09.06.2014 Views

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />

Nuno Morgado<br />

Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />

incumbida a missão de alterar o status quo. Assim, a presidente da BdV, a deputada da CDU Erika<br />

Steinbach (n.1943) ao recusar-se, na votação de 1991, a reconhecer o traçado da fronteira<br />

germano-polaca (16), bem como defendendo a perspectiva vee<strong>me</strong>nte de <strong>que</strong> as expulsões em<br />

massa dos alemães se apresenta numa violação dos Direitos Humanos é acusada em termos: “. . .<br />

appeared to be deliberately intended to enrage Germany’s Polish neighbors” (17).<br />

Nesta linha, pode apontar-se igual<strong>me</strong>nte – embora, esta com certeza, numa posição mais<br />

acutilante <strong>que</strong> deseja auferir compensações materiais pelas propriedades confiscadas aos alemães<br />

expulsos do actual território da Polónia e República Checa - a Preuβische Treuhand GmbH & Co.<br />

KGaA.<br />

Estes são ele<strong>me</strong>ntos vivos e do presente <strong>que</strong> se erguem contra arranjo geopolítico saído da II<br />

Guerra Mundial <strong>que</strong>, ao contrário do <strong>que</strong> muitos <strong>que</strong>rem fazem crer, não se acha na acalmia profunda<br />

da Europa. Em verdade, “. . .por baixo do manto asséptico e conciliador da UE, os países europeus<br />

continuam a odiar-se mutua<strong>me</strong>nte. Aliás, continuam a gostar de se odiar” (Raposo, 2010b) e isto<br />

por<strong>que</strong> “como é óbvio, o esvazia<strong>me</strong>nto do significado da Europa Central a seguir à segunda grande<br />

guerra não é sinónimo de completo apaga<strong>me</strong>nto. A herança histórica dos seus países não se perdeu”<br />

(Medeiros, 2003 : 145).<br />

No entanto, está patente <strong>que</strong> as elites alemãs não encontram ainda o tempo para se rever<br />

certos procedi<strong>me</strong>ntos. Na sua recente visita oficial à República Checa, o Presidente Christian Wulff<br />

(n.1959) sugeriu um debate interno checo sobre a expulsão dos 3 milhões de alemães dos Sudetas,<br />

todavia acrescentando <strong>que</strong> isso não “seria comparável aos cri<strong>me</strong>s <strong>que</strong> os nazis haviam co<strong>me</strong>tido<br />

contra os checos” (fonte não citável) subescrevendo i<strong>me</strong>diata<strong>me</strong>nte a posição defendida pelo<br />

Presidente checo Vaclav Klaus (n.1941).<br />

Em conformidade com o discurso do actual Ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha<br />

(21 de Outubro de 2010), Guido Westerwelle (n.1961), identificam-se como princi<strong>pai</strong>s objectivos da<br />

política externa alemã: o processo de cooperação e integração europeia (e recorde-se o papel<br />

desempenhado pela Alemanha na adopção do Tratado Lisboa), a gestão da globalização<br />

aproveitando e beneficiando das oportunidades (promovendo os interesses económicos alemães nos<br />

<strong>me</strong>rcados mundiais, especial<strong>me</strong>nte fixando os olhos no Leste europeu) <strong>que</strong> daí possam advir para<br />

todos, uma política de paz e de segurança apoiada no desarma<strong>me</strong>nto e na não proliferação nuclear.<br />

Efectiva<strong>me</strong>nte, continua a visar-se o fortaleci<strong>me</strong>nto da relação com os EUA, no<strong>me</strong>ada<strong>me</strong>nte no <strong>que</strong><br />

diz respeito aos temas globais da crise económica, do G20, das alterações climáticas e do<br />

arma<strong>me</strong>nto nuclear iraniano, enquanto a OTAN permanece como pilar de segurança comum nas<br />

relações transatlânticas, a China, a Índia e o Japão, em virtude da sua importância co<strong>me</strong>rcial na cena<br />

internacional, essenciais para a resolução das <strong>que</strong>stões globais com <strong>que</strong> o mundo se debate<br />

(ambiente, segurança) com a América Latina e, sobretudo, com o Brasil com <strong>que</strong>m tem mantido<br />

relações bilaterais de maior proximidade, o <strong>que</strong> se poderá justificar pelo potencial económico e<br />

co<strong>me</strong>rcial do país. Enquanto <strong>me</strong>mbro não-permanente do Conselho de Segurança no mandato de<br />

2011-2012, a Alemanha traçou como <strong>me</strong>tas: o fo<strong>me</strong>nto da paz, da segurança e da prevenção de<br />

crises nas regiões dos Balcãs, do Médio Oriente e do Irão; o enfrentar de problemas globais como a<br />

não proliferação nuclear e o desarma<strong>me</strong>nto, as alterações climatéricas e o terrorismo; as <strong>que</strong>stões<br />

59

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!