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Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

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Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />

Nuno Morgado<br />

Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />

no general Haushofer, restringir a temática e investigar sobre a <strong>que</strong>stão de fronteira, explicando-a<br />

essencial<strong>me</strong>nte com os ensina<strong>me</strong>ntos da pertinente obra de Haushofer (1939), e por último expor os<br />

intentos da Política Externa alemã no geral e no domínio da Cultura em particular. Transversal<strong>me</strong>nte,<br />

serão trazidos à análise <strong>me</strong>ios relacionados com o enquadra<strong>me</strong>nto teórico escolhido, a fim de<br />

explicar devida<strong>me</strong>nte certos problemas essenciais à Geopolítica, como a Guerra e a Paz.<br />

Neste âmbito, enquadra-se temporal<strong>me</strong>nte o trabalho entre os anos de 1919, marcado pelo<br />

Tratado de Versailles como ponto de partida <strong>que</strong> despoletou o pensa<strong>me</strong>nto geopolítico tout court, e o<br />

corrente ano de 2011, fazendo-se <strong>me</strong>nção às <strong>me</strong>tas traçadas pela actual Bundeskanzlerin Angela<br />

Merkel e o actual Ministro dos Negócios Estrangeiros Guido Westerwelle.<br />

Propõe-se, como objectivos, se não produzir novo conheci<strong>me</strong>nto, ao <strong>me</strong>nos corrigir ou<br />

integrar a<strong>que</strong>loutro a-histórico <strong>que</strong> se encontrará, com certeza, no <strong>me</strong>io do manancial da literatura da<br />

área, a par da refutação da hipótese, defendida por alguns teóricos, de um sossego e passividade<br />

germânicos depois de todos os conflitos registados na História. Pretende-se, assim, chamar a<br />

atenção das inteligências para a<strong>que</strong>le país tão fascinante e, fre<strong>que</strong>nte<strong>me</strong>nte, votado ao desprezo<br />

intelectual por preconceitos pueris e por aquilo <strong>que</strong> Stark (1995: 105) designa de “germanophobie”.<br />

Além disso, assu<strong>me</strong>-se como objectivo primordial mostrar, recorrendo ao método geohistórico<br />

de Vives (1910-1960) <strong>que</strong> esforçou por deixar claro<br />

“a quien ha ignorado la Historia – y no por craso descuido, sino por creerse superior<br />

a esas inevitables reiteraciones <strong>que</strong> nos muestra el más so<strong>me</strong>ro conocimiento empírico -, la<br />

Historia se le ha vuelto airada y le ha hecho comprender, a costa de los más amargos<br />

sinsabores, <strong>que</strong> ella está allí y <strong>que</strong> es preciso governar nuestras naos de acuerdo com los<br />

astros con <strong>que</strong> va tachonando el firma<strong>me</strong>nto de nuestra sucesiva experiencia social” (Vives,<br />

1961: 25),<br />

<strong>que</strong> existe um espaço germânico <strong>que</strong>, para lá de geográfico é suma<strong>me</strong>nte cultural e muito próprio,<br />

<strong>que</strong> não se limita às fronteiras actuais da Alemanha e <strong>que</strong> esta, por <strong>me</strong>io da sua Política Externa<br />

actua em todas as suas vertentes, no<strong>me</strong>ada<strong>me</strong>nte na Cultural, a fim de ocupar esse espaço. Esta<br />

ideia será, em verdade, comprovada na base de <strong>que</strong> a Geopolítica é um saber pluridisciplinar <strong>que</strong><br />

encerra as áreas da História, Geografia, Ciência Política, Economia, Política Externa das Potências<br />

(Bessa & Dias, 2007: 22) da <strong>me</strong>sma forma <strong>que</strong> é uma ciência virada para a dinâmica das situações.<br />

Porém, voltamos a insistir, agora com as palavras de Lacoste (2006: 41) <strong>que</strong>: “o pensa<strong>me</strong>nto histórico<br />

e o método de análise geopolítica são, de facto, indissociáveis”.<br />

A <strong>me</strong>todologia crítica e analítica será o nosso instru<strong>me</strong>nto de aço para verificar a validade da<br />

hipótese e garantir a coerência do discurso. Importar-nos-á o estudo do pensa<strong>me</strong>nto e obra de<br />

grandes teóricos e/ou ho<strong>me</strong>ns <strong>que</strong> se dedicaram ao exercício do Poder (como Haushofer e<br />

Stein<strong>me</strong>ier), os grupos <strong>que</strong> em torno deles se agregaram e <strong>que</strong>, obvia<strong>me</strong>nte, constituem a elite (como<br />

a Escola Alemã de Geopolítica, Governos da Alemanha) a análise do ambiente em <strong>que</strong> se<br />

inscreveram (geográfico, social, tradição histórico-política), tendo como princípios: a objectividade,<br />

incidir sobre a realidade factual (episte<strong>me</strong>) sem <strong>que</strong>dar pelas aparências (doxa); inteligibilidade,<br />

instigar ao entendi<strong>me</strong>nto das relações entre os factos; e racionalidade, cuidar da coerência do<br />

discurso para demonstrar a <strong>me</strong>sma realidade e as relações entre esses factos (Fernandes, 1995: 57).<br />

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