Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository
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Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />
Nuno Morgado<br />
Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />
geopolítica alemã, sendo <strong>que</strong> esse enleio alastra aos <strong>me</strong>andros da política externa. Cuidou-se aqui<br />
de separar todas essas águas.<br />
A terminologia entre a “Cidade Terrena” e a “Cidade Celeste”, tão cara ao nosso orientador,<br />
apresenta-se aqui nos pólos entre uma Alemanha <strong>que</strong> o é, e uma Germânia como hipótese do <strong>que</strong><br />
poderá vir a ser.<br />
Como o real se situará entre o Velho do Restelo e Vasco da Gama, como diria Fernando<br />
Pessoa, nada mais podemos fazer <strong>que</strong> assistir aos caminhos <strong>que</strong> a elite alemã traçará para o seu<br />
país. À luz de tudo o <strong>que</strong> escrevemos, cremos, na verdade, numa “. . .Alemania renacida,. . .<br />
volcada sobre la Europa oriental. . .” (Portero,1990: 122) <strong>que</strong> retomará a “dualidade<br />
contínuo/descontínuo” (Bessa & Dias, 2007: 57) a <strong>que</strong> se aludiu.<br />
No âmbito específico da política externa cultural, a “generosa acción cultural” <strong>que</strong> Herandéz<br />
(2008: 211) atribuiu à Alemanha e <strong>que</strong> se aplicou para caracterizar a estratégia alemã, não é, como<br />
se comprovou, um fenó<strong>me</strong>no do acaso, circulando nas veias da UE. Se as “. . .informações<br />
estratégicas [enquanto] resultado de um processo de “enri<strong>que</strong>ci<strong>me</strong>nto” de dados, notícias e<br />
informação avulsa, de várias fontes, <strong>que</strong>, assim, “enri<strong>que</strong>cida” com <strong>me</strong>todologia própria, potencia a<br />
capacidade de planea<strong>me</strong>nto dos decisores” (Bessa & Graça, 2008: 91) são, efectiva<strong>me</strong>nte,<br />
aproveitadas e devida<strong>me</strong>nte geridas da Alemanha, então é certo <strong>que</strong> a sua Estratégia Cultural é<br />
suma<strong>me</strong>nte eficaz, tal qual ensaiou demonstrar, num espaço germânico em <strong>que</strong> a “linguagem” e o<br />
“simbolismo”, <strong>que</strong> Readman (2006: 1116-1118) salienta no seu artigo, são absoluta<strong>me</strong>nte<br />
per<strong>me</strong>áveis. Podemos, pois, concluir <strong>que</strong> a projecção cultural alemã é i<strong>me</strong>nsa. Desta forma, a<br />
resposta à <strong>que</strong>stão de partida não poderá ser dada fora deste âmbito, em harmonia com a hipótese<br />
<strong>que</strong> este trabalho sustenta.<br />
De todos os <strong>me</strong>canismos <strong>que</strong> verificámos, a Informação Cultural alemã em todos encontra<br />
<strong>me</strong>ios de difusão nas relações internacionais, uma vez mais, o tema superior debatido no campo de<br />
observação deste estudo.<br />
Se se aprendeu e tomou consciência do verdadeiro e potente aparelho cultural <strong>que</strong> o Estado<br />
Alemão possui, a verdade é <strong>que</strong>, previa<strong>me</strong>nte, se nutría à partida algum conheci<strong>me</strong>nto básico da<br />
extensão natural da cultura germânica pelo seu espaço natural, bem como alguns conceitos culturais<br />
germânicos <strong>que</strong> se formularam.<br />
Da análise critica e analítica, não se torna difícil compreender as razões pelas quais “a<br />
Alemanha tem demorado muito tempo a aceitar <strong>que</strong> também se tornou num país de imigração. . .”<br />
(Silva, 2006: 213) - por<strong>que</strong> tem sido, sem margem para dúvidas, um país de expansão natural ao<br />
longo dos séculos. Se não quisermos aceitar “Une Europe «à l'allemande»?” (Martens, 2002: 86), o<br />
facto é <strong>que</strong> não poderemos escapar à “moderna <strong>me</strong>ntalidade internacional dos estudos de<br />
informações” <strong>que</strong> nasceu com Sherman Kent (1903-1986), como identifica Graça (2007), e <strong>que</strong>, de<br />
acordo com a nossa hipótese, no referente à Informação Cultural Alemã, aponta para a germanização<br />
de parte do espaço europeu.<br />
Em suma, esta dissertação, fundeada numa bibliografia extensa prova da di<strong>me</strong>nsão da tarefa<br />
<strong>que</strong> se levou a cabo, pode resumir-se à tentativa de responder a três <strong>que</strong>stões: <strong>que</strong> potencial tem<br />
hoje a Alemanha? Qual a sua base clássica de pensa<strong>me</strong>nto geopolítico? E, nessa <strong>me</strong>dida, se a<br />
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