09.06.2014 Views

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />

Nuno Morgado<br />

Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />

humanitárias decorrentes da necessidade de protecção das crianças em conflitos armados; e a<br />

reforma do Conselho de Segurança já anterior<strong>me</strong>nte <strong>me</strong>ncionada.<br />

Todavia, com o recente Dossier de Tervuren, a Alemanha, junta<strong>me</strong>nte com a Bélgica,<br />

Holanda e a França tentam criar um Quartel-General <strong>que</strong> se subsitituísse à OTAN, ou seja, tentam<br />

promover a segurança europeia, excluindo os EUA <strong>que</strong>, tendo ocupado a Alemanha desde o fim da<br />

II Guerra Mundial até aos finais da década de 80 e tendo sempre considerado o seu animal fiel,<br />

ficaram bastante causticados. Desta forma, a Alemanha co<strong>me</strong>ça a desenhar a intenção de <strong>que</strong> se<br />

<strong>que</strong>r tornar num <strong>me</strong>mbro permanente no Conselho de Segurança da ONU. Poder económico<br />

enor<strong>me</strong>, poder político crescente, a Alemanha ergue-se para dominar? A hipótese defendida procura<br />

responder com validade.<br />

Por seu lado, a necessidade de aproximação à Rússia (por exemplo, a <strong>que</strong>stão da defesa<br />

anti-missil) é tida, uma vez mais, como essencial e para ela se vão dando os passos decisivos.<br />

Um outro tema interessante relaciona-se com o pensa<strong>me</strong>nto de autores <strong>que</strong> defendem <strong>que</strong><br />

a União Europeia seria um “IV Reich”. Contudo, à luz de toda a linha de pensa<strong>me</strong>nto <strong>que</strong> se elabora,<br />

defender essa hipótese pode, aparente<strong>me</strong>nte, ficar bastante distanciada dos argu<strong>me</strong>ntos <strong>que</strong> se<br />

expõem – da <strong>me</strong>sma forma rejeita esta perspectiva a compilação da A<strong>me</strong>rican Institute for<br />

Contemporary German Studies (2010). Não obstante o “Programa Económico de Setembro” de 1914<br />

do Reichskanzler Bethmann-Hollweg se materializar num docu<strong>me</strong>nto <strong>que</strong> visava a constituição de<br />

uma União Aduaneira da França à Polónia sob comando alemão, portanto, um projecto guilhermiano<br />

de uma “comunidade económica europeia” «por e à volta da Alemanha» afastando-se o Reino Unido<br />

e a Rússia (Defarges, 2003: 99) isso não implica necessaria<strong>me</strong>nte um tubo de ensaio para a UE. De<br />

facto, a Alemanha de hoje toma a UE como prioridade de política externa, o <strong>que</strong> não significa,<br />

porém, <strong>que</strong> nada seria mais diferente para uma concretização restrita do pangermanismo num<br />

Império ou noutra construção política de carácter igual<strong>me</strong>nte supranacional, do <strong>que</strong> a UE. Para<br />

mais, sendo a UE, na sua génese, uma forma de os inimigos do poder hegemónico germânico<br />

controlarem <strong>me</strong>ticulosa<strong>me</strong>nte – pelo <strong>me</strong>nos foi essa a ideia inicial (Ribeiro, 1992: 866) - o país em<br />

estudo.<br />

No entanto, Erb propõe-nos uma perspectiva interessante no <strong>que</strong> concerne à visão da UE<br />

pela Alemanha:<br />

“. . . provides evidence of the resilience and persistence of the post-sovereign norms<br />

that created Germany’s foreign policy identity. The European Union has the potential to<br />

reflect these norms as well, creating not a European superstate, but rather a new kind of<br />

political organization. Germany could play a role to expand post-sovereign norms to the rest<br />

of Europe, perhaps creating a new model of how interests are pursued in the era of<br />

globalization” (Erb, 2003: 111-112)<br />

Esta poderá assumir-se, então, como forma de concretizar a hipótese defendida nesta<br />

dissertação? Em certa <strong>me</strong>dida será verdade, por<strong>que</strong> a UE representaria, afinal, uma aspiração à<br />

herança do Império Romano e, por extensão, do Sacro Império Romano das Nações Germânicas.<br />

Nestas circunstâncias, assu<strong>me</strong>-se a posição do pessimista a <strong>que</strong> se referem Markovits & Reich, no<br />

sentido de defender <strong>que</strong> a Alemanha aproveita as veias da UE para fazer circular o seu poder e a<br />

60

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!