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um estudo de revisão e proposta conceitual - Revista da Sociedade ...

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ÁREAS VERDES URBANAS: UM ESTUDO DE REVISÃO E PROPOSTA<br />

CONCEITUAL<br />

Danúbia Caporusso Bargos 1 , Lindon Fonseca Matias 2<br />

(recebido em 18.11.2010 e aceito para publicação em 15.09.2011)<br />

RESUMO<br />

A busca pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas práticas e reflexões relaciona<strong>da</strong>s ao<br />

planejamento urbano tem sido evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> no Brasil e no mundo pelo elevado número<br />

<strong>de</strong> pesquisas e <strong>estudo</strong>s técnicos e científicos realizados nos últimos anos. Muitos<br />

<strong>de</strong>sses <strong>estudo</strong>s apontam a vegetação intraurbana como importante indicador <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>vido às funções ecológicas, estéticas e <strong>de</strong> lazer<br />

que ela po<strong>de</strong> exercer. Neste contexto, a vegetação urbana recebe diferentes<br />

nomenclaturas que são utiliza<strong>da</strong>s indistintamente como sinônimos do termo áreas<br />

ver<strong>de</strong>s, quando na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, em muitos casos, não o são. O presente artigo busca<br />

contribuir para o <strong>de</strong>bate teórico e <strong>conceitual</strong> relacionado ao tema áreas ver<strong>de</strong>s<br />

urbanas por meio <strong>da</strong> realização <strong>de</strong> <strong>um</strong>a revisão e proposição para a<strong>de</strong>quação do<br />

termo em questão.<br />

Palavras-chave: Áreas ver<strong>de</strong>s; Espaço urbano; Conceito; Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental.<br />

1 Mestre em Geografia pelo DGEO/UNICAMP. Doutoran<strong>da</strong> em Geografia no Departamento <strong>de</strong><br />

Geografia do Instituto <strong>de</strong> Geociências <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas – UNICAMP.<br />

<strong>da</strong>nubia@ige.unicamp.br.<br />

2 Doutor em Geografia pela FFLCH/USP. Professor do Departamento <strong>de</strong> Geografia do Instituto<br />

<strong>de</strong> Geociências <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas – UNICAMP. lindon@ige.unicamp.br.<br />

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BARGOS E MATIAS<br />

URBAN GREEN AREAS: A REVIEW AND CONCEPTUAL PROPOSAL<br />

ABSTRACT<br />

The <strong>de</strong>velopment of new practices and reflections related to urban planning in Brazil<br />

and in the world, has been ma<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nt by the large amount of researches, technical<br />

and scientific studies carried out in the recent years. Several of those studies indicate<br />

the intra-urban vegetation as an important indicator of the environmental quality in<br />

cities due to its ecological, aesthetic and recreational functions that it can exert. In this<br />

context, urban vegetation has different classifications used indistinctly as synonyms of<br />

the term green areas, when in reality they are not. This paper aims to contribute to the<br />

theoretical and conceptual <strong>de</strong>bate related to the theme urban green areas by a review<br />

and propositions for the adjustment of the term.<br />

Keywords: Green areas; Urban space; Concept; Environmental quality.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Des<strong>de</strong> a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1970 as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras têm sofrido as mais intensas<br />

transformações. A busca pela compreensão <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos aspectos do espaço<br />

urbano, relacionados às suas dimensões socioambientais, tornou-se <strong>um</strong>a<br />

preocupação ca<strong>da</strong> vez mais presente para o planejamento e a gestão urbana. Os<br />

temas relacionados à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong>s áreas urbanas vêm sendo <strong>de</strong>batidos<br />

por diversos pesquisadores nos níveis técnicos e científicos. Dentre os temas <strong>de</strong><br />

relevância, a vegetação intraurbana ganhou <strong>de</strong>staque nos últimos anos <strong>de</strong>vido às<br />

funções que esta po<strong>de</strong> exercer na melhoria <strong>da</strong>s condições do ambiente urbano.<br />

Embora a vegetação seja consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> por diversos pesquisadores como <strong>um</strong><br />

importante indicador <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental urbana é possível notar divergências<br />

conceituais entre aqueles que estu<strong>da</strong>m o tema, pois termos como áreas ver<strong>de</strong>s,<br />

espaços livres, áreas <strong>de</strong> lazer, por exemplo, são utilizados indistintamente como<br />

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Áreas ver<strong>de</strong>s urbanas... 174<br />

sinônimos para referência à presença <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, quando na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> não o são<br />

necessariamente.<br />

Mesmo com a ausência <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>de</strong>finição consensual, o termo mais utilizado<br />

para <strong>de</strong>signar a vegetação urbana é “áreas ver<strong>de</strong>s”. O problema <strong>da</strong> falta do consenso<br />

sobre esta terminologia se reflete, entre outras coisas, nas tentativas <strong>de</strong> comparações<br />

entre os variados índices <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s (IAV), obtidos por meio do emprego <strong>de</strong><br />

diversas metodologias para diferentes ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

No intuito <strong>de</strong> contribuir para o <strong>de</strong>bate <strong>da</strong>s reflexões teóricas e metodológicas<br />

relaciona<strong>da</strong>s ao assunto este artigo apresenta <strong>um</strong>a revisão <strong>conceitual</strong> e <strong>um</strong>a <strong>proposta</strong><br />

<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação para o termo áreas ver<strong>de</strong>s urbanas.<br />

Áreas Ver<strong>de</strong>s Urbanas: Revisão Conceitual<br />

Conforme Nucci (2001), <strong>um</strong> atributo muito importante, porém negligenciado no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, é o <strong>da</strong> cobertura vegetal, pois além <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que o ser h<strong>um</strong>ano tem em relação à vegetação é importante lembrar<br />

que as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s estão ca<strong>da</strong> vez mais poluí<strong>da</strong>s, e esta poluição, principalmente no ar e<br />

nos rios, po<strong>de</strong> ser reduzi<strong>da</strong> substancialmente preservando-se a vegetação local.<br />

Os termos áreas ver<strong>de</strong>s, espaços/áreas livres, arborização urbana, ver<strong>de</strong><br />

urbano, têm sido frequentemente utilizados no meio científico com o mesmo<br />

significado para <strong>de</strong>signar a vegetação intraurbana. No entanto, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar<br />

que a maioria <strong>de</strong>les não são sinônimos, e tampouco se referem aos mesmos<br />

elementos.<br />

A falta <strong>de</strong> consenso em relação ao termo áreas ver<strong>de</strong>s se evi<strong>de</strong>ncia, entre<br />

outras coisas, na dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para o mapeamento e classificação/categorização <strong>de</strong>ssas<br />

áreas, além <strong>da</strong>s tentativas <strong>de</strong> comparações entre os diferentes índices <strong>de</strong> áreas<br />

ver<strong>de</strong>s (IAV) obtidos segundo o emprego <strong>de</strong> diferentes metodologias retratando<br />

locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s diversas. A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> do conhecimento <strong>de</strong>ssas áreas no ambiente<br />

urbano <strong>de</strong>staca-se <strong>de</strong>vido às funções que elas <strong>de</strong>sempenham na melhoria <strong>da</strong>s<br />

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BARGOS E MATIAS<br />

condições ambientais e <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população 3 , à diversificação <strong>da</strong> paisagem<br />

construí<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ntre outras 4 .<br />

Cavalheiro e Del Picchia (1992) consi<strong>de</strong>ram que, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>conceitual</strong>,<br />

<strong>um</strong>a área ver<strong>de</strong> é sempre <strong>um</strong> espaço livre e que o termo espaço livre <strong>de</strong>veria ser<br />

preferido ao invés <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, pois segundo os autores é <strong>um</strong> termo mais<br />

abrangente que inclui ain<strong>da</strong> as águas superficiais. Para eles,<br />

Os espaços livres <strong>de</strong>sempenham basicamente papel ecológico, no<br />

amplo sentido, <strong>de</strong> integrador <strong>de</strong> espaços diferentes, baseando-se,<br />

tanto no enfoque estético, como ecológico e <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> áreas para o<br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> lazer ao ar livre. (CAVALHEIRO; DEL PICCHIA,<br />

1992, p. 31).<br />

Para Geiser et al. (1975, p. 30) (apud CAVALHEIRO; DEL PICCHIA, 1992), as<br />

áreas ver<strong>de</strong>s são “[...] áreas com vegetação fazendo parte dos equipamentos urbanos,<br />

parques, jardins, cemitérios existentes, áreas <strong>de</strong> „pequenos jardins‟, alame<strong>da</strong>s,<br />

bosques, praças <strong>de</strong> esportes, „playgrounds‟, „play-lots‟, balneários, „camping‟ e<br />

margens <strong>de</strong> rios e lagos”.<br />

Estas duas <strong>de</strong>finições já seriam necessárias para explicitar a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

temática. Os primeiros autores não <strong>de</strong>ixam claro se as áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ou não ser<br />

constituí<strong>da</strong>s por vegetação, enquanto os últimos não mencionam o porte <strong>de</strong> vegetação<br />

que <strong>de</strong>veria ser predominante nestas áreas (arbórea, arbustiva, herbácea).<br />

Questionamentos parecidos po<strong>de</strong>m ser levantados para Toledo e Santos<br />

(2008), que consi<strong>de</strong>ram que as áreas ver<strong>de</strong>s têm papel fun<strong>da</strong>mental na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população e são espaços <strong>de</strong>stinados à preservação ou implantação <strong>de</strong><br />

vegetação ou ao lazer público; e também para Hardt (1994) (apud HULSMEYER;<br />

SOUZA, 2007), que consi<strong>de</strong>ra que as áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser áreas livres na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

que apresentam características predominantemente naturais, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do<br />

porte <strong>da</strong> vegetação. Neste caso, os primeiros autores não esclarecem se as áreas<br />

3 Jesus e Braga (2005) ressaltam que a vegetação, enquanto <strong>um</strong> indicador <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, atua<br />

associa<strong>da</strong> a outros indicadores (quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar, água, solos, fauna e clima) como elemento<br />

indispensável ao equilíbrio, seja na manutenção <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>as condições vigentes <strong>de</strong>sejáveis, seja nas<br />

ações que visem a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> em áreas comprometi<strong>da</strong>s.<br />

4 Segundo Lobo<strong>da</strong> e De Angelis (2005) a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> urbana está diretamente atrela<strong>da</strong> a vários<br />

fatores que estão reunidos na infraestrutura, no <strong>de</strong>senvolvimento econômico-social e àqueles ligados à<br />

questão ambiental. “No caso do ambiente as áreas ver<strong>de</strong>s públicas constituem-se elementos<br />

imprescindíveis para o bem estar <strong>da</strong> população, pois influencia diretamente a sua saú<strong>de</strong> física e mental”.<br />

(LOBODA e DE ANGELIS, 2005, p.131)<br />

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ver<strong>de</strong>s, quando <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s ao lazer público, <strong>de</strong>vem ser constituí<strong>da</strong>s<br />

predominantemente por vegetação. Já os segundos consi<strong>de</strong>ram como tal quaisquer<br />

áreas que apresentem vegetação, sendo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do porte.<br />

Contrários a esta idéia, Moreiro et al. (2007, p. 20) enten<strong>de</strong>m que:<br />

[...] as áreas ver<strong>de</strong>s englobam locais on<strong>de</strong> predominam a vegetação<br />

arbórea, praças, jardins e parques, e sua distribuição <strong>de</strong>ve servir a<br />

to<strong>da</strong> população, sem privilegiar qualquer classe social e atingir as<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s reais e os anseios para o lazer, <strong>de</strong>vendo ain<strong>da</strong> estar <strong>de</strong><br />

acordo com sua estrutura e formação (como i<strong>da</strong><strong>de</strong>, educação, nível<br />

sócio-econômico). [sem itálico no original]<br />

Outra questão relaciona<strong>da</strong> às concepções anteriores é quanto à proprie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ssas áreas. Elas <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> pública ou priva<strong>da</strong>? Demattê (1997)<br />

(apud TOLEDO; SANTOS, 2008) emprega a expressão áreas ver<strong>de</strong>s a diversos tipos<br />

<strong>de</strong> espaços urbanos que po<strong>de</strong>m ser públicos ou particulares e são abertos, acessíveis<br />

e relacionados com saú<strong>de</strong> e recreação.<br />

Lima et al. (1994) consi<strong>de</strong>ram que é necessário <strong>um</strong> esforço para que os termos<br />

utilizados para classificação <strong>da</strong> vegetação urbana sejam discutidos <strong>de</strong> forma<br />

convergente. Para eles, espaço livre é <strong>um</strong> termo mais abrangente que áreas ver<strong>de</strong>s, e<br />

admitem que entre os espaços livres tem-se:<br />

<br />

Área ver<strong>de</strong>: on<strong>de</strong> há o predomínio <strong>de</strong> vegetação arbórea. Devem ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s as praças, os jardins públicos e os parques urbanos, além<br />

dos canteiros centrais e trevos <strong>de</strong> vias públicas, que tem apenas funções<br />

estéticas e ecológicas. Porém, as árvores que acompanham o leito <strong>da</strong>s vias<br />

públicas não se incluem nesta categoria. Os autores apontam que as áreas<br />

ver<strong>de</strong>s, assim como todo espaço livre, <strong>de</strong>vem também ser hierarquiza<strong>da</strong>s,<br />

segundo sua tipologia (priva<strong>da</strong>s, potencialmente coletivas ou públicas) e<br />

categorias.<br />

Parque Urbano: são áreas ver<strong>de</strong>s, maiores que as praças e jardins,<br />

com função ecológica, estética e <strong>de</strong> lazer.<br />

Praça: po<strong>de</strong> não ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>um</strong>a área ver<strong>de</strong> caso não tenha<br />

vegetação e seja impermeabiliza<strong>da</strong>. Quando apresenta vegetação é<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> jardim, e como área ver<strong>de</strong> sua função principal é <strong>de</strong><br />

lazer.<br />

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BARGOS E MATIAS<br />

<br />

Arborização Urbana: são os elementos vegetais <strong>de</strong> porte arbóreo tais como<br />

árvores no ambiente urbano. As árvores planta<strong>da</strong>s em calça<strong>da</strong>s fazem<br />

parte <strong>da</strong> Arborização Urbana, no entanto, não integram o Sistema <strong>de</strong> Áreas<br />

Ver<strong>de</strong>s.<br />

O sistema <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s é entendido como integrante do sistema <strong>de</strong> espaços<br />

livres. Esta i<strong>de</strong>ia é sustenta<strong>da</strong> também por Nucci (2001) que <strong>de</strong>nomina estas áreas<br />

como <strong>um</strong> subsistema do sistema <strong>de</strong> espaços livres e que <strong>de</strong>vem fornecer possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> lazer à população.<br />

De acordo com este entendimento e consi<strong>de</strong>rando as áreas ver<strong>de</strong>s como <strong>um</strong>a<br />

categoria dos espaços livres <strong>de</strong> construção, Mazzei et al. (2007, p. 35) ressaltam que<br />

estes termos não são sinônimos e que o planejamento <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s visa “[...]<br />

aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana por espaços abertos que possibilitem a<br />

recreação, o lazer e a conservação <strong>da</strong> natureza”. Em suas concepções,<br />

[...] as áreas ver<strong>de</strong>s não são necessariamente volta<strong>da</strong>s para a<br />

recreação e o lazer, objetivos básicos dos espaços livres, porém<br />

<strong>de</strong>vem ser dota<strong>da</strong>s <strong>de</strong> infraestrutura e equipamentos para oferecer<br />

opções <strong>de</strong> lazer e recreação às diferentes faixas etárias, a pequenas<br />

distâncias <strong>da</strong> moradia (que possam ser percorri<strong>da</strong>s a pé) (MAZZEI et<br />

al.., 2007, p. 39).<br />

Um aspecto importante, porém negligenciado nas <strong>de</strong>finições expostas<br />

anteriormente, está relacionado à permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> 5 <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s. Hardt (1994),<br />

citado por Huksmeyer e Souza (2007), consi<strong>de</strong>ra que a permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo em<br />

áreas urbanas está normalmente relaciona<strong>da</strong> aos espaços naturais, <strong>de</strong>monstrando, na<br />

maioria <strong>da</strong>s vezes, melhoria na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental. Muitas <strong>da</strong>s áreas permeáveis<br />

também são espaços livres públicos.<br />

Cavalheiro et al. (1999, p. 7) recomen<strong>da</strong>ram em <strong>um</strong> Boletim Informativo <strong>da</strong><br />

Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Arborização Urbana (SBAU) que a “[...] vegetação e solo<br />

permeável (sem laje) <strong>de</strong>vem ocupar, pelo menos, 70% <strong>da</strong> área total <strong>de</strong> <strong>um</strong>a área<br />

ver<strong>de</strong>”. Guzzo (2006, p. 21) ressaltou que as áreas ver<strong>de</strong>s são “[...] <strong>um</strong> tipo especial<br />

<strong>de</strong> espaço livre urbano on<strong>de</strong> os elementos fun<strong>da</strong>mentais <strong>de</strong> composição são a<br />

vegetação e o solo livre <strong>de</strong> impermeabilização” e que essas áreas <strong>de</strong>vem ser<br />

5 O termo permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> está sendo utilizado <strong>de</strong> forma simples para <strong>de</strong>signar espaços livres <strong>de</strong><br />

construção, sem consi<strong>de</strong>rar as características do tipo <strong>de</strong> solo encontrado nessas áreas.<br />

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Áreas ver<strong>de</strong>s urbanas... 178<br />

constituí<strong>da</strong>s por “[...] pelo menos 70% do seu espaço por áreas vegeta<strong>da</strong>s com solo<br />

permeável”.<br />

Um fator importante a ser consi<strong>de</strong>rado nas afirmações tanto <strong>de</strong> Cavalheiro et<br />

al. (1999) como <strong>de</strong> Guzzo (2006) está relacionado ao valor (70%) estabelecido para a<br />

área com vegetação e solo livre <strong>de</strong> impermeabilização <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s. Trata-se <strong>de</strong><br />

vegetação “e” solo permeável (sem laje) ocupando 70% <strong>da</strong> área total, ou vegetação<br />

“com” solo permeável totalizando 70% <strong>da</strong> área total? Embora os autores não<br />

justifiquem qual a metodologia e quais os parâmetros utilizados para o<br />

estabelecimento do valor mencionado, é notória a reprodução <strong>de</strong>sta recomen<strong>da</strong>ção.<br />

Seria importante ao se adotar este tipo <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ção o <strong>de</strong>talhamento do tipo <strong>de</strong><br />

solo e <strong>de</strong> vegetação consi<strong>de</strong>rados, pois se sabe que os diferentes tipos <strong>de</strong> solo e <strong>de</strong><br />

vegetação apresentam características varia<strong>da</strong>s o que faz com que estes apresentem<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s também diversas quanto ao caráter <strong>de</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. É importante<br />

ressaltar que, embora simplifica<strong>da</strong>, a recomen<strong>da</strong>ção feita pelos autores trouxe<br />

contribuição para os <strong>estudo</strong>s relacionados à temática e que, passados mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />

anos <strong>de</strong> sua publicação, <strong>de</strong>ve ser aprimora<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> <strong>estudo</strong>s e pesquisas que<br />

busquem justificar os valores recomen<strong>da</strong>dos.<br />

Anteriormente, Oliveira (1996) já havia consi<strong>de</strong>rado a questão <strong>da</strong><br />

permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo nas áreas ver<strong>de</strong>s. Para ele o conceito <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, para<br />

ser completo, necessita <strong>de</strong>screver suas estruturas e enfatizar, sobretudo, a<br />

importância que elas têm em termos <strong>de</strong> suas funções (ecológicas, estéticas,<br />

econômicas e sociais). Em seu trabalho o autor <strong>de</strong>finiu essas áreas como:<br />

[...] áreas permeáveis (sinônimos <strong>de</strong> áreas livres [<strong>de</strong> construção]),<br />

públicas ou não, com cobertura vegetal predominantemente arbórea<br />

ou arbustiva (excluindo-se as árvores no leito <strong>da</strong>s vias públicas) que<br />

apresentem funções potenciais capazes <strong>de</strong> proporcionar <strong>um</strong><br />

microclima distinto no meio urbano em relação à l<strong>um</strong>inosi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

temperatura e outros parâmetros associados ao bem-estar h<strong>um</strong>ano<br />

(funções <strong>de</strong> lazer); com significado ecológico em termos <strong>de</strong><br />

estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> geomorfológica e amenização <strong>da</strong> poluição e que suporte<br />

<strong>um</strong>a fauna urbana, principalmente aves, e fauna do solo (funções<br />

ecológicas); representando também elementos esteticamente<br />

marcantes na paisagem (função estética), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong><br />

acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a grupos h<strong>um</strong>anos ou <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> estruturas<br />

culturais como edificações, trilhas, il<strong>um</strong>inação elétrica, arruamento ou<br />

equipamentos afins; as funções ecológicas, sociais e estéticas<br />

po<strong>de</strong>rão redun<strong>da</strong>r entre si ou em benefícios financeiros (OLIVEIRA,<br />

1996, p. 17). (grifo dos autores).<br />

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BARGOS E MATIAS<br />

Consi<strong>de</strong>rando a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conceitos atribuídos ao termo áreas ver<strong>de</strong>s<br />

po<strong>de</strong>-se dizer que, neste aspecto, torna-se ca<strong>da</strong> vez mais difícil elaborar <strong>um</strong><br />

planejamento urbano que aten<strong>da</strong> às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, que vive em<br />

ambientes ca<strong>da</strong> vez mais artificiais, e evitar o <strong>de</strong>clínio <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nas<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>a padronização e a<strong>de</strong>quação mínima do conceito <strong>de</strong><br />

áreas ver<strong>de</strong>s urbanas, ain<strong>da</strong> que sem conhecer as especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> local, fazse<br />

latente nos dias atuais visando garantir <strong>um</strong>a compreensão a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> sobre os<br />

problemas a serem enfrentados e também para permitir <strong>um</strong>a correta intervenção nos<br />

espaços urbanos com vistas à manutenção e preservação <strong>de</strong>ssas áreas.<br />

Funções <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s<br />

A manutenção <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s urbanas sempre foi justifica<strong>da</strong> pelo seu<br />

potencial em propiciar quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental à população. Ela interfere diretamente na<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos seres por meio <strong>da</strong>s funções sociais, ecológicas, estéticas e<br />

educativas, que elas exercem para amenização <strong>da</strong>s consequências negativas <strong>da</strong><br />

urbanização.<br />

Diversos autores, <strong>de</strong>ntre eles Cavalheiro e Del Picchia (1992), Lima et al.<br />

(1994), Oliveira (1996), Nucci (2001), Vieira (2004), Toledo e Santos (2008), citam<br />

vários benefícios que as áreas ver<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m trazer ao convívio nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como:<br />

controle <strong>da</strong> poluição do ar e acústica, a<strong>um</strong>ento do conforto ambiental, estabilização <strong>de</strong><br />

superfícies por meio <strong>da</strong> fixação do solo pelas raízes <strong>da</strong>s plantas, interceptação <strong>da</strong>s<br />

águas <strong>da</strong> chuva no subsolo reduzindo o escoamento superficial, abrigo à fauna,<br />

equilíbrio do índice <strong>de</strong> <strong>um</strong>i<strong>da</strong><strong>de</strong> no ar, proteção <strong>da</strong>s nascentes e dos mananciais,<br />

organização e composição <strong>de</strong> espaços no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s h<strong>um</strong>anas,<br />

valorização visual e ornamental do ambiente, recreação, diversificação <strong>da</strong> paisagem<br />

construí<strong>da</strong>. A vegetação tem efeitos diretos sobre a saú<strong>de</strong> mental e física <strong>da</strong><br />

população. Oliveira (1996) salienta ain<strong>da</strong> que estes efeitos contribuem para a<br />

valorização <strong>de</strong> áreas para convívio social, valorização econômica <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e<br />

para a formação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a memória e do patrimônio cultural.<br />

Para Milano (1990, apud VIEIRA, 2004) a principal função do sistema <strong>de</strong> áreas<br />

ver<strong>de</strong>s urbanas não <strong>de</strong>ve ser apenas a criação <strong>de</strong> refúgios para que as pessoas<br />

possam “escapar” <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Além disso, essas áreas <strong>de</strong>vem possibilitar à população<br />

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momentos <strong>de</strong> lazer e recreação em convívio com a natureza, respeitando sua vivência<br />

urbana e contato com outras pessoas. Oliveira (1996, p. 11) arg<strong>um</strong>enta que o “[...]<br />

estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> urbano e a estrutura cultural <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s são elementos associados à<br />

tendência ao se<strong>de</strong>ntarismo, a<strong>um</strong>entando a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por áreas ver<strong>de</strong>s e espaços para<br />

recreação”.<br />

Vieira (2004) admite que as áreas ver<strong>de</strong>s ten<strong>de</strong>m a ass<strong>um</strong>ir diferentes papéis<br />

na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e suas funções <strong>de</strong>vem estar interrelaciona<strong>da</strong>s no ambiente urbano, <strong>de</strong><br />

acordo com o tipo <strong>de</strong> uso a que se <strong>de</strong>stinam (Figura 1).<br />

Figura 1. Funções <strong>da</strong>s Áreas Ver<strong>de</strong>s Urbanas.<br />

Figure 1. Functions of Urban Green Areas.<br />

Fonte: Bargos, 2010; Modificado a partir <strong>de</strong> Vieira, 2004.<br />

Sendo assim, para ele, as funções <strong>de</strong>stas áreas estariam relaciona<strong>da</strong>s à:<br />

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BARGOS E MATIAS<br />

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<br />

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Função Social: possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> lazer que essas áreas oferecem à<br />

população. Com relação a este aspecto, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> hierarquização.<br />

Função Estética: diversificação <strong>da</strong> paisagem construí<strong>da</strong> e embelezamento<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Relaciona<strong>da</strong> a este aspecto <strong>de</strong>ve ser ressalta<strong>da</strong> a importância<br />

<strong>da</strong> vegetação.<br />

Função ecológica: provimento <strong>de</strong> melhorias no clima <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e na<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar, água e solo, resultando no bem estar dos habitantes,<br />

<strong>de</strong>vido à presença <strong>da</strong> vegetação, do solo não impermeabilizado e <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

fauna mais diversifica<strong>da</strong> nessas áreas.<br />

Função Educativa: possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ofereci<strong>da</strong> por tais espaços como ambiente<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s educativas, extraclasse e <strong>de</strong><br />

programas <strong>de</strong> educação ambiental.<br />

Função Psicológica: possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> exercícios, <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong><br />

recreação que funcionam como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s “antiestresse” e relaxamento,<br />

<strong>um</strong>a vez que as pessoas entram em contato com os elementos naturais<br />

<strong>de</strong>ssas áreas.<br />

É importante salientar que a manutenção <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s é extremamente<br />

importante para que estas possam c<strong>um</strong>prir plenamente suas funções, sendo preciso<br />

consi<strong>de</strong>rar que elas <strong>de</strong>vem estar <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente conserva<strong>da</strong>s.<br />

Classificação <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s<br />

A diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> critérios para categorização <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s urbanas é <strong>um</strong><br />

elemento importante na análise e comparação entre os índices <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s<br />

urbanas elaborados para diferentes locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Não somente a falta <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>de</strong>finição<br />

consensual, mas também <strong>um</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> metodologias para seleção e<br />

mapeamento <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s vem dificultando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> trabalhos com<br />

esse enfoque. Enquanto em alguns trabalhos as áreas ver<strong>de</strong>s são mapea<strong>da</strong>s sem<br />

seguir critérios <strong>de</strong> classificação ou categorização, em outros se percebe a<br />

preocupação com <strong>um</strong>a classificação que seja a mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> à área <strong>de</strong> <strong>estudo</strong>.<br />

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Áreas ver<strong>de</strong>s urbanas... 182<br />

Cavalheiro e Del Picchia (1992) sugerem <strong>um</strong>a classificação para os espaços<br />

livres que po<strong>de</strong> auxiliar na diferenciação entre as áreas ver<strong>de</strong>s e os outros tipos <strong>de</strong><br />

espaços livres. Conforme os autores os espaços livres po<strong>de</strong>m ser classificados<br />

segundo sua tipologia, ou seja, se são particulares, potencialmente coletivos ou<br />

públicos e, na sequência, segundo categorias, como, por exemplo, praças, jardins,<br />

ver<strong>de</strong> viário. Com base na <strong>proposta</strong> <strong>de</strong> Cavalheiro et al.. (1999), Buccheri e Nucci<br />

(2006) elaboraram <strong>um</strong> organograma <strong>de</strong> classificação para o ver<strong>de</strong> urbano (Figura 2).<br />

Figura 2. Organograma <strong>de</strong> Classificação do Ver<strong>de</strong> Urbano<br />

Figure 2. Organizational Chart of Classification of Urban Green<br />

Município<br />

Cobertura Vegetal<br />

Zona Rural<br />

Zona Urbana<br />

Zona <strong>de</strong> Expansão Urbana<br />

Sistema <strong>de</strong><br />

Espaços Livres<br />

Sistemas <strong>de</strong> Espaços<br />

Construídos<br />

Sistemas <strong>de</strong> Espaços<br />

<strong>de</strong> Integração<br />

Ver<strong>de</strong> Viário<br />

Parques<br />

Parques <strong>de</strong> vizinhança/ Cemitérios/Áreas para<br />

Esporte/ Balneários/ Horta<br />

Comunitária/Outros...<br />

Públicos<br />

Potencialmente<br />

coletivos<br />

Privados<br />

1 – A vegetação é o elemento fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> composição?<br />

2 – C<strong>um</strong>pre funções: ecológicas, estéticas e <strong>de</strong> lazer?<br />

3 – Área <strong>de</strong> 70% <strong>de</strong> cobertura Vegetal em solo permeável? (sem Laje)?<br />

4 – Serve a população?<br />

5 – Propicia condições para recreação?<br />

SIM<br />

NÃO<br />

ÁREA VERDE<br />

ESPAÇO LIVRE<br />

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BARGOS E MATIAS<br />

Fonte: Buccheri e Nucci, 2006<br />

Outros pesquisadores, entre os quais Oliveira (1996), Zanin (2002) e Rosset<br />

(2005), se utilizaram <strong>de</strong> <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s públicas,<br />

modificado conforme os objetivos propostos por ca<strong>da</strong> pesquisador em seus trabalhos.<br />

Conforme Rosset (2005):<br />

A utilização do MCAVP [Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Áreas Ver<strong>de</strong>s<br />

Públicas] consiste em navegar por <strong>um</strong>a chave <strong>de</strong> múltiplas escolhas,<br />

na qual o resultado é a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> classes que consi<strong>de</strong>ra elementos<br />

estruturais, funcionais e utilitários <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s públicas. O<br />

procedimento para a classificação <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s públicas tem<br />

início com base em <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> classe: 1 – áreas pertencentes ao<br />

sistema viário em região urbaniza<strong>da</strong> [...] o sistema <strong>de</strong> codificação <strong>da</strong>s<br />

classes é <strong>da</strong>do pela sucessão <strong>de</strong> algarismos n<strong>um</strong>éricos <strong>de</strong>finidos ao<br />

se navegar pelo MCAVP (ROSSET, 2005, p. 20).<br />

Oliveira (1996, p. 35) arg<strong>um</strong>enta que, embora o MCAVP permita o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> classes distintas, é necessário o reconhecimento <strong>de</strong><br />

que a classificação é <strong>um</strong> processo analítico e que o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> classes<br />

gera<strong>da</strong>s se constitui em <strong>um</strong>a barreira para a elaboração do <strong>estudo</strong> por ele proposto.<br />

Dessa forma, ele consi<strong>de</strong>rou a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> formar “grupos”, on<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> <strong>um</strong> dos<br />

oito grupos <strong>de</strong>finidos reúne <strong>um</strong> <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> classes que guar<strong>de</strong>m em si<br />

características <strong>de</strong> interesse com<strong>um</strong> (Quadro 1). Nesta perspectiva o autor consi<strong>de</strong>ra<br />

que “[...] a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> classes <strong>de</strong> áreas públicas não é <strong>um</strong> processo<br />

analítico, mas sim <strong>de</strong> síntese”.<br />

Tabela 1. Descrição <strong>de</strong> três grupos <strong>de</strong> área ver<strong>de</strong>s com base no Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

Classificação <strong>de</strong> Áreas Ver<strong>de</strong>s Públicas.<br />

Table 1. Description of three groups of green areas based on the Classification Mo<strong>de</strong>l<br />

of Public Green Areas.<br />

Grupo<br />

Descrição<br />

A<br />

Áreas livres <strong>de</strong> acompanhamento viário não arboriza<strong>da</strong>s ou apenas com vegetação<br />

herbácea, refletindo baixo valor ecológico e estético.<br />

B<br />

Áreas públicas com valor ecológico<br />

- Subgrupo 1: Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhamento<br />

viário, representando os canteiros centrais<br />

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Áreas ver<strong>de</strong>s urbanas... 184<br />

e estético frequentemente elevados,<br />

contudo, com valor social<br />

comprometido <strong>de</strong>vido a problemas<br />

<strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ou à sua situação<br />

frente às condições <strong>de</strong> trânsito local.<br />

ou trevos/rotatórias arboriza<strong>da</strong>s.<br />

- Subgrupo 2: Áreas potencialmente<br />

coletivas, pela sua localização interna a<br />

condomínios ou a outros espaços <strong>de</strong> acesso<br />

restrito a grupos específicos <strong>de</strong> indivíduos,<br />

além <strong>de</strong> áreas inacessíveis por falta <strong>de</strong><br />

infraestrutura para visitação, representa<strong>da</strong>s<br />

por remanescentes <strong>de</strong> silvicultura e<br />

vegetação nativa.<br />

C<br />

Representa as áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso coletivo, <strong>de</strong>stacando-se, frequentemente, por<br />

alto valor ecológico, estético e, sobretudo, social. Neste grupo está situa<strong>da</strong> a maioria<br />

<strong>da</strong>s praças, bosques e parques <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Fonte: Modificado <strong>de</strong> Oliveira,1996.<br />

É importante salientar que o conhecimento <strong>da</strong> localização e a classificação <strong>da</strong>s<br />

áreas ver<strong>de</strong>s no espaço urbano são <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância para que os<br />

responsáveis pelo po<strong>de</strong>r público possam direcionar suas ações no controle,<br />

manutenção e ampliação <strong>de</strong>ssas áreas. Neste sentido, é ca<strong>da</strong> vez mais constante a<br />

preocupação com o raio <strong>de</strong> influência que estas áreas po<strong>de</strong>m exercem em seu<br />

entorno.<br />

Em seu trabalho, Rosset (2005) registra que <strong>um</strong> grupo <strong>de</strong> pesquisadores tem<br />

utilizado metodologias que consi<strong>de</strong>ram o raio <strong>de</strong> influência dos serviços<br />

proporcionados pelas áreas ver<strong>de</strong>s urbanas, nas adjacências <strong>da</strong>s mesmas,<br />

possibilitando distribuir tais benefícios, adicionalmente, às áreas vizinhas, sejam<br />

bairros, setores, distritos. O procedimento básico para a utilização <strong>de</strong>sta metodologia<br />

consiste em <strong>de</strong>finir o traçado <strong>de</strong> <strong>um</strong>a figura geométrica para ca<strong>da</strong> área ver<strong>de</strong> na qual o<br />

seu benefício seja quantificado em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> (DAV), resultante <strong>da</strong> razão<br />

entre a superfície <strong>da</strong> área ver<strong>de</strong> (m 2 ) e a superfície <strong>da</strong> área <strong>de</strong> distribuição dos<br />

benefícios (km 2 ).<br />

Uma área <strong>de</strong> influência para áreas ver<strong>de</strong>s é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> por Oliveira (1996, p. 51)<br />

como “[...] <strong>um</strong>a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> distância máxima hipotética que se espere que <strong>um</strong>a pessoa<br />

caminhe para atingi-la, a partir <strong>de</strong> sua residência”, e po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado diretamente<br />

em termo <strong>de</strong> distância, ou estimado indiretamente baseado no tempo <strong>de</strong> percurso<br />

entre as residências e as áreas ver<strong>de</strong>s. A vantagem <strong>de</strong>sta técnica, segundo este<br />

pesquisador, é que quanto maior for o número <strong>de</strong> elementos provedores/cons<strong>um</strong>idores<br />

<strong>de</strong> bens e serviços, no caso as áreas ver<strong>de</strong>s, maior será o número <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong><br />

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185<br />

BARGOS E MATIAS<br />

influência e, por <strong>de</strong>corrência, maior será a resolução espacial obti<strong>da</strong> nos mo<strong>de</strong>los<br />

aplicados. No entanto,<br />

[...] ao contrário do que sugere a <strong>conceitual</strong>ização <strong>de</strong> “área <strong>de</strong><br />

influência”, as relações reais <strong>de</strong> oferta/<strong>de</strong>man<strong>da</strong> por serviços urbanos<br />

não seguem necessariamente <strong>um</strong> padrão isodiamétrico ou geográfico<br />

i<strong>de</strong>al e nem tampouco apresentam limites espaciais e temporais<br />

muito bem <strong>de</strong>finidos (OLIVEIRA, 1996, p. 41).<br />

Assim como a vantagem, a <strong>de</strong>svantagem <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong>sta metodologia<br />

também foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> por Oliveira (1996). Na <strong>de</strong>finição <strong>da</strong> área <strong>de</strong> influência ca<strong>da</strong><br />

polígono estaria associado a <strong>um</strong> e somente <strong>um</strong> elemento em questão, <strong>um</strong>a área<br />

ver<strong>de</strong>. Esta afirmação po<strong>de</strong> ser errônea na medi<strong>da</strong> em que certo ci<strong>da</strong>dão po<strong>de</strong><br />

escolher <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> outras áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seu bairro ou ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que não as mais<br />

próximas <strong>de</strong> sua casa, seja para fins <strong>de</strong> lazer, convívio social ou outros.<br />

CONCLUSÃO<br />

A questão relaciona<strong>da</strong> à utilização do termo áreas ver<strong>de</strong>s merece <strong>de</strong>staque nos<br />

<strong>de</strong>bates atuais, pois o uso indistinto <strong>de</strong>ste termo para <strong>de</strong>signar a presença <strong>de</strong><br />

vegetação no ambiente urbano po<strong>de</strong> induzir a <strong>um</strong>a interpretação e utilização incorreta<br />

<strong>de</strong>stas áreas nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Diante do exposto, enten<strong>de</strong>-se que <strong>um</strong> conceito para áreas ver<strong>de</strong>s urbanas<br />

<strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar que elas sejam <strong>um</strong>a categoria <strong>de</strong> espaço livre urbano composta por<br />

vegetação arbórea e arbustiva (inclusive pelas árvores <strong>da</strong>s vias públicas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

estas atinjam <strong>um</strong> raio <strong>de</strong> influência que as capacite a exercer as funções <strong>de</strong> <strong>um</strong>a área<br />

ver<strong>de</strong>), com solo livre <strong>de</strong> edificações ou coberturas impermeabilizantes (em pelo<br />

menos 70% <strong>da</strong> área), <strong>de</strong> acesso público ou não, e que exerçam minimamente as<br />

funções ecológicas (a<strong>um</strong>ento do conforto térmico, controle <strong>da</strong> poluição do ar e<br />

acústica, interceptação <strong>da</strong>s águas <strong>da</strong>s chuvas, e abrigo à fauna), estéticas<br />

(valorização visual e ornamental do ambiente e diversificação <strong>da</strong> paisagem construí<strong>da</strong>)<br />

e <strong>de</strong> lazer (recreação).<br />

Assim, além <strong>de</strong> quantifica<strong>da</strong>s, essas áreas precisam ser qualifica<strong>da</strong>s como tal.<br />

A dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta qualificação se encontra na valoração dos benefícios por elas<br />

trazidos, sejam valores ecológicos, estéticos, sociais ou financeiros, enquanto que<br />

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Áreas ver<strong>de</strong>s urbanas... 186<br />

para a quantificação as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s se relacionam à classificação <strong>da</strong>s mesmas. Ain<strong>da</strong><br />

não se chegou a <strong>um</strong> consenso relacionado a este aspecto. Acredita-se que as áreas<br />

ver<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>da</strong>s segundo o porte <strong>da</strong> vegetação, e suas funções, pois<br />

se enten<strong>de</strong> que estes po<strong>de</strong>m ser aspectos que contribuem para ambientes saudáveis<br />

e agradáveis e que propiciam interações entre a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e a natureza.<br />

Como indicador <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental as áreas ver<strong>de</strong>s precisam ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s ain<strong>da</strong> conforme sua distribuição e dimensão espacial para que o<br />

planejamento urbano e ambiental supra as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e não apenas<br />

seja conduzido à valorização e preservação <strong>da</strong> vegetação no meio urbano por <strong>um</strong>a<br />

questão meramente preservacionista.<br />

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