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Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?
Nuno Morgado
Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________
anos. De qualquer maneira, não cabia sempre apenas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros
projectar uma “boa imagem”, uma Imagem Cultural de eficiência, trabalho, austeridade e rigor,
embora o seu papel seja primordial no caso alemão.
Facto é que as informações são essenciais para melhorar e aproximar à realidade o
planeamento estratégico. A Alemanha é um estudo de caso de sucesso como se prova, no que toca à
Estratégia Cultural que se analisa.
Os EUA, que permanecem atentos a qualquer renascimento patriótico, como provam os
relatórios da Federation of American Scientists por exemplo, aqueloutro relativo à Polónia dos irmãos
Kaczyński (36), em relação à Alemanha têm-na como aliada preferencial na Europa, como prova
outro relatório da mesma Federação (37), não obstante a preservação cultural que a Alemanha
realiza sobre o seu espaço – é um procedimento natural e os EUA sabem-no.
Todavia, como se demonstrou ao versar sobre o pensamento geopolítico clássico alemão, o
principal objectivo da política externa alemã deve orientar-se para a aliança com a Rússia e não com
os EUA, tal como se citou profusamente a Steinmeier.
Aprofundando, ainda, um pouco mais a Estratégia Cultural Alemã para a Europa de Leste, e
dado que se trouxe a Polónia mais uma vez a estudo, escalpelizemos a refinada estratégia alemã
face aquele país. Postas todas as circunstâncias de ódio entre a Alemanha e a Polónia ao longo dos
séculos - extenso arco desde as disputas vassálicas da Idade Média, à invasão nazi de 1939,
passando pelas partilhas do país no século XVIII, a Alemanha constitui hoje uma miríade de
instituições que interessa enumerar: o Fórum Germano-Polaco; o Prémio Germano-Polaco (de
reconciliação e de paz entre países); o Instituto Germano-Polaco (38) (que não serve para estudar a
Polónia, mas auxilia a expansão cultural da Alemanha no país rival); o Gabinete Germano-Polaco da
Juventude (39) (Schneider, 2008:131-141); e a Fundação Germano-Polaca de Investigação ((40)
notícia do seu nascimento em 2005). Se nos sentirmos tentados a pensar que todas estas relações e
acordos advêm em nome da fraternidade, torna-se útil recordar que a Polónia saiu excluída da
aspiração a integrar o eixo franco-alemão, como mostra Wyligala (2006: 23).
Em suma, o próprio ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Steimeier, declarou: “É
com frequência que me deparo, de forma muito directa, com os resultados da política cultural e
educativa externa. Muitos dos meus interlocutores em todo o mundo estão bem familiarizados com a
língua e a cultura alemãs, porque frequentaram uma escola alemã no estrangeiro ou aprenderam
alemão num Goethe-Institut” (41).
Mais palavras para quê?
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