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ENCARTE 1<br />
1.1 Enfoque Fe<strong>de</strong>ral<br />
1.1.1 A Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação e o SNUC<br />
A preservação dos recursos naturais por meio <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação, apesar da<br />
ausência <strong>de</strong> condições a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> gestão, apresenta-se para os profissionais da área, como<br />
uma das poucas saídas para a manutenção <strong>de</strong> um patrimônio genético e paisagístico intocado.<br />
Deve-se buscar novas formas <strong>de</strong> gestão, visando superar as dificulda<strong>de</strong>s e reduzir as inúmeras<br />
ameaças à consolidação e à expansão das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação (VIO, 2004).<br />
A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecer um sistema com bases universalmente aceitas pelos<br />
gestores públicos, com critérios e normas para criar, implantar e gerir as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
Conservação levou à proposta <strong>de</strong> criação do Sistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação,<br />
com a Lei nº 9.985 <strong>de</strong> 18/07/2000 (Lei do SNUC), e o Decreto nº 4.340 <strong>de</strong> 22/08/2002, <strong>de</strong> sua<br />
regulamentação (ALMEIDA, 2004).<br />
Um sistema <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação consiste no conjunto <strong>de</strong> áreas naturais<br />
protegidas que, planejado e manejado como um todo, é capaz <strong>de</strong> viabilizar os objetivos<br />
nacionais <strong>de</strong> conservação. Deverá conter amostras representativas <strong>de</strong> toda sua diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
biomas, ecossistemas e espécies (MILANO, 1999).<br />
A seguir, apresenta-se um resumo da Lei do SNUC, com sua <strong>de</strong>finição, objetivos e<br />
diretrizes.<br />
• Projeto <strong>de</strong> lei aprovado pelo Senado Fe<strong>de</strong>ral em 21/6/2000<br />
A) DEFINIÇÃO<br />
O Sistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação da Natureza – SNUC é constituído<br />
pelo conjunto das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipais, <strong>de</strong> forma a<br />
aten<strong>de</strong>r aos objetivos públicos <strong>de</strong> conservação.
B) OBJETIVOS<br />
I – contribuir para a manutenção da diversida<strong>de</strong> biológica e dos recursos genéticos no<br />
território nacional e nas águas jurisdicionais;<br />
II – proteger as espécies ameaçadas <strong>de</strong> extinção no âmbito regional e nacional;<br />
III – contribuir para a preservação e a restauração da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ecossistemas<br />
naturais;<br />
IV – promover o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;<br />
V – promover a utilização dos princípios e práticas <strong>de</strong> conservação da natureza no<br />
processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento;<br />
VI – proteger paisagens naturais e pouco alteradas <strong>de</strong> notável beleza cênica;<br />
VII – proteger as características relevantes <strong>de</strong> natureza geológica , geomorfológica,<br />
espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;<br />
VIII – proteger os recursos hídricos e edáficos;<br />
IX – recuper ou restaurar ecossistemas <strong>de</strong>gradados;<br />
X – proporcionar meios e incentivos para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa científica, estudos e<br />
monitoramento ambiental;<br />
XI – valorizar econômica e socialmente a diversida<strong>de</strong> ecológica;<br />
XII – favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a<br />
recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;<br />
XIII – proteger os recursos naturais necessários à subsistência <strong>de</strong> populações<br />
tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendoas<br />
social e economicamente.
C) DIRETRIZES:<br />
O SNUC será regido por diretrizes que:<br />
I - assegurem que no conjunto das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação estejam representadas<br />
amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e<br />
ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, salvaguardando o<br />
patrimônio biológico existente; II - assegurem os mecanismos e procedimentos<br />
necessários ao envolvimento da socieda<strong>de</strong> no estabelecimento e na revisão da política<br />
nacional <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação;<br />
III - assegurem a participação efetiva das populações locais na criação, implantação e<br />
gestão das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação;<br />
IV - busquem o apoio e a cooperação <strong>de</strong> organizações não-governamentais, <strong>de</strong><br />
organizações privadas e pessoas físicas para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estudos, pesquisas<br />
científicas, práticas <strong>de</strong> educação ambiental, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong> turismo ecológico,<br />
monitoramento, manutenção e outras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
conservação;<br />
V - incentivem as populações locais e as organizações privadas a estabelecerem e<br />
administrarem unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>ntro do sistema nacional;<br />
VI - assegurem, nos casos possíveis, a sustentabilida<strong>de</strong> econômica das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
conservação;<br />
VII - permitam o uso das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação para a conservação in situ <strong>de</strong><br />
populações das variantes genéticas selvagens dos animais e plantas domesticados e<br />
recursos genéticos silvestres;<br />
VIII - assegurem que o processo <strong>de</strong> criação e a gestão das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação<br />
sejam feitos <strong>de</strong> forma integrada com as políticas <strong>de</strong> administração das terras e águas<br />
circundantes, consi<strong>de</strong>rando as condições e necessida<strong>de</strong>s sociais e econômicas locais;<br />
IX - consi<strong>de</strong>rem as condições e necessida<strong>de</strong>s das populações locais no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e adaptação <strong>de</strong> métodos e técnicas <strong>de</strong> uso sustentável dos recursos<br />
naturais;<br />
X - garantam às populações tradicionais cuja subsistência <strong>de</strong>penda da utilização <strong>de</strong><br />
recursos naturais existentes no interior das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação meios <strong>de</strong><br />
subsistência alternativos ou a justa in<strong>de</strong>nização pelos recursos perdidos;<br />
XI - garantam uma alocação a<strong>de</strong>quada dos recursos financeiros necessários para que,
uma vez criadas, as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação possam ser geridas <strong>de</strong> forma eficaz e<br />
aten<strong>de</strong>r aos seus objetivos;<br />
XII - busquem conferir às unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação, nos casos possíveis e respeitadas<br />
as conveniências da administração, autonomia administrativa e financeira;<br />
e XIII - busquem proteger gran<strong>de</strong>s áreas por meio <strong>de</strong> um conjunto integrado <strong>de</strong><br />
unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> diferentes categorias, próximas ou contíguas, e suas<br />
respectivas zonas <strong>de</strong> amortecimento e corredores ecológicos, integrando as diferentes<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> preservação da natureza, uso sustentável dos recursos naturais e<br />
restauração e recuperação dos ecossistemas.<br />
D) SERÁ REGIDO POR:<br />
I – Órgão consultivo e <strong>de</strong>liberativo: O Conselho Nacional do Meio Ambiente –<br />
CONAMA , com as atribuições <strong>de</strong> acompanhar a implementação do Sistema;<br />
II – Órgão central: O Ministério do Meio Ambiente, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nar o<br />
Sistema; e<br />
III – Órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos<br />
Naturais Renováveis – IBAMA, os órgãos estaduais e municipais, com a função <strong>de</strong><br />
implementar o SNUC, subsidiar as propostas <strong>de</strong> criação e administrar as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
conservação fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipais, nas suas respectivas esferas <strong>de</strong> atuação.<br />
Parágrafo único: Po<strong>de</strong>m integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do CONAMA,<br />
unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação estaduais e municipais que, concebidas para aten<strong>de</strong>r a<br />
peculiarida<strong>de</strong>s regionais ou locais , possuam objetivos <strong>de</strong> manejo que não possam ser<br />
satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas<br />
características permitam, em relação a estas, uma clara distinção.<br />
No Brasil, os problemas <strong>de</strong> criação e manejo das áreas protegidas são inúmeros, e vão,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a falta <strong>de</strong> serieda<strong>de</strong> na criação e no conhecimento <strong>de</strong>talhado daquilo que se quer proteger,<br />
até a efetiva gestão dos espaços <strong>de</strong>stinados à proteção (PÁDUA 2002).<br />
Na realida<strong>de</strong>, as priorida<strong>de</strong>s do po<strong>de</strong>r público não têm sido a conservação, a proteção ou<br />
a preservação ampla <strong>de</strong> parcelas biologicamente importantes da biosfera. O meio ambiente local<br />
ainda é usado como “ban<strong>de</strong>ira política” <strong>de</strong> ascensão <strong>de</strong> governantes e <strong>de</strong> “gestores”, que pouco<br />
interesse têm em mitigar os danos aos remanescentes florestais. Esta situação torna-se mais
preocupante nas unida<strong>de</strong>s localizadas nos centros urbanos. A multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses e, a<br />
dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação entre os atores, faz com que os problemas se multipliquem e a<br />
resolução se torne difícil. Em <strong>de</strong>terminados casos, há uma sobreposição <strong>de</strong> ações, algumas<br />
<strong>de</strong>sconectadas e <strong>de</strong>senvolvidas sem o conhecimento da administração da unida<strong>de</strong> (COSTA et al,<br />
2004).<br />
O Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa é uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />
urbana. Portanto, sua importância e forma <strong>de</strong> manejo são bem peculiares. Seus problemas,<br />
porém, se soma a outros casos enfrentados no Brasil inteiro.<br />
Inserido on<strong>de</strong>, antes das gran<strong>de</strong>s interferências antrópicas, predominava a Floresta<br />
Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) representa, juntamente com importantes fragmentos<br />
do seu entorno, um dos poucos remanescentes <strong>de</strong>ssa formação florestal na região. É uma região<br />
que não sofre influência direta oriunda da Floresta Ombrófila Densa ou da Floresta Estacional<br />
Semi<strong>de</strong>cidual, além <strong>de</strong> estar separada da porção mais oriental da Floresta com Araucária pela<br />
faixa <strong>de</strong> estepe (campo) paranaense (SCULTORI, 2003, não publicado). Apresenta uma notória<br />
biodiversida<strong>de</strong> com representantes da floresta com araucária(Araucária angustifólia, Ocotea<br />
porosa) entre outras; e da sua fauna associada (Accipiter poliogaster, Leopardus sp., Allouata<br />
fusca), alguma incluídas no livro vermelho da fauna ameaçada do Paraná. Essa biodiversida<strong>de</strong><br />
é consequente da relativa conservação dos fragmentos do entorno, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo totalmente <strong>de</strong>les<br />
para a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua existência.<br />
Devido a essas importantes peculiarida<strong>de</strong>s, tanto o Parque quanto o seu entorno <strong>de</strong>vem<br />
ser manejados enfocando sua vulnerabilida<strong>de</strong> perante os impactos <strong>de</strong>correntes do processo<br />
contínuo <strong>de</strong> urbanização que vem ocorrendo na região. Esse manejo <strong>de</strong>ve ter a participação e o<br />
envolvimento efetivo das autorida<strong>de</strong>s competentes dos governos, da comunida<strong>de</strong> local (em<br />
especial do entorno), representantes dos diversos segmentos da socieda<strong>de</strong>, empresários e<br />
organizações não governamentais, <strong>de</strong> forma a realizar ações que impeçam possíveis ativida<strong>de</strong>s<br />
impactantes à biodiversida<strong>de</strong> local, <strong>de</strong> forma articulada entre esses segmentos. Por outro lado<br />
<strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar também o <strong>de</strong>senvolvimento da região, a fim <strong>de</strong> que tanto os proprietários <strong>de</strong><br />
terras que se incluem na Zona <strong>de</strong> Amortecimento quanto a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno possam se<br />
beneficiar da existência da Unida<strong>de</strong>, estudando e viabilizando ações que harmonizem o processo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico com a conservação da natureza.
1.2 Enfoque Estadual<br />
1.2.1 Implicações Ambientais<br />
Os biomas do Estado do Paraná<br />
O Brasil se <strong>de</strong>staca no mundo tanto pela sua imensa diversida<strong>de</strong> biológica como pela<br />
crescente <strong>de</strong>vastação <strong>de</strong> seus biomas.<br />
Nas últimas décadas, vem presenciando uma acelerada ocupação <strong>de</strong> seu território e o<br />
empobrecimento significativo <strong>de</strong> todos os seus biomas (LIVRO VERMELHO DA FAUNA<br />
AMEAÇADA DO PARANÁ, 2004)<br />
O Paraná se <strong>de</strong>staca <strong>de</strong> outros estados brasileiros pela diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ecossistemas, mas<br />
<strong>de</strong>ntre eles as florestas ombrófilas mistas, as estacionais e os campos já foram largamente<br />
<strong>de</strong>gradados ou, em vastas extensões, completamente eliminados (LIVRO VERMELHO DA<br />
FAUNA AMEAÇADA DO PARANÁ, 2004).<br />
Os principais responsáveis pela <strong>de</strong>struição dos biomas no estado do Paraná e extinção<br />
<strong>de</strong> espécies foram (e ainda são) o <strong>de</strong>smate legal e ilegal para fins <strong>de</strong> agricultura, formação <strong>de</strong><br />
pastagens e <strong>de</strong> monoculturas como o Pinus sp.; a extração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, marcante e realizada <strong>de</strong><br />
forma irracional até a década <strong>de</strong> 1970, e que continua persistente, enquanto houver florestas;<br />
construção <strong>de</strong> barragens e a extração <strong>de</strong> espécies florestais para uso medicinal e alimentício.<br />
A seguir, será apresentada uma síntese dos biomas ocorrentes no Paraná e sua situação<br />
perante a pressão antrópica sobre os mesmos.<br />
De acordo com HATSCHBACH & ZILLER, 1995), o revestimento no Estado do<br />
Paraná é constituído pela planície da região litorânea, Floresta Ombrófila Mista, Floresta<br />
Estacional Semi<strong>de</strong>cidual, Floresta Ombrófila Densa, Savana e Estepe .<br />
A Mata Atlântica está presente tanto na região litorânea como nos planaltos e serras do<br />
interior, do <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Norte ao <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Sul. Ao longo <strong>de</strong> toda a costa brasileira a sua<br />
largura varia entre pequenas faixas e gran<strong>de</strong>s extensões, atingindo em média 200 km <strong>de</strong> largura.<br />
Assim, ao longo <strong>de</strong> todo sua extensão, a Mata Atlântica apresenta uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> formações,<br />
engloba um diversificado conjunto <strong>de</strong> ecossistemas florestais com estruturas e composições<br />
florísticas bastante diferenciadas, acompanhando as características climáticas da vasta região<br />
on<strong>de</strong> ocorre, tendo como elemento comum a exposição aos ventos úmidos que sopram do<br />
oceano (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 2004)
A diversida<strong>de</strong> existente na Mata Atlântica, ao mesmo tempo que representa uma gran<strong>de</strong><br />
riqueza <strong>de</strong> patrimônio genético e paisagístico, torna a mata extremamente frágil. A <strong>de</strong>struição <strong>de</strong><br />
parcelas ainda que pequenas <strong>de</strong>ssa floresta po<strong>de</strong> significar a perda irreversível <strong>de</strong> inúmeras<br />
espécies, ainda não estudadas pela ciência. Essa riqueza é <strong>de</strong>monstrada por índices<br />
impressionantes: 55% das espécies arbóreas e 40% para espécies não arbóreas são endêmicas<br />
(ou seja: uma, entre cada duas espécies ocorre exclusivamente naquele local). Os números não<br />
param por aí: 70% no caso <strong>de</strong> espécies como as bromélias e orquí<strong>de</strong>as e no caso da fauna, 39%<br />
dos mamíferos que vivem na floresta são endêmicos. Mais <strong>de</strong> 15% dos primatas existentes no<br />
Brasil habitam a floresta e a gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>ssas espécies são endêmicas (FUNDAÇÃO SOS<br />
MATA ATLÂNTICA, 2004)<br />
A Floresta Ombrófila Densa, conhecida por Mata Atlântica, ao lado <strong>de</strong> outros 24 biomas<br />
localizados em diferentes partes do planeta, foi indicada por especialistas, em um estudo<br />
coor<strong>de</strong>nado pela Conservation International, como um dos hotspots mundiais, ou seja, uma das<br />
priorida<strong>de</strong>s para a conservação <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> em todo o mundo. A Mata Atlântica é<br />
consi<strong>de</strong>rada uma das gran<strong>de</strong>s priorida<strong>de</strong>s para a conservação <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> em todo o<br />
continente americano. Em estado crítico, sua cobertura florestal acha-se reduzida a cerca <strong>de</strong><br />
7,6% da área original, que perfazia uma extensão <strong>de</strong> aproximadamente 1.306.421 km 2 .<br />
Distribuído por mais <strong>de</strong> 17 estados brasileiros, este bioma é composto <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong><br />
fitofisionomias bastante diversificadas, <strong>de</strong>terminadas pela proximida<strong>de</strong> da costa, relevo, tipos <strong>de</strong><br />
solo e regimes pluviométricos. Essas características foram responsáveis pela evolução <strong>de</strong> um<br />
rico complexo biótico <strong>de</strong> natureza florestal. Apesar da <strong>de</strong>vastação acentuada, a Mata Atlântica<br />
ainda contém uma parcela significativa da diversida<strong>de</strong> biológica do Brasil, com altíssimos níveis<br />
<strong>de</strong> en<strong>de</strong>mismo ( FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 2004).<br />
Segundo CARVALHO (1994), a Floresta Ombrófila Mista brasileira originalmente<br />
cobria cerca <strong>de</strong> 200.000 km 2 , ocorrendo no Paraná (40% <strong>de</strong> sua superfície), Santa Catarina<br />
(31%) e <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Sul (25%) e em manchas esparsas no sul <strong>de</strong> São Paulo (3%), internandose<br />
até o sul <strong>de</strong> Minas Gerais e <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro (1%).<br />
Este bioma tem sido consi<strong>de</strong>rado um dos mais notáveis em termos <strong>de</strong> valor ecológico,<br />
por abrigar espécies típicas e atributos biológicos únicos em todo o planeta. Devido à<br />
exuberância <strong>de</strong> seus recursos ma<strong>de</strong>ireiros e não ma<strong>de</strong>ireiros, a Floresta <strong>de</strong> Araucária também<br />
representou no passado gran<strong>de</strong> importância sócio-econômica para todo o sul do Brasil, sendo<br />
responsável direta pelo progresso e pela riqueza <strong>de</strong>ssa região nos dias <strong>de</strong> hoje.
Entretanto, tal processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> riqueza também foi acompanhado pela<br />
dilapidação da maior parte do patrimônio ecológico e econômico que a Floresta Ombrófila<br />
Mista representa. Ao longo do processo histórico <strong>de</strong> ocupação do Paraná, assistiu-se a uma<br />
rápida eliminação <strong>de</strong> sua cobertura florestal, produto dos ciclos econômicos, particularmente o<br />
da exploração da ma<strong>de</strong>ira, o do café e, mais recentemente, o da soja (SONDA, 1996). .<br />
Segundo FUPEF-CNPq (2000), ainda existem extensas áreas revestidas por cobertura <strong>de</strong><br />
porte florestal no Bioma da Floresta Ombrófila Mista. Essas áreas, em diferentes graus <strong>de</strong><br />
antropismo, compõem atualmente um mosaico <strong>de</strong> formações em distintas fases sucessionais e<br />
com gran<strong>de</strong>s variações florísticas e estruturais. Essa característica diferencia o bioma <strong>de</strong> outros,<br />
on<strong>de</strong> o processo <strong>de</strong> sucessão florestal secundária se processou <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>marcada.
A Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual consttui uma frondosa mata que ocorria no oeste<br />
paranaense , esten<strong>de</strong>ndo-se do <strong>Rio</strong> Iguaçú ao Paranapanema com transições relacionadas à<br />
altitu<strong>de</strong>, solo, etc. Fornecedora <strong>de</strong> importantes espécies arbóreas para uso na indústria<br />
ma<strong>de</strong>ireira, com seus ricos vales fluviais e <strong>de</strong> solo roxo, tão a<strong>de</strong>quado para a agricultura, foi<br />
alvo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>vastação. Árvores milenares foram em pouco tempo <strong>de</strong>rrubadas. Extensas<br />
queimadas caracterizaram um período negrto para a flora e fauna paranaense. Entre as espécies<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor comercial po<strong>de</strong>-se citar a peroba, Aspidosperma polyneurum M. Arg., o cedro,<br />
Cedrela fissilis Vell. E o pau-marfim , Balfouro<strong>de</strong>ndron rie<strong>de</strong>lianum Engl. De menor porte,<br />
porém muito ornamental, o alecrim, Holocalyx balancae Mich. E muitas outras. A palmeira<br />
Euterpe edulis Mart., como na mata pluvial da vertente atlântica, foi por ali muito abundante e<br />
muito sacrificada. É uma região mais pobre em epífitas. A região abrigava uma flora especial<br />
junto a saltos e corre<strong>de</strong>iras, em gran<strong>de</strong> parte inundada pelas águas das hidrelétricas<br />
(HATSCHBACH & ZILLER, 1995).<br />
A estepe a compõe a formação florística paranaense mais antiga. Com gran<strong>de</strong><br />
predominância <strong>de</strong> gramíneas nos chamados campos limpos secos ocorrem, junto a estas, um<br />
elevado número <strong>de</strong> plantas providas <strong>de</strong> xilopódios. São cada vez mais raras as orquidáceas. Os<br />
capões <strong>de</strong> mata , muitos originando-se ao redor <strong>de</strong> pequenas fontes <strong>de</strong> água e córregos, po<strong>de</strong>m<br />
ser ainda observados em muitas fazendas e em bom estado <strong>de</strong> conservação. Quando no clímax<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, aparece o pinheiro-do-paraná, Araucaria angustifolia (Bertol.) Ktze.,<br />
associado a muitas Mirtáceas e Lauráceas. De pequeno porte, é comum a Sebastiana<br />
comersoniana(Baill.) Smith & Downs (branquilho). Nas regiões altas, comumente aparecem<br />
afloramentos <strong>de</strong> rochas areníticas que abrigam espécies <strong>de</strong> rara beleza, em especial orquidáceas.<br />
Nos paredões <strong>de</strong> arenito <strong>de</strong> Vila Velha, era abundante a Orquidácea Sophronitella violacea<br />
(Lindl.) Schltr., que foi gradualmente exterminada <strong>de</strong> seu habitat ( HATSCHBACH & ZILLER,<br />
1995).
Savana : No Estado do Paraná, os campos cerrados ocupavam uma área <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1700<br />
quilômetros quadrados. Atualmente, pouco resta, concentrando –se a maior parte nos municípios<br />
<strong>de</strong> jaguariaíva e Sengés. Pequenas áreas com elementos <strong>de</strong> cerrado nos municípios <strong>de</strong> Sabaudia<br />
e Cianorte estão totalmente <strong>de</strong>struídas. O famoso cerrado <strong>de</strong> Campo Mourão , on<strong>de</strong><br />
concentravam-se muitas espécies que só ali eram encontradas, ficou reduzido a poucos metros<br />
quadrados. Elementos <strong>de</strong> cerrado ainda po<strong>de</strong>m ser encontrados em Tibagi. São remanescentes<br />
<strong>de</strong> um período climático muito antigo. A vegetação baixa predomina no cerrado, como as<br />
gramíneas, a Froelichia interrupta (L.) Moq., além <strong>de</strong> árvores e arbustos normalmente tortuosos<br />
e <strong>de</strong> casca grossa, como o barbatimão, Striphno<strong>de</strong>ndron adstringens (Mart.) Coville. Nas<br />
proximida<strong>de</strong>s dos rios, são típicas a Microlicia myrtifolia Cham., Copaifera langsforfii Desf.<br />
(copaíba), e Persea alba Nees (HATSCBACH &ZILLER, 1995).<br />
A situação das Ucs e suas relações com os diversos Ecossistemas do estado do Paraná:<br />
O estado do Paraná apresentava 83,42% <strong>de</strong> superfície com florestas em 1895. Hoje,<br />
estima-se que somente 8% apresentam cobertura florestal. As Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação (UC)<br />
instituídas constituem atualmente 10,43% do território, todavia apresentam 1,79% <strong>de</strong> áreas<br />
sobrepostas, o que reduz as superfícies das Ucs para 8,64%. Do ponto <strong>de</strong> vista das áreas<br />
efetivamente protegidas, estas representam apenas 2,79% <strong>de</strong> superfície e quando comparadas<br />
com as superfícies dos ecossistemas naturais – Floresta Estacionai Semi<strong>de</strong>cidual (FESD),<br />
Floresta Ombrófila Densa (FOD) e Floresta Ombrófila Mista (FOM) – é constatado<br />
respectivamente 3,09%, 9,93% e 1,8% (JACOBS, 1999).<br />
O Quadro 01-I mostra as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação Fe<strong>de</strong>rais do Estado do Paraná<br />
Nº Denominação Ato <strong>de</strong> Criação Área (ha) Municípios<br />
1<br />
Céu Azul, Foz do Iguaçu,<br />
Parque Nacional do Decreto 8.566/1982<br />
185.262,50 Matelândia, Medianeira, São<br />
Iguaçu<br />
Decreto 1.035/1939<br />
Miguel do Iguaçu<br />
2<br />
Parque Nacional <strong>de</strong><br />
Altônia, Guaíra, Icaraíma, São<br />
Decreto s/n <strong>de</strong> 30/09/1997 78.875,00<br />
Ilha Gran<strong>de</strong><br />
Jorge do Patrocínio, Vila Alta<br />
3<br />
Parque Nacional do Decreto 97.688/1989<br />
Superagüi<br />
Lei 9513/1997<br />
34.254,00 Guaraqueçaba<br />
4 Parque Nacional Saint Lei 10.227/2001
5<br />
Hilaire-Lange<br />
Estação Ecológica <strong>de</strong><br />
Guaraqueçaba<br />
Decreto 87.222/1982<br />
13.638,90 Guaraqueçaba<br />
6 APA <strong>de</strong> Guaraqueçaba Decreto 90.883/85 291.498,00 Guaraqueçaba<br />
7<br />
8<br />
APA das Ilhas e<br />
Várzeas do <strong>Rio</strong> Paraná<br />
ARIE <strong>de</strong> Pinheiro e<br />
Pinheirinho<br />
Decreto s/n <strong>de</strong> 30/09/1997 1.003.059,00<br />
Decreto 91.888/1985<br />
Diamante do Norte, Marilena,<br />
Nova Londrina, Porto Rico,<br />
Querência do Norte, São Pedro<br />
do Paraná<br />
109,00 Guaraqueçaba<br />
9<br />
Floresta Nacional <strong>de</strong><br />
Teixeira Soares, Fernan<strong>de</strong>s<br />
Portaria 559/1968 3.495,00<br />
Irati<br />
Pinheiro<br />
Floresta Nacional do<br />
10<br />
Açungui<br />
Portaria 559/1968<br />
728,78 Campo Largo<br />
11 RPPN Salto Morato 819,18 Guaraqueçaba<br />
12 RPPN Mata Humaitá Portaria 093/91 909,10 Arapoti<br />
13 RPPN Papagaio Velho Portaria 070/94 153,17 Palmeira<br />
O Quadro 02-I mostra as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação Estaduais do Paraná<br />
No Denominação Ato <strong>de</strong> Criação Área (ha) Municípios<br />
Lei 1.292 <strong>de</strong><br />
1 Parque Estadual <strong>de</strong> Vila Velha<br />
12.10.1953<br />
Dec. 5.767 <strong>de</strong><br />
3.803,11 Ponta Grossa<br />
05.06.2002<br />
2<br />
Reserva Florestal <strong>de</strong> Jurema<br />
Dec. 20.847 <strong>de</strong><br />
(transformado em Parque Estadual<br />
28.01.1956<br />
Amaporã)<br />
204,00 Amaporã<br />
3 Parque Estadual do Monge<br />
Lei 4.170 <strong>de</strong><br />
22.02.1960<br />
250,02 Lapa<br />
4 Parque Estadual <strong>de</strong> Campinhos Dec. 31.013 <strong>de</strong><br />
20.07.1960<br />
Lei 6.937 <strong>de</strong><br />
336,9792 Cerro Azul, Tunas do Paraná
Parque Estadual Vila Rica do Espírito<br />
5<br />
Santo<br />
6 Horto Florestal Geraldo Russi<br />
7 Jardim Botânico Paiquerê<br />
8 Parque Estadual <strong>de</strong> Caxambu<br />
9 Reserva Florestal <strong>de</strong> Figueira<br />
10 Horto Florestal <strong>de</strong> Jacarezinho<br />
11 Horto Florestal <strong>de</strong> Mandaguari<br />
12 Parque Estadual das Lauráceas<br />
13 Parque Florestal <strong>de</strong> Ibiporã<br />
14 Parque Florestal do <strong>Rio</strong> da Onça<br />
15 Parque Florestal <strong>de</strong> Ibicatu<br />
16 Estação Ecológica Ilha do Mel<br />
17 Reserva Florestal Córrego Maria Flora<br />
14.10.1977<br />
Dec. 6.351 <strong>de</strong><br />
01.03.1979<br />
Dec. 5.768 <strong>de</strong><br />
05.06.2002<br />
Dec. 17.790 <strong>de</strong><br />
17.06.65<br />
Dec. 20.027 <strong>de</strong><br />
16.11.1965<br />
Dec. 4.619 <strong>de</strong><br />
01.04.1967<br />
Dec. 6.351 <strong>de</strong><br />
23.02.1979<br />
Dec. 6.351 <strong>de</strong><br />
23.02.1979<br />
Dec. 6.351 <strong>de</strong><br />
23.02.1979<br />
Dec. 6.351 <strong>de</strong><br />
23.02.1979<br />
Dec. 729 <strong>de</strong><br />
27.06.1979<br />
Dec. 2.301 <strong>de</strong><br />
30.04.1980<br />
Dec. 3.825 <strong>de</strong><br />
04.06.1981<br />
Dec. 4.835 <strong>de</strong><br />
15.02.1982<br />
Dec. 5.454 <strong>de</strong><br />
21.09.1982<br />
Dec. 5.513 <strong>de</strong><br />
07.10.1982<br />
353,86 Fênix<br />
130,80 Tibagi<br />
2.339,22 Piraquara<br />
968,00 Castro<br />
100,00 Engenheiro Beltrão<br />
102,85 Jacarezinho<br />
21,53 Mandaguari<br />
27.524,33 Adrianópolis, Tunas do Paraná<br />
74,06 Ibiporã<br />
118,51 Matinhos<br />
57,01 Centenário do Sul<br />
2.240,69 Paranaguá<br />
48,68 Cândido <strong>de</strong> Abreu
18 Reserva Florestal do Pinhão<br />
19 Reserva Florestal <strong>de</strong> Saltinho<br />
20 AEIT do Marumbi<br />
Reserva Florestal Secção Figueira e<br />
21<br />
Saltinho<br />
22 Parque Estadual João Paulo II<br />
23 Floresta Estadual Metropolitana<br />
24 Parque Estadual Mata dos Godoy<br />
25 Floresta Estadual do Passa Dois<br />
26 Reserva Biológica São Camilo<br />
27 Parque Estadual Pico do Marumbi<br />
28 Parque Estadual da Graciosa<br />
29 ARIE do Buriti<br />
Dec. 6.023 <strong>de</strong><br />
18.01.1983<br />
Dec. 2.120 <strong>de</strong><br />
08.12.1983<br />
Lei 7.919 <strong>de</strong><br />
22.10.1984<br />
Dec. 2.442 <strong>de</strong><br />
10.02.86<br />
Dec. 8.299 <strong>de</strong><br />
08.05.1986<br />
Dec. 4.404 <strong>de</strong><br />
13.12.1988<br />
Dec. 5.150 <strong>de</strong><br />
05.06.1989.<br />
Dec. 6.594 <strong>de</strong><br />
22.02.1990<br />
Dec. 6.595 <strong>de</strong><br />
22.02.1990<br />
Dec. 7.300 <strong>de</strong><br />
24.10.1990<br />
Dec. 7.302 <strong>de</strong><br />
24.10.1990<br />
Dec. 7.456 <strong>de</strong><br />
27.11.1990<br />
196,81 Pinhão<br />
9,10 Telêmaco Borba<br />
Antonina, Morretes, São José<br />
66.732,99 dos Pinhais, Piraquara, Quatro<br />
Barras, Campina Gran<strong>de</strong> do Sul<br />
10,00 Engenheiro Beltrão<br />
4,63 Curitiba<br />
455,29 Piraquara<br />
675,70 Londrina<br />
275,61 Lapa<br />
385,34 Palotina<br />
2.342,41 Morretes<br />
1.189,58 Morretes<br />
81,52 Pato Branco<br />
30 ARIE da Cabeça do Cachorro<br />
Dec. 7.456 <strong>de</strong><br />
27.11.1990<br />
60,98 São Pedro do Iguaçu<br />
31 ARIE Serra do Tigre<br />
Dec. 7.456 <strong>de</strong><br />
27.11.1990<br />
32,90 Mallet<br />
32 ARIE <strong>de</strong> São Domingos<br />
Dec. 7.456 <strong>de</strong><br />
27.11.1990<br />
163,90 Roncador<br />
33 Parque Estadual do Penhasco Ver<strong>de</strong> Dec. 457 <strong>de</strong> 302,57 São Jerônimo da Serra
34 APA Estadual do Passaúna<br />
35 APA Estadual da Serra da Esperança<br />
36 APA Estadual <strong>de</strong> Guaraqueçaba<br />
37 Parque Estadual do Guartelá<br />
38 Estação Ecológica do Guaraguaçu<br />
APA Estadual da Escarpa Devoniana<br />
39<br />
(Campos Gerais)<br />
05.04.1991<br />
Dec. 458 <strong>de</strong><br />
05.06.1991<br />
Lei 9.905 <strong>de</strong><br />
27.01.1992<br />
Dec. 1.228 <strong>de</strong><br />
27.03.1992<br />
Dec. 1.292 <strong>de</strong><br />
27.03.1992<br />
Dec. 1.230 <strong>de</strong><br />
27.03.1992<br />
Dec. 1.231 <strong>de</strong><br />
27.03.1992<br />
Campo Magro, Araucária,<br />
16.020,04<br />
Campo Largo, Curitiba<br />
Guarapuava, Inácio Martins,<br />
Cruz Machado, Mallet, União<br />
206.555,82 da Vitória, Pru<strong>de</strong>ntópolis, Irati,<br />
<strong>Rio</strong> Azul, Paula Freitas, Paulo<br />
Frontin<br />
Guaraqueçaba, Antonina,<br />
191.595,50 Paranaguá, Campina Gran<strong>de</strong> do<br />
Sul<br />
798,97 Tibagi<br />
1.150,00 Paranaguá<br />
Jaguariaíva, Lapa, Campo<br />
Largo, Porto Amazonas, Ponta<br />
392.363,38<br />
Grossa, Castro, Tibagi, Senges,<br />
Arapoti, Piraí do Sul, Palmeira<br />
40 Parque Estadual do Cerrado<br />
Dec. 1.232 <strong>de</strong><br />
27.03.1992<br />
420,40 Jaguariaíva<br />
41 APA Estadual <strong>de</strong> Guaratuba<br />
Guaratuba, São José dos<br />
Dec. 1.234 <strong>de</strong><br />
199.586,51 Pinhais, Tijucas do Sul,<br />
27.03.1992<br />
Morretes, Paranaguá, Matinhos<br />
42 Estação Ecológica do Caiuá<br />
Dec. 4.263 <strong>de</strong><br />
21.11.1994<br />
1.427,30 Diamante do Norte<br />
43 Floresta Estadual <strong>de</strong> Santana<br />
Dec. 4.264 <strong>de</strong><br />
21.11.1994<br />
60,50 Paulo Frontin<br />
44 Floresta Estadual Córrego da Biquinha<br />
Dec. 4.265 <strong>de</strong><br />
21.11.1994<br />
23,22 Tibagi<br />
45 Parque Estadual do Pau Oco<br />
Dec. 4.266 <strong>de</strong><br />
21.11.1994<br />
905,58 Morretes<br />
46 Parque Estadual Roberto Ribas Lange<br />
Dec. 4.267 <strong>de</strong><br />
21.11.1994<br />
2.698,69 Antonina, Morretes<br />
47 Parque Estadual Mata São Francisco<br />
Dec. 4.333 <strong>de</strong><br />
Cornélio Procópio, Santa<br />
832,58<br />
05.12.1994<br />
Mariana<br />
48 APA Estadual do <strong>Rio</strong> Pequeno<br />
Dec. 1.752 <strong>de</strong><br />
06.05.1996<br />
6.200,00 São José dos Pinhais<br />
49 APA Estadual do <strong>Rio</strong> Iraí Dec. 1.753 <strong>de</strong> 11.536,00 Piraquara, Colombo, Quatro
50 APA Estadual Piraquara<br />
51 Parque Estadual Bosque das Araucárias<br />
52 Parque Estadual do Lago Azul<br />
53 Parque Estadual do Boguaçu<br />
54 Floresta Estadual do Palmito<br />
55 Parque Estadual das Araucárias<br />
56 Parque Estadual <strong>Rio</strong> Guarani<br />
57 Parque Estadual <strong>de</strong> Palmas<br />
58 Estação Ecológica do <strong>Rio</strong> dos Touros<br />
Estação Ecológica <strong>de</strong> Fernan<strong>de</strong>s<br />
59<br />
Pinheiro<br />
60 Parque Estadual da Ilha do Mel<br />
61 Parque Estadual do Pico Paraná<br />
62 Parque Estadual da Serra da Baitaca<br />
Parque Estadual Professor José<br />
63<br />
Wachowics<br />
06.05.1996<br />
Dec. 1.754 <strong>de</strong><br />
06.05.1996<br />
Dec. 2.139 <strong>de</strong><br />
11.07.1996<br />
Dec. 3.256 <strong>de</strong><br />
30.06.1997<br />
Dec. 4.056 <strong>de</strong><br />
26.02.1998<br />
Dec. 4.493 <strong>de</strong><br />
17.06.1998<br />
Dec. 4.800 <strong>de</strong><br />
21.09.1998<br />
Dec. 2.322 <strong>de</strong><br />
19.07.2000<br />
Sem Decreto <strong>de</strong><br />
Criação<br />
Dec. 4.229 <strong>de</strong><br />
05.06.2001<br />
Dec. 4.230 <strong>de</strong><br />
05.06.2001<br />
Dec. 5.506 <strong>de</strong><br />
21.03.02<br />
Dec. 5.769 <strong>de</strong><br />
05.06.2002<br />
Dec. 5.765 <strong>de</strong><br />
05.06.2002<br />
Dec. 5.766 <strong>de</strong><br />
05.06.2002<br />
Barras, Pinhais , Campina<br />
Gran<strong>de</strong> do Sul<br />
8.881,00 Piraquara<br />
236,31 União da Vitória<br />
1.749,01 Campo Mourão/Luiziana<br />
6.052,00 Guaratuba<br />
530,00 Paranaguá<br />
1.052,13 Palmas e Bituruna<br />
2.235,00 Três Barras do Paraná<br />
180,12 Palmas<br />
1.231,05 Reserva do Iguaçu<br />
523,00 Fernan<strong>de</strong>s Pinheiro<br />
337,84 Paranaguá<br />
4.333,83<br />
Campina Gran<strong>de</strong> do Sul,<br />
Antonina<br />
3.053,21 Quatro Barras, Piraquara<br />
119,05 Araucária<br />
O Quadro 03-I mostra as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação Municipais do Estado do Paraná<br />
Denominação Município Área<br />
Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Guaíra Guaíra 17.021,53<br />
Horto <strong>Municipal</strong> Assis Chateubriand Assis Chateubriand 49,61<br />
Parque Ecológico Diva Paim Barth Toledo 20,66<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Horto Florestal Terra Roxa 2,96
Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Terra Roxa Terra Roxa 10.931,07<br />
Arie <strong>de</strong> Santa Helena Santa Helena 1.479,79<br />
Reserva Ecológica do Jardim Ana Maria Contenda 9,43<br />
Parque <strong>Municipal</strong> do Iguaçu Curitiba 141,50<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Cachoeira Araucária 28,17<br />
Bosque Capão da Imbuia Curitiba 3,40<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Fonte São José Dos Pinhais 3,42<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Lagoa Ver<strong>de</strong> Quitandinha 17,60<br />
Àrea Seminário S. Luiz Tolosa * <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> 53,87<br />
Bosque da Fazendinha Curitiba 7,28<br />
Apa <strong>de</strong> Pinhais Pinhais 2.944,04<br />
Apa do Passaúna Curitiba 4.300,00<br />
Parque São Lourenço Curitiba 20,39<br />
Bosque Gutierrez Curitiba 1,80<br />
Bosque <strong>Municipal</strong> Reinhard Maack Curitiba 7,8<br />
Parque General Iberê <strong>de</strong> Mattos Curitiba 15,20<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Barigui Curitiba 140,00<br />
Apa do Iguacú Curitiba 3.968,45<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Barreirinha Curitiba 27,53<br />
Parque Tingui Curitiba 38,00<br />
Jardim Botânico Fanchete Rischbieter Curitiba 22,49<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Água da Bica Alto Piquiri 3,60<br />
Parque <strong>Municipal</strong> do Cinturão Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cianorte Cianorte 20,97<br />
Apa Intermunicipal do Xambrê Francisco Alves 9.962,17<br />
Apa Intermunicipal do Xambrê Iporã 20.357,52<br />
Parque <strong>Municipal</strong> dos Xétas Umuarama 19,98<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Primavera Iporã 21,55<br />
Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> São Jorge do Patrocínio São Jorge do Patrocínio 26.483,00<br />
Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Icaraíma Icaraíma 12.000,00<br />
Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Altônia Altônia 39.623,00<br />
Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Vila Alta Vila Alta 55.890,00<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Borba Gato Maringá 0,77<br />
Parque <strong>Municipal</strong> do Sabiá Maringá 8,20<br />
Parque Flor. <strong>Municipal</strong> Palmeiras Maringá 61,13<br />
Parque Ecológico <strong>Municipal</strong> do Guaiapó Maringá 1,62<br />
Parque do Ingá Maringá 47,30<br />
Parque Flor. dos Pioneiros Maringá 57,31<br />
Parque Florestal <strong>Municipal</strong> das Perobas Maringá 26,34<br />
Parque do Cinquentenário Maringá 11,81<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Vila Velha Ibaiti 46,74<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Santo Antônio da Platina Santo Antônio da Platina 57,82<br />
Parque Ecológico João Garbeline Jacarezinho 10,66
Parque Ecológico Scyllas Peixoto Jacarezinho 4,84<br />
Parque Ecológico Caetê Ii Curiúva 2,27<br />
Parque Ecológico Caetê I Curiúva 1,23<br />
Parque Ecológico Dr. Marciano <strong>de</strong> Barros Jacarezinho 65,34<br />
Parque <strong>Municipal</strong> do Distrito Industrial Campo Mourão 3,93<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Altamira do Paraná 72,84<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Joaquim T. Oliveira Campo Mourão 22,96<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Nicolau Lunar<strong>de</strong>lli Corumbataí do Sul 18,27<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Biasi Hortelan Corumbataí do Sul 48,40<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Miguel Pereira Roncador 11,80<br />
Estação Ecológica do Cerrado <strong>de</strong> Campo Mourão Campo Mourão 1,33<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Danilo Marques Goioerê 17,50<br />
Parque Histórico <strong>Municipal</strong> Peroba Rosa Cambé 9,80<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Raposa Apucarana 290,00<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Danziger Hof Cambé 9,00<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Mr. Thomas Londrina 85,47<br />
Reserva Biológica <strong>de</strong> Arapongas Arapongas 3,58<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Colônia Mineira Apucarana 53,07<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Pedreira Pato Branco 44,82<br />
Parque Ecológico <strong>Municipal</strong> Barro Preto Coronel Vivida 10,28<br />
Parque Marechal Deodoro Palmas 61,85<br />
Parque da Gruta Palmas 4,61<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Flor da Serra Coronel Vivida 10,80<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Córrego das Pedras Pato Branco 2,33<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Salto do Lontra Salto Do Lontra 4,84<br />
Parque <strong>Municipal</strong> São Jorge Do Oeste 3,18<br />
Parque <strong>Municipal</strong> do Girau Alto I E Ii Dois Vizinhos 41,58<br />
Parque Ecológico Paulo Gorski Cascavel 93,23<br />
Parque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Cascavel Cascavel 113,31<br />
Parque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Iguatu Iguatu 1,94<br />
Floresta <strong>Municipal</strong> Francisco Beltrão 25,35<br />
Parque Recreativo <strong>de</strong> Jordão Guarapuava 8,11<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Toca da Onça Guarapuava 4,76<br />
Parque <strong>Municipal</strong> das Araucárias Guarapuava 75,37<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Sepe Tiaraju Medianeira 1,00<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Tupa Mbae Medianeira 1,58<br />
Parque da Exposição Bituruna 36,30<br />
Recanto da Ferradura Bituruna 6,68<br />
Parque Ecológico Bituruna 0,71<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Palmeirinha São Mateus do Sul 1,00<br />
Parque <strong>Municipal</strong> I Bituruna 6,05<br />
Apa <strong>Municipal</strong> do <strong>Rio</strong> Velho São Mateus do Sul 1.081,00
Bosque <strong>Municipal</strong> Paraíso do Norte 1,04<br />
Bosque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Paranavaí Paranavaí 20,20<br />
Horto Florestal Paraíso do Norte 3,24<br />
Bosque <strong>Municipal</strong> Nova Londrina 4,20<br />
Parque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> São Domingos Tibagi 54,45<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Lago Azul Jaguariaíva 11,97<br />
Reserva Ecológica Poty Arapoti 46,09<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Palmeira 45,90<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Chácaras Dantas Ponta Grossa 5,86<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Boca da Ronda Ponta Grossa 3,81<br />
Bosque <strong>Municipal</strong> Manoel Júlio <strong>de</strong> Almeida Cornélio Procópio 9,78<br />
Parque <strong>Municipal</strong> dos Genta Marumbi 28,48<br />
Total 208.564,81<br />
Total <strong>de</strong> Ucs Municipais no Estado: 100<br />
* Trata-se do atual Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa<br />
O Quadro 04-I mostra as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação Municipais do Estado do Paraná<br />
Denominação Município Área<br />
Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Guaíra Guaíra 17.021,53<br />
Horto <strong>Municipal</strong> Assis Chateubriand Assis Chateubriand 49,61<br />
Parque Ecológico Diva Paim Barth Toledo 20,66<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Horto Florestal Terra Roxa 2,96<br />
Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Terra Roxa Terra Roxa 10.931,07<br />
Arie <strong>de</strong> Santa Helena Santa Helena 1.479,79<br />
Reserva Ecológica do Jardim Ana Maria Contenda 9,43<br />
Parque <strong>Municipal</strong> do Iguaçu Curitiba 141,50<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Cachoeira Araucária 28,17<br />
Bosque Capão da Imbuia Curitiba 3,40<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Fonte São José Dos Pinhais 3,42<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Lagoa Ver<strong>de</strong> Quitandinha 17,60<br />
Arie Seminário S. Luiz Tolosa <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> 53,87<br />
Bosque da Fazendinha Curitiba 7,28<br />
Apa <strong>de</strong> Pinhais Pinhais 2.944,04<br />
Apa do Passaúna Curitiba 4.300,00<br />
Parque São Lourenço Curitiba 20,39<br />
Bosque Gutierrez Curitiba 1,80<br />
Bosque <strong>Municipal</strong> Reinhard Maack Curitiba 7,80<br />
Parque General Iberê <strong>de</strong> Mattos Curitiba 15,20
Parque <strong>Municipal</strong> Barigui Curitiba 140,00<br />
Apa do Iguacú Curitiba 3.968,45<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Barreirinha Curitiba 27,53<br />
Parque Tingui Curitiba 38,00<br />
Jardim Botânico Fanchete Rischbieter Curitiba 22,49<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Água da Bica Alto Piquiri 3,60<br />
Parque <strong>Municipal</strong> do Cinturão Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cianorte Cianorte 20,97<br />
Apa Intermunicipal do Xambrê Francisco Alves 9.962,17<br />
Apa Intermunicipal do Xambrê Iporã 20.357,52<br />
Parque <strong>Municipal</strong> dos Xétas Umuarama 19,98<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Primavera Iporã 21,55<br />
Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> São Jorge do Patrocínio São Jorge do Patrocínio 26.483,00<br />
Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Icaraíma Icaraíma 12.000,00<br />
Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Altônia Altônia 39.623,00<br />
Apa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Vila Alta Vila Alta 55.890,00<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Borba Gato Maringá 0,77<br />
Parque <strong>Municipal</strong> do Sabiá Maringá 8,20<br />
Parque Flor. <strong>Municipal</strong> Palmeiras Maringá 61,13<br />
Parque Ecológico <strong>Municipal</strong> do Guaiapó Maringá 1,62<br />
Parque do Ingá Maringá 47,30<br />
Parque Flor. dos Pioneiros Maringá 57,31<br />
Parque Florestal <strong>Municipal</strong> das Perobas Maringá 26,34<br />
Parque do Cinquentenário Maringá 11,81<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Vila Velha Ibaiti 46,74<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Santo Antônio da Platina Santo Antônio da Platina 57,82<br />
Parque Ecológico João Garbeline Jacarezinho 10,66<br />
Parque Ecológico Scyllas Peixoto Jacarezinho 4,84<br />
Parque Ecológico Caetê Ii Curiúva 2,27<br />
Parque Ecológico Caetê I Curiúva 1,23<br />
Parque Ecológico Dr. Marciano <strong>de</strong> Barros Jacarezinho 65,34<br />
Parque <strong>Municipal</strong> do Distrito Industrial Campo Mourão 3,93<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Altamira do Paraná 72,84<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Joaquim T. Oliveira Campo Mourão 22,96<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Nicolau Lunar<strong>de</strong>lli Corumbataí do Sul 18,27<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Biasi Hortelan Corumbataí do Sul 48,40<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Miguel Pereira Roncador 11,80<br />
Estação Ecológica do Cerrado <strong>de</strong> Campo Mourão Campo Mourão 1,33<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Danilo Marques Goioerê 17,50<br />
Parque Histórico <strong>Municipal</strong> Peroba Rosa Cambé 9,80<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Raposa Apucarana 290,00<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Danziger Hof Cambé 9,00<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Mr. Thomas Londrina 85,47<br />
Reserva Biológica <strong>de</strong> Arapongas Arapongas 3,58
Parque <strong>Municipal</strong> da Colônia Mineira Apucarana 53,07<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Pedreira Pato Branco 44,82<br />
Parque Ecológico <strong>Municipal</strong> Barro Preto Coronel Vivida 10,28<br />
Parque Marechal Deodoro Palmas 61,85<br />
Parque da Gruta Palmas 4,61<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Flor da Serra Coronel Vivida 10,80<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Córrego das Pedras Pato Branco 2,33<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Salto do Lontra Salto Do Lontra 4,84<br />
Parque <strong>Municipal</strong> São Jorge Do Oeste 3,18<br />
Parque <strong>Municipal</strong> do Girau Alto I E Ii Dois Vizinhos 41,58<br />
Parque Ecológico Paulo Gorski Cascavel 93,23<br />
Parque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Cascavel Cascavel 113,31<br />
Parque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Iguatu Iguatu 1,94<br />
Floresta <strong>Municipal</strong> Francisco Beltrão 25,35<br />
Parque Recreativo <strong>de</strong> Jordão Guarapuava 8,11<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Toca da Onça Guarapuava 4,76<br />
Parque <strong>Municipal</strong> das Araucárias Guarapuava 75,37<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Sepe Tiaraju Medianeira 1,00<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Tupa Mbae Medianeira 1,58<br />
Parque da Exposição Bituruna 36,30<br />
Recanto da Ferradura Bituruna 6,68<br />
Parque Ecológico Bituruna 0,71<br />
Parque <strong>Municipal</strong> da Palmeirinha São Mateus do Sul 1,00<br />
Parque <strong>Municipal</strong> I Bituruna 6,05<br />
Apa <strong>Municipal</strong> do <strong>Rio</strong> Velho São Mateus do Sul 1.081,00<br />
Bosque <strong>Municipal</strong> Paraíso do Norte 1,04<br />
Bosque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Paranavaí Paranavaí 20,20<br />
Horto Florestal Paraíso do Norte 3,24<br />
Bosque <strong>Municipal</strong> Nova Londrina 4,20<br />
Parque <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> São Domingos Tibagi 54,45<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Lago Azul Jaguariaíva 11,97<br />
Reserva Ecológica Poty Arapoti 46,09<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Palmeira 45,90<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Chácaras Dantas Ponta Grossa 5,86<br />
Parque <strong>Municipal</strong> Boca da Ronda Ponta Grossa 3,81<br />
Bosque <strong>Municipal</strong> Manoel Júlio <strong>de</strong> Almeida Cornélio Procópio 9,78<br />
Parque <strong>Municipal</strong> dos Genta Marumbi 28,48<br />
Total 208.564,81<br />
Total <strong>de</strong> Ucs Municipais no Estado: 100
Os planaltos representam a maior parte do relevo do Paraná, também a mais <strong>de</strong>vastada,<br />
sendo sua cobertura vegetal original classificada em campos limpos, campos cerrados, floresta<br />
com araucária e floresta da bacia do rio Paraná (HATSCHBACH & ZILLER, 1995).<br />
O PMSLT está inserido no segundo planalto paranaense. Compreen<strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> 53,87<br />
ha o que representa...% da área urbana do município, que conserva um remanescente da floresta<br />
com araucária. Embora localizado em uma região atualmente incluída na zona urbana do<br />
município, parte do seu entorno localiza-se na zona rural, em estado relativamente bem<br />
conservado, na porção que segue em direção à estrada <strong>de</strong> Lapa.<br />
Atualmente está se estudando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma gestão integrada dos<br />
fragmentos do entorno <strong>de</strong>sta Unida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> outros municípios como Campo do Tenente e Lapa,<br />
on<strong>de</strong> se situa o Parque do Monge, formando corredores e trampolins entre as duas Unida<strong>de</strong>s e<br />
viabilizando entre as mesmas, a criação <strong>de</strong> novas áreas protegidas, em especial, RPPNs. Existe<br />
também uma parceria com o Projeto Corredor Paraná-Pantanal, vinculado ao Gondwana Alive<br />
Corridors, que visa abordar <strong>de</strong> forma integrada múltiplas questões ambientais e<br />
conservacionistas com ações cientificamente embasadas, já discutidas e aprovadas na <strong>Rio</strong> + 10<br />
(Johannesburg, setembro <strong>de</strong> 2002) e publicadas no periódico internacional Gondwana Research<br />
(v.6, n.3, p. 369-408). Preten<strong>de</strong>-se participar <strong>de</strong>sse projeto através da viabilização do corredor<br />
PMSLT- Parque do Monge. Esse projeto será <strong>de</strong>senvolvido ao longo da bacia do rio <strong>Negro</strong>,<br />
que tem como afluente o rio Passa-Três, este fazendo divisa com o Parque. Está se estudando<br />
também a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interligar o futuro Parque do Paço (que está sendo criado), em<br />
Mafra, SC, município que faz divisa com <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> através do rio <strong>de</strong> mesmo nome. Este Parque<br />
também é urbano e serão necessárias análises <strong>de</strong> fotografia aérea, mapas e excursões in locco<br />
para confirmar a hipótese <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação do corredor. A intenção, com a criação <strong>de</strong><br />
RPPNs, corredores e trampolins é promover a proteção tanto dos remanescentes da floresta com<br />
araucária como dos raros remanescentes dos campos gerais.<br />
1.2.2. Implicações Institucionais<br />
A <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> possui, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a área do PMSLT foi <strong>de</strong>cretada<br />
como ARIE, em 1994 uma parceria com o IAP, através <strong>de</strong> assessorias técnicas no manejo da
área. O IAP também está tendo participação na elaboração do Plano <strong>de</strong> Manejo, a partir da<br />
transformação da área em Parque <strong>Municipal</strong>, em 1997. A unida<strong>de</strong> beneficia-se, ainda, com<br />
recursos do ICMS ecológico. Essa parceria <strong>de</strong>verá ser mantida, uma vez que a Unida<strong>de</strong>, sendo<br />
municipal, está diretamente atrelada ao IAP.. Além disso, tem ainda as <strong>de</strong>vidas licenças<br />
fornecidas pelo IBAMA, no que diz respeito a coleta <strong>de</strong> material biológico, quando os projetos<br />
<strong>de</strong> pesquisa científica <strong>de</strong>senvolvidos no Parque exigem.<br />
A <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> também possui parcerias com a SEMA e <strong>de</strong>mais órgãos<br />
envolvidos com a mesma. A verba para a implementação do projeto <strong>de</strong> compra <strong>de</strong><br />
equipamentos para o Centro Ambiental “Casa Branca” foi <strong>de</strong>stinada em parte com recursos da<br />
SEMA.<br />
Parcerias com outras instituições tanto estaduais como fe<strong>de</strong>rais; viabilizando tanto<br />
projetos ambientais quanto culturais <strong>de</strong>verão ser implantadas a exemplo do que já ocorreu com o<br />
Programa Mata Ciliar (antigo Florestas Municipais), MINC, EMBRATUR, PROINTUR,<br />
CAIXA ECONÔMICOA e UFPR outras parcerias com a iniciativa privada que serão <strong>de</strong>scritas<br />
no ítem 2.9 (apoio na área <strong>de</strong> meio ambiente)<br />
1.2.3. Potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cooperação<br />
A parceria que está sendo viabilizada com o projeto Corredor Paraná-Pantanal, por ser<br />
um projeto inserido em âmbito internacional, po<strong>de</strong> representar uma excelente alternativa para<br />
fortalecer novas parcerias com Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação já existentes a nível estadual e ainda,<br />
po<strong>de</strong>rá incentivar a criação <strong>de</strong> outras Unida<strong>de</strong>s, em especial RPPNs. Além disso, será uma boa<br />
oportunida<strong>de</strong> para firmar parcerias também com ONGs nacionais e internacionais. Este projeto<br />
está em fase <strong>de</strong> divulgação, articulações e busca <strong>de</strong> estratégias que envolvam as mais diversas<br />
iniciativas. Ainda a curto prazo, <strong>de</strong>verão ser estabelecidas novas parcerias que possam participar<br />
do projeto, incluindo as comunida<strong>de</strong>s que moram ao longo do corredor. A médio e longo prazo,<br />
preten<strong>de</strong>-se gerir todas as Unida<strong>de</strong>s já formadas e as que ainda irão se criar <strong>de</strong> forma integrada,<br />
e não mais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Preten<strong>de</strong>-se que, ao realizar a revisão <strong>de</strong>ste plano <strong>de</strong> manejo, em cinco<br />
anos, já se tenha condições <strong>de</strong> levar em consi<strong>de</strong>ração a gerência integrada <strong>de</strong> outras Unida<strong>de</strong>s<br />
próximas.
ENCARTE 2<br />
ANÁLISE DA REGIÃO DA UC<br />
2.1 Descrição<br />
O Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luis <strong>de</strong> Tolosa localiza-se atualmente <strong>de</strong>ntro da<br />
Zona Urbana do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, próximo ao limite com a Zona rural. Este fato faz<br />
com que seus 53,87ha representem uma área relativamente gran<strong>de</strong>, em se tratando <strong>de</strong> mata<br />
conservada, apesar do fato <strong>de</strong> que a incidência <strong>de</strong> espécies exóticas <strong>de</strong>scaracterizam alguns<br />
pontos <strong>de</strong>ssa Unida<strong>de</strong>.<br />
A região <strong>de</strong> entorno do Parque possui vários remanescentes <strong>de</strong> floresta nativa, sendo<br />
possível formar corredores <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> em direção à Estrada Velha da Lapa e ao Parque<br />
Esportivo <strong>Municipal</strong> Maximiano Pfeffer, aproveitando as áreas preservadas das proprieda<strong>de</strong>s<br />
vizinhas.
A Unida<strong>de</strong> limita-se com o rio Passa-Três, e tem o rio <strong>Negro</strong> no seu entorno direto, logo<br />
após a estrada <strong>de</strong> acesso.<br />
Margeando o rio <strong>Negro</strong>, no entorno direto do Parque, existe uma área <strong>de</strong> várzea, que<br />
também <strong>de</strong>verá ser preservada.<br />
A gran<strong>de</strong> ameaça em relação à conservação <strong>de</strong>ssas áreas é o processo <strong>de</strong> urbanização<br />
crescente nessa região, em especial após a transferência da <strong>Prefeitura</strong> para a se<strong>de</strong> do antigo<br />
Seminário (agora Parque <strong>Municipal</strong>), valorizando a região e <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando um processo <strong>de</strong><br />
especulação imobiliária.<br />
Consi<strong>de</strong>rando o bom estado <strong>de</strong> conservação dos remanescentes florestais locais; a<br />
existência <strong>de</strong> dois rios importantes no entorno direto da Unida<strong>de</strong> com relativa conservação da<br />
mata ciliar; e ainda, a importância <strong>de</strong> se proteger um dos poucos fragmentos <strong>de</strong> floresta com<br />
araucária existentes na região, <strong>de</strong>ntro e fora dos limites do Parque, antes que o processo <strong>de</strong><br />
urbanização e <strong>de</strong>smate se consoli<strong>de</strong>, foi <strong>de</strong>finida uma Zona <strong>de</strong> Amortecimento para esta<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação. A efetivação <strong>de</strong>sta Zona torna-se imprescindível quando se consi<strong>de</strong>ra<br />
o fato <strong>de</strong> que ela é que vai dar condições <strong>de</strong> preservação e perpetuida<strong>de</strong> do Parque, uma vez que,<br />
sozinho, ele não possui área suficiente para garantir a manutenção da biodiversida<strong>de</strong> local e<br />
regional.<br />
A Zona <strong>de</strong> Amortecimento é <strong>de</strong>finida pela Lei nº 9.985/2000 art.2º - XVIII, como sendo: o<br />
entorno <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação on<strong>de</strong> as ativida<strong>de</strong>s humanas estão sujeitas a normas e<br />
restrições específicas , com o propósito <strong>de</strong> minimizar os impactos negativos sobre a Unida<strong>de</strong>.<br />
Para fins <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo, a zona <strong>de</strong> amortecimento foi <strong>de</strong>limitada<br />
levando-se em consi<strong>de</strong>ração a Lei <strong>Municipal</strong> nº 917/95, que dispõe sobre o Zoneamento, o Uso<br />
e a Ocupação do Solo no perímetro urbano da se<strong>de</strong> do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e dá outras<br />
providências. Esta Lei é complementar à Lei do Plano Diretor <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano (Lei<br />
nº 912/95).<br />
De acordo com o Art. 11 – do Zoneamento – a área do Perímetro Urbano da Se<strong>de</strong> do<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, conforme o Mapa <strong>de</strong> Zoneamento <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo, parte<br />
integrante <strong>de</strong>sta Lei, fica subdividida, obe<strong>de</strong>cendo os seguintes critérios:<br />
§ 1º - As zonas são <strong>de</strong>finidas e <strong>de</strong>limitadas <strong>de</strong> acordo com seu nível <strong>de</strong> urbanização e o<br />
padrão <strong>de</strong> uso e ocupação <strong>de</strong>sejável para as mesmas.<br />
§ 2º - As zonas seguem limites do Perímetro Urbano, rios, vias, divisas <strong>de</strong> lotes e cota <strong>de</strong><br />
enchente 779, conforme mapa anexo do Zoneamento <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo, parte<br />
integrante <strong>de</strong>sta Lei.
§ 3º - O regime urbanístico para os lotes <strong>de</strong> ambos os lados das vias que limitam zonas<br />
diferentes, serrão os da zona <strong>de</strong> parâmetros urbanísticos mais restritivos.<br />
§ 4º - Para efeito do parágrafo anterior, a profundida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada não será superior à<br />
profundida<strong>de</strong> média dos lotes na zona.<br />
As zonas selecionadas para integrarem a Zona <strong>de</strong> Amortecimento do Parque, <strong>de</strong> acordo<br />
com o Art. 12 da Lei 917/95, são aquelas consi<strong>de</strong>radas Especiais: Institucionais (ZEIT); <strong>de</strong><br />
Proteção do Patrimônio Natural (ZEPN); <strong>de</strong> Preservação Permanente (ZEPP 1 e ZEPP 2); <strong>de</strong><br />
Lazer Ecológico e Interesse Turístico (ZELT) e <strong>de</strong> Ocupação <strong>de</strong> Baixa Densida<strong>de</strong> (ZEBD).<br />
Nessas zonas estão incluídas áreas <strong>de</strong> loteamentos especiais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões,<br />
situadas em região <strong>de</strong> mata nativa e topografia aci<strong>de</strong>ntada; faixa territorial <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vale dos<br />
rios <strong>Negro</strong> e Passa- Três; áreas com <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> maior ou igual a 30% (Preservação Permanente,<br />
Lei Fe<strong>de</strong>ral 6766) e áreas suscetíveis a enchentes. A <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> todo o Zoneamento<br />
regido pela Lei 917/95 está disposto nos ANEXOS <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo.<br />
Os mapas correspon<strong>de</strong>ntes ao Zoneamento <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo e da Zona <strong>de</strong><br />
Amortecimento do Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa, estão dispostos a seguir.<br />
FIGURA 01/II – MAPA DO ZONEAMENTO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
FIGURA 02/II – MAPA DA ZONA DE AMORTECIMENTO SO PARQUE<br />
ECOTURÍSTICO MUNICIPAL SÃO LUÍS DE TOLOSA
A Zona <strong>de</strong> Amortecimento do PMSLT, da maneira como foi concebida, visa fortalecer a<br />
Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo, no que diz respeito à proteção dos remanescentes florestais e<br />
matas ciliares dos rios <strong>Negro</strong> e Passa-Três. Em contra-partida, a Lei fortalecerá as normas para<br />
o entorno do Parque, previstas neste Plano <strong>de</strong> Manejo. Não foram consi<strong>de</strong>radas, nesse momento,<br />
as áreas especiais localizadas <strong>de</strong>ntro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. Porém, faz-se necessário que, tão<br />
logo o Plano entre em execução, se avalie a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar a Zona <strong>de</strong> Amortecimento,<br />
esten<strong>de</strong>ndo-a ao longo do rio <strong>Negro</strong>, inclusive na porção que corta o centro da cida<strong>de</strong>. Essa<br />
revisão <strong>de</strong>verá ser realizada em conjunto com o Projeto Paraná- Pantanal. A Zona <strong>de</strong><br />
Amortecimento <strong>de</strong>verá contemplar também a Zona Rural do Município, em direção à Estrada<br />
Velha da Lapa. Essa região não foi contemplada neste momento por falta <strong>de</strong> dados, mapas e<br />
estudos que fortaleçam a importância <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong>las na ZA.<br />
É necessário também, que se estu<strong>de</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formar, ao longo do rio Passa-<br />
Três e <strong>Negro</strong>, um longo corredor <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>, possibilitando <strong>de</strong>ssa forma que a região se<br />
torne significativa em relação à conservação <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> floresta com araucária. Estudos<br />
que viabilizem a criação <strong>de</strong> novas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa Zona formando mosaicos ou APAS<br />
<strong>de</strong>vem ser concretizados com a urgência <strong>de</strong> que o caso necessita, tendo em vista a pressão <strong>de</strong><br />
urbanização e <strong>de</strong>smate crescente que vem sofrendo.<br />
A inclusão do Parque e entorno no Projeto Corredor Paraná-Pantanal (´<strong>de</strong>scrito nos ítens<br />
1.2.1 e 1.2.3) é uma parceria que vem se consolidando e que <strong>de</strong>verá ser oficializada e<br />
<strong>de</strong>senvolvida ao longo da implantação <strong>de</strong>ste Plano.<br />
2.2 Caracterização Ambiental<br />
1.2.2 2.2.1 Localização do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>
Localiza-se no extremo sul do Paraná, às margens do rio <strong>Negro</strong>, com uma área <strong>de</strong><br />
561 km2, limitando-se com os municípios <strong>de</strong> Lapa, Campo do Tenente, Piên e o Estado <strong>de</strong><br />
Santa Catarina, sendo a linha <strong>de</strong> limites distribuída da seguinte forma:<br />
1. Com o Município da Lapa, a Oeste: Começa na foz do rio da Várzea, subindo por<br />
este até a ponte da Estrada <strong>de</strong> Rodagem da Lapa a rio <strong>Negro</strong>.<br />
2. Com o Município <strong>de</strong> Campo do Tenente, ao Norte: Começa no rio da Várzea, na<br />
ponte da Estrada <strong>de</strong> Rodagem da Lapa do rio <strong>Negro</strong> e segue por esta estrada até o divisor<br />
<strong>de</strong> águas seguindo por este até o ponto fronteiro da nascente do rio Lageado do Caçador.<br />
3. Com o Município <strong>de</strong> Piên, a Leste: Começa no ponto fronteiro da nascente do rio<br />
Lageado do Caçador e <strong>de</strong>sce até sua foz no rio <strong>Negro</strong>.<br />
4. Com o Estado <strong>de</strong> Santa Catarina, ao Sul: Pelo rio <strong>Negro</strong>, da foz do rio Lageado do<br />
Caçador até a foz do rio da Várzea.<br />
Dados: Projeto <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, 1997<br />
2.2.2 Geologia do Município<br />
Posicionado no Segundo Planalto Paranaense, o Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> é<br />
predominantemente constituído por unida<strong>de</strong>s sedimentares da Bacia do Paraná, mais<br />
precisamente por rochas do Grupo Itararé e por diabásios da Formação Serra Geral.<br />
O Grupo Itararé compreen<strong>de</strong> uma sequência sedimentar <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> Permo-Carbonífera (<strong>de</strong><br />
320 a 280 milhões <strong>de</strong> anos) cujos <strong>de</strong>pósitos são caracterizados principalmente por diamectitos,<br />
refletindo influências glaciais nos seus diferentes ambientes <strong>de</strong>posicionais. No Paraná e Santa<br />
Catarina este grupo divi<strong>de</strong>-se nas formações Campo do Tenente, Mafra e <strong>Rio</strong> do Sul. No<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> somente afloram sedimentos da Formação Mafra.<br />
Como último evento significativo da Bacia do Paraná, em termos juro-cretácios houve<br />
um intenso magmatismo básico, originando estruturas em formas <strong>de</strong> diques, soleras e <strong>de</strong>rrames<br />
<strong>de</strong> diabásio e basalto, constituindo em seu conjunto a Formação Serra Geral.<br />
Os diques apresentam-se normalmente preenchendo antigas fraturas direcionadas<br />
preferencialmente segundo NW, constituindo espigões alongados que se <strong>de</strong>stacam sobremaneira<br />
no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> relevo arrasado, esculpido em rochas aflorantes das sequências sedimentares.<br />
Em <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, tangenciando sua porção Norte, observa-se um dique <strong>de</strong> diabásio com<br />
dimensões regionais, muito bem visível em fotografias aéreas e mapeável em escala 1 : 100.000.
Outros substratos rochosos que apresentam interesse econômico para a região são<br />
aqueles representados pelas alterações superficiais, com consequente formação <strong>de</strong> mantos<br />
argilosos sobre rochas <strong>de</strong> matriz síltica e argilosas, como os folhetos e os siltitos. Camadas<br />
arenosas existem principalmente nos leitos dos rios, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> são retirados areias e cascalhos<br />
para construção civil.<br />
Apesar <strong>de</strong> não fazerem parte do conjunto geológico do município as rochas do<br />
Embasamento Cristalino, bem como as migmatitos e granitos, exercem gran<strong>de</strong> influência no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento econômico da região, através das areias para a construção civil, retiradas dos<br />
rios <strong>Negro</strong> e da Várzea que tem suas nascentes em regiões on<strong>de</strong> predominam aqueles tipos <strong>de</strong><br />
rochas.<br />
Dados: PLANO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO MUNICÍPIO DE RIO<br />
NEGRO, 1997.<br />
2.2.3 Hidrografia<br />
O município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> é cortado por vasta re<strong>de</strong> fluvial, sendo <strong>de</strong> maior importância<br />
os rios:<br />
1 o <strong>Negro</strong>: navegável em alguns trechos, banhando toda região Sul do Município, numa<br />
extensãoo <strong>de</strong> 93 km, tendo 60 m <strong>de</strong> largura e 3,25 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> em média.<br />
2 o Passa Três: sua nascente ocorre no lugar <strong>de</strong>nominado “Poço Bonito”, próximo ao<br />
Matão do Caçador e <strong>de</strong>ságua no <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> (<strong>de</strong>ntro do perímetro urbano).<br />
3 o Várzea: é navegável, tendo 27 metros <strong>de</strong> largura e 2 <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> em média,<br />
banhando a região Noroeste do Município numa extensão <strong>de</strong> 48 Km.<br />
4 o Ribeirão do Lageado das Mortes: sua nascente ocorre na Campina do Bugre e<br />
<strong>de</strong>ságua no <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> a 4 km a Oeste do lugar <strong>de</strong>nominado Rodrigues.<br />
Existem ainda diversos ribeirões e lajeados. Em sua bacia são encontradas as cachoeiras<br />
do Piên, com 10 metros <strong>de</strong> altura e a do Bugre, com 25 metros.<br />
2.2.4 Solos<br />
O município tem duas formações <strong>de</strong>nominados serra:<br />
1 o Serra do Ouro: localizada na divisa com Campo do Tenente.
2 o Serra do Bugre: localizada entre os lugares <strong>de</strong>nominados Campina Bonita e Matão<br />
do Caçador, sendo que esta tem início na Serra do Monge e termina na divisa com o Estado <strong>de</strong><br />
São Paulo com o nome <strong>de</strong> Serra das Furnas. O pico mais elevado no município situa-se entre as<br />
localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Campina dos Anjos e Lençol e o Morro do Cavalo Branco, com 947 metros<br />
Po<strong>de</strong>m ser encontrados no Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> os seguintes tipos <strong>de</strong> solo:<br />
CAMBISSOLO ÁLICO Tb A proeminente textura argilosa fase florestal subtropical<br />
perenifólia relevo suave ondulado substrato migmatitos. Ca 2<br />
— Baixa fertilida<strong>de</strong> natural, teores elevados <strong>de</strong> alumínio tóxico. Em condições naturais<br />
são inaptos para agricultura, porém com investimentos em insumos po<strong>de</strong>m se tornar produtivos.<br />
Associação CAMBISSOLO ÁLICO Tb substrato folhelhos sílticos + PODZÓLICO<br />
VERMELHO-AMARELO ÁLICO Tb câmbico ambos A proeminente textura argilosa fase<br />
floresta subtropical perenifólia relevo suave ondulado <strong>de</strong> vertentes curtas. Ca 23<br />
— Esta associação é pouco recomendada para agropecuária <strong>de</strong>vido aos altos teores <strong>de</strong><br />
alumínio tóxico. São necessários enormes investimentos em insumos. Apresenta-se coberto por<br />
matas secundárias (Bracatinga).<br />
Associação CAMBISSOLO ÁLICO Tb podzólico textura argilosa substrato folhelhos<br />
sílticos + SOLOS LITÓLICOS ÁLICOS textura média substrato arenito e sílticos ambos A<br />
proeminente fase floresta subtropical perenifólia relevo ondulado. Ca 34<br />
— Nesta associação apresentam-se solos também com valores muito altos <strong>de</strong> alumínio<br />
tóxico, com gran<strong>de</strong> susceptibilida<strong>de</strong> a erosão. São solos rasos com limitação para o uso <strong>de</strong><br />
mecanização. Os cambissolos po<strong>de</strong>m ser produtivos com algum investimento em corretivos,<br />
adubações e práticas conservacionistas, já os litólicos apresentam restrições até em pastagens.<br />
SOLOS LITÓLICOS ÁLICOS A mo<strong>de</strong>rado textura argilosa fase floresta subtropical<br />
subperenifólia relevo forte ondulado e montanhoso substrato sílticos, argilitos e folhelhos. Ra 2<br />
SOLOS LITÓLICOS ÁLICOS A proeminente textura média fase floresta subtropical<br />
subperenifólia relevo ondulado substrato sílticos e arenitos finos. Ra 3<br />
— São solos pouco profundos com baixa fertilida<strong>de</strong> natural <strong>de</strong>vido ao alumínio tóxico<br />
e muitos susceptíveis a erosão. Apresentam limitação ao uso da motomecanização. São<br />
necessários gran<strong>de</strong>s investimentos em corretivos e fertilizantes.<br />
Associação SOLOS LITÓLICOS ÁLICOS fase floresta subtropical subperenifólia<br />
relevo forte ondulado substrato siltitos e tilitos + PODZÓLICOS VERMELHO-AMARELO<br />
ÁLICO Tb câmbico fase floresta subtropical perenifólia relevo ondulado ambos A proeminente<br />
textura argilosa. Ra 7
Associação SOLOS LITÓLICOS ÁLICOS fase floresta subtropical subperenifólia<br />
substrato arenitos e siltitos finos + PODZÓLICOS VERMELHO-AMARELO ÁLICO Tb<br />
câmbico fase floresta subtropical perenifólia ambos A proeminente textura média relevo<br />
ondulado. Ra 8<br />
— Solos rasos com presença <strong>de</strong> alumínio tóxico, apresentando baixa fertilida<strong>de</strong> natural.<br />
Apresentam pedras na superfície dificultando a mecanização. Devido a textura média apresenta<br />
gran<strong>de</strong> susceptibilida<strong>de</strong> a erosão.<br />
AR 1 Afloramento <strong>de</strong> Rocha<br />
— Inaptos totalmente para agropecuária.<br />
2.2.5 Clima:<br />
Cfb - Clima temperado propriamente dito; temperatura média no mês mais frio abaixo <strong>de</strong><br />
18 o C (mesotérmico) com verões frescos; temperatura média no mês mais quente abaixo <strong>de</strong><br />
22 o C e sem estação seca <strong>de</strong>finida.<br />
= Precipitação total média anual 1600 mm<br />
= Temperatura média anual 18 o C<br />
= Média anual das mínimas 12 o c<br />
= Média anual das máximas 23 o C<br />
= Umida<strong>de</strong> relativa média anual 80 %<br />
= Evapotranspiraçăo potencial média anual (Penman) 1000 mm<br />
= Insolaçăo anual total 1800 horas<br />
= Graus-dia (base 10 o C) total médio anual 3400 GD<br />
= Horas <strong>de</strong> frio abaixo <strong>de</strong> 7 o C (total médio <strong>de</strong> maio a agosto) 200 horas<br />
= Número <strong>de</strong> dias com geadas por ano 10 dias.<br />
Dados: Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, 1997)<br />
2.2.6 Vegetação<br />
O Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> situa-se em áreas <strong>de</strong> florestas subtropicais (Ombrófila<br />
Mista), com essências resistentes ao frio, comparando-se com as tropicais, apresentam ainda<br />
coloração mais clara, mais ralas, e menos exuberantes. As árvores são geralmente <strong>de</strong> porte
médio, havendo no entanto locais com domínio <strong>de</strong> indivíduos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
diâmetro. O pinheiro normalmente presente neste tipo <strong>de</strong> vegetação, é uma das principais<br />
espécies e se <strong>de</strong>staca na floresta pelo seu porte. O ciclo vegetativo da maioria das espécies é<br />
<strong>de</strong>terminado principalmente pelas baixas temperaturas no inverno.<br />
A parte primária <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> floresta encontra-se parcialmente <strong>de</strong>saparecida <strong>de</strong>vido a<br />
intensa exploração, restando apenas remanescentes distribuídas na área. Estas florestas em geral<br />
apresentam três níveis ou estratos, sendo o superior constituído por araucárias, imbuias, cedro e<br />
canelas e outras espécies folhosas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte; podocarpus, pimenteiras, guaramirim, ervamate,<br />
caroba, bracatinga, guabiroba e outras compõem o estrato médio; e o inferior é constituído<br />
por ervas, arbustos e gramíneas, sendo gran<strong>de</strong> a incidência <strong>de</strong> capim <strong>de</strong> cachorro, sapé, uvarana,<br />
fetos arbóreos e samambaias. Hoje em dia a floresta secundária ocupa a maior parte da área da<br />
vegetação florestal. Ela substitui a vegetação primária e é constituída predominantemente por<br />
maciços <strong>de</strong> bracatinga com aspecto <strong>de</strong> perenifólia. Outras espécies <strong>de</strong> menor porte ocorrem<br />
isoladas ou formando maciços como a tupichava e o alecrim, nas áreas <strong>de</strong> pousio. Esta<br />
vegetação esta associada aos solos.<br />
2.2.5 Fauna<br />
A fauna silvestre nativa nas florestas do Município nunca foi estudada convenientemente<br />
antes <strong>de</strong> 2001, assim como não se conhece com profundida<strong>de</strong> a influência humana sobre a rica<br />
fauna outrora existente. Mas sabe-se que espécies antes abundantes foram muito reduzidas ou<br />
quase extintas, <strong>de</strong>vido aos <strong>de</strong>smatamentos <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nados, agricultura predatória e pela caça<br />
indiscriminada, praticado sobretudo nos primeiros tempos <strong>de</strong> colonização.<br />
Na época das <strong>de</strong>rrubadas, muito comum era a caça, praticada pelos pioneiros, justificada<br />
pela abundância da fauna e pelas necessida<strong>de</strong>s próprias dos períodos difíceis da colonização.<br />
Hoje a fauna nativa encontra-se com número <strong>de</strong> espécies reduzidas e concentradas nas poucas<br />
reservas florestais existentes, e mesmo com a proibição legal da prática da caça, ela ainda<br />
ocorre, a <strong>de</strong>speito da fiscalização existente. Atualmente, <strong>de</strong>vido às poucas informações<br />
existentes sobre a fauna, e comparando-se com o grau <strong>de</strong> florestamento da área, há a impressão<br />
<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> sobrecaça, po<strong>de</strong>ndo-se levantar a hipótese <strong>de</strong> estar se presenciando um<br />
processo <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> “florestas vazias” na região. Porém não existem até o momento ,<br />
informações consistentes que corroborem isto, e existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propor alguns trabalhos<br />
<strong>de</strong> investigação que venham a confirmar esta hipótese.
2.3 Aspectos Culturais e Históricos<br />
2.3.1 Aspectos Gerais da colonização do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>:<br />
A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> outrora pertencente a São Paulo, como parte integrante da<br />
antiga comarca <strong>de</strong> Paranaguá e Curitiba, hoje Estado do Paraná, era habitada nos seus<br />
primórdios pelos índios botocudos, que dominavam as matas da encosta marítima da Serra do<br />
Mar até o <strong>Rio</strong> Timbó, nas bacias dos rios <strong>Negro</strong>s e Iguaçu ao norte, até o <strong>Rio</strong> do Peixe, na<br />
Bacia do Pelotas, ao Sul.<br />
Em 1816 os tropeiros, que transitavam da Capitania <strong>de</strong> São Paulo do Sul para as<br />
<strong>de</strong>mais capitanias do Norte requereram a D. João VI a abertura <strong>de</strong> uma estrada ligando a Vila do<br />
Príncipe (Lapa), no Paraná, a Vila <strong>de</strong> Lages, em Santa Catarina, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o lugar <strong>de</strong>nominado<br />
Campo Alto, até o Campo do Tenente.<br />
O que existia com o nome Estrada da Mata era tão somente uma vereda aberta pelo<br />
próprio gado só trilhada quando necessário. A história <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> confun<strong>de</strong>-se com a da<br />
“Estrada da Mata”, on<strong>de</strong> passavam os tropeiros, conduzindo o gado <strong>de</strong> Viamão para Sorocaba.<br />
A construção da Estrada é iniciada em 1826, sendo o responsável pela obra João da Silva<br />
Machado, o “Barão <strong>de</strong> Antonina”. Depois dos tropeiros, foram chegando os imigrantes em ritmo<br />
<strong>de</strong> progresso à então “Capela da Mata”. A elevação da capela Provisória à Capela Curada data<br />
<strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1828.<br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> passou <strong>de</strong> Capela Curada à Freguesia do Senhor Bom Jesus <strong>de</strong> <strong>Rio</strong><br />
<strong>Negro</strong> em 28 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1838 e, a posteriori, elevada à vila, em 02 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1870.<br />
No dia 15 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1870 fez-se a primeira eleição <strong>de</strong> vereadores e a 15<br />
<strong>de</strong> novembro do mesmo ano <strong>de</strong>u-se a instalação do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, com a posse da<br />
primeira Câmara <strong>de</strong> Vereadores. (DIAGNÓSTICO DO POTENCIAL TURÍSTICO DE RIO<br />
NEGRO, 2003).<br />
Os primeiros colonizadores foram os alemães, aqui chegando em 1929, dando<br />
impulso à povoação e criando um movimento notável para a época.
Em seguida vieram os bucovinos (1887 e 1888) trazendo consigo o trigo e o centeio<br />
para iniciar as lavouras, além das carroças e carroções.<br />
Os poloneses marcaram forte presença em 1891.<br />
Exploraram inicialmente a agricultura, <strong>de</strong>pois , a pecuária, a horticultura, <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong><br />
leite, além <strong>de</strong> valerem-se <strong>de</strong> outras habilida<strong>de</strong>s profissionais, como a <strong>de</strong> ferreiro, oleiro,<br />
carpinteiro, carroceiro, etc. A agricultura era rudimentar com uso constante do fogo, sem prática<br />
<strong>de</strong> conservação do solo, tendo como consequência a lixiviação do mesmo. Destaca-se ainda a<br />
exploração da erva-mate, exportada sob várias marcas; e as serrarias, que exploravam<br />
especialmente a imbuia, o pinheiro, a canela e o cedro.<br />
Em 1895 estabeleceu-se importante entroncamento ferroviário, cujas linhas levavam a<br />
Curitiba, São Francisco do Sul e União da Vitória.<br />
Como a exploração da erva-mate havia <strong>de</strong>caído, só melhorando a situação financeira<br />
nas regiões ervateiras a partir <strong>de</strong> 1908, e como o solo da região necessitava <strong>de</strong> muito adubo e<br />
preparo, formaram-se núcleos urbanos em torno da linha férrea.<br />
A construção da linha férrea São Francisco-União da Vitória trouxe trabalho para<br />
todos. As serrarias que exportavam ma<strong>de</strong>ira tinham uma procura tão intensa que já não davam<br />
conta <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a todos os pedidos.<br />
Foi a “febre”da ma<strong>de</strong>ira, seguida da “crise”da ma<strong>de</strong>ira...<br />
... “A ma<strong>de</strong>ira, exportada por via férrea, logo alcançou bons<br />
preços. As serrarias brotavam à margem das estradas. Em Três Barras<br />
(SC), os americanos montaram mo<strong>de</strong>rníssima serraria, a famosa e por<br />
muitos malfalada LUMBER, cuja história encerra tantos dramas e<br />
episódios <strong>de</strong> toda a sorte que daria para escrever outros tantos livros.<br />
Começou a <strong>de</strong>vastação dos pinheirais. Matas imensas prenhes <strong>de</strong><br />
pinheiros <strong>de</strong> todos os tamanhos, num abrir e fechar <strong>de</strong> olhos<br />
simplesmente <strong>de</strong>sapareceram como por magia. A vida das pessoas,<br />
porém, teve sensível melhoria. Se é que assim po<strong>de</strong>mos nos expressar.<br />
O conforto e o progresso eram cada vez maiores. Mas a que preço! As<br />
indústrias e oficinas tiveram que ser aumentadas. Tudo crescia<br />
freneticamente. Quando os americanos começaram a trabalhar, o<br />
comércio da ma<strong>de</strong>ira expandiu-se pelo mundo todo. Muita ma<strong>de</strong>ira<br />
brasileira, especialmente do Paraná e <strong>de</strong> Santa Catarina, foi exportada
para a Argentina e Europa. O preço continuava excelente como nunca.<br />
A febre da ma<strong>de</strong>ira atingia temperaturas assustadoras. Advogados,<br />
funcionários públicos e outras pessoas, entraram no negócio da ma<strong>de</strong>ira<br />
arriscando tudo. Era uma verda<strong>de</strong>ira roleta, um cassino <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. Na<br />
ambição <strong>de</strong> ficarem mais ricas da noite para o dia, muitas pessoas<br />
apostavam toda sua fortuna, bens às vezes penosamente adquiridos<br />
durante a vida inteira, numa única jogada, na ma<strong>de</strong>ira. A ativida<strong>de</strong> era<br />
tão febril e tão intensa que a estrada <strong>de</strong> Ferro não tinha condições <strong>de</strong><br />
efetuar o transporte da ma<strong>de</strong>ira por absoluta falta <strong>de</strong> vagões. E como<br />
sempre, a ambição e o <strong>de</strong>sejo extremado <strong>de</strong> lucro fácil e rápido, pôs<br />
tudo a per<strong>de</strong>r. Houve abuso. E foi mais uma crise.<br />
Crise da ma<strong>de</strong>ira.<br />
A febre atingiu a gran<strong>de</strong> maioria das exportadoras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />
A ganância era tanta que a ma<strong>de</strong>ira era embarcada ainda ver<strong>de</strong>. Além <strong>de</strong><br />
ver<strong>de</strong>, era exportada sem qualquer critério <strong>de</strong> seleção. O transporte<br />
<strong>de</strong>morado fez com que, ao chegar finalmente ao porto <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino, a<br />
ma<strong>de</strong>ira já estivesse podre. Passada a Primeira Gran<strong>de</strong> Guerra Mundial,<br />
<strong>de</strong> 1914 a 1918, parou o comércio ma<strong>de</strong>ireiro. O pinheiro do Paraná<br />
per<strong>de</strong>u o conceito no mercado internacional. Muita gente, que não era<br />
do ramo ma<strong>de</strong>ireiro, sem qualquer experiência, aventureiros ambiciosos<br />
que pensavam em ganhar dinheiro “mágico”, per<strong>de</strong>ram tudo. A ma<strong>de</strong>ira<br />
era um jogo em que se apostavam até as calças! Muitos foram à<br />
bancarrota. Houve <strong>de</strong>sespero total. E até suicídios. Muitos exportadores<br />
conceituados faliram. Os fracos foram os primeiros. Com o fracasso dos<br />
ma<strong>de</strong>ireiros, veio a miséria, a fome, a tristeza e a <strong>de</strong>sesperança dos<br />
<strong>de</strong>sempregados. E a <strong>de</strong>sgraça dos comerciantes. As serrarias falidas<br />
levaram <strong>de</strong> roldão muita gente que <strong>de</strong>pendia do comércio da ma<strong>de</strong>ira.<br />
Foi um salve-se-quem-pu<strong>de</strong>r. Um Deus nos acuda! Um “miserere” <strong>de</strong><br />
não acabar mais. A recuperação foi lenta. A ma<strong>de</strong>ira tinha que ser <strong>de</strong><br />
primeiríssima qualida<strong>de</strong>. Os importadores estrangeiros,<br />
<strong>de</strong>sconfiadíssimos, exigiam as mais sérias e convincentes garantias <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> e entrega no prazo. Os fiscais eram muito exigentes. Venceu-
se mais uma crise! Corriam os anos 1920”. ( OS BUCOVINOS NO<br />
BRASIL... E A HISTÓRIA DE RIO NEGRO, 2002 p 232, 233).<br />
SEMINARIO SERAPHICO SÃO LUÍS DE TOLOSA:<br />
O aumento das famílias dos colonizadores fez com que os mesmos necessitassem <strong>de</strong><br />
maior área <strong>de</strong> terrenos para os filhos que precisavam <strong>de</strong> espaço para o cultivo <strong>de</strong> alimentos,<br />
construção <strong>de</strong> casas, escolas e capelas. Alguns dos lugarejos mais próximos eram os do rio<br />
Passa Três e do Sítio dos Rauen, região que abrange a área on<strong>de</strong> hoje situa-se o bairro<br />
Seminário, e que inclui o atual Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa.<br />
Com a chegada dos Padres Franciscanos ao Sítio dos Rauen, em 1918, para a construção<br />
do Seminário Seráfico São Luís <strong>de</strong> Tolosa, a vida religiosa daquela comunida<strong>de</strong> evoluiu muito.<br />
As transações comerciais foram favorecidas. Os padres realmente trouxeram novo impulso aos<br />
negócios. Com a inauguração do Seminário, a belíssima capela foi franqueada aos serviços<br />
religiosos para a comunida<strong>de</strong> do Sítio (CELESTINO, 2002).<br />
Atualmente, parte <strong>de</strong>ssa área encontra-se <strong>de</strong>ntro da zona urbana do município, incluindo<br />
o Parque. Com a transferência da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> para a se<strong>de</strong> do antigo<br />
Seminário e com melhorias realizadas nas vias <strong>de</strong> acesso à mesma, a região ficou muito<br />
valorizada na área da construção imobiliária, havendo como conseqüência um aumento<br />
consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> loteamentos urbanos no entorno do PMSLT.<br />
2.3.2 Sítios Paleontológicos:<br />
Pirambeira:<br />
Localizada na margem direita do rio <strong>Negro</strong>, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. Aqui o meio da<br />
formação Mafra (Grupo Itararé) é bem exposto, mostrando diamictitos e varvitos. Junto aos<br />
varvitos é fácil reconhecer alguns seixos caídos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequenos até gran<strong>de</strong>s blocos. São<br />
interpretados como seixos transportados por gelo durante os estágios finais da glaciação do<br />
Paleozóico Superior.<br />
Pedreira
A pedreira <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> está localizada em uma região <strong>de</strong>ntro do Parque Esportivo<br />
<strong>Municipal</strong> Maximiano Pfeffer, que fará parte da Zona <strong>de</strong> Amortecimento do PMSLT. Aqui<br />
facilmente são encontrados lindos icnofósseis <strong>de</strong> invertebrados, como marcas <strong>de</strong> locomoção. No<br />
topo do afloramento po<strong>de</strong>-se observar um siltito escuro. Ele foi provavelmente <strong>de</strong>positado em<br />
um ambiente marinho costeiro muito gelado.<br />
Existe a intenção <strong>de</strong> se fazer um circuito ecológico-científico com escolares e<br />
acadêmicos, via agendamento e com a parceria do Centro <strong>de</strong> Paleontologia (CENPÁLEO) da<br />
Universida<strong>de</strong> do Contestado – campus Mafra, SC, a fim <strong>de</strong> percorrer as áreas <strong>de</strong> mata ciliar e<br />
sítios paleontológicos da pirambeira e da pedreira, finalizando com visita às trilhas da Unida<strong>de</strong>.<br />
mapa<br />
2.3.3 Manifestações Culturais Regionais<br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> conta com vários grupos culturais das várias etnias que colonizaram a região.<br />
As manifestações culturais e artesanato <strong>de</strong>senvolvidos no município, e as respectivas comidas<br />
típicas estão <strong>de</strong>scritas a seguir. São ativida<strong>de</strong>s que propiciam um aumento <strong>de</strong> visitantes na<br />
cida<strong>de</strong>, bem como <strong>de</strong> renda para os munícipes, em algumas épocas do ano tendo como<br />
consequência, um relativo aumento na visitação do Parque.<br />
Manifestações Culturais:<br />
Grupos <strong>de</strong> Música e Dança:<br />
Banda <strong>Municipal</strong> do Col. Estadual Pres. Caetano Munhoz da Rocha;<br />
Coral <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />
Coral Serafins Anna Zornig;<br />
Associações Civis Culturais (inclusive mantenedoras <strong>de</strong> bandas, corais, grupos <strong>de</strong><br />
dança, etc.);<br />
Socieda<strong>de</strong> Cultural, Histórica e Científica <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />
Clube dos Tropeiros <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />
Associação Alemã Bucovina <strong>de</strong> Cultura;<br />
Associação <strong>de</strong> Italianos <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e Mafra;<br />
Associação Brasileira alemã Trier.
Artesanato:<br />
Associação <strong>de</strong> Artesãos <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> – ASSOARTE:<br />
A loja <strong>de</strong> artesanato da associação está localizada no PMSLT, e surpreen<strong>de</strong> pela<br />
qualida<strong>de</strong>, varieda<strong>de</strong> e beleza dos seus produtos. É consi<strong>de</strong>rada como uma das melhores<br />
associações <strong>de</strong> artesanato do Paraná. Inclui <strong>de</strong>ntre seus produtos o Jogo <strong>de</strong> Xadrez em Palha <strong>de</strong><br />
Milho usado pelo Governo do Estado como Artesanato Oficial do Estado do Paraná. Os<br />
principais produtos vendidos são: arranjos em palha <strong>de</strong> milho, estopa, flores, sementes, papel;<br />
trabalhos em fios, ma<strong>de</strong>ira, bambu e conchas; bijuterias, biscuit, bordados, geléias, bolachas e<br />
doces <strong>de</strong> mel.<br />
Gastronomia Típica:<br />
Existem diversos pratos típicos originários da cultura das etnias que colonizaram a<br />
região. Com predominância da gastronomia polonesa, alemã, bucovina, italiana e tropeira.<br />
Alguns pratos são oferecidos somente por ocasião <strong>de</strong> festas <strong>de</strong> casamentos, <strong>de</strong> igreja, ou em<br />
ocasiões especiais.<br />
Bucovina: haluschke; mamaliga (salgado); mamalai (doce) e stru<strong>de</strong>l.<br />
Alemã: café colonial (chucrute, stru<strong>de</strong>l, ziminog, chorizo, etc);<br />
Italiana: macarrão caseiro, polenta e frango.<br />
Plonesa: pirogue.<br />
Tropeira: feijão tropeiro; quirera com carne <strong>de</strong> porco; arroz <strong>de</strong> carreteiro.<br />
Bebidas: vinho <strong>de</strong> laranja; cerveja caseira; melado <strong>de</strong> cana; gengibirra; babka.<br />
aipim.<br />
Diversos: doces <strong>de</strong> frutas; passas <strong>de</strong> frutas secas; broa <strong>de</strong> centeio; broa <strong>de</strong> batata; broa <strong>de</strong><br />
2.4 Uso da ocupação da terra e problemas ambientais <strong>de</strong>correntes<br />
A ocupação da região on<strong>de</strong> hoje localiza-se o município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> começou no<br />
início do século XIX, com a passagem dos tropeiros pela Estrada da Mata, que conduziam o<br />
gado do <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Sul até São Paulo.
Os imigrantes alemães e poloneses chegaram pouco <strong>de</strong>pois iniciando o cultivo da<br />
agricultura, sem prática <strong>de</strong> conservação do solo. Criaram gado, construíram moinhos <strong>de</strong> trigo,<br />
engenhos <strong>de</strong> erva-mate e serrarias, extraindo da floresta as ma<strong>de</strong>iras consi<strong>de</strong>radas nobres.<br />
O empobrecimento do solo, aliado às políticas econômicas e sociais do Governo<br />
Fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong>sfavorável para a agricultura, proporcionou gran<strong>de</strong> esvaziamento populacional do<br />
meio rural , havendo a contração fundiária e a urbanização da população. A se<strong>de</strong> do município,<br />
por sua vez experimentou um novo surto <strong>de</strong> crescimento, com a expansão da área urbana e<br />
industrial, com a geração <strong>de</strong> novos empregos. Instalou-se nesse período gran<strong>de</strong>s áreas <strong>de</strong><br />
reflorestamento com objetivo <strong>de</strong> fornecer matéria prima para fabricação <strong>de</strong> papel e indústria<br />
moveleira ( PROJETO FLORESTAL E AMBIENTAL MUNICIPAL, 2001). A agricultura<br />
sobreviveu no período <strong>de</strong> crescimento da área urbana e industrial e chegou até hoje a partir da<br />
entrada da indústria fumageira. Esta nova ativida<strong>de</strong> trouxe uma fonte <strong>de</strong> renda para as<br />
proprieda<strong>de</strong>s rurais, porém como o fumo é curado em estufas, a lenha passou a ser muito<br />
consumida. A princípio houve um <strong>de</strong>smatamento indiscriminado à procura <strong>de</strong> lenha. Com a<br />
escassez <strong>de</strong>sta houve um incentivo por parte das Empresas Fumageiras e Órgãos<br />
Governamentais para o reflorestamento energético, para suprir a <strong>de</strong>manda e evitar novos<br />
impactos às matas nativas do município (PROJETO FLORESTAL E AMBIENTAL<br />
MUNICIPAL, 2001).<br />
Agricultura<br />
A agricultura tem como base a produção <strong>de</strong> fumo, milho, feijão, batata salsa e<br />
reflorestamento <strong>de</strong> pinus.<br />
Na pecuária, os principais há são aves, bovinos, suínos e mel; sendo que a avicultura está<br />
em franco <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
A tabela 1 mostra o uso atual das terras no município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.<br />
TABELA 1 – UTILIZAÇÃO DAS TERRAS NO MUNICÍPIO DE RIO NEGRO<br />
Utilização<br />
Área (há)<br />
Culturas anuais 9203<br />
Culturas permanentes 211
Pastagem formada 2052<br />
Pastagem nativa 9786<br />
Reflorestamento 11915<br />
Pinus 12877<br />
Eucalipto 250<br />
Araucária 313<br />
Erva mate 230<br />
Matas nativas 17954<br />
Áreas inaproveitáveis 5750<br />
Áreas inaproveitadas 9010<br />
Total da área rural 56660<br />
Área urbana 2850<br />
Área total 59510<br />
Fonte: Emater PR Dados estimados EM 1996 (ATUALIZAR)<br />
A tabela II mostra o <strong>de</strong>senvolvimento da pecuária no município.<br />
Tabela II – PECUÁRIA<br />
Discriminação Quantida<strong>de</strong><br />
(cab) 2003<br />
Quantida<strong>de</strong><br />
(cab) 2004<br />
Discriminação Quantida<strong>de</strong><br />
(cab) 2003<br />
Quantida<strong>de</strong><br />
(cab) 2004<br />
Bovinos 4343 4834 Eqüinos 1742 1742<br />
Porcas cria<strong>de</strong>iras 1104 1104 Caprinos 309 930<br />
Outros porcos e<br />
37007 21000 Ovinos 3919<br />
porcas<br />
2800<br />
Galinhas Caipira 77933 34800 Galos, frangas,<br />
2017400 2235000<br />
frangos e pintos<br />
TOTAL 120387 61738 TOTAL 2023370 2240472<br />
Fonte: IBGE, 2004<br />
Discriminação<br />
Quantida<strong>de</strong><br />
2003<br />
Quantida<strong>de</strong><br />
2004<br />
Preço<br />
Médi<br />
o<br />
2003<br />
Preço<br />
Médio<br />
2004<br />
Vacas or<strong>de</strong>nhadas (cabeça) 1.259 600<br />
Leite produzido (litro) 2.039.428 900.000 0,24 0,45<br />
Ovos <strong>de</strong> galinha (dúzias) 813.711 250.000 0,85 0,80<br />
Ovinos tosquiados (cabeça) 2.292 2.000<br />
Lã Bruta (Kg) 9.512 5.000 2,50 3,50<br />
Mel (Kg) 29.121 21.000 3,50 4,00<br />
Fonte: IBGE, 2004
Indústria<br />
Atualmente a indústria <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> acha-se em fase <strong>de</strong> diversificação, sendo as<br />
principais ativida<strong>de</strong>s: preparação <strong>de</strong> fumo, a confecção <strong>de</strong> roupas, bolsas térmicas, fabricação <strong>de</strong><br />
móveis <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, beneficiamento da ma<strong>de</strong>ira, beneficiamento <strong>de</strong> couros e peles, fabricação <strong>de</strong><br />
produtos químicos inorgânicos, fabricação <strong>de</strong> calçados, acessórios profissionais para segurança<br />
no trabalho, equipamentos para aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> ginástica, poliuretano expandindo e peças em<br />
plástico e fibra <strong>de</strong> vidro para linha automotiva. ( Diagnóstico do Potencial Turístico <strong>de</strong> <strong>Rio</strong><br />
<strong>Negro</strong>, 2001).<br />
Comércio<br />
A nível <strong>de</strong> comércio, o Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, <strong>de</strong>vido à sua posição geográfica e um<br />
entroncamento rodoferroviário privilegiado, que agiliza a aquisição e distribuição <strong>de</strong> produtos<br />
primários e industrializados, vem se <strong>de</strong>senvolvendo com expressivida<strong>de</strong> no ramo <strong>de</strong> atacado,<br />
com <strong>de</strong>staque para a comercialização <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> primeira necessida<strong>de</strong> e componentes para a<br />
indústria <strong>de</strong> móveis.( DIAGNÓSTICO DO POTENCIAL TURÍSTICO DE RIO NEGRO,<br />
2003).<br />
A ação do homem sobre o meio ambiente ocorreu <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada e imediatista, e<br />
foi a principal causa dos problemas ambientais existentes hoje, com a eliminação parcial da<br />
exuberante floresta com araucária, que cobria praticamente toda a extensão do município.<br />
Como principais problemas ambientais do município têm-se:<br />
- falta <strong>de</strong> mata ciliar em quase todos os rios, córregos e nascentes;<br />
- <strong>de</strong>gradação do solo com eliminação do horizonte A;<br />
- uso indiscriminado <strong>de</strong> agrotóxicos;
- uso <strong>de</strong> nascentes e córregos para abastecimento <strong>de</strong> pulverizadores sem cuidado<br />
<strong>de</strong> contaminação das águas;<br />
- falta <strong>de</strong> consciência conservacionista por parte da população;<br />
- uso do rio negro como <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lixo pela comunida<strong>de</strong>;<br />
- ocorrência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, públicas ou particulares;<br />
- disposição incorreta <strong>de</strong> resíduos às margens <strong>de</strong> estradas e terrenos baldios, pela<br />
comunida<strong>de</strong>;<br />
- disposição <strong>de</strong> resíduos industriais <strong>de</strong> forma incorreta;<br />
- caça, pesca e corte <strong>de</strong> vegetação <strong>de</strong> forma ilegal;<br />
- carência <strong>de</strong> estudos e pesquisas da fauna e flora locais.<br />
Fonte: Projeto Florestal e Ambiental , versão 2001.<br />
Efeitos negativos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s no entorno sobre a UC:<br />
O rio Passa-Três nasce na localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Poço Bonito, <strong>de</strong>ntro do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.<br />
Daquela localida<strong>de</strong> até as proximida<strong>de</strong>s do Parque , à montante, não se tem um<br />
acompanhamento sobre os efeitos negativos com relação a pesticidas, esgotos ou outra fonte <strong>de</strong><br />
poluição e contaminação, que certamente existem. Porém, sabe-se que na extensão que abrange<br />
o Parque e seu entorno direto não vem sendo observados sintomas <strong>de</strong> contaminação. É um rio<br />
que ao menos nessa porção conta com a presença <strong>de</strong> animais indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
ambiental, como a Lontra longicaudis (lontra).<br />
Próximo à mata ciliar <strong>de</strong>sse rio, existe atualmente um curtume, cuja transferência para<br />
um local mais apropriado e com a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> efluentes está sendo<br />
provi<strong>de</strong>nciado.<br />
Na comunida<strong>de</strong> do entorno, no bairro <strong>de</strong>nominado Estação Nova, observa-se com<br />
freqüência <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> resíduos sólidos, inclusive com queima <strong>de</strong>sses resíduos por parte da<br />
população. O próprio rio <strong>Negro</strong> é utilizado por alguns munícipes como <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lixo.<br />
É necessário que se <strong>de</strong>senvolva um trabalho <strong>de</strong> conscientização com as proprieda<strong>de</strong>s que<br />
farão parte da ZA do Parque , pois sabe-se que várias atitu<strong>de</strong>s ilegais, como corte seletivo <strong>de</strong><br />
ma<strong>de</strong>ira e <strong>de</strong>struição da mata ciliar <strong>de</strong> pequenos córregos que <strong>de</strong>ságuam no rio Passa-Três estão<br />
ocorrendo, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinar mais espaço para o gado.
.<br />
2.5 Características da população<br />
POPULAÇÃO<br />
Segundo o IBGE/2000, a população atual é <strong>de</strong> <strong>de</strong> 28.710 habitantes, sendo 22.460<br />
resi<strong>de</strong>ntes na zona urbana e 6.250 na zona rural.<br />
População resi<strong>de</strong>nte, por sexo e situação <strong>de</strong> domicilio, população resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> 10 anos ou mais<br />
<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, total, alfabetizada e taxa <strong>de</strong> alfabetização<br />
População resi<strong>de</strong>nte, sexo e situação do domicilio População resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> 10 anos ou mais<br />
<strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />
MUNICIPIOS<br />
Alfabetização<br />
Total Homens Mulheres Urbano Rural Total Alfabetizados<br />
(%)<br />
RIO NEGRO 28710 14256 14454 22460 6250 23171 22112 95,4<br />
FAIXA ETÁRIA<br />
MUNICIPIO POPULAÇÃO<br />
00 A 04 05 A<br />
60<br />
10 A 20 A 30 A 40 A<br />
50 A 59 OU<br />
09 19 29 39 49<br />
+<br />
RIO NEGRO 28.710 2750 2789 5874 5191 4215 3285 2139 246<br />
POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA<br />
(RIO NEGRO)<br />
HOMENS 7.877 MULHERES 4.70<br />
7<br />
7<br />
No que diz respeito ao potencial para <strong>de</strong>senvolvimento da Educação Ambiental na Unida<strong>de</strong><br />
com a população do município, em relação às diferentes faixas etárias, po<strong>de</strong>-se dizer que o<br />
maior público encontra-se na faixa <strong>de</strong> 10 a 19 anos, seguida <strong>de</strong> um público na faixa <strong>de</strong> 05 a 09<br />
anos. Estas faixas etárias correspon<strong>de</strong>m a crianças e jovens estudantes que participam das<br />
ativida<strong>de</strong>s ambientais oferecidas pelo CACB, <strong>de</strong>ntro do Parque. Dentro <strong>de</strong>ssas duas faixas, po<strong>de</strong><br />
–se dizer que o maior potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da Educação Ambiental está entre 9 e 14<br />
anos. Com relação à comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno, realiza-se um trabalho anual <strong>de</strong> educação
ambiental (<strong>de</strong>scrito no item 3.7.1 – conscientização ambiental) com crianças na faixa etária <strong>de</strong> 9<br />
e 11 anos.<br />
Indivíduos correspon<strong>de</strong>ntes às faixas entre 20 a 50 são menos favorecidos em relação aos<br />
trabalhos educativos no que diz respeito a ativida<strong>de</strong>s interpretativas e <strong>de</strong> recreação. Porém, é a<br />
faixa mais representativa nos cursos oferecidos pelo CACB. Acima <strong>de</strong> 60 anos, <strong>de</strong>vido ao fato<br />
<strong>de</strong> muitas pessoas nessa ida<strong>de</strong> participarem <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> terceira ida<strong>de</strong>, são mais representativos<br />
nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interpretação <strong>de</strong> trilhas.<br />
Percebe-se que po<strong>de</strong> ser realizado um trabalho mais intensivo <strong>de</strong> educação ambiental com<br />
jovens e adultos, pois é justamente nessas faixas etárias que se tem maior número <strong>de</strong> visitação<br />
com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lazer no Parque, assim como também é nessa faixa etária que se observa os<br />
maiores problemas com relação a aos maus hábitos <strong>de</strong> conservação do ambiente e vandalismo.<br />
Índice <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano <strong>Municipal</strong> (IDH-M) 2000<br />
Esperança<br />
<strong>de</strong> vida<br />
ao nascer<br />
Taxa <strong>de</strong><br />
alfabetização<br />
<strong>de</strong> adultos<br />
Taxa bruta<br />
<strong>de</strong><br />
frequência<br />
escolar<br />
Renda<br />
per<br />
capita<br />
Índice <strong>de</strong><br />
esperança<br />
<strong>de</strong> vida<br />
(IDHM-L)<br />
Índice <strong>de</strong><br />
educação<br />
(IDHM-E)<br />
Índice <strong>de</strong><br />
PIB<br />
(IDHM-R)<br />
Índice <strong>de</strong><br />
Desenv.<br />
Humano<br />
<strong>Municipal</strong><br />
(IDH-M)<br />
Ranking<br />
por UF<br />
Ranking<br />
Nacional<br />
73,258 0,949 0,779 268,695 0,804 0,892 0,706 0,801 21 542<br />
EDUCAÇÃO<br />
O município conta com 18 estabelecimentos <strong>de</strong> Educação infantil e 8 <strong>de</strong> Ensino<br />
Fundamental e Médio, com um corpo docente <strong>de</strong> 216 professores na Educação Infantil e 217 no<br />
Ensino Fundamental e Médio. Possui um total <strong>de</strong> 3.337 alunos na Educação Infantil e 3641<br />
aluns no Ensino Fundamental e Médio, em um total <strong>de</strong> 6978 alunos na re<strong>de</strong> escolar. A<br />
porcentagem <strong>de</strong> analfabetos é <strong>de</strong> 5%,não há crianças mantidas fora da escola <strong>de</strong>ntro dos dados<br />
estatísticos.<br />
A escolas participam <strong>de</strong> Conferências municipais e estaduais <strong>de</strong> meio ambiente e<br />
<strong>de</strong>senvolvem projetos <strong>de</strong> educação ambiental. Também participam do Projeto Ecovigilantes,
<strong>de</strong>stinado a estudantes do ensino fundamental até a 4º fase que são responsáveis pelas ativida<strong>de</strong>s<br />
ambientais <strong>de</strong>ntro da escola. O professores recebem capacitação anual sobre temas na área<br />
através do Programa Agrinho, <strong>de</strong>senvolvido pelo SENAR/PR.<br />
ESGOTO<br />
A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> esgoto, segundo a SANEPAR, totaliza 66.104m, ou seja, 57% <strong>de</strong><br />
ligações, aproximadamente 2.300 domicílios. Do Convênio iniciado em 1998 a meta é atingir<br />
80% nos próximos anos.<br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> possui no bairro da Estação Nova a Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgoto - cujo<br />
mo<strong>de</strong>lo é RALF (Reator Anaeróbio <strong>de</strong> Lodo Fluidizado) - que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tratado, separa a parte<br />
líquida (<strong>de</strong>positada no rio Passa Três) da sólida (usada pelo Horto Florestal <strong>Municipal</strong> como<br />
adubo orgânico). Atualmente, o volume tratado é aproximadamente 26.085m 3 mês.<br />
A zona rural do município possui nas proprieda<strong>de</strong>s sistema <strong>de</strong> fossas e sumidouros. O<br />
sistema RALF chega somente até o Parque. Algumas proprieda<strong>de</strong>s do entorno fizeram<br />
canalização do esgoto diretamente até os arroios próximos às proprieda<strong>de</strong>s, clan<strong>de</strong>stinamente.<br />
Suspeita-se que o mesmo possa estar ocorrendo nos arroios que <strong>de</strong>ságuam no Passa-Três, mas<br />
<strong>de</strong>vem ser feitos estudos para que se confirme esta hipótese.<br />
Existem registros <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> diarreia entre a população, em especial da zona rural como<br />
um todo,incluindo o entorno do Parque, porém, faltam dados para se afirmar que seja<br />
proveniente do contato com a água <strong>de</strong> esgotos. Faltam estudos também nessa área. Há suspeitas<br />
<strong>de</strong> casos <strong>de</strong> hepatite mas não confirmadas.<br />
ATERRO SANITÁRIO<br />
O Aterro Sanitário está localizado na zona rural, a 16 km da se<strong>de</strong> do município. O<br />
imóvel é <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>, com área <strong>de</strong> 5,2 ha distribuídos da seguinte<br />
forma: a) área útil <strong>de</strong>stinada para o aterro (aproximadamente 3,7 ha), b) área <strong>de</strong> preservação<br />
(aproximadamente 1,5 ha). O aterro possui um equipamento para a realização das operações <strong>de</strong><br />
compactação e cobertura do material, sendo um rolo compactador com lâmina. O volume <strong>de</strong><br />
material pelo aterro é <strong>de</strong> aproximadamente 20.000 (vinte mil) quilos dia.
POPULAÇÕES FLUTUANTES:<br />
O fluxo mais significativo em relação a visitantes no município acontece anualmente<br />
durante três dias do mês <strong>de</strong> julho, quando acontece o Seminário <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> <strong>Rio</strong><br />
<strong>Negro</strong>/Congresso Interestadual <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> aten<strong>de</strong>ndo cerca <strong>de</strong> 1400<br />
profissionais da área provenientes <strong>de</strong> vários municípios e estados.<br />
ASPECTOS FUNDIÁRIOS<br />
As terras on<strong>de</strong> situa-se o PMSLT pertencem à <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>. As proprieda<strong>de</strong>s<br />
vizinhas possuem, por parte <strong>de</strong> seus proprietários, a documentação legalmente exigida. A<br />
proprieda<strong>de</strong> que se localiza em área <strong>de</strong> preservação permanente, ao lado da estrada <strong>de</strong> acesso ao<br />
Parque será incluída na ZA do mesmo. Os proprietários das terras do entorno do PMSLT<br />
ten<strong>de</strong>m a mantê-las para fins agrícolas. Talvez, as mais próximas da se<strong>de</strong> sofram especulação<br />
imobiliária e há a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se manter contato com os respectivos proprietários para que se<br />
utilize as terras <strong>de</strong> forma harmônica com os objetivos da conservação da natureza.<br />
2.6 Visão das comunida<strong>de</strong>s sobre a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />
Os alemães, bucovinos e poloneses trouxeram consigo a tradição <strong>de</strong> cultuar a fé e a<br />
religião, especialmente a católica. Com a vinda dos franciscanos para <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, toda a<br />
comunida<strong>de</strong> se integrou com as tradições dos freis, que acabaram criando profundas raízes na<br />
região e fazendo brotar nos munícipes um profundo saudosismo quando os mesmos foram<br />
transferidos para o Seminário <strong>de</strong> Agudos, SP. Este saudosismo se justifica pelo legado<br />
religioso, histórico e cultural que a Or<strong>de</strong>m Franciscana <strong>de</strong>ixou através da sua magnífica se<strong>de</strong>,<br />
capela, área florestada, fotografias, artigos e tradições.<br />
Após os 30 anos <strong>de</strong> abandono do imóvel, a gran<strong>de</strong> maioria da população mostrou-se<br />
satisfeita com a restauração <strong>de</strong> todo o patrimônio e com o Decreto que transformou a área em<br />
Parque <strong>Municipal</strong>, reabrindo o local para visitação. A comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma maneira geral
espeita e ajuda a conservar o patrimônio natural, por estar ciente <strong>de</strong> que esta é uma das poucas<br />
áreas ver<strong>de</strong>s acessíveis aos munícipes.<br />
Uma polêmica foi gerada em torno da mudança da prefeitura municipal para a se<strong>de</strong> do<br />
antigo seminário. Esta <strong>de</strong>cisão foi tomada após inúmeras pesquisas sobre a melhor opção para<br />
o uso do prédio. Não havendo na época melhor opção, e com o apoio do IAP, transferiu-se a<br />
prefeitura para este local. Isso gerou indignação por parte da população, por pensar que a<br />
distância até a prefeitura é muito longa. Atualmente, percebe-se que número <strong>de</strong> reclamações é<br />
bem menor, mas vários contribuintes ainda se encontram indignados.<br />
Para facilitar o acesso, foi criada uma linha <strong>de</strong> ônibus circular especial que parte do<br />
centro da cida<strong>de</strong> até a prefeitura, em vários horários durante todo o dia.<br />
Quanto à comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno, a viabilização do Parque e <strong>Prefeitura</strong> na área do antigo<br />
Seminário foi bem aceita. Porém, a comunida<strong>de</strong> do Sítio dos Rauen sentiu-se prejudicada em<br />
relação às restrições quanto ao uso da área para missas, cultos e outras celebrações, uma vez<br />
que com a restauração da capela foram impostas para esta comunida<strong>de</strong> em especial várias<br />
normas, bastante restritivas, e que não agradaram. Ainda hoje não foi resolvido o problema <strong>de</strong><br />
forma <strong>de</strong>finitiva, pois a comunida<strong>de</strong>, que requer da prefeitura um novo local para as<br />
celebrações, insiste em utilizar tanto a área da capela como o entorno da mesma para<br />
comemorações relativas aos dias santificados da igreja, inclusive, soltando fogos <strong>de</strong>ntro da área<br />
do Parque que faz parte do entorno da capela.<br />
A comunida<strong>de</strong> local, em geral, vê no Parque um excelente ponto <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong><br />
contemplação da natureza.<br />
Não há uma preocupação em torno <strong>de</strong> uma maior participação da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da<br />
Unida<strong>de</strong>, em relação a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ganhos como artesanato, por exemplo. Há a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> envolver essas comunida<strong>de</strong>s nesse processo, uma vez que já existe uma associação <strong>de</strong><br />
artesãos e está bem organizada. Essa importância se justifica até mesmo pela baixa renda <strong>de</strong><br />
uma das comunida<strong>de</strong>s situadas no entorno direto do Parque, <strong>de</strong>ntro do bairro Estação Nova.<br />
Nessa região, a prática <strong>de</strong> caça para venda <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> animais silvestres é comum até como<br />
fonte alternativa <strong>de</strong> renda. É necessário que se mu<strong>de</strong> esta visão, e uma das formas é oferecer<br />
ouras alternativas <strong>de</strong> renda, e nos casos em que a prática <strong>de</strong> caça é realizada como esporte,<br />
intensificar tanto a fiscalização como o <strong>de</strong>senvolvimento da educação ambiental.<br />
. O serviço <strong>de</strong> guiagem é realizado pelo Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas Interpretativas<br />
do Parque, composto por jovens estudantes do município, que são selecionados e capacitados
para <strong>de</strong>senvolver trabalhos <strong>de</strong> guiagem e educação ambiental, recebendo gorjetas, vale<br />
transporte e alimentação.<br />
Serviços <strong>de</strong> hospedagem são realizados por conta dos hotéis já existentes na região. Está<br />
sendo viabilizada a criação e oferta <strong>de</strong> mais hospedarias e pousadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto<br />
maior <strong>de</strong> turismo, que é a viabilização da Rota dos Tropeiros. O turista que optar pela rota dos<br />
tropeiros <strong>de</strong>verá permanecer mais que um dia na região, necessitando <strong>de</strong> hospedagem e tendo<br />
ainda, como mais uma opção <strong>de</strong> visita, o PMSLT.<br />
No que diz respeito ao Parque em si, o turista que o visita tem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nele<br />
permanecer o dia todo, porém, pelo tamanho reduzido do mesmo e pelos cuidados ambientais<br />
que se <strong>de</strong>ve ter em função disso, não se faz conveniente que fique mais do que esse tempo.<br />
Pesquisas <strong>de</strong> opinião são realizadas periodicamente, para se fazer uma análise da<br />
satisfação do visitante, que será <strong>de</strong>scrita a seguir. Porém falta implementar uma pesquisa que<br />
abranja as questões ambientais visando concluir se o visitante está saindo do Parque com<br />
valores ecológicos, sociais e até mesmo espirituais agregados à sua experiência.<br />
Os resultados da última pesquisa <strong>de</strong> opinião, realizado <strong>de</strong> janeiro a junho <strong>de</strong> 2004, estão<br />
apresentados nos ANEXOS <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo.<br />
2.7 Alternativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico sustentável<br />
A seguir, serão apresentados ativida<strong>de</strong>s com o objetivo <strong>de</strong> se chegar o mais próximo<br />
possível do <strong>de</strong>senvolvimento econômico sustentável realizadas na região.<br />
Mel: Atualmente, os produtores utilizam o gênero Apis, para a produção <strong>de</strong> mel. Espera<br />
– se incentivar, através <strong>de</strong> cursos e orientações, a produção utilizando-se espécies nativas,<br />
aproveitando o banco genético existente <strong>de</strong>ntro do Parque.<br />
Fruticultura;<br />
Agricultura orgânica;<br />
Implantação <strong>de</strong> sistemas agroflorestais e silvipastoris;<br />
Artesanato: em ma<strong>de</strong>ira, lã <strong>de</strong> carneiro(tear manual).<br />
Festas, turismo e feiras:<br />
Parque Esportivo <strong>Municipal</strong> Maximiano Pfeffer
Área municipal que abriga o Moto Clube <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, Kart Clube <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e se<strong>de</strong> do<br />
Clube dos Tropeiros “Estrada da Mata” – <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> é a porta <strong>de</strong> entrada da rota dos tropeiros<br />
no Paraná.<br />
Possui pistas para provas <strong>de</strong> motocross, velocross e kart, com estrutura completa para<br />
atendimento em eventos.<br />
Uma excelente opção para visitantes que <strong>de</strong>sejam um local <strong>de</strong> visitação on<strong>de</strong> se possa ter<br />
quiosques, churrasqueiras. Até por ser uma área contínua à do Parque, <strong>de</strong>ve-se concentrar<br />
esforços a fim <strong>de</strong> oferecer esta opção em conjunto com as visitas ao Parque e à pedreira (turismo<br />
científico), aumentando a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> turismo na região, <strong>de</strong> forma organizada.<br />
Clube Ecológico “Arpão sem Rumo”<br />
Clube aliado às causas ambientais e campeonatos <strong>de</strong> Pesca Esportiva.<br />
Principais Eventos<br />
Feira <strong>de</strong> Artesanato <strong>de</strong> Páscoa: final <strong>de</strong> semana anterior à Páscoa<br />
Festa do Padroeiro Senhor Bom Jesus da Coluna: principal e mais tradicional festa do<br />
município. Realizada no dia 6 <strong>de</strong> agosto, dia do padroeiro, feriado municipal.<br />
Bucovina Fest: no mês <strong>de</strong> julho<br />
Festa do tropeiro: setembro<br />
Aniversário <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>: 15 <strong>de</strong> novembro<br />
Festa Feira <strong>de</strong> Artesanato “<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>” – Praça João Pessoa: Novembro<br />
Feira <strong>de</strong> Artesanato <strong>de</strong> Natal – Praça João Pessoa: Novembro<br />
2.8 Legislação fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal pertinente<br />
Para elaboração e posterior implantação <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo, está sendo consi<strong>de</strong>rada<br />
a seguinte legislação:<br />
Lei nº 9985, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, que institui o Sistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
Conservação da Natureza;<br />
Lei <strong>de</strong> Crimes Ambientais – Lei nº 9.605 <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1998;
Art. 2º da Lei 9.491/90 (ICMs Ecológico);<br />
Lei nº 4.771, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1965, que Institui o novo Código Florestal;<br />
Lei <strong>Municipal</strong> nº 912 <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1995, que institui o Plano Diretor <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento urbano do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />
Lei Complementar nº 917/95, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1995, que dispõe sobre o<br />
Zoneamento, o Uso e a Ocupação do Solo no perímetro urbano da se<strong>de</strong> do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong><br />
<strong>Negro</strong> e dá outras providências.<br />
A elaboração <strong>de</strong>ste plano <strong>de</strong> manejo teve como embasamento as Leis sitadas acima, com<br />
o objetivo <strong>de</strong> fazer valer as normas e medidas propostas para o PMSLT <strong>de</strong> acordo com essas<br />
Leis, e fortalecendo-as, uma vez que o plano <strong>de</strong> manejo é um documento importante e soberano<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação.<br />
2.9 Potencial <strong>de</strong> apoio à unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação<br />
A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> é atendida pela TELESC (Telecomunicações <strong>de</strong> Santa Catarina<br />
S.). Segundo dados da TELESC, existem aproximadamente 6.500 assinantes <strong>de</strong> linha telefônica<br />
convencional e 4.500 linhas com telefonia celular, em sua maioria, moradores da área central e<br />
do distrito industrial. Existem 75 telefones públicos espalhados pela área urbana.<br />
Possui central telefônica exclusiva para a Área Industrial (prefixo 645) , com 3.164<br />
assinantes atualmente e garantia com fibra óptica para empresas e instalação imediata. Também<br />
possui Central Telefônica Digital, Telefone Celular a pronta entrega e Serviço <strong>de</strong> Comunicação<br />
<strong>de</strong> Dados.<br />
Energia Elétrica<br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> é atendida pela CELESC (Centrais Elétricas <strong>de</strong> Santa Catarina S. A.), com<br />
seu escritório localizado na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mafra.<br />
Segundo levantamento realizado, a área urbana está plenamente atendida, com 98% <strong>de</strong><br />
proprieda<strong>de</strong>s beneficiadas e na área rural l 95% <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s atendidas.<br />
Possui disponibilida<strong>de</strong> atual para ligação imediata <strong>de</strong> 4.200KW (quatro mil duzentos<br />
quilowatts) e iniciando a implantação <strong>de</strong> uma subestação <strong>de</strong> distribuição, no Bairro Industrial
disponibilizando mais 9.000KW (nove mil quilowatts).Com relação ao fornecimento e<br />
ampliação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia elétrica, consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>manda e ritmo <strong>de</strong> crescimento anual<br />
verificado, a CELESC está instrumentada para manter o atual nível <strong>de</strong> eficiência nos próximos<br />
<strong>de</strong>z anos.<br />
Comunicação<br />
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS<br />
I - En<strong>de</strong>reço: Pça. Sargento Max Wolf Filho nº 01 - Centro<br />
Telefone: 0xx (47) 642-4822<br />
Horário <strong>de</strong> atendimento: 8:00 às 17:00 horas<br />
II - En<strong>de</strong>reço: Juvenal Ferreira Pinto nº 2070 – Bairro Seminário (anexo a <strong>Prefeitura</strong><br />
<strong>Municipal</strong>)<br />
Telefone: 0xx (47) 642-3280 / ramal 257<br />
Horário <strong>de</strong> atendimento:<br />
Imprensa escrita<br />
Jornal Gazeta <strong>de</strong> <strong>Rio</strong>mafra<br />
Empresa Jornalística Gazeta <strong>de</strong> <strong>Rio</strong>mafra<br />
En<strong>de</strong>reço: Rua Marechal Floriano Peixoto, 1712 – Mafra/Santa Catarina<br />
Fone: 0xx47 642-1872<br />
E-mail: gazetarm@matrix.com.br<br />
Jornal Tribuna da Fronteira<br />
En<strong>de</strong>reço: Rua Gabriel Dequech, 220 – Mafra/Santa Catarina<br />
Fone: 0xx47 642-0772<br />
E-mail: tribuna@creativenet.com.br
Ainda circulam na cida<strong>de</strong> os seguintes jornais:<br />
• Jornal Informação<br />
• Jornal O Planalto<br />
• Gazeta do Povo<br />
• Estado do Paraná<br />
• A Notícia<br />
Entre outros<br />
Serviços <strong>de</strong> rádio difusão<br />
(rádios)<br />
• Rádio Difusora – AM<br />
En<strong>de</strong>reço: Rua Bom Jesus, 511 – Centro/ <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong><br />
Fone: 0xx(47) 642-4447<br />
• Rádio Nova Era – FM<br />
En<strong>de</strong>reço: Rua Tenente Ary Rauen, 1.361 – Alto <strong>de</strong> Mafra/ Mafra-SC<br />
Fone: 0xx(47) 642-3955<br />
• Rádio São José – AM<br />
En<strong>de</strong>reço: Rua Tenente Ary Rauen, 1361 – Alto <strong>de</strong> Mafra/Mafra – SC<br />
Fone: 0xx(47) 642 – 3955<br />
• Rádio Dimensão – FM (Lapa)<br />
• Rádio Pantera – FM (Canoinhas)<br />
• Rádio Clube - FM (Curitiba)<br />
Entre outras
Serviços <strong>de</strong> televisão<br />
localizada..<br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> está ligada a re<strong>de</strong> nacional, através das repetidoras <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> televisão,<br />
As principais re<strong>de</strong>s são as seguintes:<br />
• Re<strong>de</strong> Brasil Sul <strong>de</strong> Comunicação – RBS (Re<strong>de</strong> Globo);<br />
• Re<strong>de</strong> Paranaense <strong>de</strong> Comunicação – RPC (Re<strong>de</strong> Globo);<br />
• Grupo Paulo Pimentel – GPP (Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Comunicação – SBT);<br />
• Re<strong>de</strong> Santa Catarina/ Joinville (Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Comunicação - SBT);<br />
• Re<strong>de</strong> Ban<strong>de</strong>irantes;<br />
• Re<strong>de</strong> TV;<br />
• Re<strong>de</strong> Vida<br />
O município recebe sinais <strong>de</strong> TV também através <strong>de</strong> antenas parabólicas.<br />
Vias <strong>de</strong> transporte<br />
O sistema viário urbano tem 113 Km <strong>de</strong> extensão, sendo <strong>de</strong>stes, 32 Km <strong>de</strong> Vias com<br />
pavimentação asfáltica, 18 Km pavimentadas em poliedro, lajotas e paralelepípedos; o restante,<br />
63 km, com revestimento primário. As caixas são amplas, em média, 14m, exceção feita ao<br />
centro da cida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> esta dimensão reduz-se em alguns casos, para 12m.<br />
O sistema viário da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> apresenta uma tendência linear no sentido<br />
Norte - Sul, contido parcialmente entre o eixo viário fe<strong>de</strong>ral da BR -116. A malha urbana é do<br />
tipo xadrez, apresentando pouca integração à topografia nas áreas <strong>de</strong> encostas.<br />
O município dispõe e mantém uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> rodovias vicinais, revestidas em saibro, que<br />
permitem acesso às colônias e áreas <strong>de</strong> cultivo agrícola, sendo estas as melhores estradas entre<br />
os municípios da região Suleste do Paraná e do Planalto. Os acessos para o interior do município<br />
são feitos pelas seguintes estradas com prefixo:<br />
.MO – 001 – (antiga Estrada da Mata) na direção da Lapa;<br />
.MO - 002 – para Campo do Tenente;
.MO – 006 – para Antônio Olinto e São Mateus;<br />
.MO – 004 - para Piên e <strong>Rio</strong> Negrinho.<br />
Terminal rodoviário municipal “Prefeito Raul <strong>de</strong> Almeida”<br />
En<strong>de</strong>reço: Rua: 8 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro s/nº - Bairro Campo do Gado<br />
Telefone: 0xx47 643-6565<br />
Cida<strong>de</strong>s atendidas pela rodoviária<br />
• Curitiba<br />
• Lapa<br />
• Campo do Tenente<br />
• Quitandinha<br />
• Mandirituba<br />
• Areia Branca<br />
• Fazenda <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong><br />
• Papanduva*<br />
• Porto União*<br />
• São Bento do Sul*<br />
• Monte Castelo*<br />
• Santa Cecília*<br />
• Ponte Alta*<br />
• São Cristóvão do Sul*<br />
• Curitibanos*<br />
• Campos Novos*<br />
• Joaçaba*<br />
• Jaborã*<br />
• Concórdia*<br />
• Erechim*<br />
• São Paulo/ Compras*<br />
Linhas Especiais*
Empresas que operam na rodoviária<br />
• Empresa Reunidas S A Transportes Coletivos<br />
• Empresa <strong>Rio</strong>netur Transportes & Turismo<br />
• Empresa Lapeana<br />
• Transporte Guenze LTDA.<br />
• Viação Santa Clara<br />
Em 2002 a rodoviária aten<strong>de</strong>u 53.104 pessoas nas linhas intermunicipais<br />
11.968 pessoas nas linhas do interior<br />
Transportes coletivos<br />
Viação Santa Clara Ltda.<br />
Rua: Gustavo Friedrich, nº<br />
Bairro Vila Nova – Mafra/SC<br />
Telefone: 0xx47 642-0752<br />
Transporte ferroviário<br />
O transporte ferroviário que corta o perímetro urbano da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, com a<br />
privatização da Ferroeste passou a ser operada pela ALL – América Latina Logística fazendo<br />
parte da malha da antiga Ferroeste. É uma das principais estruturas viárias <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> carga<br />
entre o município e os gran<strong>de</strong>s centros metropolitanos; ligando-se aos Portos <strong>de</strong> Antonina,<br />
Paranaguá – Paraná, a 180 Km, e São Francisco do Sul – Santa Catarina na distância <strong>de</strong> 120<br />
Km, e cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Bauru/SP a Argentina.
Transporte aéreo<br />
Não há aeroporto em <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. O aeroporto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, mais próximo, localiza-se<br />
na área metropolitana <strong>de</strong> Curitiba. Há um aeroporto <strong>de</strong> pequeno porte em Mafra com pista em<br />
grama.<br />
Agências bancárias<br />
A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> conta hoje com os seguintes Estabelecimentos Bancários:<br />
. Banco Itaú<br />
. Banco do Brasil<br />
. Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral<br />
. Banco Meridional Santan<strong>de</strong>r<br />
O vizinho município <strong>de</strong> Mafra, separado <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> apenas pelo rio <strong>Negro</strong>, que corta<br />
o centro das duas cida<strong>de</strong>s, também oferece vários estabelecimentos bancários como: BESC,<br />
BRADESCO, HSBC.<br />
Apoio na área <strong>de</strong> meio ambiente<br />
Des<strong>de</strong> 20001 o PMSLT vem <strong>de</strong>senvolvendo parcerias com empresas, órgãos<br />
governamentais e programas ligados à área ambiental. Essas ações visam receber tanto apoio<br />
financeiro como atuar em conjunto nos projetos conservacionistas e educacionais. As parcerias<br />
<strong>de</strong>senvolvidas serão <strong>de</strong>scritas a seguir::<br />
Indústrias Químicas Cubatão: Indústria produtora <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> alumínio (alúmen).<br />
Opera <strong>de</strong> acordo com as normas ditadas pelos principais órgãos ambientais. Atualmente, a lama<br />
retida no final do processo <strong>de</strong> fabricação do sulfato <strong>de</strong> alumínio é comercializado para a<br />
industrialização <strong>de</strong> produtos cerâmicos. A Cubatão patrocina cursos na área ambiental,<br />
confecção <strong>de</strong> banners fotográficos para exposições e projetos <strong>de</strong> educação ambiental.
MADEM Indústria e Comércio <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>iras e Embalagens. Empresa que possui<br />
ISO 9000 E 14000. Os resíduos gerados pela empresa são enviados para outras empresas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>stinação final e <strong>de</strong> reciclagem. A parceria com a MADEM se dá nos projetos <strong>de</strong> educação<br />
ambiental do Parque e nas programações alusivas a datas ambientais comemorativas, através <strong>de</strong><br />
patrocínios e da participação juntamente com os funcionários nas programações.<br />
ASSOCIAÇÃO DOS FUMICULTORES DO BRASIL - AFUBRA: o Grupo <strong>de</strong><br />
Monitores <strong>de</strong> Trilhas do PMSLT participa da programação dos Encontros <strong>de</strong> Educação<br />
Ambiental realizados anualmente, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvintes e <strong>de</strong> palestrantes, divulgando<br />
através das palestras a importância da conservação do Parque e entorno, bem como as ativida<strong>de</strong>s<br />
ambientais realizadas por eles. Esses encontros estão sendo organizados através do Projeto<br />
Ver<strong>de</strong> é Vida em conjunto com a Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Educação. Além disso, quando<br />
solicitado, os monitores recebem sementes <strong>de</strong> plantas nativas doadas através do mesmo<br />
Projeto. Em parceria com o viveiro florestal municipal, são produzidas mudas das espécies<br />
nativas durante ativida<strong>de</strong>s oferecidas para as escolas da região. As mudas são produzidas pelos<br />
próprios alunos participantes <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s, com a orientação dos monitores e dos técnicos<br />
do viveiro.<br />
RECIBRÁS, empresa <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong> plásticos. Apoia promoções ambientais<br />
<strong>de</strong>senvolvidas pelo Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas.<br />
SITICOM: o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário <strong>de</strong><br />
Mafra: atuou em 2001/2002 como patrocinador <strong>de</strong> parte das <strong>de</strong>spesas com transporte e<br />
alimentação dos pesquisadores responsáveis pelo inventário <strong>de</strong> avifauna no Parque. Atualmente<br />
não está firmada nenhuma parceria com esta Instituição, mas a mesma encontra-se aberta para<br />
negociações visando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos projetos.<br />
SEMA: Apoiou o projeto <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> equipamentos técnico-científicos do Centro<br />
Ambiental “Casa Branca” .<br />
IAP: É o principal parceiro do PMSLT, uma vez que o Parque, por ser municipal, está<br />
diretamente atrelado ao IAP. Além disso, a UNIDADE também dispõe da assessoria técnica do<br />
IAP.<br />
CENPALEO: É a mais recente parceria do PMSLT, realizada através do Centro<br />
Ambiental “Casa Branca”. O Parque <strong>de</strong>senvolverá em conjunto com o CENPALEO e outras<br />
parcerias que <strong>de</strong>verão ser firmadas com ONGs, órgãos governamentais e iniciativa privada, a<br />
fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver projetos <strong>de</strong> conservação e criação <strong>de</strong> corredores <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scritos<br />
no item 1.2.1 e 1.2.3.
CORPO DE BOMBEIROS: Parceiros constantes nas campanhas anuais <strong>de</strong> prevenção a<br />
aci<strong>de</strong>ntes promovidas pelo setor <strong>de</strong> Segurança no Trabalho e CIPA da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, na capacitação dos integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas Interpretativas e na<br />
participação nas ativida<strong>de</strong>s recreativas e ambientais do PMSLT.<br />
CAMPANHAS ANUAIS DE CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL<br />
DESENVOLVIDAS PELA EQUIPE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.<br />
Através da participação conjunta com essas campanhas que são realizadas nas escolas<br />
municipais e no Parque, através <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s educacionais elaboradas especialmente para este<br />
fim.<br />
PROGRAMA MATA CILIAR/VIVEIRO FLORESTAL MUNICIPAL. As ativida<strong>de</strong>s<br />
ambientais alusivas a datas comemorativas programadas pelo CACB, conta com a participação<br />
constante do instalado <strong>de</strong>ntro dos limites do Parque. Embora a ativida<strong>de</strong> dos viveiros seja<br />
incompatível com a criação e manejo dos Parques, localmente vem se aperfeiçoando e<br />
aprimorando os conhecimentos necessários do pessoal lotado no viveiro para que não se<br />
pratique ações incoerentes com os objetivos e normas do Parque, <strong>de</strong>scritos no Encarte IV.<br />
WIZZARD IDIOMAS: A WIZZARD Idiomas é parceira nas ativida<strong>de</strong>s e trilhas<br />
interpretativas oferecidas pelo Grupo <strong>de</strong> Monitores do Parque, sendo também patrocinadora <strong>de</strong><br />
out-doors por ocasião da divulgação <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>.<br />
Apoio na área cultural:<br />
No que diz respeito à conservação do patrimônio histórico-ambiental, foram realizadas<br />
os seguintes convênios:<br />
MINISTÉRIO DA CULTURA: através <strong>de</strong> verba para o restauro da “casa branca” e<br />
trilhas centrais do Parque;<br />
SOUZA CRUZ: Patrocínio do restauro da capela Cônego José Ernser, na se<strong>de</strong> do antigo<br />
Seminário (<strong>Prefeitura</strong>);<br />
EMBRATUR/PROINTUR: Restauro <strong>de</strong> parte do terceiro pavimento, cine teatro(Projeto<br />
Velho Cinema Novo) e construção do receptivo do Parque.
ENCARTE III<br />
ANÁLISE DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO<br />
3.1 Informações Gerais sobre a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />
3.1.1 Acesso à Unida<strong>de</strong><br />
O Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa situa-se a 4 km do centro do<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, próximo à BR 116 ( Lat. 26º25'50” ao Sul; Long. 49º 47'30” a Oeste),<br />
no chamado “Morro dos Padres”.<br />
Figura 1-III
Vias <strong>de</strong> Acesso<br />
O acesso ao município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> po<strong>de</strong> ser feito através da rodovia BR 116,<br />
asfaltada e em regular estado <strong>de</strong> conservação.<br />
Figura 2-III
1.2.3 DISTÂNCIAS<br />
CIDADE<br />
Km<br />
Curitiba 104<br />
Florianópolis 300<br />
Blumenau 187<br />
Mafra 00<br />
Joinville 120<br />
Itaiópolis 34<br />
Itajaí 200<br />
Ponta Grossa 152<br />
Maringá 465<br />
Londrina 424<br />
São Paulo 500<br />
Porto Alegre 608<br />
Paranaguá 182<br />
São Francisco do Sul 120<br />
Apucarana 406<br />
Ban<strong>de</strong>irantes 479<br />
Campo Mourão 493<br />
Cascavel 525<br />
Foz do Iguaçu 664<br />
Lapa 54<br />
Matinhos 228<br />
Morretes 166<br />
Toledo 571<br />
União da Vitória 229<br />
3.1.2 Origem do nome e histórico da criação da UC<br />
A área que compreen<strong>de</strong> o Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa abrigou, <strong>de</strong> 1923 a<br />
1970, um seminário franciscano <strong>de</strong>nominado Seminário Seráfico São Luís <strong>de</strong> Tolosa.<br />
São Luís, filho <strong>de</strong> Carlos II (rei <strong>de</strong> Nápoles e Sicília) e Maria, filha <strong>de</strong> Estevão V da<br />
Hungria, nasceu em 1274. Recebeu educação esmerada e <strong>de</strong>stacou-se como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong><br />
cristã. A mocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Luís foi marcada pela infeliz campanha do pai contra o rei <strong>de</strong> Aragão.<br />
Carlos II, feito prisioneiro em Barcelona, somente po<strong>de</strong> obter a libertação a troco da liberda<strong>de</strong><br />
dos três filhos e cinquenta fidalgos, que ficaram reféns nas mãos do vencedor. Na prisão, Luís<br />
consolava e animava os companheiros. Durante este tempo não abandonou as práticas da<br />
pieda<strong>de</strong>. Aproveitou o tempo para <strong>de</strong>dicar-se ao estudo das ciências, tomando por mestres os
eligiosos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> São Francisco, aos quais se ligara. Embora gozasse <strong>de</strong> relativa liberda<strong>de</strong>,<br />
suas visitas eram exclusivamente aos hospitais e às igrejas.<br />
Para abraçar a vida religiosa Luís recusou a mão da irmã do rei <strong>de</strong> Aragão. Pouco <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> sua or<strong>de</strong>nação, morre o bispo <strong>de</strong> Toulouse e o papa Bonifácio VIII nomeia Luís o sucessor<br />
<strong>de</strong>ste manifestando, inclusive, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser o sagrante do jovem bispo. Não conseguindo<br />
furtar-se do cargo, conseguiu empenhar-se nos trabalhos episcopais e manter a vida simples e<br />
pobre <strong>de</strong> fra<strong>de</strong>. Contudo, mantinha o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> terminar a vida na cela <strong>de</strong> um convento.<br />
Em 1297 fez uma viagem a Roma com o fim <strong>de</strong> pedir o consentimento para a reclusão.<br />
Chegando a Brigo<strong>de</strong>s, sua terra natal, caiu gravemente doente, falecendo em 19 <strong>de</strong> agosto do<br />
mesmo ano. Em 1317 Luís <strong>de</strong> Tolosa foi inscrito no catálogo dos santos pelo papa João XXII.<br />
No altar-mor da capela da antiga se<strong>de</strong> do Seminário São Luís <strong>de</strong> Tolosa, existe uma<br />
imagem <strong>de</strong> São Luís.<br />
No intuito <strong>de</strong> preservar o legado histórico, cultural, religioso e ambiental <strong>de</strong>ixado pelos<br />
franciscanos, ao criar o Parque <strong>Municipal</strong>, optou-se por manter o nome dado ao antigo<br />
Seminário.<br />
Toda a área era muito rica em exemplares da fauna e da flora da floresta com araucária<br />
até 1970, mesmo tendo os antigos inquilinos explorado a região através do corte seletivo <strong>de</strong><br />
algumas ma<strong>de</strong>iras. De 1970 a 1994, após o fechamento e abandono do Seminário, a área ficou<br />
vulnerável à ação <strong>de</strong> vândalos, caçadores e exploradores clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, que<br />
realizaram o corte seletivo – e ilegal – dos melhores espécimes nativos. Com a intenção da<br />
<strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> em <strong>de</strong>sapropriar a área, houve também uma preocupação, por parte da<br />
Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente, gestora do atual Parque, em conservar o<br />
remanescente da antiga floresta, o que foi concretizado através da transformação do imóvel em<br />
ARIE e posteriormente, em Parque. O enquadramento da Unida<strong>de</strong> nessa categoria <strong>de</strong> manejo se<br />
<strong>de</strong>u por conta tanto da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservar o patrimônio histórico e ambiental como da<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visitação pública <strong>de</strong> baixo impacto, uma vez que a Unida<strong>de</strong> sempre foi<br />
consi<strong>de</strong>rada o principal "cartão postal" do município, havendo ainda uma pressão da socieda<strong>de</strong><br />
em geral para que a área fosse restaurada e adaptada para receber visitantes.<br />
Compreen<strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> 538.792,28 m² ( 53.87 hectares) e no alto do morro, a 800m<br />
acima do nível do mar encontra-se uma magnífica esplanada on<strong>de</strong> fica o prédio do antigo<br />
seminário, inaugurado em 03/02/1923 e <strong>de</strong>sativado em 1970 (PREFEITURA MUNICIPAL DE<br />
RIO NEGRO, 1995).
Atualmente, o imóvel encontra-se sob a seguinte situação jurídica:<br />
1.Tombamento: através do Decreto <strong>Municipal</strong> nº 17/78 pelo então Prefeito <strong>Municipal</strong><br />
José Müller, em 31/07/1978.<br />
2.Desapropriação: pelo Decreto nº 08/86, por utilida<strong>de</strong> pública, em 26 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1986,<br />
pelo Prefeito Alceu Antônio Swarowski. Transformada em <strong>de</strong>sapropriação amigável através <strong>de</strong><br />
transição judicial em 23/10/96 na gestão do Prefeito Alceu Swarowski, mediante in<strong>de</strong>nização<br />
final <strong>de</strong> R$ 500.000,00 a ser paga na gestão do Prefeito Ary Siqueira.<br />
3.Disposições Transitórias da Lei Orgânica do Município: Art. 2º - O seminário seráfico<br />
“São Luz <strong>de</strong> Tolosa” é consi<strong>de</strong>rado Patrimônio Histórico e Cultural do Município, <strong>de</strong>vendo ser<br />
preservado e utilizado em beneficio <strong>de</strong> toda a comunida<strong>de</strong>.<br />
4.Área <strong>de</strong> Relevante Interesse Ecológico: pelo Decreto nº 016/94 <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />
1994, pelo Prefeito Alceu Ricardo Swarowski.<br />
5.Cria-se o Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> “São Luiz <strong>de</strong> Tolosa”: Decreto 022/97 <strong>de</strong> ....<br />
pela atual administração do Prefeito Ary Siqueira (PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO<br />
NEGRO- SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE, 1997).<br />
Limites e Confrontações do Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luis <strong>de</strong> Tolosa<br />
O presente memorial tem início no ponto “OPP” formado por terras <strong>de</strong> Arnaldo Weber,<br />
daí segue com o rumo 72°00` NE com distância <strong>de</strong> 42,91 metros até encontrar o ponto “02”; daí<br />
segue com o rumo 72°22` NE com uma distância <strong>de</strong> 50,97 metros até encontrar o ponto “03”;<br />
daí segue com o rumo 59º05` NE com uma distância <strong>de</strong> 54,49 metros até encontrar o ponto “4”;<br />
daí segue o rumo 67º54` NE com uma distância <strong>de</strong> 52,93 metros até encontrar o ponto “5”; daí<br />
segue com o rumo 70º36` NE com uma distância <strong>de</strong> 38,89 metros até encontrar o ponto “06”;<br />
daí segue com o rumo 67º05` NE com uma distância <strong>de</strong> 64,10 metros até encontrar o ponto<br />
“07”; daí segue com o rumo 75º25` NE com uma distância <strong>de</strong> 43,96 metros até encontrar o<br />
ponto “08” daí segue o rumo 74º14` NE com uma distância <strong>de</strong> 38,47 metros até encontrar o<br />
ponto “09”; daí segue com o rumo 81º37`NE com uma distância <strong>de</strong> 59,99 metros até encontrar o<br />
ponto “10”; daí segue com o rumo 76º31` NE com uma distância <strong>de</strong> 65,42 metros até encontrar<br />
o ponto “11”; daí segue com o rumo 79º48` NE com uma distância <strong>de</strong> 59,94 metros até<br />
encontrar o ponto “12”; daí segue com o rumo 23º15` SE com uma distância <strong>de</strong> 22,29 metros até
encontrar o ponto “13”; daí segue o rumo 22º05` SE com uma distância <strong>de</strong> 92,67 metros até<br />
encontrar o ponto “14”; daí segue com o rumo 43º45` SE com uma distância <strong>de</strong> 51,73 metros até<br />
encontrar o ponto “15”, confrontando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto “OPP” com terras <strong>de</strong> Arnaldo Weber; daí<br />
segue por vários rumos na distância <strong>de</strong> 474,62 metros, margeando uma Água, até encontrar a<br />
confluência com o rio Passa Três, no ponto “31”, confrontando com Arno Seiffer; daí segue por<br />
vários rumos com uma distância <strong>de</strong> 1.662,04 metros, margeando o <strong>Rio</strong> Passa Três, até encontrar<br />
o ponto “82” à beira da Rua Maximiliano Pfefter; daí segue com o rumo 48°19` SW com uma<br />
distância <strong>de</strong> 58,72 metros até encontrar o ponto “83”; daí segue com o rumo 53º56 NW com<br />
uma distância <strong>de</strong> 95,86 metros até encontrar o ponto “84”; daí segue com o rumo 57º50` SW<br />
com uma distância <strong>de</strong> 47,23 metros até encontrar o ponto “85”; daí segue com o rumo 24º50`<br />
NW com uma distância <strong>de</strong> 113,6 metros até encontrar o ponto “86”; daí segue com o rumo<br />
42°30` NE com uma distância <strong>de</strong> 232,56 metros até encontrar o ponto “87”; daí segue com o<br />
rumo 08°44` NE com uma distância <strong>de</strong> 48,43 metros até encontrar o ponto “88”; daí segue com<br />
o rumo 15º38` NW com uma distância <strong>de</strong> 120,00 metros até encontrar o ponto “89”; daí segue<br />
com o rumo 17º51` NE com uma distância <strong>de</strong> 78,97 metros até encontrar o ponto “90”; daí<br />
segue com o rumo “16º51` NE com uma distância <strong>de</strong> 33,5 metros até encontrar o ponto “OPP”<br />
que é o ponto inicial, confrontando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto “82” com a Rua Maximiliano Pflefter que<br />
<strong>de</strong>manda <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> à Barra Gran<strong>de</strong>.<br />
3.2 Caracterização dos Fatores Abióticos e Bióticos<br />
3.2.1 Clima<br />
Cfb - Clima temperado propriamente dito; temperatura média no mês mais frio abaixo <strong>de</strong><br />
18 o C (mesotérmico) com verões frescos; temperatura média no mês mais quente abaixo <strong>de</strong><br />
22 o C e sem estação seca <strong>de</strong>finida.<br />
= Precipitação total média anual 1600 mm<br />
= Temperatura média anual 18 o C<br />
= Média anual das mínimas 12 o c<br />
= Média anual das máximas 23 o C
= Umida<strong>de</strong> relativa média anual 80 %<br />
= Evapotranspiraçăo potencial média anual (Penman) 1000 mm<br />
= Insolaçăo anual total 1800 horas<br />
= Graus-dia (base 10 o C) total médio anual 3400 GD<br />
= Horas <strong>de</strong> frio abaixo <strong>de</strong> 7 o C (total médio <strong>de</strong> maio a agosto) 200 horas<br />
= Número <strong>de</strong> dias com geadas por ano: 10 dias<br />
3.2.2 Geologia<br />
A área do parque apresenta-se assentada exclusivamente sobre sedimentos pertencentes<br />
ao Grupo Itararé, compreen<strong>de</strong>ndo a passagem do intervalo médio para o intervalo superior da<br />
Formação Mafra, propostos informalmente por Weinschütz, op.cit.<br />
FORMAÇÃO MAFRA<br />
A Formação Mafra <strong>de</strong>finida por Schenei<strong>de</strong>r et al. (1974) e mapeada por<br />
Tommasi & Roncarati (1970), foi informalmente dividida por Weinschütz, 2001 em três<br />
intervalos: inferior, formado basicamente por arenitos e diamictitos; médio, correspon<strong>de</strong>ndo a<br />
porção mais lamítica (diamictitos e varvitos) <strong>de</strong>sta unida<strong>de</strong>; e superior, constituindo uma<br />
associação <strong>de</strong> fácies arenosas e lamíticas.<br />
-Formação Mafra - Intervalo inferior<br />
O intervalo inferior da Formação Mafra não está representado na área <strong>de</strong><br />
interesse sendo observado apenas nas adjacências <strong>de</strong>sta. É formado basicamente por arenitos,<br />
com intercalações <strong>de</strong> diamictitos, e está apoiado erosivamente sobre varvitos e diamictitos, <strong>de</strong><br />
coloração marrom-acastanhada da Formação Campo do Tenente. No contato superior (por<br />
falha?) verifica-se arenito muito fino/fino com laminação cruzada clino-ascen<strong>de</strong>nte (Fm. Mafra<br />
intervalo inferior) sendo recoberto abruptamente por varvito com poucos seixos caídos (Fm.<br />
Mafra intervalo médio).<br />
Neste intervalo, duas associações faciológicas se <strong>de</strong>stacam; uma arenosa<br />
basal e uma <strong>de</strong> arenito muito fino e diamictito acima.<br />
Na associação arenosa basal, predominam sucessões com engrossamento<br />
para cima <strong>de</strong> arenitos muito finos à médios, com laminação cruzada clino-ascen<strong>de</strong>nte, laminação<br />
horizontal e estratificação cruzada acanalada, essas estruturas estão contidas em corpos
sigmoidais sugerindo uma origem <strong>de</strong> frente <strong>de</strong>ltaica.<br />
A associação seguinte apresenta diamictito arenoso, maciço, sigmoidal, com clastos<br />
dispersos, intercalado com arenito muito fino/fino liqüefeito (slurry), lenticular/sigmoidal. Nesta<br />
associação também ocorrem diamictitos finamente estratificados, o que proporciona uma forte<br />
semelhança com o “Arenito Mafra” (intervalo superior). Esses <strong>de</strong>pósitos po<strong>de</strong>m ser relacionados<br />
em fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>glaciação (Weinschütz, 2001).<br />
-Formação Mafra - Intervalo médio<br />
O intervalo médio da Formação Mafra interpõe-se entre duas unida<strong>de</strong>s<br />
predominantemente arenosas (intervalos inferior, incluindo o “Arenito Lapa”, e superior,<br />
“Arenito Mafra”). Quatro fácies constituem o intervalo, dispondo-se na seguinte or<strong>de</strong>m:<br />
<br />
siltito/folhelho marinho (topo).<br />
<br />
conglomerado gradando a diamictito.<br />
<br />
diamictito.<br />
<br />
varvito com bancos lamíticos na base.<br />
Apesar <strong>de</strong> estar bem representado em toda a região o contato <strong>de</strong>sse intervalo com o<br />
inferior não está claramente exposto, <strong>de</strong> qualquer modo, o varvito da base do intervalo médio<br />
representaria um “afogamento transgressivo”, semelhante ao do topo <strong>de</strong> ciclos - “formações”<br />
<strong>de</strong> argilosida<strong>de</strong> crescente para cima, propostos por França & Potter (1988).<br />
Esse problema não ocorre no contato com o intervalo superior da Formação Mafra, a<br />
brusca mudança <strong>de</strong> fácies, dos siltitos marinhos para os arenitos fluvio-<strong>de</strong>ltaico-glaciais do<br />
intervalo superior, representa provavelmente um importante limite <strong>de</strong> sequência <strong>de</strong>posicional.<br />
De um modo geral, a sucessão <strong>de</strong> engrossamento textural varvito - diamictito é<br />
claramente “regressiva”, <strong>de</strong> raseamento batimétrico, enquanto o capeamento <strong>de</strong> siltito marinho é<br />
<strong>de</strong> natureza transgressiva. Ciclos T-R semelhantes a esse intervalo, foram <strong>de</strong>scritos em<br />
subsuperfície por Castro (1995), na Formação <strong>Rio</strong> do Sul.<br />
Os perfis po<strong>de</strong>m exibir significativa diferença quando à espessura <strong>de</strong> diamictito. A<br />
situação po<strong>de</strong> sugerir processos <strong>de</strong> erosão do varvito e preenchimento por conglomerado e<br />
diamictito; ou seja, estes po<strong>de</strong>riam representar preenchimento <strong>de</strong> vales formados em uma<br />
<strong>de</strong>glaciação. Assim o ciclo completo “regressivo-transgressivo” seria formado por varvitodiamictito-conglomerado/arenito<br />
e diamictito (<strong>de</strong>glaciação)-siltito marinho, semelhante ao<br />
<strong>de</strong>scrito por Castro (1995).
3.2.3 Relevo/Geomorfologia<br />
Não há estudos específicos sobre relevo e geomorfologia no que diz respeito aos limites<br />
do Parque. Estes estudos serão <strong>de</strong>senvolvidos no <strong>de</strong>correr da implantação <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong><br />
Manejo, conforme planejamento previsto no Encarte IV.<br />
3.2.4 Solos<br />
Não houve ainda estudos específicos sobre os solos, em se tratando especificamente da<br />
área correspon<strong>de</strong>nte à Unida<strong>de</strong>. As informações que se tem são genéricas e estão <strong>de</strong>scritas a<br />
seguir:<br />
SOLOS LITÓLICOS ÁLICOS A proeminente, textura média, fase floresta subtropical<br />
subperenifólia, relevo ondulado, substratos sílticos e arenitos finos. Ra3. São solos poucos<br />
profundos com baixa fertilida<strong>de</strong> natural <strong>de</strong>vido ao alumínio tóxico e muito susceptíveis à erosão.<br />
Apresentam limitação ao uso da motomecanização. Seriam necessários gran<strong>de</strong>s investimentos<br />
com corretivos e fertilizantes, em caso <strong>de</strong> uso com finalida<strong>de</strong>s agrícolas.<br />
3.2.5 Hidrografia/ hidrologia/ Limnologia<br />
3.2.5.1Nascentes e represamentos (tanques artificiais)<br />
A área que abrange o PMSLT possui três nascentes, formando pequenos cursos d’água<br />
que correm em direção ao rio Passa-Três.<br />
A nascente da Gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s é especialmente interessante sob vários aspectos:<br />
primeiro, por ter sido represada e formar um poço on<strong>de</strong> foi construída uma réplica da Gruta <strong>de</strong><br />
Lour<strong>de</strong>s, representando ainda hoje um importante ponto histórico e religioso do Parque.<br />
Antigamente era comum as pessoas fazerem pedidos à Nossa Senhora e jogar moedas nesse<br />
poço ( furnas?), além <strong>de</strong> acen<strong>de</strong>rem velas e rezarem o terço. Hoje, embora as normas do Parque<br />
não permitam mais esse tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, alguns visitantes ainda persistem nesse hábito.<br />
Atravessando a trilha, a nascente forma um curso d’água que escorre morro abaixo, pela
floresta, até o entorno da casa branca, on<strong>de</strong> foram construídas várias cisternas que constituíam<br />
um interessante sistema <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água, na época em que o local funcionava como<br />
Seminário. Esse sistema continha, além das cisternas para a <strong>de</strong>cantação da água que <strong>de</strong>sce do<br />
morro, um represamento <strong>de</strong>ssa água, formando três tanques artificiais. Possuía também um<br />
motor que bombeava a água até a se<strong>de</strong> do seminário. Atualmente as cisternas estão abandonadas<br />
e os tanques servem como um atrativo para visitantes. Possuem uma rica fauna anfíbia e<br />
ictiológica nativa e que necessitam <strong>de</strong> estudos, tanto quanto todo o sistema limnológico do<br />
local. O governo municipal autorizou a colocação, em dois <strong>de</strong>sses tanques, <strong>de</strong> carpas, o que está<br />
ocasionando uma consi<strong>de</strong>rável diminuição da fauna nativa nos dois tanques, se comparados à<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alevinos e girinos do tanque que não possui esses animais exóticos. Também a<br />
composição limnológica está sendo <strong>de</strong>scaracterizada. Propõe-se aqui que seja viabilizado um<br />
estudo a respeito <strong>de</strong> uma possível retirada <strong>de</strong>sses animais, pois , nas épocas <strong>de</strong> cheias, o<br />
esce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> água vaza para o rio Passa-Três, e vários <strong>de</strong>sses animais po<strong>de</strong>m escapar dos<br />
tanques. Porém, nesse estudo <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado o fato <strong>de</strong> que as carpas, na época <strong>de</strong> seca do<br />
rio Passa – Três vêm sido predadas por lontras, o que fez com que a população <strong>de</strong>sses peixes<br />
tenha diminuído bastante. Cerca <strong>de</strong> 200 indivíduos haviam sido colocados nos tanques em 2001,<br />
sendo que em 2003 e 2004 quando se verificou dois períodos longos <strong>de</strong> seca a população sofreu<br />
forte predação. Hoje têm sido observado um grupo com cerca <strong>de</strong> 30 carpas no tanque maior e<br />
apenas 4 animais no tanque menor.<br />
O exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> água que forma os tanques escorre por um morro logo após o local on<strong>de</strong><br />
se encontra o antigo motor <strong>de</strong>sativado, e, cerca <strong>de</strong> 20 metros mais adiante forma uma bela queda<br />
dágua, ainda sem nome, <strong>de</strong> 10m <strong>de</strong> altura, sobre a qual foi construída uma ponte pênsil, como<br />
forma <strong>de</strong> se dispor mais um atrativo para o Parque. A confecção da ponte , além <strong>de</strong> ser um<br />
atrativo, foi também a solução encontrada para evitar que visitantes, em especial adolescentes e<br />
crianças, tomassem banho no local clan<strong>de</strong>stinamente, causando gran<strong>de</strong> impacto no barranco, que<br />
apresenta gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> e correndo também risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. O curso d’água segue por<br />
entre a mata mais 30m, <strong>de</strong>saguando no rio Passa-Três. Esse curso é bastante utilizado por<br />
animais silvestres, em especial lontras, que sobem no sentido contrário à correnteza em busca<br />
das carpas. Historicamente, há registros da década <strong>de</strong> 30 do século XX <strong>de</strong> graxains (Cerdocyoin<br />
thous) que subiam a cachoeira para seguir pelo mato até bem próximo à se<strong>de</strong>. Os registros foram<br />
encontrados em um artigo da revista Vozes <strong>de</strong> Petrópolis, <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Frei Miguel Witte.<br />
Devido à importância <strong>de</strong>sse córrego tanto para o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> animais como para as interrelações<br />
tróficas, propõe-se que sejam feitos estudos nessa região, bem como ao longo do rio
Passa-Três, que faz divisa com o Parque, <strong>de</strong>saguando logo após a divisa do mesmo no rio<br />
<strong>Negro</strong>.<br />
Outra nascente foi encontrada na região do antigo talhão <strong>de</strong> Pinus, que hoje se encontra<br />
em estágio inicial <strong>de</strong> regeneração (vi<strong>de</strong> mapa). Essa nascente forma um pequenino córrego<br />
escorre pelo morro atravessando a trilha do rio Passa –Três e <strong>de</strong>saguando no rio <strong>de</strong> mesmo<br />
nome, a uns 20 m <strong>de</strong> distância à jusante??? do córrego <strong>de</strong>scrito anteriormente. Em períodos <strong>de</strong><br />
seca prolongada, esse córrego <strong>de</strong>saparece. Também nessa região são encontrados vestígios <strong>de</strong><br />
animais silvestres, em especial, fezes <strong>de</strong> capivara, o que sugere que....<br />
Um fio d’água que brota do morro às margens da estrada <strong>de</strong> acesso ao Parque, não teve<br />
ainda localizada sua nascente. Já foram realizadas análises físico-químicas, pela SANEPAR<br />
<strong>de</strong>ssa “bica”, como é popularmente chamada e também da região da gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s, e em<br />
ambos os casos a água foi consi<strong>de</strong>rada imprópria para consumo humano, por apresentar<br />
coliformes totais e fecais acima do mínimo tolerado. Placas <strong>de</strong> advertência foram colocadas,<br />
mas <strong>de</strong>struídas por vândalos. Atualmente, faz-se necessário uma nova análise, para que se<br />
justifique a colocação <strong>de</strong> novas placas. A outra nascente foi localizada em um magnífico<br />
paredão na região <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> situada na área que fica atrás do CACB. Esta nascente<br />
também forma um curso d’água em direção ao rio Passa-Três, Em um local muito próximo à<br />
ponte <strong>de</strong> acesso ao Parque,. Cerca <strong>de</strong> 200m da mesma. Esse paredão possui uma interessante<br />
formação <strong>de</strong> vegetação formada por musgos, pteridófitas, begônias e outras espécies típicas<br />
<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> formação rochosa, que necessitam, ao longo do tempo, <strong>de</strong> estudos. Esse curso<br />
d’água somente se esten<strong>de</strong> até o rio em épocas <strong>de</strong> cheia, sendo que nos períodos <strong>de</strong> seca<br />
<strong>de</strong>saparece por entre a vegetação do morro. A última nascente ocorre no morro dos padres e sai<br />
diretamente na rua. Através <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> potabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta nascente foi concluído que não<br />
serve para consumo humano, <strong>de</strong>vido a altos índices <strong>de</strong> coliformes totais e fecais. Esses<br />
coliformes foram encontrados nas amostras <strong>de</strong>sta nascente <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que esta água foi<br />
contaminada pela re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto da própria se<strong>de</strong> do Parque, antes da viabilização da estação <strong>de</strong><br />
tratamento, para on<strong>de</strong> os resíduos líquidos atualmente são <strong>de</strong>stinados. Seria interessante<br />
reavaliar a potabilida<strong>de</strong> atual a água da bica <strong>de</strong>sta nascente.
<strong>Rio</strong> Passa-Três<br />
<strong>Rio</strong> que nasce <strong>de</strong>ntro do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> (item 2.2.3) e <strong>de</strong>ságua no rio <strong>de</strong> mesmo<br />
nome, o rio Passa-Três faz divisa com o PMSLT. É um rio <strong>de</strong> corre<strong>de</strong>iras, não possui gran<strong>de</strong><br />
extensão (33km), tampouco possui largura e gran<strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. O rio Passa-Três merece mais<br />
atenção e estudos, pois além <strong>de</strong> ser um dos principais afluentes do rio <strong>Negro</strong> apresenta sua mata<br />
ciliar em parte <strong>de</strong> sua extensão bem conservada. Além disso, abriga animais consi<strong>de</strong>rados<br />
indicadores <strong>de</strong> conservação ambiental, como a lontra (Lutra...) É necessário que se obtenha mais<br />
dados sobre o mesmo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a nascente até a região que diz respeito ao Parque, a fim <strong>de</strong> protegêlo<br />
como um todo.<br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong><br />
Nasce na divisa entre Tijucas do Sul e Campo Alegre, em SC. Banha toda a região Sul<br />
do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> numa extensão <strong>de</strong> 100km, possuindo 60m <strong>de</strong> largura e uma<br />
profundida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 3,25m. É um rio Fe<strong>de</strong>ral, sendo o mais importante mamancial do<br />
município. Já foi navegável, mas por conta da <strong>de</strong>struição da sua mata ciliar em várias regiões,<br />
está sofrendo um progressivo processo <strong>de</strong> assoreamento, necessitando <strong>de</strong> medidas que<br />
recuperem a antiga mata ciliar.<br />
A distribuição das nascentes, tanques e rio Passa-Três po<strong>de</strong> ser visualizada na figura<br />
3- III
Figura 3-III
3.2.6 Vegetação<br />
A vegetação secundária ocupa a maior parte da área <strong>de</strong> vegetação florestal no<br />
município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. Historicamente, alguns botânicos herborizaram na região <strong>de</strong> Mafra e<br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. Friedrich Sellow na década <strong>de</strong> 1820 herborizou em Santa Catarina, passando por<br />
regiões próximas a <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. Pe. Raulino Reitz, Roberto Klein e colaboradores, herborizaram<br />
na região <strong>de</strong> Mafra com maior ênfase durante as décadas <strong>de</strong> 1950 e 1960, assim como em em<br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> o fez o botânico Gert Hatschbach.<br />
Na área que abrange o Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa, durante o período em que<br />
funcionou o antigo Seminário Seráfico, Frei Miguel Witte, professor <strong>de</strong> Ciências Naturais <strong>de</strong>ste<br />
Seminário montou a chamada Botânica Frei Veloso, a qual continha um herbário: o herbário<br />
Frei Miguel Witte. Após o fechamento da se<strong>de</strong> dos franciscanos, em 1970, o que sobrou do<br />
acervo <strong>de</strong> Frei Miguel foi enviado ao Seminário Santo Antônio, em Agudos, SP, aos cuidados<br />
<strong>de</strong> Frei Gregório Johnscher, on<strong>de</strong> permaneceu até maio <strong>de</strong> 2003, sendo então novamente<br />
resgatado para <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> através do Herbário que o Centro Ambiental Casa Branca está<br />
viabilizando. O herbário é composto por exsicatas produzidas por frei Miguel e seus alunos<br />
durante a década <strong>de</strong> 1940, e constitui um valioso acervo histórico para o município. Contém<br />
ainda cartas <strong>de</strong> Hoene en<strong>de</strong>reçadas a frei Miguel, em resposta ao envio <strong>de</strong> várias espécies <strong>de</strong><br />
orquidáceas para ao Instituto <strong>de</strong> Botânica <strong>de</strong> São Paulo. O resgate <strong>de</strong>sse material permitirá , no<br />
que diz respeito à pesquisa da flora da região, conhecer as espécies ocorrentes na época e<br />
realizar uma análise ambiental comparativamente aos dias <strong>de</strong> hoje.<br />
O PARQUE SÃO LUÍS DE TOLOSA:<br />
O Parque São Luís <strong>de</strong> Tolosa está localizado em uma área <strong>de</strong> Floresta Ombrófila Mista<br />
( Floresta com Araucária).<br />
Compreen<strong>de</strong> uma área que sofreu por 70 anos intervenções antrópicas em cerca <strong>de</strong> 70%<br />
<strong>de</strong> sua área total.<br />
Evi<strong>de</strong>nciou-se que nas áreas íngremes e, portanto, <strong>de</strong> difícil acesso esta intervenção foi<br />
relativamente menos significativa, enquanto que em áreas próximas à antiga se<strong>de</strong> do Seminário<br />
Seráfico houve gran<strong>de</strong> alteração da floresta primitiva <strong>de</strong>vido à prática <strong>de</strong> pastoreio e lavouras,<br />
implantação <strong>de</strong> reflorestamento e pomares. Devido ainda, à extração <strong>de</strong> espécimes viáveis para
o comércio, sendo esta realizada com muito maior intensida<strong>de</strong> e clan<strong>de</strong>stinamente durante os<br />
30 anos <strong>de</strong> abandono, após a venda e o abandono do imóvel pelos franciscanos.<br />
Através do zoneamento preliminar realizado em 1999/2000, com base na Resolução<br />
CONAMA 02/94, foram <strong>de</strong>finidas áreas <strong>de</strong> vegetação nativa em diversas fases <strong>de</strong> sucessão<br />
secundária, com a <strong>de</strong>terminação das espécies evi<strong>de</strong>ntes em cada uma <strong>de</strong>ssas áreas. Foram<br />
também indicadas as áreas <strong>de</strong>gradadas, as <strong>de</strong> reflorestamento com espécies exóticas e os<br />
bosques artificiais, estes com espécies nativas esparsamente distribuídas entre as exóticas. Para<br />
este plano <strong>de</strong> manejo, foi feita uma atualização do zoneamento vegetal preliminar, re<strong>de</strong>finindo<br />
algumas regiões que hoje encontram-se em outras fases secessionais, que necessitam <strong>de</strong><br />
diferentes estudos para averiguação das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> intervenção para sua recuperação ou<br />
conservação.<br />
Assim sendo, po<strong>de</strong>-se encontrar as seguintes tipologias florestais <strong>de</strong>ntro dos limites do<br />
Parque.<br />
Floresta Secundária em Estágio Avançado – 28 %<br />
Floresta Secundária em Estágio Médio <strong>de</strong> regeneração – 43,5%<br />
Floresta Secundária em Estágio Inicial <strong>de</strong> Regeneração – 11%<br />
Bosques Artificiais – 10%<br />
Reflorestamento <strong>de</strong> pinus – 7,5%<br />
(Foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas as áreas sem vegetação, que compreen<strong>de</strong> a área <strong>de</strong>gradada do<br />
morro, a se<strong>de</strong>, o campo e o estacionamento).<br />
Segundo SCHÄFFER & PROCHNOW (2002), Florestas Secundárias são aquelas<br />
resultantes <strong>de</strong> um processo natural <strong>de</strong> regeneração da vegetação, em áreas on<strong>de</strong> no passado<br />
houve corte raso da floresta primária. Nestes casos quase sempre as terras foram utilizadas para<br />
a agricultura ou patagem e a floresta ressurge espontaneamente após o abandono <strong>de</strong>stas<br />
ativida<strong>de</strong>s.<br />
Ainda <strong>de</strong> acordo com SCHÄFFER & PROCHNOW (2002), também po<strong>de</strong>m ser<br />
consi<strong>de</strong>radas secundárais as florestas muito <strong>de</strong>scaracterizadas por exploração ma<strong>de</strong>ireira<br />
irracional ou por causas naturais , mesmo que nunca tenha havido corte raso e ainda ocorram<br />
árvores remanescentes da vegetação primária.
Floresta Secundária em Estágio Avançado<br />
Esta formação está localizada em áreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> difícil acesso.<br />
Também foi observada essa tipologia na formação <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vale do rio Passa-Três.<br />
Apresenta três estratos arbóreos bem <strong>de</strong>finidos: um dossel pouco representativo,<br />
caracterizado pela presença esparsa do pinheiro Araucaria angustifolia Bert. O Kffze<br />
(Araucariaceae), e apresentando espécies associadas como a imbuia Ocotea porosa (Nees)<br />
Barroso (Lauraceae), e canelas (Lauraceae), com indivíduos que atingem até 20m. Os pinheiros<br />
encontrados são relativamente jovens com DAP médio <strong>de</strong> 40cm, alguns raros ultrapassando<br />
90cm. As imbuias apresentam nas regiões <strong>de</strong> encosta DAP média <strong>de</strong> 1m, algumas poucas<br />
chegando a 2m <strong>de</strong> diâmetro.<br />
Logo abaixo, encontram-se indivíduos <strong>de</strong> até 16m e diâmetro <strong>de</strong> até 40cm. São evi<strong>de</strong>ntes<br />
nessa formação espécies que apresentam altura <strong>de</strong> até 5m como as Myrtaceae araçá Psidium<br />
sp., Guavirova Campomanesia xanthocarpa , pitanga Eugenia uniflora, guamirins, entre outras;<br />
branquilhos Sebastyana comersoniana (Euphorbiaceae), e a popular erva-mate Ilex<br />
paraguariensis (Aquifoliaceae). Além <strong>de</strong> outras consi<strong>de</strong>radas pioneiras, comoRapanea<br />
ferruginea (,Myrsinaceae) vassourão Vernonia discolor e Piptocarpha sp. (Asteraceae), , jerivá<br />
Syagrus romanzoffiana (Palmae) o que caracteriza uma floresta alterada <strong>de</strong>vido à extração<br />
seletiva principalmente <strong>de</strong> pinheiro e <strong>de</strong> imbuia, e a exploração da erva-mate. No sub-bosque<br />
encontram-se muitos indivíduos jovens <strong>de</strong>ssas espécies, além do xaxim Dycsonia sellowiana .<br />
Ao longo do rio Passa-Três a mata é predominantemente constituída <strong>de</strong> cambuís<br />
(Myrtaceae) e branquilhos Sebastiana commersoniana no extrato arbório, que apresentam altura<br />
<strong>de</strong> até 8m; e Pteridium, comum em regiões alagáveis, no herbáceo. É notórea também nesta<br />
região, extremamente úmida,a presença <strong>de</strong> epífitas (Orquidaceae, Bromeliaceae, Pteridaceae) e<br />
cipós lenhosos, além <strong>de</strong> espécies Ombrófilas, como as briófitas.<br />
Por toda entre esta formação foram encontrados vários espécimes <strong>de</strong> Pinus sp., uva-dojapão<br />
Hovenia dulcis ( Rhamnaceae).<br />
Atualmente essas áreas estão classificadas como Florestas em estágio avançado <strong>de</strong><br />
regeneração, <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>scaracterização parcial <strong>de</strong> sua paisagem, como conseqüência do corte<br />
seletivo <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, principalmente da araucária. Porém, novos estudos po<strong>de</strong>m sugerir que se<br />
caracterize essas áreas como sendo Floresta Primária Alterada, pois vários espécimes <strong>de</strong> Ocotea<br />
sp., Ocotea porosa, cuvatão, entre outras, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte foram encontrados, além da Ilex
paraguariensis.. Embora, quantitativamente, as araucárias estão esparsamente distribuídas e são<br />
<strong>de</strong> médio porte.<br />
Floresta Secundária em estágio médio <strong>de</strong> regeneração<br />
São áreas próximas à se<strong>de</strong> e outros pontos turísticos do Parque. São eles: “Gruta <strong>de</strong><br />
Lour<strong>de</strong>s “, o “Campo Santo” , parte da trilha que dá acesso ao Centro Ambiental “Casa Branca”<br />
(a partir do viveiro florestal) e parte da trilha que liga o Campo Santo ao rio Passa -Três.<br />
Com os dados atuais, não se pô<strong>de</strong> discernir muito bem algumas regiões que apresentam<br />
estágio médio <strong>de</strong> sucessão <strong>de</strong> outras em estágio avançado. Observa-se que em alguns locais os<br />
dois estágios sucessionais se entremeiam, sendo difícil separá-las.<br />
Essas área são caracterizadas pela presença do vassourão preto Vernonia discolor<br />
(Asteraceae), <strong>de</strong> até 12m <strong>de</strong> altura, vassourão branco Piptocharpa sp (Asteraceae), o cedro –<br />
rosa Cedrela fissilis (Meliaceae), Myrtaceae, Lauraceae, formando um estrato arbóreo com<br />
indivíduos <strong>de</strong> 4 a 12m <strong>de</strong> altura e diâmetro <strong>de</strong> até 30cm. Esparsamente distribuídas, encontramse<br />
Slonea monosperma (Elaeocarpaceae), Ocotea porosa com diâmetros <strong>de</strong> até30cm,<br />
Araucária angustifólia (Araucariaceae) com diâmetro <strong>de</strong> até 40cm, Ilex paraguariensis. Se faz<br />
presente a cataia Drymis brasiliensis sylvatica (Winteraceae), o leiteiro Sebastiana brasiliensis<br />
(Euphorbiaceae), o pau-<strong>de</strong>-bugre Lithrea brasiliensis (Anacardiaceae), guaçatungas Caesaria<br />
(Flocurtiaceae), capororoca Rapanea ferruginea (Myrsinaceae), Syagrus romanzoffiana .<br />
Além <strong>de</strong> sofrerem extração das espécies nativas viáveis para o comércio essas áreas<br />
foram alteradas pela prática <strong>de</strong> pastoreio <strong>de</strong> inverno e também pela introdução <strong>de</strong> espécies<br />
exóticas especialmente o cipreste Cupressus sempervirens (Cuprecaceae), pinheiro- alemão<br />
Cuninghamia lanceolata (Pinaceae), eucaliptos Eucaliptus sp (Myrtaceae), e hortência<br />
Hidrangea macrophyilla (Saxifragaceae). Essas exóticas (exceto hortência) formam , em alguns<br />
locais, um dossel, utilizado por espécies da fauna arborícolas, em especial o bugio.<br />
Nas bordas das trilhas muito comuns são as Piperaceae, Tibouchinas, Ilex theezans,<br />
Solanaceae, Cedrella, Jacaranda (Bignoniaceae), entre outros.<br />
Cipós e lianas como pente-<strong>de</strong>-macaco Pithecoctenium sp. (Bignoniaceae) e o nhapindá<br />
Acácia sp. (Leguminosae) são bastante comuns.<br />
Em alguns trechos das clareiras provocadas pelo corte das árvores ou queda das mesmas<br />
pela ação dos ventos há predomínio <strong>de</strong> várias espécies <strong>de</strong> taquara (Poaceae), aparentemente,
apresentando comportamento oportunista. Além disso, há a ocorrência <strong>de</strong> vários espécimes<br />
esparsamente distribuídos <strong>de</strong> Pinus sp., Hovenia dulcis, beijinho-<strong>de</strong>-fra<strong>de</strong> e várias espécies <strong>de</strong><br />
Poaceae, todas com comportamento <strong>de</strong> invasoras.<br />
Embora não haja evidências <strong>de</strong> ter sido realizado corte raso nessas regiões, optou-se por<br />
classificar essa formação como floresta secundária, hoje em estágio médio <strong>de</strong> regeneração<br />
<strong>de</strong>vido à intensa exploração que ocorreu na mesma <strong>de</strong>scaracterizando, em alguns pontos, a<br />
formação original.<br />
O sub-bosque é constituído <strong>de</strong> inúmeras Mirtaceae (Eugenia uniflora, Psidium sp.,<br />
Campomanesia xanthocarpa) canelas (Ocotea puberula, Nectandra sp.)., ariticum Annona sp.<br />
(Annonaceae).<br />
Foram encontradas nessas regiões pinheiros muito jovens, com Dap raramente<br />
ultrapassando 40 cm. Cedrella fissilis aparece com freqüência, assim como indivíduos jovens<br />
<strong>de</strong>ssa espécie. Também são evi<strong>de</strong>ntes as Aquifoliaceae Ilex paraguariensis, Ilex theezans..<br />
No estrato herbáceo verifica-se a presença dominante do capim papua (Poaceae)<br />
Também é comum a Íris sibirica (Iridaceae).,<br />
Floresta Secundária em estágio inicial <strong>de</strong> regeneração:<br />
São áreas que sofreram corte raso durante o período em que o imóvel foi ocupado pelos<br />
franciscanos Os objetivos eram a formação <strong>de</strong> um pomar atrás da se<strong>de</strong>; lavouras e pastoreio na<br />
área que margeia a estrada <strong>de</strong> acesso ao atual viveiro florestal e no entorno do CACB; e para<br />
recreação dos seminaristas na área que fica atrás do campo santo. Compreen<strong>de</strong> também a área<br />
do antigo talhão <strong>de</strong> pinus que sofreu corte raso no ano <strong>de</strong> 2000. Essas regiões continuaram a ser<br />
ocupadas por invasores e munícipes após a <strong>de</strong>socupação da área em 1970. Isso se verifica pelo<br />
alto grau <strong>de</strong> intervenção evi<strong>de</strong>nciado até o ano <strong>de</strong> 1994, quando a área foi transformada em<br />
ARIE. A partir daí essas regiões foram a<strong>de</strong>nsadas com espécies nativas.<br />
Atualmente estão sofrendo regeneração natural. Porém, na região do antigo talhão <strong>de</strong><br />
Pinus há uma regeneração natural também <strong>de</strong>sta espécie, necessitando <strong>de</strong> manejo.<br />
São áreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a nidificação <strong>de</strong> várias espécies animais,<br />
especialmente aves.<br />
Essas regiões apresentam dois estratos nítidos: o arbustivo, constituído por exemplares<br />
jovens <strong>de</strong> Asteraceae, como vassourões Vernonia sp., Piptocarpha sp., tupixava Eupatorium<br />
sp., maria-mole Senecio brasiliensis. Também po<strong>de</strong>-se citar a cuvitinga Solanum erianthum
(Solanaceae), quaresmeira Tibouchina mutabilis (Melastomataceae), pimenteira<br />
Capsico<strong>de</strong>ndron sp. (Canellaceae), tarumã Vitex montevi<strong>de</strong>nsis (Verbenaceae), entre outras. No<br />
estrato herbáceo po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar como espécies predominantes o capim papuã (Poaceae),<br />
amorinha branca (Rosaceae), carqueja Bacharis trimera (Asteraceae), Hipomea purpurea entre<br />
outras. A gramíneas exótica capim-elefante Pennisitum (Poaceae),domina a área próxima à<br />
estrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro. Outra Poaceae, Hermatria, também é uma gramínea altamente<br />
invasora, muito frequente na regiáo do antigo pomar. Beijinho-<strong>de</strong>-fra<strong>de</strong> Impatiens sp. Po<strong>de</strong> ser<br />
visualizada por quase toda extensão do Parque.<br />
Bosques artificiais:<br />
São áreas que sofreram inicialmente corte raso e posterior reflorestamento com espécies<br />
introduzidas. No Campo Santo foi i<strong>de</strong>alizado pelos freis um pequeno bosque <strong>de</strong> pinheiro<br />
Cuninghamia lanceolata, que la<strong>de</strong>ia o antigo cemitério. Também há um jardim com hortências<br />
Hidrangea macrophyla, na região on<strong>de</strong> encontravam-se os túmulos, cujas ossadas foram<br />
transferidas para o cemitério municipal. Na área que fica ao lado do antigo campo <strong>de</strong> futebol há<br />
um pomar contendo espécies exóticas como o caqui Diospyrus caqui (Ebenaceae), pereiras<br />
Pyrus comunis (Rosaceae) e nespereiras Fragaria vesca (Rosaceae). Esparsamente distribuídos<br />
entre essas espécies estão o Butia sp. , Vernonia sp., Lithrea brasiliensis .Atráz do campo, p<br />
formou-se um bosque <strong>de</strong> coníferas oriundas da Europa, principalmente Cupressus,<br />
Cunninghamia e Pinus. Encontram-se nessa região espécies nativas esparsamente distribuídas,<br />
tais como Ocotea sp., Ocotea porosa, e Ilex sp. A mesma formação está presente na área <strong>de</strong><br />
entorno do viveiro florestal. Esta prática era comum entre os franciscanos europeus numa<br />
tentativa <strong>de</strong> reproduzir o ecossistema típico <strong>de</strong> seus locais <strong>de</strong> origem.<br />
Reflorestamento <strong>de</strong> pinus:<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong>smatada que sofreu uma regeneração natural <strong>de</strong> Pinus sp. a partir<br />
<strong>de</strong> algumas árvores porta-sementes existentes próximas ao local. Essa área encontra-se na<br />
margem esquerda da estrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro. O pinus se alastra também pela área <strong>de</strong><br />
vegetação inicial contígua a esse reflorestamento e na área <strong>de</strong>gradada do morro dos padres.
Conclusões e recomendações:<br />
A área que compreen<strong>de</strong> o chamado “morro dos padres” , on<strong>de</strong> situa-se o atual Parque<br />
São Luís <strong>de</strong> Tolosa po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como um dos poucos e mais importantes<br />
remanescentes da Floresta com Araucária na região <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, apesar <strong>de</strong> ter sofrido gran<strong>de</strong><br />
ação antrópica, que ocasionou a <strong>de</strong>scaracterização da floresta nativa em algumas áreas. Devido<br />
a isso, faz-se a seguir uma série <strong>de</strong> recomendações que <strong>de</strong>vem ser implantadas com a<br />
homologação <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo, como forma <strong>de</strong> proteger e conservar a diversida<strong>de</strong> vegetal<br />
do Parque e do seu entorno, bem como a fauna que <strong>de</strong>la <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>.<br />
Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novos estudos: Em 1999 foi realizado um zoneamento vegetal preliminar<br />
<strong>de</strong>ntro dos limites do Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa, mas não existem outros estudos<br />
que <strong>de</strong>terminem no município, áreas <strong>de</strong> vegetação primária, tampouco sobre as espécies<br />
florestais típicas, raras, endêmicas ou em extinção. Sabe-se que ainda existem importantes<br />
remanescentes espalhados pela zona rural do município, mas falta dados sobre o grau <strong>de</strong><br />
primitivida<strong>de</strong> e espécies vegetais ocorrentes.<br />
Apesar da intensa exploração clan<strong>de</strong>stina <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e da atuação <strong>de</strong> vândalos e<br />
caçadores durante os 30 anos <strong>de</strong> abandono do imóvel, a área ainda apresenta uma flora<br />
relativamente representativa que abriga diversas espécies da fauna silvestre que exigem um<br />
ambiente pouco alterado para ocorrerem. Propõe-se que outros estudos além do levantamento<br />
realizado para este plano <strong>de</strong> manejo com especialistas em vários grupos vegetais e<br />
fitossociologia sejam posteriormente implementados. Não foi proposto nenhum estudo até hoje<br />
sobre epífitas, grupo que certamente contém espécies endêmicas na região. Tampouco se tem<br />
estudos contemplando grupos como pteridófitas, briófitas ou <strong>de</strong> limnologia. O fato <strong>de</strong> o CACB<br />
possuir um herbário contribui ainda mais para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses estudos, pois tanto o<br />
herbário acondicionará exsicatas como conterá as informações necessárias para apoiar as <strong>de</strong>mais<br />
pesquisas realizadas no Parque.<br />
Perigo <strong>de</strong> contaminação biológica:<br />
Invasão biológica: é o processo <strong>de</strong> introdução e adaptação <strong>de</strong> espécies que não fazem<br />
parte naturalmente <strong>de</strong> um ecossistema, mas se naturalizam e passam a provocar mudanças em<br />
seu funcionamento. A introdução po<strong>de</strong> ser realizada intencional ou aci<strong>de</strong>ntalmente, por vias<br />
humanas ou não (Ziller, 2000).
Espécies exóticas invasoras são aquelas que , uma vez introduzidas a partir <strong>de</strong> outros<br />
ambientes, adaptam-se e passam a reproduzir-se a ponto <strong>de</strong> ocupar o espaço <strong>de</strong> espécies nativas<br />
e produzir alterações nos processos ecológicos naturais, ten<strong>de</strong>ndo a ser dominantes após um<br />
período <strong>de</strong> tempo mais ou menos longo requerido para sua adaptação (Ziller, 2000).<br />
Em se tratando <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação, não existe nenhum sentido em manter,<br />
cultivar ou introduzir espécies exóticas. A Lei do SNUC (2001) proíbe o uso <strong>de</strong> qualquer<br />
espécie exóticas em uma Unida<strong>de</strong>, e a utilização <strong>de</strong> espécies invasoras fere a Lei <strong>de</strong> Crimes<br />
Ambientais.<br />
Existem espécies exóticas distribuídas por toda a extensão do Parque. Algumas se<br />
apresentam como invasoras <strong>de</strong> forma agressiva, como o pinus, a uva-do-japão e a gramínea<br />
hermatria, necessitando <strong>de</strong> um estudo prévio e urgente para posterior manejo que permita, ao<br />
longo dos anos, a erradicação <strong>de</strong>ssas espécies. Em se tratando <strong>de</strong> Hovenia dulcis e Pinus sp.,<br />
existe uma necessida<strong>de</strong> mais urgente <strong>de</strong> manejo, pois existem vários indivíduos adultos que são<br />
matrizes, cujas sementes são facilmente dispersadas pela avifauna e mastofauna, no caso da uvado-japão,<br />
e pelo vento, no caso do pinus. Entretanto, não se sabe o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência da fauna<br />
em relação à uva-do-japão, o que exige estudos prévios para o manejo dos indivíduos adultos. O<br />
beijinho-<strong>de</strong>-fra<strong>de</strong> é igualmente problema para diversos ecossistemas, pois suprime a vegetação<br />
do sub-bosque, ocasionando perda <strong>de</strong> habitat e oferta <strong>de</strong> alimento para a respectiva fauna.<br />
Outras espécies que apresentam potencial invasor como a grevilha ocorrente no estacionamento<br />
do Parque <strong>de</strong>verão ser substituídas por espécies nativas. Sugere-se que isso seja feito tão logo o<br />
plano <strong>de</strong> manejo seja autorizado, pois os indivíduos ainda são <strong>de</strong> pequeno porte. Espécies<br />
introduzidas que não apresentam até o momento potencial invasor, como a hortência ou azaléia<br />
<strong>de</strong>verão ser gradativamente substituídas por nativas. Nenhuma espécie exótica <strong>de</strong>verá ser<br />
utilizada para fins <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento nem mesmo jardinagem.<br />
Existe um projeto <strong>de</strong> paisagismo proposto para o entorno da se<strong>de</strong> que prevê<br />
ajardinamento com inúmeras espécies exóticas tais como: Ligustrum, beijinho, Hera, Ficus,<br />
entre outras. No caso <strong>de</strong>ste projeto for colocado em prática, todas as espécies <strong>de</strong>verão ser<br />
substituídas por nativas, anteriormente produzidas, sem a retirada <strong>de</strong> sementes ou mudas da<br />
floresta nativa existente no Parque. Certamente será um <strong>de</strong>safio, que necessitará mais<br />
conhecimentos, articulação e estratégia, mas é o que as Unida<strong>de</strong>s precisam.<br />
Conservação do entorno: o entorno do Parque encontra-se relativamente bem<br />
conservado, apresentando fragmentos em estágios médio e avançado <strong>de</strong> regeneração que po<strong>de</strong>m
ser a<strong>de</strong>nsados a fim <strong>de</strong> se formar corredores <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>. Segundo Sabóia & Sobânia, o<br />
número <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> aves encontradas por ocasião do inventário no Parque, bem como sua<br />
qualida<strong>de</strong> ambiental se <strong>de</strong>vem principalmente ao estado <strong>de</strong> conservação do entorno. O parque,<br />
com seu 54há não teria como suprir sozinho a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimento e suprimento energético que<br />
esse e outros grupos animais necessitam.<br />
As áreas do entorno que não apresentam conectivida<strong>de</strong> com a Unida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>verão ser<br />
consi<strong>de</strong>radas para formação <strong>de</strong> corredores <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> aumentar o máximo<br />
possível a área a ser conservada, pois mesmo consi<strong>de</strong>rando a Zona <strong>de</strong> Amortecimento do<br />
Parque, a área <strong>de</strong> floresta não é suficiente para a manutenção da fitodiversida<strong>de</strong> da região.<br />
Portanto, po<strong>de</strong>rá não garantir uma variabilida<strong>de</strong> genética para algumas espécies que são<br />
encontradas em estágios mais <strong>de</strong>senvolvidos. Outras, são naturalmente esparsamente<br />
didtribuídas, o que significa que necessitam <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s áreas para manter sua diversida<strong>de</strong> e<br />
perpetuida<strong>de</strong>. Mata ciliar...<br />
Coletas <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong>ntro do Parque e entorno:<br />
<strong>de</strong>vem ser espressamente proibidas coletas <strong>de</strong> sementes ou frutos no parque e seu<br />
entorno, a não ser com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa científica. Essa prática, mesmo que realizada em<br />
pequena escala, e levando-se em conta que se escolhe as sementes ou frutos em melhores<br />
condições <strong>de</strong> germinação para a coleta, po<strong>de</strong>rá comprometer a existência da espécies ao longo<br />
do tempo. Deve-se consi<strong>de</strong>rar aqui que a conservação da biodiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser pensada<br />
perpetuamente. No que diz respeito ao viveiro florestal municipal localizado <strong>de</strong>ntro do Parque,<br />
esta prática foi suprimida. Entretando, em alguma regiões do entorno ela ainda ocorre, em<br />
função <strong>de</strong> que as mudas produzidas são utilizadas no a<strong>de</strong>nsamento das áreas <strong>de</strong> recuperação do<br />
Parque, e serão utilizadas também, no a<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s do entorno, em especial nas<br />
matas ciliares dos rios Passa-Três e <strong>Negro</strong>.<br />
Desmates legais e ilegais<br />
Atualmente não se realiza <strong>de</strong>smates nem corte seletivo <strong>de</strong> plantas nativas <strong>de</strong>ntro do<br />
Parque. Porém, no entorno, sabe-se que ocorrem vários <strong>de</strong>smates ilegais <strong>de</strong> florestas primárias<br />
ou em estágios sucessionais bem avançados. Mesmo os <strong>de</strong>smates com a <strong>de</strong>vida autorização<br />
<strong>de</strong>vem sr repensados, uma vez que se tratam <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s vizinhas <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Conservação. Isso é importante também para evitar que os proprietários não alimentem a idéia<br />
<strong>de</strong> falta <strong>de</strong> preocupação ou fiscalização por parte doParque e <strong>de</strong>mais órgãos envolvidos.
Impacto causado pelos visitantes<br />
O sistema <strong>de</strong> visitação do Parque, tendo em vista a conservação da vegetação nativa,<br />
necessita <strong>de</strong> uma reorientação. A forma um tanto <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada <strong>de</strong> acesso dos visitantes ao<br />
Parque traz como consequência vários impactos ambientais, como a coleta e <strong>de</strong>predação <strong>de</strong><br />
flores, frutos e mudas, dispersão <strong>de</strong> propágulos <strong>de</strong> espécies exóticas, invasão nas picadas <strong>de</strong>ntro<br />
da mata que <strong>de</strong>vem sofrer regeneração e a compactação do solo.<br />
Presença <strong>de</strong> animais domésticos no interior do Parque<br />
O Parque é bastante vulnerável à invasão por animais domésticos, como gatos e<br />
cachorros que predam a fauna <strong>de</strong> pequenos mamíferos e aves, po<strong>de</strong>ndo haver um prejuízo no<br />
que diz respeito à disseminação <strong>de</strong> plantas e também na oferta <strong>de</strong> alimento <strong>de</strong>ntro da ca<strong>de</strong>ia<br />
alimentar.<br />
Risco <strong>de</strong> incêndios<br />
Nas áreas on<strong>de</strong> existem formações ainda iniciais <strong>de</strong> vegetação, há riscos <strong>de</strong> incêndios,<br />
principalmente por <strong>de</strong>scuido do visitante ou até funcionários, que jogam pontas <strong>de</strong> cigarro no<br />
chão. Períodos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seca contribuem ainda mais para esse risco.
3.2.7 Fauna<br />
A FAUNA DE MAMÍFEROS SILVESTRES DO PARQUE MUNICIPAL<br />
ECOTURÍSTICO SÃO LUIS DE TOLOSA E ENTORNO<br />
Mauro <strong>de</strong> Moura -Britto 1 & Alexandro Stella 1<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
Abordar sobre a fauna silvestre nativa <strong>de</strong> uma região implica em que enfoquemos quais<br />
as principais características físicas e biológicas, tais como condições climáticas e a vegetação<br />
predominante, ou como está situada em um contexto mais amplo, inserindo-a no tempo e<br />
procurando resgatar informações que nos facilitem a compreensão do que motivou as<br />
modificações existentes.<br />
A situação da área do Parque <strong>Municipal</strong> Ecoturístico São Luis <strong>de</strong> Tolosa (PMSLT), tanto<br />
histórica quanto ambiental, assim como o interesse no resgate <strong>de</strong> informações do local, além da<br />
questão paisagística, motivou a que se envidassem esforços no sentido <strong>de</strong> contribuir com o<br />
plano <strong>de</strong> manejo da área, a fim <strong>de</strong> preservar e conservar este patrimônio histórico-ambiental do<br />
su<strong>de</strong>ste paranaense.<br />
Objetiva-se com isto, levantar todas as informações disponíveis sobre mamíferos para a<br />
região <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e entorno, a partir <strong>de</strong> registros <strong>de</strong> museu, <strong>de</strong> campo e <strong>de</strong> pesquisas feitas em<br />
municípios próximos, com características climáticas e <strong>de</strong> vegetação semelhantes, a fim <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />
oferecer ao município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, através do PMSLT, uma orientação para <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> trabalhos futuros com relação à questão da mastofauna silvestre na região. Preten<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>sta<br />
forma abordar sobre a fauna a partir <strong>de</strong> um diagnóstico da situação atual, consi<strong>de</strong>rando-se, a<br />
importância da fauna e qual a sua relação com a questão ambiental local; as influencias<br />
antrópicas quanto aos aspectos regionais e quais as Informações sobre caça na região e<br />
sugestões sobre a condução do problema.<br />
O grupo dos mamíferos é consi<strong>de</strong>rado um dos melhores para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
propostas <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> áreas, em função da existência <strong>de</strong> informações básicas acerca <strong>de</strong><br />
1<br />
1. Biólogo, M.Sc., IAP/DIBAP, en<strong>de</strong>reço eletrônico: britto@pr.gov.br; 2. Biólogo, ERCBA/IAP, Gerente, P.E.<br />
Campinhos.
sua biologia e ecologia, as quais, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> analisadas, po<strong>de</strong>m propiciar à área estudada um<br />
quadro mais realista sobre seu status.<br />
Além disso, tais grupos possuem inúmeras espécies ameaçadas <strong>de</strong> extinção, o que po<strong>de</strong><br />
vir a embasar estratégias <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> programas e políticas conservacionistas, utilizando-as<br />
como espécies “guarda-chuva”.<br />
2. ÁREA DE ESTUDO: CONTEXTO BIOGEOGRÁFICO<br />
O PMSLT situa-se na região Neotropical (MÜLLER, 1979) e está enquadrado na<br />
Província Paranaense, que abarca o extremo sul do Brasil, a oeste da Serra do Mar, até o centro<br />
do <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Sul, o extremo nor<strong>de</strong>ste da Argentina e o leste do Paraguai. Portanto, esta<br />
província pertence ao Domínio Amazônico, cujo território possui clima predominantemente<br />
quente e úmido, coberto por vegetação <strong>de</strong>nsa e com uma flora e fauna abundantes (CABRERA<br />
& WILLINK, 1973).<br />
3. MATERIAL E MÉTODOS<br />
Para a obtenção <strong>de</strong> informações sobre os mamíferos ocorrentes na área do PMSLT,<br />
foram utilizadas estratégias diferenciadas envolvendo pesquisas em museu (Museu <strong>de</strong> História<br />
Natural da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Curitiba) e bibliografia, para a obtenção <strong>de</strong> informações<br />
históricas das espécies ocorrentes na região. Em campo, as espécies foram registradas através<br />
<strong>de</strong> evidências indiretas como presença <strong>de</strong> rastros, fezes, i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> locais <strong>de</strong> alimentação e<br />
abrigo, por meio <strong>de</strong> metodologia tradicional, além <strong>de</strong> evidências diretas através do uso <strong>de</strong> um<br />
Adaptador Fotográfico (Mo<strong>de</strong>lo proposto por Vidolin & Vidolin, 2000), método que vem se<br />
mostrando muito eficiente para a constatação <strong>de</strong> mamíferos em áreas naturais. Foram realizadas<br />
ainda entrevistas com moradores da região e funcionários do Parque. Foram utilizadas também<br />
fotografias aéreas 1:25.000, <strong>de</strong> 1980 e imagens <strong>de</strong> satélite recentes, a fim <strong>de</strong> orientar com<br />
relação aos fragmentos florestais remanescentes e sua relação com possíveis corredores <strong>de</strong><br />
dispersão das espécies da fauna silvestre.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
4.1 DIAGNÓSTICO: A FAUNA OCORRENTE<br />
Existem escassas informações registradas cientificamente, sobre a composição<br />
mastofaunística da região <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>. Há poucos registros <strong>de</strong> Museu, constituindo-se na sua<br />
maioria basicamente <strong>de</strong> pequenos roedores, tombados no Museu <strong>de</strong> História Natural do Capão<br />
da Imbuia, em Curitiba.<br />
Quanto ao contexto ecossistêmico no qual está inserida a área em estudo, a Floresta<br />
Ombrófila Mista, estudos realizados recentemente (MIRETZKI; BRAGA & BIANCONI, 2001)<br />
evi<strong>de</strong>nciaram a presença <strong>de</strong> 52 espécies <strong>de</strong> mamíferos, das quais 32 ocorrem ou tem provável<br />
ocorrência no Parque e seu entorno (Tabela 1). Segundo os mesmos autores, os 322 registros<br />
indicaram a presença <strong>de</strong> 9 or<strong>de</strong>ns, 24 famílias e 52 espécies, aproximadamente 40% dos<br />
mamíferos terrestres paranaenses. Por conseguinte, para a área <strong>de</strong> abrangência do PMSLT,<br />
ocorrem cerca <strong>de</strong> 24% das espécies <strong>de</strong> mamíferos terrestres paranaenses.<br />
Tabela 1 – Espécies observadas e <strong>de</strong> provável ocorrência na área <strong>de</strong> abrangência do PMSLT –<br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> - PR<br />
Or<strong>de</strong>m, Família, Espécie nome comum Fonte <strong>de</strong> referencia<br />
MARSUPIALIA<br />
Di<strong>de</strong>lphidae<br />
Di<strong>de</strong>lphis albiventris gambá-<strong>de</strong>-orelha-branca Fotografia 1<br />
Di<strong>de</strong>lphis aurita gambá-<strong>de</strong>-orelha-preta Informação 2<br />
XENARTHRA<br />
Myrmecophagidae<br />
Tamandua tetradactyla tamanduá-mirim Informação 2<br />
Dasypodidae<br />
Dasypus novemcinctus tatu-galinha Informação 2<br />
Euphractus sexcinctus tatu-peludo Informação 2<br />
CHIROPTERA<br />
Vespertilionidae<br />
Lasiurus sp. (?) morcego Fotografia 1<br />
Phyllostomidae<br />
Chrotopterus auritus falso-vampiro Informação 2<br />
Sturnira sp. morcego Informação 2<br />
Molossidae
Molossus sp. morcego Informação 2<br />
PRIMATES<br />
Cebidae<br />
Alouatta guariba bugio Fotografia 1<br />
CARNIVORA<br />
Canidae<br />
Cerdocyon thous cachorro-do-mato Avistamento 3<br />
Procyonidae<br />
Nasua nasua coati Avistamento 3<br />
Mustelidae<br />
Eira barbara irara Informação 2<br />
Lontra longicaudis lontra Vestígios 4<br />
Felidae<br />
Leopardus pardalis jaguatirica Comunicação 5<br />
Leopardus sp. gato-do-mato Comunicação 5<br />
ARTIODACTYLA<br />
Tayassuidae<br />
Pecari tajacu cateto Vestígios 4<br />
Cervidae<br />
Mazama rufina veado-poca Informação 2<br />
Mazama gouazoupira veado-catingueiro Fotografia 1<br />
RODENTIA<br />
Sciuridae<br />
Sciurus aestuans serelepe Avistamento 3<br />
Muridae<br />
Akodon sp. rato-do-mato Informação 2<br />
Akodon serrensis rato-do-mato Informação 2<br />
Akodon matensis rato-do-mato Informação 2<br />
Olygoryzomys sp. rato-do-mato Informação 2<br />
Oryzomys sp. rato-do-mato Informação 2<br />
Oryzomys flavescens rato-do-mato Informação 2<br />
Oryzomys nigripes rato-do-mato Informação 2<br />
Oxymycterus sp. rato-do-mato Informação 2<br />
Nectomys squamipes rato-do-mato Informação 2<br />
Hydrochaeridae<br />
Hydrochaeris Hydrochaeris capivara Vestígios 4<br />
Caviidae<br />
Cavia sp. preá Informação 2<br />
Dasyproctidae<br />
Dasyprocta azarae cutia Comunicação 5<br />
Capromyidae<br />
Myocastor coypus ratão-do-banhado Comunicação 5<br />
Leporidae<br />
Lepus europaeus lebre Informação 2<br />
1.Fotografia: através do adaptador fotográfico ou registro <strong>de</strong> captura eventual; 2. Informação:<br />
registros do Museu <strong>de</strong> História Natural – PMC; 3.Avistamento: observação direta em campo;
4.Vestígios: especialmente coleta <strong>de</strong> rastros por meio <strong>de</strong> contra-mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gesso calcinado e<br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> fezes; 5.Comunicação: informação repassada por L. Kozak (PMSLT).<br />
A região do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> está bastante próxima a uma área consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong><br />
alta importância biológica para mamíferos, e consta em mapa <strong>de</strong> áreas prioritárias para a<br />
conservação <strong>de</strong> mamíferos na floresta ombrófila <strong>de</strong>nsa e campos sulinos, <strong>de</strong>marcada no nor<strong>de</strong>ste<br />
do Estado <strong>de</strong> Santa Catarina (BRASIL, 2000). Com relação à inserção da área ora como Floresta<br />
Ombrófila Mista ora como Floresta Ombrófila Densa, explica-se pela floresta com araucária ter<br />
sido englobada em função <strong>de</strong> algumas similarida<strong>de</strong>s florísticas no contexto da floresta atlântica,<br />
e este conceito atualmente está muito em voga.<br />
4.2 RELATOS SOBRE AS ESPÉCIES<br />
Foram fotografados alguns indivíduos <strong>de</strong> gambá-<strong>de</strong>-orelha-branca (Di<strong>de</strong>lphis<br />
albiventris) (Figura 1) utilizando-se o Adaptador Fotográfico. Estes animais são muito comuns e<br />
têm gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação a vários tipos <strong>de</strong> ambientes, inclusive aqueles alterados<br />
antropicamente. Alguns indivíduos po<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r a se alimentar <strong>de</strong> aves domésticas, causando<br />
prejuízos em certas ocasiões. São noctívagos e alimentam-se <strong>de</strong> frutos silvestres, filhotes e ovos<br />
<strong>de</strong> pássaros e não raro é visto em galinheiros e pombais (LANGE & JABLONSKI, 1998). O<br />
gambá-<strong>de</strong>-orelha-preta (Di<strong>de</strong>lphis aurita) é consi<strong>de</strong>rado como um potencial dispersor <strong>de</strong><br />
sementes, especialmente as <strong>de</strong> Acnistus, Cyphomandra, Solanum, Psidium e Asterostigma<br />
(CÁCERES, 1996; 2003).<br />
Os tatus, com cerca <strong>de</strong> 20 espécies vivendo nas Américas são animais especialmente<br />
adaptados para a vida no solo (SILVA, 1984) e são preferencialmente noturnos sendo, às vezes,<br />
encontrados durante o dia (BECKER & DALPONTE, 1991). O tatu-galinha (Dasypus<br />
novemcinctus), encontrado no PMSLT, é uma espécie bastante comum, que vive em vários tipos<br />
<strong>de</strong> formações vegetais (SILVA, 1984).<br />
Os morcegos que habitam o Novo Mundo, na maioria são noturnos, existindo várias<br />
espécies <strong>de</strong> hábitos crepusculares (SILVA, 1984). Dos morcegos encontrados, Chrotopterus<br />
auritus, é consi<strong>de</strong>rado o maior morcego ocorrente no Brasil, possui hábito alimentar<br />
principalmente carnívoro, além <strong>de</strong> animalívoro e frugívoro (LANGE & STRAUBE, 1988).
Segundo TRAJANO (1984), C. auritus é uma espécie que utiliza abrigos constituídos por rocha<br />
(litófilos), isolados das condições ambientais gerais (em cavernas) e costumam pendurar-se<br />
pelos pés (livres). É espécie carnívora (MIKICH, 2002). Sobre Sturnira sp., po<strong>de</strong>-se dizer que,<br />
em tamanho, são parecidos com os morcegos-vampiros, mas diferenciam-se <strong>de</strong>stes pela<br />
ausência <strong>de</strong> membrana interfemural, forma e tamanho da folha nasal e <strong>de</strong>ntes caninos, entre<br />
outras características (SILVA, 1984). Entre as espécies <strong>de</strong> Sturnira, S. lilium possui dieta<br />
composta basicamente por frutos <strong>de</strong> espécies do gênero Solanum (IUDICA & BONACCORSO,<br />
1997 apud MIKICH, 2002). Quanto a Molossus sp., pertence a um grupo insetívoro (REIS;<br />
PERACCHI & ONUKI, 1993) e habitam lugares secos on<strong>de</strong> a temperatura é mais elevada que a<br />
do meio externo (SILVA, 1984). Lasiurus sp. po<strong>de</strong> ser encontrado geralmente nas folhas secas<br />
retorcidas que possuem cores semelhantes às do morcego e, quando adultos, vivem em grupos<br />
pequenos, geralmente do mesmo sexo (SILVA, 1984), se consi<strong>de</strong>rarmos hábitos semelhantes a<br />
L. ega.<br />
Os bugios (Alouatta guariba) são anualmente avistados no parque, geralmente nos meses<br />
<strong>de</strong> novembro e <strong>de</strong>zembro, especialmente na região próxima ao Centro Ambiental “Casa Branca”<br />
(CACB), em geral nos pinheiros e lauráceas (foto Figura 2). Um casal foi observado no início <strong>de</strong><br />
novembro <strong>de</strong> 2001 na trilha do Horto, tendo ocorrido este fato por dois anos consecutivos (L.<br />
Kozak, com.pes.). São atualmente encontrados com freqüência o ano todo, sempre um casal e<br />
um filhote, que agora já está com mais <strong>de</strong> um ano. No início das visualizações, em 2000/2001, o<br />
casal vocalizava, fato que não tem mais sido observado (L. Kozak, com.pes.). Esta espécie está<br />
atualmente ameaçada <strong>de</strong> extinção no Paraná (MIKICH & BÉRNILS, 2004), pois são<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> áreas florestadas e com baixo nível <strong>de</strong> alteração, e a situação atual no Estado<br />
não condiz com esta exigência ambiental. Experiências <strong>de</strong> reintrodução do bugio-preto ou<br />
guariba (Alouatta caraya) foram realizadas no Parque Nacional <strong>de</strong> Brasília (LINDBERGH &<br />
SANTINI, 1984) e po<strong>de</strong>-se pensar futuramente, na hipótese <strong>de</strong> executar um projeto semelhante<br />
na área do PMSLT e entorno, justamente em função das observações anuais.<br />
O avistamento <strong>de</strong> cachorros-do-mato (Cerdocyon thous) próximo às construções do<br />
PMSLT confirma a hipótese <strong>de</strong> que esta espécie é um tanto versátil, po<strong>de</strong>ndo adaptar-se a vários<br />
tipos <strong>de</strong> ambientes, talvez por sua dieta onívora, constituída por pequenos mamíferos, moluscos,<br />
crustáceos, insetos, répteis, aves e frutos (REDFORD & EISENBERG, 1999). Algumas fotos do<br />
animal foram obtidas através do adaptador fotográfico na trilha <strong>de</strong> acesso ao CACB (foto Figura<br />
3), on<strong>de</strong> foi evi<strong>de</strong>nciado um carreiro do animal, através <strong>de</strong> armadilhas <strong>de</strong> pegadas, i<strong>de</strong>ntificação
<strong>de</strong> cheiro e <strong>de</strong> fezes. L. Kozak (com.pes.) informou ter visto um bando <strong>de</strong>sta espécie, o que é<br />
pouco comum. É um predador importante no controle natural <strong>de</strong> populações <strong>de</strong> ratos, embora<br />
tenha um regime alimentar oportunístico e baseado nisto acredita-se que alguns indivíduos<br />
aprendam a comer galinhas ou ovelhas, causando <strong>de</strong>sta forma alguns prejuízos ao homem,<br />
sendo provável que este hábito aconteça com poucos animais, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma população<br />
(SILVA, 1984). Trabalhos feitos no Uruguai evi<strong>de</strong>nciaram sua preferencia por florestas e áreas<br />
<strong>de</strong> borda, diferentemente do cachorro-do-campo (Pseudalopex gymnocercus), que é encontrado<br />
em áreas mais abertas (REDFORD & EISENBERG, 1999).<br />
Outra espécie plástica, que possui uma dieta semelhante com espectro alimentar amplo, é<br />
o coati (Nasua nasua) visualizado próximo à pequena barragem do córrego que <strong>de</strong>sce da gruta<br />
até as proximida<strong>de</strong>s do CACB. Indivíduos <strong>de</strong>sta espécie têm sido avistados pelos vigias Evaldo<br />
e Clóvis e por L. Kozak em bando na trilha <strong>de</strong> acesso ao CACB, próximo ao rio Passa Três e no<br />
antigo talhão <strong>de</strong> Pinus. O bando é constituído por indivíduos adultos e filhotes e não apresentam<br />
comportamento sinantrópico; CRESPO (1982), consi<strong>de</strong>ra-os animalívoros por excelência, já que<br />
costumam se alimentar bastante <strong>de</strong> insetos; tal diversida<strong>de</strong> alimentar lhes permite ocupar níveis<br />
tróficos variados e importantes que resultam como chave na estrutura das teias tróficas, ao<br />
comportarem-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> como consumidores primários a terciários. MIKICH (2001) estudou a<br />
dieta frugívora do coati em remanescentes <strong>de</strong> floresta estacional semi<strong>de</strong>cidual, revelando o<br />
consumo <strong>de</strong> 60 espécies <strong>de</strong> frutos através <strong>de</strong> amostras fecais principalmente. O interessante é<br />
que, <strong>de</strong> acordo com o autor, o período reprodutivo ocorre no final do ano e coinci<strong>de</strong> com o pico<br />
da precipitação e da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> insetos, mas com a queda na disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> frutos<br />
zoocóricos. Estes entretanto, são consumidos em proporção acima da observada durante o pico<br />
<strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste recurso (março a agosto).<br />
L. Kozak (com. pes., 2002) relatou a morte <strong>de</strong> uma irara (Eira barbara) por<br />
atropelamento, na trilha que dá acesso ao CACB. Outra E. barbara encontrada ferida<br />
provavelmente esbarrou em uma cerca <strong>de</strong> arame farpado existente em um fragmento <strong>de</strong> floresta<br />
próximo à trilha on<strong>de</strong> foi encontrada. Essa cerca era utilizada pelos freis para contenção do gado<br />
e está prevista no planejamento a sua retirada (L. Kozak, com.pes.). A irara é um predador <strong>de</strong><br />
topo <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia, que ocasionalmente causa prejuízos a produtores <strong>de</strong> mel em algumas localida<strong>de</strong>s<br />
da região metropolitana <strong>de</strong> Curitiba. Espécie consi<strong>de</strong>rada periantrópica (apresenta certo grau <strong>de</strong><br />
tolerância à ativida<strong>de</strong> humana) anda tanto no solo como também se utiliza das árvores. CRESPO<br />
(1982), afirma nunca ter visto mais <strong>de</strong> um exemplar, no entanto já foram observadas três iraras<br />
vocalizando e em postura vertical ao lado <strong>de</strong> uma trilha no Parque Estadual <strong>de</strong> Vila Rica do
Espírito Santo, município <strong>de</strong> Fênix (M. Moura-Britto, obs. pes.), no crepúsculo vespertino, o<br />
que é corroborado por SILVA (1984), sobre a maior ativida<strong>de</strong> nas horas crepusculares.<br />
Já a lontra (Lontra longicaudis) é um animal bastante exigente quanto à qualida<strong>de</strong><br />
ambiental, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> rios com uma boa mata ciliar. Isso, somado ao fato <strong>de</strong> sofrer gran<strong>de</strong><br />
pressão cinegética, faz com que, atualmente, se encontre ameaçada <strong>de</strong> extinção. Espécie citada<br />
nas listas da CITES, brasileira e paranaense na categoria vulnerável. Espécie bem adaptada à<br />
vida semi - aquática. Possui hábitos diurnos e noturnos, sendo solitário ou vivendo aos pares,<br />
alimentando-se basicamente <strong>de</strong> peixes e crustáceos, além <strong>de</strong> outros organismos aquáticos<br />
(PARANÁ, 1995). A maior parte dos autos <strong>de</strong> infração do Estado Paraná, são por posse <strong>de</strong><br />
couro (VIDOLIN & MOURA-BRITTO, 1998), confirmando a procura por sua pele, que possui<br />
um alto valor <strong>de</strong> mercado. Sua pele é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>nsa e luxuosa, por isto a caça ao longo dos<br />
séculos, tendo entrado no mercado mundial mais <strong>de</strong> 63.000 peles <strong>de</strong> lontra (RENCTAS, s/d).<br />
Apesar do rio Passa Três apresentar um certo grau <strong>de</strong> poluição, foi constatada sua<br />
presença através <strong>de</strong> rastros e fezes, os quais foram encontrados nas margens compondo,<br />
principalmente, locais <strong>de</strong> alimentação. A distribuição dos vestígios nesses locais e os diferentes<br />
tamanhos das pegadas indicam ser <strong>de</strong> indivíduos distintos. Também foram avistados três<br />
indivíduos nas proximida<strong>de</strong>s da barragem próxima ao CACB, pela equipe <strong>de</strong> ornitólogos que<br />
atuam no PMSLT (J.S. Gruber & R. Sobânia, com.pes. 2002). São perseguidas pelo homem,<br />
especialmente em locais on<strong>de</strong> existam criações <strong>de</strong> peixes, o que as atrai. Foram registradas, no<br />
mesmo período, baixas na população <strong>de</strong> carpas existentes nesse tanque, com algumas cabeças<br />
encontradas nas rochas do rio Passa Três, fato que foi atribuído às lontras, uma vez que <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
junho <strong>de</strong> 2003, está se evi<strong>de</strong>nciando um período <strong>de</strong> seca na região, com gran<strong>de</strong> diminuição do<br />
volume <strong>de</strong> água nos rios provavelmente afetando a dieta do animal, que procurou então, outras<br />
opções <strong>de</strong> alimento.<br />
Os felí<strong>de</strong>os são animais com uma dieta especializada carnívora, ocupando o topo <strong>de</strong><br />
ca<strong>de</strong>ia alimentar e por isso necessitam <strong>de</strong> áreas relativamente gran<strong>de</strong>s e com disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
alimentos. Essas áreas encontram-se extremamente reduzidas a fragmentos. Somada a isso a<br />
intensa e sistemática perseguição humana que sofre, pelo medo, ataques a criações <strong>de</strong> animais<br />
domésticos, pela baixa disponibilida<strong>de</strong> alimentar no ambiente natural e pela caça <strong>de</strong>vido à sua<br />
pele ter um gran<strong>de</strong> valor no mercado clan<strong>de</strong>stino, a atual situação <strong>de</strong>sta família é consi<strong>de</strong>rada<br />
vulnerável e/ou ameaçada.<br />
Além <strong>de</strong> vestígios como fezes, foi encontrada uma toca <strong>de</strong>marcada que foi consi<strong>de</strong>rada<br />
como sendo <strong>de</strong> gato-do-mato (Leopardus sp.). Também foi encontrado um crânio, sem a
mandíbula, que parece ser <strong>de</strong> felino <strong>de</strong> pequeno porte (não i<strong>de</strong>ntificado em nível <strong>de</strong> espécie),<br />
com cerca <strong>de</strong> 8,8 cm <strong>de</strong> comprimento x 6,0 cm <strong>de</strong> largura (as medidas foram estimadas<br />
mediante uma fotografia). Além disso, confirmou-se a presença <strong>de</strong> jaguatirica (Leopardus<br />
pardalis) com o auxílio <strong>de</strong> adaptador fotográfico (foto Figura 4) e pela comunicação da morte<br />
por atropelamento <strong>de</strong> um indivíduo adulto, na estrada que dá acesso ao parque (L. Kozak, com.<br />
pes., 2002). Sua dieta primária consiste <strong>de</strong> pequenos mamíferos, especialmente roedores que são<br />
presas fundamentais em muitas áreas estudadas (OLIVEIRA, 1994).<br />
Com relação à informação obtida <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> veado-poca (Mazama rufina) (Tabela<br />
1), po<strong>de</strong>m ser feitas algumas consi<strong>de</strong>rações. CZERNAY (1987) apud DUARTE & MERINO<br />
(1997), substituiu M. rufina do sul do Brasil por M. nana, o que parece ter sido uma medida<br />
acertada, <strong>de</strong> acordo com DUARTE & MERINO (1997), pois a distância geográfica entre essas<br />
duas populações traz gran<strong>de</strong>s mudanças fenotípicas no sentido <strong>de</strong> promover um isolado<br />
reprodutivo eficiente. Portanto, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar na verda<strong>de</strong> o veado-poca citado na Tabela 1,<br />
como sendo Mazama nana, e a citação como M. rufina permanece, pois é como está i<strong>de</strong>ntificado<br />
em Museu, baseado em exemplar oriundo <strong>de</strong> Quitandinha e coletado em 1985. Provavelmente<br />
sua distribuição ocorre do norte do Paraná ao centro do <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Sul. DUARTE (1996)<br />
encontrou diferenças significativas entre populações do leste e do oeste paranaense, as quais<br />
sugerem que existam duas espécies distintas neste grupo, que ocupa áreas montanhosas e<br />
íngremes, especialmente das serras do interior dos estados <strong>de</strong> Santa Catarina e Paraná, cobertas<br />
<strong>de</strong> vegetação <strong>de</strong>nsa. Sugere também sua inclusão na lista <strong>de</strong> animais ameaçados <strong>de</strong> extinção.<br />
CHEBEZ & VARELA (2001), relatam que M. nana <strong>de</strong>spista seus perseguidores dando<br />
intermináveis voltas entre a vegetação <strong>de</strong>nsa do mesmo modo que a cutia e emite fortes<br />
vocalizações que lhe tem valido o nome <strong>de</strong> “bororó”.<br />
O veado-catingueiro (Mazama gouazoupira), que possui a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação a<br />
áreas alteradas, foi registrado fotograficamente (foto Figura 5) e também visualizado, por ser<br />
uma espécie facilmente perceptível no ambiente, o que o torna alvo fácil <strong>de</strong> caçadores, sofrendo<br />
intensa pressão por parte <strong>de</strong>stes. Indivíduos <strong>de</strong>sta espécie foram, por várias vezes, avistados no<br />
entorno da se<strong>de</strong> principal do PMSLT e no morro <strong>de</strong> acesso ao mesmo tentando entrar nos limites<br />
do PMSLT e se <strong>de</strong>batendo contra a cerca até encontrar um buraco na tela por on<strong>de</strong> conseguiu<br />
a<strong>de</strong>ntrar. Esta espécie possui uma dieta composta por alimentos ricos em proteína e <strong>de</strong> rápida<br />
liberação energética. Essas exigências são atingidas através <strong>de</strong> uma dieta balanceada entre o<br />
consumo <strong>de</strong> brotos e folhas tenras, flores e frutos, cujas proporções variam <strong>de</strong> acordo com a<br />
disponibilida<strong>de</strong> no ambiente e as necessida<strong>de</strong>s dos indivíduos. Portanto, o resultado final
percebido na utilização do habitat pelo veado-catingueiro é uma combinação entre a estrutura do<br />
ambiente e a produtivida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al dos itens alimentares úteis ao animal (PINDER &<br />
LEEUWENBERG, 1997).<br />
Serelepes (Sciurus aestuans) são frequentemente avistados próximo ao Seminário,<br />
principalmente nas palmeiras e nos pinheiros (foto Figura 6), alimentando-se <strong>de</strong> coquinhos e<br />
pinhões. O pinhão <strong>de</strong>sta forma é um elemento importante para a preservação do serelepe e <strong>de</strong><br />
muitos consumidores primários da região, que, por sua vez, são importantes para a preservação<br />
dos pinheiros. O que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como fator para sua presença nestes locais, é a<br />
gran<strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> alimento e a inexistência <strong>de</strong> predadores, e principalmente por terem<br />
<strong>de</strong>senvolvido um comportamento sinantrópico e se acostumado à presença das pessoas,<br />
consi<strong>de</strong>rando-se que no Paraná, isto ocorre apenas no PMSLT, à semelhança <strong>de</strong> seus parentes,<br />
os esquilos norte-americanos, que são comuns em parques e ruas urbanas. Também é<br />
reconhecido como subespécie, Sciurus aestuans ingrami, e ocorre da Bahia ao <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do<br />
Sul (EMMONS, 1990). É interessante o estabelecimento <strong>de</strong> uma espécie símbolo para o<br />
PMSLT, que po<strong>de</strong>ria ser o serelepe. Além disto, po<strong>de</strong>ria ser criado um logo específico para a<br />
área, com base na figura <strong>de</strong>ste “simpático” animal.<br />
Foram encontrados muitos vestígios <strong>de</strong> capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) (foto<br />
Figura 7), tais como fezes e pegadas nas margens do rio Passa Três, inclusive locais com<br />
vestígios <strong>de</strong> indivíduos distintos. Este animal sofre gran<strong>de</strong> perseguição humana por atacar<br />
plantações e por sua carne ser bastante apreciada pelos caçadores, já que é espécie com gran<strong>de</strong><br />
interesse cinegético. Em algumas áreas do Estado, aon<strong>de</strong> a pressão <strong>de</strong> caça é menor, as<br />
populações <strong>de</strong>senvolvem-se bem e atacam plantios <strong>de</strong> milho ou arroz, embora isto possa<br />
significar que não há disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> inexistência <strong>de</strong> áreas ribeirinhas<br />
com floresta ciliar. Possui um alto potencial para criação em cativeiro, pois se reproduz bem<br />
após adaptação, e sua carne é bastante apreciada, já existindo autorização do órgão ambiental<br />
fe<strong>de</strong>ral para comercialização por alguns estabelecimentos.<br />
O cateto (Pecari tajacu), não consta nas listas <strong>de</strong> animais ameaçados. É uma espécie que<br />
forma grupos menores do que aqueles <strong>de</strong> queixada (Tayassu pecari), com cerca <strong>de</strong> um a sete<br />
indivíduos (média 3.3) (SCHALLER, 1983). É espécie com ocorrência em algumas regiões do<br />
Estado (Norte, Sudoeste, planície litorânea, região metropolitana <strong>de</strong> Curitiba), sendo alvo <strong>de</strong><br />
caça e cativeiro ilícito (VIDOLIN & MOURA-BRITTO, 1998). A carne e o couro são bastante<br />
apreciados, havendo condições <strong>de</strong> serem criados em cativeiro (NOGUEIRA-FILHO &<br />
LAVORENTI, 1997).
A preá (Cavia aperea) po<strong>de</strong> viver em qualquer tipo <strong>de</strong> vegetação baixa e fechada, como<br />
capinzais, capoeiras, etc., e po<strong>de</strong>m ser observados nas primeiras ou nas últimas horas <strong>de</strong> sol<br />
(SILVA, 1984).<br />
A cutia (Dasyprocta azarae) escon<strong>de</strong>-se em tocas, principalmente em barrancos, sob<br />
raízes ou troncos ocos, <strong>de</strong>itados no solo (SILVA, 1984).<br />
O ratão–do–banhado (Myocastor coypus) foi avistado em 05 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004 em<br />
uma região lodosa do tanque maior próximo ao CACB (L. Kozak, com.pes.). Vivem em<br />
banhados, lagoas, rios ou outros locais com água (SILVA, 1984).<br />
Quanto aos pequenos roedores silvestres, sugere-se um inventário sobre as espécies<br />
atualmente ocorrentes, a fim <strong>de</strong> comparar com as informações obtidas <strong>de</strong> museu.<br />
A lebre (Lepus europaeus) é uma espécie introduzida que atualmente encontra-se<br />
distribuída <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> do Sul on<strong>de</strong>, segundo QUADROS (2001b), foi registrada pela<br />
primeira vez em 1965 por on<strong>de</strong> entrou no Brasil através da Argentina (lá introduzida em 1888).<br />
Seu limite atual alcança até o estado <strong>de</strong> São Paulo, às margens do <strong>Rio</strong> Tietê (AURICCHIO &<br />
OLMOS, 1999). Hoje é comum e abundante, chegando a causar danos à horticultura.<br />
4.3 ESPÉCIES BIOINDICADORAS<br />
Entre os mamíferos, algumas espécies po<strong>de</strong>m ser utilizadas como bioindicadoras da<br />
qualida<strong>de</strong> ambiental, levando-se em conta a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação a meios diferentes<br />
quanto aos fatores ecológicos. Espécies com maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação representam os<br />
mamíferos que sobrevivem em um ambiente submetido a diferentes graus <strong>de</strong> alteração. Por<br />
outro lado, as espécies com pouca ou nenhuma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação, po<strong>de</strong>m ser boas<br />
indicadoras <strong>de</strong> ambientes primitivos. Espécies arborícolas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> ambientes florestais,<br />
assim, a presença <strong>de</strong> bugios e tamanduá-mirim possivelmente indica florestas com,<br />
relativamente, baixo índice <strong>de</strong> alteração. A ocorrência da lontra, totalmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
cursos d’água, sugere pequeno grau <strong>de</strong> perturbação dos mesmos visto que necessita <strong>de</strong> boa<br />
disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento, no caso, peixes e crustáceos. Neste sentido, seria interessante um<br />
levantamento <strong>de</strong>stes recursos nos rios da região e especialmente no Passa Três, para<br />
confirmação da presença <strong>de</strong> espécies-presa da lontra, assim como um trabalho com a espécie, a
fim <strong>de</strong> avaliar sua dieta. Felinos, por serem especialistas carnívoros, habitam ambientes com<br />
pouca alteração ou protegidos. Isso po<strong>de</strong> ser evi<strong>de</strong>nciado pela ocorrência <strong>de</strong> jaguatirica e gatosdo-mato<br />
na área.<br />
Já animais com gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação, como gambás, po<strong>de</strong>m sugerir, quando<br />
presentes em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>, um ambiente alterado. Sua ocorrência no PMSLT po<strong>de</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>rada normal, pois as alterações na área <strong>de</strong>correm <strong>de</strong> várias décadas. Isto <strong>de</strong>nota a<br />
importância <strong>de</strong> mais estudos com mamíferos, bem como da preservação da UC, a fim <strong>de</strong><br />
proteger esse importante fragmento florestal na região.<br />
4.4 DECLÍNIO POPULACIONAL<br />
A <strong>de</strong>rrubada das áreas florestadas causa <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, reduzindo o ecossistema a<br />
fragmentos <strong>de</strong> tamanhos médios a pequenos. A consequência disso é que as bordas <strong>de</strong>sses<br />
fragmentos são modificadas drasticamente por ficarem expostas à radiação solar direta e a<br />
pressão dos ventos alterando a composição florística e o microclima e consequentemente, os<br />
habitats e áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> espécies mais sensíveis a estas modificações, ocasionando o<br />
empobrecimento <strong>de</strong> algumas populações.<br />
REDFORD (1997), aborda sobre dois tipos <strong>de</strong> redução da fauna: direta e indireta. Uma<br />
<strong>de</strong>las implica em <strong>de</strong>struição do habitat, especialmente aqueles críticos, utilizados para<br />
nidificação, por exemplo. Outra forma, a direta, trata das caças <strong>de</strong> subsistência e comercial.<br />
Ressalta também que, a preservação da vegetação da floresta tropical, em longo prazo, não será<br />
possível se a sua fauna também não for preservada.<br />
Embora a caça exista <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a existência dos primeiros hominí<strong>de</strong>os, que a praticavam em<br />
grupos (LEAKEY & LEWIN, 1980), não há como a aceitarmos com naturalida<strong>de</strong> atualmente, a<br />
não ser como subsistência em regiões mais atrasadas e remotas, o que se restringe a raras<br />
exceções na região sul. COIMBRA-FILHO (1977), acrescenta que passa a ser inadmissível<br />
mesmo naqueles lugares mais isolados, quando a caça <strong>de</strong> subsistência passa a ser<br />
comercializada.<br />
Um dos primeiros sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>clínio populacional rumo à extinção é o <strong>de</strong>svio na<br />
proporção <strong>de</strong> indivíduos jovens capturados pelos caçadores relativamente a indivíduos adultos e<br />
velhos: quanto maior a pressão <strong>de</strong> caça, maior a tendência a se capturarem mais indivíduos<br />
jovens e menos indivíduos velhos. Quando esse <strong>de</strong>svio se torna por <strong>de</strong>mais acentuado, sendo
superior à mortalida<strong>de</strong> natural da população, esta entra em colapso e <strong>de</strong>saparece (PINDER &<br />
LEEUWENBERG, 1997).<br />
Na Região Metropolitana <strong>de</strong> Curitiba há o predomínio da caça como tipo <strong>de</strong> infração,<br />
como relatado por VIDOLIN & MOURA-BRITTO (1998) e cremos que a região <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong><br />
não <strong>de</strong>ve fugir a esta regra, pois <strong>de</strong>ve sofrer as mesmas influências observadas no entorno <strong>de</strong><br />
Curitiba, visto terem tido tipos semelhantes <strong>de</strong> colonização.<br />
O impacto da caça sobre espécies <strong>de</strong> mamíferos e da avifauna foi avaliado por<br />
CULLEN-Jr., BODMER & VALLADARES-PÁDUA (2000), em fragmentos da floresta<br />
Atlântica no estado <strong>de</strong> São Paulo. Foi comum o registro da caça a porcos-do-mato (Pecari<br />
tajacu e T. pecari), anta (Tapirus terrestris), veados (Mazama americana e M. gouazoupira),<br />
tatus (Dasypus novemcinctus) e cutias (Dasyprocta azarae), além <strong>de</strong> outras espécies menos<br />
pressionadas como bugios (Alouatta guariba) e macacos-prego (Cebus nigritus). Os<br />
efeitos da caça na região sudoeste do estado <strong>de</strong> São Paulo foram medidos pelas alterações na<br />
abundância relativa das espécies em quatro fragmentos com tamanhos similares (cerca <strong>de</strong> 2.000<br />
ha cada), mas diferentes pressões <strong>de</strong> caça. Estas informações foram comparadas com resultados<br />
<strong>de</strong> abundância <strong>de</strong> espécies em uma gran<strong>de</strong> unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> 35.000 ha (P.E. Morro do<br />
Diabo). Os resultados apontaram que processos biológicos acelerados pela fragmentação po<strong>de</strong>m<br />
fazer com que populações isoladas tornem-se mais vulneráveis à sobrecaça e, além disso, estas<br />
populações estão mais acessíveis tanto a predadores silvestres como a humanos. Todos estes<br />
fatores ten<strong>de</strong>m a alterar a resistência das espécies à caça e aumentar o impacto <strong>de</strong>sta em<br />
pequenas florestas isoladas. O impacto da caça exacerba os efeitos da fragmentação e é provável<br />
que seja o principal fator para o esvaziamento dos fragmentos florestais <strong>de</strong> espécies cinegéticas,<br />
em curto prazo.<br />
Outro fato que po<strong>de</strong> acarretar danos à qualida<strong>de</strong> faunística é o atropelamento <strong>de</strong> animais.<br />
Na estrada <strong>de</strong> acesso principal ao PMSLT, foi constatada a morte <strong>de</strong> uma jaguatirica e uma<br />
irara, provavelmente por atropelamento (L. Kozak, com.pes., 2002).<br />
FISCHER (1997) avaliou os efeitos da BR-262 na mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vertebrados silvestres,<br />
na região do Pantanal, Mato Grosso do Sul, que possui uma diversida<strong>de</strong> muito superior a que<br />
hoje po<strong>de</strong>mos contemplar na região em estudo, em se tratando <strong>de</strong> vertebrados silvestres. Este<br />
estudo revelou alta riqueza <strong>de</strong> espécies atropeladas e índices preocupantes. Concluiu que havia<br />
uma taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 16,8 atropelamentos/mês, no ano <strong>de</strong> 1990, <strong>de</strong> 30<br />
atropelamentos/mês em 1992 e que em 1997, a mortalida<strong>de</strong> atingiu 105 atropelamentos/mês<br />
(três mortes /dia). Esta análise envolveu a influência do <strong>de</strong>senho paisagístico da estrada, a
presença <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> atração dos animais na borda da estrada e o mapeamento da diversida<strong>de</strong>,<br />
distribuição das espécies, e taxas <strong>de</strong> atropelamento ao longo da rodovia, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar os<br />
padrões <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>. Todos estes dados permitiram estimar o status <strong>de</strong> conservação local,<br />
indicando as áreas <strong>de</strong> risco para a vida selvagem, e encaminhando propostas quanto às formas<br />
<strong>de</strong> manejo ao longo da rodovia.<br />
Outras informações sobre metodologias utilizadas constam em FARIA & MORENI<br />
(2000), que avaliaram o impacto da SP-613 no Parque Estadual do Morro do Diabo, em<br />
Teodoro Sampaio, sudoeste <strong>de</strong> São Paulo, contabilizando nove anos <strong>de</strong> monitoramento, com um<br />
total <strong>de</strong> 182 indivíduos mortos e 25 espécies i<strong>de</strong>ntificadas. Além disso, obtiveram dados sobre<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrências por espécie e sazonais, finalizando com propostas <strong>de</strong> construção <strong>de</strong><br />
túneis e alambrados nos pontos críticos em conformida<strong>de</strong> com o monitoramento efetuado,<br />
propondo inclusive plantio <strong>de</strong> árvores para corredores aéreos. A avaliação da eficácia da<br />
implantação <strong>de</strong>stes elementos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um monitoramento constante, que vai<br />
indicar a cada período que medidas po<strong>de</strong>m ou <strong>de</strong>vem ser tomadas com relação à preservação da<br />
fauna.<br />
Foi levantada uma cerca que limita parte do PMSLT com relação à estrada, e esta<br />
medida mostrou-se significativa na redução dos atropelamentos. Porém, a questão que nos<br />
preocupa é se esta medida po<strong>de</strong> impedir que os animais transitem livremente para outros<br />
fragmentos <strong>de</strong> floresta e efetuar o <strong>de</strong>slocamento natural pela área, ou mesmo interferir nos<br />
padrões <strong>de</strong> comportamento em seu território, a ponto <strong>de</strong> prejudicar, em longo prazo, a<br />
perpetuação <strong>de</strong> espécies na região. O fato <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>rem utilizar mais aquele carreiro po<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
alguma forma comprometer ou já ter comprometido, o comportamento <strong>de</strong> algumas espécies no<br />
local. Esta questão necessita <strong>de</strong> uma avaliação mais aprofundada, pois na maioria vezes,<br />
procura-se manter o carreiro, modificando-se ou favorecendo o uso por meio <strong>de</strong> túneis ou<br />
pontes. De qualquer forma a instalação <strong>de</strong> cercas e construção <strong>de</strong> passagens sob e sobre<br />
rodovias, foram soluções que funcionaram mo<strong>de</strong>radamente em outros locais, como na França,<br />
principalmente para ungulados (LODÉ, 2000 apud CÂNDIDO-Jr. et al., 2002). RODRIGUES<br />
et al., (2002), propõe como ação mitigadora, a redução do limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, com instalação<br />
<strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, como radares e barreiras eletrônicas ou obstáculos<br />
físicos (quebra-molas), pois <strong>de</strong> outra forma o limite não é respeitado, além da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
pontos críticos, a fim <strong>de</strong> tornar mais objetiva a instalação das placas com relação ao trânsito <strong>de</strong><br />
veículos.
Uma das características mais marcantes da região do PMSLT e seu entorno é que,<br />
comparando-se com outros municípios, este possui mais áreas <strong>de</strong> floresta, mesmo que já<br />
exploradas e em vários estágios <strong>de</strong> sucessão, predominando os fragmentos em estágio<br />
secundário ou primário explorado seletivamente.<br />
Isto garante uma característica tal que favorece a dispersão da gran<strong>de</strong> maioria das<br />
espécies, além <strong>de</strong> prover, teoricamente (não está sendo avaliado este item), alimento à fauna em<br />
geral. No entanto, não existem evidências <strong>de</strong> presença <strong>de</strong> predadores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, tratandose<br />
neste caso especificamente <strong>de</strong> mamíferos. Isto po<strong>de</strong> ocorrer por vários motivos: a) não há<br />
registro por falta <strong>de</strong> informação por parte da população, em face <strong>de</strong> não ser um município que<br />
explore a criação <strong>de</strong> gado, seja bovino ou caprino, não sendo por isso motivo <strong>de</strong> reclamações; b)<br />
houve uma perseguição acentuada à estas espécies, ocasionando o <strong>de</strong>saparecimento local,<br />
especialmente <strong>de</strong> suçuarana (Puma concolor), que possui registros <strong>de</strong> oito anos atrás (ago/1996,<br />
animal atropelado; nov/1996, predação a suínos, para o município <strong>de</strong> Mandirituba, que dista<br />
cerca <strong>de</strong> 78 km <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> (obs. pess).); <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos para o município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> Negrinho, que<br />
dista cerca <strong>de</strong> 52 km e Campo Alegre, cerca <strong>de</strong> 88 km, ambos em Santa Catarina (MAZZOLLI,<br />
1993); c) a área não se mostra favorável atualmente, <strong>de</strong>vido a uma sobrecaça intensiva das<br />
presas <strong>de</strong> onças (mamíferos <strong>de</strong> pequeno e médio porte), o que ocasionou ao longo do tempo, a<br />
procura <strong>de</strong> outros ambientes com maior ocorrência <strong>de</strong> presas. QUADROS (2001) relata para<br />
uma área <strong>de</strong> floresta Ombrófila <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> planície em Itapoá, SC, com base na análise <strong>de</strong> pelos<br />
através <strong>de</strong> microscopia óptica, a predação das seguintes espécies: gambá-<strong>de</strong>-orelha-preta<br />
(Di<strong>de</strong>lphis aurita), macaco-prego (Cebus nigritus), tamanduá-<strong>de</strong>-colete (Tamandua<br />
tetradactyla), tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), anta (Tapirus terrestris), cateto (Pecari<br />
tajacu), veados (Mazama spp.), ouriço-cacheiro (Sphiggurus sp.), paca (Agouti paca), cutia<br />
(Dasyprocta azarae), capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) e tapiti (Sylvilagus brasiliensis).<br />
No item b) citado acima, um caso <strong>de</strong> ataque <strong>de</strong> P. concolor a suínos, o encontro <strong>de</strong><br />
vestígios da presença no local, na região <strong>de</strong> Mandirituba, indicou ocorrência mais freqüente das<br />
onças, além da proximida<strong>de</strong> com a Serra, a sudoeste. Supôs-se, pelas informações coletadas, que<br />
aqueles felinos provinham da região serrana próxima, já que há muito tempo não eram<br />
observados naquele município. É esta suposição que também po<strong>de</strong> ajudar a compreen<strong>de</strong>r no<br />
futuro, a inexistência <strong>de</strong> informações sobre suçuarana na região <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>: o território atual<br />
<strong>de</strong>sta espécie restringe-se à área da Serra e dali po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>slocar-se quando há ativida<strong>de</strong>s<br />
antrópicas que os afugentem. Há concordância com estas suposições em MAZZOLLI (1993),<br />
que ressalta uma gran<strong>de</strong> familiarida<strong>de</strong> com a presença da suçuarana na região serrana <strong>de</strong> Santa
Catarina, “até porque é comum abaterem estes animais geralmente guardando peças do<br />
esqueleto e pele como troféus”. Outro fato relevante é a citação, <strong>de</strong>ste mesmo autor, <strong>de</strong> que as<br />
áreas <strong>de</strong> ocorrência, são geralmente locais <strong>de</strong> vegetação primária remanescente acima dos 800 m<br />
<strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Segundo o plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, o pico mais elevado no<br />
município situa-se entre as localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Campina dos Anjos e Lençol, e o Morro do Cavalo<br />
Branco, com 947 m, o que corrobora a tese <strong>de</strong> que a presença da suçuarana no município, po<strong>de</strong><br />
estar sendo afetada por fatores antrópicos cinegéticos.<br />
Existem algumas evidências <strong>de</strong> que estamos nos <strong>de</strong>frontando com um tema que tem sido<br />
muito <strong>de</strong>batido na literatura, que é o conceito da “floresta vazia”. Seria produtivo que se<br />
avaliasse melhor o contexto <strong>de</strong> ocorrência das espécies na região, antes <strong>de</strong> encerrar a discussão a<br />
respeito, pois <strong>de</strong>veria haver muito maior presença <strong>de</strong> variadas espécies do que tem sido<br />
percebido, em face da área florestal existente, maior do que a média <strong>de</strong> municípios paranaenses.<br />
Os corredores <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> são uma estratégia para que se possa interconectar os<br />
fragmentos florestais <strong>de</strong> tal forma que funcionem como um agente dispersor e estimulador da<br />
variabilida<strong>de</strong> genética (COELHO, 2003). É interessante então, que seja <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado um<br />
trabalho <strong>de</strong> recomposição <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação permanente no município, pois esta é a forma<br />
mais concreta <strong>de</strong> se promover a composição <strong>de</strong> corredores ecológicos, propiciando a dispersão<br />
das várias espécies. Existem outras várias formas <strong>de</strong> se conduzir projetos <strong>de</strong>ste gênero e uma<br />
das mais aceitáveis é a <strong>de</strong> estudar preliminarmente quais as principais espécies <strong>de</strong> gramíneas,<br />
arbustivas e arbóreas, que se adaptam melhor às várias e diferentes condições ambientais, a fim<br />
<strong>de</strong> se promover a recuperação <strong>de</strong> algumas das áreas <strong>de</strong>gradadas, obe<strong>de</strong>cendo <strong>de</strong> forma o mais<br />
próxima possível, uma sucessão ecológica natural. MIKICH; SILVA & MOURA-BRITTO<br />
(1999), discutem estratégias propostas <strong>de</strong> implementação sob esta óptica.<br />
Uma outra questão importante com respeito à região <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> é a seguinte: o<br />
entorno requer a criação <strong>de</strong> uma APA? Se avaliarmos a cobertura florestal existente, seria<br />
interessante discutir exaustivamente para que se chegue a um consenso sobre se é ou não <strong>de</strong><br />
interesse a criação <strong>de</strong> uma Área <strong>de</strong> Proteção Ambiental (APA) e que tipo <strong>de</strong> vantagens esta<br />
medida traria ao (s) município (s) componentes. Antes <strong>de</strong> se pensar em realizar um encontro a<br />
respeito, <strong>de</strong>ve-se estabelecer algumas premissas básicas para uma discussão mais aprofundada.<br />
Uma primeira questão seria se uma APA municipal já atingiria o objetivo conservacionista<br />
proposto e consequentemente, como po<strong>de</strong>ria ser estabelecida uma área que abarcasse além <strong>de</strong><br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, mais outros dois ou três municípios e se os interesses seriam coinci<strong>de</strong>ntes. Ainda,<br />
<strong>de</strong>ve ser avaliado se há interesse do município em assumir uma APA, alterar seu planejamento e
assumir uma gestão ambiental, o que envolve uma modificação da visão <strong>de</strong> uso dos solos e<br />
também a opinião da socieda<strong>de</strong> local.<br />
4.5 QUALIDADE AMBIENTAL DA ÁREA<br />
Foram feitas algumas incursões na área <strong>de</strong> entorno do PMSLT, o que permitiu notar a<br />
distribuição <strong>de</strong> um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> remanescentes florestais em vários estágios <strong>de</strong><br />
sucessão, o que foi reforçado com a análise <strong>de</strong> fotos aéreas <strong>de</strong> 1: 25.000, datadas <strong>de</strong> 1980. Um<br />
estudo da sua distribuição po<strong>de</strong>rá evi<strong>de</strong>nciar a melhor forma <strong>de</strong> se estabelecer alguns corredores<br />
<strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>.<br />
Finalmente, para o PMSLT seria interessante que fosse estabelecida uma espécie<br />
símbolo para a divulgação <strong>de</strong> campanhas e estudos. A espécie que mais está relacionada à<br />
unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação, e que melhor caracteriza o PMSLT <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o conhecemos, é o<br />
serelepe, pois em nenhuma outra área do sul ou su<strong>de</strong>ste do Paraná, indivíduos <strong>de</strong>sta espécie se<br />
aproximam tanto do visitante como observado em <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.<br />
5. CONCLUSÕES<br />
Foi verificada a ocorrência <strong>de</strong> 32 espécies <strong>de</strong> mamíferos para o PMSLT e entorno,<br />
através <strong>de</strong> registros <strong>de</strong> museu, vestígios, avistamento e fotografia.<br />
Na área <strong>de</strong> abrangência do PMSLT, ocorrem cerca <strong>de</strong> 24% das espécies <strong>de</strong> mamíferos<br />
terrestres paranaenses.<br />
A região do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> está bastante próxima a uma área consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong><br />
alta importância biológica para mamíferos, o que a torna importante área <strong>de</strong> conservação.<br />
Inexistem informações confiáveis sobre um predador <strong>de</strong> topo <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia, ainda ocorrente<br />
no Paraná, a suçuarana (Puma concolor), o que induz a que estendamos a preocupação a outras<br />
espécies importantes no controle <strong>de</strong> populações <strong>de</strong> herbívoros.
6. PROPOSTAS<br />
Sugere-se que estudos posteriores a serem propostos possam ser viabilizados pelas<br />
indústrias que promovem supressão vegetal para cultivo <strong>de</strong> fumo e Pinus, como uma<br />
compensação pelos impactos ambientais na região.<br />
Propõe-se como ação mitigadora, a redução do limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> na área da estrada<br />
marginal ao PMSLT (30 km/h?) ou com colocação <strong>de</strong> obstáculos físicos (quebra-molas), além<br />
da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> pontos críticos, por meio <strong>de</strong> metodologia apropriada. Sugere-se também a<br />
instalação <strong>de</strong> placas com silhuetas <strong>de</strong> animais e com limites <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, para chamar a<br />
atenção dos visitantes do PMSLT, além <strong>de</strong> divulgar um programa <strong>de</strong> informação a respeito.<br />
Outra proposta é <strong>de</strong> que seja elaborado um mapeamento da atual situação da caça da<br />
região e que, em cima dos dados obtidos, seja planejado um programa <strong>de</strong> sensibilização da<br />
população, além da implantação <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> fiscalização mais ostensivo, com apoio do<br />
Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Batalhão <strong>de</strong> Polícia Florestal (BPFlo).<br />
Deve-se avaliar o percentual ou índice florestal, em relação à área do município, a fim <strong>de</strong><br />
compará-lo futuramente com outros municípios na continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste trabalho e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sta<br />
forma se estabelecer um índice florestal para a região.<br />
Propõe-se um estudo sobre a viabilida<strong>de</strong> da reintrodução do bugio (Alouatta guariba) na<br />
área do PMSLT e entorno, em face <strong>de</strong> frequência com que são avistados indivíduos (embora em<br />
baixa quantida<strong>de</strong>).<br />
Propõe-se um Inventário da mastofauna em variados ambientes no entorno do PMSLT, a<br />
fim <strong>de</strong> melhor avaliar a ocorrência das espécies <strong>de</strong> interesse cinegético na região e testar a teoria<br />
da “floresta vazia”.<br />
Em face da importância dos morcegos na influencia da estrutura da vegetação, através do<br />
consumo <strong>de</strong> diversos frutos, sugere-se o inventário no PMSLT e entorno.<br />
É interessante que seja executado um levantamento da fauna <strong>de</strong> invertebrados e<br />
vertebrados ocorrentes em rios da região e especialmente no Passa Três, para confirmação da<br />
presença <strong>de</strong> espécies - presa da lontra, assim como um trabalho com a espécie, a fim <strong>de</strong> avaliar<br />
sua dieta.<br />
Promover a composição e implementação <strong>de</strong> corredores ecológicos, mediante um<br />
trabalho <strong>de</strong> recomposição <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação permanente no município, propiciando a<br />
melhor dispersão das espécies ocorrentes na área do PMSLT e entorno.
Discutir a proposta <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> uma APA na região, entre os componentes das<br />
secretarias envolvidas direta e indiretamente com a questão, com possíveis parceiros e com a<br />
comunida<strong>de</strong>.<br />
Propõe-se o estabelecimento <strong>de</strong> uma espécie símbolo para o PMSLT: o serelepe. Além<br />
disto, propõe-se também a criação <strong>de</strong> um logo com base na figura <strong>de</strong>ste animal.<br />
Agra<strong>de</strong>cimentos. Somos gratos a Lenita Kozak pelo apoio constante,<br />
participação, informações e leitura crítica do texto; Fernanda Braga, A<strong>de</strong>mar Cabeças-Filho,<br />
Viviane Simiano, Dennis Patrocínio, por apoio ao trabalho, auxílio em etapas diferenciadas e<br />
leitura do texto.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
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ORDEM CHIROPTERA<br />
Carolina Scultori<br />
Os morcegos (Or<strong>de</strong>m Chiroptera) são os únicos mamíferos com real capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vôo,<br />
sendo a segunda or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Ro<strong>de</strong>ntia com maior número <strong>de</strong> espécies (Nowak, 1991),<br />
apresentando uma ampla distribuição geográfica. A or<strong>de</strong>m Chiroptera possui cerca <strong>de</strong> 930<br />
espécies (Koopman, 1993), representando aproximadamente um quarto da fauna <strong>de</strong> mamíferos<br />
do mundo.<br />
Esses animais possuem uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hábitos alimentares como insetívoros,<br />
frugívoros, nectarívoros, carnívoros, piscívoros, sanguívoros e onívoros. Os morcegos<br />
<strong>de</strong>sempenham um importante papel no ambiente, como controlar as populações <strong>de</strong> insetos<br />
(Kunz, 1974), polinizarem muitas espécies <strong>de</strong> plantas (Sazima & Sazima, 1975) e dispersar<br />
sementes (Uieda & Vasconcelos-Neto, 1985). Alguns autores acreditam que um quarto das<br />
espécies <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong> algumas florestas seja dispersas pelos morcegos (Humprey &<br />
Bonaccorso, 1979).<br />
No Brasil são encontradas 148 espécies <strong>de</strong> morcegos (Reis, 2002). No Estado do<br />
Paraná foram i<strong>de</strong>ntificadas 54 espécies <strong>de</strong> morcegos, sendo que para a Floresta Ombrófila Mista<br />
apenas 36 espécies foram catalogadas, representando cerca <strong>de</strong> 68% da fauna <strong>de</strong> quirópteros<br />
encontradas para o Estado (Miretzki, 2003).<br />
No Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa foram encontradas até o momento <strong>de</strong>z<br />
espécies <strong>de</strong> morcegos, pertencentes a duas famílias: Phyllostomidae (3 espécies; 30% do total):<br />
Artibeus lituratus, Pygo<strong>de</strong>rma bilabiatum e Sturnira lilium; Vespertilionidae (7; 70%):<br />
Eptesicus brasiliensis, E. furinalis, Histiotus velatus, Myotis nigricans, M. ruber, Myotis sp1,<br />
Myotis sp2. Tal riqueza representa 28% das espécies <strong>de</strong> quirópteros com ocorrência confirmada<br />
para a FA paranaense (N=36), havendo predomínio <strong>de</strong> insetívoros (Vespertilionidae).
Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar a importância do PMSLT na conservação das espécies <strong>de</strong> morcegos<br />
pela ocorrência <strong>de</strong> Myotis ruber, espécie presente nas listas brasileira e paranaense <strong>de</strong> espécies<br />
ameaçadas <strong>de</strong> extinção, que foi encontrada no parque.<br />
Tabela 1. Morcegos capturados no PMSLT com suas respectivas guildas alimentares.<br />
Família Espécie Guilda<br />
Phyllostomidae Artibeus lituratus Frugívoro<br />
Pygo<strong>de</strong>rma bilabiatum Frugívoro<br />
Sturnira lilium<br />
Frugívoro<br />
Vespertilionidae Eptesicus brasiliensis Insetívoro<br />
Eptesicus furinalis Insetívoro<br />
Histiotus velatus<br />
Insetívoro<br />
Myotis nigricans<br />
Insetívoro<br />
Myotis ruber<br />
Insetívoro<br />
Myotis sp. 1<br />
Insetívoro<br />
Myotis sp. 2<br />
Insetívoro<br />
Total: 2 famílias 10 espécies 2 guildas
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PROJETO<br />
EXECUÇÃO: BIÓLOGA JOSIANE SABÓIA<br />
TESTANDO ASSIMETRIA FLUTUANTE EM TROGLOTYDES MUSCULUS (CORRUÍRA) EM UMA ÁREA DE<br />
FLORESTA OMBRÓFILA MISTA NO PARANÁ.
Introdução<br />
Assimetria flutuante é a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos <strong>de</strong>senvolverem caracteres<br />
bilaterais (asa, cauda, tarso, bico) com precisão. A assimetria não é adaptativa e sim uma<br />
interação do genótipo e o ambiente on<strong>de</strong> o indivíduo se <strong>de</strong>senvolve (Moller e Swaddle, 1997).<br />
Por isso a assimetria flutuante vem sendo estudada como índice <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> fenotípica<br />
individual em estudos <strong>de</strong> biologia reprodutiva, mostrando a relação entre o sucesso reprodutivo<br />
e a assimetria flutuante. Por exemplo, um indivíduo po<strong>de</strong> gerar assimetria em caracteres<br />
bilaterais por um estresse gerado durante o <strong>de</strong>senvolvimento; um exemplo <strong>de</strong> estresse é a<br />
diminuição <strong>de</strong> oferta alimentar durante o <strong>de</strong>senvolvimento do indivíduo.<br />
Este estudo vem verificar a possível existência <strong>de</strong> assimetria flutuante em<br />
indivíduos com dificulda<strong>de</strong>s no <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Objetivos:<br />
Será estudada a importância <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões reprodutivas atuais para sucesso reprodutivo<br />
futuro. Um investimento reprodutivo po<strong>de</strong> gerar consequências no sucesso reprodutivo da vida<br />
<strong>de</strong> um organismo. Por exemplo, o tamanho <strong>de</strong> prole em que investe um casal, po<strong>de</strong> ter custos<br />
reprodutivos no futuro; a energia gasta agora, reduz energia para amanhã.<br />
A alimentação, assimetria flutuante dos filhotes e o sucesso reprodutivo <strong>de</strong> proles<br />
futuras, serão comparados entre ninhos <strong>de</strong> tamanho <strong>de</strong> proles diferentes naturalmente e<br />
experimentalmente. O número <strong>de</strong> ovos que os casais botam, está diretamente relacionado com a<br />
qualida<strong>de</strong> do território (micro-habitats, oferta alimentar, clima temporal). Em proles<br />
experimentais, on<strong>de</strong> serão modificados os números <strong>de</strong> filhotes, ou seja, aumentado o n° <strong>de</strong><br />
filhotes, níveis <strong>de</strong> estresse po<strong>de</strong>m proporcionar o surgimento <strong>de</strong> assimetria flutuante em<br />
caracteres com simetria bilateral (tarso, asa, bico). Consequentemente, originarão dificulda<strong>de</strong>s<br />
no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> gerações futuras. Assim, para ver estas consequências na reprodução, a<br />
biologia reprodutiva da corruíra (Troglodytes musculus) vai ser usada como mo<strong>de</strong>lo. Nas proles<br />
reduzidas, o estresse provavelmente será minimizado, pois os pais terão melhores condições no<br />
cuidado. Ou seja, estes níveis altos e baixos <strong>de</strong> estresse po<strong>de</strong>m ter consequências para os pais e
filhotes. Para os pais, que terão suas proles aumentadas o gasto excessivo <strong>de</strong> energia<br />
influenciará maleficamente nas proles futuras. Para os filhotes, que nascerão <strong>de</strong> proles<br />
reduzidas, ganharão mais atenção, terão comida abundante, consequentemente o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento será mais rápido e melhor. A conquista <strong>de</strong> territórios para estes filhotes,<br />
provavelmente será rápida. Os filhotes que <strong>de</strong>senvolverão <strong>de</strong> proles aumentadas, possivelmente<br />
serão problemas no <strong>de</strong>senvolvimento (assimetria flutuante), ou apenas terão dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
estabelecerem territórios. A colocação <strong>de</strong> combinações únicas <strong>de</strong> anilhas coloridas em todos os<br />
filhotes e nos casais, serão utilizados para o monitoramento das proles e i<strong>de</strong>ntificação dos<br />
futuros casais.<br />
Finalmente, no futuro a reprodução dos filhotes será monitorada com a colocação <strong>de</strong><br />
mais caixas para ninhos. Aparentemente, locais para nidificação po<strong>de</strong>m limitar a reprodução.<br />
Proporcionando caixas, aumentamos oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reprodução e quem conseguir utilizá-las,<br />
possivelmente estará associada pela boa qualida<strong>de</strong> no crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Métodos<br />
Serão colocadas caixas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, próprias para a nidificação <strong>de</strong> corruíra. Essas<br />
caixas estarão dispostas numa área <strong>de</strong>limitada no Parque São Luis <strong>de</strong> Tolosa, <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>,<br />
Paraná. O experimento terá duração <strong>de</strong> 2 anos, sendo que no 1° ano, serão colocadas 25 caixas e<br />
no 2° mais 25 ou mais, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos resultados do primeiro ano.<br />
1° ano: Em ninhos manipulados, serão modificados os n° <strong>de</strong> filhotes. Serão<br />
modificados os n° <strong>de</strong> filhotes <strong>de</strong> acordo com o período <strong>de</strong> eclosão, ou seja, os ovos <strong>de</strong> ninhos<br />
diferentes que eclodirem no mesmo tempo, com intervalo <strong>de</strong> até 2 dias, serão manipulados e<br />
assim sucessivamente com outros ninhos. Os caracteres bilaterais como os tarsos, asas, bico,<br />
cauda, serão medidos, além <strong>de</strong> receberem anilhas coloridas e anilhas cedida pelo<br />
CEMAVE/IBAMA.<br />
2° ano: Serão colocados mais ninhos para que os filhotes <strong>de</strong>ssa nova geração,<br />
tenham acesso a esses ninhos. Po<strong>de</strong>remos testar então, se os filhotes manipulados conseguirão<br />
adquirir territórios, reproduzir e terem sucesso na prole.
Justificativas<br />
A assimetria flutuante tem sido sugerida com um dos mais práticos e confiáveis índices<br />
<strong>de</strong> conservação, por exemplo, a indicação do sucesso reprodutivo com mais precisão que<br />
parâmetros populacionais comumente utilizados.<br />
A fragmentação <strong>de</strong> habitat promove a redução do fluxo gênico e do tamanho <strong>de</strong><br />
populações, permitindo a perda da variabilida<strong>de</strong> genética. Também altera a ecologia <strong>de</strong><br />
populações , on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> afetar a dispersão <strong>de</strong> indivíduos e afetar a seleção <strong>de</strong> habitats. Além <strong>de</strong><br />
aumentar a taxa <strong>de</strong> predação, competição e parasitismo e ainda diminuir a oferta alimentar e a<br />
disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> micro-habitats específicos para a nidificação. Por isso, comparar níveis <strong>de</strong><br />
assimetria flutuante em populações po<strong>de</strong>rá possivelmente provar que ela causa dificulda<strong>de</strong>s no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e assim po<strong>de</strong>rá ser empregada como índice <strong>de</strong> conservação.<br />
Experimentando assimetria flutuante numa população, po<strong>de</strong>rá dar subsídios que esta<br />
po<strong>de</strong> comprometer a sobrevivência ou o sucesso reprodutivo <strong>de</strong> indivíduos em população com<br />
alteração ambiental, no caso, a fragmentação <strong>de</strong> florestas.
AVES DO PARQUE MUNICIPAL ECOTURÍSTICO SÃO LUIZ DE TOLOSA, RIO NEGRO, PARANÁ,<br />
BRASIL.<br />
(Relatório Final)<br />
1. HISTÓRICO DA PRESERVAÇÃO E CONHECIMENTO DA REGIÃO<br />
Os primeiros trabalhos ornitológicos no Paraná iniciaram no começo do século XIX com<br />
a visita do naturalista austríaco Johann Natterer. No inicio do século XX obtivemos coletas no<br />
Paraná por Ta<strong>de</strong>usz Chrostowski e Ta<strong>de</strong>usz Jaczewski e no meio <strong>de</strong>ste século por André<br />
Mayer, on<strong>de</strong> as contribuições <strong>de</strong>stes naturalistas sobre a avifauna foram <strong>de</strong> extrema importância<br />
(STRAUBE & BORNSCHEIN, 1989). Continuando no século XX, mas a partir da década 70,<br />
em 1981, foi editada a primeira lista <strong>de</strong> aves do Paraná por SCHERER-NETO e STRAUBE,<br />
1985.<br />
Para o município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, Paraná, as informações sobre a avifauna são<br />
pouco conhecidas, restringem-se a informações da avifauna em uma pequena parcela; no Parque<br />
Ecoturístico São Luis <strong>de</strong> Tolosa, uma pele tombada no Museu <strong>de</strong> História Natural do Paraná,<br />
gavião Spizastur melanoleucus datado <strong>de</strong>1944, coletor <strong>de</strong>sconhecido e informações que <strong>de</strong>vem<br />
ser mencionadas que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o trabalho <strong>de</strong> campo levado a efeito pelo naturalista polonês Ta<strong>de</strong>usz<br />
Chrostowski (e apenas em parte divulgado) no início da década <strong>de</strong> 10 do Século XX, nenhum<br />
outro estudo sobre a avifauna <strong>de</strong>ssa região fora realizado.<br />
Importante <strong>de</strong> citar no município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e Mafra, é a presença <strong>de</strong> áreas<br />
florestais contínuas até a década <strong>de</strong> 70. Registros do gavião-real (Harpia harpyja) foram<br />
observados entre 1948,1950 (SICK,1997) e Spizastur melanoleucus pele tombada no MHNCI,<br />
faz predizer que existiam áreas florestais gran<strong>de</strong>s e contínuas que podiam ser habitadas por<br />
espécies <strong>de</strong> aves <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. Provavelmente outras espécies <strong>de</strong> aves não registradas, hoje<br />
consi<strong>de</strong>radas raras e até ameaçadas também tenham ocupado florestas nestes municípios.<br />
Po<strong>de</strong>-se também compilar que o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação no município a partir da<br />
década <strong>de</strong> 60, fez diminuir áreas <strong>de</strong> floresta contínua no interior e principalmente em lugares<br />
próximos ao rio <strong>Negro</strong> e seus afluentes. Houve uma grave <strong>de</strong>gradação nas margens do rio<br />
conseqüentemente causando a sua erosão. Pois até o final da década <strong>de</strong> 50 ainda havia o tráfego<br />
<strong>de</strong> embarcações importantes <strong>de</strong>ste rio.<br />
Basicamente vários remanescentes em <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, Mafra e cida<strong>de</strong>s próximas<br />
foram <strong>de</strong>scaracterizados pela extração seletiva <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, não obstante em alguns locais a
vegetação original tenha sido totalmente <strong>de</strong>vastada para servir <strong>de</strong> abrigo à criação <strong>de</strong> animais e<br />
formação <strong>de</strong> pequenas roças.<br />
2. AVIFAUNA DO PARQUE ECOTURÍSTCO SÃO LUIS DE TOLOSA<br />
2.2 Composição e habitats da avifauna terrestre<br />
O conhecimento avifaunístico atual existente para área do parque São Luiz <strong>de</strong> Tolosa e<br />
arredores é praticamente inexistente. Os dados aqui coligidos provêm dos registros obtidos em<br />
campo durante o presente estudo, agregados às informações museológicas e bibliográficas para<br />
áreas adjacentes ao município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.<br />
O "Parque Ecoturístico São Luiz <strong>de</strong> Tolosa" (26°25’S e 49°47’W; altitu<strong>de</strong> 800m),<br />
compreen<strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> 54 ha, localizada na porção su<strong>de</strong>ste do Estado do Paraná (município <strong>de</strong><br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>). Apresenta vegetação do tipo Floresta Ombrófila Mista (mata <strong>de</strong> araucária) em<br />
vários estádios <strong>de</strong> sucessão e, em menor escala, Estepe Gramíneo-Lenhosa (campos naturais do<br />
segundo planalto paranaense). Foram também inventariadas áreas limítrofes do parque, pois este<br />
está situado numa área contínua <strong>de</strong> floresta, levando uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inventariar algumas<br />
áreas que ligam o parque estudado.<br />
As espécies mais evi<strong>de</strong>ntes são a Araucaria angustifolia, Ocotea porosa, com<br />
exemplares remanescentes <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, canelas (Ocotea sp. e Nectandra sp.), erva-mate<br />
(Ilex paraguariensis), aroeira (Schinus terebentifolius), vassourão preto (Vernonia discolor),<br />
Pimenteira (Capsico<strong>de</strong>ndron), Caesaria silvestris, frutíferas como araçá (Psidium sp.), ariticum<br />
(Rollinea silvatica), Butia sp., guavirova (Campomanesia xanthocarpa), pitanga (Eugenia<br />
uniflora), cereja (Eugenia involucrata), guamirins (Myrtaceae), entre outras.<br />
Entre outubro <strong>de</strong> 2001 e setembro <strong>de</strong> 2003 foram realizadas 15 expedições com duração<br />
<strong>de</strong> 4 dias ao Parque Ecoturístico Luiz Tolosa, no município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, Paraná. Foram feitas<br />
incursões pelo interior do Parque utilizando as estradas e trilhas existentes na área e para as<br />
observações, foram anotadas as espécies, obtendo listas para cada fase <strong>de</strong> acordo com a listagem<br />
única <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento taxonômico sugerido por SCHERER-NETO & STRAUBE (1985).<br />
Para o conhecimento auditivo das aves, foram gravadas as vozes para a i<strong>de</strong>ntificação das<br />
espécies e as que não foram i<strong>de</strong>ntificadas, posteriormente foram levadas aos profissionais
especializados. O conhecimento visual consistiu na i<strong>de</strong>ntificação das aves <strong>de</strong> acordo com seus<br />
caracteres morfológicos, comportamentais, utilizando binóculos e literatura especializada<br />
(NAROSKY & YRURIETA, 1987; DUNNING,1987).<br />
Também foram utilizadas como complemento aos dados, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> neblina, utilizando 8<br />
re<strong>de</strong>s (12 metros x 3 metros e malha 38 mm 2 ), instaladas <strong>de</strong>ntro da mata em trilhas previamente<br />
abertas.<br />
Foram registradas 176 espécies <strong>de</strong> aves no “Parque São Luiz <strong>de</strong> Tolosa” e adjacências,<br />
correspon<strong>de</strong>ndo quase 28% da avifauna observada no Estado do Paraná. Pertencentes a 39<br />
famílias; os não passeriformes estão representados por 70 espécies (41,5%) e os passeriformes<br />
por 109 espécies, das quais 56 (51,3 %) são suboscines e 53 são oscines (48,6%). (Lista 1)<br />
1.2.4 Ambiente Florestal<br />
O maior número <strong>de</strong> aves foi no ambiente florestal, sendo que algumas foram vistas e<br />
consi<strong>de</strong>radas exclusivas nesse tipo <strong>de</strong> ambiente. Como o surrucuá (Trogon surrucura), pica-pau<strong>de</strong>-banda-branca<br />
(Dryocopus lineatus), os arapaçus (Sitassomus griseicapillus, Xiphocolaptes<br />
albicollis, Dendrocolaptes platyrostris e Lepidocolaptes falcinellus), o vira-folha (Sclerurus<br />
scansor), o patinho (Platyrinchus mystaceus), as pombas Leptotila verreauxi e L. rufaxilla.<br />
Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar também, as espécies florestais <strong>de</strong> estrato superior, como o<br />
grimpeirinho (Lepthastenura setaria), sendo esta, uma espécie muita associada ao pinheiro do<br />
Paraná (Araucaria angustifolia), algumas saíras, como a saúva (Pipraei<strong>de</strong>a melanonota) e a<br />
mariquita (Parula pitiayumi), Limpa-folha-<strong>de</strong>-testa-baia (Philydor rufus), risadinha<br />
(Camptostoma obsoletum), Pachyramphus viridis, caneleirinho (P. castaneus), caneleirinhopreto<br />
(P. polychopterus),capitão-castanho (Attila phoenicurus), anambé (Tytira cayana), T.<br />
inquisitor, tuque (Elaenia sp).<br />
A presença <strong>de</strong> bando misto também foi observado no interior da floresta, as espécies que<br />
participam <strong>de</strong>stes agrupamentos se beneficiam através do forrageamento para adquirir alimento,<br />
diminuir o risco <strong>de</strong> predação e entre outros beneficiamentos. As espécies que estavam, sempre<br />
em bando misto são: papo-preto (Hemitraupis guira), figuinha-<strong>de</strong>-rabo-castanho (Conirostrum<br />
speciosum), limpa-folha-<strong>de</strong>-testa-baia (Philydor rufus), arapaçu-ver<strong>de</strong> (Sitassomus<br />
griseicapillus),mariquita (Parula pitiayum)i.
No estrato médio e inferior encontramos, o inhambú (Crypturellus obsoletus), a saracura<br />
(Arami<strong>de</strong>s saracura), uí-tupi (Synallaxis cinerascens), vira-folha (Sclerurus scansor), chocada-mata<br />
(Thamnophilus caerulescens), Dysithamnus mentalis, chupa-<strong>de</strong>nte (Conopophaga<br />
lineata), tangará-dançador (Chiroxiphia caudata), flautim (Schiffornis virescens).<br />
Ambiente Campo<br />
Muitas espécies foram encontradas no campo, sendo este ambiente caracterizado como<br />
uma área apenas aberta e áreas com árvores esparsas. O número <strong>de</strong> espécie foi bastante alto,<br />
<strong>de</strong>vido a este tipo <strong>de</strong> habitat ficar a borda <strong>de</strong> várzeas e matas ciliares; como exemplos<br />
encontrados em campo, temos a tesourinha (Tyrannus savana), siriri, (Tyrannus melancholicus).<br />
São típicos <strong>de</strong> campo, a curicaca (Theristicus caudatus). Quero-quero (Vanellus chilensis),<br />
(Pseudoleistes guirahuro), vira bosta (Molothrus bonariensis), perdiz (Nothura maculosa), anubranco<br />
(Guira guira), o carancho (Caracara plancus), o pica-pau-do-campo (Colaptes<br />
campestris), a coruja-buraqueira (Speotyto cunicularia), Zenaida auriculata.<br />
Ambiente Capoeirão<br />
No capoeirão foram encontradas bastantes espécies que também são comuns a outras<br />
formações arbóreas. São encontrados muitos passeriformes, como o sanhaço-fra<strong>de</strong><br />
(Stephanophorus dia<strong>de</strong>matus), tié-preto (Tachyphonus coronatus), o pula-pulas (Basileuterus ls<br />
e Basileuterus culicivorus), o pica-pau-anão-estriado (Picumnus cirratus), o cisqueiro<br />
(Clibanornis <strong>de</strong>ndrocolaptoi<strong>de</strong>s), e o gênero Synallaxis como o bentererê (Synallaxis spixi),<br />
joão-teneném (Synallaxis rufucapilla) e o uí-tupi (Synallaxis cinerascens). Além <strong>de</strong> alguns<br />
formicarí<strong>de</strong>os como a choca da mata (Thamnophilus caerulescens), a choca-<strong>de</strong>-coroa-castanha<br />
(Tamnophilus ruficapillus), arredio-oliváceo (Cranioleuca obsoleta),arredio (Cranioleuca<br />
pallida), tié-<strong>de</strong>-topete (Trichothraupis melanops), bem-te-vi-rajado (Myiodynastes maculatus),<br />
juruviara (Vireo chivi)<br />
Ambiente Capoeira<br />
A capoeira se caracteriza por ser um habitat muito modificado pela ação antrópica e<br />
<strong>de</strong>pois abandonado, logo após isso algumas espécies <strong>de</strong> aves ten<strong>de</strong>m a começar a colonizar. As
espécies comuns a este habitat são mais tolerantes as modificações. Foram encontradas espécies<br />
<strong>de</strong> aves neste tipo <strong>de</strong> formação e <strong>de</strong>stacamos o tico-tico (Zonotrichia capensis), canário-terra<br />
(Sicalis flaveola), anu-branco (Guira guira), o pintassilgo (Carduelis magellanicus), o tiziu<br />
(Volatinia jacarina), tico-tico-rei (Coryphospingus cucullatus), o coleirinho (Sporophila<br />
caerulescens), a curruíra (Troglodytes aedon) e alguns beija-flores (Melanotrochilus fuscus,<br />
Chlorostilbon aureoventris e Leucochloris albicollis), pica-pau-anão (Picumnus cirratus),<br />
choca-da-mata-vermelha (Thamnophilus ruficapillus), pomba-amargosinha(Zenaida<br />
auriculata), rolinha-paruru(Columbina talpacoti), sanhaço (Thraupis sayaca), sanhaço-papalaranja<br />
(Thraupis bonariensis),gaturamo-serrador(Euphonia pectoralis), cais-cais (Euphonia<br />
chalybea).<br />
Ambiente Brejo e Várzea<br />
O brejo e a várzea são habitats bastante importantes para conservação, por isso é<br />
importante ressaltar como uma área fundamental para estudos. Porém é muito difícil a<br />
visualização <strong>de</strong> espécies nesse ambiente. Os exemplos são a saracura (Penelope saracura),<br />
ananaí (Amazonetta brasiliensis), sabiá-do-banhado (Embernagra platensis), pia-cobra<br />
(Geothlypis aequinoctialis).<br />
Lista 1 – Lista <strong>de</strong> aves para o Parque Ecoturístico São Luis <strong>de</strong> Tolosa e áreas adjacentes<br />
segundo levantamento realizado, bibliográfico e museológico.<br />
FAMÍLIA TINAMIDAE (3)<br />
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815)<br />
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815)<br />
Nothura maculosa (Temminck, 1815)<br />
FAMÍLIA PODICIPEDIDAE (1)<br />
Podilymbus podiceps<br />
FAMÍLIA ARDEIDAE (4)<br />
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824)<br />
Egretta alba (Linnaeus, 1758)<br />
Egretta thula (Molina, 1782)<br />
Bulbucus ibis (Linnaeus, 1758)<br />
FAMÍLIA THRESKIORNITHIDAE (1)
Theristicus caudatus (Boddart, 1783)<br />
FAMÍLIA ANATIDAE (2)<br />
Dendocygna viduata (Linnaeus, 1766)<br />
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789)<br />
FAMÍLIA CATHARTIDAE (2)<br />
Coragyps atratus (Bechstein, 1793)<br />
Cathartes aura Spix, 1824<br />
FAMÍLIA ACCIPITRIDAE (6)<br />
Elanus leucurus (Vieillot, 1818)<br />
Elanoi<strong>de</strong>s forficatus (Vieillot, 1818)<br />
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788)<br />
Accipiter poliogaster (Temminck, 1824)<br />
Accipiter striatus Vieillot, 1807<br />
Buteo magnirostris (Gmelin, 1788)<br />
FAMÍLIA FALCONIDAE (3)<br />
Micrastur semitorquatus (Viellot, 1817)<br />
Milvago chimachima (Vieillot, 1816)<br />
Polyborus plancus (Miller, J.F. 1777)<br />
FAMÍLIA CRACIDAE (1)<br />
Penelope obscura (Temminck, 1815)<br />
FAMÍLIA RALLIDAE (3)<br />
Rallus nigricans Vieillot, 1819<br />
Arami<strong>de</strong>s saracura (Spix, 1825)<br />
Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758)<br />
FAMÍLIA JACANIDAE (1)<br />
Jacana jacana (Linnaeus, 1766)<br />
FAMÍLIA CHARADRIIDAE (1)<br />
Vanellus chilensis (Molina, 1782)<br />
FAMÍLIA COLUMBIDAE (6)<br />
Columba picazuro Temminck, 1813<br />
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847)<br />
Columbina picui (Temminck, 1811)<br />
Columbina talpacoti (Temminck, 1810)<br />
Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855)<br />
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792)<br />
FAMÍLIA PSITTACIDAE (3)<br />
Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1818)<br />
Pionus maximiliani (Kuhl, 1820)<br />
Amazona vinacea (Kuhl, 1820)
FAMÍLIA CUCULIDAE (3)<br />
Coccyzus melacoryphus (Vieillot,1817)<br />
Piaya cayana (Linnaeus, 1766)<br />
Guira guira (Gmelin, 1788)<br />
FAMÍLIA TYTONIDAE (1)<br />
Tyto alba (Scopoli, 1769)<br />
FAMÍLIA STRIGIDAE (3)<br />
Otus santactaerinae (Salvin, 1897)<br />
Speotyto cunicularia (Molina, 1782)<br />
Asio stygius (Wagler, 1832)<br />
FAMÍLIA CAPRIMULGIDAE (1)<br />
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1788)<br />
FAMÍLIA APODIDAE (1)<br />
Streptoprocne sp.<br />
FAMÍLIA TROCHILIDAE (6)<br />
Melanotrochilus fuscus (Vieillot, 1817)<br />
Stephanoxis lalandi (Vieillot, 1818)<br />
Chlorostilbon aureoventris (D'Orbigny & Lafresnaye, 1838)<br />
Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788)<br />
Leuchochloris albicollis (Vieillot, 1818)<br />
Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783)<br />
FAMÍLIA TROGONIDAE (2)<br />
Trogon surrucura Vieillot, 1817<br />
Trogon rufus<br />
FAMÍLIA ALCEDINIDAE (3)<br />
Ceryle torquata Linnaeus, 1766<br />
Chloroceryle amazona (Latham, 1790)<br />
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)<br />
FAMÍLIA BUCCONIDAE (1)<br />
Nystalus chacuru (Vieillot, 1816)<br />
FAMÍLIA RAMPHASTIDAE (1)<br />
Ramphastos dicolorus (Linnaeus, 1766)<br />
FAMÍLIA PICIDAE (9)<br />
Picumnus cirratus Temminck, 1825<br />
Melanerpes candidus (Otto, 1796)<br />
Melanerpes flavifrons (Veillot, 1818)<br />
Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827)<br />
Piculus aurulentus (Temminck, 1821)
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788)<br />
Colaptes campestris (Vieillot, 1818)<br />
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766)<br />
Campephilus robustus (Lichtenstein, 1819)<br />
FAMÍLIA DENDROCOLAPTIDAE (4)<br />
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818)<br />
Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818)<br />
Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1824<br />
Lepidocolaptes squamatus (Lichtenstein, 1822)<br />
FAMÍLIA FURNARIIDAE (14)<br />
Clibanornis <strong>de</strong>ndrocolaptoi<strong>de</strong>s<br />
Furnarius rufus (Gmelin, 1788)<br />
Leptasthenura setaria (Temminck, 1824)<br />
Leptasthenura striolata<br />
Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819<br />
Synallaxis cinerascens Temminck, 1823<br />
Synallaxis spixi Sclater, 1856<br />
Cranioleuca obsoleta<br />
Cranioleuca pallida<br />
Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832)<br />
Philydor rufus Vieillot, 1818<br />
Heliobletus contaminatus Berlepsch, 1885<br />
Sclerurus scansor (Ménétriés, 1835)<br />
Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823)<br />
FAMÍLIA FORMICARIIDAE (6)<br />
Batara cinerea (Vieillot, 1819)<br />
Thamnophilus caerulescens (Vieillot, 1816)<br />
Thamnophilus ruficapillus (Vieillot, 1816)<br />
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823)<br />
Drymophila malura<br />
Conopophaga lineata (Wied-Neuwied, 1831)<br />
FAMÍLIA TYRANNIDAE (29)<br />
Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822)<br />
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)<br />
Elaenia sp.<br />
Serpophaga nigricans<br />
Mionectes rufiventris Cabanis, 1846<br />
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846<br />
Hemitriccus diops<br />
Todirostrum plumbeiceps Lafresnaye, 1846<br />
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825)<br />
Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818<br />
Myophobus fasciatus (Muller, 1776)<br />
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868)<br />
Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831)
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819)<br />
Attila phoenicurus Pelzeln, 1868<br />
Myiarchus sp.<br />
Tyrannus savana Vieillot, 1808<br />
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819<br />
Empidonomus varius (Vieillot, 1818)<br />
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766)<br />
Myiodynastes maculatus (Muller, 1776)<br />
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818)<br />
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)<br />
Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816))<br />
Pachyramphus castaneus (Jardini & Selby, 1827)<br />
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818)<br />
Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823)<br />
Tityra cayana (Linnaeus, 1766)<br />
Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823)<br />
FAMÍLIA PIPRIDAE (2)<br />
Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838)<br />
Chiroxiphia caudata (Shaw, 1793)<br />
FAMÍLIA HIRUNDINIDAE (4)<br />
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783)<br />
Notiochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817)<br />
Alopochelidon fucata (Temminck, 1822)<br />
Stelgidopteryx ruficollis (Vieiloot, 1817)<br />
FAMÍLIA TROGLODYTIDAE (1)<br />
Troglodytes aedon Vieillot, 1807<br />
FAMÍLIA MIMIDAE (1)<br />
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823)<br />
FAMÍLIA TURDIDAE (6)<br />
Platycichla flavipes (Vieillot, 1818)<br />
Turdus subalaris (Seebohm, 1887)<br />
Turdus rufiventris Vieillot, 1818<br />
Turdus leucomelas Vieillot, 1818<br />
Turdus albicollis Vieillot, 1818<br />
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1851<br />
FAMÍLIA EMBERIZIDAE (26)<br />
Zonotrichia capensis (Muller, 1776)<br />
Haplospiza unicolor Cabanis, 1851<br />
Poospiza lateralis (Nordmann, 1835)<br />
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766)<br />
Embernagra platensis<br />
Volatina jacarina Linnaeus, 1766<br />
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1817)
Saltator similis (Lafresnaye & D'Orbigny, 1837)<br />
Saltator maxillosus (Cabanis, 1851)<br />
Passerina brissonii (Lichtenstein, 1823)<br />
Hemitraupis guira (Linnaeus, 1766)<br />
Thlypopsis sordida (d’Orbigny & Lafesnaye, 1837)<br />
Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822)<br />
Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818)<br />
Piranga flava (Vieillot, 1822)<br />
Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844)<br />
Thraupis cyanoptera (Vieillot, 1817)<br />
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766)<br />
Thraupis bonariensis<br />
Stephanophorus dia<strong>de</strong>matus (Temminck, 1823)<br />
Pipraei<strong>de</strong>a melanonota (Vieillot, 1819)<br />
Euphonia pectoralis (Latham, 1801)<br />
Euphonia chalybea<br />
Tangara pretiosa<br />
Tangara peruviana (Cabanis, 1850)<br />
Tersina viridis (Illiger, 1811)<br />
FAMÍLIA PARULIDAE (6)<br />
Parula pitiayumi (Vieillot, 1817)<br />
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789)<br />
Basileuterus culicivorus (Lichtenstein, 1830)<br />
Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817)<br />
Conirostrum speciosum (Temminck, 1824)<br />
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)<br />
FAMÍLIA VIREONIDAE (3)<br />
Cyclarhis gujanensis Gmelin, 1789<br />
Vireo chivi Vieillot, 1817<br />
Hylophilus poicilotis Temminck, 1822<br />
FAMÍLIA ICTERIDAE (4)<br />
Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766)<br />
Cacicus chrysopterus Ihering & Ihering, 1907<br />
Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819)<br />
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789)<br />
FAMÍLIA FRINGILLIDAE (1)<br />
Carduelis magellanicus (Vieillot, 1805)<br />
FAMÍLIA CORVIDAE (2)<br />
Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818)<br />
Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818)
2.3. Aves e seus frutos<br />
Quando os habitats naturais são <strong>de</strong>struídos pela ação antrópica, surgindo então,<br />
áreas fragmentadas, isso po<strong>de</strong> resultar em extinções locais <strong>de</strong> muitas espécies, tanto animal<br />
como vegetal (LOVEJOY et al., 1983). As relações mutualísticas entre plantas que produzem<br />
frutos e animais que os consomem e eventualmente, dispersam suas sementes, tem sido muito<br />
proposto para recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, porém é um estudo bastante amplo e complexo.<br />
São consi<strong>de</strong>radas aves frugívoras aquelas que se alimentam dos frutos,<br />
aproveitam a polpa mas <strong>de</strong>ixam intactas suas sementes. Porém, muitas <strong>de</strong>ssas aves po<strong>de</strong>m não<br />
serem consi<strong>de</strong>radas boas dispersoras <strong>de</strong> sementes, apenas são, aquelas que tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
transportá-las a longas distâncias. Portanto, a frugivoria não é apenas importante para o sustento<br />
direto das aves, mas um processo essencial para as populações <strong>de</strong> plantas (JORDANO, 1992)<br />
Existem alguns padrões que po<strong>de</strong>m ajudar na i<strong>de</strong>ntificação dos seus agentes<br />
dispersores. Segundo VAN DER PIJL (1972); ESPAILLAT & MANSON (1990), os frutos<br />
<strong>de</strong>vem possuir uma parte comestível atraente, proteção interna da semente contra ácidos da<br />
digestão, cor atraente, exposição dos frutos e ligação à planta-mãe. FOSTER (1987);<br />
FITZPATRICK (1985); MARCONDES-MACHADO et al. (1993), investigaram as formas<br />
como as plantas são visitadas e exploradas, permitindo o reconhecimento <strong>de</strong> padrões<br />
comportamentais.<br />
Também foram enfocados diversos esforços no sentido <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar inter-relações <strong>de</strong><br />
aves com a regeneração florestal <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas (FLEMING et al., 1985; ALVARES e<br />
RODRIGUES, 1991; HASUI, 1994; TABANEZ et al., 1997) e mesmo com a conservação<br />
(WILLIS, 1979; GALETTI e FERNANDEZ, 1988).<br />
No Parque São Luis <strong>de</strong> Tolosa po<strong>de</strong>mos citar algumas espécies vegetais que se<br />
enquadram na síndrome ornitocórica (VAN DER PIJL, 1972) e que foram observadas, porém<br />
não foram catalogadas todas as espécies existentes na área (Tabela.1).<br />
NOME COMUM NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA<br />
Tarumã Vitex megapotamica Verbenaceae<br />
Uva-do-japão Hovenia duicis<br />
Guaçatunga Casearia <strong>de</strong>candra Flacourtiaceae<br />
Orelha-<strong>de</strong>-mico Ilex theezans Aquifoliaceae<br />
Erva-mate Ilex paraguariensis Aquifoliaceae<br />
Aroeira Schinus terebinthifolius Anacardiaceae<br />
Solanum sp.<br />
Solanaceae
Cecropia pachystachya<br />
Guabiroba Campomanesia xanthocarpa Myrtaceae<br />
Canela Ocotea porosa Lauraceae<br />
Craveiro Pimenta pseudocaryophyllus Lauraceae<br />
Pixirica Miconia hyemalis Melastomataceae<br />
Cataia Drymis brasiliensis Winteraceae<br />
Nectandra sp.<br />
Pitanga<br />
Eugenia uniflora<br />
Araçá<br />
Psidium sp.<br />
Foram observadas algumas espécies <strong>de</strong> aves consumindo os frutos <strong>de</strong>ssas plantas, sendo<br />
que, SABÓIA (2002); HASUI (1994) constataram a alimentação em Hovenia dulcis, Schinus<br />
terebinthifolius, o gênero Solanum e Vitex, tanto para Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cídua, como<br />
para Floresta Ombrófila Mista. ARRUDA (1990), estudou frugivoria e dispersão <strong>de</strong> sementes do<br />
gênero Ilex por 5 espécies <strong>de</strong> aves. Em PSLT as aves mais observadas alimentando-se das<br />
plantas catalogadas, foram: Turdus rufiventris, Turdus albicollis, Thraupis sayaca, Penelope<br />
obscura e Pitangus sulphuratus. ZIMMERMANN (2001); MALLET-RODRIGUES (1997);<br />
SABÓIA (2002), i<strong>de</strong>ntificaram Turdus rufiventris como o maior consumidor <strong>de</strong> frutos nas áreas<br />
estudadas, po<strong>de</strong>ndo assim, ser um dos mais importantes dispersores <strong>de</strong> sementes.<br />
2.4 Espécies raras, endêmicas e ameaçadas <strong>de</strong> extinção<br />
As espécies consi<strong>de</strong>radas raras, endêmicas ou ameaçadas <strong>de</strong> extinção encontradas no<br />
Parque Ecoturístico São Luiz <strong>de</strong> Tolosa foram <strong>de</strong> número irrisório, isso <strong>de</strong>vido as modificações<br />
dos ambientes ali encontrados, provavelmente a extinção <strong>de</strong> algumas espécies já são <strong>de</strong> longa<br />
data e por isso não encontradas atualmente no local.<br />
Porém, muitas outras espécies ainda vistas apresentam problemas <strong>de</strong> conservação, seja<br />
pela rarida<strong>de</strong> natural, por <strong>de</strong>clínio <strong>de</strong> suas populações <strong>de</strong>vido à ação antrópica (perda <strong>de</strong><br />
ambiente e caça) ou <strong>de</strong>vido à alta exigência <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> ambiente para sobrevivência. Um<br />
dos principais exemplos é o gavião tauató (Accipiter poliogaster), uma espécie <strong>de</strong> hábito<br />
florestal com distribuição <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o norte da América do Sul até a Argentina, sendo que, no<br />
Brasil, tem uma ampla distribuição por todos os Estados, embora contando apenas com<br />
ocorrências eventuais. Para este Estado, esta espécie é consi<strong>de</strong>rada ameaçada pela Lista<br />
Vermelha <strong>de</strong> Animais Ameaçados do Paraná (1995) e recentemente encontra-se na Lista<br />
Vermelha da Fauna Ameaçada do Paraná (2004), com o status <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>ficientes.
Po<strong>de</strong>mos então citar os únicos registros publicados para o Paraná: SCHERER NETO<br />
(1980) menciona um espécime imaturo, na Reserva Ecológica <strong>de</strong> Guaricana, Serra do Mar e<br />
CARRANO et al. (2001) citam dois espécimes jovens e um adulto em 25/10/1997 na Fazenda<br />
Monte Alegre (24°20’S 50°35’W) no município <strong>de</strong> Telêmaco Borba, Paraná e um espécime<br />
adulto em 20/03/2001 na Fazenda Marco Chama (24°10’S 49°33’W) município <strong>de</strong> Sengés,<br />
Paraná.<br />
No parque Ecoturístico São Luiz <strong>de</strong> Tolosa, foi avistado um espécime em 02 <strong>de</strong> março<br />
<strong>de</strong> 2003. Este indivíduo foi observado no interior da floresta a cerca <strong>de</strong> 200 metros da borda do<br />
remanescente, estava em repouso sob uma árvore cerca <strong>de</strong> quatro metros do solo e distantes sete<br />
metros dos observadores, permanecendo por três minutos no local, o fato <strong>de</strong>ste individuo estar a<br />
pouca altura do solo e dos observadores, permitiu uma excelente observação <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes<br />
morfológicos. (SOBÂNIA et al, 2003)<br />
É também importante ressaltar, a presença da espécie Penelope obscura, jacu-guaçu que<br />
aparece em algumas listas (BERNARDES et. al., 1990), mas ainda po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada uma<br />
espécie comum, embora seja alvo freqüente <strong>de</strong> caça predatória. O jacu-guaçu foi muito avistado<br />
na área, muitas vezes em bandos significativos e em quase todos os meses estudados.<br />
As espécies Piranga flava (sanhaçu-<strong>de</strong>-fogo) e Amazona vinacea (papagaio-do-peitoroxo),<br />
estão na Lista Vermelha da Fauna Ameaçada no Paraná, 2004 como status “dados<br />
<strong>de</strong>ficientes” e “quase ameaçada”, respectivamente. Com essa informação, po<strong>de</strong>mos citar que o<br />
Parque po<strong>de</strong> ser uma área atrativa para visitações e necessária para estudos futuros <strong>de</strong>ssas<br />
espécies com poucas informações científicas.<br />
A única espécie endêmica encontrada com bastante freqüência e abundante é o<br />
grimpeirinho, Leptathenura setaria., uma espécie fortemente associada ao pinheiro do Paraná<br />
(Araucaria angustifolia). Também outros táxons observados e consi<strong>de</strong>rados como relacionados<br />
à mata <strong>de</strong> araucária; Stephanoxis lalandi loddigesi, Lepidocolaptes falcinellus, Cranioleuca<br />
obsoleta e Poospiza lateralis cabanisi.<br />
2.5 Espécies invasivas/exóticas<br />
Os habitats naturais acabam se transformando em pequenos fragmentos <strong>de</strong>vido o<br />
processo intensivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação. Devido a isso, o surgimento <strong>de</strong> espécies invasivas exóticas é<br />
um causa muito comum. Muitas <strong>de</strong>ssas espécies acabam se adaptando consi<strong>de</strong>ravelmente as<br />
diferentes condições impostas pelo ambiente. Como exemplo, o pardal (Passer domesticus),
uma ave extremamente adaptada a qualquer ambiente e ao homem. Sua presença no Parque era<br />
esperada, como em todo o entorno; sendo avistada em estradas, pastos, plantações, em todos os<br />
meses estudados. É importante ressaltar que esta espécie (Passer domesticus), po<strong>de</strong> afugentar<br />
pássaros nacionais, principalmente espécies que possuem comportamentos semelhantes, como a<br />
corruíra, andorinha e canário-da-terra po<strong>de</strong>ndo afastá-los localmente à medida que o número <strong>de</strong><br />
pardais aumentam (SICK, 1997).<br />
Outra espécie invasiva avistada no Parque, é o bico-<strong>de</strong>-lacre (Estrilda astrild). Possui um<br />
bico característico, como se fosse lacreado e <strong>de</strong> cor avermelhada, gosta <strong>de</strong> capim alto e<br />
alimenta-se das suas sementes (SICK, 1997). Esta espécie está presente nos municípios, porém<br />
sua distribuição é menos espontânea do que a do pardal, <strong>de</strong>vido a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vôo ser<br />
mais reduzida (SICK, 1997). Foram encontrados em bando juntamente com os coleirinhos,<br />
canários-terra, pardais em capoeiras.<br />
2.6 Espécies migratórias<br />
A composição da fauna <strong>de</strong> aves é variável ao longo dos períodos sazonais, ou seja,<br />
migrações no período invernal, citadas como aves resi<strong>de</strong>ntes migratórias, (BORNSCHEIN &<br />
REINERT, 2000; SICK, 1997). Foram encontradas no Parque, Myiarchus swainsoni (irrê),<br />
Myiodynastes maculatus (bentevi-rajado), Tyrannus sayana (tesourinha), Tyrannus<br />
melancolicus (suiriri), Vireo chivi (juruviara), Machetornis rixosus (bentevi-do-gado), Turdus<br />
subalaris (sabiá-ferreiro). Em sua gran<strong>de</strong> maioria, a avifauna do Parque é composta por espécies<br />
resi<strong>de</strong>ntes ou que realizam pequenas migrações locais.<br />
2.7 Ambientes relevantes para a preservação da fauna local<br />
A área do PEM não é suficiente para a conservação <strong>de</strong> muitas espécies <strong>de</strong> aves,,<br />
especialmente aquelas que possuem áreas <strong>de</strong> vida maiores, como é o caso dos gaviões. Há<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteger todo o entorno e <strong>de</strong>mais fragmentos isolados que certamente são<br />
utilizados pelas espécies da avifauna.. As áreas do entorno <strong>de</strong> possuem fragmentos florestais<br />
<strong>de</strong>veriam ser incorporadas no Parque São Luiz <strong>de</strong> Tolosa, e a prática <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> Reserva<br />
Particular do Patrimônio Natural -RPPN <strong>de</strong>ve ser incentivada em toda região.
2.8 Fatores <strong>de</strong> risco a fauna local<br />
As principais ameaças para as espécies que apresentam serem mais sensíveis à<br />
fragmentação, são a <strong>de</strong>scaracterização e irradiação das florestas, assim como os sub-bosques,<br />
várzeas, matas ciliares e outros tipos <strong>de</strong> hábitats peculiares on<strong>de</strong> essas espécies vivem.<br />
Outras espécies que não apresentam grau <strong>de</strong> problemas em relação a ameaça <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>saparecerem, também necessitam <strong>de</strong> cuidados e manejo, para que num futuro próximo não<br />
venham a correr riscos.<br />
Estudos <strong>de</strong>vem ser realizados, principalmente <strong>de</strong> espécies com pouca informação<br />
na literatura e que se encontram na Lista <strong>de</strong> fauna ameaçada do Paraná, 2004, como é o caso da<br />
coruja mocho-diabo (Asio stygius), encontrado no Parque e está na lista como “dados<br />
<strong>de</strong>ficientes”. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos a fim <strong>de</strong> conhecer os hábitos e hábitats específicos <strong>de</strong><br />
espécies com pouca informação po<strong>de</strong>rá subsidiar medidas mais efetivas <strong>de</strong> conservação.<br />
É necessária a preservação <strong>de</strong> todo o entorno do Parque, para a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
colonização <strong>de</strong> outras espécies <strong>de</strong> aves além <strong>de</strong> medidas para a criação e ampliação <strong>de</strong>sta<br />
unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação a fim <strong>de</strong> manter a riqueza <strong>de</strong> espécies.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
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3.3 Patrimônio Cultural Material e Imaterial<br />
O histórico do Seminário começa com o Colégio Seráfico Santo Antônio que foi fundado pelo<br />
bispo Amando Bahlmann, em Blumenau, superior dos missionários franciscanos vindo em 1891<br />
da província Santa Cruz, da Saxônia, para rejuvenescer as províncias franciscanas brasileiras<br />
que estavam agonizando.<br />
A razão da transferência do colégio para <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que o mesmo ficou<br />
pequeno e pelo clima <strong>de</strong> Blumenau ser muito quente e o <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> ser mais ameno, com<br />
temperaturas parecidas com as da Saxônia. Isto foi aprovado no capítulo provincial <strong>de</strong> 1917,<br />
sendo ministro provincial frei Marcelo Bauniester, ofm.<br />
O terreno para a construção do seminário foi adquirido <strong>de</strong> Pedro Henning em 06/02/1917.<br />
A construção foi feita em estilo da arquitetura alemã.<br />
Junto ao colégio seráfico funcionava o convento <strong>de</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa, que abrigava os fra<strong>de</strong>ssacerdotes<br />
e irmãos leigos, que estavam a serviço do seminário.<br />
Atualmente o complexo arquitetônico é constituído pela se<strong>de</strong> on<strong>de</strong> funciona a <strong>Prefeitura</strong><br />
<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, e três anexos: anexo I, com loja <strong>de</strong> artesanato, correio, exposição do<br />
presépio e oratórias sobre a vida <strong>de</strong> Cristo confeccionados em palha <strong>de</strong> milho, e cantina; anexo<br />
II, com restaurante; e anexo III, com a antiga hospedaria, que hoje abriga o Centro Ambiental<br />
“Casa Branca”, <strong>de</strong>stinado a pesquisas relativas à flora e fauna e ao <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
Educação Ambiental.<br />
O atual Parque possui uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> trilhas com aproximadamente 4.830 metros. Uma parte<br />
<strong>de</strong>las, que era usada pelos antigos franciscanos foi recuperada e é utilizada para passeios,<br />
caminhadas e visitação turística. O restante das trilhas estão em estado natural e são utilizadas<br />
para o turismo ecológico e a educação ambiental, sempre com ativida<strong>de</strong>s monitoradas pelo<br />
centro ambiental.
2.4 Sócio-Economia<br />
Neste tópico são i<strong>de</strong>ntificados e caracterizados grupos <strong>de</strong> interesse que participam direta ou<br />
indiretamente <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s econômicas <strong>de</strong>ntro da UC, <strong>de</strong>nominados grupos <strong>de</strong> interesse<br />
primário e secundário.<br />
Grupos <strong>de</strong> interesse primário:<br />
Associação <strong>de</strong> Artesãos <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>:<br />
Os artesãos <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, <strong>de</strong>vidamente organizados, além <strong>de</strong> ter sua se<strong>de</strong> localizada no centro<br />
da cida<strong>de</strong>, possuem no Parque o principal ponto <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> seus produtos, muito procurados<br />
por visitantes <strong>de</strong> várias procedências , do Brasil e do exterior. O número <strong>de</strong> visitantes diários do<br />
Parque e, especialmente dos finais , não está sendo conflitante em relação à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso<br />
público e aten<strong>de</strong> às expectativas da loja instalada no local. Os lucros do estabelecimento são<br />
<strong>de</strong>stinados aos próprios artesãos.<br />
Restaurante:<br />
Situado no anexo II da se<strong>de</strong>, próximo à entrada do Parque, recebe grupos organizados,<br />
empresários, pesquisadores, funcionários do Parque e da prefeitura municipal e população em<br />
geral, uma vez que o Parque situa-se a apenas 3 km do centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.Também<br />
realiza eventos como casamentos, formaturas, etc, alguns <strong>de</strong>stes, inclusive, à noite. Já houve,<br />
tanto por parte dos arrendatários como <strong>de</strong> algumas facções da prefeitura municipal e<br />
empresários (uma minoria, inclusive), uma pressão para que se construísse um estacionamento<br />
<strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> visitação pública do Parque, on<strong>de</strong> se encontra o campo <strong>de</strong> recreação<br />
<strong>de</strong>stinados aos visitantes, objetivando oferecer acesso fácil aos usuários do restaurante<br />
especialmente em dias <strong>de</strong> chuva. Após muitas discussões e contrarieda<strong>de</strong>s apresentadas pela<br />
administração do Parque e do IAP, a idéia encontra-se, até o momento, refutada, pois além <strong>de</strong><br />
não estar prevista a i<strong>de</strong>alização <strong>de</strong> estacionamento <strong>de</strong>ntro da Unida<strong>de</strong>, tal obra acarretaria<br />
impactos no ambiente e no processo <strong>de</strong> utilização da área do campo para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recreação<br />
e lazer. Quanto à questão da utilização do restaurante à noite, além <strong>de</strong> ser esporádico não vêm<br />
apresentando conflito com o manejo da Unida<strong>de</strong>.
Hotéis<br />
Devido ao tamanho reduzido do PMSLT, e levando em conta que isso é um fator limitante ao<br />
acesso do visitante por mais <strong>de</strong> um dia na Unida<strong>de</strong> não há atualmente infra-estrutura para<br />
oferecer ativida<strong>de</strong>s ao visitante por mais <strong>de</strong> um dia. Assim, os hotéis do município raramente<br />
recebem turistas exclusivamente para visitar o local. O que se propõe neste Plano e Manejo, é<br />
que se viabilize uma rota <strong>de</strong> turismo na região, inclusive com turismo científico <strong>de</strong>scrito no<br />
item... e incluindo a rota dos tropeiros (item...), a fim <strong>de</strong> que o visitante, fique mais tempo no<br />
município, com infra-estrutura a<strong>de</strong>quada e que não seja danosa ao ambiente.<br />
Grupos <strong>de</strong> Interesse Secundário:<br />
Universida<strong>de</strong>s<br />
A Universida<strong>de</strong> do Contestado-campus Mafra, através do Centro <strong>de</strong> Paleontologia e curso <strong>de</strong><br />
Ciências Biológicas, vêm sendo parceira no sentido <strong>de</strong> se incluir no roteiro <strong>de</strong> turismo científico<br />
(CENPÁLEO) e também da participação os acadêmicos em trilhas interpretativas e cursos.<br />
Também há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se viabilizar convênios para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />
pesquisa <strong>de</strong>ntro da área do Parque e Zona <strong>de</strong> Amortecimento <strong>de</strong>ntro do proposto no item ...<br />
<strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo, a exemplo do que vem acontecendo com a UFPR, através do inventário<br />
<strong>de</strong> morcegos.<br />
Ongs/Fundações<br />
Deverão ser contactadas Ongs e Fundações <strong>de</strong> forma a se firmar parcerias visando o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa científicas, a aquisição <strong>de</strong> verbas para estes projetos e<br />
aquisição <strong>de</strong> material técnico-científico.<br />
Órgãos governamentais:<br />
Parcerias com órgãos ambientais do estado do Paraná e Fe<strong>de</strong>rais sempre foram firmadas, através<br />
<strong>de</strong> convênios com a <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> (item ...).
3.5 Situação fundiária<br />
A situação fundiária do Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> será caracterizada a seguir. Os<br />
documentos relativos a este item encontram-se nos anexos.<br />
São terras públicas municipais <strong>de</strong> domínio do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, e <strong>de</strong>vidamente<br />
registradas no Cartório <strong>de</strong> Registro <strong>de</strong> Imóveis da Comarca <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, sob matrícula 011646<br />
do L-2 do Registro Geral (com cópia nos Anexos).<br />
Não tem áreas privadas, nem está em faixas fronteiriças.<br />
Existiu uma “Ação <strong>de</strong> Desapropriação, c/c Manutenção <strong>de</strong> Posse” pelos Autos nº343/86,<br />
cujo litígio foi terminado através da Escritura Pública <strong>de</strong> Transação entre o Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong><br />
<strong>Negro</strong> me o Instituto Santo Antonio, que acabou dando origem ao registro R.1/11646 da<br />
matrícula citada no item 1.<br />
Atualmente, o Parque sofre invasões esporádicas <strong>de</strong> caçadores e pescadores. Mas<br />
durante o tempo <strong>de</strong> abandono havia invasores constantes como agricultores, caçadores, pessoas<br />
que produziam pequenas lavouras e até moradores clan<strong>de</strong>stinos nas benfeitorias do imóvel.<br />
Os limites estabelecidos em campo correspon<strong>de</strong>m aos do Decreto <strong>de</strong> Criação do Parque.<br />
No entanto, ao ser cercado observou parte <strong>de</strong> outros imóveis com anuência dos confrontantes,<br />
incorporando ao parque pequenas áreas <strong>de</strong> interesse conservacionista, sem afetar o direito <strong>de</strong><br />
proprieda<strong>de</strong> dos mesmos. As áreas absorvidas com a construção da cerca não fazem parte do<br />
Documento do Imóvel nem do Decreto <strong>de</strong> Criação. Representam áreas privadas cedidas por<br />
interesse protecionista e conservacionista <strong>de</strong> ambas as partes.<br />
3.6 Fogos e outras Ocorrências Excepcionais<br />
Fogos<br />
Historicamente, a ocorrência mais recente foi no do mês <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2004. O<br />
fogo teve início na capoeirinha invadida pelo capim-elefante, bem próximo à estrada <strong>de</strong><br />
acesso. Provavelmente causado por pessoas que passavam em frente ao Parque. Po<strong>de</strong> ter<br />
sido aci<strong>de</strong>ntal ou criminoso. O corpo <strong>de</strong> bombeiros foi acionado e o fogo não teve gran<strong>de</strong>s<br />
proporções. A médio prazo basicamente ocorreram no entorno (principalmente no fundo do<br />
vale do rio Passa Três). Os períodos <strong>de</strong> maior risco são os <strong>de</strong> seca prolongada. Deve ser
ealizada pesquisa sobre a ocorrência aci<strong>de</strong>ntal e criminosa no período <strong>de</strong> abandono do<br />
imóvel.<br />
Em relação a vendavais e outros fenômenos da natureza, não se tem registro <strong>de</strong><br />
eventos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s proporções, com exceção do vendaval <strong>de</strong> 1998, que afetou parte oeste do<br />
parque. Pesquisas sobre o passado, visando <strong>de</strong>scobrir a ocorrência <strong>de</strong>stes fenômenos, bem<br />
como secas acentuadas que com certeza <strong>de</strong>vem ter interferido na cobertura florestal, <strong>de</strong>vem<br />
ser propostas.<br />
1- Julho, Agosto. Susceptibilida<strong>de</strong> mais as margens da rua e faixa margeando o rio.<br />
2- Os normalmente usados. Se preciso, apoio <strong>de</strong> bombeiros, exércitos, brigadas <strong>de</strong><br />
fogo, etc.<br />
3- Se<strong>de</strong> (caixa da Sanepar) e na ponte (captação no rio) e bases emergenciais (em<br />
casos graves, esse 1963) com alojamentos e refeitórios, o próprio prédio da se<strong>de</strong>, Casa do<br />
Menor, etc.<br />
4- Aceiros não temos, em emergências as próprias trilhas po<strong>de</strong>m servir mas como<br />
aceiro <strong>de</strong> acesso, nunca como aceiro <strong>de</strong> prevenção, por serem estreitas (copas se encontram).<br />
área já afetada, seria a do portão <strong>de</strong> entrada para viveiro.<br />
5- I<strong>de</strong>m item 14 da situação fundiária.<br />
3.7 - Ativida<strong>de</strong>s Desenvolvidas na Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />
3.7.1 Ativida<strong>de</strong>s Apropriadas<br />
FISCALIZAÇÃO<br />
Ações:<br />
- Rondas constantes pelas trilhas do Parque e periódicas nas divisas, a fim <strong>de</strong> garantir<br />
a conservação do patrimônio natural e histórico e evitar invasões e incêndio na área do mesmo.
- Rondas eventuais realizadas pela Polícia Florestal e Força Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro dos limites<br />
do Parque e no seu entorno;<br />
- Fiscalização, por parte da Polícia Florestal e Instituto Ambiental do Paraná nas<br />
proprieda<strong>de</strong>s e empresas do entorno;<br />
- Instrumentos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>ntro do Parque: relatórios das fiscalizações;<br />
- Controle e acompanhamento das pesquisas: cadastro do pesquisador e<br />
instituição que representa junto à SAMA/CACB; relatórios periódicos junto à equipe técnica da<br />
SAMA/CACB;<br />
- Controle e acompanhamento das visitas: triagem dos visitantes na guarita <strong>de</strong><br />
recepção na entrada do Parque quando a visita não for previamente agendada; agendamento das<br />
visitas em grupos que <strong>de</strong>sejam visitar as trilhas e CACB; fiscalização pela equipe <strong>de</strong> vigilância,<br />
ainda que <strong>de</strong>ficiente.<br />
PESQUISA<br />
FLORA:<br />
Pesquisa <strong>de</strong>senvolvida:<br />
- zoneamento vegetal do Parque com i<strong>de</strong>ntificação das espécies evi<strong>de</strong>ntes em cada tipo<br />
<strong>de</strong> formação existente nos limites do mesmo com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração do Plano <strong>de</strong> Manejo<br />
do mesmo;<br />
- herborização com exsicata acondicionadas no herbário do CACB.<br />
FAUNA<br />
Aves:<br />
Pesquisa <strong>de</strong>senvolvida:<br />
- Inventário da avifauna do Parque, com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração do Plano <strong>de</strong> Manejo<br />
do mesmo, realizado por técnicos indicados pelo IAP. Esta fase da pesquisa não apresentou
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta, o método utilizado foi <strong>de</strong> captura e anilhamento, observações diretas,<br />
análise <strong>de</strong> vocalizações e entrevistas.<br />
- Instituições envolvidas: <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e Instituto Ambiental do<br />
Paraná.<br />
Pesquisa em <strong>de</strong>senvolvimento:<br />
- curruíra<br />
Mamíferos:<br />
Pesquisa <strong>de</strong>senvolvida:<br />
- Diagnóstico <strong>de</strong> mamíferos na área do PMSLT, com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong><br />
Plano <strong>de</strong> Manejo, sem coleta <strong>de</strong> material zoológico, a não ser vestígios, como fezes, pegadas e<br />
pêlos.<br />
- Instituições envolvidas: <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e Instituto Ambiental do<br />
Paraná;<br />
Pesquisa em <strong>de</strong>senvolvimento:<br />
- Inventário <strong>de</strong> morcegos na área que abrange o PMSLT, com coleta <strong>de</strong> material<br />
zoológico, <strong>de</strong>vidamente licenciada pelo IBAMA.<br />
- Instituições envolvidas: <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, UFPR.<br />
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL<br />
Programas <strong>de</strong>senvolvidos:<br />
Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas do Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa<br />
Criação e composição:<br />
O grupo <strong>de</strong> monitores <strong>de</strong> trilhas interpretativas foi criado em 1998, com o objetivo <strong>de</strong><br />
oferecer ao visitante a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizado sobre as características do ecossistema local<br />
bem como reconhecer a importância da conservação <strong>de</strong>sse ecossistema. É composto atualmente<br />
por 17 estudantes do Ensino Fundamental (6 a 8 séries) e do Ensino Médio das Escolas do<br />
município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> que recebem gorjetas, vales transporte e alimentação. Dentre estes,
dois são estagiários contratados pela Secretaria <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente e atuam no<br />
CACB.<br />
Funções:<br />
Monitorar as visitas educativas e turísticas nesta UC, realizar palestras e oficinas<br />
ambientais <strong>de</strong>stinadas às crianças no auditório do CACB, além <strong>de</strong> estagiar junto aos<br />
pesquisadores que <strong>de</strong>senvolvem inventários no Parque, realizando serviço voluntário. Também<br />
é função do monitor realizar serviços voluntários junto às escolas e comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> estão<br />
inseridos.<br />
Capacitação:<br />
Os voluntários do grupo <strong>de</strong> monitores recebem capacitações periódicas nas áreas <strong>de</strong><br />
Botânica, aves, mamíferos, répteis, ecologia, educação ambiental, turismo, interpretação <strong>de</strong><br />
trilhas, primeiros socorros, prevenção <strong>de</strong> incêndios florestais, busca e salvamento na floresta,<br />
relações humanas para o trabalho. As capacitações são realizadas voluntariamente pelos<br />
pesquisadores que atual na área do Parque e pelo Corpo <strong>de</strong> Bombeiros <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.<br />
Trilhas Interpretativas<br />
São <strong>de</strong>senvolvidas pelos integrantes do grupo <strong>de</strong> monitores <strong>de</strong> trilhas.<br />
Temas trabalhados:<br />
- A floresta com Araucária, com i<strong>de</strong>ntificação das principais espécies da flora e fauna,<br />
inclusive com exposição <strong>de</strong> fotos no CACB, no término da mesma;<br />
- Na trilha do Graxaim: propõe uma visão da floresta e seus habitantes a partir da visão<br />
<strong>de</strong>ste carnívoro. Durante esta trilha são i<strong>de</strong>ntificados os vestígios <strong>de</strong>ixados pelos animais, como<br />
fezes, pêlos, pegadas e cheiros;<br />
- Semana do Meio Ambiente: com trilhas temáticas que variam ano após ano;<br />
- Semana da Árvore: trilhas relativas ao tema que variam ano após ano;<br />
Parque.<br />
Todas as trilhas abordam concomitante ao tema ambiental, os aspectos históricos do
Palestras e oficinas<br />
As palestras e oficinas são <strong>de</strong>senvolvidas no CACB. As palestras são <strong>de</strong>senvolvidas<br />
junto ao grupo <strong>de</strong> monitores e para escolares, normalmente no término das trilhas<br />
interpretativas.<br />
As oficinas são periódicas, <strong>de</strong>stinadas às escolas locais e regionais, e abordam vários<br />
temas:<br />
- Oficinas Integradas Natureza e Arte: com colagens em papel, cartolina ou ma<strong>de</strong>ira,<br />
utilizando – se sementes e material reciclável;<br />
- Oficina da Semana da Páscoa: Sobre a ecologia dos roedores, em especial os nativos,<br />
como o coelho tapiti.<br />
- Oficinas <strong>de</strong> Meio Ambiente: com jogos, sessões <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, <strong>de</strong>senhos, interpretação <strong>de</strong><br />
fotografias <strong>de</strong> paisagens, por ocasião da Semana do Meio Ambiente;<br />
- Oficinas da Semana da Árvore: com semeadura no viveiro florestal municipal,<br />
produção <strong>de</strong> mudas, plantio <strong>de</strong> frutíferas nativas e observação dos espécimes adultos no<br />
ambiente natural, exposição e doação <strong>de</strong> mudas florestais nativas, mediante orientação.<br />
- Pistas orientadas com mapa e/ou bússola: nessa ativida<strong>de</strong> os visitantes percorrem as<br />
trilhas do Parque, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver tarefas <strong>de</strong> cunho ambiental, guiados somente por uma<br />
bússola, um mapa ou ambos. A finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong> é a <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o sentido <strong>de</strong><br />
orientação. Acantonamentos: são realizados no máximo duas vezes ao ano, com número<br />
reduzido <strong>de</strong> participantes, todos monitores <strong>de</strong> trilhas, que participam <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s noturnas<br />
guiados por mapas, bússolas e lanternas e tendo no CACB, seu ponto <strong>de</strong> referência para<br />
quaisquer eventualida<strong>de</strong>s e para <strong>de</strong>scanso. Essa ativida<strong>de</strong> conta com o apoio do corpo <strong>de</strong><br />
bombeiros <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e equipe <strong>de</strong> vigilância do Parque.<br />
Cursos:<br />
São oferecidos periodicamente, através do CACB, cursos <strong>de</strong>stinados a acadêmicos,<br />
profissionais em geral, estudantes do Ensino Médio e amantes da contemplação da Natureza,<br />
tais como:<br />
Herborização e Administração <strong>de</strong> Herbários;<br />
Répteis;
Curso <strong>de</strong> Observadores <strong>de</strong> Aves;<br />
Capacitação e formação <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas;<br />
Melipôneas.<br />
Estão previstos: Curso <strong>de</strong> Taxonomia <strong>de</strong> Fanerógamas e <strong>de</strong> Biologia da Conservação,<br />
po<strong>de</strong>ndo também ser novamente oferecidos os outros cursos <strong>de</strong>scritos acima.<br />
Visitas acadêmicas:<br />
Acadêmicos e professores <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s recebem a orientação dos técnicos da SAMA<br />
e CACB, em trabalhos <strong>de</strong> herborização, informações a respeito das espécies da flora e fauna da<br />
região e sobre o histórico do Parque no que diz respeito às questões ambientais e à vida<br />
franciscana até ao ano <strong>de</strong> 1970.<br />
Funcionários da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>:<br />
A partir <strong>de</strong> 2003, estão sendo oferecidas, periodicamente, trilhas interpretativas e<br />
oficinas especialmente elaboradas para os funcionários da <strong>Prefeitura</strong> Mun. De <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, com o<br />
objetivo <strong>de</strong> oferecer ao servidor público a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer o patrimônio histórico e<br />
natural do Parque e reconhecer a importância da sua conservação.<br />
Comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno.<br />
As ativida<strong>de</strong>s acima relacionadas são <strong>de</strong>stinadas também á comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno,<br />
visando uma integração da mesma com o patrimônio natural do Parque.<br />
Entretanto, esta abordagem ainda é insatisfatória, necessitando <strong>de</strong> um maior fomento<br />
junto à comunida<strong>de</strong> local, especialmente nas escolas que situam-se na região. Já existe um<br />
trabalho <strong>de</strong> educação ambiental piloto com as duas escolas do entorno durante todo o ano<br />
letivo, com palestras sobre água, flora, fauna e inter-relações na escola, visitas ao Parque e<br />
novamente visita à escola. Este trabalho é <strong>de</strong>senvolvido pelos estagiários do CACB.<br />
Parcerias:<br />
- Programa Florestal <strong>Municipal</strong>;<br />
- Viveiro Florestal <strong>Municipal</strong>;<br />
- Corpo <strong>de</strong> Bombeiros <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />
- IAP;
- SEMA;<br />
- Mülleriana: Socieda<strong>de</strong> Fritz Müller <strong>de</strong> Ciências Naturais;<br />
- Empresa Ma<strong>de</strong>m;<br />
- Indústrias Químicas Cubatão;<br />
- Sindicato do Trabalhadores da Indústria e Mobiliário <strong>de</strong> Mafra;<br />
- Wizzard Idiomas;<br />
- Secretarias Municipais <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />
- PUC Uruguaiana;<br />
- Fundação O Boticário <strong>de</strong> Proteção à Natureza;<br />
- Museu <strong>de</strong> História Natural Capão da Imbuia.<br />
Público envolvido<br />
PÚBLICO NÚMERO DE<br />
PARTICIPANTES/ANO DE 2004.<br />
Estudantes <strong>de</strong> ensino fundamental e médio 3373<br />
Grupos <strong>de</strong> Igrejas 325<br />
Público em Geral 917<br />
Grupos <strong>de</strong> 3ª ida<strong>de</strong> 1091<br />
Militares 83<br />
Instituições diversas 514<br />
Universitários 40<br />
Total 6343
Relações Públicas/Divulgação<br />
Os programas <strong>de</strong> divulgação, promoção <strong>de</strong> eventos culturais e ativida<strong>de</strong>s ambientais<br />
<strong>de</strong>senvolvidos pela unida<strong>de</strong> são realizados pelas diversas Secretarias da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong><br />
e instituições com as quais se <strong>de</strong>senvolvem parcerias e serão <strong>de</strong>scritos a seguir:<br />
Eventos na comunida<strong>de</strong>:<br />
Arborização <strong>de</strong> vias públicas com a participação da comunida<strong>de</strong> local;<br />
eventos culturais promovidos pela UC:<br />
Sessões semanais <strong>de</strong> cinema, no Cine Seminário;<br />
Exposição itinerante: "Seminário Seráfico/Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa:<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1918 fazendo História, Pesquisa e Conservação". Produzido a partir da coletânea <strong>de</strong><br />
artigos, fotos e <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> franciscanos que viveram no antigo Seminário. A exposição<br />
explora a vida franciscana e as pesquisas com fauna e flora realizadas tanto na época <strong>de</strong><br />
funcionamento do Seminário quanto as da atualida<strong>de</strong>.<br />
Materiais <strong>de</strong> divulgação existentes: mapas para trilhas auto-guiadas, fol<strong>de</strong>rs turísticos<br />
do município, apostilas didáticas relativas aos eventos da Semana da Árvore, convites para os<br />
eventos, divulgação dos eventos em rádios e jornais, criação da “Coluna Bicho-Grilo”<br />
(atualmente não escrita); site www.rionegro.pr.gov.br, divulgação do Parque e do município<br />
pela Re<strong>de</strong> Brasil Sul <strong>de</strong> Comunicação (RBS); placas indicativas na BR 116.<br />
Visitação:<br />
Áreas <strong>de</strong> visitação:<br />
- Se<strong>de</strong> do antigo Seminário, atual <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>;<br />
- Capela;<br />
- Cine-teatro;<br />
- Anexos do restaurante, loja <strong>de</strong> artesanato, oratórias e presépio em palha <strong>de</strong> milho;<br />
- Trilhas, campo santo ,gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s;<br />
- Ponte pênsil;<br />
140
- Centro Ambiental “Casa Branca”, durante a semana, para acadêmicos e outros<br />
estudantes, participantes <strong>de</strong> trilhas interpretativas e outros interessados nas informações sobre<br />
fauna e flora locais. O CACB não é disponibilizado ao turista em geral, ficando fechado nos<br />
finais <strong>de</strong> semana e feriados, disponibilizado nessas datas apenas aos pesquisadores.<br />
Período <strong>de</strong> maior frequência<br />
- feriados e finais <strong>de</strong> semana, principalmente durante os meses <strong>de</strong> verão; durante as<br />
o período <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s especiais, como Semana do Meio Ambiente e Semana da Árvore e<br />
nos períodos <strong>de</strong> promoções <strong>de</strong> eventos no município.<br />
Serviços <strong>de</strong> condução e guiagem ofertados<br />
- Por ser o Parque distante apenas 4km do centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, os<br />
visitantes locais se locomovem através <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> ônibus local, veículos próprios, bicicleta<br />
ou mesmo a pé. Os visitantes <strong>de</strong> outros municípios normalmente fretam ônibus <strong>de</strong> turismo em<br />
suas respectivas cida<strong>de</strong>s ou se utilizam <strong>de</strong> veículo próprio.<br />
- O Parque disponibiliza os integrantes do grupo <strong>de</strong> monitores <strong>de</strong> trilhas<br />
interpretativas , do qual alguns são também condutores turísticos para acompanhar os grupos<br />
<strong>de</strong> visitantes, via agendamento. Grupos com menos <strong>de</strong> 10 pessoas po<strong>de</strong>m optar pelo guia<br />
turístico do Parque e realizar uma trilha auto-guiada. Grupos com mais <strong>de</strong> 10 pessoas,<br />
necessariamente serão divididos e terão o acompanhamento dos monitores. No que diz<br />
respeito ao centro histórico-cultural, os visitantes são atendidos por funcionários e estagiários<br />
que ficam permanentemente, durante os horários <strong>de</strong> visita, nos locais mais visitados (capela,<br />
oratórias e presépio, loja).<br />
- Procedência e interesses dos visitantes:<br />
A maior parte dos visitantes são do Sul do Brasil, em especial Santa Catarina. O<br />
Parque recebe também visitantes <strong>de</strong> outras regiões do país e outros países.<br />
Os interesses variam <strong>de</strong> acordo com o perfil do visitante: grupos <strong>de</strong> terceira ida<strong>de</strong>,<br />
corais, entre outros e crianças até 7 anos preferem visitas no complexo histórico-cultural e<br />
trilhas centrais. Grupos <strong>de</strong> estudantes do Ensino Fundamental e Médio, acadêmicos,<br />
professores, empresas que buscam consultoria na área ambiental preferem as trilhas<br />
interpretativas naturais do Parque, viveiro florestal e Centro Ambiental.<br />
Valorização da cultura regional e local:<br />
Através da loja <strong>de</strong> artesanato local, que explora o artesanato <strong>de</strong> diversas etnias,<br />
conforme exposto no item 2.3.3. Também através da visitação do Presépio em Palha <strong>de</strong><br />
141
Milho (o maior do mundo em número <strong>de</strong> personagens), que mostra como era a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Jerusalém na época <strong>de</strong> Cristo e das oratórias em palha <strong>de</strong> milho, com passagens bíblicas.<br />
Impactos<br />
Os impactos mais evi<strong>de</strong>ntes causados pelos visitantes são:<br />
- copos plásticos, papéis <strong>de</strong> bala, salgadinho e outros no chão;<br />
- restos <strong>de</strong> salgadinhos pelas trilhas;<br />
- <strong>de</strong>sgaste da camada <strong>de</strong> brita nas trilhas centrais;<br />
- escritas nos barrancos, pedras e placas;<br />
- atos <strong>de</strong> vandalismo como a retirada das letras a<strong>de</strong>sivas nas placas <strong>de</strong> sinalização e<br />
riscos nas mesmas;<br />
- Retirada <strong>de</strong> flores, mudas, plantas medicinais, frutos, nas trilhas;<br />
- Invasão <strong>de</strong> picadas interditadas nas trilhas <strong>de</strong> acesso ao rio Passa Três.<br />
3.7.2 Ativida<strong>de</strong>s ou Situações conflitantes<br />
- Se<strong>de</strong> da <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong>ntro da Unida<strong>de</strong> (po<strong>de</strong> causar uma situação conflitante);<br />
- Estrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro muito utilizada, inclusive por caminhões, para carga<br />
e <strong>de</strong>scarga da prefeitura;<br />
- Restaurante, e cinema <strong>de</strong>ntro da Unida<strong>de</strong> (po<strong>de</strong>m causar uma situação conflitante,<br />
<strong>de</strong>vendo ser sempre controlada e fiscalizada);<br />
- Re<strong>de</strong> elétrica da CELESC, cortando o “Morro dos Padres” e sofrendo<br />
frequentemente corte raso por parte da mesma <strong>de</strong> forma impactante e parcialmente<br />
<strong>de</strong>snecessária;<br />
- Processo <strong>de</strong> sobre-caça <strong>de</strong> diversas espécies animais, especialmente mamíferos<br />
como veado (Mazama sp.), cateto (que <strong>de</strong>ve estar extinto na região), capivara, paca, cotia e<br />
aves. Os caçadores se utilizam da outra margem do rio para caçar, on<strong>de</strong> já foram encontrados<br />
vários vestígios, como fogueiras, cevas e armadilhas. Cachorros <strong>de</strong> caça são periodicamente<br />
encontrados nas trilhas da Unida<strong>de</strong> seguindo o rastro dos animais silvestres. As épocas mais<br />
propícias são as proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> feriados e finais <strong>de</strong> semana, especialmente nos meses <strong>de</strong><br />
primavera e verão;<br />
142
- Pesca predatória no rio <strong>Negro</strong>;<br />
- Entrada <strong>de</strong> vândalos portando bebida alcoólica escondida sob a roupa ou em<br />
recipientes <strong>de</strong> água e refrigerante e que preferem as imediações do CACB, que fica longe da<br />
se<strong>de</strong>, para danificarem placas e trilhas;<br />
- Sistema <strong>de</strong> vigilância ineficiente e incapacitado, necessitando <strong>de</strong> capacitação e<br />
rea<strong>de</strong>quação à função, com urgência.<br />
3.8 Aspectos Institucionais da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />
3.8.1 Pessoal<br />
Funcionários da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e estagiários com o Parque.<br />
Vilson José Lorenzi – Secretário <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente.<br />
Tarcísio Schelbauer – Administrador da UC.<br />
Sidney Hirt – Engenheiro Florestal.<br />
Lenita Kozak – Bióloga responsável pelo Centro Ambiental Casa Branca.<br />
Viveiro Florestal – Conta com nove funcionários, responsáveis pela manutenção e<br />
produção <strong>de</strong> mudas no viveiro; manutenção das trilhas, bosques, cercas da UC.<br />
Fabiano Weber e Fabiana Silveira –Estagiários do CACB.<br />
Monitores <strong>de</strong> Trilhas – 15 monitores voluntários responsáveis pelo atendimento à<br />
turistas, alunos <strong>de</strong> escolas Públicas e Particulares e <strong>de</strong>mais instituições; auxílio à<br />
pesquisadores no levantamento <strong>de</strong> flora e fauna da UC; produção <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Educação<br />
Ambiental e realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s fora da UC.<br />
Aten<strong>de</strong>ntes da Parte cultural – Oito pessoas responsáveis pelo atendimento na Capela,<br />
Museu, Presépio e Oratória em palha <strong>de</strong> milho, loja <strong>de</strong> artesanato.<br />
Recepção – 2 pessoas responsáveis pela recepção dos visitantes.<br />
Vigilância – 13 vigilantes.<br />
143
Pessoal cedido:<br />
Pessoal cedido por outras instituições:<br />
Inventário <strong>de</strong> morcegos (em andamento)<br />
Biól.Carolina Scultori ( Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná - UFPR );<br />
Inventário <strong>de</strong> aves<br />
Naturais);<br />
Biól. Josiane Sabóia Gruber (Mülleriana: Socieda<strong>de</strong> Fritz Müller <strong>de</strong> Ciências<br />
Ornit.Raphael Moura Sobânia; (Ninho do Pica-Pau Consultoria);<br />
Diagnóstico <strong>de</strong> mamíferos<br />
Biól. MsC. Mauro <strong>de</strong> Moura Britto ( Instituto Ambiental do Paraná);<br />
Pessoal lotado na UC por ocasião do Plano <strong>de</strong> Manejo:<br />
Por ser o PMSLT uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação municipal, o pessoal envolvido com<br />
o Plano <strong>de</strong> Manejo do Parque são funcionários da própria prefeitura, lotado em diversas<br />
Secretarias.<br />
Lenita Terezinha Kozak<br />
Qualificação: Bióloga<br />
Ida<strong>de</strong>: 34 anos<br />
Tempo <strong>de</strong> serviço: no Parque, 4 anos<br />
Cargo/Função: Bióloga<br />
Eusa Maria Duvision <strong>de</strong> Oliveira Moritz<br />
Ida<strong>de</strong>: 46 anos<br />
Tempo <strong>de</strong> Serviço: 3 anos<br />
Cargo: Assessora da Secretaria <strong>de</strong> Indústria, Comércio e Turismo<br />
Função: Assessora Turismo<br />
144
Karen Rosane Brunken Flores<br />
Capacitação: Nível Superior completo<br />
Ida<strong>de</strong>: 41 anos<br />
Tempo <strong>de</strong> serviço: 19 anos<br />
Cargo: Administração/Secretaria <strong>de</strong> Cultura<br />
Função: Técnica em restauração e conservação <strong>de</strong> bens imóveis.<br />
Sidney Hirt<br />
Capacitação: Engenheiro Florestal;<br />
Ida<strong>de</strong>: 53 anos;<br />
Tempo <strong>de</strong> serviço: 8.5 anos;<br />
Função: Engenheiro Florestal da Secretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente – SAMA.<br />
Tarcísio Schelbauer<br />
Capacitação: Técnico Agrícola.<br />
Ida<strong>de</strong>: 47 anos.<br />
Tempo <strong>de</strong> serviço: 9.5 anos.<br />
Cargo: Administrador do Parque.<br />
Função: Responsável pelo Horto e Manutenção do Parque.<br />
Obs. Não resi<strong>de</strong>nte na Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação.<br />
Fabiano Weber<br />
Capacitação: Nível superior em andamento.<br />
Ida<strong>de</strong>: 19 anos.<br />
Tempo <strong>de</strong> serviço: 1 ano.<br />
Cargo: Estagiário.<br />
Função: Auxiliar técnico do CACB, monitor <strong>de</strong> trilhas.<br />
Fabiana Silveira<br />
Capacitação: 2º Grau completo.<br />
Ida<strong>de</strong>: 20 anos.<br />
Tempo <strong>de</strong> serviço: 2 anos.<br />
Cargo: Estagiária.<br />
Função: Auxiliar técnico do CACB, monitora <strong>de</strong> trilhas.<br />
145
3.8.2 Infra-estrutura, Equipamentos e Serviços<br />
O imóvel situa-se a 3 km do centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, e e sta situado no alto <strong>de</strong><br />
uma colina, la<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> vegetação abundante. O cenário po<strong>de</strong> ser visto <strong>de</strong> alguns pontos da<br />
cida<strong>de</strong>.<br />
É constituído <strong>de</strong> uma ala central entre duas outras alas com três (03) torres.<br />
Na ala à esquerda, funciona o Cine Seminário (espaço Antônio Cândido do Amaral) e<br />
na ala à direita encontra-se a Capela Cônego José Enser.<br />
O prédio principal da edificação possui quatro (04) pavimentos, contando com o<br />
térreo, tendo 2260m². no térreo estão situados o Banco Santan<strong>de</strong>r, IBGE, Secretaria <strong>de</strong><br />
Indústria , Comércio e Turismo, sala para cursos, banheiros (02), salas para atendimento<br />
técnico pedagógico (fonoaldiologia, psicologia, pedagógico, fisioterapia), central telefônica,<br />
sala <strong>de</strong> xérox, entradas laterais para o Museu Prof.ª Maria José França Foohs e para Cantina e<br />
Cinema. Possui três (03) escadas em ma<strong>de</strong>ira para acesso ao primeiro pavimento.<br />
No 1º pavimento estão situados Secretaria <strong>de</strong> Obras, sala <strong>de</strong> Consultoria Jurídica, sala<br />
<strong>de</strong> Licitações e Compras, sala <strong>de</strong> Recursos Humanos, sala <strong>de</strong> IPTU, Gabinete do Prefeito com<br />
sala <strong>de</strong> reuniões, sala <strong>de</strong> alvarás, salas do Setor Administrativo (02), sala <strong>de</strong> Patrimônio,<br />
Secretaria <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente, sala <strong>de</strong> Segurança no Trabalho, IPRERINE, 02<br />
banheiros, 02 entradas para sacristias superiores da Capela e 02 escadas me ma<strong>de</strong>ira para<br />
acesso ao 2º pavimento.<br />
No 2º pavimento encontra-se em funcionamento a Secretaria <strong>de</strong> Educação com<br />
diversas salas divididas em <strong>de</strong>partamentos, banheiros, UNDIME, salas <strong>de</strong> cursos e faculda<strong>de</strong>s<br />
com mídias interativas, sala para conferência com 400 lugares.<br />
Possui uma entrada para o 3º piso, on<strong>de</strong> na época em que funcionava o Colégio<br />
Seráfico, seriam os quartos, que ainda não foi restaurado e abriga o sino e as caixas <strong>de</strong> água.<br />
A edificação possui um anexo com 539m², com piso <strong>de</strong> alvenaria original, que<br />
comporta 06 espaços sendo assim distribuídos: Presépio em palha <strong>de</strong> milho, Oratórias<br />
(principais passagens da bíblia em palha <strong>de</strong> milho), correio, loja <strong>de</strong> Artesanato, refeitório <strong>de</strong><br />
uma sala <strong>de</strong> uso ao Fórum <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>.<br />
146
Uma construção com 400m² abriga o restaurante que funciona <strong>de</strong>ntro do Parque, que<br />
foi parcialmente restaurada (telhado e banheiros).<br />
Possui ainda uma edificação pequena 20m², em alvenaria, com tijolos aparentes e teto<br />
liso com bordas trabalhadas on<strong>de</strong> está o poço que abastecia os padres franciscanos e hoje<br />
comporta as bombas <strong>de</strong> água da prefeitura.<br />
Na entrada da edificação “Parque Ecoturístico, Parque e Palácio Seráfico São Luis <strong>de</strong><br />
Tolosa foi construído no ano <strong>de</strong> 2003 através <strong>de</strong> projeto, um receptivo com sala para os<br />
vigias, sala para as recepcionistas, banheiro e cozinha com cobertura anexa para abrigo <strong>de</strong><br />
visitantes.<br />
A área total da edificação com prédios, bosques, trilhas, áreas protegidas, horto<br />
florestal e estacionamento, me<strong>de</strong> 532.400m².<br />
O responsável pela instalação do Seminário em <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> foi o Cônego José Ernser,<br />
que sabendo que o Semanário em Blumenau encontrava-se pequeno, interveio junto às<br />
autorida<strong>de</strong>s eclesiásticas para que este fosse instalado em terras paranaenses, ficando assim,<br />
mais perto <strong>de</strong> São Paulo.<br />
O início da construção data <strong>de</strong> 1918 e sua conclusão e inauguração em 03 <strong>de</strong> fevereiro<br />
<strong>de</strong> 1923.<br />
Sistema <strong>de</strong> saneamento<br />
Água - servido por água do sistema público <strong>de</strong> abastecimento da Sanepar<br />
(se<strong>de</strong>). Quanto a Casa Branca, é <strong>de</strong> fonte própria do parque (água não tratada). A água<br />
potável é em bebedouros <strong>de</strong> água mineral engarrafada.<br />
Esgoto – até 2002 fossas e sumidouros. Atualmente é <strong>de</strong>stinada a ETE da Sanepar<br />
através da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> esgoto. Quanto ao CACB, fossa e sumidouro.<br />
Resíduos sólidos recicláveis como papel, papelão, plástico, vidros e latas, maioria<br />
<strong>de</strong>stinada a Fundir. O restante, juntamente com o lixo doméstico, <strong>de</strong>stinado ao aterro<br />
sanitário da SELUMA (<strong>de</strong>vidamente licenciado pela Fatma) em Mafra – SC, através <strong>de</strong><br />
caminhões compactadores da coleta pública municipal.<br />
Energia elétrica da Celesc, com casa <strong>de</strong> força e transformadores <strong>de</strong> Alta Tensão para<br />
distribuição ao bairro instalados na se<strong>de</strong> do Parque.<br />
147
Equipamentos <strong>de</strong> Proteção Individual.<br />
(pinga-fogo)<br />
Material<br />
Quantida<strong>de</strong><br />
Cantil 0<br />
Luvas <strong>de</strong> couro 2<br />
Perneira ou coturno 3<br />
Cinto <strong>de</strong> guarnição 3<br />
Traje a<strong>de</strong>quado 0<br />
Capacete 3<br />
Óculos anti-chamas 0<br />
Máscara anti-fumaça 0<br />
Apito 0<br />
Binóculos 2<br />
Bússola 2<br />
Rádio <strong>de</strong> comunicação portátil 6<br />
Corda <strong>de</strong> prontidão 1<br />
Lanterna 3<br />
Facão 2<br />
Motosserra 1<br />
Machado 1<br />
Foice 3<br />
Enxada 6<br />
Pá 4<br />
Rastelo 2<br />
Abafadores 0<br />
Bomba costal 2<br />
Mochila costal 0<br />
Aparelho controlador <strong>de</strong> queimadas 0<br />
Centro Ambiental "Casa Branca"<br />
Antiga casa que após adquirida e reformada, passou a ser utilizada pelos franciscanos<br />
como casa <strong>de</strong> hóspe<strong>de</strong>s. Recuperada e inaugurada em 04/06/2000, passou a abrigar o Centro<br />
Ambiental "Casa Branca", voltado a <strong>de</strong>senvolver estudos e ativida<strong>de</strong>s na área ambiental para<br />
a integração da comunida<strong>de</strong> com os recursos naturais do Parque. Compõe o Centro<br />
Ambiental – Biblioteca, Herbário, Laboratório, Auditório, Ala <strong>de</strong> Exposição e Área<br />
Administrativa. O regulamento com as ativida<strong>de</strong>s do Centro Ambiental encontram-se nos<br />
anexos <strong>de</strong>ste Plano. Abaixo, estão relacionados os equipamentos e materiais do CACB.<br />
148
Equipamentos<br />
Estrutura do Centro Ambiental Casa Branca<br />
2 <strong>de</strong>sumidificadores<br />
1 frezeer<br />
1 estufa para esterilização e secagem<br />
1 microscópio biológico binocular<br />
1 estereomicroscópio binocular<br />
1 <strong>de</strong>stilador <strong>de</strong> água<br />
1 condicionador <strong>de</strong> ar<br />
1 termo higrômetro<br />
2 <strong>de</strong>sumidificadores <strong>de</strong> ar<br />
2 binóculos<br />
Placas <strong>de</strong> petri plana vidro tampa e vidro7 fitas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o<br />
Tubos <strong>de</strong> ensaio<br />
Pipetas sorológicas<br />
1 câmera fotográfica focagem manual e automática<br />
1 câmera fotográfica digital<br />
1 Ph-metro<br />
Copo Griffin<br />
Bastão <strong>de</strong> vidro<br />
Lamina<br />
Lamínula<br />
1 termômetro<br />
7 fitas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Ecossistemas Brasileiros<br />
7 fitas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Ciências- Ecologia e Meio Ambiente<br />
1 fita <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Mata Ciliar<br />
1 fita <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Fundação O Boticário <strong>de</strong> Proteção a Natureza<br />
1 fita <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Reserva Natural Salto Morato<br />
1 fita <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Centro <strong>de</strong> Capacitação em conservação da Biodiversida<strong>de</strong><br />
149
5 fitas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o Coleção Pré Escola<br />
12 fitas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o diversas<br />
2 extensões <strong>de</strong> 3 pinos<br />
1 extensão <strong>de</strong> 1 pino<br />
1 retroprojetor<br />
1 televisão a cores Panasonic<br />
1 ví<strong>de</strong>o Panasonic<br />
1 GPS<br />
2 microcomputadores<br />
1 impressora<br />
Cerca <strong>de</strong> 800 bibliografias incluindo ANAIS, revistas, periódicos, ...)<br />
3.8.3 Estrutura Organizacional<br />
O PMSLT possui uma estrutura organizacional que funciona da seguinte maneira:<br />
É <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente<br />
(SAMA). Atrelados à SAMA, estão o Viveiro <strong>Municipal</strong> <strong>Municipal</strong>, o Centro Ambiental<br />
"Casa Branca", responsável pelo Plano <strong>de</strong> Manejo do Parque, pesquisas científicas e<br />
educação ambiental e Departamento <strong>de</strong> Meio Ambiente, que fornece assessoria aos trabalhos<br />
do Parque, quando solicitado. O complexo histórico – cultural atualmente encontra-se sob os<br />
cuidados da Secretaria <strong>de</strong> Cultura. Deverá ser feita uma reavaliação sobre essa organização e<br />
talvez repassar o complexo histórico para outra Secretaria ou <strong>de</strong>partamento.<br />
3.9 Declaração <strong>de</strong> Significância<br />
O Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> está localizado em uma área hoje inserida <strong>de</strong>ntro do<br />
perímetro urbano do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>, enquanto que uma parte <strong>de</strong> seu entorno situa-se<br />
na Zona Rural. Os 54 ha <strong>de</strong>ste parque possuem uma flora e fauna representativa para a região<br />
em se tratando <strong>de</strong> floresta com araucária e ainda, em uma área urbana. As espécies típicas,<br />
raras ou ameaçadas registradas nessa área certamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m diretamente do entorno bem<br />
conservado. E a existência do Parque tanto facilita quanto fortalece as ações necessárias para<br />
150
que a conservação do entorno seja garantida. Somente <strong>de</strong>ssa forma se po<strong>de</strong>rá dar condições<br />
para que mamíferos <strong>de</strong> médio porte como jaguatirica e o veado catingueiro continuem<br />
utilizando a área à procura <strong>de</strong> alimento e abrigo. O mesmo ocorre com as aves <strong>de</strong> maior<br />
porte, como jacu e pica-paus que necessitam <strong>de</strong> florestas com árvores <strong>de</strong> maior porte e oferta<br />
<strong>de</strong> alimento o ano inteiro para sobreviver.<br />
Árvores raras <strong>de</strong> serem encontradas, a não ser em áreas protegidas, como a imbuia<br />
(Ocotea porosa) apresentam exemplares multiseculares <strong>de</strong>ntro da Unida<strong>de</strong>.<br />
Os remanescentes florestais <strong>de</strong>ssa região (floresta com araucária) apresentam<br />
características ímpares em relação à sua diversida<strong>de</strong>, por não sofrer influência da Floresta<br />
Ombrófila Densa nem da Estacional Semi<strong>de</strong>cidual, oferecendo várias frentes <strong>de</strong> pesquisas,<br />
que já são escassas, em se tratando <strong>de</strong> floresta com araucária.<br />
O rio Passa-Três, que marca a divisa do Parque com algumas das proprieda<strong>de</strong>s<br />
vizinhas é consi<strong>de</strong>rado um abrigo para lontras, furões e capivaras.<br />
O magnífico complexo arquitetônico da se<strong>de</strong>, outrora seminário seráfico, que lembra<br />
um castelo, merece também <strong>de</strong>staque em se tratando <strong>de</strong> ações preservacionistas. O maior<br />
legado histórico-cultural do município, foi <strong>de</strong>ixado pelos franciscanos, cuja história religiosa,<br />
cultural, científica e ecológica que também está sendo levantada, vem complementando (e<br />
encantando) pesquisadores e visitantes.<br />
151
ENCARTE IV<br />
PLANEJAMENTO DO PARQUE MUNICIPAL SÃO LUÍS DE TOLOSA<br />
3.VISÃO GERAL DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO<br />
3.9Diretrizes do Planejamento<br />
Para a elaboração <strong>de</strong>ste Plano <strong>de</strong> Manejo, foram tidas como embasamento<br />
as premissas <strong>de</strong>scritas a seguir:<br />
3.Orientações contidas no Roteiro Metodológico <strong>de</strong> Planejamento – Parque<br />
Nacional, Reserva Biológica, Estação Ecológica (IBAMA, 2002);<br />
4.Decreto nº 4.340/2002, que regulamentou a Lei do Sistema Nacional <strong>de</strong><br />
Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação da Natureza (SNUC), e a Lei nº 9985/2000, que instituiu<br />
o SNUC;<br />
5.Conhecimento da área do Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa, <strong>de</strong> acordo<br />
com os encartes anteriores;<br />
6.Discussões das reuniões <strong>de</strong> Planejamento <strong>de</strong>senvolvidas pela Secretaria<br />
<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente, junto ao pessoal técnico e chefes <strong>de</strong><br />
outras Secretarias.<br />
Para que o planejamento do PMSLT seja passível <strong>de</strong> ser aplicado ao longo<br />
<strong>de</strong> pelo menos 5 anos, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados alguns pressupostos, <strong>de</strong>scritos a<br />
seguir:<br />
7.Comprometimento da comunida<strong>de</strong> com o Parque – sentindo-se parte<br />
integrante e responsável por ele, “adotando-o” como uma área <strong>de</strong> conservação e<br />
lazer restritivo;<br />
8.Envolvimento <strong>de</strong> diversos segmentos da socieda<strong>de</strong> civil e organizada – <strong>de</strong><br />
forma efetiva, a fim <strong>de</strong> viabilizar com mais facilida<strong>de</strong> os objetivos propostos para a<br />
Unida<strong>de</strong>;<br />
9.Comprometimento da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> – como órgão<br />
criador e mantenedor da UC, é importante o apoio efetivo e contínuo do Governo<br />
<strong>Municipal</strong>, através da articulação entre a gerência do Parque as Secretarias<br />
Municipais direta ou indiretamente envolvidas com o manejo do Parque, <strong>de</strong> forma a<br />
somar esforços no sentido conservacionista, para que o planejamento possa ser<br />
aplicado com eficácia;<br />
10.Comprometimento dos funcionários e usuários da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> – uma vez que existe a peculiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ter uma <strong>Prefeitura</strong><br />
funcionando <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação, tanto funcionários como<br />
usuários <strong>de</strong>vem ter bem claros e aceitos os objetivos e normas do Parque;<br />
11.Parcerias – as ações previstas neste planejamento serão efetivadas com<br />
maior eficácia se parcerias, tanto com órgãos privados como governamentais e não<br />
governamentais, que se comprometam com a conservação da Unida<strong>de</strong>, sejam<br />
firmadas;<br />
152
12.Capacitação, contratação e comprometimento <strong>de</strong> funcionários do Parque –<br />
é fundamental para a maior parte das ações previstas, que se disponha <strong>de</strong> pessoal<br />
capacitado em quantida<strong>de</strong> pertinente e que seja comprometido com a busca do<br />
alcançe dos objetivos do Parque;<br />
13.Apoio do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) – através <strong>de</strong> todos os seus<br />
setores, uma vez que é o Órgão Ambiental que dá suporte técnico para a<br />
elaboração e execução <strong>de</strong>ste planejamento;<br />
14.Recursos Financeiros – a maior parte das ações previstas neste<br />
planejamento, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> recursos financeiros para serem viabilizadas;<br />
15.Continuida<strong>de</strong> político-administrativa – é fundamental que o Plano <strong>de</strong><br />
Manejo seja implementado e revisado in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da situação políticoadministrativa<br />
municipal ou estadual, para que não haja interrupções ou alterações<br />
in<strong>de</strong>vidas ou <strong>de</strong>snecessárias.<br />
4.AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA DO PARQUE<br />
Este item constitui uma análise da situação geral da Unida<strong>de</strong> , com relação<br />
aos fatores, tanto internos quanto externos, que impulsionam ou dificultam a<br />
consecução dos objetivos para os quais foi criada (IBAMA, 2000).<br />
Os fatores endógenos que constituem o cenário interno <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Conservação, são caracterizados como pontos fortes e pontos fracos e condicionam<br />
o manejo da Unida<strong>de</strong>. Os fatores do cenário externo são caracterizados como<br />
oportunida<strong>de</strong>s e ameaças, e auxiliam ou dificultam o cumprimento <strong>de</strong> seus objetivos<br />
<strong>de</strong> criação (IBAMA, 2000).<br />
Para tanto, foi montada a Matriz <strong>de</strong> Análise Estratégica (quadro 1-IV) <strong>de</strong><br />
acordo com a metodologia apresentada pelo IBAMA, <strong>de</strong>scrita acima.<br />
As reuniões para este planejamento foram realizadas Na <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>/Secretaria <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente, on<strong>de</strong> se discutiu os<br />
elementos que formam o cenário interno e externo da Unida<strong>de</strong>, da seguinte forma:<br />
Pontos Fracos: fenômenos ou condições inerentes à Unida<strong>de</strong>, que<br />
comprometem ou dificultam o seu manejo.<br />
Pontos Fortes: fenômenos ou condições inerentes à UC, que contribuem ou<br />
favorecem o seu manejo.<br />
Ameaças: fenômenos ou condições externos à UC, que comprometem ou<br />
dificultam o alcance <strong>de</strong> seus objetivos.<br />
Oportunida<strong>de</strong>s: Fenômenos ou condições externos à UC, que contribuem ou<br />
favorecem o alcance <strong>de</strong> seus objetivos.<br />
Forças restritivas: Interação dos Pontos Fracos e Ameaças, que <strong>de</strong>bilitam a<br />
Unida<strong>de</strong>, comprometendo o manejo e alcance das metas <strong>de</strong> seus objetivos <strong>de</strong><br />
criação.<br />
Forças Impulsoras: Interação dos Pontos Fortes e Oportunida<strong>de</strong>s, que<br />
fortalecem a Unida<strong>de</strong>, contribuindo para o manejo e alcance <strong>de</strong> seus objetivos <strong>de</strong><br />
criação.<br />
153
5.OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO MANEJO DO PARQUE<br />
Para executar o cadastro no Instituto Ambiental do Paraná (IAP) do imóvel<br />
que constitui o Seminário Seráfico São Luís <strong>de</strong> Tolosa, em uma área <strong>de</strong> 53,87há,<br />
como Área <strong>de</strong> Relevante Interesse Ecológico (ARIE), através do Decreto nº<br />
016/1994, foram propostos alguns objetivos a serem cumpridos, como sendo o<br />
primeiro passo para a consolidação da área como Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação:<br />
16. Buscar, na elaboração do presente Plano, estratégias <strong>de</strong> envolvimento<br />
da comunida<strong>de</strong>;<br />
17. Dar à comunida<strong>de</strong>, além da oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
educação ambiental, a opção <strong>de</strong> lazer, sempre conservando a conotação ecológica;<br />
18. Implantar, <strong>de</strong>ntro do Parque, um Horto Florestal <strong>de</strong>vidamente equipado<br />
com um viveiro para a produção <strong>de</strong> mudas florestais e estufa para flores;<br />
19. Recuperar os caminhos (trilhas ecológicas) e grutas(pontos <strong>de</strong> parada);<br />
20. Destinar as áreas <strong>de</strong> preservação permanente (matas ciliares e áreas<br />
<strong>de</strong>clivosas) para regeneração natural, acrescidas dos espaços <strong>de</strong> mata que<br />
estiverem relativamente intactos;<br />
21. Restaurar as edificações, no sentido <strong>de</strong> preservar a arquitetura <strong>de</strong> época<br />
e servir <strong>de</strong> infra-estrutura para encontros, cursos e reuniões <strong>de</strong> finalida<strong>de</strong>s<br />
ecológicas;<br />
22. Servir <strong>de</strong> apoio para as ativida<strong>de</strong>s preservacionistas do interesse da<br />
comunida<strong>de</strong>.<br />
O Decreto nº 022/1997 cria o Parque Ecoturístico <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong><br />
Tolosa. Consi<strong>de</strong>rando os valores históricos e naturais do atual Parque e <strong>de</strong> seu<br />
entorno, os diagnósticos já realizados e as orientações que estão contidas no<br />
Roteiro Metodológico <strong>de</strong> Planejamento do IBAMA, foram estabelecidos para este<br />
Plano <strong>de</strong> Manejo, os seguintes objetivos:<br />
- Conservar o remanescente <strong>de</strong> Floresta Ombrófila Mista na área do PMSLT<br />
e seu entorno, protegendo assim, sua diversida<strong>de</strong> biológica;<br />
- Proteger a flora e fauna nativa, principalmente as espécies raras,<br />
endêmicas, vulneráveis ou em perigo <strong>de</strong> extinção, como a araucária (Araucaria<br />
angustifolia), a imbuia (Ocotea porosa) a canela-sassafrás ( Ocotea odorifera),<br />
gatos-do-mato (Leopardus sp.),o gavião tauató-pintado (Accipiter poliogaster), jacu<br />
(Penelope obscura), coruja mocho-diabo (Asio stygius), lontra (Lontra longicaudis);<br />
- proteger e restaurar o corredor <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> existente no entorno;<br />
- proteger e restaurar o patrimônio histórico;<br />
- propiciar o <strong>de</strong>senvolvimento da pesquisa científica;<br />
-<strong>de</strong>senvolver a educação ambiental, informando e sensibilizando<br />
estudantes, professores, visitantes em geral, funcionários e as comunida<strong>de</strong>s do<br />
entorno;<br />
- propiciar a recreação, <strong>de</strong> forma restritiva, incentivando o exercício da<br />
contemplação da natureza;<br />
154
- estabelecer ações para o manejo a<strong>de</strong>quado das áreas com espécies<br />
exóticas;<br />
- estimular a criação <strong>de</strong> novas áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stinadas à recreação e lazer<br />
em contato com a natureza, como o Parque Esportivo Maximiano Pfeffer, visando a<br />
diminuição da pressão <strong>de</strong> uso sobre a Unida<strong>de</strong>;<br />
- Contribuir com o planejamento e or<strong>de</strong>namento do uso e ocupação do solo<br />
da Zona <strong>de</strong> Amortecimento do PMSLT.<br />
4. ZONEAMENTO<br />
O zoneamento é i<strong>de</strong>ntificado pela Lei nº 9.985/2000 como: “<strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />
setores ou zonas em uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação com objetivos <strong>de</strong> manejo e<br />
normas específicas, com o propósito <strong>de</strong> proporcionar os meios e as condições<br />
para que todos os objetivos da unida<strong>de</strong> possam ser alcançados <strong>de</strong> forma<br />
harmônica e eficaz " (IBAMA, 2002).<br />
Levando-se em conta as peculiarida<strong>de</strong>s do PMSLT em relação às suas<br />
características históricas , à sua ocupação e às características ambientais atuais,<br />
i<strong>de</strong>ntifica-se diferentes necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> proteção, o que sugere diversos níveis<br />
<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso, que serão <strong>de</strong>scritos a seguir.<br />
Definição Legal:<br />
4.1 Organização do Zoneamento do Parque<br />
4.1.1 Zona Primitiva<br />
É aquela on<strong>de</strong> ocorreu pequena ou mínima intervenção humana,<br />
ocorrendo espécies <strong>de</strong> flora e fauna ou fenômenos naturais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor<br />
científico. Deve apresentar características <strong>de</strong> zona <strong>de</strong> transição entre a Zona<br />
Intangível e a Zona <strong>de</strong> Uso Extensivo (Decreto nº 84.017/79).<br />
Objetivo Geral<br />
Preservar o ambiente natural facilitando, ao mesmo tempo, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
pesquisa científica.<br />
Objetivos específicos<br />
Proteger o remanescente da Floresta Ombrófila Mista (Floresta com<br />
Araucária);<br />
Garantir a preservação da diversida<strong>de</strong> biológica, em especial as suas<br />
espécies endêmicas, raras ou que estejam ameaçadas <strong>de</strong> extinção, como a<br />
araucária (Araucaria angustifolia), imbuia (Ocotea porosa), o gavião tauató-pintado<br />
(Accipiter poliogaster), o jacu (Penelope obscura), a lontra (Lontra longicaudis ), os<br />
gatos-do-mato (Leopardus sp.);<br />
Proteger as nascentes do Parque, que <strong>de</strong>ságuam no rio Passa-Três;<br />
155
Proteger o rio Passa Três, afluente do rio <strong>Negro</strong>, sendo este, o principal<br />
manancial do município;<br />
Propiciar pesquisas científicas que estejam <strong>de</strong> acordo com as necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> proteção do Parque e coerentes com as finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manejo do mesmo;<br />
Desenvolver o monitoramento ambiental;<br />
Permitir a regeneração natural dos ecossistemas alterados;<br />
Atuar como banco genético, com fins <strong>de</strong> repovoamento da flora e fauna do<br />
Parque e região.<br />
Descrição e Localização:<br />
Foi enquadrada na zona primitiva do PMSLT todo o remanescente <strong>de</strong> floresta<br />
que atualmente está classificada como sendo secundária em estágio médio e<br />
avançado <strong>de</strong> regeneração, com exceção <strong>de</strong> uma pequena faixa <strong>de</strong> 10m <strong>de</strong> largura<br />
ao longo <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> transmissão que corta o morro dos Padres. São áreas<br />
localizadas em uma região com <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>, sendo que a área <strong>de</strong> floresta avançada<br />
encontra-se em relevo <strong>de</strong> difícil acesso. Nessas regiões encontram-se a maior parte<br />
das nascentes do Parque. Abrange 36,47 há, correspon<strong>de</strong>ndo a 67,7% da área total<br />
da Unida<strong>de</strong> (Figura 01-IV).<br />
Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />
Só é permitida a utilização <strong>de</strong>ssa área para fins <strong>de</strong> pesquisa científica,<br />
monitoramento e fiscalização, sendo que todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser realizadas<br />
a pé;<br />
As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas não po<strong>de</strong>rão danificar os ecossistemas;<br />
Tanto as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa científica quanto as <strong>de</strong> fiscalização <strong>de</strong>vem<br />
se restringir ao uso das trilhas já formadas nessa área. No caso <strong>de</strong> haver<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> novas trilhas, <strong>de</strong>verá ser comprovada sua importância<br />
mediante projeto;<br />
Pesquisas que necessitem <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> material botânico e zoológico serão<br />
permitidas após avaliação <strong>de</strong> projeto proposto junto à Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong><br />
Agricultura e Meio Ambiente, e com a <strong>de</strong>vida licença concedida pelo IBAMA;<br />
As coletas <strong>de</strong>verão realizadas somente após comprovação científica <strong>de</strong> que<br />
não há condições <strong>de</strong> sua execução em outras zonas do Parque, <strong>de</strong>verá ainda ser<br />
comprovada a sua relevância para o estudo da(s) espécie(s) em questão e <strong>de</strong> forma<br />
que não interfira na dinâmica da espécie ou do ecossistema;<br />
No caso <strong>de</strong> pesquisas geológicas e <strong>de</strong> solos, <strong>de</strong>verá constar no projeto a<br />
recuperação e a reconstituição das áreas alteradas por possíveis escavações, e<br />
com a <strong>de</strong>vida autorização concedida pelo <strong>de</strong>vido órgão licenciador. Deverá ainda,<br />
ficar evi<strong>de</strong>nciada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se realizar esse tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> nessa zona;<br />
Po<strong>de</strong>rão ser realizados a<strong>de</strong>nsamentos e enriquecimento na área com<br />
espécies nativas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que recomendados pelos estudos científicos;<br />
Não será permitida a realização <strong>de</strong> coletas <strong>de</strong> sementes nessa área, a não<br />
ser após estudos científicos e com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa;<br />
156
Todo o lixo gerado pelos funcionários e pesquisadores do Parque <strong>de</strong>verá ser<br />
removido pelos mesmos e <strong>de</strong>positado convenientemente em local pré estabelecido<br />
na zona <strong>de</strong> uso especial;<br />
A zona primitiva do Parque não prevê sinalização, exceto quando seu limite<br />
se sobrepor os limites do próprio Parque.<br />
Não será permitido o uso público nessa zona.<br />
FIGURA 01-IV Zona Primitiva<br />
157
2.7.1. Zona <strong>de</strong> uso extensivo<br />
Definição Legal<br />
É aquela constituída em sua maior parte por áreas naturais, po<strong>de</strong>ndo<br />
apresentar algumas alterações humanas. Caracteriza-se como uma transição entre<br />
a Zona Primitiva e a Zona <strong>de</strong> Uso Intensivo (Decreto 84.017/79).<br />
Objetivo Geral<br />
Manutenção <strong>de</strong> um ambiente natural com mínimo impacto humano, apesar<br />
<strong>de</strong> oferecer acesso aos públicos com facilida<strong>de</strong>, para fins educativos e recreativos<br />
(Decreto 84.017/79).<br />
Objetivos específicos<br />
Conservar o remanescente da Floresta Ombrófila Mista (Floresta com<br />
araucária);<br />
Proteger a diversida<strong>de</strong> biológica, em especial as suas espécies endêmicas,<br />
raras, vulneráveis ou em extinção;<br />
Desenvolver pesquisas científicas e monitoramento, <strong>de</strong> acordo com as<br />
finalida<strong>de</strong>s do Planejamento do Parque;<br />
Desenvolver ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental <strong>de</strong> forma restritiva, evitando<br />
qualquer impacto ambiental negativo sobre a área e com número <strong>de</strong> participantes<br />
limitado;<br />
Promover trilhas interpretativas e caminhadas contemplativas e <strong>de</strong> baixa<br />
intensida<strong>de</strong>, tanto no que diz respeito ao número <strong>de</strong> usuários quanto à infraestrutura<br />
utilizada;<br />
Estimular o exercício da contemplação da natureza.<br />
Descrição e Localização<br />
A zona <strong>de</strong> uso extensivo compreen<strong>de</strong> as trilhas naturais e <strong>de</strong> pedrisco que<br />
cortam o Parque, <strong>de</strong> 1,5 <strong>de</strong> largura com uma faixa <strong>de</strong> amortecimento <strong>de</strong> 50cm à<br />
esquerda e à direita das mesmas, constituindo um limite com a zona primitiva.<br />
Compreen<strong>de</strong> ainda a estrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro florestal municipal. As trilhas<br />
naturais são pouco utilizadas pelos visitantes em geral, sendo mais apropriadas<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> trilhas interpretativas. As <strong>de</strong> pedrisco são trilhas<br />
centrais do Parque, as únicas que possuem placas indicativas e <strong>de</strong> autointerpretação,<br />
recebendo o maior número <strong>de</strong> visitantes <strong>de</strong> grupos não organizados.<br />
A estrada <strong>de</strong> acesso foi incluída nessa Zona, apesar <strong>de</strong> ser passagem <strong>de</strong><br />
automóveis, por ser passagem dos visitantes que realizam passeios ou trilhas<br />
interpretativas. Além disso, faz limite com uma parte da Zona <strong>de</strong> Recuperação, a<br />
qual futuramente fará parte da Zona Primitiva.<br />
Esta Zona abrange todo o sistema <strong>de</strong> trilhas do Parque, totalizando 1,74 há e<br />
abrangendo 3,23 % da área total do Parque (Figura 03-IV).<br />
158
Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />
O uso público <strong>de</strong>ssa Zona é restrito às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> caminhada,<br />
contemplação da natureza e <strong>de</strong>senvolvimento da Educação Ambiental;<br />
Todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental serão monitoradas pelos<br />
integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas do Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong><br />
Tolosa, via agendamento no Centro Ambiental "Casa Branca", sendo que o número<br />
máximo <strong>de</strong> pessoas por monitor será 15. O número máximo <strong>de</strong> visitantes por dia<br />
para essas ativida<strong>de</strong>s será <strong>de</strong> 90 pessoas, a fim <strong>de</strong> evitar uma pressão <strong>de</strong> uso nas<br />
trilhas e compactação excessiva no solo das mesmas;<br />
Para grupos não organizados que <strong>de</strong>sejam realizar trilha auto-guiada, é<br />
fornecido um Guia Prático do Parque, sendo permitido um número máximo <strong>de</strong> 200<br />
visitantes/dia nas trilhas durante a semana, e 800, nos finais <strong>de</strong> semana e feriados,<br />
consi<strong>de</strong>rando todo o período do dia em que o Parque está aberto ao visitante;<br />
O sistema <strong>de</strong> sinalização, restrito às trilhas centrais da Unida<strong>de</strong> e estrada,<br />
<strong>de</strong>ve existir apenas em quantida<strong>de</strong> suficiente para a proteção dos seus recursos<br />
histórico-naturais e do visitante, e para informações educativas;<br />
A manutenção das trilhas <strong>de</strong>verá ser realizada <strong>de</strong> forma a causar o mínimo<br />
impacto possível sobre o ambiente;<br />
Qualquer material ou equipamento utilizado pela equipe <strong>de</strong> pesquisa<br />
(armadilhas, re<strong>de</strong>s, adaptadores, etc) <strong>de</strong>verá ser retirado da área, após o seu uso<br />
<strong>de</strong> forma que o ambiente on<strong>de</strong> foi utilizado seja totalmente restaurado;<br />
Deve-se realizar estudos sobre as trilhas <strong>de</strong> retorno à Casa Branca e a<br />
natural <strong>de</strong> acesso ao campo santo para futuramente serem interditadas, a fim <strong>de</strong><br />
evitar um excesso <strong>de</strong> caminhos que chegam ao mesmo lugar, maiores impactos<br />
ambientais e para a regeneração da área com espécies nativas, evitando também<br />
um efeito <strong>de</strong> borda ;<br />
Não será permitida a coleta <strong>de</strong> sementes nessa zona, a não ser em caso <strong>de</strong><br />
pesquisa científica, quando comprovada a sua necessida<strong>de</strong>;<br />
O lixo gerado pelos visitantes, funcionários e pesquisadores do Parque<br />
<strong>de</strong>verá ser totalmente removido pelos mesmos e <strong>de</strong>positado corretamente em local<br />
pré-estabelecido, na Zona <strong>de</strong> Uso Especial do Parque;<br />
Em dias chuvosos, todas as ativida<strong>de</strong>s que envolvam a utilização das trilhas<br />
serão canceladas ou adiadas, a fim <strong>de</strong> evitar compactação excessiva do solo e<br />
possíveis aci<strong>de</strong>ntes com os usuários;<br />
Na estrada <strong>de</strong> acesso, <strong>de</strong>verão ser colocadas lombadas para garantir a<br />
velocida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 20km/h pelos automóveis da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> e os que<br />
realizam carga e <strong>de</strong>scarga;<br />
No caso <strong>de</strong> atropelamento <strong>de</strong> animais silvestres nessa zona por veículos que<br />
<strong>de</strong>srespeitarem a sinalização, serão tomadas as medidas estabelecidas pela<br />
Legislação Vigente;<br />
Quando, e on<strong>de</strong> for necessário, será permitido, por motivos <strong>de</strong> segurança um<br />
<strong>de</strong>sbaste na vegetação secundária ao lado da estrada, <strong>de</strong> 50cm <strong>de</strong> cada lado;<br />
159
FIGURA 03-IV – ZONA DE USO EXTENSIVO<br />
160
Definição Legal<br />
2.7.2. ZONA DE USO INTENSIVO<br />
É aquela constituída por área naturais ou alteradas pelo homem. O ambiente<br />
é mantido o mais próximo possível do natural, <strong>de</strong>vendo conter: centro <strong>de</strong> visitantes,<br />
museus, outras facilida<strong>de</strong>s e serviços <strong>de</strong> atendimento ao público. (Decreto n<br />
84.017/79).<br />
Objetivo Geral<br />
Facilitar a recreação e a educação ambiental em harmonia com o meio<br />
(Decreto n 84.017/79).<br />
Objetivos Específicos<br />
Propiciar a recreação em locais previamente estabelecidos;<br />
Estimular o exercício da contemplação da natureza;<br />
Recepcionar o visitante com as <strong>de</strong>vidas orientações e recomendações;<br />
Desenvolver ativida<strong>de</strong>s recreativas e <strong>de</strong> Educação Ambiental coerentes com<br />
as normas <strong>de</strong> conservação da unida<strong>de</strong>;<br />
Estimular o Ecoturismo <strong>de</strong> forma compatível com a conservação do<br />
ambiente;<br />
Oferecer ao visitante infra-estrutura a<strong>de</strong>quada para a recreação e ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> Educação Ambiental;<br />
Proporcionar a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimento sobre o complexo históricocultural<br />
do antigo Seminário Seráfico.<br />
Descrição e Localização<br />
A Zona <strong>de</strong> Uso Intensivo compreen<strong>de</strong> a entrada do Parque,<br />
estacionamento, a se<strong>de</strong> da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> com todo seu complexo histórico,<br />
exceto a capela, e seus anexos I e II, o campo, o bosque <strong>de</strong> coníferas, bosque <strong>de</strong><br />
entorno do viveiro florestal, e o entorno do Centro Ambiental Casa Branca. Ocupa<br />
uma área <strong>de</strong> 5,94 há, totalizando 11,04% da área total do Parque (Figura 04-IV).<br />
Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />
Todos os veículos <strong>de</strong>verão permanecer no estacionamento, exceto os<br />
utilizados a serviço do Parque para manutenção e pesquisa e para carga e<br />
<strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> equipamentos, sendo que após feito isso <strong>de</strong>verá ser conduzido ao<br />
estacionamento;<br />
161
O estacionamento <strong>de</strong>verá ser mantido fora dos limites da guarita <strong>de</strong> entrada<br />
do Parque;<br />
Não é permitida a entrada <strong>de</strong> nenhum veículo com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> pessoas no restaurante, e em dias <strong>de</strong> chuva, o mesmo <strong>de</strong>verá<br />
provi<strong>de</strong>nciar guarda-chuvas para o <strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> pessoas no estacionamento;<br />
Por ocasião <strong>de</strong> festas <strong>de</strong> casamento no restaurante, somente o carro da<br />
noiva po<strong>de</strong>rá a<strong>de</strong>ntrar na estrada <strong>de</strong> acesso ao mesmo apenas para <strong>de</strong>sembarque,<br />
sendo em seguida o veículo conduzido ao estacionamento;<br />
Não será permitida a entrada <strong>de</strong> veículos para <strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> pessoas em<br />
caso <strong>de</strong> promoções por parte <strong>de</strong> clubes <strong>de</strong> serviço ou similares. A estrada <strong>de</strong><br />
acesso ao restaurante, anexos I e II, campo e trilhas <strong>de</strong>ve ser utilizada somente a<br />
pé;<br />
Todo visitante <strong>de</strong>verá , obrigatoriamente, passar pela guarita <strong>de</strong> recepção da<br />
entrada do Parque, para receber as orientações, o Guia Prático do mesmo, ou a<br />
recepção dos monitores <strong>de</strong> trilhas interpretativas;<br />
Após a <strong>de</strong>finição do local on<strong>de</strong> funcionará o Centro <strong>de</strong> Visitantes, os<br />
visitantes <strong>de</strong>verão seguir , obrigatoriamente, para lá, a fim <strong>de</strong> fazer seu<br />
cadastramento, assinar termo <strong>de</strong> conduta, receber informações <strong>de</strong> caráter educativo<br />
durante a semana, e orientações, nos finais <strong>de</strong> semana;<br />
O centro <strong>de</strong> visitantes, museu e outros serviços oferecidos ao público, como<br />
lanchonete, somente po<strong>de</strong>rão estar localizados nessa zona;<br />
Não será permitida nenhuma ativida<strong>de</strong> ou implantação <strong>de</strong> infra-estrutura que<br />
possam entrar em conflito com os objetivos do Parque;<br />
Não é permitida a entrada <strong>de</strong> visitantes com animais domésticos <strong>de</strong><br />
estimação, nem a permanência <strong>de</strong> animais domésticos nessa Zona;<br />
Nas áreas <strong>de</strong> maior concentração <strong>de</strong> visitantes, <strong>de</strong>verá ser aumentada a<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lixeiras, que possibilitem a separação seletiva do lixo, que <strong>de</strong>verá<br />
<strong>de</strong>pois ser conduzido à Zona <strong>de</strong> Uso Especial.<br />
Nas áreas <strong>de</strong>stinadas à permanência do visitante, <strong>de</strong>verão ser mantidas as<br />
placas <strong>de</strong> sinalização, educativas e/ou interpretativas;<br />
A área <strong>de</strong>stinada a piqueniques é restrita ao campo e bosque <strong>de</strong> coníferas;<br />
A área <strong>de</strong> entorno do Viveiro Florestal <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>verá ser utilizada apenas<br />
para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contemplação da natureza e passeios;<br />
Não será permitido o uso <strong>de</strong> qualquer aparelho eletrônico ou sonoro em<br />
volume que perturbe o ambiente ou os <strong>de</strong>mais visitantes e funcionários;<br />
Brinca<strong>de</strong>iras com bolas, petecas ou similares só são permitidos no campo e<br />
<strong>de</strong> forma que não perturbe a recreação dos outros visitantes;<br />
Não é permitida a utilização <strong>de</strong> espécies exóticas para fins <strong>de</strong> paisagismo<br />
nessa Zona;<br />
Não é permitida a utilização <strong>de</strong> agrotóxicos no tratamento paisagístico <strong>de</strong>ssa<br />
Zona;<br />
Não será permitida a utilização <strong>de</strong> churrasqueiras, fogareiros ou<br />
fogueiras para o preparo <strong>de</strong> refeições;<br />
As infra-estruturas <strong>de</strong>ssa zona só po<strong>de</strong>rão ser utilizadas respeitando o<br />
<strong>de</strong>finido nos programas específicos;<br />
A estrada, campo e instalações <strong>de</strong>verão ser conservados <strong>de</strong> forma a garantir<br />
a segurança dos visitantes e funcionários;<br />
162
A fiscalização, em especial nos finais <strong>de</strong> semana, <strong>de</strong>ve ser implementada <strong>de</strong><br />
forma intensiva;<br />
O número <strong>de</strong> visitantes/dia po<strong>de</strong>rá ser <strong>de</strong> até 200 pessoas durante a semana<br />
e 800 nos finais <strong>de</strong> semana e feriados,consi<strong>de</strong>rando todo o período do dia em que<br />
o Parque é aberto para visitação;<br />
A iluminação existente na estrada ao lado do campo <strong>de</strong>verá ser substituída<br />
por sistema menos impactante, que não perturbe a fauna silvestre.<br />
FIGURA 04-IV – ZONA DE USO INTENSIVO<br />
163
2.7.3. Zona <strong>de</strong> Uso Especial<br />
Definição Legal<br />
É aquela que contém as áreas necessárias à administração, manutenção e<br />
serviços do Parque, abrangendo habitações, oficinas e outros. Estas áreas são<br />
escolhidas e controladas <strong>de</strong> forma a não conflitarem com seu caráter natural e<br />
<strong>de</strong>vem localizar-se, sempre que possível, na periferia da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />
(Decreto n 84.017/79).<br />
Objetivo Geral<br />
Minimizar o impacto da implantação das estruturas ou os efeitos das obras no<br />
ambiente natural ou cultural da Unida<strong>de</strong> (Decreto n 84.017/79).<br />
Objetivos Específicos<br />
Utilizar as infra-estruturas já existentes no atual PMSLT, instalando nelas as<br />
benfeitorias necessárias para a administração, manutenção e proteção do mesmo;<br />
Minimizar os impactos ambientais concentrando nas áreas já <strong>de</strong>gradadas,<br />
todas as benfeitorias relativas à administração e proteção do Parque;<br />
Utilizar a menor área possível para o fim <strong>de</strong> estabelecer a Zona <strong>de</strong> Uso<br />
Especial.<br />
Descrição e Localização<br />
Compreen<strong>de</strong> o viveiro florestal municipal, garagem da prefeitura municipal,<br />
esta, localizada nos fundos da se<strong>de</strong>, o Centro Ambiental Casa Branca e o pomar<br />
localizado em frente ao campo. Ocupa uma área <strong>de</strong> 1,25 há, abrangendo 2,3% da<br />
área total do Parque (Figura 05-IV).<br />
Normas Gerais<br />
O acesso a esta Zona é restrito aos funcionários do Parque ou pessoal<br />
autorizado para carga e <strong>de</strong>scarga no Viveiro Florestal <strong>Municipal</strong>, Merenda Escolar<br />
ou da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>;<br />
Não é permitida a presença <strong>de</strong> animais domésticos nessa Zona;<br />
Não é permitida a criação ou manutenção <strong>de</strong> animais silvestres nessa Zona;<br />
Não é permitido o uso <strong>de</strong> buzinas ou aparelhos sonoros em volume que<br />
perturbe o ambiente e os visitantes do Parque;<br />
164
Não é permitido o uso <strong>de</strong> espécies exóticas para fins <strong>de</strong> paisagismo nessa<br />
Zona;<br />
Não é permitido o uso <strong>de</strong> agroquímicos para tratamento paisagístico nessa<br />
Zona;<br />
Todo lixo coletado no Parque, <strong>de</strong> forma seletiva, <strong>de</strong>verá ser acondicionado<br />
em lugar específico para este fim, não <strong>de</strong>vendo permanecer <strong>de</strong>ntro dos limites do<br />
PMSLT por mais <strong>de</strong> uma semana;<br />
O lixo seletivo <strong>de</strong>verá ser encaminhado para empresas <strong>de</strong> reciclagem e<br />
aterro sanitário;<br />
Qualquer nova construção que porventura seja necessária, <strong>de</strong>verá estar<br />
a<strong>de</strong>quada ao padrão arquitetônico das estruturas já instaladas e estar em harmonia<br />
com o ambiente;<br />
As novas estruturas, se necessárias, <strong>de</strong>verão ser instaladas em locais já<br />
<strong>de</strong>gradados pela ação humana, como é o caso do pomar;<br />
Deverão ser realizados estudos sobre <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> fauna antes <strong>de</strong> se<br />
realizar qualquer infra-estrutura no pomar;<br />
Deverá ser instalada uma guarita na entrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro florestal;<br />
O sistema <strong>de</strong> vigilância <strong>de</strong>verá ser intenso nessa Zona, sobretudo nos finais<br />
<strong>de</strong> semana;<br />
A produção <strong>de</strong> mudas do viveiro Florestal <strong>de</strong>verá ser somente <strong>de</strong> espécies<br />
nativas ter entre os objetivos a<strong>de</strong>nsar ou repovoar as áreas <strong>de</strong>gradadas do Parque<br />
e seu entorno;<br />
Não é permitida a coleta <strong>de</strong> sementes para fins <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> mudas,<br />
<strong>de</strong>ntro dos limites do Parque e na Zona Tampão;<br />
Parte das mudas produzidas no Viveiro Florestal serão utilizadas para<br />
doação, durante as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental realizadas anualmente<br />
<strong>de</strong>ntro do Parque;<br />
O Viveiro Florestal <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental,<br />
em parceria com o Centro Ambiental Casa Branca ou qualquer outra entida<strong>de</strong><br />
municipal;<br />
O viveiro florestal po<strong>de</strong>rá ce<strong>de</strong>r mudas <strong>de</strong> espécies nativas para<br />
a<strong>de</strong>nsamento das áreas <strong>de</strong> recuperação do Parque;<br />
O acesso ao CACB, <strong>de</strong> terças a sextas – feiras, é restrito à equipe técnica,<br />
equipe <strong>de</strong> pesquisadores, monitores <strong>de</strong> trilhas, participantes <strong>de</strong> trilhas<br />
interpretativas, palestras e cursos na área ambiental periodicamente oferecidos, e<br />
interessados em realizar pesquisas bibliográficas e/ou consultas aos técnicos;<br />
Aos sábados e domingos, somente a equipe técnica e pesquisadores têm<br />
acesso ao CACB, salvo em caso <strong>de</strong> haver cursos nesse período, sendo permitido<br />
acesso somente ao cursista.<br />
165
FIGURA 05-IV – ZONA DE USO ESPECIAL<br />
166
Definição Legal<br />
2.7.4. Zona <strong>de</strong> Recuperação<br />
É aquela que contém áreas consi<strong>de</strong>ravelmente alteradas pela ação humana.<br />
É uma Zona provisória, uma vez restaurada, será novamente incorporada a uma<br />
das Zonas Permanentes. As espécies exóticas introduzidas <strong>de</strong>verão ser removidas<br />
e a restauração <strong>de</strong>verá ser natural ou naturalmente induzidas, caso os processos<br />
naturais não sejam eficientes (Decreto n º 84.017/79).<br />
Objetivo Geral<br />
Deter a <strong>de</strong>gradação dos recursos ou restaurar a área (Decreto nº 84.017/79).<br />
Objetivos Específicos<br />
Recuperar as áreas <strong>de</strong>gradadas do PMSLT;<br />
Proporcionar a regeneração natural ou naturalmente induzida nas áreas<br />
antropicamente <strong>de</strong>gradadas;<br />
Assegurar a proteção integral das Zonas limítrofes;<br />
Incentivar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas científicas e monitoramento<br />
<strong>de</strong>ssas áreas durante todo o processo <strong>de</strong> sucessão ecológica, <strong>de</strong> forma<br />
comparativa e visando a prevenção <strong>de</strong> problemas ambientais no Parque;<br />
Promover ativida<strong>de</strong>s educativas <strong>de</strong> acordo com os programas e<br />
necessida<strong>de</strong>s do Parque;<br />
Desenvolver estudos que visem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> técnicas apropriadas<br />
para a eliminação das espécies exóticas do Parque.<br />
Descrição e Localização<br />
A Zona <strong>de</strong> recuperação compreen<strong>de</strong> toda a área <strong>de</strong>gradada do morro dos<br />
padres, as áreas que se encontram em fase inicial <strong>de</strong> regeneração, a área <strong>de</strong><br />
regeneração natural <strong>de</strong> pinus próxima à entrada do Parque, a porção <strong>de</strong> vegetação<br />
que fica embaixo da linha <strong>de</strong> transmissão que corta o morro, a trilha que liga a casa<br />
branca à ponte do rio Passa-Três e uma trilha não-oficial paralela ao rio Passa-<br />
Três . Possui uma área <strong>de</strong> 8,03 há, abrangendo 14,91% da área total do Parque<br />
(Figura 06-IV).<br />
167
Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />
O acesso a essas área só será permitido ao pessoal autorizado para a<br />
realização <strong>de</strong> pesquisa, monitoramento, a<strong>de</strong>nsamento florestal ou ativida<strong>de</strong>s<br />
ambientais monitoradas pelos integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas<br />
Ecológicas do Parque;<br />
No caso <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento ou recuperação direcionada , a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse<br />
trabalho <strong>de</strong>verá ser comprovada por especialistas e só po<strong>de</strong>rão ser utilizadas<br />
espécies nativas;<br />
A área que compreen<strong>de</strong> a regeneração <strong>de</strong> pinus <strong>de</strong>verá sofrer corte raso<br />
para posterior regeneração com espécies nativas, após estudos sobre a<br />
<strong>de</strong>pendência da fauna para dormitório nesse local;<br />
A recuperação <strong>de</strong>ssa Zona só po<strong>de</strong>rá ser monitorada por técnicos habilitados<br />
da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> ou indicados por instituições parceiras da<br />
mesma, como o IAP, Universida<strong>de</strong>s, etc;<br />
Não será permitida a instalação <strong>de</strong> nenhuma infra-estrutura nessa Zona;<br />
Deverá ser contactada a CELESC para provi<strong>de</strong>nciar a retirada da linha <strong>de</strong><br />
transmissão que corta o morro dos padres <strong>de</strong>ntro do Parque, fazendo com que a<br />
transmissão <strong>de</strong> energia elétrica seja feita pela estrada <strong>de</strong> acesso ao Parque;<br />
Deverá ser propiciada a regeneração natural da vegetação nativa em baixo<br />
da linha <strong>de</strong> transmissão, após provi<strong>de</strong>nciada a sua retirada;<br />
É proibido o corte raso na vegetação existente sob a linha <strong>de</strong> transmissão a<br />
não ser <strong>de</strong> espécies que alcancem altura muito próxima à mesma, até que seja<br />
provi<strong>de</strong>nciada a retirada da linha;<br />
As duas trilhas a serem recuperadas <strong>de</strong>verão ser interditadas para o uso<br />
público, a fim <strong>de</strong> sofrer regeneração natural, ficado disponíveis apenas para o<br />
pessoal <strong>de</strong> pesquisa e fiscalização;<br />
As ativida<strong>de</strong>s educativas ou interpretativas <strong>de</strong>verão ser realizadas utilizandose<br />
estradas e trilhas já existentes no Parque, não será permitida a abertura <strong>de</strong><br />
nenhuma nova trilha nessa área;<br />
As ativida<strong>de</strong>s educativas nessa Zona só serão permitidas se previstas em<br />
programas específicos.<br />
168
FIGURA 06-IV – ZONA DE RECUPERAÇÃO<br />
4.1 6 Zona <strong>de</strong> Uso Conflitante<br />
Definição Legal<br />
Constituem-se <strong>de</strong> espaços localizados <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Conservação, cujos usos e finalida<strong>de</strong>s , estabelecidos antes da criação da<br />
Unida<strong>de</strong> , conflitam com os objetivos <strong>de</strong> conservação da área protegida. São áreas<br />
ocupadas por empreendimentos <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública, como gasodutos, oleodutos,<br />
linhas <strong>de</strong> transmissão, antenas, captação <strong>de</strong> água, barragens, estradas, cabos<br />
óticos e outros (Decreto nº 84017/79).<br />
169
Objetivo Geral<br />
Contemporizar a situação existente, estabelecendo procedimentos que<br />
minimizem os impactos sobre a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação.<br />
Objetivos Específicos<br />
Compatibilizar a importância histórico-religiosa <strong>de</strong>ssa Zona com as atuais<br />
normas do Parque.<br />
Descrição e Localização<br />
Compreen<strong>de</strong> a Gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s, a capelinha <strong>de</strong> São José e o Campo Santo.<br />
Abrange uma área <strong>de</strong> 0,41 há, totalizando 0,77% da área total da Unida<strong>de</strong> (Figura<br />
07-IV).<br />
Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />
Não serão permitidas procissões ou cultos na área da Gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s ou<br />
do Campo Santo;<br />
Não é permitido o acendimento <strong>de</strong> velas nem a colocação <strong>de</strong> placas <strong>de</strong><br />
agra<strong>de</strong>cimento por graças alcançadas na região da Gruta e Campo Santo;<br />
Não é permitido jogar moedas na nascente da Gruta;<br />
Os acessos ao tanque formado a partir da nascente da Gruta, do outro lado<br />
da trilha, <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>sativados;<br />
As espécies exóticas utilizadas para paisagismo na região da Gruta e Campo<br />
Santo <strong>de</strong>verão ser retiradas ou substituídas por espécies nativas, após se<br />
extinguirem naturalmente;<br />
O enfeite em forma <strong>de</strong> garça no tanque formado em frente à Gruta <strong>de</strong>verá<br />
ser retirado, em função <strong>de</strong> o mesmo <strong>de</strong>scaracterizar o ambiente natural e histórico;<br />
Deverão ser colocadas nas placas indicativas da Gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s e Campo<br />
Santo orientações aos visitantes a respeito das normas;<br />
O uso público das áreas relativas à Gruta <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s e Campo Santo serão<br />
restritas à contemplação e meditação e para ativida<strong>de</strong>s educativas e <strong>de</strong><br />
interpretação;<br />
Somente pessoal habilitado e cre<strong>de</strong>nciado na Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong><br />
Agricultura e Meio Ambiente po<strong>de</strong>rá realizar qualquer ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> monitoramento<br />
ou manutenção <strong>de</strong>ssa Zona;<br />
170
FIGURA 07-IV – ZONA DE USO CONFLITANTE<br />
171
Definição Legal<br />
3.2.7 - Zona Histórico-Cultural<br />
É aquela on<strong>de</strong> são encontradas amostras do patrimônio histórico/cultural ou<br />
arqueo-paleontológico, que serão preservadas, estudadas, restauradas e<br />
interpretadas para o público, servindo à pesquisa, educação e uso científico<br />
(Decreto nº 84017/79).<br />
Objetivo Geral<br />
Proteger sítios históricos ou arqueológicos, em harmonia com o ambiente.<br />
Objetivos específicos<br />
Proteger o patrimônio histórico do Parque;<br />
Proteger as pinturas da capela;<br />
Propiciar momentos <strong>de</strong> meditação e contemplação ao visitante.<br />
Descrição e Localização<br />
Compreen<strong>de</strong> a capela da se<strong>de</strong> principal do antigo Seminário Seráfico (hoje<br />
<strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>). Abrange uma área <strong>de</strong> 0,03 há, totalizando 0,05% da área total<br />
da Unida<strong>de</strong> (Figura 08-IV).<br />
Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />
Não é permitido no interior da capela, o uso <strong>de</strong> máquinas fotográficas com<br />
flash, pois ele emite raios ultra-violeta que envelhecem (amarelam) as pinturas mais<br />
rapidamente;<br />
É proibido o uso <strong>de</strong> velas, pois uma vez acesas emitem fumaça que escurece<br />
as pinturas, principalmente as do teto;<br />
Não é permitido o uso <strong>de</strong> flores naturais <strong>de</strong>ntro da capela, pois elas atraem<br />
fungos, <strong>de</strong>vido ao processo <strong>de</strong> polinização das mesmas;<br />
Não é permitido água envasada, pois a capela se encontra sobre dois lençóis<br />
freáticos, havendo uma gran<strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> pelas pare<strong>de</strong>s, o que<br />
ocasiona uma umida<strong>de</strong> relativa do ar muito alta;<br />
O controle da umida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá ser rigorosamente monitorado através <strong>de</strong><br />
gerenciamento térmico (Climus).<br />
.<br />
172
FIGURA 08-IV – ZONA HISTÓRICO-CULTURAL<br />
3.2.8 Zona <strong>de</strong> Amortecimento<br />
Definição Legal<br />
O entorno <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação, on<strong>de</strong> as ativida<strong>de</strong>s humanas<br />
estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito <strong>de</strong> minimizar os<br />
impactos negativos sobre a Unida<strong>de</strong> (Lei n99.985/2000 Art. Inciso XVIII).<br />
Objetivo Geral<br />
Minimizar os impactos e or<strong>de</strong>nar o uso e ocupação das ativida<strong>de</strong>s antrópicas<br />
geradas na região do entorno da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma a diminuir suas consequências<br />
sobre a UC.<br />
173
Objetivos Específicos<br />
23. Incentivar iniciativas <strong>de</strong> conservação nas áreas <strong>de</strong> entorno;<br />
24. Incentivar a criação <strong>de</strong> corredores ecológicos entre os fragmentos<br />
florestais da região;<br />
25. Permitir a migração da fauna entre os fragmentos;<br />
26. Controlar a exploração dos recursos naturais nas área <strong>de</strong> entorno do<br />
PMSLT;<br />
27. Incentivar a criação <strong>de</strong> RPPNs nas proprieda<strong>de</strong>s particulares do entorno;<br />
28. Aumentar a fiscalização na área <strong>de</strong> entorno;<br />
29. Desenvolver pesquisa cientifica e monitoramento na área <strong>de</strong> entorno com<br />
fins <strong>de</strong> integrar o Parque a esta zona;<br />
30. Estimular os proprietários a <strong>de</strong>senvolver práticas sustentáveis <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
suas respectivas proprieda<strong>de</strong>s.<br />
Descrição e Localização<br />
A Zona <strong>de</strong> Amortecimento do Parque são aquelas consi<strong>de</strong>radas Especiais:<br />
Institucionais (ZEIT); <strong>de</strong> Proteção do Patrimônio Natural (ZEPN); <strong>de</strong> Preservação<br />
Permanente (ZEPP 1 e ZEPP 2); <strong>de</strong> Lazer Ecológico e Interesse Turístico (ZELT) e<br />
<strong>de</strong> Ocupação <strong>de</strong> Baixa Densida<strong>de</strong> (ZEBD).<br />
Nessas zonas estão incluídas áreas <strong>de</strong> loteamentos especiais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
dimensões, situadas em região <strong>de</strong> mata nativa e topografia aci<strong>de</strong>ntada; faixa<br />
territorial <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vale dos rios <strong>Negro</strong> e Passa- Três; áreas com <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong><br />
maior ou igual a 30% (Preservação Permanente, Lei Fe<strong>de</strong>ral 6766) e áreas<br />
suscetíveis a enchentes. A <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> todo o Zoneamento é regido pela<br />
Lei 917/95 . Esta <strong>de</strong>scrição po<strong>de</strong> ser visualizada no item 2.1<br />
Normas Gerais <strong>de</strong> Uso<br />
Deverão ser respeitadas, rigorosamente, as normas <strong>de</strong> Zoneamento e Uso<br />
do Solo previstas na Lei Complementar nº 917/95, no que diz respeito às áreas <strong>de</strong><br />
proteção que foram <strong>de</strong>finidas para a ZA;<br />
Deverão ser feitos estudos preliminares <strong>de</strong> fauna e flora, antes que se utilize<br />
alguma área <strong>de</strong>ssa zona para loteamentos, ainda que <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s proporções;<br />
Deverão ser respeitadas as propostas <strong>de</strong>finidas para a formação <strong>de</strong><br />
corredores ecológicos nessa zona;<br />
´Deverão ser retirados reflorestamentos como Pinus, por exemplo, nessa<br />
zona, e substituídos por ativida<strong>de</strong>s menos impactantes;<br />
Deverão ser retirados eventuais espécies <strong>de</strong> peixes exóticos <strong>de</strong>ssa zona;<br />
Deverão ser contactados os proprietários das terras que fazem parte <strong>de</strong>ssa<br />
zona para que façam parte do conselho consultivo do Parque e recebam as<br />
informações e orientações necessárias a respeito das normas <strong>de</strong>ssa zona;<br />
174
FIGURA 09-IV – ZONA DE AMORTECIMENTO<br />
175
SÍNTESE DO ZONEAMENTO<br />
Zonas: são indicadas as seis zonas <strong>de</strong>finidas para o Parque;<br />
Critérios <strong>de</strong> zoneamento: critérios utilizados para a escolha <strong>de</strong> cada zona,<br />
atribuindo-se a cada um <strong>de</strong>les uma indicação do seu valor: alto, médio ou baixo;<br />
Principais Conflitos: principais problemas ocorrentes nessa zona;<br />
Usos Permitidos: indicam quais usos que são dados às zonas, que se<br />
enquadram <strong>de</strong>ntro dos objetivos <strong>de</strong> manejo.<br />
Assim, este quadro se constitui em um registro dos critérios adotados por<br />
ocasião do zoneamento, permitindo também uma visão geral das zonas <strong>de</strong>finidas.<br />
4.2 Normas Gerais da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação<br />
- Os projetos <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>vem ser encaminhados à Secretaria <strong>Municipal</strong><br />
<strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente – SAMA, através do Centro Ambiental “Casa<br />
Branca” - CACB, para análise técnica e aprovação;<br />
- serão autorizadas, prioritariamente, pesquisas cujos resultados contribuam<br />
para aprofundar conhecimentos sobre o Parque;<br />
- os resultados <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong>senvolvidas na área <strong>de</strong>vem ser repassadas<br />
à gerência do Parque – CACB que po<strong>de</strong>rá utilizá-las para o manejo do Parque;<br />
- a apreensão <strong>de</strong> animais e coletas <strong>de</strong> material biológico com objetivo <strong>de</strong><br />
pesquisa científica só serão permitidas com a autorização da SAMA - CACB e<br />
quando necessário, após liberação <strong>de</strong> licença pelo IBAMA;<br />
- a intervenção nas áreas em recuperação só po<strong>de</strong>rá ser realizada através<br />
<strong>de</strong> projeto técnico específico, analisado e aprovado pela gerência do Parque;<br />
- as áreas <strong>de</strong>smatadas e as trilhas somente po<strong>de</strong>rão ser reflorestadas com<br />
espécies nativas;<br />
- O Parque é fechado nas segundas-feiras para manutenção;<br />
- Horário <strong>de</strong> visitação: <strong>de</strong> Terça-feira a Domingo, das 9h às 17h;<br />
- Usuários do cinema, após às 17h, não têm permissão para a<strong>de</strong>ntrar nas<br />
trilhas do Parque;<br />
- Usuários da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>, às segundas-feiras, não têm permissão<br />
para a<strong>de</strong>ntrar nas trilhas do Parque;<br />
- Todos os veículos <strong>de</strong>vem permanecer no estacionamento fora da guarita<br />
<strong>de</strong> recepção do Parque;<br />
- A capacida<strong>de</strong> suporte estabelecida para visitantes do Parque é <strong>de</strong> 200<br />
por dia durante a semana e <strong>de</strong> 800 por dia nos finais <strong>de</strong> semana e feriados;<br />
- Para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas pelo CACB o número máximo <strong>de</strong> pessoas é<br />
<strong>de</strong> 120 por dia, ou 60 por período;<br />
- Grupos organizados que <strong>de</strong>sejam realizar trilhas monitoradas <strong>de</strong>verão<br />
agendar a ativida<strong>de</strong> com 5 dias <strong>de</strong> antecedência;<br />
- As trilhas são monitoradas pelos integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong><br />
Trilhas do PMSLT, que realizam um trabalho voluntário. Como forma <strong>de</strong> gratificação<br />
176
sugere-se que os grupos forneçam gorjetas aos mesmos. As entida<strong>de</strong>s que não<br />
tiverem meios <strong>de</strong> angariar gorjetas po<strong>de</strong>rão agendar as ativida<strong>de</strong>s da mesma forma;<br />
- Grupos que <strong>de</strong>sejam realizar gincanas <strong>de</strong>ntro do Parque <strong>de</strong>verão solicitar<br />
permissão via ofício encaminhado à Secretaria <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente, e<br />
somente po<strong>de</strong>rão utilizar-se da área do campo, bosque e trilhas <strong>de</strong> pedrisco, ficando<br />
o grupo responsável por retirar todas as pistas ou qualquer material utilizado para a<br />
gincana e dar o <strong>de</strong>vido encaminhamento para os mesmos;<br />
- As ativida<strong>de</strong>s solicitadas só serão autorizadas após o envio do ofício;<br />
- Grupos que <strong>de</strong>sejam visitar o complexo histórico-cultural (capela, museu<br />
cultural, oratórias e presépio em palha <strong>de</strong> milho) <strong>de</strong>verão realizar o agendamento<br />
pelo telefone (47) 642-3280, ramal 234, até que se reestruture o sistema <strong>de</strong><br />
agendamentos;<br />
- O PMSLT é uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação, portanto, todas as ativida<strong>de</strong>s e<br />
visitas <strong>de</strong>vem ser realizadas <strong>de</strong> forma a não causar impactos ambientais;<br />
- A recreação <strong>de</strong>ve ser realizada nos locais permitidos <strong>de</strong> forma restritiva,<br />
visando o exercício da contemplação da natureza;<br />
- Piqueniques são permitidos somente no campo e bosque ao lado do<br />
campo;<br />
- É proibido o uso <strong>de</strong> churrasqueiras e confecção <strong>de</strong> fogueiras para<br />
preparação <strong>de</strong> alimentos;<br />
- O Parque dispõe <strong>de</strong> restaurante, cantina e loja <strong>de</strong> artesanato;<br />
- Quando estiver caminhando pelas trilhas não fume;<br />
- Não leve para as trilhas qualquer tipo <strong>de</strong> alimento ou bebida;<br />
- Não é permitida a entrada <strong>de</strong> animais domésticos;<br />
- É expressamente proibido alimentar os animais;<br />
- Não é permitida a entrada com motos, bicicletas, patinetes, patins ou<br />
qualquer outro similar;<br />
- Não é permitido a<strong>de</strong>ntrar ou caminhar pelo Parque sem camiseta;<br />
- Não perturbe os animais do Parque;<br />
- É proibido a coleta <strong>de</strong> flores, frutos ou qualquer outra parte <strong>de</strong> plantas;<br />
- An<strong>de</strong> somente pelas trilhas;<br />
- Permaneça sempre junto ao grupo;<br />
- Não danifique placas ou trilhas;<br />
31.Bola, brinquedos, aparelhos eletrônicos, violões ou similares são<br />
permitidos somente no campo;<br />
32.Qualquer ativida<strong>de</strong> ou obra <strong>de</strong>sejada para a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve passar antes<br />
pela avaliação da gerência do Parque.<br />
CENTRO AMBIENTAL “CASA BRANCA”<br />
O Centro Ambiental "Casa Branca" (CACB) foi criado com o objetivo <strong>de</strong><br />
implementar, junto à Secretaria <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente, o Plano <strong>de</strong> Manejo<br />
do PMSLT, coor<strong>de</strong>nar e <strong>de</strong>senvolver as pesquisas científicas no Parque e entorno e<br />
<strong>de</strong>senvolver a Educação Ambiental. Para o alcance <strong>de</strong> tais objetivos, <strong>de</strong>verão ser<br />
seguidas as normas <strong>de</strong>scritas a seguir:<br />
177
Funcionamento:<br />
Para ativida<strong>de</strong>s oferecidas pelo Centro Ambiental:<br />
De Terça a Sexta-feira:<br />
Das 8h 30min às 11h e das 14h às 16h 30min, via agendamento.<br />
Sábado: das 9h às 11h 30min e das 13h 30min às 16h, via agendamento.<br />
Para consultas junto aos técnicos, pesquisa bibliográfica na biblioteca e<br />
informações:<br />
De Terça a Sexta-feira:<br />
Das 8h30min às 11h, e das 14h às 16h30min, individualmente ou em<br />
pequenos grupos.<br />
Agendamentos:<br />
Agendamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s:<br />
Através do telefone: (0XX47)645-5061 e ofício encaminhado à Secretaria<br />
<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Agricultura e Meio Ambiente - A/C Centro Ambiental “Casa Branca”, via<br />
fax:<br />
(0XX47) 642-3280, ou para o en<strong>de</strong>reço:<br />
Rua Juvenal Ferreira Pinto, 2070 – sala 46<br />
Bairro Seminário<br />
<strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> – PR<br />
CEP 83880-000<br />
e-mail: heliconia@pop.com.br<br />
Agendamento <strong>de</strong> visitas:<br />
Para grupos maiores <strong>de</strong> 10 pessoas, conforme estabelecido no item<br />
anterior.<br />
Ativida<strong>de</strong>s Oferecidas:<br />
As ativida<strong>de</strong>s são <strong>de</strong>stinadas a estudantes, professores e amantes da<br />
contemplação da natureza em geral. O visitante ao agendar a visita, optará pela<br />
programação <strong>de</strong>sejada. Todas as ativida<strong>de</strong>s serão monitoradas.<br />
A locomoção dos visitantes até o local é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> dos mesmos.<br />
As Escolas que agendarem ativida<strong>de</strong>s serão responsáveis pelo aspecto disciplinar<br />
dos seus alunos.<br />
As ativida<strong>de</strong>s oferecidas são <strong>de</strong>scritas a seguir:<br />
Trilhas Interpretativas<br />
Consiste em percorrer caminhos com paradas <strong>de</strong>terminadas, <strong>de</strong>ntro do<br />
Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa, com o objetivo <strong>de</strong> resgatar os aspectos<br />
históricos e ecológicos da região, ressaltando a importância da conservação <strong>de</strong>sse<br />
178
ecossistema e oferecer subsídios para o conhecimento, integração e respeito dos<br />
visitantes com a flora e fauna locais.<br />
As trilhas são monitoradas por integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas<br />
do Parque <strong>Municipal</strong> “São Luís <strong>de</strong> Tolosa”, formado por estudantes do Ensino<br />
Fundamental e Médio do Município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> que <strong>de</strong>senvolvem trabalho<br />
voluntário. Compreen<strong>de</strong>m ainda palestras proferidas no auditório com exposição <strong>de</strong><br />
fotos <strong>de</strong> animais e plantas nativas da região. Os temas são atualizados e levam<br />
em conta as questões conservacionistas, sociais e éticas, além <strong>de</strong> abordar os<br />
aspectos da História Natural do antigo Seminário Franciscano, utilizando-se <strong>de</strong><br />
recursos audiovisuais e/ou naturais. O número máximo <strong>de</strong> participantes é <strong>de</strong> 60<br />
pessoas por dia ou 30 por período, sendo estas separadas em grupos <strong>de</strong> 15<br />
pessoas, acompanhadas por um monitor.<br />
Biblioteca<br />
Destinada aos visitantes que <strong>de</strong>sejam fazer pesquisas bibliográficas ou<br />
leituras na área ambiental (fauna, flora, gestão ambiental, leis ambientais e outros<br />
documentos).<br />
Palestras e oficinas<br />
São oferecidas em datas ambientais comemorativas com temas específicos,<br />
<strong>de</strong>stinado às escolas e grupos organizados.<br />
Cursos<br />
São oferecidos periodicamente, abordando temas ambientais diversos e<br />
locais, <strong>de</strong>stinados a professores, estudantes, profissionais em geral e amantes da<br />
contemplação da natureza.<br />
Observação<br />
As trilhas interpretativas e palestras são <strong>de</strong>senvolvidas a partir dos resultados<br />
das pesquisas científicas, cuja importância vai além do nível local e estadual,<br />
estando inserida também no contexto global da Floresta com Araucária que se trata,<br />
em todo o Sul do País <strong>de</strong> um dos ambientes menos conhecidos no que se diz<br />
respeito a todos os seus aspectos ecológicos.<br />
5. PLANEJAMENTO POR ÁREA DE ATUAÇÃO<br />
5.1 Ações Gerenciais Gerais<br />
As ações gerenciais gerais tratam <strong>de</strong> ações que, por seu caráter <strong>de</strong><br />
abrangência, são aplicadas ao conjunto <strong>de</strong> todas as áreas da UC e sua região,<br />
fornecendo suporte geral para o planejamento da Unida<strong>de</strong> e entorno como um todo.<br />
179
5.1.1 Programas Temáticos para o Interior do Parque<br />
l – Operacionalização Interna<br />
Objetivos<br />
Implementar o plano <strong>de</strong> manejo proposto;<br />
Gerenciar as ativida<strong>de</strong>s dos funcionários;<br />
Capacitar periodicamente os funcionários municipais que trabalham<br />
diretamente no Parque para um maior entendimento dos valores históricoambientais<br />
da Unida<strong>de</strong> e melhor atendimento ao visitante;<br />
Oferecer palestras e capacitação periodicamente aos funcionários municipais<br />
que trabalham na se<strong>de</strong> da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>;<br />
Capacitar os integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas Ecológicas do<br />
Parque visando melhor atuação nas ativida<strong>de</strong>s educativas e atendimento ao<br />
visitante;<br />
Dar apoio para a implantação dos programas propostos;<br />
Realizar a administração e manutenção do Parque.<br />
Indicadores<br />
Contratação <strong>de</strong> 4 novos funcionários no período <strong>de</strong> 1 ano, após a<br />
homologação do Plano;<br />
Capacitação <strong>de</strong> todos os funcionários do Parque em 6 meses após a<br />
homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo do Parque;<br />
Criação do cargo <strong>de</strong> guarda-parque em até 6 meses após a vigência do<br />
Plano;<br />
Palestras para os funcionários da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> a cada 6 meses,<br />
imediatamente após a homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Continuida<strong>de</strong> das oficinas <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong> conhecimentos para os<br />
integrantes <strong>de</strong> Grupo <strong>de</strong> Monitores <strong>de</strong> Trilhas do Parque, realizadas bimestralmente;<br />
Capacitação <strong>de</strong> 10 estudantes das 6º a 8º séries do Ensino Fundamental, a<br />
cada dois anos, para a função <strong>de</strong> monitor <strong>de</strong> trilha a partir <strong>de</strong> 2005;<br />
Todos os funcionários e monitores do Parque atuando <strong>de</strong> acordo com as<br />
normas estabelecidas pelo Plano <strong>de</strong> Manejo a partir da implantação do mesmo;<br />
Sistema <strong>de</strong> remanejamento <strong>de</strong> funcionários efetivos da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong><br />
que trabalham na Unida<strong>de</strong> e que não se a<strong>de</strong>quam às normas em 6 meses após a<br />
aprovação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Equipamentos <strong>de</strong> infra-estrutura ainda não adquiridos para o cumprimento<br />
dos Programas estabelecidos em até 2 anos após a aprovação do Plano;<br />
Equipamento mínimo necessário <strong>de</strong> resgate, primeiros-socorros e <strong>de</strong><br />
combate a incêndios florestais adquiridos até o segundo ano após a homologação<br />
do Plano;<br />
Cercas do perímetro da Unida<strong>de</strong> concertadas nos lugares on<strong>de</strong> foram<br />
<strong>de</strong>rrubadas imediatamente após a aprovação do plano;<br />
Regimento interno elaborado e implementado até no máximo 6 meses após a<br />
aprovação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
180
Taxa(s) <strong>de</strong> visitação reavaliadas e estabelecidas até 6 meses após a<br />
aprovação do Plano e colocada em prática em até 8 meses;<br />
Sistema <strong>de</strong> placas informativas reavaliado e ampliado em até 6 meses<br />
após aprovado o Plano;<br />
Pedrisco das trilhas centrais substituído por material que permita<br />
caminhadas e trilhas mais silenciosas, em até 4 anos <strong>de</strong> vigência do Plano;<br />
Projeto <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> RPPNs ou APA na Zona <strong>de</strong> Amortecimento até 01 ano<br />
<strong>de</strong> vigência do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Formação do Conselho Consultivo do Parque durante o primeiro ano <strong>de</strong><br />
vigência do Plano;<br />
Indicação do Gerente da Unida<strong>de</strong> imediatamente após a homologação do<br />
Plano.<br />
Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />
I.1Contratação <strong>de</strong> 2 novos funcionários para a função <strong>de</strong> vigilância;<br />
I.1.1Definir o perfil <strong>de</strong>sejado para o cargo a ser ocupado;<br />
I.1.2 Elaborar ficha com <strong>de</strong>scrição do perfil <strong>de</strong>sejado do candidato para o<br />
trabalho a ser realizado;<br />
I.1.3 Contratação do pessoal.<br />
I.2 Indicação para o cargo <strong>de</strong> gerente do Parque ;<br />
I.2.1 Definir o perfil <strong>de</strong>sejado para o cargo<br />
O gerente <strong>de</strong>ve ser o articulador entre o po<strong>de</strong>r municipal e o Parque, <strong>de</strong><br />
forma que se garanta a perpetuida<strong>de</strong> da conservação da Unida<strong>de</strong><br />
I.3 Dispor carro para a gerência<br />
I.4 Contratação <strong>de</strong> dois novos funcionários para a equipe <strong>de</strong> manutenção do<br />
Parque;<br />
I.4.1 Definir o perfil <strong>de</strong>sejado para o cargo;<br />
I.4.2 Elaborar ficha com <strong>de</strong>scrição do perfil <strong>de</strong>sejado para o cargo a ser<br />
ocupado;<br />
I.4.3 Contratação do pessoal<br />
I.5 Indicação <strong>de</strong> pelo menos um funcionário da equipe <strong>de</strong> vigilância do<br />
Parque para o cargo <strong>de</strong> guarda-parque<br />
I.5.1 Definir perfil <strong>de</strong>sejado para o cargo;<br />
I.5.2 Fornecer curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> guarda-parque para os funcionários<br />
I.6 Elaborar ficha com <strong>de</strong>scrição do perfil <strong>de</strong>sejado para cada cargo/função<br />
exercida <strong>de</strong>ntro do Parque<br />
I.6.1 Os funcionários já contratados <strong>de</strong>vem receber capacitação para se<br />
a<strong>de</strong>quar ao perfil <strong>de</strong>sejado;<br />
Todas as Secretarias Municipais envolvidas diretamente com o Parque<br />
<strong>de</strong>vem participar <strong>de</strong>sse processo, através <strong>de</strong> articulação específica com o gerente<br />
da Unida<strong>de</strong>;<br />
I.6.2 Parcerias com especialistas para capacitação;<br />
I.6.3 Continuida<strong>de</strong> no treinamento pra segurança no trabalho;<br />
I.7 Elaborar uma ficha contendo a função e responsabilida<strong>de</strong> para cada<br />
funcionário do Parque <strong>de</strong> forma clara e objetiva;<br />
181
I.7.1 Realizar reunião com todos os funcionários para que todas as<br />
informações necessárias sejam repassadas.<br />
I.8 Ampliar o número <strong>de</strong> integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores do Parque<br />
I.8.1 Oferecer curso <strong>de</strong> formação para novos monitores <strong>de</strong> trilhas do Parque,<br />
ofertado para estudantes <strong>de</strong> 6º a 8º séries do Ensino Fundamental;<br />
Todo monitor <strong>de</strong>verá ser cadastrado no Centro Ambiental “Casa Branca” e<br />
ser capacitado por técnicos contactados por este Centro <strong>de</strong> Pesquisa;<br />
I.8.2 Definir o perfil <strong>de</strong>sejado e o conhecimento mínimo para a função <strong>de</strong><br />
monitor;<br />
I.8.3 Realizar avaliações periódicas a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar falhas na qualificação<br />
dos monitores e possíveis soluções para as mesmas;<br />
I.8.4 Estudar meios <strong>de</strong> remuneração para os integrantes do Grupo <strong>de</strong><br />
Monitores, em especial os que alcançam 16 anos;<br />
I.8.5 Criar um convênio com alguma Fundação ligada à <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong>ntro do<br />
qual se <strong>de</strong>senvolva um projeto que vise a proteção e incentivo do trabalho voluntário<br />
dos monitores, e meios <strong>de</strong> receberem ajuda como equipamentos, cursos, etc;<br />
I.8.6 Manter a contratação <strong>de</strong> dois integrantes do Grupo <strong>de</strong> Monitores para a<br />
função <strong>de</strong> estagiário, no CACB;<br />
I.8.7 Fornecer vale-transporte e alimentação;<br />
I.9 Promover a capacitação periódica dos monitores <strong>de</strong> trilhas do Parque<br />
I.9.1 Desenvolver parcerias com especialistas nas diversas áreas relativas à<br />
conservação da natureza, legislação ambiental, fiscalização, relações humanas<br />
para o trabalho e atendimento ao visitante, para a realização <strong>de</strong> cursos e palestras;<br />
I.10 Desenvolver um sistema <strong>de</strong> relatórios diários para todos os funcionários<br />
e monitores do Parque;<br />
* Nos relatórios <strong>de</strong>verão constar as ativida<strong>de</strong>s realizadas, registros <strong>de</strong><br />
acontecimentos e situações não previstos ou relevantes, tais como: invasões,<br />
<strong>de</strong>predação do patrimônio histórico ou natural e observação da fauna, <strong>de</strong>vendo ser<br />
indicado on<strong>de</strong> ocorreu o evento, quando e, no caso <strong>de</strong> avistamentos, qual animal;<br />
I.11 Colocar placas <strong>de</strong> advertência nas áreas referentes à Zona Conflitante<br />
com as normas para cada local;<br />
I.12 Implantar guarita no portão <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong>stinada a funcionários<br />
do Viveiro Florestal e para carga e <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> material<br />
I.12.1 Instalar sistema <strong>de</strong> monitoramento à distância <strong>de</strong>ssa entrada;<br />
I.13 Mudar o nome existente no portal <strong>de</strong> entrada do Parque, <strong>de</strong> "Parque<br />
Ecoturístico do Seminário" para Parque Natural <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa;<br />
I.13.1 Mudar <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> criação do Parque para a<strong>de</strong>quar o nome em relação<br />
às normas estabelecidas pelo SNUC;<br />
I.14 Realizar análise periódica da potabilida<strong>de</strong> da água utilizada no Parque;<br />
• Deverá ser contactada a SANEPAR para a realização <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>;<br />
I.15 Contatar a CELESC para efetuar a retirada da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação elétrica<br />
que corta o “morro dos padres” <strong>de</strong>ntro dos limites da Unida<strong>de</strong>, que atualmente não é<br />
mais utilizada;<br />
I.16 Reavaliar, junto à CELESC o sistema <strong>de</strong> instalação elétrica externa do<br />
Parque;<br />
I.17 Revisar periodicamente os materiais, equipamentos e infra-estrutura do<br />
Parque, realizando quando necessário a limpeza, reparos ou compra <strong>de</strong> novos<br />
materiais;<br />
182
I.18Adquirir equipamentos <strong>de</strong> proteção e combate a incêndio florestal;<br />
I.19 Incrementar a biblioteca do Centro Ambiental “Casa Branca”<br />
I.19.1 Deverá ser adquirido tanto material <strong>de</strong> consulta bibliográfica com temas<br />
gerais ligados ao meio ambiente, como relatórios <strong>de</strong> estudos realizados na própria<br />
Unida<strong>de</strong> e no município;<br />
I.20 Cadastrar e arquivar cada documento no Parque, <strong>de</strong>ixando uma<br />
cópia acessível para consulta local dos interessados na SAMA, e outra no CACB;<br />
I.21 Elaborar o Regimento Interno do Parque no qual <strong>de</strong>verão estar contidas<br />
todas as normas <strong>de</strong> uso das infra-estruturas.<br />
I.22 Rea<strong>de</strong>quar um dos espaços <strong>de</strong>ntro da se<strong>de</strong> ou nos anexos para que seja<br />
instalado um Centro <strong>de</strong> Visitantes;<br />
I.23 Formar o Conselho Consultivo do Parque;<br />
I.24 Revisar sistema <strong>de</strong> cobrança <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> visitação, <strong>de</strong> acordo com o<br />
regimento interno do Parque;<br />
O dinheiro arrecadado <strong>de</strong>verá ser aplicado somente no próprio Parque;<br />
I.25 Centralizar sistema <strong>de</strong> agendamentos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, tanto culturais<br />
como ecológicas em um único lugar;<br />
I.25.1 Definir perfil do pessoal que irá trabalhar com o agendamentos;<br />
I.25.2 Capacitar pessoal que irá trabalhar com os agendamentos;<br />
Deverá ser colocado pessoal que já faz parte do quadro <strong>de</strong> funcionários<br />
para esta função;<br />
I.26 Reestruturar as trilhas <strong>de</strong> pedrisco, substituindo ou misturando o<br />
pedrisco por material que faça menos ruído;<br />
I.26.1 Estudar qual o melhor tipo <strong>de</strong> material para se realizar a substituição<br />
ou o consórcio com o pedrisco;<br />
O material a ser utilizado não <strong>de</strong>verá causar nenhum impacto negativo sobre<br />
o ambiente nem <strong>de</strong>scaracterizar o patrimônio histórico;<br />
I.26.2 Em caso <strong>de</strong> substituição, o pedrisco retirados das trilhas <strong>de</strong>verá ser<br />
utilizado em obras <strong>de</strong>ntro do próprio Parque ou no entorno;<br />
I.27 Firmar parceria com a CELESC para elaborar e oficializar um conjunto<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong> procedimentos para manutenção da re<strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> energia localizada<br />
<strong>de</strong>ntro do Parque, a fim <strong>de</strong> minimizar os impactos ambientais atribuídos a essa<br />
ativida<strong>de</strong>;<br />
I.28 Elaborar cadastro fundiário (cartográfico e documental) das proprieda<strong>de</strong>s<br />
localizadas no entorno do Parque.<br />
I.29 Levantar junto ao Fórum da Comarca <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> todas as ações<br />
ajuizadas relativas a questões <strong>de</strong> posse e domínio que envolvam superfície, limites<br />
ou confrontações com o PMSLT;<br />
I.30 Estudar propostas <strong>de</strong> ampliar a área do PMSLT.<br />
II – Proteção e Manejo<br />
Objetivos<br />
Conservar o ambiente natural nas áreas pouco alteradas;<br />
Recuperar as áreas <strong>de</strong>gradadas;<br />
Proteger os recursos naturais e histórico-culturais, bem como as instalações<br />
do Parque;<br />
183
Garantir a integrida<strong>de</strong> física do visitante do Parque.<br />
Indicadores<br />
Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicação <strong>de</strong> espécies vegetais invasoras ou<br />
potencialmente invasoras como o pinus, a uva-do-japão, gramíneas, beijo-<strong>de</strong> fra<strong>de</strong>,<br />
grevilha, em até 2 anos após a implantação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicação gradativa, em 5 anos, <strong>de</strong> todas as espécies<br />
exóticas do PMSLT;<br />
Controle trimestral da regeneração natural do pinus , uva-do-japão e das<br />
gramíneas;<br />
Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicação <strong>de</strong> espécies exóticas animais, em especial as<br />
carpas colocadas nos tanques próximos ao CACB, em 6 meses;<br />
Programa <strong>de</strong> Monitoramento Ambiental implantado até 6 meses a partir a<br />
homologação do Plano;<br />
Programa <strong>de</strong> fiscalização, prevenção e combate a incêndio florestal<br />
implantado e funcionando em 1 ano após a implantação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />
II.1 Propor um programa estratégico para a erradicação das espécies da<br />
flora exóticas e invasoras em toda a Unida<strong>de</strong>;<br />
• Deverão ser realizados primeiramente estudos sobre possível <strong>de</strong>pendência<br />
da fauna silvestres <strong>de</strong>ssas espécies, especialmente a uva-do-japão;<br />
• No caso <strong>de</strong> ser constatada <strong>de</strong>pendência da fauna em relação a uma ou<br />
várias <strong>de</strong>ssas espécies, os exemplares adultos <strong>de</strong>verão ser conservados até que se<br />
consiga oferecer para os animais outras opções <strong>de</strong> alimento. Concomitante a isso,<br />
<strong>de</strong>verão ser retirados os exemplares mais jovens;<br />
No caso das espécies arbóreas, a ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>verá ser utilizada na própria<br />
Unida<strong>de</strong> para benfeitorias em estilo rústico;<br />
Os indivíduos adultos que produzem sementes <strong>de</strong>vem ser retirados primeiro,<br />
sendo os indivíduos mais jovens retirados a seguir;<br />
Qualquer medida tomada para a retirada das espécies invasoras<br />
(<strong>de</strong>rrubada, poda, anelamento) não po<strong>de</strong>rá acarretar impactos significativos nem<br />
em gran<strong>de</strong> impacto visual no ambiente;<br />
No caso <strong>de</strong> existirem espécimes exóticas significativas sob o ponto <strong>de</strong> vista<br />
ornamental , <strong>de</strong>verão ser plantadas outras nativas nas proximida<strong>de</strong>s e quando estas<br />
estiverem crescido o suficiente, retirar as exóticas;<br />
* Realizar vistorias periódicas <strong>de</strong> 3 em 3 meses por toda a Unida<strong>de</strong> a fim <strong>de</strong><br />
localizar a abater novos indivíduos <strong>de</strong> espécies exóticas;<br />
No caso <strong>de</strong> o indivíduo não pu<strong>de</strong>r ser abatido imediatamente, <strong>de</strong>verá ser<br />
marcado para ser retirado posteriormente, antes <strong>de</strong> chegar ao período fértil;<br />
II.2 Realizar corte raso na região próxima à entrada <strong>de</strong> funcionários do<br />
Parque para a erradicação do Pinus naquela região;<br />
Qualquer recurso <strong>de</strong>corrente do corte da ma<strong>de</strong>ira do pinus <strong>de</strong>verá ser<br />
aplicado <strong>de</strong>ntro do próprio Parque;<br />
II.2.1 Realizar estudos prévios para <strong>de</strong>tectar presença e <strong>de</strong>pendência da<br />
fauna nativa para fins <strong>de</strong> refúgio e dormitório no local;<br />
184
II.3 Promover a retirada total do capim-elefante na área próxima da entrada<br />
<strong>de</strong> funcionários do Parque, que margeia a cerca;<br />
II.4 Na região on<strong>de</strong> há predomínio <strong>de</strong> taquaras, <strong>de</strong>verão ser realizados<br />
estudos para evi<strong>de</strong>nciar com certeza se existe uma relação <strong>de</strong> oportunismo e<br />
estabelecer, após isso, as estratégias que impeçam a sua regeneração;<br />
II.5 Promover o enriquecimento da Unida<strong>de</strong> com espécies nativas da<br />
Floresta Ombrófila Mista;<br />
II.5.1 Promover o enriquecimento das áreas <strong>de</strong>gradadas e das capoeiras<br />
existentes <strong>de</strong>ntro do Parque;<br />
O enriquecimento <strong>de</strong>verá ser feito com espécies <strong>de</strong> todas as fases<br />
secessionais do ambiente, utilizando-se <strong>de</strong> um consórcio <strong>de</strong> espécies pioneiras,<br />
secundárias e clímaxes;<br />
II.5.2 Recompor a área que sofrerá corte raso para a retirada do<br />
reflorestamento <strong>de</strong> pinus (previsto no item II.2) através <strong>de</strong> consórcio <strong>de</strong> espécies<br />
nativas pioneiras, secundárias e <strong>de</strong> clímax;<br />
II.5.3 Proporcionar a regeneração natural da área que sofrerá a retirada do<br />
capim-elefante ( <strong>de</strong> acordo com o item II.3);<br />
Esta área <strong>de</strong>verá sofrer regeneração natural, sem qualquer interferência<br />
humana, a fim <strong>de</strong> que se possa realizar estudos fitossociológicos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fase<br />
inicial <strong>de</strong> regeneração;<br />
II.6 Realizar fiscalização sistemática e periódica por toda a área do Parque a<br />
fim <strong>de</strong> garantir a manutenção e conservação do patrimônio natural e histórico;<br />
II.7 Realizar a retirada das carpas dos tanques próximos ao CACB, a fim <strong>de</strong><br />
permitir a regeneração natural da vida limnológica nativa;<br />
II.8 Manutenção <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> vigilância nas divisas, visando evitar invasões<br />
e incêndio na área do Parque;<br />
II.9 Consolidar parcerias com a Força Ver<strong>de</strong> e o Batalhão <strong>de</strong> Polícias<br />
Florestal para que seja adotado um método permanente <strong>de</strong> fiscalização na área do<br />
Parque e no seu entorno;<br />
III – Pesquisa e Monitoramento<br />
Objetivos<br />
Aumentar os conhecimentos a respeito do patrimônio natural e histórico do<br />
PMSLT, visando inclusive o resgate da herança cultural e ambiental <strong>de</strong>ixada pelos<br />
antigos franciscanos, além do eficaz manejo da área.<br />
Indicadores<br />
2 linhas <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>senvolvidas até março/2005;<br />
1 novo estudo por ano, no mínimo, a ser efetuado a partir <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2005;<br />
Desenvolvimento <strong>de</strong>, no mínimo, uma linha <strong>de</strong> pesquisa com espécies<br />
ameaçadas ou endêmicas; realizadas a cada 2 anos;<br />
Elaboração <strong>de</strong> um banco <strong>de</strong> dados sobre todas as linhas <strong>de</strong> pesquisa<br />
imediatamente após a implantação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
185
Elaboração <strong>de</strong> ficha <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> fauna a ser utilizada por todos os<br />
funcionários, monitores e pesquisadores do Parque imediatamente após o início da<br />
implantação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Produção <strong>de</strong> mapas temáticos <strong>de</strong> acordo com os resultados das pesquisas<br />
realizadas no Parque.<br />
Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />
III.1 Dar continuida<strong>de</strong> ao projeto <strong>de</strong> resgate da História Natural do antigo<br />
Seminário, buscando fotos, artigos , cartas, herbários, museus, etc, <strong>de</strong>ixados pelos<br />
franciscanos a fim <strong>de</strong> oferecer suporte para estudos em diversas áreas;<br />
Estes estudos <strong>de</strong>verão ser contínuos, <strong>de</strong>senvolvidos ao longo do tempo e<br />
envolvendo todos os pesquisadores atuantes no Parque <strong>de</strong> forma integrada;<br />
III.2 Desenvolver pesquisas sobre frugivoria ;<br />
Deverão ser contemplados os grupos <strong>de</strong> mamíferos e aves;<br />
III.3 Desenvolver inventários <strong>de</strong>talhados sobre a fauna do Parque, com<br />
finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> caracterizar a biodiversida<strong>de</strong> faunística da região;<br />
III.3.1 Devem ser estudados pelo menos os grupos <strong>de</strong> répteis e mamíferos;<br />
Todos os estudos <strong>de</strong>vem ser comparativos à região <strong>de</strong> entorno do Parque;<br />
III.4 Desenvolver estudos específicos a respeito das aves típicas e<br />
ameaçadas da região, <strong>de</strong> acordo com os resultados do inventário <strong>de</strong>senvolvido no<br />
Parque;<br />
Devem ser priorizados estudos sobre o Accipiter poliogaster (tauató), Asyio<br />
stygios (coruja mocho-diabo) por serem espécies com poucos dados na literatura<br />
científica e com registro <strong>de</strong> vizualização no Parque;<br />
Devem ser realizados estudos com. espécies como o grimpeirinho<br />
(Leptasthemura setaria) e o beija-flor (Stephanoxis lalandi loddiges) consi<strong>de</strong>radas<br />
espécies típicas/endêmicas da Floresta com Araucária;<br />
III.4.1 Dar continuida<strong>de</strong> ao projeto <strong>de</strong> levantamento sobre assimetria flutuante<br />
do TROGLOTYDES MUSCULUS (CORRUÍRA);<br />
III.5 Desenvolver estudos com mamíferos que po<strong>de</strong>m ser indicadores <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> ambiental<br />
III.5.1 Dar continuida<strong>de</strong> ao inventário <strong>de</strong> Chiroptera (morcegos), já<br />
<strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong>ntro do Parque;<br />
III.5.2 Estudar os diferentes ambientes utilizados pelos morcegos a fim <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>finir sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polinizadores, dispersores e controladores populacionais<br />
das espécies das quais se alimenta;<br />
III.5.3 Estudar o Cerdocyon thous (graxaim)<br />
Este estudo <strong>de</strong>verá contemplar os resultados do monitoramento do graxaim<br />
realizado no Parque através da coleta <strong>de</strong> vestígios (pegadas, fezes), mapeamento<br />
dos locais <strong>de</strong> coleta dos vestígios e fotos através do adaptador fotográfico realizado<br />
por integrantes do grupo <strong>de</strong> monitores do Parque;<br />
O pesquisador que realizar pesquisa com graxaim <strong>de</strong>verá programar os<br />
trabalhos levando em conta a participação dos monitores <strong>de</strong> trilhas do Parque;<br />
III.5.4 Desenvolver estudos com a lontra ( Lontra longicaudis), bugio (Alouatta<br />
fusca), a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar seu status ecológico na Unida<strong>de</strong> e extensivo à região do<br />
entorno;<br />
186
III.6 Estudar as ca<strong>de</strong>ias tróficas ocorrentes, <strong>de</strong>finindo-as e estebelecendo as<br />
relações tróficas das espécies;<br />
Esses estudos <strong>de</strong>verão ser sazonais contemplando ao menos 6 fases <strong>de</strong>, no<br />
mínimo, 7 dias;<br />
III.7 Realizar monitoramento das espécies que sofrem pressão <strong>de</strong> caça na<br />
região, como o veado catingueiro (Mazama guazoupyra), jacu (Penelope obscura);<br />
III.8 Definir espécies típicas e/ou raras da fauna anfíbia ocorrente no Parque<br />
bem como suas inter-relações;<br />
III.9 Definir espécies-chave da ictiofauna do rio Passa-Três, a fim <strong>de</strong> realizar<br />
estudos sobre suas inter-relações com outros seres, hábitos alimentares e <strong>de</strong><br />
reprodução;<br />
III.10 I<strong>de</strong>ntificar e estudar quantitativa e qualitativamente os grupos<br />
florísticos <strong>de</strong> maior interesse para a fauna, como por exemplo Annonaceae,<br />
Myrtaceae, Piperaceae, Solanaceae, Melastomataceae, Lauraceae, Aquifoleaceae.<br />
►Todas as exsicatas produzidas nesse trabalho <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>terminadas e<br />
acondicionadas no herbário do CACB;<br />
III.11 Realizar estudos específicos sobre grupos vegetais como<br />
epífitas; briófitas, pteridófitas e fungos;<br />
► Todas as exsicatas feitas nesse trabalho <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>terminadas e<br />
acondicionadas no herbário do CACB;<br />
III.12 Realizar estudos <strong>de</strong> limnologia nos tanques próximos ao CACB;<br />
III.13 Realizar estudos sobre a utilização dos frutos das espécies exóticas da<br />
flora na área do Parque pela fauna nativa, para embasar o processo <strong>de</strong> manejo<br />
<strong>de</strong>ssas espécies;<br />
III.14 Desenvolver estudos fitossociológicos nas diversas fases<br />
secessionais que ocorrem no Parque, a fim <strong>de</strong> se encontrar a melhor forma <strong>de</strong><br />
recuperar aquelas que estiverem <strong>de</strong>gradadas ou em fases iniciais <strong>de</strong> recuperação;<br />
III.15 Realizar estudos <strong>de</strong>talhados sobre a geologia e geomorfologia da<br />
área;<br />
III.16 Realizar estudos a fim <strong>de</strong> avaliar o impacto dos visitantes do<br />
Parque (LAC) sobre as trilhas bem como das chuvas(pluvial);<br />
III.17 Orientar funcionários, monitores <strong>de</strong> trilhas e pesquisadores para que<br />
recolham carcaças e esqueletos <strong>de</strong> animais silvestres encontrados mortos <strong>de</strong>ntro<br />
dos limites do Parque e no seu entorno direto, e os encaminhem ao CACB;<br />
III.18 Elaborar ficha <strong>de</strong> dados para as anotações sobre as espécies<br />
encontradas;<br />
Todos os funcionários, monitores <strong>de</strong> trilhas e técnicos <strong>de</strong>verão ser treinados<br />
para preencher corretamente a ficha;<br />
Todo o material encontrado <strong>de</strong>verá ser encaminhado ao Museu <strong>de</strong> História<br />
Natural Capão da Imbuia, em Curitiba, PR., <strong>de</strong>vidamente catalogado.<br />
No caso <strong>de</strong> dúvidas quanto à provável causa da morte do animal, encaminhar<br />
para autópsia a algum <strong>de</strong>partamento autorizado;<br />
Todo o material <strong>de</strong>verá ter registro em livro específico para este tipo <strong>de</strong><br />
controle;<br />
III.19 Elaborar banco <strong>de</strong> dados para o Parque on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão constar todas as<br />
informações sobre as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa e monitoramento ambiental.<br />
187
5.1.2 Programas Temáticos para a Zona <strong>de</strong> Amortecimento<br />
I – Operacionalização Externa<br />
Objetivos<br />
Dar apoio na implantação dos programas propostos;<br />
Subsidiar o gerenciamento do entorno do Parque <strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong><br />
Tolosa<br />
Indicadores<br />
Colocação <strong>de</strong> 3 placas informativas no entorno do Parque imediatamente<br />
após a homologação do Plano;<br />
Colocação <strong>de</strong> 1 placa informativa na BR 116, em 3 meses após a<br />
homologação do Plano.<br />
Colocação <strong>de</strong> uma placa <strong>de</strong> sinalização indicando velocida<strong>de</strong> máxima<br />
permitida imediatamente após a homologação do Plano.<br />
Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />
I.1) Implantar uma placa informativa no trevo da BR 116 <strong>de</strong> acesso à cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>;<br />
• A placa <strong>de</strong>verá conter as seguintes informações: Nome do Parque, órgão<br />
gestor, horários <strong>de</strong> visitação, número <strong>de</strong> visitantes/dia, telefone para agendamentos<br />
<strong>de</strong> trilhas interpretativas, distância até o Parque , valores das taxas <strong>de</strong> visitação;<br />
• A placa <strong>de</strong>verá seguir os padrão adotado para o interior do Parque;<br />
I.2 Implantar placas informativas no entorno do Parque;<br />
I.2.1 Implantar uma placa nos seguintes locais:<br />
1 na cabeceira da ponte sobre o rio Passa-Três no sentido centro/Parque,<br />
1 próxima ao motor da SANEPAR ;<br />
1 na rua que passa ao lado do portão principal <strong>de</strong> entrada do Parque;<br />
1 na estrada velha da Lapa na entrada da estrada <strong>de</strong> acesso ao Parque;<br />
•As placas <strong>de</strong>verão conter informações sobre a proibição <strong>de</strong> caça e pesca<br />
<strong>de</strong>ntro do Parque e no seu entorno, citando a Lei <strong>de</strong> Crimes Ambientais;<br />
I.3 Colocar uma placa <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> máxima permitida próximo à escola Ana<br />
Zornig;<br />
• A placa <strong>de</strong>verá indicar passagem <strong>de</strong> animais e permitir velocida<strong>de</strong> máxima<br />
<strong>de</strong> 60km/h.<br />
188
II – Educação Ambiental<br />
Objetivos<br />
Desenvolver a conscientização ambiental com a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno e<br />
escolas do município;<br />
Sensibilizar a comunida<strong>de</strong> local quanto à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong><br />
hábitos ambientalmente corretos;<br />
Envolver a comunida<strong>de</strong> local com a proteção do Parque.<br />
Indicadores<br />
Continuida<strong>de</strong> dos projetos e programas <strong>de</strong> Educação Ambiental citados no<br />
Encarte.3, item 3.7.1;<br />
Implantação <strong>de</strong> um Programa <strong>de</strong> conscientização, prevenção e combate à<br />
caça e pesca predatória, contrabando ou maus tratos a animais silvestres e<br />
<strong>de</strong>smate ilegal, em 3 meses após a homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Capacitação periódica <strong>de</strong> professores das re<strong>de</strong>s pública e particular <strong>de</strong><br />
ensino anualmente, a partir da homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Realização <strong>de</strong> no mínimo, duas palestras educativas com a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
entorno por ano a partir <strong>de</strong> 2005;<br />
Produção <strong>de</strong> material educativo anualmente, a partir do segundo semestre <strong>de</strong><br />
2005;<br />
Divulgação <strong>de</strong> eventos e projetos educativos em programas <strong>de</strong> rádio, a partir<br />
da implantação do Plano;<br />
Reeditar a Coluna “Bicho-Grilo”, em algum jornal do município, a fim <strong>de</strong><br />
divulgar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas pelo CACB e pelo Parque.<br />
Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />
II.1 Desenvolver o Programa <strong>de</strong> Combate à caça, pesca, contrabando ou<br />
maus tratos a animais silvestres, e <strong>de</strong>smate ilegal;<br />
II.1 1 Estabelecer parcerias para esse programa;<br />
II.1.2 Elaborar e implementar palestras em escolas e comunida<strong>de</strong>s a respeito<br />
do Tema;<br />
II.1.3 Elaborar material didático e informativo com linguagem acessível para<br />
distribuir na comunida<strong>de</strong> e escolas a fim <strong>de</strong> complementar as palestras;<br />
• Tanto as palestras como o material didático e informativo <strong>de</strong>verão<br />
contemplar questões como inter-relações, importância da conservação da<br />
biodiversida<strong>de</strong>, Legislação Ambiental, Reserva Legal, APP, etc.;<br />
•As palestras <strong>de</strong>verão ser realizadas prioritariamente no Parque. Quando<br />
isso não for ´possível, nas escolas e comunida<strong>de</strong>s.<br />
•Deverão ser organizadas visitas orientadas no Parque especialmente para a<br />
comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno.<br />
• Deverá ser estabelecido um esquema para aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> caça,<br />
pesca, <strong>de</strong>smate ilegal, contrabando ou maus tratos aos animais silvestres;<br />
II.2 Apoiar iniciativas <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> Educação Ambiental por parte <strong>de</strong> escolas<br />
e comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno, que contemplem as questões <strong>de</strong> consumo, geração,<br />
reutilização e reciclagem <strong>de</strong> lixo;<br />
189
II.3 Realizar a capacitação dos professores do município <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> e<br />
região a respeito <strong>de</strong> Patrimônio Natural, fauna e flora nativos, conservação da<br />
biodiversida<strong>de</strong>, legislação ambiental.<br />
• A capacitação dos professores <strong>de</strong>verá ser realizada no Parque, através do<br />
CACB e técnicos com quem o CACB estabelece parcerias;<br />
• As capacitações <strong>de</strong>verão seguir a mesma metodologia adotada para os<br />
cursos já realizados no CACB (item 3.7.1)<br />
II.4 dar continuida<strong>de</strong> aos projetos <strong>de</strong>scritos no item 3.7.1<br />
III – Proteção e Manejo<br />
Objetivos<br />
Promover a proteção dos remanescentes florestais do entorno do Parque<br />
<strong>Municipal</strong> São Luís <strong>de</strong> Tolosa;<br />
Manter/criar corredores <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> na região do entorno do Parque;<br />
Garantir a conservação ambiental na região <strong>de</strong> entorno do Parque<br />
Indicadores<br />
Normas para a Zona <strong>de</strong> Amortecimento do Parque estabelecidas e<br />
implantadas até 6 meses após a homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Criação <strong>de</strong> pelo menos uma RPPN no período <strong>de</strong> 2 anos após a implantação<br />
do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Eliminação <strong>de</strong> espécies exóticas <strong>de</strong> peixes criadas nas proprieda<strong>de</strong>s da<br />
Zona <strong>de</strong> Amortecimento até 2 anos após a implementação do Plano;<br />
Controle periódico das espécies exóticas <strong>de</strong> plantas na ZA;<br />
Eliminação das espécies vegetais exóticas invasoras da ZA em 4 anos após<br />
a aprovação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Implantação <strong>de</strong> Programa <strong>de</strong> Fiscalização em 6 meses após a aprovação do<br />
Plano;<br />
Mapeamento dos fragmentos florestais, corredores da ZA, do entorno do<br />
Parque e da mata ciliar do rio Passa-Três em 6 meses após a aprovação do Plano;<br />
Reuniões e palestras semestrais com os proprietários da ZA e entorno a<br />
partir do 1º semestre da implantação do Plano.<br />
Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />
III.1 Normatizar as ativida<strong>de</strong>s para a ZA através da gerência;<br />
•As normas <strong>de</strong>verão ser divulgadas para a população em geral;<br />
III.2 Fomentar junto aos proprietários através <strong>de</strong> reuniões e <strong>de</strong> contato direto<br />
com os mesmos, a criação <strong>de</strong> novas RPPNs;<br />
III.2.1 Definir meios <strong>de</strong> retorno, inclusive financeiro, para os proprietários que<br />
transformarem suas proprieda<strong>de</strong>s em RPPNs;<br />
III.3 Realizar uma fiscalização intensiva nos remanescentes florestais <strong>de</strong><br />
todo o entorno do ´Parque;<br />
190
III.4 Exigir das empresas reflorestadoras localizadas no entorno do Parque<br />
que recuperem e preservem as florestas ciliares e que não <strong>de</strong>positem qualquer<br />
resíduo proveniente das suas ativida<strong>de</strong>s nessas áreas;<br />
• A SAMA e, quando necessário o IAP. Deverão fiscalizar constantemente<br />
essas empresas;<br />
III.5 Retirar as possíveis espécies exóticas <strong>de</strong> peixes em represamentos<br />
artificiais das proprieda<strong>de</strong>s, a fim <strong>de</strong> evitar o contato com espécies nativas;<br />
•Esclarecer os proprietários quanto à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicação <strong>de</strong>ssas<br />
espécies exóticas, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> competir e <strong>de</strong>gradar as espécies nativas,<br />
<strong>de</strong>sequilibrando os ecossistemas dos rios;<br />
III.6 Erradicar, ao longo dos anos, as espécies <strong>de</strong> plantas invasoras da ZA do<br />
Parque;<br />
∗ Orientar os proprietários quanto à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicação das<br />
espécies invasoras;<br />
∗A SAMA e pessoal técnico do Parque <strong>de</strong>verão verificar, junto aos<br />
proprietários, quais ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>rão ser vislumbradas para suas respectivas<br />
proprieda<strong>de</strong>s, que evitem gran<strong>de</strong>s impactos ambientais;<br />
III.7 Estabelecer normas para possíveis projetos <strong>de</strong> loteamentos, a fim <strong>de</strong> que<br />
as proprieda<strong>de</strong>s da ZA respeitem o que foi <strong>de</strong>finido na Lei <strong>de</strong> Zoneamento e Uso<br />
dos Solos;<br />
III.8 Fiscalizar o cumprimento do Código Florestal a fim <strong>de</strong> garantir a proteção<br />
das matas ciliares e das Reservas Legais das proprieda<strong>de</strong>s, conservando e<br />
favorecendo a formação <strong>de</strong> novos corredores;<br />
III.9 Avaliar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a área do Parque, até a pedreira.<br />
IV - Pesquisa e Monitoramento<br />
Objetivos<br />
Fornecer subsídios para o manejo correto da Zona <strong>de</strong> Amortecimento ;<br />
Fornecer informações para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> corredores ecológicos entre o<br />
Parque e o seu entorno;<br />
Obter informações que subsidiem as ações <strong>de</strong> proteção, manejo e<br />
conservação do Parque e seu entorno;<br />
Fornecer informações que embasem o processo <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> áreas<br />
que po<strong>de</strong>rão formar corredores ecológicos.<br />
Indicadores<br />
Implementação <strong>de</strong> ao menos uma pesquisa em 1 ano;<br />
Elaboração e implantação <strong>de</strong> livro <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> fauna atropelada, a partir da<br />
homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Análise da qualida<strong>de</strong> química e biológica do rio Passa-três e do <strong>Negro</strong>,<br />
semestralmente, a ser realizada a partir da implantação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
191
Análise da situação da mata ciliar do rio <strong>Negro</strong>, enquanto corredor <strong>de</strong><br />
biodiversida<strong>de</strong>, na região <strong>de</strong> entorno do Parque, em 6 meses após a provação do<br />
Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Levantamento quantitativo, qualitativo e análise dos fragmentos florestais<br />
existentes no entorno do Parque a ser realizado no máximo até dois anos após a<br />
implementação do Plano <strong>de</strong> Manejo.<br />
Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />
IV.I Realizar levantamento e análise minuciosa dos fragmentos florestais<br />
localizados no entorno do Parque;<br />
IV.1.1 Contatar instituições governamentais e não governamentais para o<br />
planejamento da pesquisa;<br />
∗ Deverão ser contempladas, <strong>de</strong> imediato, pelo menos os grupos <strong>de</strong> aves,<br />
mamíferos e vegetação;<br />
∗ Ao longo dos próximos 5 anos, <strong>de</strong>verão ser contemplados os grupos <strong>de</strong><br />
invertebrados, répteis, meio físico, etc., <strong>de</strong> acordo com o proposto para o interior do<br />
Parque.<br />
∗Todos os trabalhos <strong>de</strong>verão ter o acompanhamento direto do Gerente da<br />
Unida<strong>de</strong>;<br />
∗Todos os proprietários <strong>de</strong>verão ser consultados previamente para a<br />
autorização das pesquisas, recebendo periodicamente as informações sobre os<br />
resultados das mesmas.<br />
IV.2 Realizar estudos aprofundados a respeito da biodiversida<strong>de</strong> e<br />
distribuição da fauna na região;<br />
∗Priorizar estudos que possam dar continuida<strong>de</strong> às pesquisas já<br />
<strong>de</strong>senvolvidas no Parque;<br />
IV.3 Realizar levantamento da composição florística da mata ciliar do rio<br />
<strong>Negro</strong>, especialmente na região <strong>de</strong> entorno do Parque;<br />
IV.4 Monitorar a qualida<strong>de</strong> físico-química e biológica da água do rio Passa-<br />
Três , na área <strong>de</strong> entrono do Parque;<br />
• As análises <strong>de</strong>verão ser realizadas a cada 6 meses<br />
IV.5 Monitorar a qualida<strong>de</strong> físico-química e biológica do rio <strong>Negro</strong>, na região<br />
<strong>de</strong> entorno do Parque;<br />
• As análises <strong>de</strong>verão ocorrer a cada seis meses;<br />
IV.6 Realizar o monitoramento da ictiofauna dos rios Passa-Três e <strong>Negro</strong>, a<br />
fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar espécies indicadoras <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ambiental e verificar as<br />
possíveis populações reduzidas;<br />
IV.7 Monitorar atropelamentos <strong>de</strong> fauna na estrada <strong>de</strong> acesso ao Parque e na<br />
estrada inserida na Zona <strong>de</strong> Amortecimento;<br />
•Os animais atropelados <strong>de</strong>verão ser registrados, fotografados quando<br />
possível e enviados, se possível, ao Museu <strong>de</strong> História Natrural Capão da Imbuia.<br />
192
V – Alternativas <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
Objetivos<br />
I<strong>de</strong>ntificar as alternativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da Zona <strong>de</strong> Amortecimento que<br />
sejam compatíveis com a conservação do ambiente natural;<br />
Fomentar junto aos proprietários da Zona <strong>de</strong> Amortecimento o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s compatíveis com a conservação do ambiente;<br />
Fomentar o comprometimento da comunida<strong>de</strong> local com a Unida<strong>de</strong>, sentindose<br />
responsável pela sua conservação.<br />
Indicadores<br />
Estudos <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s alternativas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda nas<br />
proprieda<strong>de</strong>s do entorno em um ano após a implantação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Estudos para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas com potencial para ecoturismo na região<br />
em até um ano após a aprovação do Plano;<br />
I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas ou proprieda<strong>de</strong>s que possam ser incluídas na Rota dos<br />
Tropeiros, em até 3 meses após a aprovação do Plano;<br />
Implementar o Parque <strong>Municipal</strong> Maximiano Pfeffer em até 1 ano após a<br />
aprovação do Plano;<br />
Cadastramento dos moradores da Zona <strong>de</strong> Amortecimento e os respectivos<br />
usos do solo em até 6 meses após a aprovação do Plano;<br />
Estudo da viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> entorno do Parque na<br />
Associação dos Artesãos <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> (ASSOART), expondo e comercializando<br />
artesanatos no Parque, em 1 ano após a aplicação do Plano.<br />
Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />
V.1 Realizar estudos que visem ativida<strong>de</strong>s, nas áreas <strong>de</strong> entorno,<br />
ambientalmente menos impactantes como o <strong>de</strong>senvolvimento da agricultura<br />
orgânica, sistemas silvipastoris e agropastoris, produção <strong>de</strong> mel com espécies<br />
nativas, artesanato regional;<br />
• As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>verão contemplar <strong>de</strong> forma especial a conservação da<br />
Unida<strong>de</strong> e do seu entorno;<br />
V.2 I<strong>de</strong>ntificar áreas com potencial para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ecoturismo e turismo<br />
rural na região;<br />
V.3 Cadastrar os moradores da Zona <strong>de</strong> Amortecimento do Parque e<br />
levantar os diversos usos do solo na região;<br />
V.4 Divulgar, entre os visitantes do Parque, a culinária e o artesanato da<br />
região.<br />
VI – Programa <strong>de</strong> Integração Externa<br />
Objetivos<br />
Divulgar intensamente os objetivos <strong>de</strong> manejo do Parque <strong>de</strong> modo que a<br />
comunida<strong>de</strong> rionegrense, seja aliada nas atitu<strong>de</strong>s conservacionistas;<br />
193
Integrar o Parque com as proprieda<strong>de</strong>s vizinhas <strong>de</strong> <strong>de</strong> modo que se sintam<br />
responsáveis pela manutenção da biodiversida<strong>de</strong> na região;<br />
Promover integração entre as ativida<strong>de</strong>s na região e os objetivos do Parque;<br />
Instituir parcerias que colaborem com a administração do Parque.<br />
Indicadores<br />
Levantamento <strong>de</strong> empresas, instituições , universida<strong>de</strong>s e ONGs que<br />
possam atuar ou já atuam como parceiras da Unida<strong>de</strong> após a aprovação do Plano;<br />
Contatos estabelecidos com as instituições levantadas, a partir da<br />
homologação do Plano;<br />
Oficializar parcerias com pelo menos uma entida<strong>de</strong> governamental e uma<br />
não-governamental no período relativo aos dois primeiros anos <strong>de</strong> vigência do<br />
Plano;<br />
Oficializar parcerias já existentes com duas empresas da região, a partir da<br />
implantação do Plano;<br />
Estabelecer e oficializar parcerias técnicas com a Universida<strong>de</strong> do município<br />
vizinho <strong>de</strong> Mafra, SC, imediatamente após a homologação do Plano <strong>de</strong> Manejo;<br />
Estabelecer parcerias coma faculda<strong>de</strong> local, que funciona no prédio da<br />
<strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>, imediatamente após a homologação do Plano;<br />
Renovação das parcerias ou estabelecimento <strong>de</strong> outras, a cada dois anos;<br />
Realização <strong>de</strong> no mínimo 2 reuniões envolvendo os lí<strong>de</strong>res das comunida<strong>de</strong>s<br />
locais, empresários da região e proprietários do entorno da Unida<strong>de</strong>, no primeiro<br />
ano <strong>de</strong> vigência do Plano;<br />
Envolvimento da equipe do Parque em ativida<strong>de</strong>s relativas a pelo menos uma<br />
data comemorativa do Município;<br />
Produção <strong>de</strong> 2.000 fol<strong>de</strong>rs ambientais em seis meses após a homologação<br />
do Plano.<br />
Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />
VI.1 Contatar as empresas locais que já são parceiras ou que tem<br />
potencial para isso a fim <strong>de</strong> oficializar as parcerias nos projetos <strong>de</strong> divulgação,<br />
educação ambiental e <strong>de</strong> pesquisa do Parque;<br />
VI.1.2 Buscar as parcerias tanto no que se refere à cooperação técnica como<br />
no que diz respeito a subsídios financeiros;<br />
VI.3 Elaborar projetos a serem encaminhados a ONGs e Órgãos<br />
governamentais a fim <strong>de</strong> conseguir subsídios para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas<br />
e eventuais necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhorias no Parque;<br />
VI.4 Firmar parceria com o setor <strong>de</strong> Ciências Biológicas da Universida<strong>de</strong> do<br />
Contestado-campus Mafra, para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas nas áreas<br />
disponibilizadas pela Unida<strong>de</strong>;<br />
•As parcerias <strong>de</strong>verão ser realizadas através <strong>de</strong> convênios entre a gerência<br />
do Parque, e a Universida<strong>de</strong>;<br />
•As parcerias <strong>de</strong>verão ser reavaliadas e renovadas, se for o caso, a cada<br />
dois anos;<br />
194
VI.5 Estabelecer parceira com o Centro Paleontológico (CENPALEO),<br />
da UnC – Mafra;<br />
VI.5.1 Estabelecer parceria a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver em conjunto projetos para<br />
a conservação ou recuperação da floresta ciliar do rio <strong>Negro</strong>, através do Projeto<br />
Corredor Paraná-Pantanal;<br />
VI.5.2 Estabelecer parceria para estudos geomorfológicos a serem<br />
<strong>de</strong>senvolvidos na Unida<strong>de</strong>, e para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> geo-morfologia<br />
e paleontologia na Zona <strong>de</strong> Amortecimento que abrange a região do “Moto-cross”;<br />
•Essas parcerias <strong>de</strong>verão ser firmadas através da gerência do Parque e o<br />
CENPALEO;<br />
•A parceria <strong>de</strong>verá ser reavaliada e renovada, se for o caso, a cada dois<br />
anos;<br />
VI.6 Estabelecer parceria com a Faculda<strong>de</strong> que funciona na se<strong>de</strong> da<br />
<strong>Prefeitura</strong>;<br />
VI.7 Listar e contactar os proprietários rurais e <strong>de</strong> empresas do entorno<br />
do Parque;<br />
V.7.1 Realizar palestras com os proprietários a fim <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quar as<br />
respectivas ativida<strong>de</strong>s com a proteção da Unida<strong>de</strong> e do seu entorno;<br />
VI.8 Produzir novo material <strong>de</strong> divulgação do Parque, abrangendo as<br />
questões ambientais;<br />
• O material <strong>de</strong>verá ser organizado por equipe <strong>de</strong> técnicos do Parque, e ter<br />
linguagem <strong>de</strong> fácil compreensão;<br />
•O material po<strong>de</strong>rá contar com apoio para <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> produção e, neste<br />
caso, ter espaço para divulgação;<br />
VI.8 Realizar reuniões com as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> entorno do Parque;<br />
VI.9 As reuniões <strong>de</strong>verão ocorrer, preferencialmente, <strong>de</strong>ntro do Parque;<br />
6. ÁREAS ESTRATÉGICAS<br />
6.1 Áreas Estratégicas Internas<br />
São áreas relevantes para o manejo e alcance dos objetivos <strong>de</strong> criação da<br />
UC, com i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> fundamentada em condições ecológicas peculiares e/ou<br />
vocação para ativida<strong>de</strong>s específicas, para as quais serão direcionadas estratégias<br />
visando reverter ou ou otimizar as forças/fraquezas da UC.<br />
6.1.1 Área Estratégica – Se<strong>de</strong> da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong><br />
4. Inserção no Zoneamento:<br />
Compreen<strong>de</strong> a área inserida na Zona <strong>de</strong> Uso Intensivo e parte da Zona <strong>de</strong><br />
Uso Especial, E Zona Histórico-cultural<br />
5. Descrição Geográfica do Espaço:<br />
A região da se<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong> a área do estacionamento, entrada do Parque,<br />
o Palácio Seráfico on<strong>de</strong> atualmente funciona a <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong>,<br />
195
os bosques e campo <strong>de</strong>stinados à visitação pública, estrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro<br />
florestal e o viveiro florestal.<br />
6. Resultados Esperados:<br />
A<strong>de</strong>quar a utilização da se<strong>de</strong> do antigo Seminário Seráfico, como <strong>Prefeitura</strong><br />
<strong>Municipal</strong>, cinema, auditório e faculda<strong>de</strong> às normas <strong>de</strong> conservação do Parque;<br />
Minimizar os impactos ambientais oriundos do Uso Público da área;<br />
Conservar os aspectos histórico-ambientais <strong>de</strong>ssa área;<br />
Propiciar estrutura a<strong>de</strong>quada para o atendimento ao visitante e aos usuários<br />
da <strong>Prefeitura</strong>, do cinema e da faculda<strong>de</strong>.<br />
7. Indicadores<br />
Sistema <strong>de</strong> placas e sinalização reavaliados e rea<strong>de</strong>quados em 6 meses<br />
após a aprovação do Plano;<br />
Estacionamento reavaliado e reestruturado em até um ano após a<br />
implantação do Plano;<br />
Sistema <strong>de</strong> vigilância rea<strong>de</strong>quado e treinado em até 6 meses após a<br />
arovação do Plano;<br />
Normas para os usuários da <strong>Prefeitura</strong>, cinema, auditório e da faculda<strong>de</strong><br />
estabelecidas em até 3 meses após a aprovação do Plano;<br />
Reestruturação do projeto <strong>de</strong> paisagismo para esta área durante os primeiros<br />
2 anos <strong>de</strong> vigência do Plano;<br />
Centro <strong>de</strong> visitantes estruturado durante os 3 primeiros anos <strong>de</strong> vigência do<br />
Plano;<br />
Aquisição <strong>de</strong> equipamentos audio-visuais para o centro <strong>de</strong> visitantes em até<br />
um ano <strong>de</strong> vigência do plano;<br />
Aquisição <strong>de</strong> equipamentos e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> melhorias no viveiro<br />
florestal durante os cinco anos <strong>de</strong> vigência <strong>de</strong>ste Plano, antes <strong>de</strong> ser revisado;<br />
Normas <strong>de</strong> conduta para o viveiro florestal em 3 meses após a aprovação do<br />
Plano;<br />
Estudos e pesquisas iniciados nessa área até o quarto ano <strong>de</strong> vigência <strong>de</strong>sse<br />
Plano.<br />
8.Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />
I – Operacionalização<br />
I.1 Reavaliar a eficácia do sistema <strong>de</strong> vigilância nessa área;<br />
I.1.1 Oferecer cursos e treinamentos para todos os vigilantes<br />
• Os cursos <strong>de</strong>verão abranger questões ambientais, relações humanas para<br />
o trabalho e as normas específicas do Parque;<br />
I.1.2 Organizar sistema <strong>de</strong> remanejamento para funcionários da vigilância<br />
que não se a<strong>de</strong>quem às normas do Parque;<br />
I.2 Estabelecer normas <strong>de</strong> conduta para funcionários e usuários<br />
da <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>, cinema, faculda<strong>de</strong> , auditório, garagem da<br />
merenda escolar e viveiro florestal;<br />
196
∗ As normas <strong>de</strong> conduta <strong>de</strong>verão ser repassadas a todos os funcionários e<br />
usuários diários da <strong>Prefeitura</strong>, como os acadêmicos da faculda<strong>de</strong>, usuários do<br />
viveiro e pessoal que realiza carga e <strong>de</strong>scarga, através <strong>de</strong> uma palestra;<br />
∗ Na palestra, <strong>de</strong>verão ser colocadas as normas referentes ao uso a<strong>de</strong>quado<br />
do estacionamento, velocida<strong>de</strong> máxima permitida, <strong>de</strong>pósito correto <strong>de</strong> lixo e tocos<br />
<strong>de</strong> cigarro, horários permitidos para entrada e saída do Parque, formas <strong>de</strong><br />
penalida<strong>de</strong>s, entre outros;<br />
• Deverá ficar claro aos usuários e funcionários que o acesso às trilhas do<br />
Parque nas segundas-feiras não é permitido.<br />
∗ Deverão ser colocadas lombadas na estrada <strong>de</strong> acesso ao viveiro florestal<br />
municipal;<br />
I.3 Reavaliar o sistema <strong>de</strong> placas alterando ou introduzindo<br />
novas normas ou orientações;<br />
I.3.1 Colocar placas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> máxima permitida na estrada <strong>de</strong> saída <strong>de</strong><br />
visitantes;<br />
∗ As placas <strong>de</strong>verão conter sinalização/orientação sobre possíveis animais<br />
que po<strong>de</strong>m atravessar a estrada;<br />
∗ As placas <strong>de</strong>verão conter também a velocida<strong>de</strong> máxima permitida <strong>de</strong><br />
20km/hora;<br />
I.4 Normatizar o uso do cinema;<br />
I.4.1 Compatibilizar o uso público do cinema com as visitas <strong>de</strong> grupos<br />
organizados, a fim <strong>de</strong> não agendar visitas no Parque para usuários do cinema e<br />
outros grupos no mesmo horário, causando uma pressão <strong>de</strong> uso sobre o parque;<br />
∗ Deverão ser repassadas regras claras aos usuários do cinema quanto aos<br />
dias e horários <strong>de</strong> visitação do Parque;<br />
∗ Não <strong>de</strong>verão ser realizadas sessões <strong>de</strong> cinema nas segunda-feiras.<br />
I.5 Reavaliar a disposição e quantida<strong>de</strong> atual <strong>de</strong> lixeiras<br />
distribuídas nessa área;<br />
I.5.1 Verificar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colocação <strong>de</strong> mais lixeiras;<br />
I.5.2 Reavaliar o sistema <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> lixo separado na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta<br />
disposta nessa área;<br />
∗ A coleta <strong>de</strong>verá obrigatoriamente ocorrer todas as semanas e <strong>de</strong> forma que<br />
não sejam espalhados resíduos no entorno da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta por ocasião do<br />
transporte do lixo para o caminhão.<br />
I.6 Disponibilizar e a<strong>de</strong>quar uma sala em um dos anexos da<br />
se<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> criar um centro <strong>de</strong> visitantes;<br />
I.6.1 A<strong>de</strong>quar o centro para realizar cadastro dos visitantes, repassar as<br />
normas e <strong>de</strong>senvolver palestras educativas com os mesmos, durante a semana,<br />
prestar orientações, nos finais <strong>de</strong> semana;<br />
∗ Todos os visitantes que visitam o Parque pela primeira vez, <strong>de</strong>verão,<br />
obrigatoriamente, passar pelo centro <strong>de</strong> visitantes;<br />
∗ Todos os grupos organizados que visitam o Parque <strong>de</strong>verão,<br />
necessariamente, passar pelo Centro <strong>de</strong> Visitantes;<br />
1.6.2 Disponibilizar no centro <strong>de</strong> visitantes, painéis, exposições, retroprojetor,<br />
TV e ví<strong>de</strong>o, mesa e ca<strong>de</strong>iras, maquete do Parque, fol<strong>de</strong>rs, etc, a fim <strong>de</strong> divulgar e<br />
orientar o visitante no momento da visita.<br />
∗ Deverão ser adquiridos equipamentos audio-visuais como TV, ví<strong>de</strong>o e<br />
retroprojetor, 30 ca<strong>de</strong>iras e uma mesa para as palestras e orientações;<br />
197
I.7 Reestruturar o estacionamento, <strong>de</strong> forma a otimizar a sua<br />
capacida<strong>de</strong> e evitar que as enxurradas provoquem erosões e buracos;<br />
I.8 Reavaliar periodicamente a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong><br />
equipamentos e novas tecnologias para o Viveiro Florestal <strong>Municipal</strong>;<br />
I.9 Construir guarita na entrada <strong>de</strong> acesso ao Viveiro.<br />
II – Educação e Interpretação Ambiental<br />
II.1 Manutenção das placas indicativas com as normas gerais do Parque;<br />
II.2 Utilização do campo, do bosque <strong>de</strong> coníferas e viveiro florestal para<br />
ativida<strong>de</strong>s ambientais lúdicas, gincanas ecológicas e aprendizado sobre produção<br />
<strong>de</strong> mudas, <strong>de</strong> acordo com as normas <strong>de</strong> conservação do Parque e ativida<strong>de</strong>s<br />
previstas no Encarte 3 item 3.7.1;<br />
II.3 Utilização da capela para educação, no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o senso<br />
<strong>de</strong> preservação do patrimônio histórico, interpretação dos estilos utilizados nas<br />
pinturas e técnicas <strong>de</strong> conservação.<br />
III – Pesquisa e Monitoramento<br />
III.1 Desenvolver estudos sobre conservação <strong>de</strong> ambientes como o da<br />
Capela Cônego José Hernser;<br />
III.1.1 Desenvolver estudos sobre a influência da visitação, umida<strong>de</strong>, poeira,<br />
luminosida<strong>de</strong>, etc, na proliferação <strong>de</strong> fungos sobre as pinturas;<br />
III.1.2 Desenvolver estudos sobre a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>ntro do ambiente<br />
da capela;<br />
• Os estudos <strong>de</strong>verão ser realizados por técnicos previamente cadastrados<br />
no Parque, em parceria com os setores municipais responsáveis pela capela;<br />
• As pesquisas somente serão autorizadas mediante análise técnica <strong>de</strong><br />
projeto;<br />
• Qualquer intervenção necessária somente po<strong>de</strong>rá ser realizada após a<br />
comprovação da necessida<strong>de</strong> da mesma através <strong>de</strong> projeto, <strong>de</strong> forma que não<br />
altere a pintura original.<br />
III.2 Desenvolver pesquisas com a Asyio stigius, regularmente visualizada<br />
nessa área;<br />
III.3 Realizar levantamento <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> morcegos na região das torres do<br />
prédio principal, em continuida<strong>de</strong> com o Inventário <strong>de</strong> Quiroptera, já <strong>de</strong>senvolvido<br />
no Parque;<br />
•As pesquisas só po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong>senvolvidas após projeto e licença cedida<br />
pelo IBAMA;<br />
IV – Proteção e Manejo<br />
IV.1 Realizar vistorias em toda a área, diariamente, a fim <strong>de</strong> verificar<br />
possíveis danos causados por visitantes no ambiente e no complexo histórico;<br />
IV.1.1 Realizar vistorias a fim <strong>de</strong> impedir que visitantes do Parque coletem<br />
flores, frutos ou qualquer objeto que seja do patrimônio do Parque;<br />
IV.I.2 Retirar todo o lixo encontrado nessa área e <strong>de</strong>positá-lo em local<br />
apropriado;<br />
198
• A equipe <strong>de</strong> vigilância, bem como qualquer ouro funcionário do Parque<br />
<strong>de</strong>verá zelar para que nenhum visitante <strong>de</strong>posite lixo em local não apropriado;<br />
IV.2 Provi<strong>de</strong>nciar, gradualmente, ao longo dos anos, a substituição das<br />
espécies vegetais exóticas <strong>de</strong>sta Área;<br />
• Deverá ser dado ênfase às espécies invasoras, como a hermátrea, o pinus<br />
e o beijo-<strong>de</strong>-fra<strong>de</strong>;<br />
• Após a retirada das espécies invasoras, <strong>de</strong>ve-se substituir, gradativamente,<br />
as espécies exóticas aparentemente sem potencial invasor por nativas;<br />
IV.3 Desenvolver projeto paisagístico proposto contemplando a utilização <strong>de</strong><br />
espécies nativas;<br />
• Esse projeto <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>senvolvido com a cooperação <strong>de</strong> herbários,<br />
botânicos e outros técnicos, <strong>de</strong>vidamente contatados através da gerência do<br />
Parque;<br />
IV.4 Continuida<strong>de</strong> dos trabalhos <strong>de</strong> prevenção da CIPA<br />
6.1.2 Área Estratégica – Centro Ambiental Casa Branca<br />
4. Inserção no Zoneamento<br />
Compreen<strong>de</strong> todo o entorno do CACB , enquadrado na Zona <strong>de</strong> Uso<br />
Intensivo, e o Centro Ambiental, enquadrado na Zona <strong>de</strong> Uso Especial.<br />
b) Descrição Geográfica do Espaço<br />
Compren<strong>de</strong> a região dos tanques, ponte pênsil, caixas <strong>de</strong> melipôneas<br />
interior do CACB.<br />
e o<br />
c) Resultados Esperados:<br />
Proteção do patrimônio histórico na região dos tanques, das cisternas e<br />
bomba d'água, antes utilizados pelos franciscanos como sistema <strong>de</strong> captação e<br />
tratamento da água que abastecia o Seminário;<br />
Proteção da flora e fauna limnológica nativa ocorrente nos tanques;<br />
Efetivação do exercício da contemplação da natureza no entorno dos tanques<br />
e na ponte pênsil;<br />
Produção <strong>de</strong> conhecimentos no que diz respeito à fauna limnológica, abelhas<br />
meliponeas e flora nativas;<br />
Conhecimento dos aspectos históricos do Parque que envolvem a região dos<br />
tanques e CACB;<br />
Utilização do CACB como casa do pesquisador e local <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da educação ambiental, durante a semana;<br />
Desmistifação do CACB como local para turismo, principalmente para os<br />
visitantes que buscam o lazer <strong>de</strong>ntro do Parque, nos finais <strong>de</strong> semana.<br />
c) Indicadores<br />
199
Pelo menos uma pesquisa <strong>de</strong>senvolvida na área <strong>de</strong> limnologia e entomologia<br />
(abelhas), no <strong>de</strong>correr dos quatro próximos anos;<br />
Oferta <strong>de</strong> pelo menos, um curso por ano, na área <strong>de</strong> Meliponias, oferecidas<br />
aos apicultores da região, a partir <strong>de</strong> 2005;<br />
Utilização das abelhas Meliponeas como banco genético, sem produção<br />
comercial do mel, a partir da homologação do PM;<br />
Manutenção das placas indicativas, <strong>de</strong> segurança e normas no local;<br />
Restaurar, em no máximo um ano após a homologação do PM, a cisterna e<br />
a bomba d'água situada em frente ao CACB;<br />
Colocar placas <strong>de</strong> limites <strong>de</strong> acesso do visitante no local on<strong>de</strong> encontra-se<br />
as cisternas na região limítrofe com a Zona Primitiva, concomitante ao processo <strong>de</strong><br />
restauração e vedação das mesmas;<br />
Colocação <strong>de</strong> 2 placas, nos dois acessos da ponte pênsil, proibindo a prática<br />
<strong>de</strong> banho na cachoeira e <strong>de</strong>finindo a capacida<strong>de</strong> máxima da ponte;<br />
Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição do sistema <strong>de</strong> abastecimento do CACB, em até<br />
6 meses após a homologação do Plano;<br />
Apresentação <strong>de</strong> relatórios semanais <strong>de</strong> monitoramento e fiscalização, a<br />
partir da homologação do PM;<br />
Continuida<strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> manutenção dos equipamentos científicos, <strong>de</strong><br />
informática e dos livros do CACB; com realização <strong>de</strong> revisão dos equipamentos a<br />
cada 3 meses;<br />
Continuida<strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> utilização do laboratório e herbário do CACB,<br />
para auxílio ao pesquisador;<br />
Incrementar, a cada ano , o CACB com novas tecnologias;<br />
Utilização do piso superior do CACB, anexo ao auditório, como dormitório<br />
para os pesquisadores;<br />
Recuperação <strong>de</strong> um dos três banheiros, rea<strong>de</strong>quando-o com instalação <strong>de</strong><br />
um chuveiro, em seis meses após a homologação do Plano;<br />
Fiscalização intensiva no local, principalmente nos finais <strong>de</strong> semana, a partir<br />
da implantação do Plano;<br />
d) Ativida<strong>de</strong>s, Sub-ativida<strong>de</strong>s e Normas<br />
I – Operacionalização<br />
I.1) Restaurar as cisternas e a bomba d'água;<br />
I.1.1) Realizar uma vistoria no local para análise do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação;<br />
I.1.2) Implementar as obras necessárias utilizando mão-<strong>de</strong>-obra do próprio<br />
Parque;<br />
• O processo <strong>de</strong>ve ser acompanhado <strong>de</strong> um restaurador e um técnico do<br />
Parque, visando evitar qualquer impacto ambiental;<br />
I.2) Manter a trilha <strong>de</strong> acesso às cisternas, com largura <strong>de</strong> 0,40m;<br />
I.2.1) Analisar o caminho já existente <strong>de</strong>finindo bem o limite entre o mesmo e<br />
a Zona Primitiva do local;<br />
I.2.2) Colocar placa proibindo o acesso <strong>de</strong> visitantes nessa trilha;<br />
• As melhorias <strong>de</strong>verão ser realizadas <strong>de</strong> forma a não permitir que o visitante<br />
saia do circuito estipulado;<br />
• O acesso à trilha até as cisternas <strong>de</strong>verá ser restrito ao pessoal da<br />
manutenção, pesquisadores ou visitantes que <strong>de</strong>sejam estudar o histórico do<br />
200
sistema <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água que abastecia o antigo Seminário, em número limitado<br />
<strong>de</strong> 10 pessoas, somente via agendamento específico;<br />
I.2.3 Colocar placa limítrofe na altura do último tanque;<br />
I.3 Substituir o sistema <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água para o CACB;<br />
I.3.1 Desativar o processo atual que conduz água do tanque ao CACB;<br />
I.3.2 Contactar a Sanepar para a viabilização da obra;<br />
I.3.3 Implantar sistema <strong>de</strong> abastecimento através da SANEPAR;<br />
• As obras necessárias <strong>de</strong>verão se realizadas <strong>de</strong> forma a causar o mínimo<br />
impacto ambiental possível;<br />
• As obras <strong>de</strong>verão ser acompanhadas por técnicos do Parque e pelo<br />
Gerente do mesmo;<br />
I.4 Rea<strong>de</strong>quar um dos compartimentos do banheiro para a instalação <strong>de</strong> um<br />
chuveiro;<br />
I.4.1 Rea<strong>de</strong>quar sistema <strong>de</strong> canalização da água;<br />
I.4.2 Instalar o chuveiro;<br />
∗ A mão-<strong>de</strong>-obra <strong>de</strong>verá ser oriunda da própria <strong>Prefeitura</strong>.<br />
O Centro Ambiental <strong>de</strong>verá permanecer fechado nos finais <strong>de</strong> semana,<br />
sendo que a visitação para consulta com os técnicos, pesquisa bibliográfica, etc<br />
<strong>de</strong>vem ser realizadas <strong>de</strong> acordo com as normas gerais do Parque, <strong>de</strong>scritas no item<br />
4.2.<br />
II – Educação e Interpretação Ambiental<br />
II.1 As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação e Interpretação Ambiental serão realizadas <strong>de</strong><br />
acordo como previsto no item 3.7.1 do Encarte 3.<br />
III – Pesquisa e Monitoramento<br />
III.1. Desenvolver pesquisa sobre limnologia nos tanques;<br />
III.2.1 I<strong>de</strong>ntificar os grupos mais relevantes da fauna invertebrada nativa dos<br />
tanques;<br />
III.2.2 Levantar quantitativa e qualitativamente os grupos <strong>de</strong> algas ocorrentes<br />
nos tanques;<br />
III.2.3 Levantar as espécies típicas da fauna anfíbia e ictiológica dos tanques.<br />
IV – Proteção e Manejo<br />
IV.1 A fiscalização nessa área <strong>de</strong>verá ser intensificada, especialmente nos<br />
finais <strong>de</strong> semana e feriados;<br />
IV.2 Fazer escala para vigilância noturna na guarita ao lado do CACB;<br />
IV.3 Realizar vistorias diárias em toda a área, incluindo a cachoeira;<br />
IV.3.1 Qualquer alteração verificada <strong>de</strong>verá ser colocada em relatório previsto<br />
no item 6.1.2 c);<br />
IV.3.2 Qualquer resíduo encontrado nessa área <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>vidamente<br />
retirado.<br />
201