09.06.2014 Views

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />

Nuno Morgado<br />

Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />

“La «mission histori<strong>que</strong> et mondiale» des peuples germains” <strong>que</strong> Renouvin (1991 : 212)<br />

descreve de Chamberlain (1855 – 1927) e o projecto sumo do Pangermanismo <strong>que</strong> resumimos com<br />

as palavras do <strong>me</strong>smo Renouvin (1991 : 213):<br />

“or l'Allemagne – nation dominante – n'est pas encore un «État national», puisqu'elle<br />

n'englobe pas toutes les populations dont la langue est «germani<strong>que</strong>»: Allemands d'Autriche,<br />

de Bohê<strong>me</strong>, de Hongrie ou de Suisse, Hollandais, Flamands, Luxembourgeois. C'est donc<br />

dans ces directions qu'elle doit chercher son expansion”, pois os pe<strong>que</strong>nos povos “«inaptes<br />

à la vie et incapables de for<strong>me</strong>r jamais un État»: les Wallons, les Lithuaniens sont de ceux-lá,<br />

com<strong>me</strong> le sont aussi les Polonais, les Tchè<strong>que</strong>s, les Magyars et les Slovènes. L'Allemagne<br />

doit envisager mê<strong>me</strong> une expansion en Belgi<strong>que</strong> et dans les pays balti<strong>que</strong>s, au-delà du<br />

domaine linguisti<strong>que</strong> germani<strong>que</strong>” (Renouvin, 1991: 213)<br />

estão ainda por concretizar, não se julgando pela bitola do determinismo, mas antes por <strong>me</strong>io de uma<br />

posição vitalista e possibilista <strong>que</strong> infere, nesta hipótese uma possibilidade, o <strong>que</strong> se demonstra,<br />

entre outros, pela herança histórica e apetência futura. E as massas germânicas, alta<strong>me</strong>nte cultas e<br />

treinadas por um modelo de educação superior, têm consciência desta realidade. Aliás o filósofo<br />

Fichte (1762-1814) nos seus Discursos à Nação Alemã (2002) apelara, nos idos setecentos, à<br />

importância do papel da educação. O Pangermanismo, bem como o seu oposto, o nacionalismo,<br />

sofreram revés desde 1945, mas acredita-se <strong>que</strong> nada estará sepultado. O Pangermanismo, ou seja,<br />

a união de todos os povos germânicos (estírios, tiroleses, caríntios, prussianos, saxões, silesios,<br />

vestefalianos, renanos, etc.) e germanizados (como os húngaros, checos, eslovenos, croatas e<br />

transilvanos) numa única construção política, relembra-se: “le rassemble<strong>me</strong>nt de tous les peuples de<br />

langue allemande dans leus frontières naturelles” (Haushofer, 1986: 19) é uma hipótese <strong>que</strong> tem de<br />

ser considerada.<br />

Nestas circunstâncias, oferecemos a chave para a nossa Weltanschauung compreendida da<br />

Deutsche Frage - quando Napoleão precipita o fim ao Sacro Império Romano das Nações<br />

Germânicas em 1806, depois de este ter sido enfra<strong>que</strong>cido pela Prússia <strong>que</strong> mais tarde, no II Reich,<br />

não soube substituir-se-lhe (insista-se <strong>que</strong> a acção política de Bismarck não reuniu todas as nações<br />

germânicas), cria um vazio na estrutura política germânica <strong>que</strong>, de acordo com o conheci<strong>me</strong>nto<br />

ele<strong>me</strong>ntar do pangermanismo está por levar à prática. Embora com uma cultura vasta e riquíssima,<br />

confor<strong>me</strong> se averigua, existe um certo ele<strong>me</strong>nto agregador cultural no território germânico. No<br />

entanto, denote-se a existência de povos descendentes de outras tribos e populações originaria<strong>me</strong>nte<br />

germânicas - ou <strong>que</strong> foram germanizados ao longo dos séculos - fora das fronteiras da Alemanha, o<br />

<strong>que</strong> constitui um problema a resolver e simultanea<strong>me</strong>nte se apresenta numa <strong>que</strong>stão essencial<br />

levantada por esta dissertação. E, ainda quanto a 1806, foi o facto de terem sido os ideais liberais e<br />

democráticos da Revolução Francesa, encarnados na pessoa de Napoleão, a destruir o Reich<br />

milenar germânico <strong>que</strong> fez, segundo o <strong>que</strong> se apresenta, como reacção, <strong>que</strong> o patriotismo alemão<br />

tivesse nascido anti-liberal e antidemocrático, id est, contra-revolucionário.<br />

Uma vez <strong>que</strong> a cultura, em particular a cultura política, condiciona a estrutura do poder,<br />

importa, da <strong>me</strong>sma maneira, realizar uma sucinta análise da estrutura, no<strong>me</strong>ada<strong>me</strong>nte em termos de<br />

tradição político-cultural.<br />

70

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!