caçador até a foz do rio da Várzea.<br />

Dados: Projeto <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, 1997<br />

2.2.2 Geologia do Município<br />

Posicionado no Segundo Planalto Paranaense, o Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> é<br />

predominantemente constituído por unida<strong>de</strong>s sedimentares da Bacia do Paraná, mais<br />

precisamente por rochas do Grupo Itararé e por diabásios da Formação Serra Geral.<br />

O Grupo Itararé compreen<strong>de</strong> uma sequência sedimentar <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> Permo-Carbonífera (<strong>de</strong><br />

320 a 280 milhões <strong>de</strong> anos) cujos <strong>de</strong>pósitos são caracterizados principalmente por diamectitos,<br />

refletindo influências glaciais nos seus diferentes ambientes <strong>de</strong>posicionais. No Paraná e Santa<br />

Catarina este grupo divi<strong>de</strong>-se nas formações Campo do Tenente, Mafra e <strong>Rio</strong> do Sul. No<br />

Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> somente afloram sedimentos da Formação Mafra.<br />

Como último evento significativo da Bacia do Paraná, em termos juro-cretácios houve<br />

um intenso magmatismo básico, originando estruturas em formas <strong>de</strong> diques, soleras e <strong>de</strong>rrames<br />

<strong>de</strong> diabásio e basalto, constituindo em seu conjunto a Formação Serra Geral.<br />

Os diques apresentam-se normalmente preenchendo antigas fraturas direcionadas<br />

preferencialmente segundo NW, constituindo espigões alongados que se <strong>de</strong>stacam sobremaneira<br />

no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> relevo arrasado, esculpido em rochas aflorantes das sequências sedimentares.<br />

Em <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, tangenciando sua porção Norte, observa-se um dique <strong>de</strong> diabásio com<br />

dimensões regionais, muito bem visível em fotografias aéreas e mapeável em escala 1 : 100.000.


Outros substratos rochosos que apresentam interesse econômico para a região são<br />

aqueles representados pelas alterações superficiais, com consequente formação <strong>de</strong> mantos<br />

argilosos sobre rochas <strong>de</strong> matriz síltica e argilosas, como os folhetos e os siltitos. Camadas<br />

arenosas existem principalmente nos leitos dos rios, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> são retirados areias e cascalhos<br />

para construção civil.<br />

Apesar <strong>de</strong> não fazerem parte do conjunto geológico do município as rochas do<br />

Embasamento Cristalino, bem como as migmatitos e granitos, exercem gran<strong>de</strong> influência no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento econômico da região, através das areias para a construção civil, retiradas dos<br />

rios <strong>Negro</strong> e da Várzea que tem suas nascentes em regiões on<strong>de</strong> predominam aqueles tipos <strong>de</strong><br />

rochas.<br />

Dados: PLANO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO MUNICÍPIO DE RIO<br />

NEGRO, 1997.<br />

2.2.3 Hidrografia<br />

O município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> é cortado por vasta re<strong>de</strong> fluvial, sendo <strong>de</strong> maior importância<br />

os rios:<br />

1 o <strong>Negro</strong>: navegável em alguns trechos, banhando toda região Sul do Município, numa<br />

extensãoo <strong>de</strong> 93 km, tendo 60 m <strong>de</strong> largura e 3,25 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> em média.<br />

2 o Passa Três: sua nascente ocorre no lugar <strong>de</strong>nominado “Poço Bonito”, próximo ao<br />

Matão do Caçador e <strong>de</strong>ságua no <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> (<strong>de</strong>ntro do perímetro urbano).<br />

3 o Várzea: é navegável, tendo 27 metros <strong>de</strong> largura e 2 <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> em média,<br />

banhando a região Noroeste do Município numa extensão <strong>de</strong> 48 Km.<br />

4 o Ribeirão do Lageado das Mortes: sua nascente ocorre na Campina do Bugre e<br />

<strong>de</strong>ságua no <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> a 4 km a Oeste do lugar <strong>de</strong>nominado Rodrigues.<br />

Existem ainda diversos ribeirões e lajeados. Em sua bacia são encontradas as cachoeiras<br />

do Piên, com 10 metros <strong>de</strong> altura e a do Bugre, com 25 metros.<br />

2.2.4 Solos<br />

O município tem duas formações <strong>de</strong>nominados serra:<br />

1 o Serra do Ouro: localizada na divisa com Campo do Tenente.


2 o Serra do Bugre: localizada entre os lugares <strong>de</strong>nominados Campina Bonita e Matão<br />

do Caçador, sendo que esta tem início na Serra do Monge e termina na divisa com o Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo com o nome <strong>de</strong> Serra das Furnas. O pico mais elevado no município situa-se entre as<br />

localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Campina dos Anjos e Lençol e o Morro do Cavalo Branco, com 947 metros<br />

Po<strong>de</strong>m ser encontrados no Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> os seguintes tipos <strong>de</strong> solo:<br />

CAMBISSOLO ÁLICO Tb A proeminente textura argilosa fase florestal subtropical<br />

perenifólia relevo suave ondulado substrato migmatitos. Ca 2<br />

— Baixa fertilida<strong>de</strong> natural, teores elevados <strong>de</strong> alumínio tóxico. Em condições naturais<br />

são inaptos para agricultura, porém com investimentos em insumos po<strong>de</strong>m se tornar produtivos.<br />

Associação CAMBISSOLO ÁLICO Tb substrato folhelhos sílticos + PODZÓLICO<br />

VERMELHO-AMARELO ÁLICO Tb câmbico ambos A proeminente textura argilosa fase<br />

floresta subtropical perenifólia relevo suave ondulado <strong>de</strong> vertentes curtas. Ca 23<br />

— Esta associação é pouco recomendada para agropecuária <strong>de</strong>vido aos altos teores <strong>de</strong><br />

alumínio tóxico. São necessários enormes investimentos em insumos. Apresenta-se coberto por<br />

matas secundárias (Bracatinga).<br />

Associação CAMBISSOLO ÁLICO Tb podzólico textura argilosa substrato folhelhos<br />

sílticos + SOLOS LITÓLICOS ÁLICOS textura média substrato arenito e sílticos ambos A<br />

proeminente fase floresta subtropical perenifólia relevo ondulado. Ca 34<br />

— Nesta associação apresentam-se solos também com valores muito altos <strong>de</strong> alumínio<br />

tóxico, com gran<strong>de</strong> susceptibilida<strong>de</strong> a erosão. São solos rasos com limitação para o uso <strong>de</strong><br />

mecanização. Os cambissolos po<strong>de</strong>m ser produtivos com algum investimento em corretivos,<br />

adubações e práticas conservacionistas, já os litólicos apresentam restrições até em pastagens.<br />

SOLOS LITÓLICOS ÁLICOS A mo<strong>de</strong>rado textura argilosa fase floresta subtropical<br />

subperenifólia relevo forte ondulado e montanhoso substrato sílticos, argilitos e folhelhos. Ra 2<br />

SOLOS LITÓLICOS ÁLICOS A proeminente textura média fase floresta subtropical<br />

subperenifólia relevo ondulado substrato sílticos e arenitos finos. Ra 3<br />

— São solos pouco profundos com baixa fertilida<strong>de</strong> natural <strong>de</strong>vido ao alumínio tóxico<br />

e muitos susceptíveis a erosão. Apresentam limitação ao uso da motomecanização. São<br />

necessários gran<strong>de</strong>s investimentos em corretivos e fertilizantes.<br />

Associação SOLOS LITÓLICOS ÁLICOS fase floresta subtropical subperenifólia<br />

relevo forte ondulado substrato siltitos e tilitos + PODZÓLICOS VERMELHO-AMARELO<br />

ÁLICO Tb câmbico fase floresta subtropical perenifólia relevo ondulado ambos A proeminente<br />

textura argilosa. Ra 7


Associação SOLOS LITÓLICOS ÁLICOS fase floresta subtropical subperenifólia<br />

substrato arenitos e siltitos finos + PODZÓLICOS VERMELHO-AMARELO ÁLICO Tb<br />

câmbico fase floresta subtropical perenifólia ambos A proeminente textura média relevo<br />

ondulado. Ra 8<br />

— Solos rasos com presença <strong>de</strong> alumínio tóxico, apresentando baixa fertilida<strong>de</strong> natural.<br />

Apresentam pedras na superfície dificultando a mecanização. Devido a textura média apresenta<br />

gran<strong>de</strong> susceptibilida<strong>de</strong> a erosão.<br />

AR 1 Afloramento <strong>de</strong> Rocha<br />

— Inaptos totalmente para agropecuária.<br />

2.2.5 Clima:<br />

Cfb - Clima temperado propriamente dito; temperatura média no mês mais frio abaixo <strong>de</strong><br />

18 o C (mesotérmico) com verões frescos; temperatura média no mês mais quente abaixo <strong>de</strong><br />

22 o C e sem estação seca <strong>de</strong>finida.<br />

= Precipitação total média anual 1600 mm<br />

= Temperatura média anual 18 o C<br />

= Média anual das mínimas 12 o c<br />

= Média anual das máximas 23 o C<br />

= Umida<strong>de</strong> relativa média anual 80 %<br />

= Evapotranspiraçăo potencial média anual (Penman) 1000 mm<br />

= Insolaçăo anual total 1800 horas<br />

= Graus-dia (base 10 o C) total médio anual 3400 GD<br />

= Horas <strong>de</strong> frio abaixo <strong>de</strong> 7 o C (total médio <strong>de</strong> maio a agosto) 200 horas<br />

= Número <strong>de</strong> dias com geadas por ano 10 dias.<br />

Dados: Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, 1997)<br />

2.2.6 Vegetação<br />

O Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> situa-se em áreas <strong>de</strong> florestas subtropicais (Ombrófila<br />

Mista), com essências resistentes ao frio, comparando-se com as tropicais, apresentam ainda<br />

coloração mais clara, mais ralas, e menos exuberantes. As árvores são geralmente <strong>de</strong> porte


médio, havendo no entanto locais com domínio <strong>de</strong> indivíduos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

diâmetro. O pinheiro normalmente presente neste tipo <strong>de</strong> vegetação, é uma das principais<br />

espécies e se <strong>de</strong>staca na floresta pelo seu porte. O ciclo vegetativo da maioria das espécies é<br />

<strong>de</strong>terminado principalmente pelas baixas temperaturas no inverno.<br />

A parte primária <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> floresta encontra-se parcialmente <strong>de</strong>saparecida <strong>de</strong>vido a<br />

intensa exploração, restando apenas remanescentes distribuídas na área. Estas florestas em geral<br />

apresentam três níveis ou estratos, sendo o superior constituído por araucárias, imbuias, cedro e<br />

canelas e outras espécies folhosas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte; podocarpus, pimenteiras, guaramirim, ervamate,<br />

caroba, bracatinga, guabiroba e outras compõem o estrato médio; e o inferior é constituído<br />

por ervas, arbustos e gramíneas, sendo gran<strong>de</strong> a incidência <strong>de</strong> capim <strong>de</strong> cachorro, sapé, uvarana,<br />

fetos arbóreos e samambaias. Hoje em dia a floresta secundária ocupa a maior parte da área da<br />

vegetação florestal. Ela substitui a vegetação primária e é constituída predominantemente por<br />

maciços <strong>de</strong> bracatinga com aspecto <strong>de</strong> perenifólia. Outras espécies <strong>de</strong> menor porte ocorrem<br />

isoladas ou formando maciços como a tupichava e o alecrim, nas áreas <strong>de</strong> pousio. Esta<br />

vegetação esta associada aos solos.<br />

2.2.5 Fauna<br />

A fauna silvestre nativa nas florestas do Município nunca foi estudada convenientemente<br />

antes <strong>de</strong> 2001, assim como não se conhece com profundida<strong>de</strong> a influência humana sobre a rica<br />

fauna outrora existente. Mas sabe-se que espécies antes abundantes foram muito reduzidas ou<br />

quase extintas, <strong>de</strong>vido aos <strong>de</strong>smatamentos <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nados, agricultura predatória e pela caça<br />

indiscriminada, praticado sobretudo nos primeiros tempos <strong>de</strong> colonização.<br />

Na época das <strong>de</strong>rrubadas, muito comum era a caça, praticada pelos pioneiros, justificada<br />

pela abundância da fauna e pelas necessida<strong>de</strong>s próprias dos períodos difíceis da colonização.<br />

Hoje a fauna nativa encontra-se com número <strong>de</strong> espécies reduzidas e concentradas nas poucas<br />

reservas florestais existentes, e mesmo com a proibição legal da prática da caça, ela ainda<br />

ocorre, a <strong>de</strong>speito da fiscalização existente. Atualmente, <strong>de</strong>vido às poucas informações<br />

existentes sobre a fauna, e comparando-se com o grau <strong>de</strong> florestamento da área, há a impressão<br />

<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> sobrecaça, po<strong>de</strong>ndo-se levantar a hipótese <strong>de</strong> estar se presenciando um<br />

processo <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> “florestas vazias” na região. Porém não existem até o momento ,<br />

informações consistentes que corroborem isto, e existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propor alguns trabalhos<br />

<strong>de</strong> investigação que venham a confirmar esta hipótese.


2.3 Aspectos Culturais e Históricos<br />

2.3.1 Aspectos Gerais da colonização do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>:<br />

A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> outrora pertencente a São Paulo, como parte integrante da<br />

antiga comarca <strong>de</strong> Paranaguá e Curitiba, hoje Estado do Paraná, era habitada nos seus<br />

primórdios pelos índios botocudos, que dominavam as matas da encosta marítima da Serra do<br />

Mar até o <strong>Rio</strong> Timbó, nas bacias dos rios <strong>Negro</strong>s e Iguaçu ao norte, até o <strong>Rio</strong> do Peixe, na<br />

Bacia do Pelotas, ao Sul.<br />

Em 1816 os tropeiros, que transitavam da Capitania <strong>de</strong> São Paulo do Sul para as<br />

<strong>de</strong>mais capitanias do Norte requereram a D. João VI a abertura <strong>de</strong> uma estrada ligando a Vila do<br />

Príncipe (Lapa), no Paraná, a Vila <strong>de</strong> Lages, em Santa Catarina, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o lugar <strong>de</strong>nominado<br />

Campo Alto, até o Campo do Tenente.<br />

O que existia com o nome Estrada da Mata era tão somente uma vereda aberta pelo<br />

próprio gado só trilhada quando necessário. A história <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> confun<strong>de</strong>-se com a da<br />

“Estrada da Mata”, on<strong>de</strong> passavam os tropeiros, conduzindo o gado <strong>de</strong> Viamão para Sorocaba.<br />

A construção da Estrada é iniciada em 1826, sendo o responsável pela obra João da Silva<br />

Machado, o “Barão <strong>de</strong> Antonina”. Depois dos tropeiros, foram chegando os imigrantes em ritmo<br />

<strong>de</strong> progresso à então “Capela da Mata”. A elevação da capela Provisória à Capela Curada data<br />

<strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1828.<br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> passou <strong>de</strong> Capela Curada à Freguesia do Senhor Bom Jesus <strong>de</strong> <strong>Rio</strong><br />

<strong>Negro</strong> em 28 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1838 e, a posteriori, elevada à vila, em 02 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1870.<br />

No dia 15 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1870 fez-se a primeira eleição <strong>de</strong> vereadores e a 15<br />

<strong>de</strong> novembro do mesmo ano <strong>de</strong>u-se a instalação do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, com a posse da<br />

primeira Câmara <strong>de</strong> Vereadores. (DIAGNÓSTICO DO POTENCIAL TURÍSTICO DE RIO<br />

NEGRO, 2003).<br />

Os primeiros colonizadores foram os alemães, aqui chegando em 1929, dando<br />

impulso à povoação e criando um movimento notável para a época.


Em seguida vieram os bucovinos (1887 e 1888) trazendo consigo o trigo e o centeio<br />

para iniciar as lavouras, além das carroças e carroções.<br />

Os poloneses marcaram forte presença em 1891.<br />

Exploraram inicialmente a agricultura, <strong>de</strong>pois , a pecuária, a horticultura, <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong><br />

leite, além <strong>de</strong> valerem-se <strong>de</strong> outras habilida<strong>de</strong>s profissionais, como a <strong>de</strong> ferreiro, oleiro,<br />

carpinteiro, carroceiro, etc. A agricultura era rudimentar com uso constante do fogo, sem prática<br />

<strong>de</strong> conservação do solo, tendo como consequência a lixiviação do mesmo. Destaca-se ainda a<br />

exploração da erva-mate, exportada sob várias marcas; e as serrarias, que exploravam<br />

especialmente a imbuia, o pinheiro, a canela e o cedro.<br />

Em 1895 estabeleceu-se importante entroncamento ferroviário, cujas linhas levavam a<br />

Curitiba, São Francisco do Sul e União da Vitória.<br />

Como a exploração da erva-mate havia <strong>de</strong>caído, só melhorando a situação financeira<br />

nas regiões ervateiras a partir <strong>de</strong> 1908, e como o solo da região necessitava <strong>de</strong> muito adubo e<br />

preparo, formaram-se núcleos urbanos em torno da linha férrea.<br />

A construção da linha férrea São Francisco-União da Vitória trouxe trabalho para<br />

todos. As serrarias que exportavam ma<strong>de</strong>ira tinham uma procura tão intensa que já não davam<br />

conta <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a todos os pedidos.<br />

Foi a “febre”da ma<strong>de</strong>ira, seguida da “crise”da ma<strong>de</strong>ira...<br />

... “A ma<strong>de</strong>ira, exportada por via férrea, logo alcançou bons<br />

preços. As serrarias brotavam à margem das estradas. Em Três Barras<br />

(SC), os americanos montaram mo<strong>de</strong>rníssima serraria, a famosa e por<br />

muitos malfalada LUMBER, cuja história encerra tantos dramas e<br />

episódios <strong>de</strong> toda a sorte que daria para escrever outros tantos livros.<br />

Começou a <strong>de</strong>vastação dos pinheirais. Matas imensas prenhes <strong>de</strong><br />

pinheiros <strong>de</strong> todos os tamanhos, num abrir e fechar <strong>de</strong> olhos<br />

simplesmente <strong>de</strong>sapareceram como por magia. A vida das pessoas,<br />

porém, teve sensível melhoria. Se é que assim po<strong>de</strong>mos nos expressar.<br />

O conforto e o progresso eram cada vez maiores. Mas a que preço! As<br />

indústrias e oficinas tiveram que ser aumentadas. Tudo crescia<br />

freneticamente. Quando os americanos começaram a trabalhar, o<br />

comércio da ma<strong>de</strong>ira expandiu-se pelo mundo todo. Muita ma<strong>de</strong>ira<br />

brasileira, especialmente do Paraná e <strong>de</strong> Santa Catarina, foi exportada


para a Argentina e Europa. O preço continuava excelente como nunca.<br />

A febre da ma<strong>de</strong>ira atingia temperaturas assustadoras. Advogados,<br />

funcionários públicos e outras pessoas, entraram no negócio da ma<strong>de</strong>ira<br />

arriscando tudo. Era uma verda<strong>de</strong>ira roleta, um cassino <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. Na<br />

ambição <strong>de</strong> ficarem mais ricas da noite para o dia, muitas pessoas<br />

apostavam toda sua fortuna, bens às vezes penosamente adquiridos<br />

durante a vida inteira, numa única jogada, na ma<strong>de</strong>ira. A ativida<strong>de</strong> era<br />

tão febril e tão intensa que a estrada <strong>de</strong> Ferro não tinha condições <strong>de</strong><br />

efetuar o transporte da ma<strong>de</strong>ira por absoluta falta <strong>de</strong> vagões. E como<br />

sempre, a ambição e o <strong>de</strong>sejo extremado <strong>de</strong> lucro fácil e rápido, pôs<br />

tudo a per<strong>de</strong>r. Houve abuso. E foi mais uma crise.<br />

Crise da ma<strong>de</strong>ira.<br />

A febre atingiu a gran<strong>de</strong> maioria das exportadoras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

A ganância era tanta que a ma<strong>de</strong>ira era embarcada ainda ver<strong>de</strong>. Além <strong>de</strong><br />

ver<strong>de</strong>, era exportada sem qualquer critério <strong>de</strong> seleção. O transporte<br />

<strong>de</strong>morado fez com que, ao chegar finalmente ao porto <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino, a<br />

ma<strong>de</strong>ira já estivesse podre. Passada a Primeira Gran<strong>de</strong> Guerra Mundial,<br />

<strong>de</strong> 1914 a 1918, parou o comércio ma<strong>de</strong>ireiro. O pinheiro do Paraná<br />

per<strong>de</strong>u o conceito no mercado internacional. Muita gente, que não era<br />

do ramo ma<strong>de</strong>ireiro, sem qualquer experiência, aventureiros ambiciosos<br />

que pensavam em ganhar dinheiro “mágico”, per<strong>de</strong>ram tudo. A ma<strong>de</strong>ira<br />

era um jogo em que se apostavam até as calças! Muitos foram à<br />

bancarrota. Houve <strong>de</strong>sespero total. E até suicídios. Muitos exportadores<br />

conceituados faliram. Os fracos foram os primeiros. Com o fracasso dos<br />

ma<strong>de</strong>ireiros, veio a miséria, a fome, a tristeza e a <strong>de</strong>sesperança dos<br />

<strong>de</strong>sempregados. E a <strong>de</strong>sgraça dos comerciantes. As serrarias falidas<br />

levaram <strong>de</strong> roldão muita gente que <strong>de</strong>pendia do comércio da ma<strong>de</strong>ira.<br />

Foi um salve-se-quem-pu<strong>de</strong>r. Um Deus nos acuda! Um “miserere” <strong>de</strong><br />

não acabar mais. A recuperação foi lenta. A ma<strong>de</strong>ira tinha que ser <strong>de</strong><br />

primeiríssima qualida<strong>de</strong>. Os importadores estrangeiros,<br />

<strong>de</strong>sconfiadíssimos, exigiam as mais sérias e convincentes garantias <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> e entrega no prazo. Os fiscais eram muito exigentes. Venceu-


se mais uma crise! Corriam os anos 1920”. ( OS BUCOVINOS NO<br />

BRASIL... E A HISTÓRIA DE RIO NEGRO, 2002 p 232, 233).<br />

SEMINARIO SERAPHICO SÃO LUÍS DE TOLOSA:<br />

O aumento das famílias dos colonizadores fez com que os mesmos necessitassem <strong>de</strong><br />

maior área <strong>de</strong> terrenos para os filhos que precisavam <strong>de</strong> espaço para o cultivo <strong>de</strong> alimentos,<br />

construção <strong>de</strong> casas, escolas e capelas. Alguns dos lugarejos mais próximos eram os do rio<br />

Passa Três e do Sítio dos Rauen, região que abrange a área on<strong>de</strong> hoje situa-se o bairro<br />

Seminário, e que inclui o atual Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa.<br />

Com a chegada dos Padres Franciscanos ao Sítio dos Rauen, em 1918, para a construção<br />

do Seminário Seráfico São Luís <strong>de</strong> Tolosa, a vida religiosa daquela comunida<strong>de</strong> evoluiu muito.<br />

As transações comerciais foram favorecidas. Os padres realmente trouxeram novo impulso aos<br />

negócios. Com a inauguração do Seminário, a belíssima capela foi franqueada aos serviços<br />

religiosos para a comunida<strong>de</strong> do Sítio (CELESTINO, 2002).<br />

Atualmente, parte <strong>de</strong>ssa área encontra-se <strong>de</strong>ntro da zona urbana do município, incluindo<br />

o Parque. Com a transferência da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> para a se<strong>de</strong> do antigo<br />

Seminário e com melhorias realizadas nas vias <strong>de</strong> acesso à mesma, a região ficou muito<br />

valorizada na área da construção imobiliária, havendo como conseqüência um aumento<br />

consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> loteamentos urbanos no entorno do PMSLT.<br />

2.3.2 Sítios Paleontológicos:<br />

Pirambeira:<br />

Localizada na margem direita do rio <strong>Negro</strong>, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. Aqui o meio da<br />

formação Mafra (Grupo Itararé) é bem exposto, mostrando diamictitos e varvitos. Junto aos<br />

varvitos é fácil reconhecer alguns seixos caídos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequenos até gran<strong>de</strong>s blocos. São<br />

interpretados como seixos transportados por gelo durante os estágios finais da glaciação do<br />

Paleozóico Superior.<br />

Pedreira


A pedreira <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> está localizada em uma região <strong>de</strong>ntro do Parque Esportivo<br />

<strong>Municipal</strong> Maximiano Pfeffer, que fará parte da Zona <strong>de</strong> Amortecimento do PMSLT. Aqui<br />

facilmente são encontrados lindos icnofósseis <strong>de</strong> invertebrados, como marcas <strong>de</strong> locomoção. No<br />

topo do afloramento po<strong>de</strong>-se observar um siltito escuro. Ele foi provavelmente <strong>de</strong>positado em<br />

um ambiente marinho costeiro muito gelado.<br />

Existe a intenção <strong>de</strong> se fazer um circuito ecológico-científico com escolares e<br />

acadêmicos, via agendamento e com a parceria do Centro <strong>de</strong> Paleontologia (CENPÁLEO) da<br />

Universida<strong>de</strong> do Contestado – campus Mafra, SC, a fim <strong>de</strong> percorrer as áreas <strong>de</strong> mata ciliar e<br />

sítios paleontológicos da pirambeira e da pedreira, finalizando com visita às trilhas da Unida<strong>de</strong>.<br />

mapa<br />

2.3.3 Manifestações Culturais Regionais<br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> conta com vários grupos culturais das várias etnias que colonizaram a região.<br />

As manifestações culturais e artesanato <strong>de</strong>senvolvidos no município, e as respectivas comidas<br />

típicas estão <strong>de</strong>scritas a seguir. São ativida<strong>de</strong>s que propiciam um aumento <strong>de</strong> visitantes na<br />

cida<strong>de</strong>, bem como <strong>de</strong> renda para os munícipes, em algumas épocas do ano tendo como<br />

consequência, um relativo aumento na visitação do Parque.<br />

Manifestações Culturais:<br />

Grupos <strong>de</strong> Música e Dança:<br />

Banda <strong>Municipal</strong> do Col. Estadual Pres. Caetano Munhoz da Rocha;<br />

Coral <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />

Coral Serafins Anna Zornig;<br />

Associações Civis Culturais (inclusive mantenedoras <strong>de</strong> bandas, corais, grupos <strong>de</strong><br />

dança, etc.);<br />

Socieda<strong>de</strong> Cultural, Histórica e Científica <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />

Clube dos Tropeiros <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />

Associação Alemã Bucovina <strong>de</strong> Cultura;<br />

Associação <strong>de</strong> Italianos <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e Mafra;<br />

Associação Brasileira alemã Trier.


Artesanato:<br />

Associação <strong>de</strong> Artesãos <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> – ASSOARTE:<br />

A loja <strong>de</strong> artesanato da associação está localizada no PMSLT, e surpreen<strong>de</strong> pela<br />

qualida<strong>de</strong>, varieda<strong>de</strong> e beleza dos seus produtos. É consi<strong>de</strong>rada como uma das melhores<br />

associações <strong>de</strong> artesanato do Paraná. Inclui <strong>de</strong>ntre seus produtos o Jogo <strong>de</strong> Xadrez em Palha <strong>de</strong><br />

Milho usado pelo Governo do Estado como Artesanato Oficial do Estado do Paraná. Os<br />

principais produtos vendidos são: arranjos em palha <strong>de</strong> milho, estopa, flores, sementes, papel;<br />

trabalhos em fios, ma<strong>de</strong>ira, bambu e conchas; bijuterias, biscuit, bordados, geléias, bolachas e<br />

doces <strong>de</strong> mel.<br />

Gastronomia Típica:<br />

Existem diversos pratos típicos originários da cultura das etnias que colonizaram a<br />

região. Com predominância da gastronomia polonesa, alemã, bucovina, italiana e tropeira.<br />

Alguns pratos são oferecidos somente por ocasião <strong>de</strong> festas <strong>de</strong> casamentos, <strong>de</strong> igreja, ou em<br />

ocasiões especiais.<br />

Bucovina: haluschke; mamaliga (salgado); mamalai (doce) e stru<strong>de</strong>l.<br />

Alemã: café colonial (chucrute, stru<strong>de</strong>l, ziminog, chorizo, etc);<br />

Italiana: macarrão caseiro, polenta e frango.<br />

Plonesa: pirogue.<br />

Tropeira: feijão tropeiro; quirera com carne <strong>de</strong> porco; arroz <strong>de</strong> carreteiro.<br />

Bebidas: vinho <strong>de</strong> laranja; cerveja caseira; melado <strong>de</strong> cana; gengibirra; babka.<br />

aipim.<br />

Diversos: doces <strong>de</strong> frutas; passas <strong>de</strong> frutas secas; broa <strong>de</strong> centeio; broa <strong>de</strong> batata; broa <strong>de</strong><br />

2.4 Uso da ocupação da terra e problemas ambientais <strong>de</strong>correntes<br />

A ocupação da região on<strong>de</strong> hoje localiza-se o município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> começou no<br />

início do século XIX, com a passagem dos tropeiros pela Estrada da Mata, que conduziam o<br />

gado do <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Sul até São Paulo.


Os imigrantes alemães e poloneses chegaram pouco <strong>de</strong>pois iniciando o cultivo da<br />

agricultura, sem prática <strong>de</strong> conservação do solo. Criaram gado, construíram moinhos <strong>de</strong> trigo,<br />

engenhos <strong>de</strong> erva-mate e serrarias, extraindo da floresta as ma<strong>de</strong>iras consi<strong>de</strong>radas nobres.<br />

O empobrecimento do solo, aliado às políticas econômicas e sociais do Governo<br />

Fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong>sfavorável para a agricultura, proporcionou gran<strong>de</strong> esvaziamento populacional do<br />

meio rural , havendo a contração fundiária e a urbanização da população. A se<strong>de</strong> do município,<br />

por sua vez experimentou um novo surto <strong>de</strong> crescimento, com a expansão da área urbana e<br />

industrial, com a geração <strong>de</strong> novos empregos. Instalou-se nesse período gran<strong>de</strong>s áreas <strong>de</strong><br />

reflorestamento com objetivo <strong>de</strong> fornecer matéria prima para fabricação <strong>de</strong> papel e indústria<br />

moveleira ( PROJETO FLORESTAL E AMBIENTAL MUNICIPAL, 2001). A agricultura<br />

sobreviveu no período <strong>de</strong> crescimento da área urbana e industrial e chegou até hoje a partir da<br />

entrada da indústria fumageira. Esta nova ativida<strong>de</strong> trouxe uma fonte <strong>de</strong> renda para as<br />

proprieda<strong>de</strong>s rurais, porém como o fumo é curado em estufas, a lenha passou a ser muito<br />

consumida. A princípio houve um <strong>de</strong>smatamento indiscriminado à procura <strong>de</strong> lenha. Com a<br />

escassez <strong>de</strong>sta houve um incentivo por parte das Empresas Fumageiras e Órgãos<br />

Governamentais para o reflorestamento energético, para suprir a <strong>de</strong>manda e evitar novos<br />

impactos às matas nativas do município (PROJETO FLORESTAL E AMBIENTAL<br />

MUNICIPAL, 2001).<br />

Agricultura<br />

A agricultura tem como base a produção <strong>de</strong> fumo, milho, feijão, batata salsa e<br />

reflorestamento <strong>de</strong> pinus.<br />

Na pecuária, os principais há são aves, bovinos, suínos e mel; sendo que a avicultura está<br />

em franco <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

A tabela 1 mostra o uso atual das terras no município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.<br />

TABELA 1 – UTILIZAÇÃO DAS TERRAS NO MUNICÍPIO DE RIO NEGRO<br />

Utilização<br />

Área (há)<br />

Culturas anuais 9203<br />

Culturas permanentes 211


Pastagem formada 2052<br />

Pastagem nativa 9786<br />

Reflorestamento 11915<br />

Pinus 12877<br />

Eucalipto 250<br />

Araucária 313<br />

Erva mate 230<br />

Matas nativas 17954<br />

Áreas inaproveitáveis 5750<br />

Áreas inaproveitadas 9010<br />

Total da área rural 56660<br />

Área urbana 2850<br />

Área total 59510<br />

Fonte: Emater PR Dados estimados EM 1996 (ATUALIZAR)<br />

A tabela II mostra o <strong>de</strong>senvolvimento da pecuária no município.<br />

Tabela II – PECUÁRIA<br />

Discriminação Quantida<strong>de</strong><br />

(cab) 2003<br />

Quantida<strong>de</strong><br />

(cab) 2004<br />

Discriminação Quantida<strong>de</strong><br />

(cab) 2003<br />

Quantida<strong>de</strong><br />

(cab) 2004<br />

Bovinos 4343 4834 Eqüinos 1742 1742<br />

Porcas cria<strong>de</strong>iras 1104 1104 Caprinos 309 930<br />

Outros porcos e<br />

37007 21000 Ovinos 3919<br />

porcas<br />

2800<br />

Galinhas Caipira 77933 34800 Galos, frangas,<br />

2017400 2235000<br />

frangos e pintos<br />

TOTAL 120387 61738 TOTAL 2023370 2240472<br />

Fonte: IBGE, 2004<br />

Discriminação<br />

Quantida<strong>de</strong><br />

2003<br />

Quantida<strong>de</strong><br />

2004<br />

Preço<br />

Médi<br />

o<br />

2003<br />

Preço<br />

Médio<br />

2004<br />

Vacas or<strong>de</strong>nhadas (cabeça) 1.259 600<br />

Leite produzido (litro) 2.039.428 900.000 0,24 0,45<br />

Ovos <strong>de</strong> galinha (dúzias) 813.711 250.000 0,85 0,80<br />

Ovinos tosquiados (cabeça) 2.292 2.000<br />

Lã Bruta (Kg) 9.512 5.000 2,50 3,50<br />

Mel (Kg) 29.121 21.000 3,50 4,00<br />

Fonte: IBGE, 2004


Indústria<br />

Atualmente a indústria <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> acha-se em fase <strong>de</strong> diversificação, sendo as<br />

principais ativida<strong>de</strong>s: preparação <strong>de</strong> fumo, a confecção <strong>de</strong> roupas, bolsas térmicas, fabricação <strong>de</strong><br />

móveis <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, beneficiamento da ma<strong>de</strong>ira, beneficiamento <strong>de</strong> couros e peles, fabricação <strong>de</strong><br />

produtos químicos inorgânicos, fabricação <strong>de</strong> calçados, acessórios profissionais para segurança<br />

no trabalho, equipamentos para aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> ginástica, poliuretano expandindo e peças em<br />

plástico e fibra <strong>de</strong> vidro para linha automotiva. ( Diagnóstico do Potencial Turístico <strong>de</strong> <strong>Rio</strong><br />

<strong>Negro</strong>, 2001).<br />

Comércio<br />

A nível <strong>de</strong> comércio, o Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, <strong>de</strong>vido à sua posição geográfica e um<br />

entroncamento rodoferroviário privilegiado, que agiliza a aquisição e distribuição <strong>de</strong> produtos<br />

primários e industrializados, vem se <strong>de</strong>senvolvendo com expressivida<strong>de</strong> no ramo <strong>de</strong> atacado,<br />

com <strong>de</strong>staque para a comercialização <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> primeira necessida<strong>de</strong> e componentes para a<br />

indústria <strong>de</strong> móveis.( DIAGNÓSTICO DO POTENCIAL TURÍSTICO DE RIO NEGRO,<br />

2003).<br />

A ação do homem sobre o meio ambiente ocorreu <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada e imediatista, e<br />

foi a principal causa dos problemas ambientais existentes hoje, com a eliminação parcial da<br />

exuberante floresta com araucária, que cobria praticamente toda a extensão do município.<br />

Como principais problemas ambientais do município têm-se:<br />

- falta <strong>de</strong> mata ciliar em quase todos os rios, córregos e nascentes;<br />

- <strong>de</strong>gradação do solo com eliminação do horizonte A;<br />

- uso indiscriminado <strong>de</strong> agrotóxicos;


- uso <strong>de</strong> nascentes e córregos para abastecimento <strong>de</strong> pulverizadores sem cuidado<br />

<strong>de</strong> contaminação das águas;<br />

- falta <strong>de</strong> consciência conservacionista por parte da população;<br />

- uso do rio negro como <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lixo pela comunida<strong>de</strong>;<br />

- ocorrência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, públicas ou particulares;<br />

- disposição incorreta <strong>de</strong> resíduos às margens <strong>de</strong> estradas e terrenos baldios, pela<br />

comunida<strong>de</strong>;<br />

- disposição <strong>de</strong> resíduos industriais <strong>de</strong> forma incorreta;<br />

- caça, pesca e corte <strong>de</strong> vegetação <strong>de</strong> forma ilegal;<br />

- carência <strong>de</strong> estudos e pesquisas da fauna e flora locais.<br />

Fonte: Projeto Florestal e Ambiental , versão 2001.<br />

Efeitos negativos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s no entorno sobre a UC:<br />

O rio Passa-Três nasce na localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Poço Bonito, <strong>de</strong>ntro do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.<br />

Daquela localida<strong>de</strong> até as proximida<strong>de</strong>s do Parque , à montante, não se tem um<br />

acompanhamento sobre os efeitos negativos com relação a pesticidas, esgotos ou outra fonte <strong>de</strong><br />

poluição e contaminação, que certamente existem. Porém, sabe-se que na extensão que abrange<br />

o Parque e seu entorno direto não vem sendo observados sintomas <strong>de</strong> contaminação. É um rio<br />

que ao menos nessa porção conta com a presença <strong>de</strong> animais indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

ambiental, como a Lontra longicaudis (lontra).<br />

Próximo à mata ciliar <strong>de</strong>sse rio, existe atualmente um curtume, cuja transferência para<br />

um local mais apropriado e com a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> efluentes está sendo<br />

provi<strong>de</strong>nciado.<br />

Na comunida<strong>de</strong> do entorno, no bairro <strong>de</strong>nominado Estação Nova, observa-se com<br />

freqüência <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> resíduos sólidos, inclusive com queima <strong>de</strong>sses resíduos por parte da<br />

população. O próprio rio <strong>Negro</strong> é utilizado por alguns munícipes como <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lixo.<br />

É necessário que se <strong>de</strong>senvolva um trabalho <strong>de</strong> conscientização com as proprieda<strong>de</strong>s que<br />

farão parte da ZA do Parque , pois sabe-se que várias atitu<strong>de</strong>s ilegais, como corte seletivo <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira e <strong>de</strong>struição da mata ciliar <strong>de</strong> pequenos córregos que <strong>de</strong>ságuam no rio Passa-Três estão<br />

ocorrendo, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinar mais espaço para o gado.


.<br />

2.5 Características da população<br />

POPULAÇÃO<br />

Segundo o IBGE/2000, a população atual é <strong>de</strong> <strong>de</strong> 28.710 habitantes, sendo 22.460<br />

resi<strong>de</strong>ntes na zona urbana e 6.250 na zona rural.<br />

População resi<strong>de</strong>nte, por sexo e situação <strong>de</strong> domicilio, população resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> 10 anos ou mais<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, total, alfabetizada e taxa <strong>de</strong> alfabetização<br />

População resi<strong>de</strong>nte, sexo e situação do domicilio População resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> 10 anos ou mais<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

MUNICIPIOS<br />

Alfabetização<br />

Total Homens Mulheres Urbano Rural Total Alfabetizados<br />

(%)<br />

RIO NEGRO 28710 14256 14454 22460 6250 23171 22112 95,4<br />

FAIXA ETÁRIA<br />

MUNICIPIO POPULAÇÃO<br />

00 A 04 05 A<br />

60<br />

10 A 20 A 30 A 40 A<br />

50 A 59 OU<br />

09 19 29 39 49<br />

+<br />

RIO NEGRO 28.710 2750 2789 5874 5191 4215 3285 2139 246<br />

POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA<br />

(RIO NEGRO)<br />

HOMENS 7.877 MULHERES 4.70<br />

7<br />

7<br />

No que diz respeito ao potencial para <strong>de</strong>senvolvimento da Educação Ambiental na Unida<strong>de</strong><br />

com a população do município, em relação às diferentes faixas etárias, po<strong>de</strong>-se dizer que o<br />

maior público encontra-se na faixa <strong>de</strong> 10 a 19 anos, seguida <strong>de</strong> um público na faixa <strong>de</strong> 05 a 09<br />

anos. Estas faixas etárias correspon<strong>de</strong>m a crianças e jovens estudantes que participam das<br />

ativida<strong>de</strong>s ambientais oferecidas pelo CACB, <strong>de</strong>ntro do Parque. Dentro <strong>de</strong>ssas duas faixas, po<strong>de</strong><br />

–se dizer que o maior potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da Educação Ambiental está entre 9 e 14<br />

anos. Com relação à comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno, realiza-se um trabalho anual <strong>de</strong> educação


ambiental (<strong>de</strong>scrito no item 3.7.1 – conscientização ambiental) com crianças na faixa etária <strong>de</strong> 9<br />

e 11 anos.<br />

Indivíduos correspon<strong>de</strong>ntes às faixas entre 20 a 50 são menos favorecidos em relação aos<br />

trabalhos educativos no que diz respeito a ativida<strong>de</strong>s interpretativas e <strong>de</strong> recreação. Porém, é a<br />

faixa mais representativa nos cursos oferecidos pelo CACB. Acima <strong>de</strong> 60 anos, <strong>de</strong>vido ao fato<br />

<strong>de</strong> muitas pessoas nessa ida<strong>de</strong> participarem <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> terceira ida<strong>de</strong>, são mais representativos<br />

nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interpretação <strong>de</strong> trilhas.<br />

Percebe-se que po<strong>de</strong> ser realizado um trabalho mais intensivo <strong>de</strong> educação ambiental com<br />

jovens e adultos, pois é justamente nessas faixas etárias que se tem maior número <strong>de</strong> visitação<br />

com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lazer no Parque, assim como também é nessa faixa etária que se observa os<br />

maiores problemas com relação a aos maus hábitos <strong>de</strong> conservação do ambiente e vandalismo.<br />

Índice <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano <strong>Municipal</strong> (IDH-M) 2000<br />

Esperança<br />

<strong>de</strong> vida<br />

ao nascer<br />

Taxa <strong>de</strong><br />

alfabetização<br />

<strong>de</strong> adultos<br />

Taxa bruta<br />

<strong>de</strong><br />

frequência<br />

escolar<br />

Renda<br />

per<br />

capita<br />

Índice <strong>de</strong><br />

esperança<br />

<strong>de</strong> vida<br />

(IDHM-L)<br />

Índice <strong>de</strong><br />

educação<br />

(IDHM-E)<br />

Índice <strong>de</strong><br />

PIB<br />

(IDHM-R)<br />

Índice <strong>de</strong><br />

Desenv.<br />

Humano<br />

<strong>Municipal</strong><br />

(IDH-M)<br />

Ranking<br />

por UF<br />

Ranking<br />

Nacional<br />

73,258 0,949 0,779 268,695 0,804 0,892 0,706 0,801 21 542<br />

EDUCAÇÃO<br />

O município conta com 18 estabelecimentos <strong>de</strong> Educação infantil e 8 <strong>de</strong> Ensino<br />

Fundamental e Médio, com um corpo docente <strong>de</strong> 216 professores na Educação Infantil e 217 no<br />

Ensino Fundamental e Médio. Possui um total <strong>de</strong> 3.337 alunos na Educação Infantil e 3641<br />

aluns no Ensino Fundamental e Médio, em um total <strong>de</strong> 6978 alunos na re<strong>de</strong> escolar. A<br />

porcentagem <strong>de</strong> analfabetos é <strong>de</strong> 5%,não há crianças mantidas fora da escola <strong>de</strong>ntro dos dados<br />

estatísticos.<br />

A escolas participam <strong>de</strong> Conferências municipais e estaduais <strong>de</strong> meio ambiente e<br />

<strong>de</strong>senvolvem projetos <strong>de</strong> educação ambiental. Também participam do Projeto Ecovigilantes,


<strong>de</strong>stinado a estudantes do ensino fundamental até a 4º fase que são responsáveis pelas ativida<strong>de</strong>s<br />

ambientais <strong>de</strong>ntro da escola. O professores recebem capacitação anual sobre temas na área<br />

através do Programa Agrinho, <strong>de</strong>senvolvido pelo SENAR/PR.<br />

ESGOTO<br />

A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> esgoto, segundo a SANEPAR, totaliza 66.104m, ou seja, 57% <strong>de</strong><br />

ligações, aproximadamente 2.300 domicílios. Do Convênio iniciado em 1998 a meta é atingir<br />

80% nos próximos anos.<br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> possui no bairro da Estação Nova a Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgoto - cujo<br />

mo<strong>de</strong>lo é RALF (Reator Anaeróbio <strong>de</strong> Lodo Fluidizado) - que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tratado, separa a parte<br />

líquida (<strong>de</strong>positada no rio Passa Três) da sólida (usada pelo Horto Florestal <strong>Municipal</strong> como<br />

adubo orgânico). Atualmente, o volume tratado é aproximadamente 26.085m 3 mês.<br />

A zona rural do município possui nas proprieda<strong>de</strong>s sistema <strong>de</strong> fossas e sumidouros. O<br />

sistema RALF chega somente até o Parque. Algumas proprieda<strong>de</strong>s do entorno fizeram<br />

canalização do esgoto diretamente até os arroios próximos às proprieda<strong>de</strong>s, clan<strong>de</strong>stinamente.<br />

Suspeita-se que o mesmo possa estar ocorrendo nos arroios que <strong>de</strong>ságuam no Passa-Três, mas<br />

<strong>de</strong>vem ser feitos estudos para que se confirme esta hipótese.<br />

Existem registros <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> diarreia entre a população, em especial da zona rural como<br />

um todo,incluindo o entorno do Parque, porém, faltam dados para se afirmar que seja<br />

proveniente do contato com a água <strong>de</strong> esgotos. Faltam estudos também nessa área. Há suspeitas<br />

<strong>de</strong> casos <strong>de</strong> hepatite mas não confirmadas.<br />

ATERRO SANITÁRIO<br />

O Aterro Sanitário está localizado na zona rural, a 16 km da se<strong>de</strong> do município. O<br />

imóvel é <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>, com área <strong>de</strong> 5,2 ha distribuídos da seguinte<br />

forma: a) área útil <strong>de</strong>stinada para o aterro (aproximadamente 3,7 ha), b) área <strong>de</strong> preservação<br />

(aproximadamente 1,5 ha). O aterro possui um equipamento para a realização das operações <strong>de</strong><br />

compactação e cobertura do material, sendo um rolo compactador com lâmina. O volume <strong>de</strong><br />

material pelo aterro é <strong>de</strong> aproximadamente 20.000 (vinte mil) quilos dia.


POPULAÇÕES FLUTUANTES:<br />

O fluxo mais significativo em relação a visitantes no município acontece anualmente<br />

durante três dias do mês <strong>de</strong> julho, quando acontece o Seminário <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> <strong>Rio</strong><br />

<strong>Negro</strong>/Congresso Interestadual <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> aten<strong>de</strong>ndo cerca <strong>de</strong> 1400<br />

profissionais da área provenientes <strong>de</strong> vários municípios e estados.<br />

ASPECTOS FUNDIÁRIOS<br />

As terras on<strong>de</strong> situa-se o PMSLT pertencem à <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>. As proprieda<strong>de</strong>s<br />

vizinhas possuem, por parte <strong>de</strong> seus proprietários, a documentação legalmente exigida. A<br />

proprieda<strong>de</strong> que se localiza em área <strong>de</strong> preservação permanente, ao lado da estrada <strong>de</strong> acesso ao<br />

Parque será incluída na ZA do mesmo. Os proprietários das terras do entorno do PMSLT<br />

ten<strong>de</strong>m a mantê-las para fins agrícolas. Talvez, as mais próximas da se<strong>de</strong> sofram especulação<br />

imobiliária e há a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se manter contato com os respectivos proprietários para que se<br />

utilize as terras <strong>de</strong> forma harmônica com os objetivos da conservação da natureza.<br />

2.6 Visão das comunida<strong>de</strong>s sobre a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />

Os alemães, bucovinos e poloneses trouxeram consigo a tradição <strong>de</strong> cultuar a fé e a<br />

religião, especialmente a católica. Com a vinda dos franciscanos para <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, toda a<br />

comunida<strong>de</strong> se integrou com as tradições dos freis, que acabaram criando profundas raízes na<br />

região e fazendo brotar nos munícipes um profundo saudosismo quando os mesmos foram<br />

transferidos para o Seminário <strong>de</strong> Agudos, SP. Este saudosismo se justifica pelo legado<br />

religioso, histórico e cultural que a Or<strong>de</strong>m Franciscana <strong>de</strong>ixou através da sua magnífica se<strong>de</strong>,<br />

capela, área florestada, fotografias, artigos e tradições.<br />

Após os 30 anos <strong>de</strong> abandono do imóvel, a gran<strong>de</strong> maioria da população mostrou-se<br />

satisfeita com a restauração <strong>de</strong> todo o patrimônio e com o Decreto que transformou a área em<br />

Parque <strong>Municipal</strong>, reabrindo o local para visitação. A comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma maneira geral


espeita e ajuda a conservar o patrimônio natural, por estar ciente <strong>de</strong> que esta é uma das poucas<br />

áreas ver<strong>de</strong>s acessíveis aos munícipes.<br />

Uma polêmica foi gerada em torno da mudança da prefeitura municipal para a se<strong>de</strong> do<br />

antigo seminário. Esta <strong>de</strong>cisão foi tomada após inúmeras pesquisas sobre a melhor opção para<br />

o uso do prédio. Não havendo na época melhor opção, e com o apoio do IAP, transferiu-se a<br />

prefeitura para este local. Isso gerou indignação por parte da população, por pensar que a<br />

distância até a prefeitura é muito longa. Atualmente, percebe-se que número <strong>de</strong> reclamações é<br />

bem menor, mas vários contribuintes ainda se encontram indignados.<br />

Para facilitar o acesso, foi criada uma linha <strong>de</strong> ônibus circular especial que parte do<br />

centro da cida<strong>de</strong> até a prefeitura, em vários horários durante todo o dia.<br />

Quanto à comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno, a viabilização do Parque e <strong>Prefeitura</strong> na área do antigo<br />

Seminário foi bem aceita. Porém, a comunida<strong>de</strong> do Sítio dos Rauen sentiu-se prejudicada em<br />

relação às restrições quanto ao uso da área para missas, cultos e outras celebrações, uma vez<br />

que com a restauração da capela foram impostas para esta comunida<strong>de</strong> em especial várias<br />

normas, bastante restritivas, e que não agradaram. Ainda hoje não foi resolvido o problema <strong>de</strong><br />

forma <strong>de</strong>finitiva, pois a comunida<strong>de</strong>, que requer da prefeitura um novo local para as<br />

celebrações, insiste em utilizar tanto a área da capela como o entorno da mesma para<br />

comemorações relativas aos dias santificados da igreja, inclusive, soltando fogos <strong>de</strong>ntro da área<br />

do Parque que faz parte do entorno da capela.<br />

A comunida<strong>de</strong> local, em geral, vê no Parque um excelente ponto <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong><br />

contemplação da natureza.<br />

Não há uma preocupação em torno <strong>de</strong> uma maior participação da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da<br />

Unida<strong>de</strong>, em relação a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ganhos como artesanato, por exemplo. Há a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> envolver essas comunida<strong>de</strong>s nesse processo, uma vez que já existe uma associação <strong>de</strong><br />

artesãos e está bem organizada. Essa importância se justifica até mesmo pela baixa renda <strong>de</strong><br />

uma das comunida<strong>de</strong>s situadas no entorno direto do Parque, <strong>de</strong>ntro do bairro Estação Nova.<br />

Nessa região, a prática <strong>de</strong> caça para venda <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> animais silvestres é comum até como<br />

fonte alternativa <strong>de</strong> renda. É necessário que se mu<strong>de</strong> esta visão, e uma das formas é oferecer<br />

ouras alternativas <strong>de</strong> renda, e nos casos em que a prática <strong>de</strong> caça é realizada como esporte,<br />

intensificar tanto a fiscalização como o <strong>de</strong>senvolvimento da educação ambiental.<br />

. O serviço <strong>de</strong> guiagem é realizado pelo Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas Interpretativas<br />

do Parque, composto por jovens estudantes do município, que são selecionados e capacitados


para <strong>de</strong>senvolver trabalhos <strong>de</strong> guiagem e educação ambiental, recebendo gorjetas, vale<br />

transporte e alimentação.<br />

Serviços <strong>de</strong> hospedagem são realizados por conta dos hotéis já existentes na região. Está<br />

sendo viabilizada a criação e oferta <strong>de</strong> mais hospedarias e pousadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto<br />

maior <strong>de</strong> turismo, que é a viabilização da Rota dos Tropeiros. O turista que optar pela rota dos<br />

tropeiros <strong>de</strong>verá permanecer mais que um dia na região, necessitando <strong>de</strong> hospedagem e tendo<br />

ainda, como mais uma opção <strong>de</strong> visita, o PMSLT.<br />

No que diz respeito ao Parque em si, o turista que o visita tem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nele<br />

permanecer o dia todo, porém, pelo tamanho reduzido do mesmo e pelos cuidados ambientais<br />

que se <strong>de</strong>ve ter em função disso, não se faz conveniente que fique mais do que esse tempo.<br />

Pesquisas <strong>de</strong> opinião são realizadas periodicamente, para se fazer uma análise da<br />

satisfação do visitante, que será <strong>de</strong>scrita a seguir. Porém falta implementar uma pesquisa que<br />

abranja as questões ambientais visando concluir se o visitante está saindo do Parque com<br />

valores ecológicos, sociais e até mesmo espirituais agregados à sua experiência.<br />

Os resultados da última pesquisa <strong>de</strong> opinião, realizado <strong>de</strong> janeiro a junho <strong>de</strong> 2004, estão<br />

apresentados nos ANEXOS <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo.<br />

2.7 Alternativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico sustentável<br />

A seguir, serão apresentados ativida<strong>de</strong>s com o objetivo <strong>de</strong> se chegar o mais próximo<br />

possível do <strong>de</strong>senvolvimento econômico sustentável realizadas na região.<br />

Mel: Atualmente, os produtores utilizam o gênero Apis, para a produção <strong>de</strong> mel. Espera<br />

– se incentivar, através <strong>de</strong> cursos e orientações, a produção utilizando-se espécies nativas,<br />

aproveitando o banco genético existente <strong>de</strong>ntro do Parque.<br />

Fruticultura;<br />

Agricultura orgânica;<br />

Implantação <strong>de</strong> sistemas agroflorestais e silvipastoris;<br />

Artesanato: em ma<strong>de</strong>ira, lã <strong>de</strong> carneiro(tear manual).<br />

Festas, turismo e feiras:<br />

Parque Esportivo <strong>Municipal</strong> Maximiano Pfeffer


Área municipal que abriga o Moto Clube <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, Kart Clube <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e se<strong>de</strong> do<br />

Clube dos Tropeiros “Estrada da Mata” – <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> é a porta <strong>de</strong> entrada da rota dos tropeiros<br />

no Paraná.<br />

Possui pistas para provas <strong>de</strong> motocross, velocross e kart, com estrutura completa para<br />

atendimento em eventos.<br />

Uma excelente opção para visitantes que <strong>de</strong>sejam um local <strong>de</strong> visitação on<strong>de</strong> se possa ter<br />

quiosques, churrasqueiras. Até por ser uma área contínua à do Parque, <strong>de</strong>ve-se concentrar<br />

esforços a fim <strong>de</strong> oferecer esta opção em conjunto com as visitas ao Parque e à pedreira (turismo<br />

científico), aumentando a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> turismo na região, <strong>de</strong> forma organizada.<br />

Clube Ecológico “Arpão sem Rumo”<br />

Clube aliado às causas ambientais e campeonatos <strong>de</strong> Pesca Esportiva.<br />

Principais Eventos<br />

Feira <strong>de</strong> Artesanato <strong>de</strong> Páscoa: final <strong>de</strong> semana anterior à Páscoa<br />

Festa do Padroeiro Senhor Bom Jesus da Coluna: principal e mais tradicional festa do<br />

município. Realizada no dia 6 <strong>de</strong> agosto, dia do padroeiro, feriado municipal.<br />

Bucovina Fest: no mês <strong>de</strong> julho<br />

Festa do tropeiro: setembro<br />

Aniversário <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>: 15 <strong>de</strong> novembro<br />

Festa Feira <strong>de</strong> Artesanato “<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>” – Praça João Pessoa: Novembro<br />

Feira <strong>de</strong> Artesanato <strong>de</strong> Natal – Praça João Pessoa: Novembro<br />

2.8 Legislação fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal pertinente<br />

Para elaboração e posterior implantação <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo, está sendo consi<strong>de</strong>rada<br />

a seguinte legislação:<br />

Lei nº 9985, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, que institui o Sistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Conservação da Natureza;<br />

Lei <strong>de</strong> Crimes Ambientais – Lei nº 9.605 <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1998;


Art. 2º da Lei 9.491/90 (ICMs Ecológico);<br />

Lei nº 4.771, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1965, que Institui o novo Código Florestal;<br />

Lei <strong>Municipal</strong> nº 912 <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1995, que institui o Plano Diretor <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento urbano do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />

Lei Complementar nº 917/95, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1995, que dispõe sobre o<br />

Zoneamento, o Uso e a Ocupação do Solo no perímetro urbano da se<strong>de</strong> do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong><br />

<strong>Negro</strong> e dá outras providências.<br />

A elaboração <strong>de</strong>ste plano <strong>de</strong> manejo teve como embasamento as Leis sitadas acima, com<br />

o objetivo <strong>de</strong> fazer valer as normas e medidas propostas para o PMSLT <strong>de</strong> acordo com essas<br />

Leis, e fortalecendo-as, uma vez que o plano <strong>de</strong> manejo é um documento importante e soberano<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação.<br />

2.9 Potencial <strong>de</strong> apoio à unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação<br />

A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> é atendida pela TELESC (Telecomunicações <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

S.). Segundo dados da TELESC, existem aproximadamente 6.500 assinantes <strong>de</strong> linha telefônica<br />

convencional e 4.500 linhas com telefonia celular, em sua maioria, moradores da área central e<br />

do distrito industrial. Existem 75 telefones públicos espalhados pela área urbana.<br />

Possui central telefônica exclusiva para a Área Industrial (prefixo 645) , com 3.164<br />

assinantes atualmente e garantia com fibra óptica para empresas e instalação imediata. Também<br />

possui Central Telefônica Digital, Telefone Celular a pronta entrega e Serviço <strong>de</strong> Comunicação<br />

<strong>de</strong> Dados.<br />

Energia Elétrica<br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> é atendida pela CELESC (Centrais Elétricas <strong>de</strong> Santa Catarina S. A.), com<br />

seu escritório localizado na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mafra.<br />

Segundo levantamento realizado, a área urbana está plenamente atendida, com 98% <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong>s beneficiadas e na área rural l 95% <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s atendidas.<br />

Possui disponibilida<strong>de</strong> atual para ligação imediata <strong>de</strong> 4.200KW (quatro mil duzentos<br />

quilowatts) e iniciando a implantação <strong>de</strong> uma subestação <strong>de</strong> distribuição, no Bairro Industrial


disponibilizando mais 9.000KW (nove mil quilowatts).Com relação ao fornecimento e<br />

ampliação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia elétrica, consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>manda e ritmo <strong>de</strong> crescimento anual<br />

verificado, a CELESC está instrumentada para manter o atual nível <strong>de</strong> eficiência nos próximos<br />

<strong>de</strong>z anos.<br />

Comunicação<br />

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS<br />

I - En<strong>de</strong>reço: Pça. Sargento Max Wolf Filho nº 01 - Centro<br />

Telefone: 0xx (47) 642-4822<br />

Horário <strong>de</strong> atendimento: 8:00 às 17:00 horas<br />

II - En<strong>de</strong>reço: Juvenal Ferreira Pinto nº 2070 – Bairro Seminário (anexo a <strong>Prefeitura</strong><br />

<strong>Municipal</strong>)<br />

Telefone: 0xx (47) 642-3280 / ramal 257<br />

Horário <strong>de</strong> atendimento:<br />

Imprensa escrita<br />

Jornal Gazeta <strong>de</strong> <strong>Rio</strong>mafra<br />

Empresa Jornalística Gazeta <strong>de</strong> <strong>Rio</strong>mafra<br />

En<strong>de</strong>reço: Rua Marechal Floriano Peixoto, 1712 – Mafra/Santa Catarina<br />

Fone: 0xx47 642-1872<br />

E-mail: gazetarm@matrix.com.br<br />

Jornal Tribuna da Fronteira<br />

En<strong>de</strong>reço: Rua Gabriel Dequech, 220 – Mafra/Santa Catarina<br />

Fone: 0xx47 642-0772<br />

E-mail: tribuna@creativenet.com.br


Ainda circulam na cida<strong>de</strong> os seguintes jornais:<br />

• Jornal Informação<br />

• Jornal O Planalto<br />

• Gazeta do Povo<br />

• Estado do Paraná<br />

• A Notícia<br />

Entre outros<br />

Serviços <strong>de</strong> rádio difusão<br />

(rádios)<br />

• Rádio Difusora – AM<br />

En<strong>de</strong>reço: Rua Bom Jesus, 511 – Centro/ <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong><br />

Fone: 0xx(47) 642-4447<br />

• Rádio Nova Era – FM<br />

En<strong>de</strong>reço: Rua Tenente Ary Rauen, 1.361 – Alto <strong>de</strong> Mafra/ Mafra-SC<br />

Fone: 0xx(47) 642-3955<br />

• Rádio São José – AM<br />

En<strong>de</strong>reço: Rua Tenente Ary Rauen, 1361 – Alto <strong>de</strong> Mafra/Mafra – SC<br />

Fone: 0xx(47) 642 – 3955<br />

• Rádio Dimensão – FM (Lapa)<br />

• Rádio Pantera – FM (Canoinhas)<br />

• Rádio Clube - FM (Curitiba)<br />

Entre outras


Serviços <strong>de</strong> televisão<br />

localizada..<br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> está ligada a re<strong>de</strong> nacional, através das repetidoras <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> televisão,<br />

As principais re<strong>de</strong>s são as seguintes:<br />

• Re<strong>de</strong> Brasil Sul <strong>de</strong> Comunicação – RBS (Re<strong>de</strong> Globo);<br />

• Re<strong>de</strong> Paranaense <strong>de</strong> Comunicação – RPC (Re<strong>de</strong> Globo);<br />

• Grupo Paulo Pimentel – GPP (Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Comunicação – SBT);<br />

• Re<strong>de</strong> Santa Catarina/ Joinville (Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Comunicação - SBT);<br />

• Re<strong>de</strong> Ban<strong>de</strong>irantes;<br />

• Re<strong>de</strong> TV;<br />

• Re<strong>de</strong> Vida<br />

O município recebe sinais <strong>de</strong> TV também através <strong>de</strong> antenas parabólicas.<br />

Vias <strong>de</strong> transporte<br />

O sistema viário urbano tem 113 Km <strong>de</strong> extensão, sendo <strong>de</strong>stes, 32 Km <strong>de</strong> Vias com<br />

pavimentação asfáltica, 18 Km pavimentadas em poliedro, lajotas e paralelepípedos; o restante,<br />

63 km, com revestimento primário. As caixas são amplas, em média, 14m, exceção feita ao<br />

centro da cida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> esta dimensão reduz-se em alguns casos, para 12m.<br />

O sistema viário da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> apresenta uma tendência linear no sentido<br />

Norte - Sul, contido parcialmente entre o eixo viário fe<strong>de</strong>ral da BR -116. A malha urbana é do<br />

tipo xadrez, apresentando pouca integração à topografia nas áreas <strong>de</strong> encostas.<br />

O município dispõe e mantém uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> rodovias vicinais, revestidas em saibro, que<br />

permitem acesso às colônias e áreas <strong>de</strong> cultivo agrícola, sendo estas as melhores estradas entre<br />

os municípios da região Suleste do Paraná e do Planalto. Os acessos para o interior do município<br />

são feitos pelas seguintes estradas com prefixo:<br />

.MO – 001 – (antiga Estrada da Mata) na direção da Lapa;<br />

.MO - 002 – para Campo do Tenente;


.MO – 006 – para Antônio Olinto e São Mateus;<br />

.MO – 004 - para Piên e <strong>Rio</strong> Negrinho.<br />

Terminal rodoviário municipal “Prefeito Raul <strong>de</strong> Almeida”<br />

En<strong>de</strong>reço: Rua: 8 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro s/nº - Bairro Campo do Gado<br />

Telefone: 0xx47 643-6565<br />

Cida<strong>de</strong>s atendidas pela rodoviária<br />

• Curitiba<br />

• Lapa<br />

• Campo do Tenente<br />

• Quitandinha<br />

• Mandirituba<br />

• Areia Branca<br />

• Fazenda <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong><br />

• Papanduva*<br />

• Porto União*<br />

• São Bento do Sul*<br />

• Monte Castelo*<br />

• Santa Cecília*<br />

• Ponte Alta*<br />

• São Cristóvão do Sul*<br />

• Curitibanos*<br />

• Campos Novos*<br />

• Joaçaba*<br />

• Jaborã*<br />

• Concórdia*<br />

• Erechim*<br />

• São Paulo/ Compras*<br />

Linhas Especiais*


Empresas que operam na rodoviária<br />

• Empresa Reunidas S A Transportes Coletivos<br />

• Empresa <strong>Rio</strong>netur Transportes & Turismo<br />

• Empresa Lapeana<br />

• Transporte Guenze LTDA.<br />

• Viação Santa Clara<br />

Em 2002 a rodoviária aten<strong>de</strong>u 53.104 pessoas nas linhas intermunicipais<br />

11.968 pessoas nas linhas do interior<br />

Transportes coletivos<br />

Viação Santa Clara Ltda.<br />

Rua: Gustavo Friedrich, nº<br />

Bairro Vila Nova – Mafra/SC<br />

Telefone: 0xx47 642-0752<br />

Transporte ferroviário<br />

O transporte ferroviário que corta o perímetro urbano da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, com a<br />

privatização da Ferroeste passou a ser operada pela ALL – América Latina Logística fazendo<br />

parte da malha da antiga Ferroeste. É uma das principais estruturas viárias <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> carga<br />

entre o município e os gran<strong>de</strong>s centros metropolitanos; ligando-se aos Portos <strong>de</strong> Antonina,<br />

Paranaguá – Paraná, a 180 Km, e São Francisco do Sul – Santa Catarina na distância <strong>de</strong> 120<br />

Km, e cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Bauru/SP a Argentina.


Transporte aéreo<br />

Não há aeroporto em <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. O aeroporto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, mais próximo, localiza-se<br />

na área metropolitana <strong>de</strong> Curitiba. Há um aeroporto <strong>de</strong> pequeno porte em Mafra com pista em<br />

grama.<br />

Agências bancárias<br />

A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> conta hoje com os seguintes Estabelecimentos Bancários:<br />

. Banco Itaú<br />

. Banco do Brasil<br />

. Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral<br />

. Banco Meridional Santan<strong>de</strong>r<br />

O vizinho município <strong>de</strong> Mafra, separado <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> apenas pelo rio <strong>Negro</strong>, que corta<br />

o centro das duas cida<strong>de</strong>s, também oferece vários estabelecimentos bancários como: BESC,<br />

BRADESCO, HSBC.<br />

Apoio na área <strong>de</strong> meio ambiente<br />

Des<strong>de</strong> 20001 o PMSLT vem <strong>de</strong>senvolvendo parcerias com empresas, órgãos<br />

governamentais e programas ligados à área ambiental. Essas ações visam receber tanto apoio<br />

financeiro como atuar em conjunto nos projetos conservacionistas e educacionais. As parcerias<br />

<strong>de</strong>senvolvidas serão <strong>de</strong>scritas a seguir::<br />

Indústrias Químicas Cubatão: Indústria produtora <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> alumínio (alúmen).<br />

Opera <strong>de</strong> acordo com as normas ditadas pelos principais órgãos ambientais. Atualmente, a lama<br />

retida no final do processo <strong>de</strong> fabricação do sulfato <strong>de</strong> alumínio é comercializado para a<br />

industrialização <strong>de</strong> produtos cerâmicos. A Cubatão patrocina cursos na área ambiental,<br />

confecção <strong>de</strong> banners fotográficos para exposições e projetos <strong>de</strong> educação ambiental.


MADEM Indústria e Comércio <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>iras e Embalagens. Empresa que possui<br />

ISO 9000 E 14000. Os resíduos gerados pela empresa são enviados para outras empresas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stinação final e <strong>de</strong> reciclagem. A parceria com a MADEM se dá nos projetos <strong>de</strong> educação<br />

ambiental do Parque e nas programações alusivas a datas ambientais comemorativas, através <strong>de</strong><br />

patrocínios e da participação juntamente com os funcionários nas programações.<br />

ASSOCIAÇÃO DOS FUMICULTORES DO BRASIL - AFUBRA: o Grupo <strong>de</strong><br />

Monitores <strong>de</strong> Trilhas do PMSLT participa da programação dos Encontros <strong>de</strong> Educação<br />

Ambiental realizados anualmente, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvintes e <strong>de</strong> palestrantes, divulgando<br />

através das palestras a importância da conservação do Parque e entorno, bem como as ativida<strong>de</strong>s<br />

ambientais realizadas por eles. Esses encontros estão sendo organizados através do Projeto<br />

Ver<strong>de</strong> é Vida em conjunto com a Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Educação. Além disso, quando<br />

solicitado, os monitores recebem sementes <strong>de</strong> plantas nativas doadas através do mesmo<br />

Projeto. Em parceria com o viveiro florestal municipal, são produzidas mudas das espécies<br />

nativas durante ativida<strong>de</strong>s oferecidas para as escolas da região. As mudas são produzidas pelos<br />

próprios alunos participantes <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s, com a orientação dos monitores e dos técnicos<br />

do viveiro.<br />

RECIBRÁS, empresa <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong> plásticos. Apoia promoções ambientais<br />

<strong>de</strong>senvolvidas pelo Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas.<br />

SITICOM: o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário <strong>de</strong><br />

Mafra: atuou em 2001/2002 como patrocinador <strong>de</strong> parte das <strong>de</strong>spesas com transporte e<br />

alimentação dos pesquisadores responsáveis pelo inventário <strong>de</strong> avifauna no Parque. Atualmente<br />

não está firmada nenhuma parceria com esta Instituição, mas a mesma encontra-se aberta para<br />

negociações visando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos projetos.<br />

SEMA: Apoiou o projeto <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> equipamentos técnico-científicos do Centro<br />

Ambiental “Casa Branca” .<br />

IAP: É o principal parceiro do PMSLT, uma vez que o Parque, por ser municipal, está<br />

diretamente atrelado ao IAP. Além disso, a UNIDADE também dispõe da assessoria técnica do<br />

IAP.<br />

CENPALEO: É a mais recente parceria do PMSLT, realizada através do Centro<br />

Ambiental “Casa Branca”. O Parque <strong>de</strong>senvolverá em conjunto com o CENPALEO e outras<br />

parcerias que <strong>de</strong>verão ser firmadas com ONGs, órgãos governamentais e iniciativa privada, a<br />

fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver projetos <strong>de</strong> conservação e criação <strong>de</strong> corredores <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scritos<br />

no item 1.2.1 e 1.2.3.


CORPO DE BOMBEIROS: Parceiros constantes nas campanhas anuais <strong>de</strong> prevenção a<br />

aci<strong>de</strong>ntes promovidas pelo setor <strong>de</strong> Segurança no Trabalho e CIPA da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, na capacitação dos integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas Interpretativas e na<br />

participação nas ativida<strong>de</strong>s recreativas e ambientais do PMSLT.<br />

CAMPANHAS ANUAIS DE CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL<br />

DESENVOLVIDAS PELA EQUIPE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.<br />

Através da participação conjunta com essas campanhas que são realizadas nas escolas<br />

municipais e no Parque, através <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s educacionais elaboradas especialmente para este<br />

fim.<br />

PROGRAMA MATA CILIAR/VIVEIRO FLORESTAL MUNICIPAL. As ativida<strong>de</strong>s<br />

ambientais alusivas a datas comemorativas programadas pelo CACB, conta com a participação<br />

constante do instalado <strong>de</strong>ntro dos limites do Parque. Embora a ativida<strong>de</strong> dos viveiros seja<br />

incompatível com a criação e manejo dos Parques, localmente vem se aperfeiçoando e<br />

aprimorando os conhecimentos necessários do pessoal lotado no viveiro para que não se<br />

pratique ações incoerentes com os objetivos e normas do Parque, <strong>de</strong>scritos no Encarte IV.<br />

WIZZARD IDIOMAS: A WIZZARD Idiomas é parceira nas ativida<strong>de</strong>s e trilhas<br />

interpretativas oferecidas pelo Grupo <strong>de</strong> Monitores do Parque, sendo também patrocinadora <strong>de</strong><br />

out-doors por ocasião da divulgação <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>.<br />

Apoio na área cultural:<br />

No que diz respeito à conservação do patrimônio histórico-ambiental, foram realizadas<br />

os seguintes convênios:<br />

MINISTÉRIO DA CULTURA: através <strong>de</strong> verba para o restauro da “casa branca” e<br />

trilhas centrais do Parque;<br />

SOUZA CRUZ: Patrocínio do restauro da capela Cônego José Ernser, na se<strong>de</strong> do antigo<br />

Seminário (<strong>Prefeitura</strong>);<br />

EMBRATUR/PROINTUR: Restauro <strong>de</strong> parte do terceiro pavimento, cine teatro(Projeto<br />

Velho Cinema Novo) e construção do receptivo do Parque.


ENCARTE III<br />

ANÁLISE DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO<br />

3.1 Informações Gerais sobre a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />

3.1.1 Acesso à Unida<strong>de</strong><br />

O Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa situa-se a 4 km do centro do<br />

Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, próximo à BR 116 ( Lat. 26º25'50” ao Sul; Long. 49º 47'30” a Oeste),<br />

no chamado “Morro dos Padres”.<br />

Figura 1-III


Vias <strong>de</strong> Acesso<br />

O acesso ao município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> po<strong>de</strong> ser feito através da rodovia BR 116,<br />

asfaltada e em regular estado <strong>de</strong> conservação.<br />

Figura 2-III


1.2.3 DISTÂNCIAS<br />

CIDADE<br />

Km<br />

Curitiba 104<br />

Florianópolis 300<br />

Blumenau 187<br />

Mafra 00<br />

Joinville 120<br />

Itaiópolis 34<br />

Itajaí 200<br />

Ponta Grossa 152<br />

Maringá 465<br />

Londrina 424<br />

São Paulo 500<br />

Porto Alegre 608<br />

Paranaguá 182<br />

São Francisco do Sul 120<br />

Apucarana 406<br />

Ban<strong>de</strong>irantes 479<br />

Campo Mourão 493<br />

Cascavel 525<br />

Foz do Iguaçu 664<br />

Lapa 54<br />

Matinhos 228<br />

Morretes 166<br />

Toledo 571<br />

União da Vitória 229<br />

3.1.2 Origem do nome e histórico da criação da UC<br />

A área que compreen<strong>de</strong> o Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa abrigou, <strong>de</strong> 1923 a<br />

1970, um seminário franciscano <strong>de</strong>nominado Seminário Seráfico São Luís <strong>de</strong> Tolosa.<br />

São Luís, filho <strong>de</strong> Carlos II (rei <strong>de</strong> Nápoles e Sicília) e Maria, filha <strong>de</strong> Estevão V da<br />

Hungria, nasceu em 1274. Recebeu educação esmerada e <strong>de</strong>stacou-se como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong><br />

cristã. A mocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Luís foi marcada pela infeliz campanha do pai contra o rei <strong>de</strong> Aragão.<br />

Carlos II, feito prisioneiro em Barcelona, somente po<strong>de</strong> obter a libertação a troco da liberda<strong>de</strong><br />

dos três filhos e cinquenta fidalgos, que ficaram reféns nas mãos do vencedor. Na prisão, Luís<br />

consolava e animava os companheiros. Durante este tempo não abandonou as práticas da<br />

pieda<strong>de</strong>. Aproveitou o tempo para <strong>de</strong>dicar-se ao estudo das ciências, tomando por mestres os


eligiosos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> São Francisco, aos quais se ligara. Embora gozasse <strong>de</strong> relativa liberda<strong>de</strong>,<br />

suas visitas eram exclusivamente aos hospitais e às igrejas.<br />

Para abraçar a vida religiosa Luís recusou a mão da irmã do rei <strong>de</strong> Aragão. Pouco <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> sua or<strong>de</strong>nação, morre o bispo <strong>de</strong> Toulouse e o papa Bonifácio VIII nomeia Luís o sucessor<br />

<strong>de</strong>ste manifestando, inclusive, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser o sagrante do jovem bispo. Não conseguindo<br />

furtar-se do cargo, conseguiu empenhar-se nos trabalhos episcopais e manter a vida simples e<br />

pobre <strong>de</strong> fra<strong>de</strong>. Contudo, mantinha o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> terminar a vida na cela <strong>de</strong> um convento.<br />

Em 1297 fez uma viagem a Roma com o fim <strong>de</strong> pedir o consentimento para a reclusão.<br />

Chegando a Brigo<strong>de</strong>s, sua terra natal, caiu gravemente doente, falecendo em 19 <strong>de</strong> agosto do<br />

mesmo ano. Em 1317 Luís <strong>de</strong> Tolosa foi inscrito no catálogo dos santos pelo papa João XXII.<br />

No altar-mor da capela da antiga se<strong>de</strong> do Seminário São Luís <strong>de</strong> Tolosa, existe uma<br />

imagem <strong>de</strong> São Luís.<br />

No intuito <strong>de</strong> preservar o legado histórico, cultural, religioso e ambiental <strong>de</strong>ixado pelos<br />

franciscanos, ao criar o Parque <strong>Municipal</strong>, optou-se por manter o nome dado ao antigo<br />

Seminário.<br />

Toda a área era muito rica em exemplares da fauna e da flora da floresta com araucária<br />

até 1970, mesmo tendo os antigos inquilinos explorado a região através do corte seletivo <strong>de</strong><br />

algumas ma<strong>de</strong>iras. De 1970 a 1994, após o fechamento e abandono do Seminário, a área ficou<br />

vulnerável à ação <strong>de</strong> vândalos, caçadores e exploradores clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, que<br />

realizaram o corte seletivo – e ilegal – dos melhores espécimes nativos. Com a intenção da<br />

<strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> em <strong>de</strong>sapropriar a área, houve também uma preocupação, por parte da<br />

Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente, gestora do atual Parque, em conservar o<br />

remanescente da antiga floresta, o que foi concretizado através da transformação do imóvel em<br />

ARIE e posteriormente, em Parque. O enquadramento da Unida<strong>de</strong> nessa categoria <strong>de</strong> manejo se<br />

<strong>de</strong>u por conta tanto da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservar o patrimônio histórico e ambiental como da<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visitação pública <strong>de</strong> baixo impacto, uma vez que a Unida<strong>de</strong> sempre foi<br />

consi<strong>de</strong>rada o principal "cartão postal" do município, havendo ainda uma pressão da socieda<strong>de</strong><br />

em geral para que a área fosse restaurada e adaptada para receber visitantes.<br />

Compreen<strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> 538.792,28 m² ( 53.87 hectares) e no alto do morro, a 800m<br />

acima do nível do mar encontra-se uma magnífica esplanada on<strong>de</strong> fica o prédio do antigo<br />

seminário, inaugurado em 03/02/1923 e <strong>de</strong>sativado em 1970 (PREFEITURA MUNICIPAL DE<br />

RIO NEGRO, 1995).


Atualmente, o imóvel encontra-se sob a seguinte situação jurídica:<br />

1.Tombamento: através do Decreto <strong>Municipal</strong> nº 17/78 pelo então Prefeito <strong>Municipal</strong><br />

José Müller, em 31/07/1978.<br />

2.Desapropriação: pelo Decreto nº 08/86, por utilida<strong>de</strong> pública, em 26 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1986,<br />

pelo Prefeito Alceu Antônio Swarowski. Transformada em <strong>de</strong>sapropriação amigável através <strong>de</strong><br />

transição judicial em 23/10/96 na gestão do Prefeito Alceu Swarowski, mediante in<strong>de</strong>nização<br />

final <strong>de</strong> R$ 500.000,00 a ser paga na gestão do Prefeito Ary Siqueira.<br />

3.Disposições Transitórias da Lei Orgânica do Município: Art. 2º - O seminário seráfico<br />

“São Luz <strong>de</strong> Tolosa” é consi<strong>de</strong>rado Patrimônio Histórico e Cultural do Município, <strong>de</strong>vendo ser<br />

preservado e utilizado em beneficio <strong>de</strong> toda a comunida<strong>de</strong>.<br />

4.Área <strong>de</strong> Relevante Interesse Ecológico: pelo Decreto nº 016/94 <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

1994, pelo Prefeito Alceu Ricardo Swarowski.<br />

5.Cria-se o Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> “São Luiz <strong>de</strong> Tolosa”: Decreto 022/97 <strong>de</strong> ....<br />

pela atual administração do Prefeito Ary Siqueira (PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO<br />

NEGRO- SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE, 1997).<br />

Limites e Confrontações do Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luis <strong>de</strong> Tolosa<br />

O presente memorial tem início no ponto “OPP” formado por terras <strong>de</strong> Arnaldo Weber,<br />

daí segue com o rumo 72°00` NE com distância <strong>de</strong> 42,91 metros até encontrar o ponto “02”; daí<br />

segue com o rumo 72°22` NE com uma distância <strong>de</strong> 50,97 metros até encontrar o ponto “03”;<br />

daí segue com o rumo 59º05` NE com uma distância <strong>de</strong> 54,49 metros até encontrar o ponto “4”;<br />

daí segue o rumo 67º54` NE com uma distância <strong>de</strong> 52,93 metros até encontrar o ponto “5”; daí<br />

segue com o rumo 70º36` NE com uma distância <strong>de</strong> 38,89 metros até encontrar o ponto “06”;<br />

daí segue com o rumo 67º05` NE com uma distância <strong>de</strong> 64,10 metros até encontrar o ponto<br />

“07”; daí segue com o rumo 75º25` NE com uma distância <strong>de</strong> 43,96 metros até encontrar o<br />

ponto “08” daí segue o rumo 74º14` NE com uma distância <strong>de</strong> 38,47 metros até encontrar o<br />

ponto “09”; daí segue com o rumo 81º37`NE com uma distância <strong>de</strong> 59,99 metros até encontrar o<br />

ponto “10”; daí segue com o rumo 76º31` NE com uma distância <strong>de</strong> 65,42 metros até encontrar<br />

o ponto “11”; daí segue com o rumo 79º48` NE com uma distância <strong>de</strong> 59,94 metros até<br />

encontrar o ponto “12”; daí segue com o rumo 23º15` SE com uma distância <strong>de</strong> 22,29 metros até


encontrar o ponto “13”; daí segue o rumo 22º05` SE com uma distância <strong>de</strong> 92,67 metros até<br />

encontrar o ponto “14”; daí segue com o rumo 43º45` SE com uma distância <strong>de</strong> 51,73 metros até<br />

encontrar o ponto “15”, confrontando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto “OPP” com terras <strong>de</strong> Arnaldo Weber; daí<br />

segue por vários rumos na distância <strong>de</strong> 474,62 metros, margeando uma Água, até encontrar a<br />

confluência com o rio Passa Três, no ponto “31”, confrontando com Arno Seiffer; daí segue por<br />

vários rumos com uma distância <strong>de</strong> 1.662,04 metros, margeando o <strong>Rio</strong> Passa Três, até encontrar<br />

o ponto “82” à beira da Rua Maximiliano Pfefter; daí segue com o rumo 48°19` SW com uma<br />

distância <strong>de</strong> 58,72 metros até encontrar o ponto “83”; daí segue com o rumo 53º56 NW com<br />

uma distância <strong>de</strong> 95,86 metros até encontrar o ponto “84”; daí segue com o rumo 57º50` SW<br />

com uma distância <strong>de</strong> 47,23 metros até encontrar o ponto “85”; daí segue com o rumo 24º50`<br />

NW com uma distância <strong>de</strong> 113,6 metros até encontrar o ponto “86”; daí segue com o rumo<br />

42°30` NE com uma distância <strong>de</strong> 232,56 metros até encontrar o ponto “87”; daí segue com o<br />

rumo 08°44` NE com uma distância <strong>de</strong> 48,43 metros até encontrar o ponto “88”; daí segue com<br />

o rumo 15º38` NW com uma distância <strong>de</strong> 120,00 metros até encontrar o ponto “89”; daí segue<br />

com o rumo 17º51` NE com uma distância <strong>de</strong> 78,97 metros até encontrar o ponto “90”; daí<br />

segue com o rumo “16º51` NE com uma distância <strong>de</strong> 33,5 metros até encontrar o ponto “OPP”<br />

que é o ponto inicial, confrontando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto “82” com a Rua Maximiliano Pflefter que<br />

<strong>de</strong>manda <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> à Barra Gran<strong>de</strong>.<br />

3.2 Caracterização dos Fatores Abióticos e Bióticos<br />

3.2.1 Clima<br />

Cfb - Clima temperado propriamente dito; temperatura média no mês mais frio abaixo <strong>de</strong><br />

18 o C (mesotérmico) com verões frescos; temperatura média no mês mais quente abaixo <strong>de</strong><br />

22 o C e sem estação seca <strong>de</strong>finida.<br />

= Precipitação total média anual 1600 mm<br />

= Temperatura média anual 18 o C<br />

= Média anual das mínimas 12 o c<br />

= Média anual das máximas 23 o C


= Umida<strong>de</strong> relativa média anual 80 %<br />

= Evapotranspiraçăo potencial média anual (Penman) 1000 mm<br />

= Insolaçăo anual total 1800 horas<br />

= Graus-dia (base 10 o C) total médio anual 3400 GD<br />

= Horas <strong>de</strong> frio abaixo <strong>de</strong> 7 o C (total médio <strong>de</strong> maio a agosto) 200 horas<br />

= Número <strong>de</strong> dias com geadas por ano: 10 dias<br />

3.2.2 Geologia<br />

A área do parque apresenta-se assentada exclusivamente sobre sedimentos pertencentes<br />

ao Grupo Itararé, compreen<strong>de</strong>ndo a passagem do intervalo médio para o intervalo superior da<br />

Formação Mafra, propostos informalmente por Weinschütz, op.cit.<br />

FORMAÇÃO MAFRA<br />

A Formação Mafra <strong>de</strong>finida por Schenei<strong>de</strong>r et al. (1974) e mapeada por<br />

Tommasi & Roncarati (1970), foi informalmente dividida por Weinschütz, 2001 em três<br />

intervalos: inferior, formado basicamente por arenitos e diamictitos; médio, correspon<strong>de</strong>ndo a<br />

porção mais lamítica (diamictitos e varvitos) <strong>de</strong>sta unida<strong>de</strong>; e superior, constituindo uma<br />

associação <strong>de</strong> fácies arenosas e lamíticas.<br />

-Formação Mafra - Intervalo inferior<br />

O intervalo inferior da Formação Mafra não está representado na área <strong>de</strong><br />

interesse sendo observado apenas nas adjacências <strong>de</strong>sta. É formado basicamente por arenitos,<br />

com intercalações <strong>de</strong> diamictitos, e está apoiado erosivamente sobre varvitos e diamictitos, <strong>de</strong><br />

coloração marrom-acastanhada da Formação Campo do Tenente. No contato superior (por<br />

falha?) verifica-se arenito muito fino/fino com laminação cruzada clino-ascen<strong>de</strong>nte (Fm. Mafra<br />

intervalo inferior) sendo recoberto abruptamente por varvito com poucos seixos caídos (Fm.<br />

Mafra intervalo médio).<br />

Neste intervalo, duas associações faciológicas se <strong>de</strong>stacam; uma arenosa<br />

basal e uma <strong>de</strong> arenito muito fino e diamictito acima.<br />

Na associação arenosa basal, predominam sucessões com engrossamento<br />

para cima <strong>de</strong> arenitos muito finos à médios, com laminação cruzada clino-ascen<strong>de</strong>nte, laminação<br />

horizontal e estratificação cruzada acanalada, essas estruturas estão contidas em corpos


sigmoidais sugerindo uma origem <strong>de</strong> frente <strong>de</strong>ltaica.<br />

A associação seguinte apresenta diamictito arenoso, maciço, sigmoidal, com clastos<br />

dispersos, intercalado com arenito muito fino/fino liqüefeito (slurry), lenticular/sigmoidal. Nesta<br />

associação também ocorrem diamictitos finamente estratificados, o que proporciona uma forte<br />

semelhança com o “Arenito Mafra” (intervalo superior). Esses <strong>de</strong>pósitos po<strong>de</strong>m ser relacionados<br />

em fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>glaciação (Weinschütz, 2001).<br />

-Formação Mafra - Intervalo médio<br />

O intervalo médio da Formação Mafra interpõe-se entre duas unida<strong>de</strong>s<br />

predominantemente arenosas (intervalos inferior, incluindo o “Arenito Lapa”, e superior,<br />

“Arenito Mafra”). Quatro fácies constituem o intervalo, dispondo-se na seguinte or<strong>de</strong>m:<br />

<br />

siltito/folhelho marinho (topo).<br />

<br />

conglomerado gradando a diamictito.<br />

<br />

diamictito.<br />

<br />

varvito com bancos lamíticos na base.<br />

Apesar <strong>de</strong> estar bem representado em toda a região o contato <strong>de</strong>sse intervalo com o<br />

inferior não está claramente exposto, <strong>de</strong> qualquer modo, o varvito da base do intervalo médio<br />

representaria um “afogamento transgressivo”, semelhante ao do topo <strong>de</strong> ciclos - “formações”<br />

<strong>de</strong> argilosida<strong>de</strong> crescente para cima, propostos por França & Potter (1988).<br />

Esse problema não ocorre no contato com o intervalo superior da Formação Mafra, a<br />

brusca mudança <strong>de</strong> fácies, dos siltitos marinhos para os arenitos fluvio-<strong>de</strong>ltaico-glaciais do<br />

intervalo superior, representa provavelmente um importante limite <strong>de</strong> sequência <strong>de</strong>posicional.<br />

De um modo geral, a sucessão <strong>de</strong> engrossamento textural varvito - diamictito é<br />

claramente “regressiva”, <strong>de</strong> raseamento batimétrico, enquanto o capeamento <strong>de</strong> siltito marinho é<br />

<strong>de</strong> natureza transgressiva. Ciclos T-R semelhantes a esse intervalo, foram <strong>de</strong>scritos em<br />

subsuperfície por Castro (1995), na Formação <strong>Rio</strong> do Sul.<br />

Os perfis po<strong>de</strong>m exibir significativa diferença quando à espessura <strong>de</strong> diamictito. A<br />

situação po<strong>de</strong> sugerir processos <strong>de</strong> erosão do varvito e preenchimento por conglomerado e<br />

diamictito; ou seja, estes po<strong>de</strong>riam representar preenchimento <strong>de</strong> vales formados em uma<br />

<strong>de</strong>glaciação. Assim o ciclo completo “regressivo-transgressivo” seria formado por varvitodiamictito-conglomerado/arenito<br />

e diamictito (<strong>de</strong>glaciação)-siltito marinho, semelhante ao<br />

<strong>de</strong>scrito por Castro (1995).


3.2.3 Relevo/Geomorfologia<br />

Não há estudos específicos sobre relevo e geomorfologia no que diz respeito aos limites<br />

do Parque. Estes estudos serão <strong>de</strong>senvolvidos no <strong>de</strong>correr da implantação <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong><br />

Manejo, conforme planejamento previsto no Encarte IV.<br />

3.2.4 Solos<br />

Não houve ainda estudos específicos sobre os solos, em se tratando especificamente da<br />

área correspon<strong>de</strong>nte à Unida<strong>de</strong>. As informações que se tem são genéricas e estão <strong>de</strong>scritas a<br />

seguir:<br />

SOLOS LITÓLICOS ÁLICOS A proeminente, textura média, fase floresta subtropical<br />

subperenifólia, relevo ondulado, substratos sílticos e arenitos finos. Ra3. São solos poucos<br />

profundos com baixa fertilida<strong>de</strong> natural <strong>de</strong>vido ao alumínio tóxico e muito susceptíveis à erosão.<br />

Apresentam limitação ao uso da motomecanização. Seriam necessários gran<strong>de</strong>s investimentos<br />

com corretivos e fertilizantes, em caso <strong>de</strong> uso com finalida<strong>de</strong>s agrícolas.<br />

3.2.5 Hidrografia/ hidrologia/ Limnologia<br />

3.2.5.1Nascentes e represamentos (tanques artificiais)<br />

A área que abrange o PMSLT possui três nascentes, formando pequenos cursos d’água<br />

que correm em direção ao rio Passa-Três.<br />

A nascente da Gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s é especialmente interessante sob vários aspectos:<br />

primeiro, por ter sido represada e formar um poço on<strong>de</strong> foi construída uma réplica da Gruta <strong>de</strong><br />

Lour<strong>de</strong>s, representando ainda hoje um importante ponto histórico e religioso do Parque.<br />

Antigamente era comum as pessoas fazerem pedidos à Nossa Senhora e jogar moedas nesse<br />

poço ( furnas?), além <strong>de</strong> acen<strong>de</strong>rem velas e rezarem o terço. Hoje, embora as normas do Parque<br />

não permitam mais esse tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, alguns visitantes ainda persistem nesse hábito.<br />

Atravessando a trilha, a nascente forma um curso d’água que escorre morro abaixo, pela


floresta, até o entorno da casa branca, on<strong>de</strong> foram construídas várias cisternas que constituíam<br />

um interessante sistema <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água, na época em que o local funcionava como<br />

Seminário. Esse sistema continha, além das cisternas para a <strong>de</strong>cantação da água que <strong>de</strong>sce do<br />

morro, um represamento <strong>de</strong>ssa água, formando três tanques artificiais. Possuía também um<br />

motor que bombeava a água até a se<strong>de</strong> do seminário. Atualmente as cisternas estão abandonadas<br />

e os tanques servem como um atrativo para visitantes. Possuem uma rica fauna anfíbia e<br />

ictiológica nativa e que necessitam <strong>de</strong> estudos, tanto quanto todo o sistema limnológico do<br />

local. O governo municipal autorizou a colocação, em dois <strong>de</strong>sses tanques, <strong>de</strong> carpas, o que está<br />

ocasionando uma consi<strong>de</strong>rável diminuição da fauna nativa nos dois tanques, se comparados à<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alevinos e girinos do tanque que não possui esses animais exóticos. Também a<br />

composição limnológica está sendo <strong>de</strong>scaracterizada. Propõe-se aqui que seja viabilizado um<br />

estudo a respeito <strong>de</strong> uma possível retirada <strong>de</strong>sses animais, pois , nas épocas <strong>de</strong> cheias, o<br />

esce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> água vaza para o rio Passa-Três, e vários <strong>de</strong>sses animais po<strong>de</strong>m escapar dos<br />

tanques. Porém, nesse estudo <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado o fato <strong>de</strong> que as carpas, na época <strong>de</strong> seca do<br />

rio Passa – Três vêm sido predadas por lontras, o que fez com que a população <strong>de</strong>sses peixes<br />

tenha diminuído bastante. Cerca <strong>de</strong> 200 indivíduos haviam sido colocados nos tanques em 2001,<br />

sendo que em 2003 e 2004 quando se verificou dois períodos longos <strong>de</strong> seca a população sofreu<br />

forte predação. Hoje têm sido observado um grupo com cerca <strong>de</strong> 30 carpas no tanque maior e<br />

apenas 4 animais no tanque menor.<br />

O exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> água que forma os tanques escorre por um morro logo após o local on<strong>de</strong><br />

se encontra o antigo motor <strong>de</strong>sativado, e, cerca <strong>de</strong> 20 metros mais adiante forma uma bela queda<br />

dágua, ainda sem nome, <strong>de</strong> 10m <strong>de</strong> altura, sobre a qual foi construída uma ponte pênsil, como<br />

forma <strong>de</strong> se dispor mais um atrativo para o Parque. A confecção da ponte , além <strong>de</strong> ser um<br />

atrativo, foi também a solução encontrada para evitar que visitantes, em especial adolescentes e<br />

crianças, tomassem banho no local clan<strong>de</strong>stinamente, causando gran<strong>de</strong> impacto no barranco, que<br />

apresenta gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> e correndo também risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. O curso d’água segue por<br />

entre a mata mais 30m, <strong>de</strong>saguando no rio Passa-Três. Esse curso é bastante utilizado por<br />

animais silvestres, em especial lontras, que sobem no sentido contrário à correnteza em busca<br />

das carpas. Historicamente, há registros da década <strong>de</strong> 30 do século XX <strong>de</strong> graxains (Cerdocyoin<br />

thous) que subiam a cachoeira para seguir pelo mato até bem próximo à se<strong>de</strong>. Os registros foram<br />

encontrados em um artigo da revista Vozes <strong>de</strong> Petrópolis, <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Frei Miguel Witte.<br />

Devido à importância <strong>de</strong>sse córrego tanto para o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> animais como para as interrelações<br />

tróficas, propõe-se que sejam feitos estudos nessa região, bem como ao longo do rio


Passa-Três, que faz divisa com o Parque, <strong>de</strong>saguando logo após a divisa do mesmo no rio<br />

<strong>Negro</strong>.<br />

Outra nascente foi encontrada na região do antigo talhão <strong>de</strong> Pinus, que hoje se encontra<br />

em estágio inicial <strong>de</strong> regeneração (vi<strong>de</strong> mapa). Essa nascente forma um pequenino córrego<br />

escorre pelo morro atravessando a trilha do rio Passa –Três e <strong>de</strong>saguando no rio <strong>de</strong> mesmo<br />

nome, a uns 20 m <strong>de</strong> distância à jusante??? do córrego <strong>de</strong>scrito anteriormente. Em períodos <strong>de</strong><br />

seca prolongada, esse córrego <strong>de</strong>saparece. Também nessa região são encontrados vestígios <strong>de</strong><br />

animais silvestres, em especial, fezes <strong>de</strong> capivara, o que sugere que....<br />

Um fio d’água que brota do morro às margens da estrada <strong>de</strong> acesso ao Parque, não teve<br />

ainda localizada sua nascente. Já foram realizadas análises físico-químicas, pela SANEPAR<br />

<strong>de</strong>ssa “bica”, como é popularmente chamada e também da região da gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s, e em<br />

ambos os casos a água foi consi<strong>de</strong>rada imprópria para consumo humano, por apresentar<br />

coliformes totais e fecais acima do mínimo tolerado. Placas <strong>de</strong> advertência foram colocadas,<br />

mas <strong>de</strong>struídas por vândalos. Atualmente, faz-se necessário uma nova análise, para que se<br />

justifique a colocação <strong>de</strong> novas placas. A outra nascente foi localizada em um magnífico<br />

paredão na região <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> situada na área que fica atrás do CACB. Esta nascente<br />

também forma um curso d’água em direção ao rio Passa-Três, Em um local muito próximo à<br />

ponte <strong>de</strong> acesso ao Parque,. Cerca <strong>de</strong> 200m da mesma. Esse paredão possui uma interessante<br />

formação <strong>de</strong> vegetação formada por musgos, pteridófitas, begônias e outras espécies típicas<br />

<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> formação rochosa, que necessitam, ao longo do tempo, <strong>de</strong> estudos. Esse curso<br />

d’água somente se esten<strong>de</strong> até o rio em épocas <strong>de</strong> cheia, sendo que nos períodos <strong>de</strong> seca<br />

<strong>de</strong>saparece por entre a vegetação do morro. A última nascente ocorre no morro dos padres e sai<br />

diretamente na rua. Através <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> potabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta nascente foi concluído que não<br />

serve para consumo humano, <strong>de</strong>vido a altos índices <strong>de</strong> coliformes totais e fecais. Esses<br />

coliformes foram encontrados nas amostras <strong>de</strong>sta nascente <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que esta água foi<br />

contaminada pela re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto da própria se<strong>de</strong> do Parque, antes da viabilização da estação <strong>de</strong><br />

tratamento, para on<strong>de</strong> os resíduos líquidos atualmente são <strong>de</strong>stinados. Seria interessante<br />

reavaliar a potabilida<strong>de</strong> atual a água da bica <strong>de</strong>sta nascente.


<strong>Rio</strong> Passa-Três<br />

<strong>Rio</strong> que nasce <strong>de</strong>ntro do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> (item 2.2.3) e <strong>de</strong>ságua no rio <strong>de</strong> mesmo<br />

nome, o rio Passa-Três faz divisa com o PMSLT. É um rio <strong>de</strong> corre<strong>de</strong>iras, não possui gran<strong>de</strong><br />

extensão (33km), tampouco possui largura e gran<strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. O rio Passa-Três merece mais<br />

atenção e estudos, pois além <strong>de</strong> ser um dos principais afluentes do rio <strong>Negro</strong> apresenta sua mata<br />

ciliar em parte <strong>de</strong> sua extensão bem conservada. Além disso, abriga animais consi<strong>de</strong>rados<br />

indicadores <strong>de</strong> conservação ambiental, como a lontra (Lutra...) É necessário que se obtenha mais<br />

dados sobre o mesmo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a nascente até a região que diz respeito ao Parque, a fim <strong>de</strong> protegêlo<br />

como um todo.<br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong><br />

Nasce na divisa entre Tijucas do Sul e Campo Alegre, em SC. Banha toda a região Sul<br />

do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> numa extensão <strong>de</strong> 100km, possuindo 60m <strong>de</strong> largura e uma<br />

profundida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 3,25m. É um rio Fe<strong>de</strong>ral, sendo o mais importante mamancial do<br />

município. Já foi navegável, mas por conta da <strong>de</strong>struição da sua mata ciliar em várias regiões,<br />

está sofrendo um progressivo processo <strong>de</strong> assoreamento, necessitando <strong>de</strong> medidas que<br />

recuperem a antiga mata ciliar.<br />

A distribuição das nascentes, tanques e rio Passa-Três po<strong>de</strong> ser visualizada na figura<br />

3- III


Figura 3-III


3.2.6 Vegetação<br />

A vegetação secundária ocupa a maior parte da área <strong>de</strong> vegetação florestal no<br />

município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. Historicamente, alguns botânicos herborizaram na região <strong>de</strong> Mafra e<br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. Friedrich Sellow na década <strong>de</strong> 1820 herborizou em Santa Catarina, passando por<br />

regiões próximas a <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. Pe. Raulino Reitz, Roberto Klein e colaboradores, herborizaram<br />

na região <strong>de</strong> Mafra com maior ênfase durante as décadas <strong>de</strong> 1950 e 1960, assim como em em<br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> o fez o botânico Gert Hatschbach.<br />

Na área que abrange o Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa, durante o período em que<br />

funcionou o antigo Seminário Seráfico, Frei Miguel Witte, professor <strong>de</strong> Ciências Naturais <strong>de</strong>ste<br />

Seminário montou a chamada Botânica Frei Veloso, a qual continha um herbário: o herbário<br />

Frei Miguel Witte. Após o fechamento da se<strong>de</strong> dos franciscanos, em 1970, o que sobrou do<br />

acervo <strong>de</strong> Frei Miguel foi enviado ao Seminário Santo Antônio, em Agudos, SP, aos cuidados<br />

<strong>de</strong> Frei Gregório Johnscher, on<strong>de</strong> permaneceu até maio <strong>de</strong> 2003, sendo então novamente<br />

resgatado para <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> através do Herbário que o Centro Ambiental Casa Branca está<br />

viabilizando. O herbário é composto por exsicatas produzidas por frei Miguel e seus alunos<br />

durante a década <strong>de</strong> 1940, e constitui um valioso acervo histórico para o município. Contém<br />

ainda cartas <strong>de</strong> Hoene en<strong>de</strong>reçadas a frei Miguel, em resposta ao envio <strong>de</strong> várias espécies <strong>de</strong><br />

orquidáceas para ao Instituto <strong>de</strong> Botânica <strong>de</strong> São Paulo. O resgate <strong>de</strong>sse material permitirá , no<br />

que diz respeito à pesquisa da flora da região, conhecer as espécies ocorrentes na época e<br />

realizar uma análise ambiental comparativamente aos dias <strong>de</strong> hoje.<br />

O PARQUE SÃO LUÍS DE TOLOSA:<br />

O Parque São Luís <strong>de</strong> Tolosa está localizado em uma área <strong>de</strong> Floresta Ombrófila Mista<br />

( Floresta com Araucária).<br />

Compreen<strong>de</strong> uma área que sofreu por 70 anos intervenções antrópicas em cerca <strong>de</strong> 70%<br />

<strong>de</strong> sua área total.<br />

Evi<strong>de</strong>nciou-se que nas áreas íngremes e, portanto, <strong>de</strong> difícil acesso esta intervenção foi<br />

relativamente menos significativa, enquanto que em áreas próximas à antiga se<strong>de</strong> do Seminário<br />

Seráfico houve gran<strong>de</strong> alteração da floresta primitiva <strong>de</strong>vido à prática <strong>de</strong> pastoreio e lavouras,<br />

implantação <strong>de</strong> reflorestamento e pomares. Devido ainda, à extração <strong>de</strong> espécimes viáveis para


o comércio, sendo esta realizada com muito maior intensida<strong>de</strong> e clan<strong>de</strong>stinamente durante os<br />

30 anos <strong>de</strong> abandono, após a venda e o abandono do imóvel pelos franciscanos.<br />

Através do zoneamento preliminar realizado em 1999/2000, com base na Resolução<br />

CONAMA 02/94, foram <strong>de</strong>finidas áreas <strong>de</strong> vegetação nativa em diversas fases <strong>de</strong> sucessão<br />

secundária, com a <strong>de</strong>terminação das espécies evi<strong>de</strong>ntes em cada uma <strong>de</strong>ssas áreas. Foram<br />

também indicadas as áreas <strong>de</strong>gradadas, as <strong>de</strong> reflorestamento com espécies exóticas e os<br />

bosques artificiais, estes com espécies nativas esparsamente distribuídas entre as exóticas. Para<br />

este plano <strong>de</strong> manejo, foi feita uma atualização do zoneamento vegetal preliminar, re<strong>de</strong>finindo<br />

algumas regiões que hoje encontram-se em outras fases secessionais, que necessitam <strong>de</strong><br />

diferentes estudos para averiguação das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> intervenção para sua recuperação ou<br />

conservação.<br />

Assim sendo, po<strong>de</strong>-se encontrar as seguintes tipologias florestais <strong>de</strong>ntro dos limites do<br />

Parque.<br />

Floresta Secundária em Estágio Avançado – 28 %<br />

Floresta Secundária em Estágio Médio <strong>de</strong> regeneração – 43,5%<br />

Floresta Secundária em Estágio Inicial <strong>de</strong> Regeneração – 11%<br />

Bosques Artificiais – 10%<br />

Reflorestamento <strong>de</strong> pinus – 7,5%<br />

(Foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas as áreas sem vegetação, que compreen<strong>de</strong> a área <strong>de</strong>gradada do<br />

morro, a se<strong>de</strong>, o campo e o estacionamento).<br />

Segundo SCHÄFFER & PROCHNOW (2002), Florestas Secundárias são aquelas<br />

resultantes <strong>de</strong> um processo natural <strong>de</strong> regeneração da vegetação, em áreas on<strong>de</strong> no passado<br />

houve corte raso da floresta primária. Nestes casos quase sempre as terras foram utilizadas para<br />

a agricultura ou patagem e a floresta ressurge espontaneamente após o abandono <strong>de</strong>stas<br />

ativida<strong>de</strong>s.<br />

Ainda <strong>de</strong> acordo com SCHÄFFER & PROCHNOW (2002), também po<strong>de</strong>m ser<br />

consi<strong>de</strong>radas secundárais as florestas muito <strong>de</strong>scaracterizadas por exploração ma<strong>de</strong>ireira<br />

irracional ou por causas naturais , mesmo que nunca tenha havido corte raso e ainda ocorram<br />

árvores remanescentes da vegetação primária.


Floresta Secundária em Estágio Avançado<br />

Esta formação está localizada em áreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> difícil acesso.<br />

Também foi observada essa tipologia na formação <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vale do rio Passa-Três.<br />

Apresenta três estratos arbóreos bem <strong>de</strong>finidos: um dossel pouco representativo,<br />

caracterizado pela presença esparsa do pinheiro Araucaria angustifolia Bert. O Kffze<br />

(Araucariaceae), e apresentando espécies associadas como a imbuia Ocotea porosa (Nees)<br />

Barroso (Lauraceae), e canelas (Lauraceae), com indivíduos que atingem até 20m. Os pinheiros<br />

encontrados são relativamente jovens com DAP médio <strong>de</strong> 40cm, alguns raros ultrapassando<br />

90cm. As imbuias apresentam nas regiões <strong>de</strong> encosta DAP média <strong>de</strong> 1m, algumas poucas<br />

chegando a 2m <strong>de</strong> diâmetro.<br />

Logo abaixo, encontram-se indivíduos <strong>de</strong> até 16m e diâmetro <strong>de</strong> até 40cm. São evi<strong>de</strong>ntes<br />

nessa formação espécies que apresentam altura <strong>de</strong> até 5m como as Myrtaceae araçá Psidium<br />

sp., Guavirova Campomanesia xanthocarpa , pitanga Eugenia uniflora, guamirins, entre outras;<br />

branquilhos Sebastyana comersoniana (Euphorbiaceae), e a popular erva-mate Ilex<br />

paraguariensis (Aquifoliaceae). Além <strong>de</strong> outras consi<strong>de</strong>radas pioneiras, comoRapanea<br />

ferruginea (,Myrsinaceae) vassourão Vernonia discolor e Piptocarpha sp. (Asteraceae), , jerivá<br />

Syagrus romanzoffiana (Palmae) o que caracteriza uma floresta alterada <strong>de</strong>vido à extração<br />

seletiva principalmente <strong>de</strong> pinheiro e <strong>de</strong> imbuia, e a exploração da erva-mate. No sub-bosque<br />

encontram-se muitos indivíduos jovens <strong>de</strong>ssas espécies, além do xaxim Dycsonia sellowiana .<br />

Ao longo do rio Passa-Três a mata é predominantemente constituída <strong>de</strong> cambuís<br />

(Myrtaceae) e branquilhos Sebastiana commersoniana no extrato arbório, que apresentam altura<br />

<strong>de</strong> até 8m; e Pteridium, comum em regiões alagáveis, no herbáceo. É notórea também nesta<br />

região, extremamente úmida,a presença <strong>de</strong> epífitas (Orquidaceae, Bromeliaceae, Pteridaceae) e<br />

cipós lenhosos, além <strong>de</strong> espécies Ombrófilas, como as briófitas.<br />

Por toda entre esta formação foram encontrados vários espécimes <strong>de</strong> Pinus sp., uva-dojapão<br />

Hovenia dulcis ( Rhamnaceae).<br />

Atualmente essas áreas estão classificadas como Florestas em estágio avançado <strong>de</strong><br />

regeneração, <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>scaracterização parcial <strong>de</strong> sua paisagem, como conseqüência do corte<br />

seletivo <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, principalmente da araucária. Porém, novos estudos po<strong>de</strong>m sugerir que se<br />

caracterize essas áreas como sendo Floresta Primária Alterada, pois vários espécimes <strong>de</strong> Ocotea<br />

sp., Ocotea porosa, cuvatão, entre outras, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte foram encontrados, além da Ilex


paraguariensis.. Embora, quantitativamente, as araucárias estão esparsamente distribuídas e são<br />

<strong>de</strong> médio porte.<br />

Floresta Secundária em estágio médio <strong>de</strong> regeneração<br />

São áreas próximas à se<strong>de</strong> e outros pontos turísticos do Parque. São eles: “Gruta <strong>de</strong><br />

Lour<strong>de</strong>s “, o “Campo Santo” , parte da trilha que dá acesso ao Centro Ambiental “Casa Branca”<br />

(a partir do viveiro florestal) e parte da trilha que liga o Campo Santo ao rio Passa -Três.<br />

Com os dados atuais, não se pô<strong>de</strong> discernir muito bem algumas regiões que apresentam<br />

estágio médio <strong>de</strong> sucessão <strong>de</strong> outras em estágio avançado. Observa-se que em alguns locais os<br />

dois estágios sucessionais se entremeiam, sendo difícil separá-las.<br />

Essas área são caracterizadas pela presença do vassourão preto Vernonia discolor<br />

(Asteraceae), <strong>de</strong> até 12m <strong>de</strong> altura, vassourão branco Piptocharpa sp (Asteraceae), o cedro –<br />

rosa Cedrela fissilis (Meliaceae), Myrtaceae, Lauraceae, formando um estrato arbóreo com<br />

indivíduos <strong>de</strong> 4 a 12m <strong>de</strong> altura e diâmetro <strong>de</strong> até 30cm. Esparsamente distribuídas, encontramse<br />

Slonea monosperma (Elaeocarpaceae), Ocotea porosa com diâmetros <strong>de</strong> até30cm,<br />

Araucária angustifólia (Araucariaceae) com diâmetro <strong>de</strong> até 40cm, Ilex paraguariensis. Se faz<br />

presente a cataia Drymis brasiliensis sylvatica (Winteraceae), o leiteiro Sebastiana brasiliensis<br />

(Euphorbiaceae), o pau-<strong>de</strong>-bugre Lithrea brasiliensis (Anacardiaceae), guaçatungas Caesaria<br />

(Flocurtiaceae), capororoca Rapanea ferruginea (Myrsinaceae), Syagrus romanzoffiana .<br />

Além <strong>de</strong> sofrerem extração das espécies nativas viáveis para o comércio essas áreas<br />

foram alteradas pela prática <strong>de</strong> pastoreio <strong>de</strong> inverno e também pela introdução <strong>de</strong> espécies<br />

exóticas especialmente o cipreste Cupressus sempervirens (Cuprecaceae), pinheiro- alemão<br />

Cuninghamia lanceolata (Pinaceae), eucaliptos Eucaliptus sp (Myrtaceae), e hortência<br />

Hidrangea macrophyilla (Saxifragaceae). Essas exóticas (exceto hortência) formam , em alguns<br />

locais, um dossel, utilizado por espécies da fauna arborícolas, em especial o bugio.<br />

Nas bordas das trilhas muito comuns são as Piperaceae, Tibouchinas, Ilex theezans,<br />

Solanaceae, Cedrella, Jacaranda (Bignoniaceae), entre outros.<br />

Cipós e lianas como pente-<strong>de</strong>-macaco Pithecoctenium sp. (Bignoniaceae) e o nhapindá<br />

Acácia sp. (Leguminosae) são bastante comuns.<br />

Em alguns trechos das clareiras provocadas pelo corte das árvores ou queda das mesmas<br />

pela ação dos ventos há predomínio <strong>de</strong> várias espécies <strong>de</strong> taquara (Poaceae), aparentemente,


apresentando comportamento oportunista. Além disso, há a ocorrência <strong>de</strong> vários espécimes<br />

esparsamente distribuídos <strong>de</strong> Pinus sp., Hovenia dulcis, beijinho-<strong>de</strong>-fra<strong>de</strong> e várias espécies <strong>de</strong><br />

Poaceae, todas com comportamento <strong>de</strong> invasoras.<br />

Embora não haja evidências <strong>de</strong> ter sido realizado corte raso nessas regiões, optou-se por<br />

classificar essa formação como floresta secundária, hoje em estágio médio <strong>de</strong> regeneração<br />

<strong>de</strong>vido à intensa exploração que ocorreu na mesma <strong>de</strong>scaracterizando, em alguns pontos, a<br />

formação original.<br />

O sub-bosque é constituído <strong>de</strong> inúmeras Mirtaceae (Eugenia uniflora, Psidium sp.,<br />

Campomanesia xanthocarpa) canelas (Ocotea puberula, Nectandra sp.)., ariticum Annona sp.<br />

(Annonaceae).<br />

Foram encontradas nessas regiões pinheiros muito jovens, com Dap raramente<br />

ultrapassando 40 cm. Cedrella fissilis aparece com freqüência, assim como indivíduos jovens<br />

<strong>de</strong>ssa espécie. Também são evi<strong>de</strong>ntes as Aquifoliaceae Ilex paraguariensis, Ilex theezans..<br />

No estrato herbáceo verifica-se a presença dominante do capim papua (Poaceae)<br />

Também é comum a Íris sibirica (Iridaceae).,<br />

Floresta Secundária em estágio inicial <strong>de</strong> regeneração:<br />

São áreas que sofreram corte raso durante o período em que o imóvel foi ocupado pelos<br />

franciscanos Os objetivos eram a formação <strong>de</strong> um pomar atrás da se<strong>de</strong>; lavouras e pastoreio na<br />

área que margeia a estrada <strong>de</strong> acesso ao atual viveiro florestal e no entorno do CACB; e para<br />

recreação dos seminaristas na área que fica atrás do campo santo. Compreen<strong>de</strong> também a área<br />

do antigo talhão <strong>de</strong> pinus que sofreu corte raso no ano <strong>de</strong> 2000. Essas regiões continuaram a ser<br />

ocupadas por invasores e munícipes após a <strong>de</strong>socupação da área em 1970. Isso se verifica pelo<br />

alto grau <strong>de</strong> intervenção evi<strong>de</strong>nciado até o ano <strong>de</strong> 1994, quando a área foi transformada em<br />

ARIE. A partir daí essas regiões foram a<strong>de</strong>nsadas com espécies nativas.<br />

Atualmente estão sofrendo regeneração natural. Porém, na região do antigo talhão <strong>de</strong><br />

Pinus há uma regeneração natural também <strong>de</strong>sta espécie, necessitando <strong>de</strong> manejo.<br />

São áreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a nidificação <strong>de</strong> várias espécies animais,<br />

especialmente aves.<br />

Essas regiões apresentam dois estratos nítidos: o arbustivo, constituído por exemplares<br />

jovens <strong>de</strong> Asteraceae, como vassourões Vernonia sp., Piptocarpha sp., tupixava Eupatorium<br />

sp., maria-mole Senecio brasiliensis. Também po<strong>de</strong>-se citar a cuvitinga Solanum erianthum


(Solanaceae), quaresmeira Tibouchina mutabilis (Melastomataceae), pimenteira<br />

Capsico<strong>de</strong>ndron sp. (Canellaceae), tarumã Vitex montevi<strong>de</strong>nsis (Verbenaceae), entre outras. No<br />

estrato herbáceo po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar como espécies predominantes o capim papuã (Poaceae),<br />

amorinha branca (Rosaceae), carqueja Bacharis trimera (Asteraceae), Hipomea purpurea entre<br />

outras. A gramíneas exótica capim-elefante Pennisitum (Poaceae),domina a área próxima à<br />

estrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro. Outra Poaceae, Hermatria, também é uma gramínea altamente<br />

invasora, muito frequente na regiáo do antigo pomar. Beijinho-<strong>de</strong>-fra<strong>de</strong> Impatiens sp. Po<strong>de</strong> ser<br />

visualizada por quase toda extensão do Parque.<br />

Bosques artificiais:<br />

São áreas que sofreram inicialmente corte raso e posterior reflorestamento com espécies<br />

introduzidas. No Campo Santo foi i<strong>de</strong>alizado pelos freis um pequeno bosque <strong>de</strong> pinheiro<br />

Cuninghamia lanceolata, que la<strong>de</strong>ia o antigo cemitério. Também há um jardim com hortências<br />

Hidrangea macrophyla, na região on<strong>de</strong> encontravam-se os túmulos, cujas ossadas foram<br />

transferidas para o cemitério municipal. Na área que fica ao lado do antigo campo <strong>de</strong> futebol há<br />

um pomar contendo espécies exóticas como o caqui Diospyrus caqui (Ebenaceae), pereiras<br />

Pyrus comunis (Rosaceae) e nespereiras Fragaria vesca (Rosaceae). Esparsamente distribuídos<br />

entre essas espécies estão o Butia sp. , Vernonia sp., Lithrea brasiliensis .Atráz do campo, p<br />

formou-se um bosque <strong>de</strong> coníferas oriundas da Europa, principalmente Cupressus,<br />

Cunninghamia e Pinus. Encontram-se nessa região espécies nativas esparsamente distribuídas,<br />

tais como Ocotea sp., Ocotea porosa, e Ilex sp. A mesma formação está presente na área <strong>de</strong><br />

entorno do viveiro florestal. Esta prática era comum entre os franciscanos europeus numa<br />

tentativa <strong>de</strong> reproduzir o ecossistema típico <strong>de</strong> seus locais <strong>de</strong> origem.<br />

Reflorestamento <strong>de</strong> pinus:<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong>smatada que sofreu uma regeneração natural <strong>de</strong> Pinus sp. a partir<br />

<strong>de</strong> algumas árvores porta-sementes existentes próximas ao local. Essa área encontra-se na<br />

margem esquerda da estrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro. O pinus se alastra também pela área <strong>de</strong><br />

vegetação inicial contígua a esse reflorestamento e na área <strong>de</strong>gradada do morro dos padres.


Conclusões e recomendações:<br />

A área que compreen<strong>de</strong> o chamado “morro dos padres” , on<strong>de</strong> situa-se o atual Parque<br />

São Luís <strong>de</strong> Tolosa po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como um dos poucos e mais importantes<br />

remanescentes da Floresta com Araucária na região <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, apesar <strong>de</strong> ter sofrido gran<strong>de</strong><br />

ação antrópica, que ocasionou a <strong>de</strong>scaracterização da floresta nativa em algumas áreas. Devido<br />

a isso, faz-se a seguir uma série <strong>de</strong> recomendações que <strong>de</strong>vem ser implantadas com a<br />

homologação <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo, como forma <strong>de</strong> proteger e conservar a diversida<strong>de</strong> vegetal<br />

do Parque e do seu entorno, bem como a fauna que <strong>de</strong>la <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>.<br />

Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novos estudos: Em 1999 foi realizado um zoneamento vegetal preliminar<br />

<strong>de</strong>ntro dos limites do Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa, mas não existem outros estudos<br />

que <strong>de</strong>terminem no município, áreas <strong>de</strong> vegetação primária, tampouco sobre as espécies<br />

florestais típicas, raras, endêmicas ou em extinção. Sabe-se que ainda existem importantes<br />

remanescentes espalhados pela zona rural do município, mas falta dados sobre o grau <strong>de</strong><br />

primitivida<strong>de</strong> e espécies vegetais ocorrentes.<br />

Apesar da intensa exploração clan<strong>de</strong>stina <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e da atuação <strong>de</strong> vândalos e<br />

caçadores durante os 30 anos <strong>de</strong> abandono do imóvel, a área ainda apresenta uma flora<br />

relativamente representativa que abriga diversas espécies da fauna silvestre que exigem um<br />

ambiente pouco alterado para ocorrerem. Propõe-se que outros estudos além do levantamento<br />

realizado para este plano <strong>de</strong> manejo com especialistas em vários grupos vegetais e<br />

fitossociologia sejam posteriormente implementados. Não foi proposto nenhum estudo até hoje<br />

sobre epífitas, grupo que certamente contém espécies endêmicas na região. Tampouco se tem<br />

estudos contemplando grupos como pteridófitas, briófitas ou <strong>de</strong> limnologia. O fato <strong>de</strong> o CACB<br />

possuir um herbário contribui ainda mais para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses estudos, pois tanto o<br />

herbário acondicionará exsicatas como conterá as informações necessárias para apoiar as <strong>de</strong>mais<br />

pesquisas realizadas no Parque.<br />

Perigo <strong>de</strong> contaminação biológica:<br />

Invasão biológica: é o processo <strong>de</strong> introdução e adaptação <strong>de</strong> espécies que não fazem<br />

parte naturalmente <strong>de</strong> um ecossistema, mas se naturalizam e passam a provocar mudanças em<br />

seu funcionamento. A introdução po<strong>de</strong> ser realizada intencional ou aci<strong>de</strong>ntalmente, por vias<br />

humanas ou não (Ziller, 2000).


Espécies exóticas invasoras são aquelas que , uma vez introduzidas a partir <strong>de</strong> outros<br />

ambientes, adaptam-se e passam a reproduzir-se a ponto <strong>de</strong> ocupar o espaço <strong>de</strong> espécies nativas<br />

e produzir alterações nos processos ecológicos naturais, ten<strong>de</strong>ndo a ser dominantes após um<br />

período <strong>de</strong> tempo mais ou menos longo requerido para sua adaptação (Ziller, 2000).<br />

Em se tratando <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação, não existe nenhum sentido em manter,<br />

cultivar ou introduzir espécies exóticas. A Lei do SNUC (2001) proíbe o uso <strong>de</strong> qualquer<br />

espécie exóticas em uma Unida<strong>de</strong>, e a utilização <strong>de</strong> espécies invasoras fere a Lei <strong>de</strong> Crimes<br />

Ambientais.<br />

Existem espécies exóticas distribuídas por toda a extensão do Parque. Algumas se<br />

apresentam como invasoras <strong>de</strong> forma agressiva, como o pinus, a uva-do-japão e a gramínea<br />

hermatria, necessitando <strong>de</strong> um estudo prévio e urgente para posterior manejo que permita, ao<br />

longo dos anos, a erradicação <strong>de</strong>ssas espécies. Em se tratando <strong>de</strong> Hovenia dulcis e Pinus sp.,<br />

existe uma necessida<strong>de</strong> mais urgente <strong>de</strong> manejo, pois existem vários indivíduos adultos que são<br />

matrizes, cujas sementes são facilmente dispersadas pela avifauna e mastofauna, no caso da uvado-japão,<br />

e pelo vento, no caso do pinus. Entretanto, não se sabe o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência da fauna<br />

em relação à uva-do-japão, o que exige estudos prévios para o manejo dos indivíduos adultos. O<br />

beijinho-<strong>de</strong>-fra<strong>de</strong> é igualmente problema para diversos ecossistemas, pois suprime a vegetação<br />

do sub-bosque, ocasionando perda <strong>de</strong> habitat e oferta <strong>de</strong> alimento para a respectiva fauna.<br />

Outras espécies que apresentam potencial invasor como a grevilha ocorrente no estacionamento<br />

do Parque <strong>de</strong>verão ser substituídas por espécies nativas. Sugere-se que isso seja feito tão logo o<br />

plano <strong>de</strong> manejo seja autorizado, pois os indivíduos ainda são <strong>de</strong> pequeno porte. Espécies<br />

introduzidas que não apresentam até o momento potencial invasor, como a hortência ou azaléia<br />

<strong>de</strong>verão ser gradativamente substituídas por nativas. Nenhuma espécie exótica <strong>de</strong>verá ser<br />

utilizada para fins <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento nem mesmo jardinagem.<br />

Existe um projeto <strong>de</strong> paisagismo proposto para o entorno da se<strong>de</strong> que prevê<br />

ajardinamento com inúmeras espécies exóticas tais como: Ligustrum, beijinho, Hera, Ficus,<br />

entre outras. No caso <strong>de</strong>ste projeto for colocado em prática, todas as espécies <strong>de</strong>verão ser<br />

substituídas por nativas, anteriormente produzidas, sem a retirada <strong>de</strong> sementes ou mudas da<br />

floresta nativa existente no Parque. Certamente será um <strong>de</strong>safio, que necessitará mais<br />

conhecimentos, articulação e estratégia, mas é o que as Unida<strong>de</strong>s precisam.<br />

Conservação do entorno: o entorno do Parque encontra-se relativamente bem<br />

conservado, apresentando fragmentos em estágios médio e avançado <strong>de</strong> regeneração que po<strong>de</strong>m


ser a<strong>de</strong>nsados a fim <strong>de</strong> se formar corredores <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>. Segundo Sabóia & Sobânia, o<br />

número <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> aves encontradas por ocasião do inventário no Parque, bem como sua<br />

qualida<strong>de</strong> ambiental se <strong>de</strong>vem principalmente ao estado <strong>de</strong> conservação do entorno. O parque,<br />

com seu 54há não teria como suprir sozinho a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimento e suprimento energético que<br />

esse e outros grupos animais necessitam.<br />

As áreas do entorno que não apresentam conectivida<strong>de</strong> com a Unida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>verão ser<br />

consi<strong>de</strong>radas para formação <strong>de</strong> corredores <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> aumentar o máximo<br />

possível a área a ser conservada, pois mesmo consi<strong>de</strong>rando a Zona <strong>de</strong> Amortecimento do<br />

Parque, a área <strong>de</strong> floresta não é suficiente para a manutenção da fitodiversida<strong>de</strong> da região.<br />

Portanto, po<strong>de</strong>rá não garantir uma variabilida<strong>de</strong> genética para algumas espécies que são<br />

encontradas em estágios mais <strong>de</strong>senvolvidos. Outras, são naturalmente esparsamente<br />

didtribuídas, o que significa que necessitam <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s áreas para manter sua diversida<strong>de</strong> e<br />

perpetuida<strong>de</strong>. Mata ciliar...<br />

Coletas <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong>ntro do Parque e entorno:<br />

<strong>de</strong>vem ser espressamente proibidas coletas <strong>de</strong> sementes ou frutos no parque e seu<br />

entorno, a não ser com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa científica. Essa prática, mesmo que realizada em<br />

pequena escala, e levando-se em conta que se escolhe as sementes ou frutos em melhores<br />

condições <strong>de</strong> germinação para a coleta, po<strong>de</strong>rá comprometer a existência da espécies ao longo<br />

do tempo. Deve-se consi<strong>de</strong>rar aqui que a conservação da biodiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser pensada<br />

perpetuamente. No que diz respeito ao viveiro florestal municipal localizado <strong>de</strong>ntro do Parque,<br />

esta prática foi suprimida. Entretando, em alguma regiões do entorno ela ainda ocorre, em<br />

função <strong>de</strong> que as mudas produzidas são utilizadas no a<strong>de</strong>nsamento das áreas <strong>de</strong> recuperação do<br />

Parque, e serão utilizadas também, no a<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s do entorno, em especial nas<br />

matas ciliares dos rios Passa-Três e <strong>Negro</strong>.<br />

Desmates legais e ilegais<br />

Atualmente não se realiza <strong>de</strong>smates nem corte seletivo <strong>de</strong> plantas nativas <strong>de</strong>ntro do<br />

Parque. Porém, no entorno, sabe-se que ocorrem vários <strong>de</strong>smates ilegais <strong>de</strong> florestas primárias<br />

ou em estágios sucessionais bem avançados. Mesmo os <strong>de</strong>smates com a <strong>de</strong>vida autorização<br />

<strong>de</strong>vem sr repensados, uma vez que se tratam <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s vizinhas <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Conservação. Isso é importante também para evitar que os proprietários não alimentem a idéia<br />

<strong>de</strong> falta <strong>de</strong> preocupação ou fiscalização por parte doParque e <strong>de</strong>mais órgãos envolvidos.


Impacto causado pelos visitantes<br />

O sistema <strong>de</strong> visitação do Parque, tendo em vista a conservação da vegetação nativa,<br />

necessita <strong>de</strong> uma reorientação. A forma um tanto <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada <strong>de</strong> acesso dos visitantes ao<br />

Parque traz como consequência vários impactos ambientais, como a coleta e <strong>de</strong>predação <strong>de</strong><br />

flores, frutos e mudas, dispersão <strong>de</strong> propágulos <strong>de</strong> espécies exóticas, invasão nas picadas <strong>de</strong>ntro<br />

da mata que <strong>de</strong>vem sofrer regeneração e a compactação do solo.<br />

Presença <strong>de</strong> animais domésticos no interior do Parque<br />

O Parque é bastante vulnerável à invasão por animais domésticos, como gatos e<br />

cachorros que predam a fauna <strong>de</strong> pequenos mamíferos e aves, po<strong>de</strong>ndo haver um prejuízo no<br />

que diz respeito à disseminação <strong>de</strong> plantas e também na oferta <strong>de</strong> alimento <strong>de</strong>ntro da ca<strong>de</strong>ia<br />

alimentar.<br />

Risco <strong>de</strong> incêndios<br />

Nas áreas on<strong>de</strong> existem formações ainda iniciais <strong>de</strong> vegetação, há riscos <strong>de</strong> incêndios,<br />

principalmente por <strong>de</strong>scuido do visitante ou até funcionários, que jogam pontas <strong>de</strong> cigarro no<br />

chão. Períodos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seca contribuem ainda mais para esse risco.


3.2.7 Fauna<br />

A FAUNA DE MAMÍFEROS SILVESTRES DO PARQUE MUNICIPAL<br />

ECOTURÍSTICO SÃO LUIS DE TOLOSA E ENTORNO<br />

Mauro <strong>de</strong> Moura -Britto 1 & Alexandro Stella 1<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Abordar sobre a fauna silvestre nativa <strong>de</strong> uma região implica em que enfoquemos quais<br />

as principais características físicas e biológicas, tais como condições climáticas e a vegetação<br />

predominante, ou como está situada em um contexto mais amplo, inserindo-a no tempo e<br />

procurando resgatar informações que nos facilitem a compreensão do que motivou as<br />

modificações existentes.<br />

A situação da área do Parque <strong>Municipal</strong> Ecoturístico São Luis <strong>de</strong> Tolosa (PMSLT), tanto<br />

histórica quanto ambiental, assim como o interesse no resgate <strong>de</strong> informações do local, além da<br />

questão paisagística, motivou a que se envidassem esforços no sentido <strong>de</strong> contribuir com o<br />

plano <strong>de</strong> manejo da área, a fim <strong>de</strong> preservar e conservar este patrimônio histórico-ambiental do<br />

su<strong>de</strong>ste paranaense.<br />

Objetiva-se com isto, levantar todas as informações disponíveis sobre mamíferos para a<br />

região <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e entorno, a partir <strong>de</strong> registros <strong>de</strong> museu, <strong>de</strong> campo e <strong>de</strong> pesquisas feitas em<br />

municípios próximos, com características climáticas e <strong>de</strong> vegetação semelhantes, a fim <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

oferecer ao município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, através do PMSLT, uma orientação para <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> trabalhos futuros com relação à questão da mastofauna silvestre na região. Preten<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>sta<br />

forma abordar sobre a fauna a partir <strong>de</strong> um diagnóstico da situação atual, consi<strong>de</strong>rando-se, a<br />

importância da fauna e qual a sua relação com a questão ambiental local; as influencias<br />

antrópicas quanto aos aspectos regionais e quais as Informações sobre caça na região e<br />

sugestões sobre a condução do problema.<br />

O grupo dos mamíferos é consi<strong>de</strong>rado um dos melhores para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

propostas <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> áreas, em função da existência <strong>de</strong> informações básicas acerca <strong>de</strong><br />

1<br />

1. Biólogo, M.Sc., IAP/DIBAP, en<strong>de</strong>reço eletrônico: britto@pr.gov.br; 2. Biólogo, ERCBA/IAP, Gerente, P.E.<br />

Campinhos.


sua biologia e ecologia, as quais, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> analisadas, po<strong>de</strong>m propiciar à área estudada um<br />

quadro mais realista sobre seu status.<br />

Além disso, tais grupos possuem inúmeras espécies ameaçadas <strong>de</strong> extinção, o que po<strong>de</strong><br />

vir a embasar estratégias <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> programas e políticas conservacionistas, utilizando-as<br />

como espécies “guarda-chuva”.<br />

2. ÁREA DE ESTUDO: CONTEXTO BIOGEOGRÁFICO<br />

O PMSLT situa-se na região Neotropical (MÜLLER, 1979) e está enquadrado na<br />

Província Paranaense, que abarca o extremo sul do Brasil, a oeste da Serra do Mar, até o centro<br />

do <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Sul, o extremo nor<strong>de</strong>ste da Argentina e o leste do Paraguai. Portanto, esta<br />

província pertence ao Domínio Amazônico, cujo território possui clima predominantemente<br />

quente e úmido, coberto por vegetação <strong>de</strong>nsa e com uma flora e fauna abundantes (CABRERA<br />

& WILLINK, 1973).<br />

3. MATERIAL E MÉTODOS<br />

Para a obtenção <strong>de</strong> informações sobre os mamíferos ocorrentes na área do PMSLT,<br />

foram utilizadas estratégias diferenciadas envolvendo pesquisas em museu (Museu <strong>de</strong> História<br />

Natural da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Curitiba) e bibliografia, para a obtenção <strong>de</strong> informações<br />

históricas das espécies ocorrentes na região. Em campo, as espécies foram registradas através<br />

<strong>de</strong> evidências indiretas como presença <strong>de</strong> rastros, fezes, i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> locais <strong>de</strong> alimentação e<br />

abrigo, por meio <strong>de</strong> metodologia tradicional, além <strong>de</strong> evidências diretas através do uso <strong>de</strong> um<br />

Adaptador Fotográfico (Mo<strong>de</strong>lo proposto por Vidolin & Vidolin, 2000), método que vem se<br />

mostrando muito eficiente para a constatação <strong>de</strong> mamíferos em áreas naturais. Foram realizadas<br />

ainda entrevistas com moradores da região e funcionários do Parque. Foram utilizadas também<br />

fotografias aéreas 1:25.000, <strong>de</strong> 1980 e imagens <strong>de</strong> satélite recentes, a fim <strong>de</strong> orientar com<br />

relação aos fragmentos florestais remanescentes e sua relação com possíveis corredores <strong>de</strong><br />

dispersão das espécies da fauna silvestre.


4. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

4.1 DIAGNÓSTICO: A FAUNA OCORRENTE<br />

Existem escassas informações registradas cientificamente, sobre a composição<br />

mastofaunística da região <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. Há poucos registros <strong>de</strong> Museu, constituindo-se na sua<br />

maioria basicamente <strong>de</strong> pequenos roedores, tombados no Museu <strong>de</strong> História Natural do Capão<br />

da Imbuia, em Curitiba.<br />

Quanto ao contexto ecossistêmico no qual está inserida a área em estudo, a Floresta<br />

Ombrófila Mista, estudos realizados recentemente (MIRETZKI; BRAGA & BIANCONI, 2001)<br />

evi<strong>de</strong>nciaram a presença <strong>de</strong> 52 espécies <strong>de</strong> mamíferos, das quais 32 ocorrem ou tem provável<br />

ocorrência no Parque e seu entorno (Tabela 1). Segundo os mesmos autores, os 322 registros<br />

indicaram a presença <strong>de</strong> 9 or<strong>de</strong>ns, 24 famílias e 52 espécies, aproximadamente 40% dos<br />

mamíferos terrestres paranaenses. Por conseguinte, para a área <strong>de</strong> abrangência do PMSLT,<br />

ocorrem cerca <strong>de</strong> 24% das espécies <strong>de</strong> mamíferos terrestres paranaenses.<br />

Tabela 1 – Espécies observadas e <strong>de</strong> provável ocorrência na área <strong>de</strong> abrangência do PMSLT –<br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> - PR<br />

Or<strong>de</strong>m, Família, Espécie nome comum Fonte <strong>de</strong> referencia<br />

MARSUPIALIA<br />

Di<strong>de</strong>lphidae<br />

Di<strong>de</strong>lphis albiventris gambá-<strong>de</strong>-orelha-branca Fotografia 1<br />

Di<strong>de</strong>lphis aurita gambá-<strong>de</strong>-orelha-preta Informação 2<br />

XENARTHRA<br />

Myrmecophagidae<br />

Tamandua tetradactyla tamanduá-mirim Informação 2<br />

Dasypodidae<br />

Dasypus novemcinctus tatu-galinha Informação 2<br />

Euphractus sexcinctus tatu-peludo Informação 2<br />

CHIROPTERA<br />

Vespertilionidae<br />

Lasiurus sp. (?) morcego Fotografia 1<br />

Phyllostomidae<br />

Chrotopterus auritus falso-vampiro Informação 2<br />

Sturnira sp. morcego Informação 2<br />

Molossidae


Molossus sp. morcego Informação 2<br />

PRIMATES<br />

Cebidae<br />

Alouatta guariba bugio Fotografia 1<br />

CARNIVORA<br />

Canidae<br />

Cerdocyon thous cachorro-do-mato Avistamento 3<br />

Procyonidae<br />

Nasua nasua coati Avistamento 3<br />

Mustelidae<br />

Eira barbara irara Informação 2<br />

Lontra longicaudis lontra Vestígios 4<br />

Felidae<br />

Leopardus pardalis jaguatirica Comunicação 5<br />

Leopardus sp. gato-do-mato Comunicação 5<br />

ARTIODACTYLA<br />

Tayassuidae<br />

Pecari tajacu cateto Vestígios 4<br />

Cervidae<br />

Mazama rufina veado-poca Informação 2<br />

Mazama gouazoupira veado-catingueiro Fotografia 1<br />

RODENTIA<br />

Sciuridae<br />

Sciurus aestuans serelepe Avistamento 3<br />

Muridae<br />

Akodon sp. rato-do-mato Informação 2<br />

Akodon serrensis rato-do-mato Informação 2<br />

Akodon matensis rato-do-mato Informação 2<br />

Olygoryzomys sp. rato-do-mato Informação 2<br />

Oryzomys sp. rato-do-mato Informação 2<br />

Oryzomys flavescens rato-do-mato Informação 2<br />

Oryzomys nigripes rato-do-mato Informação 2<br />

Oxymycterus sp. rato-do-mato Informação 2<br />

Nectomys squamipes rato-do-mato Informação 2<br />

Hydrochaeridae<br />

Hydrochaeris Hydrochaeris capivara Vestígios 4<br />

Caviidae<br />

Cavia sp. preá Informação 2<br />

Dasyproctidae<br />

Dasyprocta azarae cutia Comunicação 5<br />

Capromyidae<br />

Myocastor coypus ratão-do-banhado Comunicação 5<br />

Leporidae<br />

Lepus europaeus lebre Informação 2<br />

1.Fotografia: através do adaptador fotográfico ou registro <strong>de</strong> captura eventual; 2. Informação:<br />

registros do Museu <strong>de</strong> História Natural – PMC; 3.Avistamento: observação direta em campo;


4.Vestígios: especialmente coleta <strong>de</strong> rastros por meio <strong>de</strong> contra-mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gesso calcinado e<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> fezes; 5.Comunicação: informação repassada por L. Kozak (PMSLT).<br />

A região do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> está bastante próxima a uma área consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong><br />

alta importância biológica para mamíferos, e consta em mapa <strong>de</strong> áreas prioritárias para a<br />

conservação <strong>de</strong> mamíferos na floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa e campos sulinos, <strong>de</strong>marcada no nor<strong>de</strong>ste<br />

do Estado <strong>de</strong> Santa Catarina (BRASIL, 2000). Com relação à inserção da área ora como Floresta<br />

Ombrófila Mista ora como Floresta Ombrófila Densa, explica-se pela floresta com araucária ter<br />

sido englobada em função <strong>de</strong> algumas similarida<strong>de</strong>s florísticas no contexto da floresta atlântica,<br />

e este conceito atualmente está muito em voga.<br />

4.2 RELATOS SOBRE AS ESPÉCIES<br />

Foram fotografados alguns indivíduos <strong>de</strong> gambá-<strong>de</strong>-orelha-branca (Di<strong>de</strong>lphis<br />

albiventris) (Figura 1) utilizando-se o Adaptador Fotográfico. Estes animais são muito comuns e<br />

têm gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação a vários tipos <strong>de</strong> ambientes, inclusive aqueles alterados<br />

antropicamente. Alguns indivíduos po<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r a se alimentar <strong>de</strong> aves domésticas, causando<br />

prejuízos em certas ocasiões. São noctívagos e alimentam-se <strong>de</strong> frutos silvestres, filhotes e ovos<br />

<strong>de</strong> pássaros e não raro é visto em galinheiros e pombais (LANGE & JABLONSKI, 1998). O<br />

gambá-<strong>de</strong>-orelha-preta (Di<strong>de</strong>lphis aurita) é consi<strong>de</strong>rado como um potencial dispersor <strong>de</strong><br />

sementes, especialmente as <strong>de</strong> Acnistus, Cyphomandra, Solanum, Psidium e Asterostigma<br />

(CÁCERES, 1996; 2003).<br />

Os tatus, com cerca <strong>de</strong> 20 espécies vivendo nas Américas são animais especialmente<br />

adaptados para a vida no solo (SILVA, 1984) e são preferencialmente noturnos sendo, às vezes,<br />

encontrados durante o dia (BECKER & DALPONTE, 1991). O tatu-galinha (Dasypus<br />

novemcinctus), encontrado no PMSLT, é uma espécie bastante comum, que vive em vários tipos<br />

<strong>de</strong> formações vegetais (SILVA, 1984).<br />

Os morcegos que habitam o Novo Mundo, na maioria são noturnos, existindo várias<br />

espécies <strong>de</strong> hábitos crepusculares (SILVA, 1984). Dos morcegos encontrados, Chrotopterus<br />

auritus, é consi<strong>de</strong>rado o maior morcego ocorrente no Brasil, possui hábito alimentar<br />

principalmente carnívoro, além <strong>de</strong> animalívoro e frugívoro (LANGE & STRAUBE, 1988).


Segundo TRAJANO (1984), C. auritus é uma espécie que utiliza abrigos constituídos por rocha<br />

(litófilos), isolados das condições ambientais gerais (em cavernas) e costumam pendurar-se<br />

pelos pés (livres). É espécie carnívora (MIKICH, 2002). Sobre Sturnira sp., po<strong>de</strong>-se dizer que,<br />

em tamanho, são parecidos com os morcegos-vampiros, mas diferenciam-se <strong>de</strong>stes pela<br />

ausência <strong>de</strong> membrana interfemural, forma e tamanho da folha nasal e <strong>de</strong>ntes caninos, entre<br />

outras características (SILVA, 1984). Entre as espécies <strong>de</strong> Sturnira, S. lilium possui dieta<br />

composta basicamente por frutos <strong>de</strong> espécies do gênero Solanum (IUDICA & BONACCORSO,<br />

1997 apud MIKICH, 2002). Quanto a Molossus sp., pertence a um grupo insetívoro (REIS;<br />

PERACCHI & ONUKI, 1993) e habitam lugares secos on<strong>de</strong> a temperatura é mais elevada que a<br />

do meio externo (SILVA, 1984). Lasiurus sp. po<strong>de</strong> ser encontrado geralmente nas folhas secas<br />

retorcidas que possuem cores semelhantes às do morcego e, quando adultos, vivem em grupos<br />

pequenos, geralmente do mesmo sexo (SILVA, 1984), se consi<strong>de</strong>rarmos hábitos semelhantes a<br />

L. ega.<br />

Os bugios (Alouatta guariba) são anualmente avistados no parque, geralmente nos meses<br />

<strong>de</strong> novembro e <strong>de</strong>zembro, especialmente na região próxima ao Centro Ambiental “Casa Branca”<br />

(CACB), em geral nos pinheiros e lauráceas (foto Figura 2). Um casal foi observado no início <strong>de</strong><br />

novembro <strong>de</strong> 2001 na trilha do Horto, tendo ocorrido este fato por dois anos consecutivos (L.<br />

Kozak, com.pes.). São atualmente encontrados com freqüência o ano todo, sempre um casal e<br />

um filhote, que agora já está com mais <strong>de</strong> um ano. No início das visualizações, em 2000/2001, o<br />

casal vocalizava, fato que não tem mais sido observado (L. Kozak, com.pes.). Esta espécie está<br />

atualmente ameaçada <strong>de</strong> extinção no Paraná (MIKICH & BÉRNILS, 2004), pois são<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> áreas florestadas e com baixo nível <strong>de</strong> alteração, e a situação atual no Estado<br />

não condiz com esta exigência ambiental. Experiências <strong>de</strong> reintrodução do bugio-preto ou<br />

guariba (Alouatta caraya) foram realizadas no Parque Nacional <strong>de</strong> Brasília (LINDBERGH &<br />

SANTINI, 1984) e po<strong>de</strong>-se pensar futuramente, na hipótese <strong>de</strong> executar um projeto semelhante<br />

na área do PMSLT e entorno, justamente em função das observações anuais.<br />

O avistamento <strong>de</strong> cachorros-do-mato (Cerdocyon thous) próximo às construções do<br />

PMSLT confirma a hipótese <strong>de</strong> que esta espécie é um tanto versátil, po<strong>de</strong>ndo adaptar-se a vários<br />

tipos <strong>de</strong> ambientes, talvez por sua dieta onívora, constituída por pequenos mamíferos, moluscos,<br />

crustáceos, insetos, répteis, aves e frutos (REDFORD & EISENBERG, 1999). Algumas fotos do<br />

animal foram obtidas através do adaptador fotográfico na trilha <strong>de</strong> acesso ao CACB (foto Figura<br />

3), on<strong>de</strong> foi evi<strong>de</strong>nciado um carreiro do animal, através <strong>de</strong> armadilhas <strong>de</strong> pegadas, i<strong>de</strong>ntificação


<strong>de</strong> cheiro e <strong>de</strong> fezes. L. Kozak (com.pes.) informou ter visto um bando <strong>de</strong>sta espécie, o que é<br />

pouco comum. É um predador importante no controle natural <strong>de</strong> populações <strong>de</strong> ratos, embora<br />

tenha um regime alimentar oportunístico e baseado nisto acredita-se que alguns indivíduos<br />

aprendam a comer galinhas ou ovelhas, causando <strong>de</strong>sta forma alguns prejuízos ao homem,<br />

sendo provável que este hábito aconteça com poucos animais, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma população<br />

(SILVA, 1984). Trabalhos feitos no Uruguai evi<strong>de</strong>nciaram sua preferencia por florestas e áreas<br />

<strong>de</strong> borda, diferentemente do cachorro-do-campo (Pseudalopex gymnocercus), que é encontrado<br />

em áreas mais abertas (REDFORD & EISENBERG, 1999).<br />

Outra espécie plástica, que possui uma dieta semelhante com espectro alimentar amplo, é<br />

o coati (Nasua nasua) visualizado próximo à pequena barragem do córrego que <strong>de</strong>sce da gruta<br />

até as proximida<strong>de</strong>s do CACB. Indivíduos <strong>de</strong>sta espécie têm sido avistados pelos vigias Evaldo<br />

e Clóvis e por L. Kozak em bando na trilha <strong>de</strong> acesso ao CACB, próximo ao rio Passa Três e no<br />

antigo talhão <strong>de</strong> Pinus. O bando é constituído por indivíduos adultos e filhotes e não apresentam<br />

comportamento sinantrópico; CRESPO (1982), consi<strong>de</strong>ra-os animalívoros por excelência, já que<br />

costumam se alimentar bastante <strong>de</strong> insetos; tal diversida<strong>de</strong> alimentar lhes permite ocupar níveis<br />

tróficos variados e importantes que resultam como chave na estrutura das teias tróficas, ao<br />

comportarem-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> como consumidores primários a terciários. MIKICH (2001) estudou a<br />

dieta frugívora do coati em remanescentes <strong>de</strong> floresta estacional semi<strong>de</strong>cidual, revelando o<br />

consumo <strong>de</strong> 60 espécies <strong>de</strong> frutos através <strong>de</strong> amostras fecais principalmente. O interessante é<br />

que, <strong>de</strong> acordo com o autor, o período reprodutivo ocorre no final do ano e coinci<strong>de</strong> com o pico<br />

da precipitação e da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> insetos, mas com a queda na disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> frutos<br />

zoocóricos. Estes entretanto, são consumidos em proporção acima da observada durante o pico<br />

<strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste recurso (março a agosto).<br />

L. Kozak (com. pes., 2002) relatou a morte <strong>de</strong> uma irara (Eira barbara) por<br />

atropelamento, na trilha que dá acesso ao CACB. Outra E. barbara encontrada ferida<br />

provavelmente esbarrou em uma cerca <strong>de</strong> arame farpado existente em um fragmento <strong>de</strong> floresta<br />

próximo à trilha on<strong>de</strong> foi encontrada. Essa cerca era utilizada pelos freis para contenção do gado<br />

e está prevista no planejamento a sua retirada (L. Kozak, com.pes.). A irara é um predador <strong>de</strong><br />

topo <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia, que ocasionalmente causa prejuízos a produtores <strong>de</strong> mel em algumas localida<strong>de</strong>s<br />

da região metropolitana <strong>de</strong> Curitiba. Espécie consi<strong>de</strong>rada periantrópica (apresenta certo grau <strong>de</strong><br />

tolerância à ativida<strong>de</strong> humana) anda tanto no solo como também se utiliza das árvores. CRESPO<br />

(1982), afirma nunca ter visto mais <strong>de</strong> um exemplar, no entanto já foram observadas três iraras<br />

vocalizando e em postura vertical ao lado <strong>de</strong> uma trilha no Parque Estadual <strong>de</strong> Vila Rica do


Espírito Santo, município <strong>de</strong> Fênix (M. Moura-Britto, obs. pes.), no crepúsculo vespertino, o<br />

que é corroborado por SILVA (1984), sobre a maior ativida<strong>de</strong> nas horas crepusculares.<br />

Já a lontra (Lontra longicaudis) é um animal bastante exigente quanto à qualida<strong>de</strong><br />

ambiental, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> rios com uma boa mata ciliar. Isso, somado ao fato <strong>de</strong> sofrer gran<strong>de</strong><br />

pressão cinegética, faz com que, atualmente, se encontre ameaçada <strong>de</strong> extinção. Espécie citada<br />

nas listas da CITES, brasileira e paranaense na categoria vulnerável. Espécie bem adaptada à<br />

vida semi - aquática. Possui hábitos diurnos e noturnos, sendo solitário ou vivendo aos pares,<br />

alimentando-se basicamente <strong>de</strong> peixes e crustáceos, além <strong>de</strong> outros organismos aquáticos<br />

(PARANÁ, 1995). A maior parte dos autos <strong>de</strong> infração do Estado Paraná, são por posse <strong>de</strong><br />

couro (VIDOLIN & MOURA-BRITTO, 1998), confirmando a procura por sua pele, que possui<br />

um alto valor <strong>de</strong> mercado. Sua pele é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>nsa e luxuosa, por isto a caça ao longo dos<br />

séculos, tendo entrado no mercado mundial mais <strong>de</strong> 63.000 peles <strong>de</strong> lontra (RENCTAS, s/d).<br />

Apesar do rio Passa Três apresentar um certo grau <strong>de</strong> poluição, foi constatada sua<br />

presença através <strong>de</strong> rastros e fezes, os quais foram encontrados nas margens compondo,<br />

principalmente, locais <strong>de</strong> alimentação. A distribuição dos vestígios nesses locais e os diferentes<br />

tamanhos das pegadas indicam ser <strong>de</strong> indivíduos distintos. Também foram avistados três<br />

indivíduos nas proximida<strong>de</strong>s da barragem próxima ao CACB, pela equipe <strong>de</strong> ornitólogos que<br />

atuam no PMSLT (J.S. Gruber & R. Sobânia, com.pes. 2002). São perseguidas pelo homem,<br />

especialmente em locais on<strong>de</strong> existam criações <strong>de</strong> peixes, o que as atrai. Foram registradas, no<br />

mesmo período, baixas na população <strong>de</strong> carpas existentes nesse tanque, com algumas cabeças<br />

encontradas nas rochas do rio Passa Três, fato que foi atribuído às lontras, uma vez que <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

junho <strong>de</strong> 2003, está se evi<strong>de</strong>nciando um período <strong>de</strong> seca na região, com gran<strong>de</strong> diminuição do<br />

volume <strong>de</strong> água nos rios provavelmente afetando a dieta do animal, que procurou então, outras<br />

opções <strong>de</strong> alimento.<br />

Os felí<strong>de</strong>os são animais com uma dieta especializada carnívora, ocupando o topo <strong>de</strong><br />

ca<strong>de</strong>ia alimentar e por isso necessitam <strong>de</strong> áreas relativamente gran<strong>de</strong>s e com disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

alimentos. Essas áreas encontram-se extremamente reduzidas a fragmentos. Somada a isso a<br />

intensa e sistemática perseguição humana que sofre, pelo medo, ataques a criações <strong>de</strong> animais<br />

domésticos, pela baixa disponibilida<strong>de</strong> alimentar no ambiente natural e pela caça <strong>de</strong>vido à sua<br />

pele ter um gran<strong>de</strong> valor no mercado clan<strong>de</strong>stino, a atual situação <strong>de</strong>sta família é consi<strong>de</strong>rada<br />

vulnerável e/ou ameaçada.<br />

Além <strong>de</strong> vestígios como fezes, foi encontrada uma toca <strong>de</strong>marcada que foi consi<strong>de</strong>rada<br />

como sendo <strong>de</strong> gato-do-mato (Leopardus sp.). Também foi encontrado um crânio, sem a


mandíbula, que parece ser <strong>de</strong> felino <strong>de</strong> pequeno porte (não i<strong>de</strong>ntificado em nível <strong>de</strong> espécie),<br />

com cerca <strong>de</strong> 8,8 cm <strong>de</strong> comprimento x 6,0 cm <strong>de</strong> largura (as medidas foram estimadas<br />

mediante uma fotografia). Além disso, confirmou-se a presença <strong>de</strong> jaguatirica (Leopardus<br />

pardalis) com o auxílio <strong>de</strong> adaptador fotográfico (foto Figura 4) e pela comunicação da morte<br />

por atropelamento <strong>de</strong> um indivíduo adulto, na estrada que dá acesso ao parque (L. Kozak, com.<br />

pes., 2002). Sua dieta primária consiste <strong>de</strong> pequenos mamíferos, especialmente roedores que são<br />

presas fundamentais em muitas áreas estudadas (OLIVEIRA, 1994).<br />

Com relação à informação obtida <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> veado-poca (Mazama rufina) (Tabela<br />

1), po<strong>de</strong>m ser feitas algumas consi<strong>de</strong>rações. CZERNAY (1987) apud DUARTE & MERINO<br />

(1997), substituiu M. rufina do sul do Brasil por M. nana, o que parece ter sido uma medida<br />

acertada, <strong>de</strong> acordo com DUARTE & MERINO (1997), pois a distância geográfica entre essas<br />

duas populações traz gran<strong>de</strong>s mudanças fenotípicas no sentido <strong>de</strong> promover um isolado<br />

reprodutivo eficiente. Portanto, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar na verda<strong>de</strong> o veado-poca citado na Tabela 1,<br />

como sendo Mazama nana, e a citação como M. rufina permanece, pois é como está i<strong>de</strong>ntificado<br />

em Museu, baseado em exemplar oriundo <strong>de</strong> Quitandinha e coletado em 1985. Provavelmente<br />

sua distribuição ocorre do norte do Paraná ao centro do <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Sul. DUARTE (1996)<br />

encontrou diferenças significativas entre populações do leste e do oeste paranaense, as quais<br />

sugerem que existam duas espécies distintas neste grupo, que ocupa áreas montanhosas e<br />

íngremes, especialmente das serras do interior dos estados <strong>de</strong> Santa Catarina e Paraná, cobertas<br />

<strong>de</strong> vegetação <strong>de</strong>nsa. Sugere também sua inclusão na lista <strong>de</strong> animais ameaçados <strong>de</strong> extinção.<br />

CHEBEZ & VARELA (2001), relatam que M. nana <strong>de</strong>spista seus perseguidores dando<br />

intermináveis voltas entre a vegetação <strong>de</strong>nsa do mesmo modo que a cutia e emite fortes<br />

vocalizações que lhe tem valido o nome <strong>de</strong> “bororó”.<br />

O veado-catingueiro (Mazama gouazoupira), que possui a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação a<br />

áreas alteradas, foi registrado fotograficamente (foto Figura 5) e também visualizado, por ser<br />

uma espécie facilmente perceptível no ambiente, o que o torna alvo fácil <strong>de</strong> caçadores, sofrendo<br />

intensa pressão por parte <strong>de</strong>stes. Indivíduos <strong>de</strong>sta espécie foram, por várias vezes, avistados no<br />

entorno da se<strong>de</strong> principal do PMSLT e no morro <strong>de</strong> acesso ao mesmo tentando entrar nos limites<br />

do PMSLT e se <strong>de</strong>batendo contra a cerca até encontrar um buraco na tela por on<strong>de</strong> conseguiu<br />

a<strong>de</strong>ntrar. Esta espécie possui uma dieta composta por alimentos ricos em proteína e <strong>de</strong> rápida<br />

liberação energética. Essas exigências são atingidas através <strong>de</strong> uma dieta balanceada entre o<br />

consumo <strong>de</strong> brotos e folhas tenras, flores e frutos, cujas proporções variam <strong>de</strong> acordo com a<br />

disponibilida<strong>de</strong> no ambiente e as necessida<strong>de</strong>s dos indivíduos. Portanto, o resultado final


percebido na utilização do habitat pelo veado-catingueiro é uma combinação entre a estrutura do<br />

ambiente e a produtivida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al dos itens alimentares úteis ao animal (PINDER &<br />

LEEUWENBERG, 1997).<br />

Serelepes (Sciurus aestuans) são frequentemente avistados próximo ao Seminário,<br />

principalmente nas palmeiras e nos pinheiros (foto Figura 6), alimentando-se <strong>de</strong> coquinhos e<br />

pinhões. O pinhão <strong>de</strong>sta forma é um elemento importante para a preservação do serelepe e <strong>de</strong><br />

muitos consumidores primários da região, que, por sua vez, são importantes para a preservação<br />

dos pinheiros. O que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como fator para sua presença nestes locais, é a<br />

gran<strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> alimento e a inexistência <strong>de</strong> predadores, e principalmente por terem<br />

<strong>de</strong>senvolvido um comportamento sinantrópico e se acostumado à presença das pessoas,<br />

consi<strong>de</strong>rando-se que no Paraná, isto ocorre apenas no PMSLT, à semelhança <strong>de</strong> seus parentes,<br />

os esquilos norte-americanos, que são comuns em parques e ruas urbanas. Também é<br />

reconhecido como subespécie, Sciurus aestuans ingrami, e ocorre da Bahia ao <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul (EMMONS, 1990). É interessante o estabelecimento <strong>de</strong> uma espécie símbolo para o<br />

PMSLT, que po<strong>de</strong>ria ser o serelepe. Além disto, po<strong>de</strong>ria ser criado um logo específico para a<br />

área, com base na figura <strong>de</strong>ste “simpático” animal.<br />

Foram encontrados muitos vestígios <strong>de</strong> capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) (foto<br />

Figura 7), tais como fezes e pegadas nas margens do rio Passa Três, inclusive locais com<br />

vestígios <strong>de</strong> indivíduos distintos. Este animal sofre gran<strong>de</strong> perseguição humana por atacar<br />

plantações e por sua carne ser bastante apreciada pelos caçadores, já que é espécie com gran<strong>de</strong><br />

interesse cinegético. Em algumas áreas do Estado, aon<strong>de</strong> a pressão <strong>de</strong> caça é menor, as<br />

populações <strong>de</strong>senvolvem-se bem e atacam plantios <strong>de</strong> milho ou arroz, embora isto possa<br />

significar que não há disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> inexistência <strong>de</strong> áreas ribeirinhas<br />

com floresta ciliar. Possui um alto potencial para criação em cativeiro, pois se reproduz bem<br />

após adaptação, e sua carne é bastante apreciada, já existindo autorização do órgão ambiental<br />

fe<strong>de</strong>ral para comercialização por alguns estabelecimentos.<br />

O cateto (Pecari tajacu), não consta nas listas <strong>de</strong> animais ameaçados. É uma espécie que<br />

forma grupos menores do que aqueles <strong>de</strong> queixada (Tayassu pecari), com cerca <strong>de</strong> um a sete<br />

indivíduos (média 3.3) (SCHALLER, 1983). É espécie com ocorrência em algumas regiões do<br />

Estado (Norte, Sudoeste, planície litorânea, região metropolitana <strong>de</strong> Curitiba), sendo alvo <strong>de</strong><br />

caça e cativeiro ilícito (VIDOLIN & MOURA-BRITTO, 1998). A carne e o couro são bastante<br />

apreciados, havendo condições <strong>de</strong> serem criados em cativeiro (NOGUEIRA-FILHO &<br />

LAVORENTI, 1997).


A preá (Cavia aperea) po<strong>de</strong> viver em qualquer tipo <strong>de</strong> vegetação baixa e fechada, como<br />

capinzais, capoeiras, etc., e po<strong>de</strong>m ser observados nas primeiras ou nas últimas horas <strong>de</strong> sol<br />

(SILVA, 1984).<br />

A cutia (Dasyprocta azarae) escon<strong>de</strong>-se em tocas, principalmente em barrancos, sob<br />

raízes ou troncos ocos, <strong>de</strong>itados no solo (SILVA, 1984).<br />

O ratão–do–banhado (Myocastor coypus) foi avistado em 05 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004 em<br />

uma região lodosa do tanque maior próximo ao CACB (L. Kozak, com.pes.). Vivem em<br />

banhados, lagoas, rios ou outros locais com água (SILVA, 1984).<br />

Quanto aos pequenos roedores silvestres, sugere-se um inventário sobre as espécies<br />

atualmente ocorrentes, a fim <strong>de</strong> comparar com as informações obtidas <strong>de</strong> museu.<br />

A lebre (Lepus europaeus) é uma espécie introduzida que atualmente encontra-se<br />

distribuída <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Sul on<strong>de</strong>, segundo QUADROS (2001b), foi registrada pela<br />

primeira vez em 1965 por on<strong>de</strong> entrou no Brasil através da Argentina (lá introduzida em 1888).<br />

Seu limite atual alcança até o estado <strong>de</strong> São Paulo, às margens do <strong>Rio</strong> Tietê (AURICCHIO &<br />

OLMOS, 1999). Hoje é comum e abundante, chegando a causar danos à horticultura.<br />

4.3 ESPÉCIES BIOINDICADORAS<br />

Entre os mamíferos, algumas espécies po<strong>de</strong>m ser utilizadas como bioindicadoras da<br />

qualida<strong>de</strong> ambiental, levando-se em conta a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação a meios diferentes<br />

quanto aos fatores ecológicos. Espécies com maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação representam os<br />

mamíferos que sobrevivem em um ambiente submetido a diferentes graus <strong>de</strong> alteração. Por<br />

outro lado, as espécies com pouca ou nenhuma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação, po<strong>de</strong>m ser boas<br />

indicadoras <strong>de</strong> ambientes primitivos. Espécies arborícolas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> ambientes florestais,<br />

assim, a presença <strong>de</strong> bugios e tamanduá-mirim possivelmente indica florestas com,<br />

relativamente, baixo índice <strong>de</strong> alteração. A ocorrência da lontra, totalmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

cursos d’água, sugere pequeno grau <strong>de</strong> perturbação dos mesmos visto que necessita <strong>de</strong> boa<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento, no caso, peixes e crustáceos. Neste sentido, seria interessante um<br />

levantamento <strong>de</strong>stes recursos nos rios da região e especialmente no Passa Três, para<br />

confirmação da presença <strong>de</strong> espécies-presa da lontra, assim como um trabalho com a espécie, a


fim <strong>de</strong> avaliar sua dieta. Felinos, por serem especialistas carnívoros, habitam ambientes com<br />

pouca alteração ou protegidos. Isso po<strong>de</strong> ser evi<strong>de</strong>nciado pela ocorrência <strong>de</strong> jaguatirica e gatosdo-mato<br />

na área.<br />

Já animais com gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação, como gambás, po<strong>de</strong>m sugerir, quando<br />

presentes em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>, um ambiente alterado. Sua ocorrência no PMSLT po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rada normal, pois as alterações na área <strong>de</strong>correm <strong>de</strong> várias décadas. Isto <strong>de</strong>nota a<br />

importância <strong>de</strong> mais estudos com mamíferos, bem como da preservação da UC, a fim <strong>de</strong><br />

proteger esse importante fragmento florestal na região.<br />

4.4 DECLÍNIO POPULACIONAL<br />

A <strong>de</strong>rrubada das áreas florestadas causa <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, reduzindo o ecossistema a<br />

fragmentos <strong>de</strong> tamanhos médios a pequenos. A consequência disso é que as bordas <strong>de</strong>sses<br />

fragmentos são modificadas drasticamente por ficarem expostas à radiação solar direta e a<br />

pressão dos ventos alterando a composição florística e o microclima e consequentemente, os<br />

habitats e áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> espécies mais sensíveis a estas modificações, ocasionando o<br />

empobrecimento <strong>de</strong> algumas populações.<br />

REDFORD (1997), aborda sobre dois tipos <strong>de</strong> redução da fauna: direta e indireta. Uma<br />

<strong>de</strong>las implica em <strong>de</strong>struição do habitat, especialmente aqueles críticos, utilizados para<br />

nidificação, por exemplo. Outra forma, a direta, trata das caças <strong>de</strong> subsistência e comercial.<br />

Ressalta também que, a preservação da vegetação da floresta tropical, em longo prazo, não será<br />

possível se a sua fauna também não for preservada.<br />

Embora a caça exista <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a existência dos primeiros hominí<strong>de</strong>os, que a praticavam em<br />

grupos (LEAKEY & LEWIN, 1980), não há como a aceitarmos com naturalida<strong>de</strong> atualmente, a<br />

não ser como subsistência em regiões mais atrasadas e remotas, o que se restringe a raras<br />

exceções na região sul. COIMBRA-FILHO (1977), acrescenta que passa a ser inadmissível<br />

mesmo naqueles lugares mais isolados, quando a caça <strong>de</strong> subsistência passa a ser<br />

comercializada.<br />

Um dos primeiros sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>clínio populacional rumo à extinção é o <strong>de</strong>svio na<br />

proporção <strong>de</strong> indivíduos jovens capturados pelos caçadores relativamente a indivíduos adultos e<br />

velhos: quanto maior a pressão <strong>de</strong> caça, maior a tendência a se capturarem mais indivíduos<br />

jovens e menos indivíduos velhos. Quando esse <strong>de</strong>svio se torna por <strong>de</strong>mais acentuado, sendo


superior à mortalida<strong>de</strong> natural da população, esta entra em colapso e <strong>de</strong>saparece (PINDER &<br />

LEEUWENBERG, 1997).<br />

Na Região Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba há o predomínio da caça como tipo <strong>de</strong> infração,<br />

como relatado por VIDOLIN & MOURA-BRITTO (1998) e cremos que a região <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong><br />

não <strong>de</strong>ve fugir a esta regra, pois <strong>de</strong>ve sofrer as mesmas influências observadas no entorno <strong>de</strong><br />

Curitiba, visto terem tido tipos semelhantes <strong>de</strong> colonização.<br />

O impacto da caça sobre espécies <strong>de</strong> mamíferos e da avifauna foi avaliado por<br />

CULLEN-Jr., BODMER & VALLADARES-PÁDUA (2000), em fragmentos da floresta<br />

Atlântica no estado <strong>de</strong> São Paulo. Foi comum o registro da caça a porcos-do-mato (Pecari<br />

tajacu e T. pecari), anta (Tapirus terrestris), veados (Mazama americana e M. gouazoupira),<br />

tatus (Dasypus novemcinctus) e cutias (Dasyprocta azarae), além <strong>de</strong> outras espécies menos<br />

pressionadas como bugios (Alouatta guariba) e macacos-prego (Cebus nigritus). Os<br />

efeitos da caça na região sudoeste do estado <strong>de</strong> São Paulo foram medidos pelas alterações na<br />

abundância relativa das espécies em quatro fragmentos com tamanhos similares (cerca <strong>de</strong> 2.000<br />

ha cada), mas diferentes pressões <strong>de</strong> caça. Estas informações foram comparadas com resultados<br />

<strong>de</strong> abundância <strong>de</strong> espécies em uma gran<strong>de</strong> unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> 35.000 ha (P.E. Morro do<br />

Diabo). Os resultados apontaram que processos biológicos acelerados pela fragmentação po<strong>de</strong>m<br />

fazer com que populações isoladas tornem-se mais vulneráveis à sobrecaça e, além disso, estas<br />

populações estão mais acessíveis tanto a predadores silvestres como a humanos. Todos estes<br />

fatores ten<strong>de</strong>m a alterar a resistência das espécies à caça e aumentar o impacto <strong>de</strong>sta em<br />

pequenas florestas isoladas. O impacto da caça exacerba os efeitos da fragmentação e é provável<br />

que seja o principal fator para o esvaziamento dos fragmentos florestais <strong>de</strong> espécies cinegéticas,<br />

em curto prazo.<br />

Outro fato que po<strong>de</strong> acarretar danos à qualida<strong>de</strong> faunística é o atropelamento <strong>de</strong> animais.<br />

Na estrada <strong>de</strong> acesso principal ao PMSLT, foi constatada a morte <strong>de</strong> uma jaguatirica e uma<br />

irara, provavelmente por atropelamento (L. Kozak, com.pes., 2002).<br />

FISCHER (1997) avaliou os efeitos da BR-262 na mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vertebrados silvestres,<br />

na região do Pantanal, Mato Grosso do Sul, que possui uma diversida<strong>de</strong> muito superior a que<br />

hoje po<strong>de</strong>mos contemplar na região em estudo, em se tratando <strong>de</strong> vertebrados silvestres. Este<br />

estudo revelou alta riqueza <strong>de</strong> espécies atropeladas e índices preocupantes. Concluiu que havia<br />

uma taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 16,8 atropelamentos/mês, no ano <strong>de</strong> 1990, <strong>de</strong> 30<br />

atropelamentos/mês em 1992 e que em 1997, a mortalida<strong>de</strong> atingiu 105 atropelamentos/mês<br />

(três mortes /dia). Esta análise envolveu a influência do <strong>de</strong>senho paisagístico da estrada, a


presença <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> atração dos animais na borda da estrada e o mapeamento da diversida<strong>de</strong>,<br />

distribuição das espécies, e taxas <strong>de</strong> atropelamento ao longo da rodovia, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar os<br />

padrões <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>. Todos estes dados permitiram estimar o status <strong>de</strong> conservação local,<br />

indicando as áreas <strong>de</strong> risco para a vida selvagem, e encaminhando propostas quanto às formas<br />

<strong>de</strong> manejo ao longo da rodovia.<br />

Outras informações sobre metodologias utilizadas constam em FARIA & MORENI<br />

(2000), que avaliaram o impacto da SP-613 no Parque Estadual do Morro do Diabo, em<br />

Teodoro Sampaio, sudoeste <strong>de</strong> São Paulo, contabilizando nove anos <strong>de</strong> monitoramento, com um<br />

total <strong>de</strong> 182 indivíduos mortos e 25 espécies i<strong>de</strong>ntificadas. Além disso, obtiveram dados sobre<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrências por espécie e sazonais, finalizando com propostas <strong>de</strong> construção <strong>de</strong><br />

túneis e alambrados nos pontos críticos em conformida<strong>de</strong> com o monitoramento efetuado,<br />

propondo inclusive plantio <strong>de</strong> árvores para corredores aéreos. A avaliação da eficácia da<br />

implantação <strong>de</strong>stes elementos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um monitoramento constante, que vai<br />

indicar a cada período que medidas po<strong>de</strong>m ou <strong>de</strong>vem ser tomadas com relação à preservação da<br />

fauna.<br />

Foi levantada uma cerca que limita parte do PMSLT com relação à estrada, e esta<br />

medida mostrou-se significativa na redução dos atropelamentos. Porém, a questão que nos<br />

preocupa é se esta medida po<strong>de</strong> impedir que os animais transitem livremente para outros<br />

fragmentos <strong>de</strong> floresta e efetuar o <strong>de</strong>slocamento natural pela área, ou mesmo interferir nos<br />

padrões <strong>de</strong> comportamento em seu território, a ponto <strong>de</strong> prejudicar, em longo prazo, a<br />

perpetuação <strong>de</strong> espécies na região. O fato <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>rem utilizar mais aquele carreiro po<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

alguma forma comprometer ou já ter comprometido, o comportamento <strong>de</strong> algumas espécies no<br />

local. Esta questão necessita <strong>de</strong> uma avaliação mais aprofundada, pois na maioria vezes,<br />

procura-se manter o carreiro, modificando-se ou favorecendo o uso por meio <strong>de</strong> túneis ou<br />

pontes. De qualquer forma a instalação <strong>de</strong> cercas e construção <strong>de</strong> passagens sob e sobre<br />

rodovias, foram soluções que funcionaram mo<strong>de</strong>radamente em outros locais, como na França,<br />

principalmente para ungulados (LODÉ, 2000 apud CÂNDIDO-Jr. et al., 2002). RODRIGUES<br />

et al., (2002), propõe como ação mitigadora, a redução do limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, com instalação<br />

<strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, como radares e barreiras eletrônicas ou obstáculos<br />

físicos (quebra-molas), pois <strong>de</strong> outra forma o limite não é respeitado, além da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

pontos críticos, a fim <strong>de</strong> tornar mais objetiva a instalação das placas com relação ao trânsito <strong>de</strong><br />

veículos.


Uma das características mais marcantes da região do PMSLT e seu entorno é que,<br />

comparando-se com outros municípios, este possui mais áreas <strong>de</strong> floresta, mesmo que já<br />

exploradas e em vários estágios <strong>de</strong> sucessão, predominando os fragmentos em estágio<br />

secundário ou primário explorado seletivamente.<br />

Isto garante uma característica tal que favorece a dispersão da gran<strong>de</strong> maioria das<br />

espécies, além <strong>de</strong> prover, teoricamente (não está sendo avaliado este item), alimento à fauna em<br />

geral. No entanto, não existem evidências <strong>de</strong> presença <strong>de</strong> predadores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, tratandose<br />

neste caso especificamente <strong>de</strong> mamíferos. Isto po<strong>de</strong> ocorrer por vários motivos: a) não há<br />

registro por falta <strong>de</strong> informação por parte da população, em face <strong>de</strong> não ser um município que<br />

explore a criação <strong>de</strong> gado, seja bovino ou caprino, não sendo por isso motivo <strong>de</strong> reclamações; b)<br />

houve uma perseguição acentuada à estas espécies, ocasionando o <strong>de</strong>saparecimento local,<br />

especialmente <strong>de</strong> suçuarana (Puma concolor), que possui registros <strong>de</strong> oito anos atrás (ago/1996,<br />

animal atropelado; nov/1996, predação a suínos, para o município <strong>de</strong> Mandirituba, que dista<br />

cerca <strong>de</strong> 78 km <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> (obs. pess).); <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos para o município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> Negrinho, que<br />

dista cerca <strong>de</strong> 52 km e Campo Alegre, cerca <strong>de</strong> 88 km, ambos em Santa Catarina (MAZZOLLI,<br />

1993); c) a área não se mostra favorável atualmente, <strong>de</strong>vido a uma sobrecaça intensiva das<br />

presas <strong>de</strong> onças (mamíferos <strong>de</strong> pequeno e médio porte), o que ocasionou ao longo do tempo, a<br />

procura <strong>de</strong> outros ambientes com maior ocorrência <strong>de</strong> presas. QUADROS (2001) relata para<br />

uma área <strong>de</strong> floresta Ombrófila <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> planície em Itapoá, SC, com base na análise <strong>de</strong> pelos<br />

através <strong>de</strong> microscopia óptica, a predação das seguintes espécies: gambá-<strong>de</strong>-orelha-preta<br />

(Di<strong>de</strong>lphis aurita), macaco-prego (Cebus nigritus), tamanduá-<strong>de</strong>-colete (Tamandua<br />

tetradactyla), tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), anta (Tapirus terrestris), cateto (Pecari<br />

tajacu), veados (Mazama spp.), ouriço-cacheiro (Sphiggurus sp.), paca (Agouti paca), cutia<br />

(Dasyprocta azarae), capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) e tapiti (Sylvilagus brasiliensis).<br />

No item b) citado acima, um caso <strong>de</strong> ataque <strong>de</strong> P. concolor a suínos, o encontro <strong>de</strong><br />

vestígios da presença no local, na região <strong>de</strong> Mandirituba, indicou ocorrência mais freqüente das<br />

onças, além da proximida<strong>de</strong> com a Serra, a sudoeste. Supôs-se, pelas informações coletadas, que<br />

aqueles felinos provinham da região serrana próxima, já que há muito tempo não eram<br />

observados naquele município. É esta suposição que também po<strong>de</strong> ajudar a compreen<strong>de</strong>r no<br />

futuro, a inexistência <strong>de</strong> informações sobre suçuarana na região <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>: o território atual<br />

<strong>de</strong>sta espécie restringe-se à área da Serra e dali po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>slocar-se quando há ativida<strong>de</strong>s<br />

antrópicas que os afugentem. Há concordância com estas suposições em MAZZOLLI (1993),<br />

que ressalta uma gran<strong>de</strong> familiarida<strong>de</strong> com a presença da suçuarana na região serrana <strong>de</strong> Santa


Catarina, “até porque é comum abaterem estes animais geralmente guardando peças do<br />

esqueleto e pele como troféus”. Outro fato relevante é a citação, <strong>de</strong>ste mesmo autor, <strong>de</strong> que as<br />

áreas <strong>de</strong> ocorrência, são geralmente locais <strong>de</strong> vegetação primária remanescente acima dos 800 m<br />

<strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Segundo o plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, o pico mais elevado no<br />

município situa-se entre as localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Campina dos Anjos e Lençol, e o Morro do Cavalo<br />

Branco, com 947 m, o que corrobora a tese <strong>de</strong> que a presença da suçuarana no município, po<strong>de</strong><br />

estar sendo afetada por fatores antrópicos cinegéticos.<br />

Existem algumas evidências <strong>de</strong> que estamos nos <strong>de</strong>frontando com um tema que tem sido<br />

muito <strong>de</strong>batido na literatura, que é o conceito da “floresta vazia”. Seria produtivo que se<br />

avaliasse melhor o contexto <strong>de</strong> ocorrência das espécies na região, antes <strong>de</strong> encerrar a discussão a<br />

respeito, pois <strong>de</strong>veria haver muito maior presença <strong>de</strong> variadas espécies do que tem sido<br />

percebido, em face da área florestal existente, maior do que a média <strong>de</strong> municípios paranaenses.<br />

Os corredores <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> são uma estratégia para que se possa interconectar os<br />

fragmentos florestais <strong>de</strong> tal forma que funcionem como um agente dispersor e estimulador da<br />

variabilida<strong>de</strong> genética (COELHO, 2003). É interessante então, que seja <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado um<br />

trabalho <strong>de</strong> recomposição <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação permanente no município, pois esta é a forma<br />

mais concreta <strong>de</strong> se promover a composição <strong>de</strong> corredores ecológicos, propiciando a dispersão<br />

das várias espécies. Existem outras várias formas <strong>de</strong> se conduzir projetos <strong>de</strong>ste gênero e uma<br />

das mais aceitáveis é a <strong>de</strong> estudar preliminarmente quais as principais espécies <strong>de</strong> gramíneas,<br />

arbustivas e arbóreas, que se adaptam melhor às várias e diferentes condições ambientais, a fim<br />

<strong>de</strong> se promover a recuperação <strong>de</strong> algumas das áreas <strong>de</strong>gradadas, obe<strong>de</strong>cendo <strong>de</strong> forma o mais<br />

próxima possível, uma sucessão ecológica natural. MIKICH; SILVA & MOURA-BRITTO<br />

(1999), discutem estratégias propostas <strong>de</strong> implementação sob esta óptica.<br />

Uma outra questão importante com respeito à região <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> é a seguinte: o<br />

entorno requer a criação <strong>de</strong> uma APA? Se avaliarmos a cobertura florestal existente, seria<br />

interessante discutir exaustivamente para que se chegue a um consenso sobre se é ou não <strong>de</strong><br />

interesse a criação <strong>de</strong> uma Área <strong>de</strong> Proteção Ambiental (APA) e que tipo <strong>de</strong> vantagens esta<br />

medida traria ao (s) município (s) componentes. Antes <strong>de</strong> se pensar em realizar um encontro a<br />

respeito, <strong>de</strong>ve-se estabelecer algumas premissas básicas para uma discussão mais aprofundada.<br />

Uma primeira questão seria se uma APA municipal já atingiria o objetivo conservacionista<br />

proposto e consequentemente, como po<strong>de</strong>ria ser estabelecida uma área que abarcasse além <strong>de</strong><br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, mais outros dois ou três municípios e se os interesses seriam coinci<strong>de</strong>ntes. Ainda,<br />

<strong>de</strong>ve ser avaliado se há interesse do município em assumir uma APA, alterar seu planejamento e


assumir uma gestão ambiental, o que envolve uma modificação da visão <strong>de</strong> uso dos solos e<br />

também a opinião da socieda<strong>de</strong> local.<br />

4.5 QUALIDADE AMBIENTAL DA ÁREA<br />

Foram feitas algumas incursões na área <strong>de</strong> entorno do PMSLT, o que permitiu notar a<br />

distribuição <strong>de</strong> um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> remanescentes florestais em vários estágios <strong>de</strong><br />

sucessão, o que foi reforçado com a análise <strong>de</strong> fotos aéreas <strong>de</strong> 1: 25.000, datadas <strong>de</strong> 1980. Um<br />

estudo da sua distribuição po<strong>de</strong>rá evi<strong>de</strong>nciar a melhor forma <strong>de</strong> se estabelecer alguns corredores<br />

<strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>.<br />

Finalmente, para o PMSLT seria interessante que fosse estabelecida uma espécie<br />

símbolo para a divulgação <strong>de</strong> campanhas e estudos. A espécie que mais está relacionada à<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação, e que melhor caracteriza o PMSLT <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o conhecemos, é o<br />

serelepe, pois em nenhuma outra área do sul ou su<strong>de</strong>ste do Paraná, indivíduos <strong>de</strong>sta espécie se<br />

aproximam tanto do visitante como observado em <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.<br />

5. CONCLUSÕES<br />

Foi verificada a ocorrência <strong>de</strong> 32 espécies <strong>de</strong> mamíferos para o PMSLT e entorno,<br />

através <strong>de</strong> registros <strong>de</strong> museu, vestígios, avistamento e fotografia.<br />

Na área <strong>de</strong> abrangência do PMSLT, ocorrem cerca <strong>de</strong> 24% das espécies <strong>de</strong> mamíferos<br />

terrestres paranaenses.<br />

A região do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> está bastante próxima a uma área consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong><br />

alta importância biológica para mamíferos, o que a torna importante área <strong>de</strong> conservação.<br />

Inexistem informações confiáveis sobre um predador <strong>de</strong> topo <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia, ainda ocorrente<br />

no Paraná, a suçuarana (Puma concolor), o que induz a que estendamos a preocupação a outras<br />

espécies importantes no controle <strong>de</strong> populações <strong>de</strong> herbívoros.


6. PROPOSTAS<br />

Sugere-se que estudos posteriores a serem propostos possam ser viabilizados pelas<br />

indústrias que promovem supressão vegetal para cultivo <strong>de</strong> fumo e Pinus, como uma<br />

compensação pelos impactos ambientais na região.<br />

Propõe-se como ação mitigadora, a redução do limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> na área da estrada<br />

marginal ao PMSLT (30 km/h?) ou com colocação <strong>de</strong> obstáculos físicos (quebra-molas), além<br />

da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> pontos críticos, por meio <strong>de</strong> metodologia apropriada. Sugere-se também a<br />

instalação <strong>de</strong> placas com silhuetas <strong>de</strong> animais e com limites <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, para chamar a<br />

atenção dos visitantes do PMSLT, além <strong>de</strong> divulgar um programa <strong>de</strong> informação a respeito.<br />

Outra proposta é <strong>de</strong> que seja elaborado um mapeamento da atual situação da caça da<br />

região e que, em cima dos dados obtidos, seja planejado um programa <strong>de</strong> sensibilização da<br />

população, além da implantação <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> fiscalização mais ostensivo, com apoio do<br />

Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Batalhão <strong>de</strong> Polícia Florestal (BPFlo).<br />

Deve-se avaliar o percentual ou índice florestal, em relação à área do município, a fim <strong>de</strong><br />

compará-lo futuramente com outros municípios na continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste trabalho e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sta<br />

forma se estabelecer um índice florestal para a região.<br />

Propõe-se um estudo sobre a viabilida<strong>de</strong> da reintrodução do bugio (Alouatta guariba) na<br />

área do PMSLT e entorno, em face <strong>de</strong> frequência com que são avistados indivíduos (embora em<br />

baixa quantida<strong>de</strong>).<br />

Propõe-se um Inventário da mastofauna em variados ambientes no entorno do PMSLT, a<br />

fim <strong>de</strong> melhor avaliar a ocorrência das espécies <strong>de</strong> interesse cinegético na região e testar a teoria<br />

da “floresta vazia”.<br />

Em face da importância dos morcegos na influencia da estrutura da vegetação, através do<br />

consumo <strong>de</strong> diversos frutos, sugere-se o inventário no PMSLT e entorno.<br />

É interessante que seja executado um levantamento da fauna <strong>de</strong> invertebrados e<br />

vertebrados ocorrentes em rios da região e especialmente no Passa Três, para confirmação da<br />

presença <strong>de</strong> espécies - presa da lontra, assim como um trabalho com a espécie, a fim <strong>de</strong> avaliar<br />

sua dieta.<br />

Promover a composição e implementação <strong>de</strong> corredores ecológicos, mediante um<br />

trabalho <strong>de</strong> recomposição <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação permanente no município, propiciando a<br />

melhor dispersão das espécies ocorrentes na área do PMSLT e entorno.


Discutir a proposta <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> uma APA na região, entre os componentes das<br />

secretarias envolvidas direta e indiretamente com a questão, com possíveis parceiros e com a<br />

comunida<strong>de</strong>.<br />

Propõe-se o estabelecimento <strong>de</strong> uma espécie símbolo para o PMSLT: o serelepe. Além<br />

disto, propõe-se também a criação <strong>de</strong> um logo com base na figura <strong>de</strong>ste animal.<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos. Somos gratos a Lenita Kozak pelo apoio constante,<br />

participação, informações e leitura crítica do texto; Fernanda Braga, A<strong>de</strong>mar Cabeças-Filho,<br />

Viviane Simiano, Dennis Patrocínio, por apoio ao trabalho, auxílio em etapas diferenciadas e<br />

leitura do texto.


7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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ORDEM CHIROPTERA<br />

Carolina Scultori<br />

Os morcegos (Or<strong>de</strong>m Chiroptera) são os únicos mamíferos com real capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vôo,<br />

sendo a segunda or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Ro<strong>de</strong>ntia com maior número <strong>de</strong> espécies (Nowak, 1991),<br />

apresentando uma ampla distribuição geográfica. A or<strong>de</strong>m Chiroptera possui cerca <strong>de</strong> 930<br />

espécies (Koopman, 1993), representando aproximadamente um quarto da fauna <strong>de</strong> mamíferos<br />

do mundo.<br />

Esses animais possuem uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hábitos alimentares como insetívoros,<br />

frugívoros, nectarívoros, carnívoros, piscívoros, sanguívoros e onívoros. Os morcegos<br />

<strong>de</strong>sempenham um importante papel no ambiente, como controlar as populações <strong>de</strong> insetos<br />

(Kunz, 1974), polinizarem muitas espécies <strong>de</strong> plantas (Sazima & Sazima, 1975) e dispersar<br />

sementes (Uieda & Vasconcelos-Neto, 1985). Alguns autores acreditam que um quarto das<br />

espécies <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong> algumas florestas seja dispersas pelos morcegos (Humprey &<br />

Bonaccorso, 1979).<br />

No Brasil são encontradas 148 espécies <strong>de</strong> morcegos (Reis, 2002). No Estado do<br />

Paraná foram i<strong>de</strong>ntificadas 54 espécies <strong>de</strong> morcegos, sendo que para a Floresta Ombrófila Mista<br />

apenas 36 espécies foram catalogadas, representando cerca <strong>de</strong> 68% da fauna <strong>de</strong> quirópteros<br />

encontradas para o Estado (Miretzki, 2003).<br />

No Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa foram encontradas até o momento <strong>de</strong>z<br />

espécies <strong>de</strong> morcegos, pertencentes a duas famílias: Phyllostomidae (3 espécies; 30% do total):<br />

Artibeus lituratus, Pygo<strong>de</strong>rma bilabiatum e Sturnira lilium; Vespertilionidae (7; 70%):<br />

Eptesicus brasiliensis, E. furinalis, Histiotus velatus, Myotis nigricans, M. ruber, Myotis sp1,<br />

Myotis sp2. Tal riqueza representa 28% das espécies <strong>de</strong> quirópteros com ocorrência confirmada<br />

para a FA paranaense (N=36), havendo predomínio <strong>de</strong> insetívoros (Vespertilionidae).


Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar a importância do PMSLT na conservação das espécies <strong>de</strong> morcegos<br />

pela ocorrência <strong>de</strong> Myotis ruber, espécie presente nas listas brasileira e paranaense <strong>de</strong> espécies<br />

ameaçadas <strong>de</strong> extinção, que foi encontrada no parque.<br />

Tabela 1. Morcegos capturados no PMSLT com suas respectivas guildas alimentares.<br />

Família Espécie Guilda<br />

Phyllostomidae Artibeus lituratus Frugívoro<br />

Pygo<strong>de</strong>rma bilabiatum Frugívoro<br />

Sturnira lilium<br />

Frugívoro<br />

Vespertilionidae Eptesicus brasiliensis Insetívoro<br />

Eptesicus furinalis Insetívoro<br />

Histiotus velatus<br />

Insetívoro<br />

Myotis nigricans<br />

Insetívoro<br />

Myotis ruber<br />

Insetívoro<br />

Myotis sp. 1<br />

Insetívoro<br />

Myotis sp. 2<br />

Insetívoro<br />

Total: 2 famílias 10 espécies 2 guildas


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PROJETO<br />

EXECUÇÃO: BIÓLOGA JOSIANE SABÓIA<br />

TESTANDO ASSIMETRIA FLUTUANTE EM TROGLOTYDES MUSCULUS (CORRUÍRA) EM UMA ÁREA DE<br />

FLORESTA OMBRÓFILA MISTA NO PARANÁ.


Introdução<br />

Assimetria flutuante é a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos <strong>de</strong>senvolverem caracteres<br />

bilaterais (asa, cauda, tarso, bico) com precisão. A assimetria não é adaptativa e sim uma<br />

interação do genótipo e o ambiente on<strong>de</strong> o indivíduo se <strong>de</strong>senvolve (Moller e Swaddle, 1997).<br />

Por isso a assimetria flutuante vem sendo estudada como índice <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> fenotípica<br />

individual em estudos <strong>de</strong> biologia reprodutiva, mostrando a relação entre o sucesso reprodutivo<br />

e a assimetria flutuante. Por exemplo, um indivíduo po<strong>de</strong> gerar assimetria em caracteres<br />

bilaterais por um estresse gerado durante o <strong>de</strong>senvolvimento; um exemplo <strong>de</strong> estresse é a<br />

diminuição <strong>de</strong> oferta alimentar durante o <strong>de</strong>senvolvimento do indivíduo.<br />

Este estudo vem verificar a possível existência <strong>de</strong> assimetria flutuante em<br />

indivíduos com dificulda<strong>de</strong>s no <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Objetivos:<br />

Será estudada a importância <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões reprodutivas atuais para sucesso reprodutivo<br />

futuro. Um investimento reprodutivo po<strong>de</strong> gerar consequências no sucesso reprodutivo da vida<br />

<strong>de</strong> um organismo. Por exemplo, o tamanho <strong>de</strong> prole em que investe um casal, po<strong>de</strong> ter custos<br />

reprodutivos no futuro; a energia gasta agora, reduz energia para amanhã.<br />

A alimentação, assimetria flutuante dos filhotes e o sucesso reprodutivo <strong>de</strong> proles<br />

futuras, serão comparados entre ninhos <strong>de</strong> tamanho <strong>de</strong> proles diferentes naturalmente e<br />

experimentalmente. O número <strong>de</strong> ovos que os casais botam, está diretamente relacionado com a<br />

qualida<strong>de</strong> do território (micro-habitats, oferta alimentar, clima temporal). Em proles<br />

experimentais, on<strong>de</strong> serão modificados os números <strong>de</strong> filhotes, ou seja, aumentado o n° <strong>de</strong><br />

filhotes, níveis <strong>de</strong> estresse po<strong>de</strong>m proporcionar o surgimento <strong>de</strong> assimetria flutuante em<br />

caracteres com simetria bilateral (tarso, asa, bico). Consequentemente, originarão dificulda<strong>de</strong>s<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gerações futuras. Assim, para ver estas consequências na reprodução, a<br />

biologia reprodutiva da corruíra (Troglodytes musculus) vai ser usada como mo<strong>de</strong>lo. Nas proles<br />

reduzidas, o estresse provavelmente será minimizado, pois os pais terão melhores condições no<br />

cuidado. Ou seja, estes níveis altos e baixos <strong>de</strong> estresse po<strong>de</strong>m ter consequências para os pais e


filhotes. Para os pais, que terão suas proles aumentadas o gasto excessivo <strong>de</strong> energia<br />

influenciará maleficamente nas proles futuras. Para os filhotes, que nascerão <strong>de</strong> proles<br />

reduzidas, ganharão mais atenção, terão comida abundante, consequentemente o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento será mais rápido e melhor. A conquista <strong>de</strong> territórios para estes filhotes,<br />

provavelmente será rápida. Os filhotes que <strong>de</strong>senvolverão <strong>de</strong> proles aumentadas, possivelmente<br />

serão problemas no <strong>de</strong>senvolvimento (assimetria flutuante), ou apenas terão dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

estabelecerem territórios. A colocação <strong>de</strong> combinações únicas <strong>de</strong> anilhas coloridas em todos os<br />

filhotes e nos casais, serão utilizados para o monitoramento das proles e i<strong>de</strong>ntificação dos<br />

futuros casais.<br />

Finalmente, no futuro a reprodução dos filhotes será monitorada com a colocação <strong>de</strong><br />

mais caixas para ninhos. Aparentemente, locais para nidificação po<strong>de</strong>m limitar a reprodução.<br />

Proporcionando caixas, aumentamos oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reprodução e quem conseguir utilizá-las,<br />

possivelmente estará associada pela boa qualida<strong>de</strong> no crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Métodos<br />

Serão colocadas caixas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, próprias para a nidificação <strong>de</strong> corruíra. Essas<br />

caixas estarão dispostas numa área <strong>de</strong>limitada no Parque São Luis <strong>de</strong> Tolosa, <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>,<br />

Paraná. O experimento terá duração <strong>de</strong> 2 anos, sendo que no 1° ano, serão colocadas 25 caixas e<br />

no 2° mais 25 ou mais, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos resultados do primeiro ano.<br />

1° ano: Em ninhos manipulados, serão modificados os n° <strong>de</strong> filhotes. Serão<br />

modificados os n° <strong>de</strong> filhotes <strong>de</strong> acordo com o período <strong>de</strong> eclosão, ou seja, os ovos <strong>de</strong> ninhos<br />

diferentes que eclodirem no mesmo tempo, com intervalo <strong>de</strong> até 2 dias, serão manipulados e<br />

assim sucessivamente com outros ninhos. Os caracteres bilaterais como os tarsos, asas, bico,<br />

cauda, serão medidos, além <strong>de</strong> receberem anilhas coloridas e anilhas cedida pelo<br />

CEMAVE/IBAMA.<br />

2° ano: Serão colocados mais ninhos para que os filhotes <strong>de</strong>ssa nova geração,<br />

tenham acesso a esses ninhos. Po<strong>de</strong>remos testar então, se os filhotes manipulados conseguirão<br />

adquirir territórios, reproduzir e terem sucesso na prole.


Justificativas<br />

A assimetria flutuante tem sido sugerida com um dos mais práticos e confiáveis índices<br />

<strong>de</strong> conservação, por exemplo, a indicação do sucesso reprodutivo com mais precisão que<br />

parâmetros populacionais comumente utilizados.<br />

A fragmentação <strong>de</strong> habitat promove a redução do fluxo gênico e do tamanho <strong>de</strong><br />

populações, permitindo a perda da variabilida<strong>de</strong> genética. Também altera a ecologia <strong>de</strong><br />

populações , on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> afetar a dispersão <strong>de</strong> indivíduos e afetar a seleção <strong>de</strong> habitats. Além <strong>de</strong><br />

aumentar a taxa <strong>de</strong> predação, competição e parasitismo e ainda diminuir a oferta alimentar e a<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> micro-habitats específicos para a nidificação. Por isso, comparar níveis <strong>de</strong><br />

assimetria flutuante em populações po<strong>de</strong>rá possivelmente provar que ela causa dificulda<strong>de</strong>s no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e assim po<strong>de</strong>rá ser empregada como índice <strong>de</strong> conservação.<br />

Experimentando assimetria flutuante numa população, po<strong>de</strong>rá dar subsídios que esta<br />

po<strong>de</strong> comprometer a sobrevivência ou o sucesso reprodutivo <strong>de</strong> indivíduos em população com<br />

alteração ambiental, no caso, a fragmentação <strong>de</strong> florestas.


AVES DO PARQUE MUNICIPAL ECOTURÍSTICO SÃO LUIZ DE TOLOSA, RIO NEGRO, PARANÁ,<br />

BRASIL.<br />

(Relatório Final)<br />

1. HISTÓRICO DA PRESERVAÇÃO E CONHECIMENTO DA REGIÃO<br />

Os primeiros trabalhos ornitológicos no Paraná iniciaram no começo do século XIX com<br />

a visita do naturalista austríaco Johann Natterer. No inicio do século XX obtivemos coletas no<br />

Paraná por Ta<strong>de</strong>usz Chrostowski e Ta<strong>de</strong>usz Jaczewski e no meio <strong>de</strong>ste século por André<br />

Mayer, on<strong>de</strong> as contribuições <strong>de</strong>stes naturalistas sobre a avifauna foram <strong>de</strong> extrema importância<br />

(STRAUBE & BORNSCHEIN, 1989). Continuando no século XX, mas a partir da década 70,<br />

em 1981, foi editada a primeira lista <strong>de</strong> aves do Paraná por SCHERER-NETO e STRAUBE,<br />

1985.<br />

Para o município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, Paraná, as informações sobre a avifauna são<br />

pouco conhecidas, restringem-se a informações da avifauna em uma pequena parcela; no Parque<br />

Ecoturístico São Luis <strong>de</strong> Tolosa, uma pele tombada no Museu <strong>de</strong> História Natural do Paraná,<br />

gavião Spizastur melanoleucus datado <strong>de</strong>1944, coletor <strong>de</strong>sconhecido e informações que <strong>de</strong>vem<br />

ser mencionadas que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o trabalho <strong>de</strong> campo levado a efeito pelo naturalista polonês Ta<strong>de</strong>usz<br />

Chrostowski (e apenas em parte divulgado) no início da década <strong>de</strong> 10 do Século XX, nenhum<br />

outro estudo sobre a avifauna <strong>de</strong>ssa região fora realizado.<br />

Importante <strong>de</strong> citar no município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e Mafra, é a presença <strong>de</strong> áreas<br />

florestais contínuas até a década <strong>de</strong> 70. Registros do gavião-real (Harpia harpyja) foram<br />

observados entre 1948,1950 (SICK,1997) e Spizastur melanoleucus pele tombada no MHNCI,<br />

faz predizer que existiam áreas florestais gran<strong>de</strong>s e contínuas que podiam ser habitadas por<br />

espécies <strong>de</strong> aves <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. Provavelmente outras espécies <strong>de</strong> aves não registradas, hoje<br />

consi<strong>de</strong>radas raras e até ameaçadas também tenham ocupado florestas nestes municípios.<br />

Po<strong>de</strong>-se também compilar que o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação no município a partir da<br />

década <strong>de</strong> 60, fez diminuir áreas <strong>de</strong> floresta contínua no interior e principalmente em lugares<br />

próximos ao rio <strong>Negro</strong> e seus afluentes. Houve uma grave <strong>de</strong>gradação nas margens do rio<br />

conseqüentemente causando a sua erosão. Pois até o final da década <strong>de</strong> 50 ainda havia o tráfego<br />

<strong>de</strong> embarcações importantes <strong>de</strong>ste rio.<br />

Basicamente vários remanescentes em <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, Mafra e cida<strong>de</strong>s próximas<br />

foram <strong>de</strong>scaracterizados pela extração seletiva <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, não obstante em alguns locais a


vegetação original tenha sido totalmente <strong>de</strong>vastada para servir <strong>de</strong> abrigo à criação <strong>de</strong> animais e<br />

formação <strong>de</strong> pequenas roças.<br />

2. AVIFAUNA DO PARQUE ECOTURÍSTCO SÃO LUIS DE TOLOSA<br />

2.2 Composição e habitats da avifauna terrestre<br />

O conhecimento avifaunístico atual existente para área do parque São Luiz <strong>de</strong> Tolosa e<br />

arredores é praticamente inexistente. Os dados aqui coligidos provêm dos registros obtidos em<br />

campo durante o presente estudo, agregados às informações museológicas e bibliográficas para<br />

áreas adjacentes ao município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.<br />

O "Parque Ecoturístico São Luiz <strong>de</strong> Tolosa" (26°25’S e 49°47’W; altitu<strong>de</strong> 800m),<br />

compreen<strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> 54 ha, localizada na porção su<strong>de</strong>ste do Estado do Paraná (município <strong>de</strong><br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>). Apresenta vegetação do tipo Floresta Ombrófila Mista (mata <strong>de</strong> araucária) em<br />

vários estádios <strong>de</strong> sucessão e, em menor escala, Estepe Gramíneo-Lenhosa (campos naturais do<br />

segundo planalto paranaense). Foram também inventariadas áreas limítrofes do parque, pois este<br />

está situado numa área contínua <strong>de</strong> floresta, levando uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inventariar algumas<br />

áreas que ligam o parque estudado.<br />

As espécies mais evi<strong>de</strong>ntes são a Araucaria angustifolia, Ocotea porosa, com<br />

exemplares remanescentes <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, canelas (Ocotea sp. e Nectandra sp.), erva-mate<br />

(Ilex paraguariensis), aroeira (Schinus terebentifolius), vassourão preto (Vernonia discolor),<br />

Pimenteira (Capsico<strong>de</strong>ndron), Caesaria silvestris, frutíferas como araçá (Psidium sp.), ariticum<br />

(Rollinea silvatica), Butia sp., guavirova (Campomanesia xanthocarpa), pitanga (Eugenia<br />

uniflora), cereja (Eugenia involucrata), guamirins (Myrtaceae), entre outras.<br />

Entre outubro <strong>de</strong> 2001 e setembro <strong>de</strong> 2003 foram realizadas 15 expedições com duração<br />

<strong>de</strong> 4 dias ao Parque Ecoturístico Luiz Tolosa, no município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, Paraná. Foram feitas<br />

incursões pelo interior do Parque utilizando as estradas e trilhas existentes na área e para as<br />

observações, foram anotadas as espécies, obtendo listas para cada fase <strong>de</strong> acordo com a listagem<br />

única <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento taxonômico sugerido por SCHERER-NETO & STRAUBE (1985).<br />

Para o conhecimento auditivo das aves, foram gravadas as vozes para a i<strong>de</strong>ntificação das<br />

espécies e as que não foram i<strong>de</strong>ntificadas, posteriormente foram levadas aos profissionais


especializados. O conhecimento visual consistiu na i<strong>de</strong>ntificação das aves <strong>de</strong> acordo com seus<br />

caracteres morfológicos, comportamentais, utilizando binóculos e literatura especializada<br />

(NAROSKY & YRURIETA, 1987; DUNNING,1987).<br />

Também foram utilizadas como complemento aos dados, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> neblina, utilizando 8<br />

re<strong>de</strong>s (12 metros x 3 metros e malha 38 mm 2 ), instaladas <strong>de</strong>ntro da mata em trilhas previamente<br />

abertas.<br />

Foram registradas 176 espécies <strong>de</strong> aves no “Parque São Luiz <strong>de</strong> Tolosa” e adjacências,<br />

correspon<strong>de</strong>ndo quase 28% da avifauna observada no Estado do Paraná. Pertencentes a 39<br />

famílias; os não passeriformes estão representados por 70 espécies (41,5%) e os passeriformes<br />

por 109 espécies, das quais 56 (51,3 %) são suboscines e 53 são oscines (48,6%). (Lista 1)<br />

1.2.4 Ambiente Florestal<br />

O maior número <strong>de</strong> aves foi no ambiente florestal, sendo que algumas foram vistas e<br />

consi<strong>de</strong>radas exclusivas nesse tipo <strong>de</strong> ambiente. Como o surrucuá (Trogon surrucura), pica-pau<strong>de</strong>-banda-branca<br />

(Dryocopus lineatus), os arapaçus (Sitassomus griseicapillus, Xiphocolaptes<br />

albicollis, Dendrocolaptes platyrostris e Lepidocolaptes falcinellus), o vira-folha (Sclerurus<br />

scansor), o patinho (Platyrinchus mystaceus), as pombas Leptotila verreauxi e L. rufaxilla.<br />

Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar também, as espécies florestais <strong>de</strong> estrato superior, como o<br />

grimpeirinho (Lepthastenura setaria), sendo esta, uma espécie muita associada ao pinheiro do<br />

Paraná (Araucaria angustifolia), algumas saíras, como a saúva (Pipraei<strong>de</strong>a melanonota) e a<br />

mariquita (Parula pitiayumi), Limpa-folha-<strong>de</strong>-testa-baia (Philydor rufus), risadinha<br />

(Camptostoma obsoletum), Pachyramphus viridis, caneleirinho (P. castaneus), caneleirinhopreto<br />

(P. polychopterus),capitão-castanho (Attila phoenicurus), anambé (Tytira cayana), T.<br />

inquisitor, tuque (Elaenia sp).<br />

A presença <strong>de</strong> bando misto também foi observado no interior da floresta, as espécies que<br />

participam <strong>de</strong>stes agrupamentos se beneficiam através do forrageamento para adquirir alimento,<br />

diminuir o risco <strong>de</strong> predação e entre outros beneficiamentos. As espécies que estavam, sempre<br />

em bando misto são: papo-preto (Hemitraupis guira), figuinha-<strong>de</strong>-rabo-castanho (Conirostrum<br />

speciosum), limpa-folha-<strong>de</strong>-testa-baia (Philydor rufus), arapaçu-ver<strong>de</strong> (Sitassomus<br />

griseicapillus),mariquita (Parula pitiayum)i.


No estrato médio e inferior encontramos, o inhambú (Crypturellus obsoletus), a saracura<br />

(Arami<strong>de</strong>s saracura), uí-tupi (Synallaxis cinerascens), vira-folha (Sclerurus scansor), chocada-mata<br />

(Thamnophilus caerulescens), Dysithamnus mentalis, chupa-<strong>de</strong>nte (Conopophaga<br />

lineata), tangará-dançador (Chiroxiphia caudata), flautim (Schiffornis virescens).<br />

Ambiente Campo<br />

Muitas espécies foram encontradas no campo, sendo este ambiente caracterizado como<br />

uma área apenas aberta e áreas com árvores esparsas. O número <strong>de</strong> espécie foi bastante alto,<br />

<strong>de</strong>vido a este tipo <strong>de</strong> habitat ficar a borda <strong>de</strong> várzeas e matas ciliares; como exemplos<br />

encontrados em campo, temos a tesourinha (Tyrannus savana), siriri, (Tyrannus melancholicus).<br />

São típicos <strong>de</strong> campo, a curicaca (Theristicus caudatus). Quero-quero (Vanellus chilensis),<br />

(Pseudoleistes guirahuro), vira bosta (Molothrus bonariensis), perdiz (Nothura maculosa), anubranco<br />

(Guira guira), o carancho (Caracara plancus), o pica-pau-do-campo (Colaptes<br />

campestris), a coruja-buraqueira (Speotyto cunicularia), Zenaida auriculata.<br />

Ambiente Capoeirão<br />

No capoeirão foram encontradas bastantes espécies que também são comuns a outras<br />

formações arbóreas. São encontrados muitos passeriformes, como o sanhaço-fra<strong>de</strong><br />

(Stephanophorus dia<strong>de</strong>matus), tié-preto (Tachyphonus coronatus), o pula-pulas (Basileuterus ls<br />

e Basileuterus culicivorus), o pica-pau-anão-estriado (Picumnus cirratus), o cisqueiro<br />

(Clibanornis <strong>de</strong>ndrocolaptoi<strong>de</strong>s), e o gênero Synallaxis como o bentererê (Synallaxis spixi),<br />

joão-teneném (Synallaxis rufucapilla) e o uí-tupi (Synallaxis cinerascens). Além <strong>de</strong> alguns<br />

formicarí<strong>de</strong>os como a choca da mata (Thamnophilus caerulescens), a choca-<strong>de</strong>-coroa-castanha<br />

(Tamnophilus ruficapillus), arredio-oliváceo (Cranioleuca obsoleta),arredio (Cranioleuca<br />

pallida), tié-<strong>de</strong>-topete (Trichothraupis melanops), bem-te-vi-rajado (Myiodynastes maculatus),<br />

juruviara (Vireo chivi)<br />

Ambiente Capoeira<br />

A capoeira se caracteriza por ser um habitat muito modificado pela ação antrópica e<br />

<strong>de</strong>pois abandonado, logo após isso algumas espécies <strong>de</strong> aves ten<strong>de</strong>m a começar a colonizar. As


espécies comuns a este habitat são mais tolerantes as modificações. Foram encontradas espécies<br />

<strong>de</strong> aves neste tipo <strong>de</strong> formação e <strong>de</strong>stacamos o tico-tico (Zonotrichia capensis), canário-terra<br />

(Sicalis flaveola), anu-branco (Guira guira), o pintassilgo (Carduelis magellanicus), o tiziu<br />

(Volatinia jacarina), tico-tico-rei (Coryphospingus cucullatus), o coleirinho (Sporophila<br />

caerulescens), a curruíra (Troglodytes aedon) e alguns beija-flores (Melanotrochilus fuscus,<br />

Chlorostilbon aureoventris e Leucochloris albicollis), pica-pau-anão (Picumnus cirratus),<br />

choca-da-mata-vermelha (Thamnophilus ruficapillus), pomba-amargosinha(Zenaida<br />

auriculata), rolinha-paruru(Columbina talpacoti), sanhaço (Thraupis sayaca), sanhaço-papalaranja<br />

(Thraupis bonariensis),gaturamo-serrador(Euphonia pectoralis), cais-cais (Euphonia<br />

chalybea).<br />

Ambiente Brejo e Várzea<br />

O brejo e a várzea são habitats bastante importantes para conservação, por isso é<br />

importante ressaltar como uma área fundamental para estudos. Porém é muito difícil a<br />

visualização <strong>de</strong> espécies nesse ambiente. Os exemplos são a saracura (Penelope saracura),<br />

ananaí (Amazonetta brasiliensis), sabiá-do-banhado (Embernagra platensis), pia-cobra<br />

(Geothlypis aequinoctialis).<br />

Lista 1 – Lista <strong>de</strong> aves para o Parque Ecoturístico São Luis <strong>de</strong> Tolosa e áreas adjacentes<br />

segundo levantamento realizado, bibliográfico e museológico.<br />

FAMÍLIA TINAMIDAE (3)<br />

Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815)<br />

Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815)<br />

Nothura maculosa (Temminck, 1815)<br />

FAMÍLIA PODICIPEDIDAE (1)<br />

Podilymbus podiceps<br />

FAMÍLIA ARDEIDAE (4)<br />

Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824)<br />

Egretta alba (Linnaeus, 1758)<br />

Egretta thula (Molina, 1782)<br />

Bulbucus ibis (Linnaeus, 1758)<br />

FAMÍLIA THRESKIORNITHIDAE (1)


Theristicus caudatus (Boddart, 1783)<br />

FAMÍLIA ANATIDAE (2)<br />

Dendocygna viduata (Linnaeus, 1766)<br />

Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789)<br />

FAMÍLIA CATHARTIDAE (2)<br />

Coragyps atratus (Bechstein, 1793)<br />

Cathartes aura Spix, 1824<br />

FAMÍLIA ACCIPITRIDAE (6)<br />

Elanus leucurus (Vieillot, 1818)<br />

Elanoi<strong>de</strong>s forficatus (Vieillot, 1818)<br />

Ictinia plumbea (Gmelin, 1788)<br />

Accipiter poliogaster (Temminck, 1824)<br />

Accipiter striatus Vieillot, 1807<br />

Buteo magnirostris (Gmelin, 1788)<br />

FAMÍLIA FALCONIDAE (3)<br />

Micrastur semitorquatus (Viellot, 1817)<br />

Milvago chimachima (Vieillot, 1816)<br />

Polyborus plancus (Miller, J.F. 1777)<br />

FAMÍLIA CRACIDAE (1)<br />

Penelope obscura (Temminck, 1815)<br />

FAMÍLIA RALLIDAE (3)<br />

Rallus nigricans Vieillot, 1819<br />

Arami<strong>de</strong>s saracura (Spix, 1825)<br />

Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758)<br />

FAMÍLIA JACANIDAE (1)<br />

Jacana jacana (Linnaeus, 1766)<br />

FAMÍLIA CHARADRIIDAE (1)<br />

Vanellus chilensis (Molina, 1782)<br />

FAMÍLIA COLUMBIDAE (6)<br />

Columba picazuro Temminck, 1813<br />

Zenaida auriculata (Des Murs, 1847)<br />

Columbina picui (Temminck, 1811)<br />

Columbina talpacoti (Temminck, 1810)<br />

Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855)<br />

Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792)<br />

FAMÍLIA PSITTACIDAE (3)<br />

Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1818)<br />

Pionus maximiliani (Kuhl, 1820)<br />

Amazona vinacea (Kuhl, 1820)


FAMÍLIA CUCULIDAE (3)<br />

Coccyzus melacoryphus (Vieillot,1817)<br />

Piaya cayana (Linnaeus, 1766)<br />

Guira guira (Gmelin, 1788)<br />

FAMÍLIA TYTONIDAE (1)<br />

Tyto alba (Scopoli, 1769)<br />

FAMÍLIA STRIGIDAE (3)<br />

Otus santactaerinae (Salvin, 1897)<br />

Speotyto cunicularia (Molina, 1782)<br />

Asio stygius (Wagler, 1832)<br />

FAMÍLIA CAPRIMULGIDAE (1)<br />

Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1788)<br />

FAMÍLIA APODIDAE (1)<br />

Streptoprocne sp.<br />

FAMÍLIA TROCHILIDAE (6)<br />

Melanotrochilus fuscus (Vieillot, 1817)<br />

Stephanoxis lalandi (Vieillot, 1818)<br />

Chlorostilbon aureoventris (D'Orbigny & Lafresnaye, 1838)<br />

Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788)<br />

Leuchochloris albicollis (Vieillot, 1818)<br />

Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783)<br />

FAMÍLIA TROGONIDAE (2)<br />

Trogon surrucura Vieillot, 1817<br />

Trogon rufus<br />

FAMÍLIA ALCEDINIDAE (3)<br />

Ceryle torquata Linnaeus, 1766<br />

Chloroceryle amazona (Latham, 1790)<br />

Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)<br />

FAMÍLIA BUCCONIDAE (1)<br />

Nystalus chacuru (Vieillot, 1816)<br />

FAMÍLIA RAMPHASTIDAE (1)<br />

Ramphastos dicolorus (Linnaeus, 1766)<br />

FAMÍLIA PICIDAE (9)<br />

Picumnus cirratus Temminck, 1825<br />

Melanerpes candidus (Otto, 1796)<br />

Melanerpes flavifrons (Veillot, 1818)<br />

Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827)<br />

Piculus aurulentus (Temminck, 1821)


Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788)<br />

Colaptes campestris (Vieillot, 1818)<br />

Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766)<br />

Campephilus robustus (Lichtenstein, 1819)<br />

FAMÍLIA DENDROCOLAPTIDAE (4)<br />

Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818)<br />

Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818)<br />

Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1824<br />

Lepidocolaptes squamatus (Lichtenstein, 1822)<br />

FAMÍLIA FURNARIIDAE (14)<br />

Clibanornis <strong>de</strong>ndrocolaptoi<strong>de</strong>s<br />

Furnarius rufus (Gmelin, 1788)<br />

Leptasthenura setaria (Temminck, 1824)<br />

Leptasthenura striolata<br />

Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819<br />

Synallaxis cinerascens Temminck, 1823<br />

Synallaxis spixi Sclater, 1856<br />

Cranioleuca obsoleta<br />

Cranioleuca pallida<br />

Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832)<br />

Philydor rufus Vieillot, 1818<br />

Heliobletus contaminatus Berlepsch, 1885<br />

Sclerurus scansor (Ménétriés, 1835)<br />

Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823)<br />

FAMÍLIA FORMICARIIDAE (6)<br />

Batara cinerea (Vieillot, 1819)<br />

Thamnophilus caerulescens (Vieillot, 1816)<br />

Thamnophilus ruficapillus (Vieillot, 1816)<br />

Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823)<br />

Drymophila malura<br />

Conopophaga lineata (Wied-Neuwied, 1831)<br />

FAMÍLIA TYRANNIDAE (29)<br />

Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822)<br />

Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)<br />

Elaenia sp.<br />

Serpophaga nigricans<br />

Mionectes rufiventris Cabanis, 1846<br />

Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846<br />

Hemitriccus diops<br />

Todirostrum plumbeiceps Lafresnaye, 1846<br />

Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825)<br />

Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818<br />

Myophobus fasciatus (Muller, 1776)<br />

Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868)<br />

Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831)


Machetornis rixosa (Vieillot, 1819)<br />

Attila phoenicurus Pelzeln, 1868<br />

Myiarchus sp.<br />

Tyrannus savana Vieillot, 1808<br />

Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819<br />

Empidonomus varius (Vieillot, 1818)<br />

Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766)<br />

Myiodynastes maculatus (Muller, 1776)<br />

Legatus leucophaius (Vieillot, 1818)<br />

Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)<br />

Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816))<br />

Pachyramphus castaneus (Jardini & Selby, 1827)<br />

Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818)<br />

Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823)<br />

Tityra cayana (Linnaeus, 1766)<br />

Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823)<br />

FAMÍLIA PIPRIDAE (2)<br />

Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838)<br />

Chiroxiphia caudata (Shaw, 1793)<br />

FAMÍLIA HIRUNDINIDAE (4)<br />

Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783)<br />

Notiochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817)<br />

Alopochelidon fucata (Temminck, 1822)<br />

Stelgidopteryx ruficollis (Vieiloot, 1817)<br />

FAMÍLIA TROGLODYTIDAE (1)<br />

Troglodytes aedon Vieillot, 1807<br />

FAMÍLIA MIMIDAE (1)<br />

Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823)<br />

FAMÍLIA TURDIDAE (6)<br />

Platycichla flavipes (Vieillot, 1818)<br />

Turdus subalaris (Seebohm, 1887)<br />

Turdus rufiventris Vieillot, 1818<br />

Turdus leucomelas Vieillot, 1818<br />

Turdus albicollis Vieillot, 1818<br />

Turdus amaurochalinus Cabanis, 1851<br />

FAMÍLIA EMBERIZIDAE (26)<br />

Zonotrichia capensis (Muller, 1776)<br />

Haplospiza unicolor Cabanis, 1851<br />

Poospiza lateralis (Nordmann, 1835)<br />

Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766)<br />

Embernagra platensis<br />

Volatina jacarina Linnaeus, 1766<br />

Sporophila caerulescens (Vieillot, 1817)


Saltator similis (Lafresnaye & D'Orbigny, 1837)<br />

Saltator maxillosus (Cabanis, 1851)<br />

Passerina brissonii (Lichtenstein, 1823)<br />

Hemitraupis guira (Linnaeus, 1766)<br />

Thlypopsis sordida (d’Orbigny & Lafesnaye, 1837)<br />

Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822)<br />

Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818)<br />

Piranga flava (Vieillot, 1822)<br />

Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844)<br />

Thraupis cyanoptera (Vieillot, 1817)<br />

Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766)<br />

Thraupis bonariensis<br />

Stephanophorus dia<strong>de</strong>matus (Temminck, 1823)<br />

Pipraei<strong>de</strong>a melanonota (Vieillot, 1819)<br />

Euphonia pectoralis (Latham, 1801)<br />

Euphonia chalybea<br />

Tangara pretiosa<br />

Tangara peruviana (Cabanis, 1850)<br />

Tersina viridis (Illiger, 1811)<br />

FAMÍLIA PARULIDAE (6)<br />

Parula pitiayumi (Vieillot, 1817)<br />

Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789)<br />

Basileuterus culicivorus (Lichtenstein, 1830)<br />

Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817)<br />

Conirostrum speciosum (Temminck, 1824)<br />

Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)<br />

FAMÍLIA VIREONIDAE (3)<br />

Cyclarhis gujanensis Gmelin, 1789<br />

Vireo chivi Vieillot, 1817<br />

Hylophilus poicilotis Temminck, 1822<br />

FAMÍLIA ICTERIDAE (4)<br />

Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766)<br />

Cacicus chrysopterus Ihering & Ihering, 1907<br />

Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819)<br />

Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789)<br />

FAMÍLIA FRINGILLIDAE (1)<br />

Carduelis magellanicus (Vieillot, 1805)<br />

FAMÍLIA CORVIDAE (2)<br />

Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818)<br />

Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818)


2.3. Aves e seus frutos<br />

Quando os habitats naturais são <strong>de</strong>struídos pela ação antrópica, surgindo então,<br />

áreas fragmentadas, isso po<strong>de</strong> resultar em extinções locais <strong>de</strong> muitas espécies, tanto animal<br />

como vegetal (LOVEJOY et al., 1983). As relações mutualísticas entre plantas que produzem<br />

frutos e animais que os consomem e eventualmente, dispersam suas sementes, tem sido muito<br />

proposto para recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, porém é um estudo bastante amplo e complexo.<br />

São consi<strong>de</strong>radas aves frugívoras aquelas que se alimentam dos frutos,<br />

aproveitam a polpa mas <strong>de</strong>ixam intactas suas sementes. Porém, muitas <strong>de</strong>ssas aves po<strong>de</strong>m não<br />

serem consi<strong>de</strong>radas boas dispersoras <strong>de</strong> sementes, apenas são, aquelas que tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

transportá-las a longas distâncias. Portanto, a frugivoria não é apenas importante para o sustento<br />

direto das aves, mas um processo essencial para as populações <strong>de</strong> plantas (JORDANO, 1992)<br />

Existem alguns padrões que po<strong>de</strong>m ajudar na i<strong>de</strong>ntificação dos seus agentes<br />

dispersores. Segundo VAN DER PIJL (1972); ESPAILLAT & MANSON (1990), os frutos<br />

<strong>de</strong>vem possuir uma parte comestível atraente, proteção interna da semente contra ácidos da<br />

digestão, cor atraente, exposição dos frutos e ligação à planta-mãe. FOSTER (1987);<br />

FITZPATRICK (1985); MARCONDES-MACHADO et al. (1993), investigaram as formas<br />

como as plantas são visitadas e exploradas, permitindo o reconhecimento <strong>de</strong> padrões<br />

comportamentais.<br />

Também foram enfocados diversos esforços no sentido <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar inter-relações <strong>de</strong><br />

aves com a regeneração florestal <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas (FLEMING et al., 1985; ALVARES e<br />

RODRIGUES, 1991; HASUI, 1994; TABANEZ et al., 1997) e mesmo com a conservação<br />

(WILLIS, 1979; GALETTI e FERNANDEZ, 1988).<br />

No Parque São Luis <strong>de</strong> Tolosa po<strong>de</strong>mos citar algumas espécies vegetais que se<br />

enquadram na síndrome ornitocórica (VAN DER PIJL, 1972) e que foram observadas, porém<br />

não foram catalogadas todas as espécies existentes na área (Tabela.1).<br />

NOME COMUM NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA<br />

Tarumã Vitex megapotamica Verbenaceae<br />

Uva-do-japão Hovenia duicis<br />

Guaçatunga Casearia <strong>de</strong>candra Flacourtiaceae<br />

Orelha-<strong>de</strong>-mico Ilex theezans Aquifoliaceae<br />

Erva-mate Ilex paraguariensis Aquifoliaceae<br />

Aroeira Schinus terebinthifolius Anacardiaceae<br />

Solanum sp.<br />

Solanaceae


Cecropia pachystachya<br />

Guabiroba Campomanesia xanthocarpa Myrtaceae<br />

Canela Ocotea porosa Lauraceae<br />

Craveiro Pimenta pseudocaryophyllus Lauraceae<br />

Pixirica Miconia hyemalis Melastomataceae<br />

Cataia Drymis brasiliensis Winteraceae<br />

Nectandra sp.<br />

Pitanga<br />

Eugenia uniflora<br />

Araçá<br />

Psidium sp.<br />

Foram observadas algumas espécies <strong>de</strong> aves consumindo os frutos <strong>de</strong>ssas plantas, sendo<br />

que, SABÓIA (2002); HASUI (1994) constataram a alimentação em Hovenia dulcis, Schinus<br />

terebinthifolius, o gênero Solanum e Vitex, tanto para Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cídua, como<br />

para Floresta Ombrófila Mista. ARRUDA (1990), estudou frugivoria e dispersão <strong>de</strong> sementes do<br />

gênero Ilex por 5 espécies <strong>de</strong> aves. Em PSLT as aves mais observadas alimentando-se das<br />

plantas catalogadas, foram: Turdus rufiventris, Turdus albicollis, Thraupis sayaca, Penelope<br />

obscura e Pitangus sulphuratus. ZIMMERMANN (2001); MALLET-RODRIGUES (1997);<br />

SABÓIA (2002), i<strong>de</strong>ntificaram Turdus rufiventris como o maior consumidor <strong>de</strong> frutos nas áreas<br />

estudadas, po<strong>de</strong>ndo assim, ser um dos mais importantes dispersores <strong>de</strong> sementes.<br />

2.4 Espécies raras, endêmicas e ameaçadas <strong>de</strong> extinção<br />

As espécies consi<strong>de</strong>radas raras, endêmicas ou ameaçadas <strong>de</strong> extinção encontradas no<br />

Parque Ecoturístico São Luiz <strong>de</strong> Tolosa foram <strong>de</strong> número irrisório, isso <strong>de</strong>vido as modificações<br />

dos ambientes ali encontrados, provavelmente a extinção <strong>de</strong> algumas espécies já são <strong>de</strong> longa<br />

data e por isso não encontradas atualmente no local.<br />

Porém, muitas outras espécies ainda vistas apresentam problemas <strong>de</strong> conservação, seja<br />

pela rarida<strong>de</strong> natural, por <strong>de</strong>clínio <strong>de</strong> suas populações <strong>de</strong>vido à ação antrópica (perda <strong>de</strong><br />

ambiente e caça) ou <strong>de</strong>vido à alta exigência <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> ambiente para sobrevivência. Um<br />

dos principais exemplos é o gavião tauató (Accipiter poliogaster), uma espécie <strong>de</strong> hábito<br />

florestal com distribuição <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o norte da América do Sul até a Argentina, sendo que, no<br />

Brasil, tem uma ampla distribuição por todos os Estados, embora contando apenas com<br />

ocorrências eventuais. Para este Estado, esta espécie é consi<strong>de</strong>rada ameaçada pela Lista<br />

Vermelha <strong>de</strong> Animais Ameaçados do Paraná (1995) e recentemente encontra-se na Lista<br />

Vermelha da Fauna Ameaçada do Paraná (2004), com o status <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>ficientes.


Po<strong>de</strong>mos então citar os únicos registros publicados para o Paraná: SCHERER NETO<br />

(1980) menciona um espécime imaturo, na Reserva Ecológica <strong>de</strong> Guaricana, Serra do Mar e<br />

CARRANO et al. (2001) citam dois espécimes jovens e um adulto em 25/10/1997 na Fazenda<br />

Monte Alegre (24°20’S 50°35’W) no município <strong>de</strong> Telêmaco Borba, Paraná e um espécime<br />

adulto em 20/03/2001 na Fazenda Marco Chama (24°10’S 49°33’W) município <strong>de</strong> Sengés,<br />

Paraná.<br />

No parque Ecoturístico São Luiz <strong>de</strong> Tolosa, foi avistado um espécime em 02 <strong>de</strong> março<br />

<strong>de</strong> 2003. Este indivíduo foi observado no interior da floresta a cerca <strong>de</strong> 200 metros da borda do<br />

remanescente, estava em repouso sob uma árvore cerca <strong>de</strong> quatro metros do solo e distantes sete<br />

metros dos observadores, permanecendo por três minutos no local, o fato <strong>de</strong>ste individuo estar a<br />

pouca altura do solo e dos observadores, permitiu uma excelente observação <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes<br />

morfológicos. (SOBÂNIA et al, 2003)<br />

É também importante ressaltar, a presença da espécie Penelope obscura, jacu-guaçu que<br />

aparece em algumas listas (BERNARDES et. al., 1990), mas ainda po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada uma<br />

espécie comum, embora seja alvo freqüente <strong>de</strong> caça predatória. O jacu-guaçu foi muito avistado<br />

na área, muitas vezes em bandos significativos e em quase todos os meses estudados.<br />

As espécies Piranga flava (sanhaçu-<strong>de</strong>-fogo) e Amazona vinacea (papagaio-do-peitoroxo),<br />

estão na Lista Vermelha da Fauna Ameaçada no Paraná, 2004 como status “dados<br />

<strong>de</strong>ficientes” e “quase ameaçada”, respectivamente. Com essa informação, po<strong>de</strong>mos citar que o<br />

Parque po<strong>de</strong> ser uma área atrativa para visitações e necessária para estudos futuros <strong>de</strong>ssas<br />

espécies com poucas informações científicas.<br />

A única espécie endêmica encontrada com bastante freqüência e abundante é o<br />

grimpeirinho, Leptathenura setaria., uma espécie fortemente associada ao pinheiro do Paraná<br />

(Araucaria angustifolia). Também outros táxons observados e consi<strong>de</strong>rados como relacionados<br />

à mata <strong>de</strong> araucária; Stephanoxis lalandi loddigesi, Lepidocolaptes falcinellus, Cranioleuca<br />

obsoleta e Poospiza lateralis cabanisi.<br />

2.5 Espécies invasivas/exóticas<br />

Os habitats naturais acabam se transformando em pequenos fragmentos <strong>de</strong>vido o<br />

processo intensivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação. Devido a isso, o surgimento <strong>de</strong> espécies invasivas exóticas é<br />

um causa muito comum. Muitas <strong>de</strong>ssas espécies acabam se adaptando consi<strong>de</strong>ravelmente as<br />

diferentes condições impostas pelo ambiente. Como exemplo, o pardal (Passer domesticus),


uma ave extremamente adaptada a qualquer ambiente e ao homem. Sua presença no Parque era<br />

esperada, como em todo o entorno; sendo avistada em estradas, pastos, plantações, em todos os<br />

meses estudados. É importante ressaltar que esta espécie (Passer domesticus), po<strong>de</strong> afugentar<br />

pássaros nacionais, principalmente espécies que possuem comportamentos semelhantes, como a<br />

corruíra, andorinha e canário-da-terra po<strong>de</strong>ndo afastá-los localmente à medida que o número <strong>de</strong><br />

pardais aumentam (SICK, 1997).<br />

Outra espécie invasiva avistada no Parque, é o bico-<strong>de</strong>-lacre (Estrilda astrild). Possui um<br />

bico característico, como se fosse lacreado e <strong>de</strong> cor avermelhada, gosta <strong>de</strong> capim alto e<br />

alimenta-se das suas sementes (SICK, 1997). Esta espécie está presente nos municípios, porém<br />

sua distribuição é menos espontânea do que a do pardal, <strong>de</strong>vido a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vôo ser<br />

mais reduzida (SICK, 1997). Foram encontrados em bando juntamente com os coleirinhos,<br />

canários-terra, pardais em capoeiras.<br />

2.6 Espécies migratórias<br />

A composição da fauna <strong>de</strong> aves é variável ao longo dos períodos sazonais, ou seja,<br />

migrações no período invernal, citadas como aves resi<strong>de</strong>ntes migratórias, (BORNSCHEIN &<br />

REINERT, 2000; SICK, 1997). Foram encontradas no Parque, Myiarchus swainsoni (irrê),<br />

Myiodynastes maculatus (bentevi-rajado), Tyrannus sayana (tesourinha), Tyrannus<br />

melancolicus (suiriri), Vireo chivi (juruviara), Machetornis rixosus (bentevi-do-gado), Turdus<br />

subalaris (sabiá-ferreiro). Em sua gran<strong>de</strong> maioria, a avifauna do Parque é composta por espécies<br />

resi<strong>de</strong>ntes ou que realizam pequenas migrações locais.<br />

2.7 Ambientes relevantes para a preservação da fauna local<br />

A área do PEM não é suficiente para a conservação <strong>de</strong> muitas espécies <strong>de</strong> aves,,<br />

especialmente aquelas que possuem áreas <strong>de</strong> vida maiores, como é o caso dos gaviões. Há<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteger todo o entorno e <strong>de</strong>mais fragmentos isolados que certamente são<br />

utilizados pelas espécies da avifauna.. As áreas do entorno <strong>de</strong> possuem fragmentos florestais<br />

<strong>de</strong>veriam ser incorporadas no Parque São Luiz <strong>de</strong> Tolosa, e a prática <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> Reserva<br />

Particular do Patrimônio Natural -RPPN <strong>de</strong>ve ser incentivada em toda região.


2.8 Fatores <strong>de</strong> risco a fauna local<br />

As principais ameaças para as espécies que apresentam serem mais sensíveis à<br />

fragmentação, são a <strong>de</strong>scaracterização e irradiação das florestas, assim como os sub-bosques,<br />

várzeas, matas ciliares e outros tipos <strong>de</strong> hábitats peculiares on<strong>de</strong> essas espécies vivem.<br />

Outras espécies que não apresentam grau <strong>de</strong> problemas em relação a ameaça <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>saparecerem, também necessitam <strong>de</strong> cuidados e manejo, para que num futuro próximo não<br />

venham a correr riscos.<br />

Estudos <strong>de</strong>vem ser realizados, principalmente <strong>de</strong> espécies com pouca informação<br />

na literatura e que se encontram na Lista <strong>de</strong> fauna ameaçada do Paraná, 2004, como é o caso da<br />

coruja mocho-diabo (Asio stygius), encontrado no Parque e está na lista como “dados<br />

<strong>de</strong>ficientes”. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos a fim <strong>de</strong> conhecer os hábitos e hábitats específicos <strong>de</strong><br />

espécies com pouca informação po<strong>de</strong>rá subsidiar medidas mais efetivas <strong>de</strong> conservação.<br />

É necessária a preservação <strong>de</strong> todo o entorno do Parque, para a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

colonização <strong>de</strong> outras espécies <strong>de</strong> aves além <strong>de</strong> medidas para a criação e ampliação <strong>de</strong>sta<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação a fim <strong>de</strong> manter a riqueza <strong>de</strong> espécies.


3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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3.3 Patrimônio Cultural Material e Imaterial<br />

O histórico do Seminário começa com o Colégio Seráfico Santo Antônio que foi fundado pelo<br />

bispo Amando Bahlmann, em Blumenau, superior dos missionários franciscanos vindo em 1891<br />

da província Santa Cruz, da Saxônia, para rejuvenescer as províncias franciscanas brasileiras<br />

que estavam agonizando.<br />

A razão da transferência do colégio para <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que o mesmo ficou<br />

pequeno e pelo clima <strong>de</strong> Blumenau ser muito quente e o <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> ser mais ameno, com<br />

temperaturas parecidas com as da Saxônia. Isto foi aprovado no capítulo provincial <strong>de</strong> 1917,<br />

sendo ministro provincial frei Marcelo Bauniester, ofm.<br />

O terreno para a construção do seminário foi adquirido <strong>de</strong> Pedro Henning em 06/02/1917.<br />

A construção foi feita em estilo da arquitetura alemã.<br />

Junto ao colégio seráfico funcionava o convento <strong>de</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa, que abrigava os fra<strong>de</strong>ssacerdotes<br />

e irmãos leigos, que estavam a serviço do seminário.<br />

Atualmente o complexo arquitetônico é constituído pela se<strong>de</strong> on<strong>de</strong> funciona a <strong>Prefeitura</strong><br />

<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, e três anexos: anexo I, com loja <strong>de</strong> artesanato, correio, exposição do<br />

presépio e oratórias sobre a vida <strong>de</strong> Cristo confeccionados em palha <strong>de</strong> milho, e cantina; anexo<br />

II, com restaurante; e anexo III, com a antiga hospedaria, que hoje abriga o Centro Ambiental<br />

“Casa Branca”, <strong>de</strong>stinado a pesquisas relativas à flora e fauna e ao <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

Educação Ambiental.<br />

O atual Parque possui uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> trilhas com aproximadamente 4.830 metros. Uma parte<br />

<strong>de</strong>las, que era usada pelos antigos franciscanos foi recuperada e é utilizada para passeios,<br />

caminhadas e visitação turística. O restante das trilhas estão em estado natural e são utilizadas<br />

para o turismo ecológico e a educação ambiental, sempre com ativida<strong>de</strong>s monitoradas pelo<br />

centro ambiental.


2.4 Sócio-Economia<br />

Neste tópico são i<strong>de</strong>ntificados e caracterizados grupos <strong>de</strong> interesse que participam direta ou<br />

indiretamente <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s econômicas <strong>de</strong>ntro da UC, <strong>de</strong>nominados grupos <strong>de</strong> interesse<br />

primário e secundário.<br />

Grupos <strong>de</strong> interesse primário:<br />

Associação <strong>de</strong> Artesãos <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>:<br />

Os artesãos <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, <strong>de</strong>vidamente organizados, além <strong>de</strong> ter sua se<strong>de</strong> localizada no centro<br />

da cida<strong>de</strong>, possuem no Parque o principal ponto <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> seus produtos, muito procurados<br />

por visitantes <strong>de</strong> várias procedências , do Brasil e do exterior. O número <strong>de</strong> visitantes diários do<br />

Parque e, especialmente dos finais , não está sendo conflitante em relação à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso<br />

público e aten<strong>de</strong> às expectativas da loja instalada no local. Os lucros do estabelecimento são<br />

<strong>de</strong>stinados aos próprios artesãos.<br />

Restaurante:<br />

Situado no anexo II da se<strong>de</strong>, próximo à entrada do Parque, recebe grupos organizados,<br />

empresários, pesquisadores, funcionários do Parque e da prefeitura municipal e população em<br />

geral, uma vez que o Parque situa-se a apenas 3 km do centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.Também<br />

realiza eventos como casamentos, formaturas, etc, alguns <strong>de</strong>stes, inclusive, à noite. Já houve,<br />

tanto por parte dos arrendatários como <strong>de</strong> algumas facções da prefeitura municipal e<br />

empresários (uma minoria, inclusive), uma pressão para que se construísse um estacionamento<br />

<strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> visitação pública do Parque, on<strong>de</strong> se encontra o campo <strong>de</strong> recreação<br />

<strong>de</strong>stinados aos visitantes, objetivando oferecer acesso fácil aos usuários do restaurante<br />

especialmente em dias <strong>de</strong> chuva. Após muitas discussões e contrarieda<strong>de</strong>s apresentadas pela<br />

administração do Parque e do IAP, a idéia encontra-se, até o momento, refutada, pois além <strong>de</strong><br />

não estar prevista a i<strong>de</strong>alização <strong>de</strong> estacionamento <strong>de</strong>ntro da Unida<strong>de</strong>, tal obra acarretaria<br />

impactos no ambiente e no processo <strong>de</strong> utilização da área do campo para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recreação<br />

e lazer. Quanto à questão da utilização do restaurante à noite, além <strong>de</strong> ser esporádico não vêm<br />

apresentando conflito com o manejo da Unida<strong>de</strong>.


Hotéis<br />

Devido ao tamanho reduzido do PMSLT, e levando em conta que isso é um fator limitante ao<br />

acesso do visitante por mais <strong>de</strong> um dia na Unida<strong>de</strong> não há atualmente infra-estrutura para<br />

oferecer ativida<strong>de</strong>s ao visitante por mais <strong>de</strong> um dia. Assim, os hotéis do município raramente<br />

recebem turistas exclusivamente para visitar o local. O que se propõe neste Plano e Manejo, é<br />

que se viabilize uma rota <strong>de</strong> turismo na região, inclusive com turismo científico <strong>de</strong>scrito no<br />

item... e incluindo a rota dos tropeiros (item...), a fim <strong>de</strong> que o visitante, fique mais tempo no<br />

município, com infra-estrutura a<strong>de</strong>quada e que não seja danosa ao ambiente.<br />

Grupos <strong>de</strong> Interesse Secundário:<br />

Universida<strong>de</strong>s<br />

A Universida<strong>de</strong> do Contestado-campus Mafra, através do Centro <strong>de</strong> Paleontologia e curso <strong>de</strong><br />

Ciências Biológicas, vêm sendo parceira no sentido <strong>de</strong> se incluir no roteiro <strong>de</strong> turismo científico<br />

(CENPÁLEO) e também da participação os acadêmicos em trilhas interpretativas e cursos.<br />

Também há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se viabilizar convênios para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />

pesquisa <strong>de</strong>ntro da área do Parque e Zona <strong>de</strong> Amortecimento <strong>de</strong>ntro do proposto no item ...<br />

<strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo, a exemplo do que vem acontecendo com a UFPR, através do inventário<br />

<strong>de</strong> morcegos.<br />

Ongs/Fundações<br />

Deverão ser contactadas Ongs e Fundações <strong>de</strong> forma a se firmar parcerias visando o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa científicas, a aquisição <strong>de</strong> verbas para estes projetos e<br />

aquisição <strong>de</strong> material técnico-científico.<br />

Órgãos governamentais:<br />

Parcerias com órgãos ambientais do estado do Paraná e Fe<strong>de</strong>rais sempre foram firmadas, através<br />

<strong>de</strong> convênios com a <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> (item ...).


3.5 Situação fundiária<br />

A situação fundiária do Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> será caracterizada a seguir. Os<br />

documentos relativos a este item encontram-se nos anexos.<br />

São terras públicas municipais <strong>de</strong> domínio do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, e <strong>de</strong>vidamente<br />

registradas no Cartório <strong>de</strong> Registro <strong>de</strong> Imóveis da Comarca <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, sob matrícula 011646<br />

do L-2 do Registro Geral (com cópia nos Anexos).<br />

Não tem áreas privadas, nem está em faixas fronteiriças.<br />

Existiu uma “Ação <strong>de</strong> Desapropriação, c/c Manutenção <strong>de</strong> Posse” pelos Autos nº343/86,<br />

cujo litígio foi terminado através da Escritura Pública <strong>de</strong> Transação entre o Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong><br />

<strong>Negro</strong> me o Instituto Santo Antonio, que acabou dando origem ao registro R.1/11646 da<br />

matrícula citada no item 1.<br />

Atualmente, o Parque sofre invasões esporádicas <strong>de</strong> caçadores e pescadores. Mas<br />

durante o tempo <strong>de</strong> abandono havia invasores constantes como agricultores, caçadores, pessoas<br />

que produziam pequenas lavouras e até moradores clan<strong>de</strong>stinos nas benfeitorias do imóvel.<br />

Os limites estabelecidos em campo correspon<strong>de</strong>m aos do Decreto <strong>de</strong> Criação do Parque.<br />

No entanto, ao ser cercado observou parte <strong>de</strong> outros imóveis com anuência dos confrontantes,<br />

incorporando ao parque pequenas áreas <strong>de</strong> interesse conservacionista, sem afetar o direito <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong> dos mesmos. As áreas absorvidas com a construção da cerca não fazem parte do<br />

Documento do Imóvel nem do Decreto <strong>de</strong> Criação. Representam áreas privadas cedidas por<br />

interesse protecionista e conservacionista <strong>de</strong> ambas as partes.<br />

3.6 Fogos e outras Ocorrências Excepcionais<br />

Fogos<br />

Historicamente, a ocorrência mais recente foi no do mês <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2004. O<br />

fogo teve início na capoeirinha invadida pelo capim-elefante, bem próximo à estrada <strong>de</strong><br />

acesso. Provavelmente causado por pessoas que passavam em frente ao Parque. Po<strong>de</strong> ter<br />

sido aci<strong>de</strong>ntal ou criminoso. O corpo <strong>de</strong> bombeiros foi acionado e o fogo não teve gran<strong>de</strong>s<br />

proporções. A médio prazo basicamente ocorreram no entorno (principalmente no fundo do<br />

vale do rio Passa Três). Os períodos <strong>de</strong> maior risco são os <strong>de</strong> seca prolongada. Deve ser


ealizada pesquisa sobre a ocorrência aci<strong>de</strong>ntal e criminosa no período <strong>de</strong> abandono do<br />

imóvel.<br />

Em relação a vendavais e outros fenômenos da natureza, não se tem registro <strong>de</strong><br />

eventos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s proporções, com exceção do vendaval <strong>de</strong> 1998, que afetou parte oeste do<br />

parque. Pesquisas sobre o passado, visando <strong>de</strong>scobrir a ocorrência <strong>de</strong>stes fenômenos, bem<br />

como secas acentuadas que com certeza <strong>de</strong>vem ter interferido na cobertura florestal, <strong>de</strong>vem<br />

ser propostas.<br />

1- Julho, Agosto. Susceptibilida<strong>de</strong> mais as margens da rua e faixa margeando o rio.<br />

2- Os normalmente usados. Se preciso, apoio <strong>de</strong> bombeiros, exércitos, brigadas <strong>de</strong><br />

fogo, etc.<br />

3- Se<strong>de</strong> (caixa da Sanepar) e na ponte (captação no rio) e bases emergenciais (em<br />

casos graves, esse 1963) com alojamentos e refeitórios, o próprio prédio da se<strong>de</strong>, Casa do<br />

Menor, etc.<br />

4- Aceiros não temos, em emergências as próprias trilhas po<strong>de</strong>m servir mas como<br />

aceiro <strong>de</strong> acesso, nunca como aceiro <strong>de</strong> prevenção, por serem estreitas (copas se encontram).<br />

área já afetada, seria a do portão <strong>de</strong> entrada para viveiro.<br />

5- I<strong>de</strong>m item 14 da situação fundiária.<br />

3.7 - Ativida<strong>de</strong>s Desenvolvidas na Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />

3.7.1 Ativida<strong>de</strong>s Apropriadas<br />

FISCALIZAÇÃO<br />

Ações:<br />

- Rondas constantes pelas trilhas do Parque e periódicas nas divisas, a fim <strong>de</strong> garantir<br />

a conservação do patrimônio natural e histórico e evitar invasões e incêndio na área do mesmo.


- Rondas eventuais realizadas pela Polícia Florestal e Força Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro dos limites<br />

do Parque e no seu entorno;<br />

- Fiscalização, por parte da Polícia Florestal e Instituto Ambiental do Paraná nas<br />

proprieda<strong>de</strong>s e empresas do entorno;<br />

- Instrumentos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>ntro do Parque: relatórios das fiscalizações;<br />

- Controle e acompanhamento das pesquisas: cadastro do pesquisador e<br />

instituição que representa junto à SAMA/CACB; relatórios periódicos junto à equipe técnica da<br />

SAMA/CACB;<br />

- Controle e acompanhamento das visitas: triagem dos visitantes na guarita <strong>de</strong><br />

recepção na entrada do Parque quando a visita não for previamente agendada; agendamento das<br />

visitas em grupos que <strong>de</strong>sejam visitar as trilhas e CACB; fiscalização pela equipe <strong>de</strong> vigilância,<br />

ainda que <strong>de</strong>ficiente.<br />

PESQUISA<br />

FLORA:<br />

Pesquisa <strong>de</strong>senvolvida:<br />

- zoneamento vegetal do Parque com i<strong>de</strong>ntificação das espécies evi<strong>de</strong>ntes em cada tipo<br />

<strong>de</strong> formação existente nos limites do mesmo com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração do Plano <strong>de</strong> Manejo<br />

do mesmo;<br />

- herborização com exsicata acondicionadas no herbário do CACB.<br />

FAUNA<br />

Aves:<br />

Pesquisa <strong>de</strong>senvolvida:<br />

- Inventário da avifauna do Parque, com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração do Plano <strong>de</strong> Manejo<br />

do mesmo, realizado por técnicos indicados pelo IAP. Esta fase da pesquisa não apresentou


necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta, o método utilizado foi <strong>de</strong> captura e anilhamento, observações diretas,<br />

análise <strong>de</strong> vocalizações e entrevistas.<br />

- Instituições envolvidas: <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e Instituto Ambiental do<br />

Paraná.<br />

Pesquisa em <strong>de</strong>senvolvimento:<br />

- curruíra<br />

Mamíferos:<br />

Pesquisa <strong>de</strong>senvolvida:<br />

- Diagnóstico <strong>de</strong> mamíferos na área do PMSLT, com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong><br />

Plano <strong>de</strong> Manejo, sem coleta <strong>de</strong> material zoológico, a não ser vestígios, como fezes, pegadas e<br />

pêlos.<br />

- Instituições envolvidas: <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e Instituto Ambiental do<br />

Paraná;<br />

Pesquisa em <strong>de</strong>senvolvimento:<br />

- Inventário <strong>de</strong> morcegos na área que abrange o PMSLT, com coleta <strong>de</strong> material<br />

zoológico, <strong>de</strong>vidamente licenciada pelo IBAMA.<br />

- Instituições envolvidas: <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, UFPR.<br />

CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL<br />

Programas <strong>de</strong>senvolvidos:<br />

Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas do Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa<br />

Criação e composição:<br />

O grupo <strong>de</strong> monitores <strong>de</strong> trilhas interpretativas foi criado em 1998, com o objetivo <strong>de</strong><br />

oferecer ao visitante a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizado sobre as características do ecossistema local<br />

bem como reconhecer a importância da conservação <strong>de</strong>sse ecossistema. É composto atualmente<br />

por 17 estudantes do Ensino Fundamental (6 a 8 séries) e do Ensino Médio das Escolas do<br />

município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> que recebem gorjetas, vales transporte e alimentação. Dentre estes,


dois são estagiários contratados pela Secretaria <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente e atuam no<br />

CACB.<br />

Funções:<br />

Monitorar as visitas educativas e turísticas nesta UC, realizar palestras e oficinas<br />

ambientais <strong>de</strong>stinadas às crianças no auditório do CACB, além <strong>de</strong> estagiar junto aos<br />

pesquisadores que <strong>de</strong>senvolvem inventários no Parque, realizando serviço voluntário. Também<br />

é função do monitor realizar serviços voluntários junto às escolas e comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> estão<br />

inseridos.<br />

Capacitação:<br />

Os voluntários do grupo <strong>de</strong> monitores recebem capacitações periódicas nas áreas <strong>de</strong><br />

Botânica, aves, mamíferos, répteis, ecologia, educação ambiental, turismo, interpretação <strong>de</strong><br />

trilhas, primeiros socorros, prevenção <strong>de</strong> incêndios florestais, busca e salvamento na floresta,<br />

relações humanas para o trabalho. As capacitações são realizadas voluntariamente pelos<br />

pesquisadores que atual na área do Parque e pelo Corpo <strong>de</strong> Bombeiros <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.<br />

Trilhas Interpretativas<br />

São <strong>de</strong>senvolvidas pelos integrantes do grupo <strong>de</strong> monitores <strong>de</strong> trilhas.<br />

Temas trabalhados:<br />

- A floresta com Araucária, com i<strong>de</strong>ntificação das principais espécies da flora e fauna,<br />

inclusive com exposição <strong>de</strong> fotos no CACB, no término da mesma;<br />

- Na trilha do Graxaim: propõe uma visão da floresta e seus habitantes a partir da visão<br />

<strong>de</strong>ste carnívoro. Durante esta trilha são i<strong>de</strong>ntificados os vestígios <strong>de</strong>ixados pelos animais, como<br />

fezes, pêlos, pegadas e cheiros;<br />

- Semana do Meio Ambiente: com trilhas temáticas que variam ano após ano;<br />

- Semana da Árvore: trilhas relativas ao tema que variam ano após ano;<br />

Parque.<br />

Todas as trilhas abordam concomitante ao tema ambiental, os aspectos históricos do


Palestras e oficinas<br />

As palestras e oficinas são <strong>de</strong>senvolvidas no CACB. As palestras são <strong>de</strong>senvolvidas<br />

junto ao grupo <strong>de</strong> monitores e para escolares, normalmente no término das trilhas<br />

interpretativas.<br />

As oficinas são periódicas, <strong>de</strong>stinadas às escolas locais e regionais, e abordam vários<br />

temas:<br />

- Oficinas Integradas Natureza e Arte: com colagens em papel, cartolina ou ma<strong>de</strong>ira,<br />

utilizando – se sementes e material reciclável;<br />

- Oficina da Semana da Páscoa: Sobre a ecologia dos roedores, em especial os nativos,<br />

como o coelho tapiti.<br />

- Oficinas <strong>de</strong> Meio Ambiente: com jogos, sessões <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, <strong>de</strong>senhos, interpretação <strong>de</strong><br />

fotografias <strong>de</strong> paisagens, por ocasião da Semana do Meio Ambiente;<br />

- Oficinas da Semana da Árvore: com semeadura no viveiro florestal municipal,<br />

produção <strong>de</strong> mudas, plantio <strong>de</strong> frutíferas nativas e observação dos espécimes adultos no<br />

ambiente natural, exposição e doação <strong>de</strong> mudas florestais nativas, mediante orientação.<br />

- Pistas orientadas com mapa e/ou bússola: nessa ativida<strong>de</strong> os visitantes percorrem as<br />

trilhas do Parque, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver tarefas <strong>de</strong> cunho ambiental, guiados somente por uma<br />

bússola, um mapa ou ambos. A finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong> é a <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o sentido <strong>de</strong><br />

orientação. Acantonamentos: são realizados no máximo duas vezes ao ano, com número<br />

reduzido <strong>de</strong> participantes, todos monitores <strong>de</strong> trilhas, que participam <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s noturnas<br />

guiados por mapas, bússolas e lanternas e tendo no CACB, seu ponto <strong>de</strong> referência para<br />

quaisquer eventualida<strong>de</strong>s e para <strong>de</strong>scanso. Essa ativida<strong>de</strong> conta com o apoio do corpo <strong>de</strong><br />

bombeiros <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e equipe <strong>de</strong> vigilância do Parque.<br />

Cursos:<br />

São oferecidos periodicamente, através do CACB, cursos <strong>de</strong>stinados a acadêmicos,<br />

profissionais em geral, estudantes do Ensino Médio e amantes da contemplação da Natureza,<br />

tais como:<br />

Herborização e Administração <strong>de</strong> Herbários;<br />

Répteis;


Curso <strong>de</strong> Observadores <strong>de</strong> Aves;<br />

Capacitação e formação <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas;<br />

Melipôneas.<br />

Estão previstos: Curso <strong>de</strong> Taxonomia <strong>de</strong> Fanerógamas e <strong>de</strong> Biologia da Conservação,<br />

po<strong>de</strong>ndo também ser novamente oferecidos os outros cursos <strong>de</strong>scritos acima.<br />

Visitas acadêmicas:<br />

Acadêmicos e professores <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s recebem a orientação dos técnicos da SAMA<br />

e CACB, em trabalhos <strong>de</strong> herborização, informações a respeito das espécies da flora e fauna da<br />

região e sobre o histórico do Parque no que diz respeito às questões ambientais e à vida<br />

franciscana até ao ano <strong>de</strong> 1970.<br />

Funcionários da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>:<br />

A partir <strong>de</strong> 2003, estão sendo oferecidas, periodicamente, trilhas interpretativas e<br />

oficinas especialmente elaboradas para os funcionários da <strong>Prefeitura</strong> Mun. De <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, com o<br />

objetivo <strong>de</strong> oferecer ao servidor público a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer o patrimônio histórico e<br />

natural do Parque e reconhecer a importância da sua conservação.<br />

Comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno.<br />

As ativida<strong>de</strong>s acima relacionadas são <strong>de</strong>stinadas também á comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno,<br />

visando uma integração da mesma com o patrimônio natural do Parque.<br />

Entretanto, esta abordagem ainda é insatisfatória, necessitando <strong>de</strong> um maior fomento<br />

junto à comunida<strong>de</strong> local, especialmente nas escolas que situam-se na região. Já existe um<br />

trabalho <strong>de</strong> educação ambiental piloto com as duas escolas do entorno durante todo o ano<br />

letivo, com palestras sobre água, flora, fauna e inter-relações na escola, visitas ao Parque e<br />

novamente visita à escola. Este trabalho é <strong>de</strong>senvolvido pelos estagiários do CACB.<br />

Parcerias:<br />

- Programa Florestal <strong>Municipal</strong>;<br />

- Viveiro Florestal <strong>Municipal</strong>;<br />

- Corpo <strong>de</strong> Bombeiros <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />

- IAP;


- SEMA;<br />

- Mülleriana: Socieda<strong>de</strong> Fritz Müller <strong>de</strong> Ciências Naturais;<br />

- Empresa Ma<strong>de</strong>m;<br />

- Indústrias Químicas Cubatão;<br />

- Sindicato do Trabalhadores da Indústria e Mobiliário <strong>de</strong> Mafra;<br />

- Wizzard Idiomas;<br />

- Secretarias Municipais <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />

- PUC Uruguaiana;<br />

- Fundação O Boticário <strong>de</strong> Proteção à Natureza;<br />

- Museu <strong>de</strong> História Natural Capão da Imbuia.<br />

Público envolvido<br />

PÚBLICO NÚMERO DE<br />

PARTICIPANTES/ANO DE 2004.<br />

Estudantes <strong>de</strong> ensino fundamental e médio 3373<br />

Grupos <strong>de</strong> Igrejas 325<br />

Público em Geral 917<br />

Grupos <strong>de</strong> 3ª ida<strong>de</strong> 1091<br />

Militares 83<br />

Instituições diversas 514<br />

Universitários 40<br />

Total 6343


Relações Públicas/Divulgação<br />

Os programas <strong>de</strong> divulgação, promoção <strong>de</strong> eventos culturais e ativida<strong>de</strong>s ambientais<br />

<strong>de</strong>senvolvidos pela unida<strong>de</strong> são realizados pelas diversas Secretarias da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong><br />

e instituições com as quais se <strong>de</strong>senvolvem parcerias e serão <strong>de</strong>scritos a seguir:<br />

Eventos na comunida<strong>de</strong>:<br />

Arborização <strong>de</strong> vias públicas com a participação da comunida<strong>de</strong> local;<br />

eventos culturais promovidos pela UC:<br />

Sessões semanais <strong>de</strong> cinema, no Cine Seminário;<br />

Exposição itinerante: "Seminário Seráfico/Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa:<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1918 fazendo História, Pesquisa e Conservação". Produzido a partir da coletânea <strong>de</strong><br />

artigos, fotos e <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> franciscanos que viveram no antigo Seminário. A exposição<br />

explora a vida franciscana e as pesquisas com fauna e flora realizadas tanto na época <strong>de</strong><br />

funcionamento do Seminário quanto as da atualida<strong>de</strong>.<br />

Materiais <strong>de</strong> divulgação existentes: mapas para trilhas auto-guiadas, fol<strong>de</strong>rs turísticos<br />

do município, apostilas didáticas relativas aos eventos da Semana da Árvore, convites para os<br />

eventos, divulgação dos eventos em rádios e jornais, criação da “Coluna Bicho-Grilo”<br />

(atualmente não escrita); site www.rionegro.pr.gov.br, divulgação do Parque e do município<br />

pela Re<strong>de</strong> Brasil Sul <strong>de</strong> Comunicação (RBS); placas indicativas na BR 116.<br />

Visitação:<br />

Áreas <strong>de</strong> visitação:<br />

- Se<strong>de</strong> do antigo Seminário, atual <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>;<br />

- Capela;<br />

- Cine-teatro;<br />

- Anexos do restaurante, loja <strong>de</strong> artesanato, oratórias e presépio em palha <strong>de</strong> milho;<br />

- Trilhas, campo santo ,gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s;<br />

- Ponte pênsil;<br />

140


- Centro Ambiental “Casa Branca”, durante a semana, para acadêmicos e outros<br />

estudantes, participantes <strong>de</strong> trilhas interpretativas e outros interessados nas informações sobre<br />

fauna e flora locais. O CACB não é disponibilizado ao turista em geral, ficando fechado nos<br />

finais <strong>de</strong> semana e feriados, disponibilizado nessas datas apenas aos pesquisadores.<br />

Período <strong>de</strong> maior frequência<br />

- feriados e finais <strong>de</strong> semana, principalmente durante os meses <strong>de</strong> verão; durante as<br />

o período <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s especiais, como Semana do Meio Ambiente e Semana da Árvore e<br />

nos períodos <strong>de</strong> promoções <strong>de</strong> eventos no município.<br />

Serviços <strong>de</strong> condução e guiagem ofertados<br />

- Por ser o Parque distante apenas 4km do centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, os<br />

visitantes locais se locomovem através <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> ônibus local, veículos próprios, bicicleta<br />

ou mesmo a pé. Os visitantes <strong>de</strong> outros municípios normalmente fretam ônibus <strong>de</strong> turismo em<br />

suas respectivas cida<strong>de</strong>s ou se utilizam <strong>de</strong> veículo próprio.<br />

- O Parque disponibiliza os integrantes do grupo <strong>de</strong> monitores <strong>de</strong> trilhas<br />

interpretativas , do qual alguns são também condutores turísticos para acompanhar os grupos<br />

<strong>de</strong> visitantes, via agendamento. Grupos com menos <strong>de</strong> 10 pessoas po<strong>de</strong>m optar pelo guia<br />

turístico do Parque e realizar uma trilha auto-guiada. Grupos com mais <strong>de</strong> 10 pessoas,<br />

necessariamente serão divididos e terão o acompanhamento dos monitores. No que diz<br />

respeito ao centro histórico-cultural, os visitantes são atendidos por funcionários e estagiários<br />

que ficam permanentemente, durante os horários <strong>de</strong> visita, nos locais mais visitados (capela,<br />

oratórias e presépio, loja).<br />

- Procedência e interesses dos visitantes:<br />

A maior parte dos visitantes são do Sul do Brasil, em especial Santa Catarina. O<br />

Parque recebe também visitantes <strong>de</strong> outras regiões do país e outros países.<br />

Os interesses variam <strong>de</strong> acordo com o perfil do visitante: grupos <strong>de</strong> terceira ida<strong>de</strong>,<br />

corais, entre outros e crianças até 7 anos preferem visitas no complexo histórico-cultural e<br />

trilhas centrais. Grupos <strong>de</strong> estudantes do Ensino Fundamental e Médio, acadêmicos,<br />

professores, empresas que buscam consultoria na área ambiental preferem as trilhas<br />

interpretativas naturais do Parque, viveiro florestal e Centro Ambiental.<br />

Valorização da cultura regional e local:<br />

Através da loja <strong>de</strong> artesanato local, que explora o artesanato <strong>de</strong> diversas etnias,<br />

conforme exposto no item 2.3.3. Também através da visitação do Presépio em Palha <strong>de</strong><br />

141


Milho (o maior do mundo em número <strong>de</strong> personagens), que mostra como era a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Jerusalém na época <strong>de</strong> Cristo e das oratórias em palha <strong>de</strong> milho, com passagens bíblicas.<br />

Impactos<br />

Os impactos mais evi<strong>de</strong>ntes causados pelos visitantes são:<br />

- copos plásticos, papéis <strong>de</strong> bala, salgadinho e outros no chão;<br />

- restos <strong>de</strong> salgadinhos pelas trilhas;<br />

- <strong>de</strong>sgaste da camada <strong>de</strong> brita nas trilhas centrais;<br />

- escritas nos barrancos, pedras e placas;<br />

- atos <strong>de</strong> vandalismo como a retirada das letras a<strong>de</strong>sivas nas placas <strong>de</strong> sinalização e<br />

riscos nas mesmas;<br />

- Retirada <strong>de</strong> flores, mudas, plantas medicinais, frutos, nas trilhas;<br />

- Invasão <strong>de</strong> picadas interditadas nas trilhas <strong>de</strong> acesso ao rio Passa Três.<br />

3.7.2 Ativida<strong>de</strong>s ou Situações conflitantes<br />

- Se<strong>de</strong> da <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong>ntro da Unida<strong>de</strong> (po<strong>de</strong> causar uma situação conflitante);<br />

- Estrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro muito utilizada, inclusive por caminhões, para carga<br />

e <strong>de</strong>scarga da prefeitura;<br />

- Restaurante, e cinema <strong>de</strong>ntro da Unida<strong>de</strong> (po<strong>de</strong>m causar uma situação conflitante,<br />

<strong>de</strong>vendo ser sempre controlada e fiscalizada);<br />

- Re<strong>de</strong> elétrica da CELESC, cortando o “Morro dos Padres” e sofrendo<br />

frequentemente corte raso por parte da mesma <strong>de</strong> forma impactante e parcialmente<br />

<strong>de</strong>snecessária;<br />

- Processo <strong>de</strong> sobre-caça <strong>de</strong> diversas espécies animais, especialmente mamíferos<br />

como veado (Mazama sp.), cateto (que <strong>de</strong>ve estar extinto na região), capivara, paca, cotia e<br />

aves. Os caçadores se utilizam da outra margem do rio para caçar, on<strong>de</strong> já foram encontrados<br />

vários vestígios, como fogueiras, cevas e armadilhas. Cachorros <strong>de</strong> caça são periodicamente<br />

encontrados nas trilhas da Unida<strong>de</strong> seguindo o rastro dos animais silvestres. As épocas mais<br />

propícias são as proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> feriados e finais <strong>de</strong> semana, especialmente nos meses <strong>de</strong><br />

primavera e verão;<br />

142


- Pesca predatória no rio <strong>Negro</strong>;<br />

- Entrada <strong>de</strong> vândalos portando bebida alcoólica escondida sob a roupa ou em<br />

recipientes <strong>de</strong> água e refrigerante e que preferem as imediações do CACB, que fica longe da<br />

se<strong>de</strong>, para danificarem placas e trilhas;<br />

- Sistema <strong>de</strong> vigilância ineficiente e incapacitado, necessitando <strong>de</strong> capacitação e<br />

rea<strong>de</strong>quação à função, com urgência.<br />

3.8 Aspectos Institucionais da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />

3.8.1 Pessoal<br />

Funcionários da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e estagiários com o Parque.<br />

Vilson José Lorenzi – Secretário <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente.<br />

Tarcísio Schelbauer – Administrador da UC.<br />

Sidney Hirt – Engenheiro Florestal.<br />

Lenita Kozak – Bióloga responsável pelo Centro Ambiental Casa Branca.<br />

Viveiro Florestal – Conta com nove funcionários, responsáveis pela manutenção e<br />

produção <strong>de</strong> mudas no viveiro; manutenção das trilhas, bosques, cercas da UC.<br />

Fabiano Weber e Fabiana Silveira –Estagiários do CACB.<br />

Monitores <strong>de</strong> Trilhas – 15 monitores voluntários responsáveis pelo atendimento à<br />

turistas, alunos <strong>de</strong> escolas Públicas e Particulares e <strong>de</strong>mais instituições; auxílio à<br />

pesquisadores no levantamento <strong>de</strong> flora e fauna da UC; produção <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Educação<br />

Ambiental e realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s fora da UC.<br />

Aten<strong>de</strong>ntes da Parte cultural – Oito pessoas responsáveis pelo atendimento na Capela,<br />

Museu, Presépio e Oratória em palha <strong>de</strong> milho, loja <strong>de</strong> artesanato.<br />

Recepção – 2 pessoas responsáveis pela recepção dos visitantes.<br />

Vigilância – 13 vigilantes.<br />

143


Pessoal cedido:<br />

Pessoal cedido por outras instituições:<br />

Inventário <strong>de</strong> morcegos (em andamento)<br />

Biól.Carolina Scultori ( Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná - UFPR );<br />

Inventário <strong>de</strong> aves<br />

Naturais);<br />

Biól. Josiane Sabóia Gruber (Mülleriana: Socieda<strong>de</strong> Fritz Müller <strong>de</strong> Ciências<br />

Ornit.Raphael Moura Sobânia; (Ninho do Pica-Pau Consultoria);<br />

Diagnóstico <strong>de</strong> mamíferos<br />

Biól. MsC. Mauro <strong>de</strong> Moura Britto ( Instituto Ambiental do Paraná);<br />

Pessoal lotado na UC por ocasião do Plano <strong>de</strong> Manejo:<br />

Por ser o PMSLT uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação municipal, o pessoal envolvido com<br />

o Plano <strong>de</strong> Manejo do Parque são funcionários da própria prefeitura, lotado em diversas<br />

Secretarias.<br />

Lenita Terezinha Kozak<br />

Qualificação: Bióloga<br />

Ida<strong>de</strong>: 34 anos<br />

Tempo <strong>de</strong> serviço: no Parque, 4 anos<br />

Cargo/Função: Bióloga<br />

Eusa Maria Duvision <strong>de</strong> Oliveira Moritz<br />

Ida<strong>de</strong>: 46 anos<br />

Tempo <strong>de</strong> Serviço: 3 anos<br />

Cargo: Assessora da Secretaria <strong>de</strong> Indústria, Comércio e Turismo<br />

Função: Assessora Turismo<br />

144


Karen Rosane Brunken Flores<br />

Capacitação: Nível Superior completo<br />

Ida<strong>de</strong>: 41 anos<br />

Tempo <strong>de</strong> serviço: 19 anos<br />

Cargo: Administração/Secretaria <strong>de</strong> Cultura<br />

Função: Técnica em restauração e conservação <strong>de</strong> bens imóveis.<br />

Sidney Hirt<br />

Capacitação: Engenheiro Florestal;<br />

Ida<strong>de</strong>: 53 anos;<br />

Tempo <strong>de</strong> serviço: 8.5 anos;<br />

Função: Engenheiro Florestal da Secretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente – SAMA.<br />

Tarcísio Schelbauer<br />

Capacitação: Técnico Agrícola.<br />

Ida<strong>de</strong>: 47 anos.<br />

Tempo <strong>de</strong> serviço: 9.5 anos.<br />

Cargo: Administrador do Parque.<br />

Função: Responsável pelo Horto e Manutenção do Parque.<br />

Obs. Não resi<strong>de</strong>nte na Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação.<br />

Fabiano Weber<br />

Capacitação: Nível superior em andamento.<br />

Ida<strong>de</strong>: 19 anos.<br />

Tempo <strong>de</strong> serviço: 1 ano.<br />

Cargo: Estagiário.<br />

Função: Auxiliar técnico do CACB, monitor <strong>de</strong> trilhas.<br />

Fabiana Silveira<br />

Capacitação: 2º Grau completo.<br />

Ida<strong>de</strong>: 20 anos.<br />

Tempo <strong>de</strong> serviço: 2 anos.<br />

Cargo: Estagiária.<br />

Função: Auxiliar técnico do CACB, monitora <strong>de</strong> trilhas.<br />

145


3.8.2 Infra-estrutura, Equipamentos e Serviços<br />

O imóvel situa-se a 3 km do centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, e e sta situado no alto <strong>de</strong><br />

uma colina, la<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> vegetação abundante. O cenário po<strong>de</strong> ser visto <strong>de</strong> alguns pontos da<br />

cida<strong>de</strong>.<br />

É constituído <strong>de</strong> uma ala central entre duas outras alas com três (03) torres.<br />

Na ala à esquerda, funciona o Cine Seminário (espaço Antônio Cândido do Amaral) e<br />

na ala à direita encontra-se a Capela Cônego José Enser.<br />

O prédio principal da edificação possui quatro (04) pavimentos, contando com o<br />

térreo, tendo 2260m². no térreo estão situados o Banco Santan<strong>de</strong>r, IBGE, Secretaria <strong>de</strong><br />

Indústria , Comércio e Turismo, sala para cursos, banheiros (02), salas para atendimento<br />

técnico pedagógico (fonoaldiologia, psicologia, pedagógico, fisioterapia), central telefônica,<br />

sala <strong>de</strong> xérox, entradas laterais para o Museu Prof.ª Maria José França Foohs e para Cantina e<br />

Cinema. Possui três (03) escadas em ma<strong>de</strong>ira para acesso ao primeiro pavimento.<br />

No 1º pavimento estão situados Secretaria <strong>de</strong> Obras, sala <strong>de</strong> Consultoria Jurídica, sala<br />

<strong>de</strong> Licitações e Compras, sala <strong>de</strong> Recursos Humanos, sala <strong>de</strong> IPTU, Gabinete do Prefeito com<br />

sala <strong>de</strong> reuniões, sala <strong>de</strong> alvarás, salas do Setor Administrativo (02), sala <strong>de</strong> Patrimônio,<br />

Secretaria <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente, sala <strong>de</strong> Segurança no Trabalho, IPRERINE, 02<br />

banheiros, 02 entradas para sacristias superiores da Capela e 02 escadas me ma<strong>de</strong>ira para<br />

acesso ao 2º pavimento.<br />

No 2º pavimento encontra-se em funcionamento a Secretaria <strong>de</strong> Educação com<br />

diversas salas divididas em <strong>de</strong>partamentos, banheiros, UNDIME, salas <strong>de</strong> cursos e faculda<strong>de</strong>s<br />

com mídias interativas, sala para conferência com 400 lugares.<br />

Possui uma entrada para o 3º piso, on<strong>de</strong> na época em que funcionava o Colégio<br />

Seráfico, seriam os quartos, que ainda não foi restaurado e abriga o sino e as caixas <strong>de</strong> água.<br />

A edificação possui um anexo com 539m², com piso <strong>de</strong> alvenaria original, que<br />

comporta 06 espaços sendo assim distribuídos: Presépio em palha <strong>de</strong> milho, Oratórias<br />

(principais passagens da bíblia em palha <strong>de</strong> milho), correio, loja <strong>de</strong> Artesanato, refeitório <strong>de</strong><br />

uma sala <strong>de</strong> uso ao Fórum <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.<br />

146


Uma construção com 400m² abriga o restaurante que funciona <strong>de</strong>ntro do Parque, que<br />

foi parcialmente restaurada (telhado e banheiros).<br />

Possui ainda uma edificação pequena 20m², em alvenaria, com tijolos aparentes e teto<br />

liso com bordas trabalhadas on<strong>de</strong> está o poço que abastecia os padres franciscanos e hoje<br />

comporta as bombas <strong>de</strong> água da prefeitura.<br />

Na entrada da edificação “Parque Ecoturístico, Parque e Palácio Seráfico São Luis <strong>de</strong><br />

Tolosa foi construído no ano <strong>de</strong> 2003 através <strong>de</strong> projeto, um receptivo com sala para os<br />

vigias, sala para as recepcionistas, banheiro e cozinha com cobertura anexa para abrigo <strong>de</strong><br />

visitantes.<br />

A área total da edificação com prédios, bosques, trilhas, áreas protegidas, horto<br />

florestal e estacionamento, me<strong>de</strong> 532.400m².<br />

O responsável pela instalação do Seminário em <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> foi o Cônego José Ernser,<br />

que sabendo que o Semanário em Blumenau encontrava-se pequeno, interveio junto às<br />

autorida<strong>de</strong>s eclesiásticas para que este fosse instalado em terras paranaenses, ficando assim,<br />

mais perto <strong>de</strong> São Paulo.<br />

O início da construção data <strong>de</strong> 1918 e sua conclusão e inauguração em 03 <strong>de</strong> fevereiro<br />

<strong>de</strong> 1923.<br />

Sistema <strong>de</strong> saneamento<br />

Água - servido por água do sistema público <strong>de</strong> abastecimento da Sanepar<br />

(se<strong>de</strong>). Quanto a Casa Branca, é <strong>de</strong> fonte própria do parque (água não tratada). A água<br />

potável é em bebedouros <strong>de</strong> água mineral engarrafada.<br />

Esgoto – até 2002 fossas e sumidouros. Atualmente é <strong>de</strong>stinada a ETE da Sanepar<br />

através da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> esgoto. Quanto ao CACB, fossa e sumidouro.<br />

Resíduos sólidos recicláveis como papel, papelão, plástico, vidros e latas, maioria<br />

<strong>de</strong>stinada a Fundir. O restante, juntamente com o lixo doméstico, <strong>de</strong>stinado ao aterro<br />

sanitário da SELUMA (<strong>de</strong>vidamente licenciado pela Fatma) em Mafra – SC, através <strong>de</strong><br />

caminhões compactadores da coleta pública municipal.<br />

Energia elétrica da Celesc, com casa <strong>de</strong> força e transformadores <strong>de</strong> Alta Tensão para<br />

distribuição ao bairro instalados na se<strong>de</strong> do Parque.<br />

147


Equipamentos <strong>de</strong> Proteção Individual.<br />

(pinga-fogo)<br />

Material<br />

Quantida<strong>de</strong><br />

Cantil 0<br />

Luvas <strong>de</strong> couro 2<br />

Perneira ou coturno 3<br />

Cinto <strong>de</strong> guarnição 3<br />

Traje a<strong>de</strong>quado 0<br />

Capacete 3<br />

Óculos anti-chamas 0<br />

Máscara anti-fumaça 0<br />

Apito 0<br />

Binóculos 2<br />

Bússola 2<br />

Rádio <strong>de</strong> comunicação portátil 6<br />

Corda <strong>de</strong> prontidão 1<br />

Lanterna 3<br />

Facão 2<br />

Motosserra 1<br />

Machado 1<br />

Foice 3<br />

Enxada 6<br />

Pá 4<br />

Rastelo 2<br />

Abafadores 0<br />

Bomba costal 2<br />

Mochila costal 0<br />

Aparelho controlador <strong>de</strong> queimadas 0<br />

Centro Ambiental "Casa Branca"<br />

Antiga casa que após adquirida e reformada, passou a ser utilizada pelos franciscanos<br />

como casa <strong>de</strong> hóspe<strong>de</strong>s. Recuperada e inaugurada em 04/06/2000, passou a abrigar o Centro<br />

Ambiental "Casa Branca", voltado a <strong>de</strong>senvolver estudos e ativida<strong>de</strong>s na área ambiental para<br />

a integração da comunida<strong>de</strong> com os recursos naturais do Parque. Compõe o Centro<br />

Ambiental – Biblioteca, Herbário, Laboratório, Auditório, Ala <strong>de</strong> Exposição e Área<br />

Administrativa. O regulamento com as ativida<strong>de</strong>s do Centro Ambiental encontram-se nos<br />

anexos <strong>de</strong>ste Plano. Abaixo, estão relacionados os equipamentos e materiais do CACB.<br />

148


Equipamentos<br />

Estrutura do Centro Ambiental Casa Branca<br />

2 <strong>de</strong>sumidificadores<br />

1 frezeer<br />

1 estufa para esterilização e secagem<br />

1 microscópio biológico binocular<br />

1 estereomicroscópio binocular<br />

1 <strong>de</strong>stilador <strong>de</strong> água<br />

1 condicionador <strong>de</strong> ar<br />

1 termo higrômetro<br />

2 <strong>de</strong>sumidificadores <strong>de</strong> ar<br />

2 binóculos<br />

Placas <strong>de</strong> petri plana vidro tampa e vidro7 fitas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o<br />

Tubos <strong>de</strong> ensaio<br />

Pipetas sorológicas<br />

1 câmera fotográfica focagem manual e automática<br />

1 câmera fotográfica digital<br />

1 Ph-metro<br />

Copo Griffin<br />

Bastão <strong>de</strong> vidro<br />

Lamina<br />

Lamínula<br />

1 termômetro<br />

7 fitas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Ecossistemas Brasileiros<br />

7 fitas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Ciências- Ecologia e Meio Ambiente<br />

1 fita <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Mata Ciliar<br />

1 fita <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Fundação O Boticário <strong>de</strong> Proteção a Natureza<br />

1 fita <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Reserva Natural Salto Morato<br />

1 fita <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Centro <strong>de</strong> Capacitação em conservação da Biodiversida<strong>de</strong><br />

149


5 fitas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Coleção Pré Escola<br />

12 fitas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o diversas<br />

2 extensões <strong>de</strong> 3 pinos<br />

1 extensão <strong>de</strong> 1 pino<br />

1 retroprojetor<br />

1 televisão a cores Panasonic<br />

1 ví<strong>de</strong>o Panasonic<br />

1 GPS<br />

2 microcomputadores<br />

1 impressora<br />

Cerca <strong>de</strong> 800 bibliografias incluindo ANAIS, revistas, periódicos, ...)<br />

3.8.3 Estrutura Organizacional<br />

O PMSLT possui uma estrutura organizacional que funciona da seguinte maneira:<br />

É <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente<br />

(SAMA). Atrelados à SAMA, estão o Viveiro <strong>Municipal</strong> <strong>Municipal</strong>, o Centro Ambiental<br />

"Casa Branca", responsável pelo Plano <strong>de</strong> Manejo do Parque, pesquisas científicas e<br />

educação ambiental e Departamento <strong>de</strong> Meio Ambiente, que fornece assessoria aos trabalhos<br />

do Parque, quando solicitado. O complexo histórico – cultural atualmente encontra-se sob os<br />

cuidados da Secretaria <strong>de</strong> Cultura. Deverá ser feita uma reavaliação sobre essa organização e<br />

talvez repassar o complexo histórico para outra Secretaria ou <strong>de</strong>partamento.<br />

3.9 Declaração <strong>de</strong> Significância<br />

O Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> está localizado em uma área hoje inserida <strong>de</strong>ntro do<br />

perímetro urbano do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, enquanto que uma parte <strong>de</strong> seu entorno situa-se<br />

na Zona Rural. Os 54 ha <strong>de</strong>ste parque possuem uma flora e fauna representativa para a região<br />

em se tratando <strong>de</strong> floresta com araucária e ainda, em uma área urbana. As espécies típicas,<br />

raras ou ameaçadas registradas nessa área certamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m diretamente do entorno bem<br />

conservado. E a existência do Parque tanto facilita quanto fortalece as ações necessárias para<br />

150


que a conservação do entorno seja garantida. Somente <strong>de</strong>ssa forma se po<strong>de</strong>rá dar condições<br />

para que mamíferos <strong>de</strong> médio porte como jaguatirica e o veado catingueiro continuem<br />

utilizando a área à procura <strong>de</strong> alimento e abrigo. O mesmo ocorre com as aves <strong>de</strong> maior<br />

porte, como jacu e pica-paus que necessitam <strong>de</strong> florestas com árvores <strong>de</strong> maior porte e oferta<br />

<strong>de</strong> alimento o ano inteiro para sobreviver.<br />

Árvores raras <strong>de</strong> serem encontradas, a não ser em áreas protegidas, como a imbuia<br />

(Ocotea porosa) apresentam exemplares multiseculares <strong>de</strong>ntro da Unida<strong>de</strong>.<br />

Os remanescentes florestais <strong>de</strong>ssa região (floresta com araucária) apresentam<br />

características ímpares em relação à sua diversida<strong>de</strong>, por não sofrer influência da Floresta<br />

Ombrófila Densa nem da Estacional Semi<strong>de</strong>cidual, oferecendo várias frentes <strong>de</strong> pesquisas,<br />

que já são escassas, em se tratando <strong>de</strong> floresta com araucária.<br />

O rio Passa-Três, que marca a divisa do Parque com algumas das proprieda<strong>de</strong>s<br />

vizinhas é consi<strong>de</strong>rado um abrigo para lontras, furões e capivaras.<br />

O magnífico complexo arquitetônico da se<strong>de</strong>, outrora seminário seráfico, que lembra<br />

um castelo, merece também <strong>de</strong>staque em se tratando <strong>de</strong> ações preservacionistas. O maior<br />

legado histórico-cultural do município, foi <strong>de</strong>ixado pelos franciscanos, cuja história religiosa,<br />

cultural, científica e ecológica que também está sendo levantada, vem complementando (e<br />

encantando) pesquisadores e visitantes.<br />

151


ENCARTE IV<br />

PLANEJAMENTO DO PARQUE MUNICIPAL SÃO LUÍS DE TOLOSA<br />

3.VISÃO GERAL DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO<br />

3.9Diretrizes do Planejamento<br />

Para a elaboração <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo, foram tidas como embasamento<br />

as premissas <strong>de</strong>scritas a seguir:<br />

3.Orientações contidas no Roteiro Metodológico <strong>de</strong> Planejamento – Parque<br />

Nacional, Reserva Biológica, Estação Ecológica (IBAMA, 2002);<br />

4.Decreto nº 4.340/2002, que regulamentou a Lei do Sistema Nacional <strong>de</strong><br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação da Natureza (SNUC), e a Lei nº 9985/2000, que instituiu<br />

o SNUC;<br />

5.Conhecimento da área do Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa, <strong>de</strong> acordo<br />

com os encartes anteriores;<br />

6.Discussões das reuniões <strong>de</strong> Planejamento <strong>de</strong>senvolvidas pela Secretaria<br />

<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente, junto ao pessoal técnico e chefes <strong>de</strong><br />

outras Secretarias.<br />

Para que o planejamento do PMSLT seja passível <strong>de</strong> ser aplicado ao longo<br />

<strong>de</strong> pelo menos 5 anos, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados alguns pressupostos, <strong>de</strong>scritos a<br />

seguir:<br />

7.Comprometimento da comunida<strong>de</strong> com o Parque – sentindo-se parte<br />

integrante e responsável por ele, “adotando-o” como uma área <strong>de</strong> conservação e<br />

lazer restritivo;<br />

8.Envolvimento <strong>de</strong> diversos segmentos da socieda<strong>de</strong> civil e organizada – <strong>de</strong><br />

forma efetiva, a fim <strong>de</strong> viabilizar com mais facilida<strong>de</strong> os objetivos propostos para a<br />

Unida<strong>de</strong>;<br />

9.Comprometimento da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> – como órgão<br />

criador e mantenedor da UC, é importante o apoio efetivo e contínuo do Governo<br />

<strong>Municipal</strong>, através da articulação entre a gerência do Parque as Secretarias<br />

Municipais direta ou indiretamente envolvidas com o manejo do Parque, <strong>de</strong> forma a<br />

somar esforços no sentido conservacionista, para que o planejamento possa ser<br />

aplicado com eficácia;<br />

10.Comprometimento dos funcionários e usuários da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> – uma vez que existe a peculiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ter uma <strong>Prefeitura</strong><br />

funcionando <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação, tanto funcionários como<br />

usuários <strong>de</strong>vem ter bem claros e aceitos os objetivos e normas do Parque;<br />

11.Parcerias – as ações previstas neste planejamento serão efetivadas com<br />

maior eficácia se parcerias, tanto com órgãos privados como governamentais e não<br />

governamentais, que se comprometam com a conservação da Unida<strong>de</strong>, sejam<br />

firmadas;<br />

152


12.Capacitação, contratação e comprometimento <strong>de</strong> funcionários do Parque –<br />

é fundamental para a maior parte das ações previstas, que se disponha <strong>de</strong> pessoal<br />

capacitado em quantida<strong>de</strong> pertinente e que seja comprometido com a busca do<br />

alcançe dos objetivos do Parque;<br />

13.Apoio do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) – através <strong>de</strong> todos os seus<br />

setores, uma vez que é o Órgão Ambiental que dá suporte técnico para a<br />

elaboração e execução <strong>de</strong>ste planejamento;<br />

14.Recursos Financeiros – a maior parte das ações previstas neste<br />

planejamento, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> recursos financeiros para serem viabilizadas;<br />

15.Continuida<strong>de</strong> político-administrativa – é fundamental que o Plano <strong>de</strong><br />

Manejo seja implementado e revisado in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da situação políticoadministrativa<br />

municipal ou estadual, para que não haja interrupções ou alterações<br />

in<strong>de</strong>vidas ou <strong>de</strong>snecessárias.<br />

4.AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA DO PARQUE<br />

Este item constitui uma análise da situação geral da Unida<strong>de</strong> , com relação<br />

aos fatores, tanto internos quanto externos, que impulsionam ou dificultam a<br />

consecução dos objetivos para os quais foi criada (IBAMA, 2000).<br />

Os fatores endógenos que constituem o cenário interno <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Conservação, são caracterizados como pontos fortes e pontos fracos e condicionam<br />

o manejo da Unida<strong>de</strong>. Os fatores do cenário externo são caracterizados como<br />

oportunida<strong>de</strong>s e ameaças, e auxiliam ou dificultam o cumprimento <strong>de</strong> seus objetivos<br />

<strong>de</strong> criação (IBAMA, 2000).<br />

Para tanto, foi montada a Matriz <strong>de</strong> Análise Estratégica (quadro 1-IV) <strong>de</strong><br />

acordo com a metodologia apresentada pelo IBAMA, <strong>de</strong>scrita acima.<br />

As reuniões para este planejamento foram realizadas Na <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>/Secretaria <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente, on<strong>de</strong> se discutiu os<br />

elementos que formam o cenário interno e externo da Unida<strong>de</strong>, da seguinte forma:<br />

Pontos Fracos: fenômenos ou condições inerentes à Unida<strong>de</strong>, que<br />

comprometem ou dificultam o seu manejo.<br />

Pontos Fortes: fenômenos ou condições inerentes à UC, que contribuem ou<br />

favorecem o seu manejo.<br />

Ameaças: fenômenos ou condições externos à UC, que comprometem ou<br />

dificultam o alcance <strong>de</strong> seus objetivos.<br />

Oportunida<strong>de</strong>s: Fenômenos ou condições externos à UC, que contribuem ou<br />

favorecem o alcance <strong>de</strong> seus objetivos.<br />

Forças restritivas: Interação dos Pontos Fracos e Ameaças, que <strong>de</strong>bilitam a<br />

Unida<strong>de</strong>, comprometendo o manejo e alcance das metas <strong>de</strong> seus objetivos <strong>de</strong><br />

criação.<br />

Forças Impulsoras: Interação dos Pontos Fortes e Oportunida<strong>de</strong>s, que<br />

fortalecem a Unida<strong>de</strong>, contribuindo para o manejo e alcance <strong>de</strong> seus objetivos <strong>de</strong><br />

criação.<br />

153


5.OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO MANEJO DO PARQUE<br />

Para executar o cadastro no Instituto Ambiental do Paraná (IAP) do imóvel<br />

que constitui o Seminário Seráfico São Luís <strong>de</strong> Tolosa, em uma área <strong>de</strong> 53,87há,<br />

como Área <strong>de</strong> Relevante Interesse Ecológico (ARIE), através do Decreto nº<br />

016/1994, foram propostos alguns objetivos a serem cumpridos, como sendo o<br />

primeiro passo para a consolidação da área como Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação:<br />

16. Buscar, na elaboração do presente Plano, estratégias <strong>de</strong> envolvimento<br />

da comunida<strong>de</strong>;<br />

17. Dar à comunida<strong>de</strong>, além da oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

educação ambiental, a opção <strong>de</strong> lazer, sempre conservando a conotação ecológica;<br />

18. Implantar, <strong>de</strong>ntro do Parque, um Horto Florestal <strong>de</strong>vidamente equipado<br />

com um viveiro para a produção <strong>de</strong> mudas florestais e estufa para flores;<br />

19. Recuperar os caminhos (trilhas ecológicas) e grutas(pontos <strong>de</strong> parada);<br />

20. Destinar as áreas <strong>de</strong> preservação permanente (matas ciliares e áreas<br />

<strong>de</strong>clivosas) para regeneração natural, acrescidas dos espaços <strong>de</strong> mata que<br />

estiverem relativamente intactos;<br />

21. Restaurar as edificações, no sentido <strong>de</strong> preservar a arquitetura <strong>de</strong> época<br />

e servir <strong>de</strong> infra-estrutura para encontros, cursos e reuniões <strong>de</strong> finalida<strong>de</strong>s<br />

ecológicas;<br />

22. Servir <strong>de</strong> apoio para as ativida<strong>de</strong>s preservacionistas do interesse da<br />

comunida<strong>de</strong>.<br />

O Decreto nº 022/1997 cria o Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong><br />

Tolosa. Consi<strong>de</strong>rando os valores históricos e naturais do atual Parque e <strong>de</strong> seu<br />

entorno, os diagnósticos já realizados e as orientações que estão contidas no<br />

Roteiro Metodológico <strong>de</strong> Planejamento do IBAMA, foram estabelecidos para este<br />

Plano <strong>de</strong> Manejo, os seguintes objetivos:<br />

- Conservar o remanescente <strong>de</strong> Floresta Ombrófila Mista na área do PMSLT<br />

e seu entorno, protegendo assim, sua diversida<strong>de</strong> biológica;<br />

- Proteger a flora e fauna nativa, principalmente as espécies raras,<br />

endêmicas, vulneráveis ou em perigo <strong>de</strong> extinção, como a araucária (Araucaria<br />

angustifolia), a imbuia (Ocotea porosa) a canela-sassafrás ( Ocotea odorifera),<br />

gatos-do-mato (Leopardus sp.),o gavião tauató-pintado (Accipiter poliogaster), jacu<br />

(Penelope obscura), coruja mocho-diabo (Asio stygius), lontra (Lontra longicaudis);<br />

- proteger e restaurar o corredor <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> existente no entorno;<br />

- proteger e restaurar o patrimônio histórico;<br />

- propiciar o <strong>de</strong>senvolvimento da pesquisa científica;<br />

-<strong>de</strong>senvolver a educação ambiental, informando e sensibilizando<br />

estudantes, professores, visitantes em geral, funcionários e as comunida<strong>de</strong>s do<br />

entorno;<br />

- propiciar a recreação, <strong>de</strong> forma restritiva, incentivando o exercício da<br />

contemplação da natureza;<br />

154


- estabelecer ações para o manejo a<strong>de</strong>quado das áreas com espécies<br />

exóticas;<br />

- estimular a criação <strong>de</strong> novas áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stinadas à recreação e lazer<br />

em contato com a natureza, como o Parque Esportivo Maximiano Pfeffer, visando a<br />

diminuição da pressão <strong>de</strong> uso sobre a Unida<strong>de</strong>;<br />

- Contribuir com o planejamento e or<strong>de</strong>namento do uso e ocupação do solo<br />

da Zona <strong>de</strong> Amortecimento do PMSLT.<br />

4. ZONEAMENTO<br />

O zoneamento é i<strong>de</strong>ntificado pela Lei nº 9.985/2000 como: “<strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />

setores ou zonas em uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação com objetivos <strong>de</strong> manejo e<br />

normas específicas, com o propósito <strong>de</strong> proporcionar os meios e as condições<br />

para que todos os objetivos da unida<strong>de</strong> possam ser alcançados <strong>de</strong> forma<br />

harmônica e eficaz " (IBAMA, 2002).<br />

Levando-se em conta as peculiarida<strong>de</strong>s do PMSLT em relação às suas<br />

características históricas , à sua ocupação e às características ambientais atuais,<br />

i<strong>de</strong>ntifica-se diferentes necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> proteção, o que sugere diversos níveis<br />

<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso, que serão <strong>de</strong>scritos a seguir.<br />

Definição Legal:<br />

4.1 Organização do Zoneamento do Parque<br />

4.1.1 Zona Primitiva<br />

É aquela on<strong>de</strong> ocorreu pequena ou mínima intervenção humana,<br />

ocorrendo espécies <strong>de</strong> flora e fauna ou fenômenos naturais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor<br />

científico. Deve apresentar características <strong>de</strong> zona <strong>de</strong> transição entre a Zona<br />

Intangível e a Zona <strong>de</strong> Uso Extensivo (Decreto nº 84.017/79).<br />

Objetivo Geral<br />

Preservar o ambiente natural facilitando, ao mesmo tempo, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

pesquisa científica.<br />

Objetivos específicos<br />

Proteger o remanescente da Floresta Ombrófila Mista (Floresta com<br />

Araucária);<br />

Garantir a preservação da diversida<strong>de</strong> biológica, em especial as suas<br />

espécies endêmicas, raras ou que estejam ameaçadas <strong>de</strong> extinção, como a<br />

araucária (Araucaria angustifolia), imbuia (Ocotea porosa), o gavião tauató-pintado<br />

(Accipiter poliogaster), o jacu (Penelope obscura), a lontra (Lontra longicaudis ), os<br />

gatos-do-mato (Leopardus sp.);<br />

Proteger as nascentes do Parque, que <strong>de</strong>ságuam no rio Passa-Três;<br />

155


Proteger o rio Passa Três, afluente do rio <strong>Negro</strong>, sendo este, o principal<br />

manancial do município;<br />

Propiciar pesquisas científicas que estejam <strong>de</strong> acordo com as necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> proteção do Parque e coerentes com as finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manejo do mesmo;<br />

Desenvolver o monitoramento ambiental;<br />

Permitir a regeneração natural dos ecossistemas alterados;<br />

Atuar como banco genético, com fins <strong>de</strong> repovoamento da flora e fauna do<br />

Parque e região.<br />

Descrição e Localização:<br />

Foi enquadrada na zona primitiva do PMSLT todo o remanescente <strong>de</strong> floresta<br />

que atualmente está classificada como sendo secundária em estágio médio e<br />

avançado <strong>de</strong> regeneração, com exceção <strong>de</strong> uma pequena faixa <strong>de</strong> 10m <strong>de</strong> largura<br />

ao longo <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> transmissão que corta o morro dos Padres. São áreas<br />

localizadas em uma região com <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>, sendo que a área <strong>de</strong> floresta avançada<br />

encontra-se em relevo <strong>de</strong> difícil acesso. Nessas regiões encontram-se a maior parte<br />

das nascentes do Parque. Abrange 36,47 há, correspon<strong>de</strong>ndo a 67,7% da área total<br />

da Unida<strong>de</strong> (Figura 01-IV).<br />

Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />

Só é permitida a utilização <strong>de</strong>ssa área para fins <strong>de</strong> pesquisa científica,<br />

monitoramento e fiscalização, sendo que todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser realizadas<br />

a pé;<br />

As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas não po<strong>de</strong>rão danificar os ecossistemas;<br />

Tanto as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa científica quanto as <strong>de</strong> fiscalização <strong>de</strong>vem<br />

se restringir ao uso das trilhas já formadas nessa área. No caso <strong>de</strong> haver<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> novas trilhas, <strong>de</strong>verá ser comprovada sua importância<br />

mediante projeto;<br />

Pesquisas que necessitem <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> material botânico e zoológico serão<br />

permitidas após avaliação <strong>de</strong> projeto proposto junto à Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong><br />

Agricultura e Meio Ambiente, e com a <strong>de</strong>vida licença concedida pelo IBAMA;<br />

As coletas <strong>de</strong>verão realizadas somente após comprovação científica <strong>de</strong> que<br />

não há condições <strong>de</strong> sua execução em outras zonas do Parque, <strong>de</strong>verá ainda ser<br />

comprovada a sua relevância para o estudo da(s) espécie(s) em questão e <strong>de</strong> forma<br />

que não interfira na dinâmica da espécie ou do ecossistema;<br />

No caso <strong>de</strong> pesquisas geológicas e <strong>de</strong> solos, <strong>de</strong>verá constar no projeto a<br />

recuperação e a reconstituição das áreas alteradas por possíveis escavações, e<br />

com a <strong>de</strong>vida autorização concedida pelo <strong>de</strong>vido órgão licenciador. Deverá ainda,<br />

ficar evi<strong>de</strong>nciada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se realizar esse tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> nessa zona;<br />

Po<strong>de</strong>rão ser realizados a<strong>de</strong>nsamentos e enriquecimento na área com<br />

espécies nativas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que recomendados pelos estudos científicos;<br />

Não será permitida a realização <strong>de</strong> coletas <strong>de</strong> sementes nessa área, a não<br />

ser após estudos científicos e com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa;<br />

156


Todo o lixo gerado pelos funcionários e pesquisadores do Parque <strong>de</strong>verá ser<br />

removido pelos mesmos e <strong>de</strong>positado convenientemente em local pré estabelecido<br />

na zona <strong>de</strong> uso especial;<br />

A zona primitiva do Parque não prevê sinalização, exceto quando seu limite<br />

se sobrepor os limites do próprio Parque.<br />

Não será permitido o uso público nessa zona.<br />

FIGURA 01-IV Zona Primitiva<br />

157


2.7.1. Zona <strong>de</strong> uso extensivo<br />

Definição Legal<br />

É aquela constituída em sua maior parte por áreas naturais, po<strong>de</strong>ndo<br />

apresentar algumas alterações humanas. Caracteriza-se como uma transição entre<br />

a Zona Primitiva e a Zona <strong>de</strong> Uso Intensivo (Decreto 84.017/79).<br />

Objetivo Geral<br />

Manutenção <strong>de</strong> um ambiente natural com mínimo impacto humano, apesar<br />

<strong>de</strong> oferecer acesso aos públicos com facilida<strong>de</strong>, para fins educativos e recreativos<br />

(Decreto 84.017/79).<br />

Objetivos específicos<br />

Conservar o remanescente da Floresta Ombrófila Mista (Floresta com<br />

araucária);<br />

Proteger a diversida<strong>de</strong> biológica, em especial as suas espécies endêmicas,<br />

raras, vulneráveis ou em extinção;<br />

Desenvolver pesquisas científicas e monitoramento, <strong>de</strong> acordo com as<br />

finalida<strong>de</strong>s do Planejamento do Parque;<br />

Desenvolver ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental <strong>de</strong> forma restritiva, evitando<br />

qualquer impacto ambiental negativo sobre a área e com número <strong>de</strong> participantes<br />

limitado;<br />

Promover trilhas interpretativas e caminhadas contemplativas e <strong>de</strong> baixa<br />

intensida<strong>de</strong>, tanto no que diz respeito ao número <strong>de</strong> usuários quanto à infraestrutura<br />

utilizada;<br />

Estimular o exercício da contemplação da natureza.<br />

Descrição e Localização<br />

A zona <strong>de</strong> uso extensivo compreen<strong>de</strong> as trilhas naturais e <strong>de</strong> pedrisco que<br />

cortam o Parque, <strong>de</strong> 1,5 <strong>de</strong> largura com uma faixa <strong>de</strong> amortecimento <strong>de</strong> 50cm à<br />

esquerda e à direita das mesmas, constituindo um limite com a zona primitiva.<br />

Compreen<strong>de</strong> ainda a estrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro florestal municipal. As trilhas<br />

naturais são pouco utilizadas pelos visitantes em geral, sendo mais apropriadas<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> trilhas interpretativas. As <strong>de</strong> pedrisco são trilhas<br />

centrais do Parque, as únicas que possuem placas indicativas e <strong>de</strong> autointerpretação,<br />

recebendo o maior número <strong>de</strong> visitantes <strong>de</strong> grupos não organizados.<br />

A estrada <strong>de</strong> acesso foi incluída nessa Zona, apesar <strong>de</strong> ser passagem <strong>de</strong><br />

automóveis, por ser passagem dos visitantes que realizam passeios ou trilhas<br />

interpretativas. Além disso, faz limite com uma parte da Zona <strong>de</strong> Recuperação, a<br />

qual futuramente fará parte da Zona Primitiva.<br />

Esta Zona abrange todo o sistema <strong>de</strong> trilhas do Parque, totalizando 1,74 há e<br />

abrangendo 3,23 % da área total do Parque (Figura 03-IV).<br />

158


Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />

O uso público <strong>de</strong>ssa Zona é restrito às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> caminhada,<br />

contemplação da natureza e <strong>de</strong>senvolvimento da Educação Ambiental;<br />

Todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental serão monitoradas pelos<br />

integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas do Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong><br />

Tolosa, via agendamento no Centro Ambiental "Casa Branca", sendo que o número<br />

máximo <strong>de</strong> pessoas por monitor será 15. O número máximo <strong>de</strong> visitantes por dia<br />

para essas ativida<strong>de</strong>s será <strong>de</strong> 90 pessoas, a fim <strong>de</strong> evitar uma pressão <strong>de</strong> uso nas<br />

trilhas e compactação excessiva no solo das mesmas;<br />

Para grupos não organizados que <strong>de</strong>sejam realizar trilha auto-guiada, é<br />

fornecido um Guia Prático do Parque, sendo permitido um número máximo <strong>de</strong> 200<br />

visitantes/dia nas trilhas durante a semana, e 800, nos finais <strong>de</strong> semana e feriados,<br />

consi<strong>de</strong>rando todo o período do dia em que o Parque está aberto ao visitante;<br />

O sistema <strong>de</strong> sinalização, restrito às trilhas centrais da Unida<strong>de</strong> e estrada,<br />

<strong>de</strong>ve existir apenas em quantida<strong>de</strong> suficiente para a proteção dos seus recursos<br />

histórico-naturais e do visitante, e para informações educativas;<br />

A manutenção das trilhas <strong>de</strong>verá ser realizada <strong>de</strong> forma a causar o mínimo<br />

impacto possível sobre o ambiente;<br />

Qualquer material ou equipamento utilizado pela equipe <strong>de</strong> pesquisa<br />

(armadilhas, re<strong>de</strong>s, adaptadores, etc) <strong>de</strong>verá ser retirado da área, após o seu uso<br />

<strong>de</strong> forma que o ambiente on<strong>de</strong> foi utilizado seja totalmente restaurado;<br />

Deve-se realizar estudos sobre as trilhas <strong>de</strong> retorno à Casa Branca e a<br />

natural <strong>de</strong> acesso ao campo santo para futuramente serem interditadas, a fim <strong>de</strong><br />

evitar um excesso <strong>de</strong> caminhos que chegam ao mesmo lugar, maiores impactos<br />

ambientais e para a regeneração da área com espécies nativas, evitando também<br />

um efeito <strong>de</strong> borda ;<br />

Não será permitida a coleta <strong>de</strong> sementes nessa zona, a não ser em caso <strong>de</strong><br />

pesquisa científica, quando comprovada a sua necessida<strong>de</strong>;<br />

O lixo gerado pelos visitantes, funcionários e pesquisadores do Parque<br />

<strong>de</strong>verá ser totalmente removido pelos mesmos e <strong>de</strong>positado corretamente em local<br />

pré-estabelecido, na Zona <strong>de</strong> Uso Especial do Parque;<br />

Em dias chuvosos, todas as ativida<strong>de</strong>s que envolvam a utilização das trilhas<br />

serão canceladas ou adiadas, a fim <strong>de</strong> evitar compactação excessiva do solo e<br />

possíveis aci<strong>de</strong>ntes com os usuários;<br />

Na estrada <strong>de</strong> acesso, <strong>de</strong>verão ser colocadas lombadas para garantir a<br />

velocida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 20km/h pelos automóveis da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> e os que<br />

realizam carga e <strong>de</strong>scarga;<br />

No caso <strong>de</strong> atropelamento <strong>de</strong> animais silvestres nessa zona por veículos que<br />

<strong>de</strong>srespeitarem a sinalização, serão tomadas as medidas estabelecidas pela<br />

Legislação Vigente;<br />

Quando, e on<strong>de</strong> for necessário, será permitido, por motivos <strong>de</strong> segurança um<br />

<strong>de</strong>sbaste na vegetação secundária ao lado da estrada, <strong>de</strong> 50cm <strong>de</strong> cada lado;<br />

159


FIGURA 03-IV – ZONA DE USO EXTENSIVO<br />

160


Definição Legal<br />

2.7.2. ZONA DE USO INTENSIVO<br />

É aquela constituída por área naturais ou alteradas pelo homem. O ambiente<br />

é mantido o mais próximo possível do natural, <strong>de</strong>vendo conter: centro <strong>de</strong> visitantes,<br />

museus, outras facilida<strong>de</strong>s e serviços <strong>de</strong> atendimento ao público. (Decreto n<br />

84.017/79).<br />

Objetivo Geral<br />

Facilitar a recreação e a educação ambiental em harmonia com o meio<br />

(Decreto n 84.017/79).<br />

Objetivos Específicos<br />

Propiciar a recreação em locais previamente estabelecidos;<br />

Estimular o exercício da contemplação da natureza;<br />

Recepcionar o visitante com as <strong>de</strong>vidas orientações e recomendações;<br />

Desenvolver ativida<strong>de</strong>s recreativas e <strong>de</strong> Educação Ambiental coerentes com<br />

as normas <strong>de</strong> conservação da unida<strong>de</strong>;<br />

Estimular o Ecoturismo <strong>de</strong> forma compatível com a conservação do<br />

ambiente;<br />

Oferecer ao visitante infra-estrutura a<strong>de</strong>quada para a recreação e ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Educação Ambiental;<br />

Proporcionar a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimento sobre o complexo históricocultural<br />

do antigo Seminário Seráfico.<br />

Descrição e Localização<br />

A Zona <strong>de</strong> Uso Intensivo compreen<strong>de</strong> a entrada do Parque,<br />

estacionamento, a se<strong>de</strong> da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> com todo seu complexo histórico,<br />

exceto a capela, e seus anexos I e II, o campo, o bosque <strong>de</strong> coníferas, bosque <strong>de</strong><br />

entorno do viveiro florestal, e o entorno do Centro Ambiental Casa Branca. Ocupa<br />

uma área <strong>de</strong> 5,94 há, totalizando 11,04% da área total do Parque (Figura 04-IV).<br />

Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />

Todos os veículos <strong>de</strong>verão permanecer no estacionamento, exceto os<br />

utilizados a serviço do Parque para manutenção e pesquisa e para carga e<br />

<strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> equipamentos, sendo que após feito isso <strong>de</strong>verá ser conduzido ao<br />

estacionamento;<br />

161


O estacionamento <strong>de</strong>verá ser mantido fora dos limites da guarita <strong>de</strong> entrada<br />

do Parque;<br />

Não é permitida a entrada <strong>de</strong> nenhum veículo com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> pessoas no restaurante, e em dias <strong>de</strong> chuva, o mesmo <strong>de</strong>verá<br />

provi<strong>de</strong>nciar guarda-chuvas para o <strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> pessoas no estacionamento;<br />

Por ocasião <strong>de</strong> festas <strong>de</strong> casamento no restaurante, somente o carro da<br />

noiva po<strong>de</strong>rá a<strong>de</strong>ntrar na estrada <strong>de</strong> acesso ao mesmo apenas para <strong>de</strong>sembarque,<br />

sendo em seguida o veículo conduzido ao estacionamento;<br />

Não será permitida a entrada <strong>de</strong> veículos para <strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> pessoas em<br />

caso <strong>de</strong> promoções por parte <strong>de</strong> clubes <strong>de</strong> serviço ou similares. A estrada <strong>de</strong><br />

acesso ao restaurante, anexos I e II, campo e trilhas <strong>de</strong>ve ser utilizada somente a<br />

pé;<br />

Todo visitante <strong>de</strong>verá , obrigatoriamente, passar pela guarita <strong>de</strong> recepção da<br />

entrada do Parque, para receber as orientações, o Guia Prático do mesmo, ou a<br />

recepção dos monitores <strong>de</strong> trilhas interpretativas;<br />

Após a <strong>de</strong>finição do local on<strong>de</strong> funcionará o Centro <strong>de</strong> Visitantes, os<br />

visitantes <strong>de</strong>verão seguir , obrigatoriamente, para lá, a fim <strong>de</strong> fazer seu<br />

cadastramento, assinar termo <strong>de</strong> conduta, receber informações <strong>de</strong> caráter educativo<br />

durante a semana, e orientações, nos finais <strong>de</strong> semana;<br />

O centro <strong>de</strong> visitantes, museu e outros serviços oferecidos ao público, como<br />

lanchonete, somente po<strong>de</strong>rão estar localizados nessa zona;<br />

Não será permitida nenhuma ativida<strong>de</strong> ou implantação <strong>de</strong> infra-estrutura que<br />

possam entrar em conflito com os objetivos do Parque;<br />

Não é permitida a entrada <strong>de</strong> visitantes com animais domésticos <strong>de</strong><br />

estimação, nem a permanência <strong>de</strong> animais domésticos nessa Zona;<br />

Nas áreas <strong>de</strong> maior concentração <strong>de</strong> visitantes, <strong>de</strong>verá ser aumentada a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lixeiras, que possibilitem a separação seletiva do lixo, que <strong>de</strong>verá<br />

<strong>de</strong>pois ser conduzido à Zona <strong>de</strong> Uso Especial.<br />

Nas áreas <strong>de</strong>stinadas à permanência do visitante, <strong>de</strong>verão ser mantidas as<br />

placas <strong>de</strong> sinalização, educativas e/ou interpretativas;<br />

A área <strong>de</strong>stinada a piqueniques é restrita ao campo e bosque <strong>de</strong> coníferas;<br />

A área <strong>de</strong> entorno do Viveiro Florestal <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>verá ser utilizada apenas<br />

para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contemplação da natureza e passeios;<br />

Não será permitido o uso <strong>de</strong> qualquer aparelho eletrônico ou sonoro em<br />

volume que perturbe o ambiente ou os <strong>de</strong>mais visitantes e funcionários;<br />

Brinca<strong>de</strong>iras com bolas, petecas ou similares só são permitidos no campo e<br />

<strong>de</strong> forma que não perturbe a recreação dos outros visitantes;<br />

Não é permitida a utilização <strong>de</strong> espécies exóticas para fins <strong>de</strong> paisagismo<br />

nessa Zona;<br />

Não é permitida a utilização <strong>de</strong> agrotóxicos no tratamento paisagístico <strong>de</strong>ssa<br />

Zona;<br />

Não será permitida a utilização <strong>de</strong> churrasqueiras, fogareiros ou<br />

fogueiras para o preparo <strong>de</strong> refeições;<br />

As infra-estruturas <strong>de</strong>ssa zona só po<strong>de</strong>rão ser utilizadas respeitando o<br />

<strong>de</strong>finido nos programas específicos;<br />

A estrada, campo e instalações <strong>de</strong>verão ser conservados <strong>de</strong> forma a garantir<br />

a segurança dos visitantes e funcionários;<br />

162


A fiscalização, em especial nos finais <strong>de</strong> semana, <strong>de</strong>ve ser implementada <strong>de</strong><br />

forma intensiva;<br />

O número <strong>de</strong> visitantes/dia po<strong>de</strong>rá ser <strong>de</strong> até 200 pessoas durante a semana<br />

e 800 nos finais <strong>de</strong> semana e feriados,consi<strong>de</strong>rando todo o período do dia em que<br />

o Parque é aberto para visitação;<br />

A iluminação existente na estrada ao lado do campo <strong>de</strong>verá ser substituída<br />

por sistema menos impactante, que não perturbe a fauna silvestre.<br />

FIGURA 04-IV – ZONA DE USO INTENSIVO<br />

163


2.7.3. Zona <strong>de</strong> Uso Especial<br />

Definição Legal<br />

É aquela que contém as áreas necessárias à administração, manutenção e<br />

serviços do Parque, abrangendo habitações, oficinas e outros. Estas áreas são<br />

escolhidas e controladas <strong>de</strong> forma a não conflitarem com seu caráter natural e<br />

<strong>de</strong>vem localizar-se, sempre que possível, na periferia da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />

(Decreto n 84.017/79).<br />

Objetivo Geral<br />

Minimizar o impacto da implantação das estruturas ou os efeitos das obras no<br />

ambiente natural ou cultural da Unida<strong>de</strong> (Decreto n 84.017/79).<br />

Objetivos Específicos<br />

Utilizar as infra-estruturas já existentes no atual PMSLT, instalando nelas as<br />

benfeitorias necessárias para a administração, manutenção e proteção do mesmo;<br />

Minimizar os impactos ambientais concentrando nas áreas já <strong>de</strong>gradadas,<br />

todas as benfeitorias relativas à administração e proteção do Parque;<br />

Utilizar a menor área possível para o fim <strong>de</strong> estabelecer a Zona <strong>de</strong> Uso<br />

Especial.<br />

Descrição e Localização<br />

Compreen<strong>de</strong> o viveiro florestal municipal, garagem da prefeitura municipal,<br />

esta, localizada nos fundos da se<strong>de</strong>, o Centro Ambiental Casa Branca e o pomar<br />

localizado em frente ao campo. Ocupa uma área <strong>de</strong> 1,25 há, abrangendo 2,3% da<br />

área total do Parque (Figura 05-IV).<br />

Normas Gerais<br />

O acesso a esta Zona é restrito aos funcionários do Parque ou pessoal<br />

autorizado para carga e <strong>de</strong>scarga no Viveiro Florestal <strong>Municipal</strong>, Merenda Escolar<br />

ou da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>;<br />

Não é permitida a presença <strong>de</strong> animais domésticos nessa Zona;<br />

Não é permitida a criação ou manutenção <strong>de</strong> animais silvestres nessa Zona;<br />

Não é permitido o uso <strong>de</strong> buzinas ou aparelhos sonoros em volume que<br />

perturbe o ambiente e os visitantes do Parque;<br />

164


Não é permitido o uso <strong>de</strong> espécies exóticas para fins <strong>de</strong> paisagismo nessa<br />

Zona;<br />

Não é permitido o uso <strong>de</strong> agroquímicos para tratamento paisagístico nessa<br />

Zona;<br />

Todo lixo coletado no Parque, <strong>de</strong> forma seletiva, <strong>de</strong>verá ser acondicionado<br />

em lugar específico para este fim, não <strong>de</strong>vendo permanecer <strong>de</strong>ntro dos limites do<br />

PMSLT por mais <strong>de</strong> uma semana;<br />

O lixo seletivo <strong>de</strong>verá ser encaminhado para empresas <strong>de</strong> reciclagem e<br />

aterro sanitário;<br />

Qualquer nova construção que porventura seja necessária, <strong>de</strong>verá estar<br />

a<strong>de</strong>quada ao padrão arquitetônico das estruturas já instaladas e estar em harmonia<br />

com o ambiente;<br />

As novas estruturas, se necessárias, <strong>de</strong>verão ser instaladas em locais já<br />

<strong>de</strong>gradados pela ação humana, como é o caso do pomar;<br />

Deverão ser realizados estudos sobre <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> fauna antes <strong>de</strong> se<br />

realizar qualquer infra-estrutura no pomar;<br />

Deverá ser instalada uma guarita na entrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro florestal;<br />

O sistema <strong>de</strong> vigilância <strong>de</strong>verá ser intenso nessa Zona, sobretudo nos finais<br />

<strong>de</strong> semana;<br />

A produção <strong>de</strong> mudas do viveiro Florestal <strong>de</strong>verá ser somente <strong>de</strong> espécies<br />

nativas ter entre os objetivos a<strong>de</strong>nsar ou repovoar as áreas <strong>de</strong>gradadas do Parque<br />

e seu entorno;<br />

Não é permitida a coleta <strong>de</strong> sementes para fins <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> mudas,<br />

<strong>de</strong>ntro dos limites do Parque e na Zona Tampão;<br />

Parte das mudas produzidas no Viveiro Florestal serão utilizadas para<br />

doação, durante as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental realizadas anualmente<br />

<strong>de</strong>ntro do Parque;<br />

O Viveiro Florestal <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental,<br />

em parceria com o Centro Ambiental Casa Branca ou qualquer outra entida<strong>de</strong><br />

municipal;<br />

O viveiro florestal po<strong>de</strong>rá ce<strong>de</strong>r mudas <strong>de</strong> espécies nativas para<br />

a<strong>de</strong>nsamento das áreas <strong>de</strong> recuperação do Parque;<br />

O acesso ao CACB, <strong>de</strong> terças a sextas – feiras, é restrito à equipe técnica,<br />

equipe <strong>de</strong> pesquisadores, monitores <strong>de</strong> trilhas, participantes <strong>de</strong> trilhas<br />

interpretativas, palestras e cursos na área ambiental periodicamente oferecidos, e<br />

interessados em realizar pesquisas bibliográficas e/ou consultas aos técnicos;<br />

Aos sábados e domingos, somente a equipe técnica e pesquisadores têm<br />

acesso ao CACB, salvo em caso <strong>de</strong> haver cursos nesse período, sendo permitido<br />

acesso somente ao cursista.<br />

165


FIGURA 05-IV – ZONA DE USO ESPECIAL<br />

166


Definição Legal<br />

2.7.4. Zona <strong>de</strong> Recuperação<br />

É aquela que contém áreas consi<strong>de</strong>ravelmente alteradas pela ação humana.<br />

É uma Zona provisória, uma vez restaurada, será novamente incorporada a uma<br />

das Zonas Permanentes. As espécies exóticas introduzidas <strong>de</strong>verão ser removidas<br />

e a restauração <strong>de</strong>verá ser natural ou naturalmente induzidas, caso os processos<br />

naturais não sejam eficientes (Decreto n º 84.017/79).<br />

Objetivo Geral<br />

Deter a <strong>de</strong>gradação dos recursos ou restaurar a área (Decreto nº 84.017/79).<br />

Objetivos Específicos<br />

Recuperar as áreas <strong>de</strong>gradadas do PMSLT;<br />

Proporcionar a regeneração natural ou naturalmente induzida nas áreas<br />

antropicamente <strong>de</strong>gradadas;<br />

Assegurar a proteção integral das Zonas limítrofes;<br />

Incentivar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas científicas e monitoramento<br />

<strong>de</strong>ssas áreas durante todo o processo <strong>de</strong> sucessão ecológica, <strong>de</strong> forma<br />

comparativa e visando a prevenção <strong>de</strong> problemas ambientais no Parque;<br />

Promover ativida<strong>de</strong>s educativas <strong>de</strong> acordo com os programas e<br />

necessida<strong>de</strong>s do Parque;<br />

Desenvolver estudos que visem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> técnicas apropriadas<br />

para a eliminação das espécies exóticas do Parque.<br />

Descrição e Localização<br />

A Zona <strong>de</strong> recuperação compreen<strong>de</strong> toda a área <strong>de</strong>gradada do morro dos<br />

padres, as áreas que se encontram em fase inicial <strong>de</strong> regeneração, a área <strong>de</strong><br />

regeneração natural <strong>de</strong> pinus próxima à entrada do Parque, a porção <strong>de</strong> vegetação<br />

que fica embaixo da linha <strong>de</strong> transmissão que corta o morro, a trilha que liga a casa<br />

branca à ponte do rio Passa-Três e uma trilha não-oficial paralela ao rio Passa-<br />

Três . Possui uma área <strong>de</strong> 8,03 há, abrangendo 14,91% da área total do Parque<br />

(Figura 06-IV).<br />

167


Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />

O acesso a essas área só será permitido ao pessoal autorizado para a<br />

realização <strong>de</strong> pesquisa, monitoramento, a<strong>de</strong>nsamento florestal ou ativida<strong>de</strong>s<br />

ambientais monitoradas pelos integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas<br />

Ecológicas do Parque;<br />

No caso <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento ou recuperação direcionada , a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse<br />

trabalho <strong>de</strong>verá ser comprovada por especialistas e só po<strong>de</strong>rão ser utilizadas<br />

espécies nativas;<br />

A área que compreen<strong>de</strong> a regeneração <strong>de</strong> pinus <strong>de</strong>verá sofrer corte raso<br />

para posterior regeneração com espécies nativas, após estudos sobre a<br />

<strong>de</strong>pendência da fauna para dormitório nesse local;<br />

A recuperação <strong>de</strong>ssa Zona só po<strong>de</strong>rá ser monitorada por técnicos habilitados<br />

da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> ou indicados por instituições parceiras da<br />

mesma, como o IAP, Universida<strong>de</strong>s, etc;<br />

Não será permitida a instalação <strong>de</strong> nenhuma infra-estrutura nessa Zona;<br />

Deverá ser contactada a CELESC para provi<strong>de</strong>nciar a retirada da linha <strong>de</strong><br />

transmissão que corta o morro dos padres <strong>de</strong>ntro do Parque, fazendo com que a<br />

transmissão <strong>de</strong> energia elétrica seja feita pela estrada <strong>de</strong> acesso ao Parque;<br />

Deverá ser propiciada a regeneração natural da vegetação nativa em baixo<br />

da linha <strong>de</strong> transmissão, após provi<strong>de</strong>nciada a sua retirada;<br />

É proibido o corte raso na vegetação existente sob a linha <strong>de</strong> transmissão a<br />

não ser <strong>de</strong> espécies que alcancem altura muito próxima à mesma, até que seja<br />

provi<strong>de</strong>nciada a retirada da linha;<br />

As duas trilhas a serem recuperadas <strong>de</strong>verão ser interditadas para o uso<br />

público, a fim <strong>de</strong> sofrer regeneração natural, ficado disponíveis apenas para o<br />

pessoal <strong>de</strong> pesquisa e fiscalização;<br />

As ativida<strong>de</strong>s educativas ou interpretativas <strong>de</strong>verão ser realizadas utilizandose<br />

estradas e trilhas já existentes no Parque, não será permitida a abertura <strong>de</strong><br />

nenhuma nova trilha nessa área;<br />

As ativida<strong>de</strong>s educativas nessa Zona só serão permitidas se previstas em<br />

programas específicos.<br />

168


FIGURA 06-IV – ZONA DE RECUPERAÇÃO<br />

4.1 6 Zona <strong>de</strong> Uso Conflitante<br />

Definição Legal<br />

Constituem-se <strong>de</strong> espaços localizados <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Conservação, cujos usos e finalida<strong>de</strong>s , estabelecidos antes da criação da<br />

Unida<strong>de</strong> , conflitam com os objetivos <strong>de</strong> conservação da área protegida. São áreas<br />

ocupadas por empreendimentos <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública, como gasodutos, oleodutos,<br />

linhas <strong>de</strong> transmissão, antenas, captação <strong>de</strong> água, barragens, estradas, cabos<br />

óticos e outros (Decreto nº 84017/79).<br />

169


Objetivo Geral<br />

Contemporizar a situação existente, estabelecendo procedimentos que<br />

minimizem os impactos sobre a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação.<br />

Objetivos Específicos<br />

Compatibilizar a importância histórico-religiosa <strong>de</strong>ssa Zona com as atuais<br />

normas do Parque.<br />

Descrição e Localização<br />

Compreen<strong>de</strong> a Gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s, a capelinha <strong>de</strong> São José e o Campo Santo.<br />

Abrange uma área <strong>de</strong> 0,41 há, totalizando 0,77% da área total da Unida<strong>de</strong> (Figura<br />

07-IV).<br />

Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />

Não serão permitidas procissões ou cultos na área da Gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s ou<br />

do Campo Santo;<br />

Não é permitido o acendimento <strong>de</strong> velas nem a colocação <strong>de</strong> placas <strong>de</strong><br />

agra<strong>de</strong>cimento por graças alcançadas na região da Gruta e Campo Santo;<br />

Não é permitido jogar moedas na nascente da Gruta;<br />

Os acessos ao tanque formado a partir da nascente da Gruta, do outro lado<br />

da trilha, <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>sativados;<br />

As espécies exóticas utilizadas para paisagismo na região da Gruta e Campo<br />

Santo <strong>de</strong>verão ser retiradas ou substituídas por espécies nativas, após se<br />

extinguirem naturalmente;<br />

O enfeite em forma <strong>de</strong> garça no tanque formado em frente à Gruta <strong>de</strong>verá<br />

ser retirado, em função <strong>de</strong> o mesmo <strong>de</strong>scaracterizar o ambiente natural e histórico;<br />

Deverão ser colocadas nas placas indicativas da Gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s e Campo<br />

Santo orientações aos visitantes a respeito das normas;<br />

O uso público das áreas relativas à Gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s e Campo Santo serão<br />

restritas à contemplação e meditação e para ativida<strong>de</strong>s educativas e <strong>de</strong><br />

interpretação;<br />

Somente pessoal habilitado e cre<strong>de</strong>nciado na Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong><br />

Agricultura e Meio Ambiente po<strong>de</strong>rá realizar qualquer ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> monitoramento<br />

ou manutenção <strong>de</strong>ssa Zona;<br />

170


FIGURA 07-IV – ZONA DE USO CONFLITANTE<br />

171


Definição Legal<br />

3.2.7 - Zona Histórico-Cultural<br />

É aquela on<strong>de</strong> são encontradas amostras do patrimônio histórico/cultural ou<br />

arqueo-paleontológico, que serão preservadas, estudadas, restauradas e<br />

interpretadas para o público, servindo à pesquisa, educação e uso científico<br />

(Decreto nº 84017/79).<br />

Objetivo Geral<br />

Proteger sítios históricos ou arqueológicos, em harmonia com o ambiente.<br />

Objetivos específicos<br />

Proteger o patrimônio histórico do Parque;<br />

Proteger as pinturas da capela;<br />

Propiciar momentos <strong>de</strong> meditação e contemplação ao visitante.<br />

Descrição e Localização<br />

Compreen<strong>de</strong> a capela da se<strong>de</strong> principal do antigo Seminário Seráfico (hoje<br />

<strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>). Abrange uma área <strong>de</strong> 0,03 há, totalizando 0,05% da área total<br />

da Unida<strong>de</strong> (Figura 08-IV).<br />

Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />

Não é permitido no interior da capela, o uso <strong>de</strong> máquinas fotográficas com<br />

flash, pois ele emite raios ultra-violeta que envelhecem (amarelam) as pinturas mais<br />

rapidamente;<br />

É proibido o uso <strong>de</strong> velas, pois uma vez acesas emitem fumaça que escurece<br />

as pinturas, principalmente as do teto;<br />

Não é permitido o uso <strong>de</strong> flores naturais <strong>de</strong>ntro da capela, pois elas atraem<br />

fungos, <strong>de</strong>vido ao processo <strong>de</strong> polinização das mesmas;<br />

Não é permitido água envasada, pois a capela se encontra sobre dois lençóis<br />

freáticos, havendo uma gran<strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> pelas pare<strong>de</strong>s, o que<br />

ocasiona uma umida<strong>de</strong> relativa do ar muito alta;<br />

O controle da umida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá ser rigorosamente monitorado através <strong>de</strong><br />

gerenciamento térmico (Climus).<br />

.<br />

172


FIGURA 08-IV – ZONA HISTÓRICO-CULTURAL<br />

3.2.8 Zona <strong>de</strong> Amortecimento<br />

Definição Legal<br />

O entorno <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação, on<strong>de</strong> as ativida<strong>de</strong>s humanas<br />

estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito <strong>de</strong> minimizar os<br />

impactos negativos sobre a Unida<strong>de</strong> (Lei n99.985/2000 Art. Inciso XVIII).<br />

Objetivo Geral<br />

Minimizar os impactos e or<strong>de</strong>nar o uso e ocupação das ativida<strong>de</strong>s antrópicas<br />

geradas na região do entorno da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma a diminuir suas consequências<br />

sobre a UC.<br />

173


Objetivos Específicos<br />

23. Incentivar iniciativas <strong>de</strong> conservação nas áreas <strong>de</strong> entorno;<br />

24. Incentivar a criação <strong>de</strong> corredores ecológicos entre os fragmentos<br />

florestais da região;<br />

25. Permitir a migração da fauna entre os fragmentos;<br />

26. Controlar a exploração dos recursos naturais nas área <strong>de</strong> entorno do<br />

PMSLT;<br />

27. Incentivar a criação <strong>de</strong> RPPNs nas proprieda<strong>de</strong>s particulares do entorno;<br />

28. Aumentar a fiscalização na área <strong>de</strong> entorno;<br />

29. Desenvolver pesquisa cientifica e monitoramento na área <strong>de</strong> entorno com<br />

fins <strong>de</strong> integrar o Parque a esta zona;<br />

30. Estimular os proprietários a <strong>de</strong>senvolver práticas sustentáveis <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

suas respectivas proprieda<strong>de</strong>s.<br />

Descrição e Localização<br />

A Zona <strong>de</strong> Amortecimento do Parque são aquelas consi<strong>de</strong>radas Especiais:<br />

Institucionais (ZEIT); <strong>de</strong> Proteção do Patrimônio Natural (ZEPN); <strong>de</strong> Preservação<br />

Permanente (ZEPP 1 e ZEPP 2); <strong>de</strong> Lazer Ecológico e Interesse Turístico (ZELT) e<br />

<strong>de</strong> Ocupação <strong>de</strong> Baixa Densida<strong>de</strong> (ZEBD).<br />

Nessas zonas estão incluídas áreas <strong>de</strong> loteamentos especiais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

dimensões, situadas em região <strong>de</strong> mata nativa e topografia aci<strong>de</strong>ntada; faixa<br />

territorial <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vale dos rios <strong>Negro</strong> e Passa- Três; áreas com <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong><br />

maior ou igual a 30% (Preservação Permanente, Lei Fe<strong>de</strong>ral 6766) e áreas<br />

suscetíveis a enchentes. A <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> todo o Zoneamento é regido pela<br />

Lei 917/95 . Esta <strong>de</strong>scrição po<strong>de</strong> ser visualizada no item 2.1<br />

Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />

Deverão ser respeitadas, rigorosamente, as normas <strong>de</strong> Zoneamento e Uso<br />

do Solo previstas na Lei Complementar nº 917/95, no que diz respeito às áreas <strong>de</strong><br />

proteção que foram <strong>de</strong>finidas para a ZA;<br />

Deverão ser feitos estudos preliminares <strong>de</strong> fauna e flora, antes que se utilize<br />

alguma área <strong>de</strong>ssa zona para loteamentos, ainda que <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s proporções;<br />

Deverão ser respeitadas as propostas <strong>de</strong>finidas para a formação <strong>de</strong><br />

corredores ecológicos nessa zona;<br />

´Deverão ser retirados reflorestamentos como Pinus, por exemplo, nessa<br />

zona, e substituídos por ativida<strong>de</strong>s menos impactantes;<br />

Deverão ser retirados eventuais espécies <strong>de</strong> peixes exóticos <strong>de</strong>ssa zona;<br />

Deverão ser contactados os proprietários das terras que fazem parte <strong>de</strong>ssa<br />

zona para que façam parte do conselho consultivo do Parque e recebam as<br />

informações e orientações necessárias a respeito das normas <strong>de</strong>ssa zona;<br />

174


FIGURA 09-IV – ZONA DE AMORTECIMENTO<br />

175


SÍNTESE DO ZONEAMENTO<br />

Zonas: são indicadas as seis zonas <strong>de</strong>finidas para o Parque;<br />

Critérios <strong>de</strong> zoneamento: critérios utilizados para a escolha <strong>de</strong> cada zona,<br />

atribuindo-se a cada um <strong>de</strong>les uma indicação do seu valor: alto, médio ou baixo;<br />

Principais Conflitos: principais problemas ocorrentes nessa zona;<br />

Usos Permitidos: indicam quais usos que são dados às zonas, que se<br />

enquadram <strong>de</strong>ntro dos objetivos <strong>de</strong> manejo.<br />

Assim, este quadro se constitui em um registro dos critérios adotados por<br />

ocasião do zoneamento, permitindo também uma visão geral das zonas <strong>de</strong>finidas.<br />

4.2 Normas Gerais da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />

- Os projetos <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>vem ser encaminhados à Secretaria <strong>Municipal</strong><br />

<strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente – SAMA, através do Centro Ambiental “Casa<br />

Branca” - CACB, para análise técnica e aprovação;<br />

- serão autorizadas, prioritariamente, pesquisas cujos resultados contribuam<br />

para aprofundar conhecimentos sobre o Parque;<br />

- os resultados <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong>senvolvidas na área <strong>de</strong>vem ser repassadas<br />

à gerência do Parque – CACB que po<strong>de</strong>rá utilizá-las para o manejo do Parque;<br />

- a apreensão <strong>de</strong> animais e coletas <strong>de</strong> material biológico com objetivo <strong>de</strong><br />

pesquisa científica só serão permitidas com a autorização da SAMA - CACB e<br />

quando necessário, após liberação <strong>de</strong> licença pelo IBAMA;<br />

- a intervenção nas áreas em recuperação só po<strong>de</strong>rá ser realizada através<br />

<strong>de</strong> projeto técnico específico, analisado e aprovado pela gerência do Parque;<br />

- as áreas <strong>de</strong>smatadas e as trilhas somente po<strong>de</strong>rão ser reflorestadas com<br />

espécies nativas;<br />

- O Parque é fechado nas segundas-feiras para manutenção;<br />

- Horário <strong>de</strong> visitação: <strong>de</strong> Terça-feira a Domingo, das 9h às 17h;<br />

- Usuários do cinema, após às 17h, não têm permissão para a<strong>de</strong>ntrar nas<br />

trilhas do Parque;<br />

- Usuários da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>, às segundas-feiras, não têm permissão<br />

para a<strong>de</strong>ntrar nas trilhas do Parque;<br />

- Todos os veículos <strong>de</strong>vem permanecer no estacionamento fora da guarita<br />

<strong>de</strong> recepção do Parque;<br />

- A capacida<strong>de</strong> suporte estabelecida para visitantes do Parque é <strong>de</strong> 200<br />

por dia durante a semana e <strong>de</strong> 800 por dia nos finais <strong>de</strong> semana e feriados;<br />

- Para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas pelo CACB o número máximo <strong>de</strong> pessoas é<br />

<strong>de</strong> 120 por dia, ou 60 por período;<br />

- Grupos organizados que <strong>de</strong>sejam realizar trilhas monitoradas <strong>de</strong>verão<br />

agendar a ativida<strong>de</strong> com 5 dias <strong>de</strong> antecedência;<br />

- As trilhas são monitoradas pelos integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong><br />

Trilhas do PMSLT, que realizam um trabalho voluntário. Como forma <strong>de</strong> gratificação<br />

176


sugere-se que os grupos forneçam gorjetas aos mesmos. As entida<strong>de</strong>s que não<br />

tiverem meios <strong>de</strong> angariar gorjetas po<strong>de</strong>rão agendar as ativida<strong>de</strong>s da mesma forma;<br />

- Grupos que <strong>de</strong>sejam realizar gincanas <strong>de</strong>ntro do Parque <strong>de</strong>verão solicitar<br />

permissão via ofício encaminhado à Secretaria <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente, e<br />

somente po<strong>de</strong>rão utilizar-se da área do campo, bosque e trilhas <strong>de</strong> pedrisco, ficando<br />

o grupo responsável por retirar todas as pistas ou qualquer material utilizado para a<br />

gincana e dar o <strong>de</strong>vido encaminhamento para os mesmos;<br />

- As ativida<strong>de</strong>s solicitadas só serão autorizadas após o envio do ofício;<br />

- Grupos que <strong>de</strong>sejam visitar o complexo histórico-cultural (capela, museu<br />

cultural, oratórias e presépio em palha <strong>de</strong> milho) <strong>de</strong>verão realizar o agendamento<br />

pelo telefone (47) 642-3280, ramal 234, até que se reestruture o sistema <strong>de</strong><br />

agendamentos;<br />

- O PMSLT é uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação, portanto, todas as ativida<strong>de</strong>s e<br />

visitas <strong>de</strong>vem ser realizadas <strong>de</strong> forma a não causar impactos ambientais;<br />

- A recreação <strong>de</strong>ve ser realizada nos locais permitidos <strong>de</strong> forma restritiva,<br />

visando o exercício da contemplação da natureza;<br />

- Piqueniques são permitidos somente no campo e bosque ao lado do<br />

campo;<br />

- É proibido o uso <strong>de</strong> churrasqueiras e confecção <strong>de</strong> fogueiras para<br />

preparação <strong>de</strong> alimentos;<br />

- O Parque dispõe <strong>de</strong> restaurante, cantina e loja <strong>de</strong> artesanato;<br />

- Quando estiver caminhando pelas trilhas não fume;<br />

- Não leve para as trilhas qualquer tipo <strong>de</strong> alimento ou bebida;<br />

- Não é permitida a entrada <strong>de</strong> animais domésticos;<br />

- É expressamente proibido alimentar os animais;<br />

- Não é permitida a entrada com motos, bicicletas, patinetes, patins ou<br />

qualquer outro similar;<br />

- Não é permitido a<strong>de</strong>ntrar ou caminhar pelo Parque sem camiseta;<br />

- Não perturbe os animais do Parque;<br />

- É proibido a coleta <strong>de</strong> flores, frutos ou qualquer outra parte <strong>de</strong> plantas;<br />

- An<strong>de</strong> somente pelas trilhas;<br />

- Permaneça sempre junto ao grupo;<br />

- Não danifique placas ou trilhas;<br />

31.Bola, brinquedos, aparelhos eletrônicos, violões ou similares são<br />

permitidos somente no campo;<br />

32.Qualquer ativida<strong>de</strong> ou obra <strong>de</strong>sejada para a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve passar antes<br />

pela avaliação da gerência do Parque.<br />

CENTRO AMBIENTAL “CASA BRANCA”<br />

O Centro Ambiental "Casa Branca" (CACB) foi criado com o objetivo <strong>de</strong><br />

implementar, junto à Secretaria <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente, o Plano <strong>de</strong> Manejo<br />

do PMSLT, coor<strong>de</strong>nar e <strong>de</strong>senvolver as pesquisas científicas no Parque e entorno e<br />

<strong>de</strong>senvolver a Educação Ambiental. Para o alcance <strong>de</strong> tais objetivos, <strong>de</strong>verão ser<br />

seguidas as normas <strong>de</strong>scritas a seguir:<br />

177


Funcionamento:<br />

Para ativida<strong>de</strong>s oferecidas pelo Centro Ambiental:<br />

De Terça a Sexta-feira:<br />

Das 8h 30min às 11h e das 14h às 16h 30min, via agendamento.<br />

Sábado: das 9h às 11h 30min e das 13h 30min às 16h, via agendamento.<br />

Para consultas junto aos técnicos, pesquisa bibliográfica na biblioteca e<br />

informações:<br />

De Terça a Sexta-feira:<br />

Das 8h30min às 11h, e das 14h às 16h30min, individualmente ou em<br />

pequenos grupos.<br />

Agendamentos:<br />

Agendamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s:<br />

Através do telefone: (0XX47)645-5061 e ofício encaminhado à Secretaria<br />

<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente - A/C Centro Ambiental “Casa Branca”, via<br />

fax:<br />

(0XX47) 642-3280, ou para o en<strong>de</strong>reço:<br />

Rua Juvenal Ferreira Pinto, 2070 – sala 46<br />

Bairro Seminário<br />

<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> – PR<br />

CEP 83880-000<br />

e-mail: heliconia@pop.com.br<br />

Agendamento <strong>de</strong> visitas:<br />

Para grupos maiores <strong>de</strong> 10 pessoas, conforme estabelecido no item<br />

anterior.<br />

Ativida<strong>de</strong>s Oferecidas:<br />

As ativida<strong>de</strong>s são <strong>de</strong>stinadas a estudantes, professores e amantes da<br />

contemplação da natureza em geral. O visitante ao agendar a visita, optará pela<br />

programação <strong>de</strong>sejada. Todas as ativida<strong>de</strong>s serão monitoradas.<br />

A locomoção dos visitantes até o local é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> dos mesmos.<br />

As Escolas que agendarem ativida<strong>de</strong>s serão responsáveis pelo aspecto disciplinar<br />

dos seus alunos.<br />

As ativida<strong>de</strong>s oferecidas são <strong>de</strong>scritas a seguir:<br />

Trilhas Interpretativas<br />

Consiste em percorrer caminhos com paradas <strong>de</strong>terminadas, <strong>de</strong>ntro do<br />

Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa, com o objetivo <strong>de</strong> resgatar os aspectos<br />

históricos e ecológicos da região, ressaltando a importância da conservação <strong>de</strong>sse<br />

178


ecossistema e oferecer subsídios para o conhecimento, integração e respeito dos<br />

visitantes com a flora e fauna locais.<br />

As trilhas são monitoradas por integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas<br />

do Parque <strong>Municipal</strong> “São Luís <strong>de</strong> Tolosa”, formado por estudantes do Ensino<br />

Fundamental e Médio do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> que <strong>de</strong>senvolvem trabalho<br />

voluntário. Compreen<strong>de</strong>m ainda palestras proferidas no auditório com exposição <strong>de</strong><br />

fotos <strong>de</strong> animais e plantas nativas da região. Os temas são atualizados e levam<br />

em conta as questões conservacionistas, sociais e éticas, além <strong>de</strong> abordar os<br />

aspectos da História Natural do antigo Seminário Franciscano, utilizando-se <strong>de</strong><br />

recursos audiovisuais e/ou naturais. O número máximo <strong>de</strong> participantes é <strong>de</strong> 60<br />

pessoas por dia ou 30 por período, sendo estas separadas em grupos <strong>de</strong> 15<br />

pessoas, acompanhadas por um monitor.<br />

Biblioteca<br />

Destinada aos visitantes que <strong>de</strong>sejam fazer pesquisas bibliográficas ou<br />

leituras na área ambiental (fauna, flora, gestão ambiental, leis ambientais e outros<br />

documentos).<br />

Palestras e oficinas<br />

São oferecidas em datas ambientais comemorativas com temas específicos,<br />

<strong>de</strong>stinado às escolas e grupos organizados.<br />

Cursos<br />

São oferecidos periodicamente, abordando temas ambientais diversos e<br />

locais, <strong>de</strong>stinados a professores, estudantes, profissionais em geral e amantes da<br />

contemplação da natureza.<br />

Observação<br />

As trilhas interpretativas e palestras são <strong>de</strong>senvolvidas a partir dos resultados<br />

das pesquisas científicas, cuja importância vai além do nível local e estadual,<br />

estando inserida também no contexto global da Floresta com Araucária que se trata,<br />

em todo o Sul do País <strong>de</strong> um dos ambientes menos conhecidos no que se diz<br />

respeito a todos os seus aspectos ecológicos.<br />

5. PLANEJAMENTO POR ÁREA DE ATUAÇÃO<br />

5.1 Ações Gerenciais Gerais<br />

As ações gerenciais gerais tratam <strong>de</strong> ações que, por seu caráter <strong>de</strong><br />

abrangência, são aplicadas ao conjunto <strong>de</strong> todas as áreas da UC e sua região,<br />

fornecendo suporte geral para o planejamento da Unida<strong>de</strong> e entorno como um todo.<br />

179


5.1.1 Programas Temáticos para o Interior do Parque<br />

l – Operacionalização Interna<br />

Objetivos<br />

Implementar o plano <strong>de</strong> manejo proposto;<br />

Gerenciar as ativida<strong>de</strong>s dos funcionários;<br />

Capacitar periodicamente os funcionários municipais que trabalham<br />

diretamente no Parque para um maior entendimento dos valores históricoambientais<br />

da Unida<strong>de</strong> e melhor atendimento ao visitante;<br />

Oferecer palestras e capacitação periodicamente aos funcionários municipais<br />

que trabalham na se<strong>de</strong> da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>;<br />

Capacitar os integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas Ecológicas do<br />

Parque visando melhor atuação nas ativida<strong>de</strong>s educativas e atendimento ao<br />

visitante;<br />

Dar apoio para a implantação dos programas propostos;<br />

Realizar a administração e manutenção do Parque.<br />

Indicadores<br />

Contratação <strong>de</strong> 4 novos funcionários no período <strong>de</strong> 1 ano, após a<br />

homologação do Plano;<br />

Capacitação <strong>de</strong> todos os funcionários do Parque em 6 meses após a<br />

homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo do Parque;<br />

Criação do cargo <strong>de</strong> guarda-parque em até 6 meses após a vigência do<br />

Plano;<br />

Palestras para os funcionários da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> a cada 6 meses,<br />

imediatamente após a homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Continuida<strong>de</strong> das oficinas <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong> conhecimentos para os<br />

integrantes <strong>de</strong> Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas do Parque, realizadas bimestralmente;<br />

Capacitação <strong>de</strong> 10 estudantes das 6º a 8º séries do Ensino Fundamental, a<br />

cada dois anos, para a função <strong>de</strong> monitor <strong>de</strong> trilha a partir <strong>de</strong> 2005;<br />

Todos os funcionários e monitores do Parque atuando <strong>de</strong> acordo com as<br />

normas estabelecidas pelo Plano <strong>de</strong> Manejo a partir da implantação do mesmo;<br />

Sistema <strong>de</strong> remanejamento <strong>de</strong> funcionários efetivos da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong><br />

que trabalham na Unida<strong>de</strong> e que não se a<strong>de</strong>quam às normas em 6 meses após a<br />

aprovação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Equipamentos <strong>de</strong> infra-estrutura ainda não adquiridos para o cumprimento<br />

dos Programas estabelecidos em até 2 anos após a aprovação do Plano;<br />

Equipamento mínimo necessário <strong>de</strong> resgate, primeiros-socorros e <strong>de</strong><br />

combate a incêndios florestais adquiridos até o segundo ano após a homologação<br />

do Plano;<br />

Cercas do perímetro da Unida<strong>de</strong> concertadas nos lugares on<strong>de</strong> foram<br />

<strong>de</strong>rrubadas imediatamente após a aprovação do plano;<br />

Regimento interno elaborado e implementado até no máximo 6 meses após a<br />

aprovação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

180


Taxa(s) <strong>de</strong> visitação reavaliadas e estabelecidas até 6 meses após a<br />

aprovação do Plano e colocada em prática em até 8 meses;<br />

Sistema <strong>de</strong> placas informativas reavaliado e ampliado em até 6 meses<br />

após aprovado o Plano;<br />

Pedrisco das trilhas centrais substituído por material que permita<br />

caminhadas e trilhas mais silenciosas, em até 4 anos <strong>de</strong> vigência do Plano;<br />

Projeto <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> RPPNs ou APA na Zona <strong>de</strong> Amortecimento até 01 ano<br />

<strong>de</strong> vigência do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Formação do Conselho Consultivo do Parque durante o primeiro ano <strong>de</strong><br />

vigência do Plano;<br />

Indicação do Gerente da Unida<strong>de</strong> imediatamente após a homologação do<br />

Plano.<br />

Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />

I.1Contratação <strong>de</strong> 2 novos funcionários para a função <strong>de</strong> vigilância;<br />

I.1.1Definir o perfil <strong>de</strong>sejado para o cargo a ser ocupado;<br />

I.1.2 Elaborar ficha com <strong>de</strong>scrição do perfil <strong>de</strong>sejado do candidato para o<br />

trabalho a ser realizado;<br />

I.1.3 Contratação do pessoal.<br />

I.2 Indicação para o cargo <strong>de</strong> gerente do Parque ;<br />

I.2.1 Definir o perfil <strong>de</strong>sejado para o cargo<br />

O gerente <strong>de</strong>ve ser o articulador entre o po<strong>de</strong>r municipal e o Parque, <strong>de</strong><br />

forma que se garanta a perpetuida<strong>de</strong> da conservação da Unida<strong>de</strong><br />

I.3 Dispor carro para a gerência<br />

I.4 Contratação <strong>de</strong> dois novos funcionários para a equipe <strong>de</strong> manutenção do<br />

Parque;<br />

I.4.1 Definir o perfil <strong>de</strong>sejado para o cargo;<br />

I.4.2 Elaborar ficha com <strong>de</strong>scrição do perfil <strong>de</strong>sejado para o cargo a ser<br />

ocupado;<br />

I.4.3 Contratação do pessoal<br />

I.5 Indicação <strong>de</strong> pelo menos um funcionário da equipe <strong>de</strong> vigilância do<br />

Parque para o cargo <strong>de</strong> guarda-parque<br />

I.5.1 Definir perfil <strong>de</strong>sejado para o cargo;<br />

I.5.2 Fornecer curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> guarda-parque para os funcionários<br />

I.6 Elaborar ficha com <strong>de</strong>scrição do perfil <strong>de</strong>sejado para cada cargo/função<br />

exercida <strong>de</strong>ntro do Parque<br />

I.6.1 Os funcionários já contratados <strong>de</strong>vem receber capacitação para se<br />

a<strong>de</strong>quar ao perfil <strong>de</strong>sejado;<br />

Todas as Secretarias Municipais envolvidas diretamente com o Parque<br />

<strong>de</strong>vem participar <strong>de</strong>sse processo, através <strong>de</strong> articulação específica com o gerente<br />

da Unida<strong>de</strong>;<br />

I.6.2 Parcerias com especialistas para capacitação;<br />

I.6.3 Continuida<strong>de</strong> no treinamento pra segurança no trabalho;<br />

I.7 Elaborar uma ficha contendo a função e responsabilida<strong>de</strong> para cada<br />

funcionário do Parque <strong>de</strong> forma clara e objetiva;<br />

181


I.7.1 Realizar reunião com todos os funcionários para que todas as<br />

informações necessárias sejam repassadas.<br />

I.8 Ampliar o número <strong>de</strong> integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores do Parque<br />

I.8.1 Oferecer curso <strong>de</strong> formação para novos monitores <strong>de</strong> trilhas do Parque,<br />

ofertado para estudantes <strong>de</strong> 6º a 8º séries do Ensino Fundamental;<br />

Todo monitor <strong>de</strong>verá ser cadastrado no Centro Ambiental “Casa Branca” e<br />

ser capacitado por técnicos contactados por este Centro <strong>de</strong> Pesquisa;<br />

I.8.2 Definir o perfil <strong>de</strong>sejado e o conhecimento mínimo para a função <strong>de</strong><br />

monitor;<br />

I.8.3 Realizar avaliações periódicas a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar falhas na qualificação<br />

dos monitores e possíveis soluções para as mesmas;<br />

I.8.4 Estudar meios <strong>de</strong> remuneração para os integrantes do Grupo <strong>de</strong><br />

Monitores, em especial os que alcançam 16 anos;<br />

I.8.5 Criar um convênio com alguma Fundação ligada à <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong>ntro do<br />

qual se <strong>de</strong>senvolva um projeto que vise a proteção e incentivo do trabalho voluntário<br />

dos monitores, e meios <strong>de</strong> receberem ajuda como equipamentos, cursos, etc;<br />

I.8.6 Manter a contratação <strong>de</strong> dois integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores para a<br />

função <strong>de</strong> estagiário, no CACB;<br />

I.8.7 Fornecer vale-transporte e alimentação;<br />

I.9 Promover a capacitação periódica dos monitores <strong>de</strong> trilhas do Parque<br />

I.9.1 Desenvolver parcerias com especialistas nas diversas áreas relativas à<br />

conservação da natureza, legislação ambiental, fiscalização, relações humanas<br />

para o trabalho e atendimento ao visitante, para a realização <strong>de</strong> cursos e palestras;<br />

I.10 Desenvolver um sistema <strong>de</strong> relatórios diários para todos os funcionários<br />

e monitores do Parque;<br />

* Nos relatórios <strong>de</strong>verão constar as ativida<strong>de</strong>s realizadas, registros <strong>de</strong><br />

acontecimentos e situações não previstos ou relevantes, tais como: invasões,<br />

<strong>de</strong>predação do patrimônio histórico ou natural e observação da fauna, <strong>de</strong>vendo ser<br />

indicado on<strong>de</strong> ocorreu o evento, quando e, no caso <strong>de</strong> avistamentos, qual animal;<br />

I.11 Colocar placas <strong>de</strong> advertência nas áreas referentes à Zona Conflitante<br />

com as normas para cada local;<br />

I.12 Implantar guarita no portão <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong>stinada a funcionários<br />

do Viveiro Florestal e para carga e <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> material<br />

I.12.1 Instalar sistema <strong>de</strong> monitoramento à distância <strong>de</strong>ssa entrada;<br />

I.13 Mudar o nome existente no portal <strong>de</strong> entrada do Parque, <strong>de</strong> "Parque<br />

Ecoturístico do Seminário" para Parque Natural <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa;<br />

I.13.1 Mudar <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> criação do Parque para a<strong>de</strong>quar o nome em relação<br />

às normas estabelecidas pelo SNUC;<br />

I.14 Realizar análise periódica da potabilida<strong>de</strong> da água utilizada no Parque;<br />

• Deverá ser contactada a SANEPAR para a realização <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>;<br />

I.15 Contatar a CELESC para efetuar a retirada da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação elétrica<br />

que corta o “morro dos padres” <strong>de</strong>ntro dos limites da Unida<strong>de</strong>, que atualmente não é<br />

mais utilizada;<br />

I.16 Reavaliar, junto à CELESC o sistema <strong>de</strong> instalação elétrica externa do<br />

Parque;<br />

I.17 Revisar periodicamente os materiais, equipamentos e infra-estrutura do<br />

Parque, realizando quando necessário a limpeza, reparos ou compra <strong>de</strong> novos<br />

materiais;<br />

182


I.18Adquirir equipamentos <strong>de</strong> proteção e combate a incêndio florestal;<br />

I.19 Incrementar a biblioteca do Centro Ambiental “Casa Branca”<br />

I.19.1 Deverá ser adquirido tanto material <strong>de</strong> consulta bibliográfica com temas<br />

gerais ligados ao meio ambiente, como relatórios <strong>de</strong> estudos realizados na própria<br />

Unida<strong>de</strong> e no município;<br />

I.20 Cadastrar e arquivar cada documento no Parque, <strong>de</strong>ixando uma<br />

cópia acessível para consulta local dos interessados na SAMA, e outra no CACB;<br />

I.21 Elaborar o Regimento Interno do Parque no qual <strong>de</strong>verão estar contidas<br />

todas as normas <strong>de</strong> uso das infra-estruturas.<br />

I.22 Rea<strong>de</strong>quar um dos espaços <strong>de</strong>ntro da se<strong>de</strong> ou nos anexos para que seja<br />

instalado um Centro <strong>de</strong> Visitantes;<br />

I.23 Formar o Conselho Consultivo do Parque;<br />

I.24 Revisar sistema <strong>de</strong> cobrança <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> visitação, <strong>de</strong> acordo com o<br />

regimento interno do Parque;<br />

O dinheiro arrecadado <strong>de</strong>verá ser aplicado somente no próprio Parque;<br />

I.25 Centralizar sistema <strong>de</strong> agendamentos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, tanto culturais<br />

como ecológicas em um único lugar;<br />

I.25.1 Definir perfil do pessoal que irá trabalhar com o agendamentos;<br />

I.25.2 Capacitar pessoal que irá trabalhar com os agendamentos;<br />

Deverá ser colocado pessoal que já faz parte do quadro <strong>de</strong> funcionários<br />

para esta função;<br />

I.26 Reestruturar as trilhas <strong>de</strong> pedrisco, substituindo ou misturando o<br />

pedrisco por material que faça menos ruído;<br />

I.26.1 Estudar qual o melhor tipo <strong>de</strong> material para se realizar a substituição<br />

ou o consórcio com o pedrisco;<br />

O material a ser utilizado não <strong>de</strong>verá causar nenhum impacto negativo sobre<br />

o ambiente nem <strong>de</strong>scaracterizar o patrimônio histórico;<br />

I.26.2 Em caso <strong>de</strong> substituição, o pedrisco retirados das trilhas <strong>de</strong>verá ser<br />

utilizado em obras <strong>de</strong>ntro do próprio Parque ou no entorno;<br />

I.27 Firmar parceria com a CELESC para elaborar e oficializar um conjunto<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> procedimentos para manutenção da re<strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> energia localizada<br />

<strong>de</strong>ntro do Parque, a fim <strong>de</strong> minimizar os impactos ambientais atribuídos a essa<br />

ativida<strong>de</strong>;<br />

I.28 Elaborar cadastro fundiário (cartográfico e documental) das proprieda<strong>de</strong>s<br />

localizadas no entorno do Parque.<br />

I.29 Levantar junto ao Fórum da Comarca <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> todas as ações<br />

ajuizadas relativas a questões <strong>de</strong> posse e domínio que envolvam superfície, limites<br />

ou confrontações com o PMSLT;<br />

I.30 Estudar propostas <strong>de</strong> ampliar a área do PMSLT.<br />

II – Proteção e Manejo<br />

Objetivos<br />

Conservar o ambiente natural nas áreas pouco alteradas;<br />

Recuperar as áreas <strong>de</strong>gradadas;<br />

Proteger os recursos naturais e histórico-culturais, bem como as instalações<br />

do Parque;<br />

183


Garantir a integrida<strong>de</strong> física do visitante do Parque.<br />

Indicadores<br />

Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicação <strong>de</strong> espécies vegetais invasoras ou<br />

potencialmente invasoras como o pinus, a uva-do-japão, gramíneas, beijo-<strong>de</strong> fra<strong>de</strong>,<br />

grevilha, em até 2 anos após a implantação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicação gradativa, em 5 anos, <strong>de</strong> todas as espécies<br />

exóticas do PMSLT;<br />

Controle trimestral da regeneração natural do pinus , uva-do-japão e das<br />

gramíneas;<br />

Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicação <strong>de</strong> espécies exóticas animais, em especial as<br />

carpas colocadas nos tanques próximos ao CACB, em 6 meses;<br />

Programa <strong>de</strong> Monitoramento Ambiental implantado até 6 meses a partir a<br />

homologação do Plano;<br />

Programa <strong>de</strong> fiscalização, prevenção e combate a incêndio florestal<br />

implantado e funcionando em 1 ano após a implantação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />

II.1 Propor um programa estratégico para a erradicação das espécies da<br />

flora exóticas e invasoras em toda a Unida<strong>de</strong>;<br />

• Deverão ser realizados primeiramente estudos sobre possível <strong>de</strong>pendência<br />

da fauna silvestres <strong>de</strong>ssas espécies, especialmente a uva-do-japão;<br />

• No caso <strong>de</strong> ser constatada <strong>de</strong>pendência da fauna em relação a uma ou<br />

várias <strong>de</strong>ssas espécies, os exemplares adultos <strong>de</strong>verão ser conservados até que se<br />

consiga oferecer para os animais outras opções <strong>de</strong> alimento. Concomitante a isso,<br />

<strong>de</strong>verão ser retirados os exemplares mais jovens;<br />

No caso das espécies arbóreas, a ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>verá ser utilizada na própria<br />

Unida<strong>de</strong> para benfeitorias em estilo rústico;<br />

Os indivíduos adultos que produzem sementes <strong>de</strong>vem ser retirados primeiro,<br />

sendo os indivíduos mais jovens retirados a seguir;<br />

Qualquer medida tomada para a retirada das espécies invasoras<br />

(<strong>de</strong>rrubada, poda, anelamento) não po<strong>de</strong>rá acarretar impactos significativos nem<br />

em gran<strong>de</strong> impacto visual no ambiente;<br />

No caso <strong>de</strong> existirem espécimes exóticas significativas sob o ponto <strong>de</strong> vista<br />

ornamental , <strong>de</strong>verão ser plantadas outras nativas nas proximida<strong>de</strong>s e quando estas<br />

estiverem crescido o suficiente, retirar as exóticas;<br />

* Realizar vistorias periódicas <strong>de</strong> 3 em 3 meses por toda a Unida<strong>de</strong> a fim <strong>de</strong><br />

localizar a abater novos indivíduos <strong>de</strong> espécies exóticas;<br />

No caso <strong>de</strong> o indivíduo não pu<strong>de</strong>r ser abatido imediatamente, <strong>de</strong>verá ser<br />

marcado para ser retirado posteriormente, antes <strong>de</strong> chegar ao período fértil;<br />

II.2 Realizar corte raso na região próxima à entrada <strong>de</strong> funcionários do<br />

Parque para a erradicação do Pinus naquela região;<br />

Qualquer recurso <strong>de</strong>corrente do corte da ma<strong>de</strong>ira do pinus <strong>de</strong>verá ser<br />

aplicado <strong>de</strong>ntro do próprio Parque;<br />

II.2.1 Realizar estudos prévios para <strong>de</strong>tectar presença e <strong>de</strong>pendência da<br />

fauna nativa para fins <strong>de</strong> refúgio e dormitório no local;<br />

184


II.3 Promover a retirada total do capim-elefante na área próxima da entrada<br />

<strong>de</strong> funcionários do Parque, que margeia a cerca;<br />

II.4 Na região on<strong>de</strong> há predomínio <strong>de</strong> taquaras, <strong>de</strong>verão ser realizados<br />

estudos para evi<strong>de</strong>nciar com certeza se existe uma relação <strong>de</strong> oportunismo e<br />

estabelecer, após isso, as estratégias que impeçam a sua regeneração;<br />

II.5 Promover o enriquecimento da Unida<strong>de</strong> com espécies nativas da<br />

Floresta Ombrófila Mista;<br />

II.5.1 Promover o enriquecimento das áreas <strong>de</strong>gradadas e das capoeiras<br />

existentes <strong>de</strong>ntro do Parque;<br />

O enriquecimento <strong>de</strong>verá ser feito com espécies <strong>de</strong> todas as fases<br />

secessionais do ambiente, utilizando-se <strong>de</strong> um consórcio <strong>de</strong> espécies pioneiras,<br />

secundárias e clímaxes;<br />

II.5.2 Recompor a área que sofrerá corte raso para a retirada do<br />

reflorestamento <strong>de</strong> pinus (previsto no item II.2) através <strong>de</strong> consórcio <strong>de</strong> espécies<br />

nativas pioneiras, secundárias e <strong>de</strong> clímax;<br />

II.5.3 Proporcionar a regeneração natural da área que sofrerá a retirada do<br />

capim-elefante ( <strong>de</strong> acordo com o item II.3);<br />

Esta área <strong>de</strong>verá sofrer regeneração natural, sem qualquer interferência<br />

humana, a fim <strong>de</strong> que se possa realizar estudos fitossociológicos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fase<br />

inicial <strong>de</strong> regeneração;<br />

II.6 Realizar fiscalização sistemática e periódica por toda a área do Parque a<br />

fim <strong>de</strong> garantir a manutenção e conservação do patrimônio natural e histórico;<br />

II.7 Realizar a retirada das carpas dos tanques próximos ao CACB, a fim <strong>de</strong><br />

permitir a regeneração natural da vida limnológica nativa;<br />

II.8 Manutenção <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> vigilância nas divisas, visando evitar invasões<br />

e incêndio na área do Parque;<br />

II.9 Consolidar parcerias com a Força Ver<strong>de</strong> e o Batalhão <strong>de</strong> Polícias<br />

Florestal para que seja adotado um método permanente <strong>de</strong> fiscalização na área do<br />

Parque e no seu entorno;<br />

III – Pesquisa e Monitoramento<br />

Objetivos<br />

Aumentar os conhecimentos a respeito do patrimônio natural e histórico do<br />

PMSLT, visando inclusive o resgate da herança cultural e ambiental <strong>de</strong>ixada pelos<br />

antigos franciscanos, além do eficaz manejo da área.<br />

Indicadores<br />

2 linhas <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>senvolvidas até março/2005;<br />

1 novo estudo por ano, no mínimo, a ser efetuado a partir <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2005;<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong>, no mínimo, uma linha <strong>de</strong> pesquisa com espécies<br />

ameaçadas ou endêmicas; realizadas a cada 2 anos;<br />

Elaboração <strong>de</strong> um banco <strong>de</strong> dados sobre todas as linhas <strong>de</strong> pesquisa<br />

imediatamente após a implantação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

185


Elaboração <strong>de</strong> ficha <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> fauna a ser utilizada por todos os<br />

funcionários, monitores e pesquisadores do Parque imediatamente após o início da<br />

implantação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Produção <strong>de</strong> mapas temáticos <strong>de</strong> acordo com os resultados das pesquisas<br />

realizadas no Parque.<br />

Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />

III.1 Dar continuida<strong>de</strong> ao projeto <strong>de</strong> resgate da História Natural do antigo<br />

Seminário, buscando fotos, artigos , cartas, herbários, museus, etc, <strong>de</strong>ixados pelos<br />

franciscanos a fim <strong>de</strong> oferecer suporte para estudos em diversas áreas;<br />

Estes estudos <strong>de</strong>verão ser contínuos, <strong>de</strong>senvolvidos ao longo do tempo e<br />

envolvendo todos os pesquisadores atuantes no Parque <strong>de</strong> forma integrada;<br />

III.2 Desenvolver pesquisas sobre frugivoria ;<br />

Deverão ser contemplados os grupos <strong>de</strong> mamíferos e aves;<br />

III.3 Desenvolver inventários <strong>de</strong>talhados sobre a fauna do Parque, com<br />

finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> caracterizar a biodiversida<strong>de</strong> faunística da região;<br />

III.3.1 Devem ser estudados pelo menos os grupos <strong>de</strong> répteis e mamíferos;<br />

Todos os estudos <strong>de</strong>vem ser comparativos à região <strong>de</strong> entorno do Parque;<br />

III.4 Desenvolver estudos específicos a respeito das aves típicas e<br />

ameaçadas da região, <strong>de</strong> acordo com os resultados do inventário <strong>de</strong>senvolvido no<br />

Parque;<br />

Devem ser priorizados estudos sobre o Accipiter poliogaster (tauató), Asyio<br />

stygios (coruja mocho-diabo) por serem espécies com poucos dados na literatura<br />

científica e com registro <strong>de</strong> vizualização no Parque;<br />

Devem ser realizados estudos com. espécies como o grimpeirinho<br />

(Leptasthemura setaria) e o beija-flor (Stephanoxis lalandi loddiges) consi<strong>de</strong>radas<br />

espécies típicas/endêmicas da Floresta com Araucária;<br />

III.4.1 Dar continuida<strong>de</strong> ao projeto <strong>de</strong> levantamento sobre assimetria flutuante<br />

do TROGLOTYDES MUSCULUS (CORRUÍRA);<br />

III.5 Desenvolver estudos com mamíferos que po<strong>de</strong>m ser indicadores <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> ambiental<br />

III.5.1 Dar continuida<strong>de</strong> ao inventário <strong>de</strong> Chiroptera (morcegos), já<br />

<strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong>ntro do Parque;<br />

III.5.2 Estudar os diferentes ambientes utilizados pelos morcegos a fim <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>finir sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polinizadores, dispersores e controladores populacionais<br />

das espécies das quais se alimenta;<br />

III.5.3 Estudar o Cerdocyon thous (graxaim)<br />

Este estudo <strong>de</strong>verá contemplar os resultados do monitoramento do graxaim<br />

realizado no Parque através da coleta <strong>de</strong> vestígios (pegadas, fezes), mapeamento<br />

dos locais <strong>de</strong> coleta dos vestígios e fotos através do adaptador fotográfico realizado<br />

por integrantes do grupo <strong>de</strong> monitores do Parque;<br />

O pesquisador que realizar pesquisa com graxaim <strong>de</strong>verá programar os<br />

trabalhos levando em conta a participação dos monitores <strong>de</strong> trilhas do Parque;<br />

III.5.4 Desenvolver estudos com a lontra ( Lontra longicaudis), bugio (Alouatta<br />

fusca), a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar seu status ecológico na Unida<strong>de</strong> e extensivo à região do<br />

entorno;<br />

186


III.6 Estudar as ca<strong>de</strong>ias tróficas ocorrentes, <strong>de</strong>finindo-as e estebelecendo as<br />

relações tróficas das espécies;<br />

Esses estudos <strong>de</strong>verão ser sazonais contemplando ao menos 6 fases <strong>de</strong>, no<br />

mínimo, 7 dias;<br />

III.7 Realizar monitoramento das espécies que sofrem pressão <strong>de</strong> caça na<br />

região, como o veado catingueiro (Mazama guazoupyra), jacu (Penelope obscura);<br />

III.8 Definir espécies típicas e/ou raras da fauna anfíbia ocorrente no Parque<br />

bem como suas inter-relações;<br />

III.9 Definir espécies-chave da ictiofauna do rio Passa-Três, a fim <strong>de</strong> realizar<br />

estudos sobre suas inter-relações com outros seres, hábitos alimentares e <strong>de</strong><br />

reprodução;<br />

III.10 I<strong>de</strong>ntificar e estudar quantitativa e qualitativamente os grupos<br />

florísticos <strong>de</strong> maior interesse para a fauna, como por exemplo Annonaceae,<br />

Myrtaceae, Piperaceae, Solanaceae, Melastomataceae, Lauraceae, Aquifoleaceae.<br />

►Todas as exsicatas produzidas nesse trabalho <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>terminadas e<br />

acondicionadas no herbário do CACB;<br />

III.11 Realizar estudos específicos sobre grupos vegetais como<br />

epífitas; briófitas, pteridófitas e fungos;<br />

► Todas as exsicatas feitas nesse trabalho <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>terminadas e<br />

acondicionadas no herbário do CACB;<br />

III.12 Realizar estudos <strong>de</strong> limnologia nos tanques próximos ao CACB;<br />

III.13 Realizar estudos sobre a utilização dos frutos das espécies exóticas da<br />

flora na área do Parque pela fauna nativa, para embasar o processo <strong>de</strong> manejo<br />

<strong>de</strong>ssas espécies;<br />

III.14 Desenvolver estudos fitossociológicos nas diversas fases<br />

secessionais que ocorrem no Parque, a fim <strong>de</strong> se encontrar a melhor forma <strong>de</strong><br />

recuperar aquelas que estiverem <strong>de</strong>gradadas ou em fases iniciais <strong>de</strong> recuperação;<br />

III.15 Realizar estudos <strong>de</strong>talhados sobre a geologia e geomorfologia da<br />

área;<br />

III.16 Realizar estudos a fim <strong>de</strong> avaliar o impacto dos visitantes do<br />

Parque (LAC) sobre as trilhas bem como das chuvas(pluvial);<br />

III.17 Orientar funcionários, monitores <strong>de</strong> trilhas e pesquisadores para que<br />

recolham carcaças e esqueletos <strong>de</strong> animais silvestres encontrados mortos <strong>de</strong>ntro<br />

dos limites do Parque e no seu entorno direto, e os encaminhem ao CACB;<br />

III.18 Elaborar ficha <strong>de</strong> dados para as anotações sobre as espécies<br />

encontradas;<br />

Todos os funcionários, monitores <strong>de</strong> trilhas e técnicos <strong>de</strong>verão ser treinados<br />

para preencher corretamente a ficha;<br />

Todo o material encontrado <strong>de</strong>verá ser encaminhado ao Museu <strong>de</strong> História<br />

Natural Capão da Imbuia, em Curitiba, PR., <strong>de</strong>vidamente catalogado.<br />

No caso <strong>de</strong> dúvidas quanto à provável causa da morte do animal, encaminhar<br />

para autópsia a algum <strong>de</strong>partamento autorizado;<br />

Todo o material <strong>de</strong>verá ter registro em livro específico para este tipo <strong>de</strong><br />

controle;<br />

III.19 Elaborar banco <strong>de</strong> dados para o Parque on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão constar todas as<br />

informações sobre as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa e monitoramento ambiental.<br />

187


5.1.2 Programas Temáticos para a Zona <strong>de</strong> Amortecimento<br />

I – Operacionalização Externa<br />

Objetivos<br />

Dar apoio na implantação dos programas propostos;<br />

Subsidiar o gerenciamento do entorno do Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong><br />

Tolosa<br />

Indicadores<br />

Colocação <strong>de</strong> 3 placas informativas no entorno do Parque imediatamente<br />

após a homologação do Plano;<br />

Colocação <strong>de</strong> 1 placa informativa na BR 116, em 3 meses após a<br />

homologação do Plano.<br />

Colocação <strong>de</strong> uma placa <strong>de</strong> sinalização indicando velocida<strong>de</strong> máxima<br />

permitida imediatamente após a homologação do Plano.<br />

Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />

I.1) Implantar uma placa informativa no trevo da BR 116 <strong>de</strong> acesso à cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />

• A placa <strong>de</strong>verá conter as seguintes informações: Nome do Parque, órgão<br />

gestor, horários <strong>de</strong> visitação, número <strong>de</strong> visitantes/dia, telefone para agendamentos<br />

<strong>de</strong> trilhas interpretativas, distância até o Parque , valores das taxas <strong>de</strong> visitação;<br />

• A placa <strong>de</strong>verá seguir os padrão adotado para o interior do Parque;<br />

I.2 Implantar placas informativas no entorno do Parque;<br />

I.2.1 Implantar uma placa nos seguintes locais:<br />

1 na cabeceira da ponte sobre o rio Passa-Três no sentido centro/Parque,<br />

1 próxima ao motor da SANEPAR ;<br />

1 na rua que passa ao lado do portão principal <strong>de</strong> entrada do Parque;<br />

1 na estrada velha da Lapa na entrada da estrada <strong>de</strong> acesso ao Parque;<br />

•As placas <strong>de</strong>verão conter informações sobre a proibição <strong>de</strong> caça e pesca<br />

<strong>de</strong>ntro do Parque e no seu entorno, citando a Lei <strong>de</strong> Crimes Ambientais;<br />

I.3 Colocar uma placa <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> máxima permitida próximo à escola Ana<br />

Zornig;<br />

• A placa <strong>de</strong>verá indicar passagem <strong>de</strong> animais e permitir velocida<strong>de</strong> máxima<br />

<strong>de</strong> 60km/h.<br />

188


II – Educação Ambiental<br />

Objetivos<br />

Desenvolver a conscientização ambiental com a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno e<br />

escolas do município;<br />

Sensibilizar a comunida<strong>de</strong> local quanto à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong><br />

hábitos ambientalmente corretos;<br />

Envolver a comunida<strong>de</strong> local com a proteção do Parque.<br />

Indicadores<br />

Continuida<strong>de</strong> dos projetos e programas <strong>de</strong> Educação Ambiental citados no<br />

Encarte.3, item 3.7.1;<br />

Implantação <strong>de</strong> um Programa <strong>de</strong> conscientização, prevenção e combate à<br />

caça e pesca predatória, contrabando ou maus tratos a animais silvestres e<br />

<strong>de</strong>smate ilegal, em 3 meses após a homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Capacitação periódica <strong>de</strong> professores das re<strong>de</strong>s pública e particular <strong>de</strong><br />

ensino anualmente, a partir da homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Realização <strong>de</strong> no mínimo, duas palestras educativas com a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

entorno por ano a partir <strong>de</strong> 2005;<br />

Produção <strong>de</strong> material educativo anualmente, a partir do segundo semestre <strong>de</strong><br />

2005;<br />

Divulgação <strong>de</strong> eventos e projetos educativos em programas <strong>de</strong> rádio, a partir<br />

da implantação do Plano;<br />

Reeditar a Coluna “Bicho-Grilo”, em algum jornal do município, a fim <strong>de</strong><br />

divulgar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas pelo CACB e pelo Parque.<br />

Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />

II.1 Desenvolver o Programa <strong>de</strong> Combate à caça, pesca, contrabando ou<br />

maus tratos a animais silvestres, e <strong>de</strong>smate ilegal;<br />

II.1 1 Estabelecer parcerias para esse programa;<br />

II.1.2 Elaborar e implementar palestras em escolas e comunida<strong>de</strong>s a respeito<br />

do Tema;<br />

II.1.3 Elaborar material didático e informativo com linguagem acessível para<br />

distribuir na comunida<strong>de</strong> e escolas a fim <strong>de</strong> complementar as palestras;<br />

• Tanto as palestras como o material didático e informativo <strong>de</strong>verão<br />

contemplar questões como inter-relações, importância da conservação da<br />

biodiversida<strong>de</strong>, Legislação Ambiental, Reserva Legal, APP, etc.;<br />

•As palestras <strong>de</strong>verão ser realizadas prioritariamente no Parque. Quando<br />

isso não for ´possível, nas escolas e comunida<strong>de</strong>s.<br />

•Deverão ser organizadas visitas orientadas no Parque especialmente para a<br />

comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno.<br />

• Deverá ser estabelecido um esquema para aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> caça,<br />

pesca, <strong>de</strong>smate ilegal, contrabando ou maus tratos aos animais silvestres;<br />

II.2 Apoiar iniciativas <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> Educação Ambiental por parte <strong>de</strong> escolas<br />

e comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno, que contemplem as questões <strong>de</strong> consumo, geração,<br />

reutilização e reciclagem <strong>de</strong> lixo;<br />

189


II.3 Realizar a capacitação dos professores do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e<br />

região a respeito <strong>de</strong> Patrimônio Natural, fauna e flora nativos, conservação da<br />

biodiversida<strong>de</strong>, legislação ambiental.<br />

• A capacitação dos professores <strong>de</strong>verá ser realizada no Parque, através do<br />

CACB e técnicos com quem o CACB estabelece parcerias;<br />

• As capacitações <strong>de</strong>verão seguir a mesma metodologia adotada para os<br />

cursos já realizados no CACB (item 3.7.1)<br />

II.4 dar continuida<strong>de</strong> aos projetos <strong>de</strong>scritos no item 3.7.1<br />

III – Proteção e Manejo<br />

Objetivos<br />

Promover a proteção dos remanescentes florestais do entorno do Parque<br />

<strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa;<br />

Manter/criar corredores <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> na região do entorno do Parque;<br />

Garantir a conservação ambiental na região <strong>de</strong> entorno do Parque<br />

Indicadores<br />

Normas para a Zona <strong>de</strong> Amortecimento do Parque estabelecidas e<br />

implantadas até 6 meses após a homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Criação <strong>de</strong> pelo menos uma RPPN no período <strong>de</strong> 2 anos após a implantação<br />

do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Eliminação <strong>de</strong> espécies exóticas <strong>de</strong> peixes criadas nas proprieda<strong>de</strong>s da<br />

Zona <strong>de</strong> Amortecimento até 2 anos após a implementação do Plano;<br />

Controle periódico das espécies exóticas <strong>de</strong> plantas na ZA;<br />

Eliminação das espécies vegetais exóticas invasoras da ZA em 4 anos após<br />

a aprovação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Implantação <strong>de</strong> Programa <strong>de</strong> Fiscalização em 6 meses após a aprovação do<br />

Plano;<br />

Mapeamento dos fragmentos florestais, corredores da ZA, do entorno do<br />

Parque e da mata ciliar do rio Passa-Três em 6 meses após a aprovação do Plano;<br />

Reuniões e palestras semestrais com os proprietários da ZA e entorno a<br />

partir do 1º semestre da implantação do Plano.<br />

Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />

III.1 Normatizar as ativida<strong>de</strong>s para a ZA através da gerência;<br />

•As normas <strong>de</strong>verão ser divulgadas para a população em geral;<br />

III.2 Fomentar junto aos proprietários através <strong>de</strong> reuniões e <strong>de</strong> contato direto<br />

com os mesmos, a criação <strong>de</strong> novas RPPNs;<br />

III.2.1 Definir meios <strong>de</strong> retorno, inclusive financeiro, para os proprietários que<br />

transformarem suas proprieda<strong>de</strong>s em RPPNs;<br />

III.3 Realizar uma fiscalização intensiva nos remanescentes florestais <strong>de</strong><br />

todo o entorno do ´Parque;<br />

190


III.4 Exigir das empresas reflorestadoras localizadas no entorno do Parque<br />

que recuperem e preservem as florestas ciliares e que não <strong>de</strong>positem qualquer<br />

resíduo proveniente das suas ativida<strong>de</strong>s nessas áreas;<br />

• A SAMA e, quando necessário o IAP. Deverão fiscalizar constantemente<br />

essas empresas;<br />

III.5 Retirar as possíveis espécies exóticas <strong>de</strong> peixes em represamentos<br />

artificiais das proprieda<strong>de</strong>s, a fim <strong>de</strong> evitar o contato com espécies nativas;<br />

•Esclarecer os proprietários quanto à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicação <strong>de</strong>ssas<br />

espécies exóticas, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> competir e <strong>de</strong>gradar as espécies nativas,<br />

<strong>de</strong>sequilibrando os ecossistemas dos rios;<br />

III.6 Erradicar, ao longo dos anos, as espécies <strong>de</strong> plantas invasoras da ZA do<br />

Parque;<br />

∗ Orientar os proprietários quanto à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicação das<br />

espécies invasoras;<br />

∗A SAMA e pessoal técnico do Parque <strong>de</strong>verão verificar, junto aos<br />

proprietários, quais ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>rão ser vislumbradas para suas respectivas<br />

proprieda<strong>de</strong>s, que evitem gran<strong>de</strong>s impactos ambientais;<br />

III.7 Estabelecer normas para possíveis projetos <strong>de</strong> loteamentos, a fim <strong>de</strong> que<br />

as proprieda<strong>de</strong>s da ZA respeitem o que foi <strong>de</strong>finido na Lei <strong>de</strong> Zoneamento e Uso<br />

dos Solos;<br />

III.8 Fiscalizar o cumprimento do Código Florestal a fim <strong>de</strong> garantir a proteção<br />

das matas ciliares e das Reservas Legais das proprieda<strong>de</strong>s, conservando e<br />

favorecendo a formação <strong>de</strong> novos corredores;<br />

III.9 Avaliar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a área do Parque, até a pedreira.<br />

IV - Pesquisa e Monitoramento<br />

Objetivos<br />

Fornecer subsídios para o manejo correto da Zona <strong>de</strong> Amortecimento ;<br />

Fornecer informações para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> corredores ecológicos entre o<br />

Parque e o seu entorno;<br />

Obter informações que subsidiem as ações <strong>de</strong> proteção, manejo e<br />

conservação do Parque e seu entorno;<br />

Fornecer informações que embasem o processo <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> áreas<br />

que po<strong>de</strong>rão formar corredores ecológicos.<br />

Indicadores<br />

Implementação <strong>de</strong> ao menos uma pesquisa em 1 ano;<br />

Elaboração e implantação <strong>de</strong> livro <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> fauna atropelada, a partir da<br />

homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Análise da qualida<strong>de</strong> química e biológica do rio Passa-três e do <strong>Negro</strong>,<br />

semestralmente, a ser realizada a partir da implantação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

191


Análise da situação da mata ciliar do rio <strong>Negro</strong>, enquanto corredor <strong>de</strong><br />

biodiversida<strong>de</strong>, na região <strong>de</strong> entorno do Parque, em 6 meses após a provação do<br />

Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Levantamento quantitativo, qualitativo e análise dos fragmentos florestais<br />

existentes no entorno do Parque a ser realizado no máximo até dois anos após a<br />

implementação do Plano <strong>de</strong> Manejo.<br />

Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />

IV.I Realizar levantamento e análise minuciosa dos fragmentos florestais<br />

localizados no entorno do Parque;<br />

IV.1.1 Contatar instituições governamentais e não governamentais para o<br />

planejamento da pesquisa;<br />

∗ Deverão ser contempladas, <strong>de</strong> imediato, pelo menos os grupos <strong>de</strong> aves,<br />

mamíferos e vegetação;<br />

∗ Ao longo dos próximos 5 anos, <strong>de</strong>verão ser contemplados os grupos <strong>de</strong><br />

invertebrados, répteis, meio físico, etc., <strong>de</strong> acordo com o proposto para o interior do<br />

Parque.<br />

∗Todos os trabalhos <strong>de</strong>verão ter o acompanhamento direto do Gerente da<br />

Unida<strong>de</strong>;<br />

∗Todos os proprietários <strong>de</strong>verão ser consultados previamente para a<br />

autorização das pesquisas, recebendo periodicamente as informações sobre os<br />

resultados das mesmas.<br />

IV.2 Realizar estudos aprofundados a respeito da biodiversida<strong>de</strong> e<br />

distribuição da fauna na região;<br />

∗Priorizar estudos que possam dar continuida<strong>de</strong> às pesquisas já<br />

<strong>de</strong>senvolvidas no Parque;<br />

IV.3 Realizar levantamento da composição florística da mata ciliar do rio<br />

<strong>Negro</strong>, especialmente na região <strong>de</strong> entorno do Parque;<br />

IV.4 Monitorar a qualida<strong>de</strong> físico-química e biológica da água do rio Passa-<br />

Três , na área <strong>de</strong> entrono do Parque;<br />

• As análises <strong>de</strong>verão ser realizadas a cada 6 meses<br />

IV.5 Monitorar a qualida<strong>de</strong> físico-química e biológica do rio <strong>Negro</strong>, na região<br />

<strong>de</strong> entorno do Parque;<br />

• As análises <strong>de</strong>verão ocorrer a cada seis meses;<br />

IV.6 Realizar o monitoramento da ictiofauna dos rios Passa-Três e <strong>Negro</strong>, a<br />

fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar espécies indicadoras <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ambiental e verificar as<br />

possíveis populações reduzidas;<br />

IV.7 Monitorar atropelamentos <strong>de</strong> fauna na estrada <strong>de</strong> acesso ao Parque e na<br />

estrada inserida na Zona <strong>de</strong> Amortecimento;<br />

•Os animais atropelados <strong>de</strong>verão ser registrados, fotografados quando<br />

possível e enviados, se possível, ao Museu <strong>de</strong> História Natrural Capão da Imbuia.<br />

192


V – Alternativas <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Objetivos<br />

I<strong>de</strong>ntificar as alternativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da Zona <strong>de</strong> Amortecimento que<br />

sejam compatíveis com a conservação do ambiente natural;<br />

Fomentar junto aos proprietários da Zona <strong>de</strong> Amortecimento o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s compatíveis com a conservação do ambiente;<br />

Fomentar o comprometimento da comunida<strong>de</strong> local com a Unida<strong>de</strong>, sentindose<br />

responsável pela sua conservação.<br />

Indicadores<br />

Estudos <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s alternativas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda nas<br />

proprieda<strong>de</strong>s do entorno em um ano após a implantação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Estudos para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas com potencial para ecoturismo na região<br />

em até um ano após a aprovação do Plano;<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas ou proprieda<strong>de</strong>s que possam ser incluídas na Rota dos<br />

Tropeiros, em até 3 meses após a aprovação do Plano;<br />

Implementar o Parque <strong>Municipal</strong> Maximiano Pfeffer em até 1 ano após a<br />

aprovação do Plano;<br />

Cadastramento dos moradores da Zona <strong>de</strong> Amortecimento e os respectivos<br />

usos do solo em até 6 meses após a aprovação do Plano;<br />

Estudo da viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> entorno do Parque na<br />

Associação dos Artesãos <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> (ASSOART), expondo e comercializando<br />

artesanatos no Parque, em 1 ano após a aplicação do Plano.<br />

Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />

V.1 Realizar estudos que visem ativida<strong>de</strong>s, nas áreas <strong>de</strong> entorno,<br />

ambientalmente menos impactantes como o <strong>de</strong>senvolvimento da agricultura<br />

orgânica, sistemas silvipastoris e agropastoris, produção <strong>de</strong> mel com espécies<br />

nativas, artesanato regional;<br />

• As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>verão contemplar <strong>de</strong> forma especial a conservação da<br />

Unida<strong>de</strong> e do seu entorno;<br />

V.2 I<strong>de</strong>ntificar áreas com potencial para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ecoturismo e turismo<br />

rural na região;<br />

V.3 Cadastrar os moradores da Zona <strong>de</strong> Amortecimento do Parque e<br />

levantar os diversos usos do solo na região;<br />

V.4 Divulgar, entre os visitantes do Parque, a culinária e o artesanato da<br />

região.<br />

VI – Programa <strong>de</strong> Integração Externa<br />

Objetivos<br />

Divulgar intensamente os objetivos <strong>de</strong> manejo do Parque <strong>de</strong> modo que a<br />

comunida<strong>de</strong> rionegrense, seja aliada nas atitu<strong>de</strong>s conservacionistas;<br />

193


Integrar o Parque com as proprieda<strong>de</strong>s vizinhas <strong>de</strong> <strong>de</strong> modo que se sintam<br />

responsáveis pela manutenção da biodiversida<strong>de</strong> na região;<br />

Promover integração entre as ativida<strong>de</strong>s na região e os objetivos do Parque;<br />

Instituir parcerias que colaborem com a administração do Parque.<br />

Indicadores<br />

Levantamento <strong>de</strong> empresas, instituições , universida<strong>de</strong>s e ONGs que<br />

possam atuar ou já atuam como parceiras da Unida<strong>de</strong> após a aprovação do Plano;<br />

Contatos estabelecidos com as instituições levantadas, a partir da<br />

homologação do Plano;<br />

Oficializar parcerias com pelo menos uma entida<strong>de</strong> governamental e uma<br />

não-governamental no período relativo aos dois primeiros anos <strong>de</strong> vigência do<br />

Plano;<br />

Oficializar parcerias já existentes com duas empresas da região, a partir da<br />

implantação do Plano;<br />

Estabelecer e oficializar parcerias técnicas com a Universida<strong>de</strong> do município<br />

vizinho <strong>de</strong> Mafra, SC, imediatamente após a homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />

Estabelecer parcerias coma faculda<strong>de</strong> local, que funciona no prédio da<br />

<strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>, imediatamente após a homologação do Plano;<br />

Renovação das parcerias ou estabelecimento <strong>de</strong> outras, a cada dois anos;<br />

Realização <strong>de</strong> no mínimo 2 reuniões envolvendo os lí<strong>de</strong>res das comunida<strong>de</strong>s<br />

locais, empresários da região e proprietários do entorno da Unida<strong>de</strong>, no primeiro<br />

ano <strong>de</strong> vigência do Plano;<br />

Envolvimento da equipe do Parque em ativida<strong>de</strong>s relativas a pelo menos uma<br />

data comemorativa do Município;<br />

Produção <strong>de</strong> 2.000 fol<strong>de</strong>rs ambientais em seis meses após a homologação<br />

do Plano.<br />

Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />

VI.1 Contatar as empresas locais que já são parceiras ou que tem<br />

potencial para isso a fim <strong>de</strong> oficializar as parcerias nos projetos <strong>de</strong> divulgação,<br />

educação ambiental e <strong>de</strong> pesquisa do Parque;<br />

VI.1.2 Buscar as parcerias tanto no que se refere à cooperação técnica como<br />

no que diz respeito a subsídios financeiros;<br />

VI.3 Elaborar projetos a serem encaminhados a ONGs e Órgãos<br />

governamentais a fim <strong>de</strong> conseguir subsídios para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas<br />

e eventuais necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhorias no Parque;<br />

VI.4 Firmar parceria com o setor <strong>de</strong> Ciências Biológicas da Universida<strong>de</strong> do<br />

Contestado-campus Mafra, para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas nas áreas<br />

disponibilizadas pela Unida<strong>de</strong>;<br />

•As parcerias <strong>de</strong>verão ser realizadas através <strong>de</strong> convênios entre a gerência<br />

do Parque, e a Universida<strong>de</strong>;<br />

•As parcerias <strong>de</strong>verão ser reavaliadas e renovadas, se for o caso, a cada<br />

dois anos;<br />

194


VI.5 Estabelecer parceira com o Centro Paleontológico (CENPALEO),<br />

da UnC – Mafra;<br />

VI.5.1 Estabelecer parceria a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver em conjunto projetos para<br />

a conservação ou recuperação da floresta ciliar do rio <strong>Negro</strong>, através do Projeto<br />

Corredor Paraná-Pantanal;<br />

VI.5.2 Estabelecer parceria para estudos geomorfológicos a serem<br />

<strong>de</strong>senvolvidos na Unida<strong>de</strong>, e para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> geo-morfologia<br />

e paleontologia na Zona <strong>de</strong> Amortecimento que abrange a região do “Moto-cross”;<br />

•Essas parcerias <strong>de</strong>verão ser firmadas através da gerência do Parque e o<br />

CENPALEO;<br />

•A parceria <strong>de</strong>verá ser reavaliada e renovada, se for o caso, a cada dois<br />

anos;<br />

VI.6 Estabelecer parceria com a Faculda<strong>de</strong> que funciona na se<strong>de</strong> da<br />

<strong>Prefeitura</strong>;<br />

VI.7 Listar e contactar os proprietários rurais e <strong>de</strong> empresas do entorno<br />

do Parque;<br />

V.7.1 Realizar palestras com os proprietários a fim <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quar as<br />

respectivas ativida<strong>de</strong>s com a proteção da Unida<strong>de</strong> e do seu entorno;<br />

VI.8 Produzir novo material <strong>de</strong> divulgação do Parque, abrangendo as<br />

questões ambientais;<br />

• O material <strong>de</strong>verá ser organizado por equipe <strong>de</strong> técnicos do Parque, e ter<br />

linguagem <strong>de</strong> fácil compreensão;<br />

•O material po<strong>de</strong>rá contar com apoio para <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> produção e, neste<br />

caso, ter espaço para divulgação;<br />

VI.8 Realizar reuniões com as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> entorno do Parque;<br />

VI.9 As reuniões <strong>de</strong>verão ocorrer, preferencialmente, <strong>de</strong>ntro do Parque;<br />

6. ÁREAS ESTRATÉGICAS<br />

6.1 Áreas Estratégicas Internas<br />

São áreas relevantes para o manejo e alcance dos objetivos <strong>de</strong> criação da<br />

UC, com i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> fundamentada em condições ecológicas peculiares e/ou<br />

vocação para ativida<strong>de</strong>s específicas, para as quais serão direcionadas estratégias<br />

visando reverter ou ou otimizar as forças/fraquezas da UC.<br />

6.1.1 Área Estratégica – Se<strong>de</strong> da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong><br />

4. Inserção no Zoneamento:<br />

Compreen<strong>de</strong> a área inserida na Zona <strong>de</strong> Uso Intensivo e parte da Zona <strong>de</strong><br />

Uso Especial, E Zona Histórico-cultural<br />

5. Descrição Geográfica do Espaço:<br />

A região da se<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong> a área do estacionamento, entrada do Parque,<br />

o Palácio Seráfico on<strong>de</strong> atualmente funciona a <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>,<br />

195


os bosques e campo <strong>de</strong>stinados à visitação pública, estrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro<br />

florestal e o viveiro florestal.<br />

6. Resultados Esperados:<br />

A<strong>de</strong>quar a utilização da se<strong>de</strong> do antigo Seminário Seráfico, como <strong>Prefeitura</strong><br />

<strong>Municipal</strong>, cinema, auditório e faculda<strong>de</strong> às normas <strong>de</strong> conservação do Parque;<br />

Minimizar os impactos ambientais oriundos do Uso Público da área;<br />

Conservar os aspectos histórico-ambientais <strong>de</strong>ssa área;<br />

Propiciar estrutura a<strong>de</strong>quada para o atendimento ao visitante e aos usuários<br />

da <strong>Prefeitura</strong>, do cinema e da faculda<strong>de</strong>.<br />

7. Indicadores<br />

Sistema <strong>de</strong> placas e sinalização reavaliados e rea<strong>de</strong>quados em 6 meses<br />

após a aprovação do Plano;<br />

Estacionamento reavaliado e reestruturado em até um ano após a<br />

implantação do Plano;<br />

Sistema <strong>de</strong> vigilância rea<strong>de</strong>quado e treinado em até 6 meses após a<br />

arovação do Plano;<br />

Normas para os usuários da <strong>Prefeitura</strong>, cinema, auditório e da faculda<strong>de</strong><br />

estabelecidas em até 3 meses após a aprovação do Plano;<br />

Reestruturação do projeto <strong>de</strong> paisagismo para esta área durante os primeiros<br />

2 anos <strong>de</strong> vigência do Plano;<br />

Centro <strong>de</strong> visitantes estruturado durante os 3 primeiros anos <strong>de</strong> vigência do<br />

Plano;<br />

Aquisição <strong>de</strong> equipamentos audio-visuais para o centro <strong>de</strong> visitantes em até<br />

um ano <strong>de</strong> vigência do plano;<br />

Aquisição <strong>de</strong> equipamentos e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> melhorias no viveiro<br />

florestal durante os cinco anos <strong>de</strong> vigência <strong>de</strong>ste Plano, antes <strong>de</strong> ser revisado;<br />

Normas <strong>de</strong> conduta para o viveiro florestal em 3 meses após a aprovação do<br />

Plano;<br />

Estudos e pesquisas iniciados nessa área até o quarto ano <strong>de</strong> vigência <strong>de</strong>sse<br />

Plano.<br />

8.Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />

I – Operacionalização<br />

I.1 Reavaliar a eficácia do sistema <strong>de</strong> vigilância nessa área;<br />

I.1.1 Oferecer cursos e treinamentos para todos os vigilantes<br />

• Os cursos <strong>de</strong>verão abranger questões ambientais, relações humanas para<br />

o trabalho e as normas específicas do Parque;<br />

I.1.2 Organizar sistema <strong>de</strong> remanejamento para funcionários da vigilância<br />

que não se a<strong>de</strong>quem às normas do Parque;<br />

I.2 Estabelecer normas <strong>de</strong> conduta para funcionários e usuários<br />

da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>, cinema, faculda<strong>de</strong> , auditório, garagem da<br />

merenda escolar e viveiro florestal;<br />

196


∗ As normas <strong>de</strong> conduta <strong>de</strong>verão ser repassadas a todos os funcionários e<br />

usuários diários da <strong>Prefeitura</strong>, como os acadêmicos da faculda<strong>de</strong>, usuários do<br />

viveiro e pessoal que realiza carga e <strong>de</strong>scarga, através <strong>de</strong> uma palestra;<br />

∗ Na palestra, <strong>de</strong>verão ser colocadas as normas referentes ao uso a<strong>de</strong>quado<br />

do estacionamento, velocida<strong>de</strong> máxima permitida, <strong>de</strong>pósito correto <strong>de</strong> lixo e tocos<br />

<strong>de</strong> cigarro, horários permitidos para entrada e saída do Parque, formas <strong>de</strong><br />

penalida<strong>de</strong>s, entre outros;<br />

• Deverá ficar claro aos usuários e funcionários que o acesso às trilhas do<br />

Parque nas segundas-feiras não é permitido.<br />

∗ Deverão ser colocadas lombadas na estrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro florestal<br />

municipal;<br />

I.3 Reavaliar o sistema <strong>de</strong> placas alterando ou introduzindo<br />

novas normas ou orientações;<br />

I.3.1 Colocar placas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> máxima permitida na estrada <strong>de</strong> saída <strong>de</strong><br />

visitantes;<br />

∗ As placas <strong>de</strong>verão conter sinalização/orientação sobre possíveis animais<br />

que po<strong>de</strong>m atravessar a estrada;<br />

∗ As placas <strong>de</strong>verão conter também a velocida<strong>de</strong> máxima permitida <strong>de</strong><br />

20km/hora;<br />

I.4 Normatizar o uso do cinema;<br />

I.4.1 Compatibilizar o uso público do cinema com as visitas <strong>de</strong> grupos<br />

organizados, a fim <strong>de</strong> não agendar visitas no Parque para usuários do cinema e<br />

outros grupos no mesmo horário, causando uma pressão <strong>de</strong> uso sobre o parque;<br />

∗ Deverão ser repassadas regras claras aos usuários do cinema quanto aos<br />

dias e horários <strong>de</strong> visitação do Parque;<br />

∗ Não <strong>de</strong>verão ser realizadas sessões <strong>de</strong> cinema nas segunda-feiras.<br />

I.5 Reavaliar a disposição e quantida<strong>de</strong> atual <strong>de</strong> lixeiras<br />

distribuídas nessa área;<br />

I.5.1 Verificar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colocação <strong>de</strong> mais lixeiras;<br />

I.5.2 Reavaliar o sistema <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> lixo separado na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta<br />

disposta nessa área;<br />

∗ A coleta <strong>de</strong>verá obrigatoriamente ocorrer todas as semanas e <strong>de</strong> forma que<br />

não sejam espalhados resíduos no entorno da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta por ocasião do<br />

transporte do lixo para o caminhão.<br />

I.6 Disponibilizar e a<strong>de</strong>quar uma sala em um dos anexos da<br />

se<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> criar um centro <strong>de</strong> visitantes;<br />

I.6.1 A<strong>de</strong>quar o centro para realizar cadastro dos visitantes, repassar as<br />

normas e <strong>de</strong>senvolver palestras educativas com os mesmos, durante a semana,<br />

prestar orientações, nos finais <strong>de</strong> semana;<br />

∗ Todos os visitantes que visitam o Parque pela primeira vez, <strong>de</strong>verão,<br />

obrigatoriamente, passar pelo centro <strong>de</strong> visitantes;<br />

∗ Todos os grupos organizados que visitam o Parque <strong>de</strong>verão,<br />

necessariamente, passar pelo Centro <strong>de</strong> Visitantes;<br />

1.6.2 Disponibilizar no centro <strong>de</strong> visitantes, painéis, exposições, retroprojetor,<br />

TV e ví<strong>de</strong>o, mesa e ca<strong>de</strong>iras, maquete do Parque, fol<strong>de</strong>rs, etc, a fim <strong>de</strong> divulgar e<br />

orientar o visitante no momento da visita.<br />

∗ Deverão ser adquiridos equipamentos audio-visuais como TV, ví<strong>de</strong>o e<br />

retroprojetor, 30 ca<strong>de</strong>iras e uma mesa para as palestras e orientações;<br />

197


I.7 Reestruturar o estacionamento, <strong>de</strong> forma a otimizar a sua<br />

capacida<strong>de</strong> e evitar que as enxurradas provoquem erosões e buracos;<br />

I.8 Reavaliar periodicamente a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong><br />

equipamentos e novas tecnologias para o Viveiro Florestal <strong>Municipal</strong>;<br />

I.9 Construir guarita na entrada <strong>de</strong> acesso ao Viveiro.<br />

II – Educação e Interpretação Ambiental<br />

II.1 Manutenção das placas indicativas com as normas gerais do Parque;<br />

II.2 Utilização do campo, do bosque <strong>de</strong> coníferas e viveiro florestal para<br />

ativida<strong>de</strong>s ambientais lúdicas, gincanas ecológicas e aprendizado sobre produção<br />

<strong>de</strong> mudas, <strong>de</strong> acordo com as normas <strong>de</strong> conservação do Parque e ativida<strong>de</strong>s<br />

previstas no Encarte 3 item 3.7.1;<br />

II.3 Utilização da capela para educação, no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o senso<br />

<strong>de</strong> preservação do patrimônio histórico, interpretação dos estilos utilizados nas<br />

pinturas e técnicas <strong>de</strong> conservação.<br />

III – Pesquisa e Monitoramento<br />

III.1 Desenvolver estudos sobre conservação <strong>de</strong> ambientes como o da<br />

Capela Cônego José Hernser;<br />

III.1.1 Desenvolver estudos sobre a influência da visitação, umida<strong>de</strong>, poeira,<br />

luminosida<strong>de</strong>, etc, na proliferação <strong>de</strong> fungos sobre as pinturas;<br />

III.1.2 Desenvolver estudos sobre a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>ntro do ambiente<br />

da capela;<br />

• Os estudos <strong>de</strong>verão ser realizados por técnicos previamente cadastrados<br />

no Parque, em parceria com os setores municipais responsáveis pela capela;<br />

• As pesquisas somente serão autorizadas mediante análise técnica <strong>de</strong><br />

projeto;<br />

• Qualquer intervenção necessária somente po<strong>de</strong>rá ser realizada após a<br />

comprovação da necessida<strong>de</strong> da mesma através <strong>de</strong> projeto, <strong>de</strong> forma que não<br />

altere a pintura original.<br />

III.2 Desenvolver pesquisas com a Asyio stigius, regularmente visualizada<br />

nessa área;<br />

III.3 Realizar levantamento <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> morcegos na região das torres do<br />

prédio principal, em continuida<strong>de</strong> com o Inventário <strong>de</strong> Quiroptera, já <strong>de</strong>senvolvido<br />

no Parque;<br />

•As pesquisas só po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong>senvolvidas após projeto e licença cedida<br />

pelo IBAMA;<br />

IV – Proteção e Manejo<br />

IV.1 Realizar vistorias em toda a área, diariamente, a fim <strong>de</strong> verificar<br />

possíveis danos causados por visitantes no ambiente e no complexo histórico;<br />

IV.1.1 Realizar vistorias a fim <strong>de</strong> impedir que visitantes do Parque coletem<br />

flores, frutos ou qualquer objeto que seja do patrimônio do Parque;<br />

IV.I.2 Retirar todo o lixo encontrado nessa área e <strong>de</strong>positá-lo em local<br />

apropriado;<br />

198


• A equipe <strong>de</strong> vigilância, bem como qualquer ouro funcionário do Parque<br />

<strong>de</strong>verá zelar para que nenhum visitante <strong>de</strong>posite lixo em local não apropriado;<br />

IV.2 Provi<strong>de</strong>nciar, gradualmente, ao longo dos anos, a substituição das<br />

espécies vegetais exóticas <strong>de</strong>sta Área;<br />

• Deverá ser dado ênfase às espécies invasoras, como a hermátrea, o pinus<br />

e o beijo-<strong>de</strong>-fra<strong>de</strong>;<br />

• Após a retirada das espécies invasoras, <strong>de</strong>ve-se substituir, gradativamente,<br />

as espécies exóticas aparentemente sem potencial invasor por nativas;<br />

IV.3 Desenvolver projeto paisagístico proposto contemplando a utilização <strong>de</strong><br />

espécies nativas;<br />

• Esse projeto <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>senvolvido com a cooperação <strong>de</strong> herbários,<br />

botânicos e outros técnicos, <strong>de</strong>vidamente contatados através da gerência do<br />

Parque;<br />

IV.4 Continuida<strong>de</strong> dos trabalhos <strong>de</strong> prevenção da CIPA<br />

6.1.2 Área Estratégica – Centro Ambiental Casa Branca<br />

4. Inserção no Zoneamento<br />

Compreen<strong>de</strong> todo o entorno do CACB , enquadrado na Zona <strong>de</strong> Uso<br />

Intensivo, e o Centro Ambiental, enquadrado na Zona <strong>de</strong> Uso Especial.<br />

b) Descrição Geográfica do Espaço<br />

Compren<strong>de</strong> a região dos tanques, ponte pênsil, caixas <strong>de</strong> melipôneas<br />

interior do CACB.<br />

e o<br />

c) Resultados Esperados:<br />

Proteção do patrimônio histórico na região dos tanques, das cisternas e<br />

bomba d'água, antes utilizados pelos franciscanos como sistema <strong>de</strong> captação e<br />

tratamento da água que abastecia o Seminário;<br />

Proteção da flora e fauna limnológica nativa ocorrente nos tanques;<br />

Efetivação do exercício da contemplação da natureza no entorno dos tanques<br />

e na ponte pênsil;<br />

Produção <strong>de</strong> conhecimentos no que diz respeito à fauna limnológica, abelhas<br />

meliponeas e flora nativas;<br />

Conhecimento dos aspectos históricos do Parque que envolvem a região dos<br />

tanques e CACB;<br />

Utilização do CACB como casa do pesquisador e local <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da educação ambiental, durante a semana;<br />

Desmistifação do CACB como local para turismo, principalmente para os<br />

visitantes que buscam o lazer <strong>de</strong>ntro do Parque, nos finais <strong>de</strong> semana.<br />

c) Indicadores<br />

199


Pelo menos uma pesquisa <strong>de</strong>senvolvida na área <strong>de</strong> limnologia e entomologia<br />

(abelhas), no <strong>de</strong>correr dos quatro próximos anos;<br />

Oferta <strong>de</strong> pelo menos, um curso por ano, na área <strong>de</strong> Meliponias, oferecidas<br />

aos apicultores da região, a partir <strong>de</strong> 2005;<br />

Utilização das abelhas Meliponeas como banco genético, sem produção<br />

comercial do mel, a partir da homologação do PM;<br />

Manutenção das placas indicativas, <strong>de</strong> segurança e normas no local;<br />

Restaurar, em no máximo um ano após a homologação do PM, a cisterna e<br />

a bomba d'água situada em frente ao CACB;<br />

Colocar placas <strong>de</strong> limites <strong>de</strong> acesso do visitante no local on<strong>de</strong> encontra-se<br />

as cisternas na região limítrofe com a Zona Primitiva, concomitante ao processo <strong>de</strong><br />

restauração e vedação das mesmas;<br />

Colocação <strong>de</strong> 2 placas, nos dois acessos da ponte pênsil, proibindo a prática<br />

<strong>de</strong> banho na cachoeira e <strong>de</strong>finindo a capacida<strong>de</strong> máxima da ponte;<br />

Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição do sistema <strong>de</strong> abastecimento do CACB, em até<br />

6 meses após a homologação do Plano;<br />

Apresentação <strong>de</strong> relatórios semanais <strong>de</strong> monitoramento e fiscalização, a<br />

partir da homologação do PM;<br />

Continuida<strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> manutenção dos equipamentos científicos, <strong>de</strong><br />

informática e dos livros do CACB; com realização <strong>de</strong> revisão dos equipamentos a<br />

cada 3 meses;<br />

Continuida<strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> utilização do laboratório e herbário do CACB,<br />

para auxílio ao pesquisador;<br />

Incrementar, a cada ano , o CACB com novas tecnologias;<br />

Utilização do piso superior do CACB, anexo ao auditório, como dormitório<br />

para os pesquisadores;<br />

Recuperação <strong>de</strong> um dos três banheiros, rea<strong>de</strong>quando-o com instalação <strong>de</strong><br />

um chuveiro, em seis meses após a homologação do Plano;<br />

Fiscalização intensiva no local, principalmente nos finais <strong>de</strong> semana, a partir<br />

da implantação do Plano;<br />

d) Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />

I – Operacionalização<br />

I.1) Restaurar as cisternas e a bomba d'água;<br />

I.1.1) Realizar uma vistoria no local para análise do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação;<br />

I.1.2) Implementar as obras necessárias utilizando mão-<strong>de</strong>-obra do próprio<br />

Parque;<br />

• O processo <strong>de</strong>ve ser acompanhado <strong>de</strong> um restaurador e um técnico do<br />

Parque, visando evitar qualquer impacto ambiental;<br />

I.2) Manter a trilha <strong>de</strong> acesso às cisternas, com largura <strong>de</strong> 0,40m;<br />

I.2.1) Analisar o caminho já existente <strong>de</strong>finindo bem o limite entre o mesmo e<br />

a Zona Primitiva do local;<br />

I.2.2) Colocar placa proibindo o acesso <strong>de</strong> visitantes nessa trilha;<br />

• As melhorias <strong>de</strong>verão ser realizadas <strong>de</strong> forma a não permitir que o visitante<br />

saia do circuito estipulado;<br />

• O acesso à trilha até as cisternas <strong>de</strong>verá ser restrito ao pessoal da<br />

manutenção, pesquisadores ou visitantes que <strong>de</strong>sejam estudar o histórico do<br />

200


sistema <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água que abastecia o antigo Seminário, em número limitado<br />

<strong>de</strong> 10 pessoas, somente via agendamento específico;<br />

I.2.3 Colocar placa limítrofe na altura do último tanque;<br />

I.3 Substituir o sistema <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água para o CACB;<br />

I.3.1 Desativar o processo atual que conduz água do tanque ao CACB;<br />

I.3.2 Contactar a Sanepar para a viabilização da obra;<br />

I.3.3 Implantar sistema <strong>de</strong> abastecimento através da SANEPAR;<br />

• As obras necessárias <strong>de</strong>verão se realizadas <strong>de</strong> forma a causar o mínimo<br />

impacto ambiental possível;<br />

• As obras <strong>de</strong>verão ser acompanhadas por técnicos do Parque e pelo<br />

Gerente do mesmo;<br />

I.4 Rea<strong>de</strong>quar um dos compartimentos do banheiro para a instalação <strong>de</strong> um<br />

chuveiro;<br />

I.4.1 Rea<strong>de</strong>quar sistema <strong>de</strong> canalização da água;<br />

I.4.2 Instalar o chuveiro;<br />

∗ A mão-<strong>de</strong>-obra <strong>de</strong>verá ser oriunda da própria <strong>Prefeitura</strong>.<br />

O Centro Ambiental <strong>de</strong>verá permanecer fechado nos finais <strong>de</strong> semana,<br />

sendo que a visitação para consulta com os técnicos, pesquisa bibliográfica, etc<br />

<strong>de</strong>vem ser realizadas <strong>de</strong> acordo com as normas gerais do Parque, <strong>de</strong>scritas no item<br />

4.2.<br />

II – Educação e Interpretação Ambiental<br />

II.1 As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação e Interpretação Ambiental serão realizadas <strong>de</strong><br />

acordo como previsto no item 3.7.1 do Encarte 3.<br />

III – Pesquisa e Monitoramento<br />

III.1. Desenvolver pesquisa sobre limnologia nos tanques;<br />

III.2.1 I<strong>de</strong>ntificar os grupos mais relevantes da fauna invertebrada nativa dos<br />

tanques;<br />

III.2.2 Levantar quantitativa e qualitativamente os grupos <strong>de</strong> algas ocorrentes<br />

nos tanques;<br />

III.2.3 Levantar as espécies típicas da fauna anfíbia e ictiológica dos tanques.<br />

IV – Proteção e Manejo<br />

IV.1 A fiscalização nessa área <strong>de</strong>verá ser intensificada, especialmente nos<br />

finais <strong>de</strong> semana e feriados;<br />

IV.2 Fazer escala para vigilância noturna na guarita ao lado do CACB;<br />

IV.3 Realizar vistorias diárias em toda a área, incluindo a cachoeira;<br />

IV.3.1 Qualquer alteração verificada <strong>de</strong>verá ser colocada em relatório previsto<br />

no item 6.1.2 c);<br />

IV.3.2 Qualquer resíduo encontrado nessa área <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>vidamente<br />

retirado.<br />

201

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