Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository
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Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />
Nuno Morgado<br />
Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />
onde mo<strong>me</strong>ntos antes passara o agricultor com o seu carrinho de mão. Por estar consciente da<br />
importância da defesa nacional, e na linha da aliança russo-germânica a Bundeskanzler Merkel<br />
sub<strong>me</strong>teu a Medvedev em Junho de 2010, na cidade de Meseberg, e sem qual<strong>que</strong>r consulta às<br />
instâncias comunitárias, um Memorando político-militar “visando a criação de um Comité Político e de<br />
Segurança UE-Rússia” (fonte não citável).<br />
Porém, se se insistir na sobreposição da economia à política, pode igual<strong>me</strong>nte funda<strong>me</strong>ntarse<br />
a hipótese defendida no sentido de caminho para a aliança russo-germânica. Neste domínio dos<br />
negócios, o Presidente da Daimler, Dieter Zetsche, afirmou recente<strong>me</strong>nte <strong>que</strong> a Rússia constitui um<br />
país atractivo para o investi<strong>me</strong>nto e assim se perspectiva uma presença duradoura da empresa<br />
alemã na<strong>que</strong>le país (fonte não citável). Se a Economia integra real<strong>me</strong>nte o conheci<strong>me</strong>nto geopolítico<br />
segundo a <strong>me</strong>todologia <strong>que</strong> se adopta, então importa citar a Ostausschuss der Deutsche Wirtschaft<br />
[Comissão Económica Alemã para a Europa Central de Leste] <strong>que</strong> confirma <strong>que</strong> o cresci<strong>me</strong>nto do<br />
comércio externo alemão para Leste é maior do <strong>que</strong> a média global, tendo em 2010 a Alemanha<br />
exportado para o seu Osten <strong>me</strong>rcadorias no valor de 146 mil milhões de euros, representando 17%<br />
do total das exportações alemãs. E desta forma, a Polónia, a República Checa, a Hungria a<br />
Eslováquia, a Roménia, a Eslovénia, a Lituânia e a Croácia, como também a Estónia, Letónia e<br />
Bósnia-Herzegovina são inundadas pelo poder económico alemão, não ficando es<strong>que</strong>cida a Rússia,<br />
aliada primordial, como se preconiza.<br />
Por outro lado, o unilateralismo só se constitui, efectiva<strong>me</strong>nte, numa mais-valia para as<br />
grandes potências, e Merkel, tendo a noção <strong>que</strong> a Alemanha ainda é vista como uma potência<br />
média, tem de se desdobrar em forjar relações multilaterais, entre outros, privilegiando os EUA como<br />
principal aliado, mas sempre garantindo os interesses nacionais (Müller-Harlin, s.d.). E <strong>que</strong><br />
observamos senão esse multilateralismo, com as ligações aos EUA e à Rússia, ainda <strong>que</strong> esta<br />
última não na di<strong>me</strong>nsão Stein<strong>me</strong>ier <strong>que</strong>reria? A “. . .relação transatlântica com os Estados Unidos. .<br />
.” com Merkel e com Stein<strong>me</strong>ier, o seu “. . .cunho diplomático. . .” nos problemas dos Balcãs<br />
(Daehnhardt, 2007b: 3)?<br />
Na realidade, existe um “. . .desafio de conduzir a passagem da Alemanha de um actor<br />
regional europeu para um actor global na política internacional. . .” como conclui também<br />
Daehnhardt (2007c: 1) e Merkel pretende obter pri<strong>me</strong>iro, para a Alemanha, um “. . .mandato para<br />
<strong>que</strong> esta intensifi<strong>que</strong> a política de vizinhança da UE” (Daehnhardt, 2006a: 1).<br />
Relativa<strong>me</strong>nte ao apego aos Direitos Humanos <strong>que</strong> Merkel encarna e <strong>que</strong> já esboçámos<br />
leve<strong>me</strong>nte, <strong>me</strong>ncione-se ainda a submissão evidente para com Israel, <strong>que</strong> continua a subsistir na<br />
Alemanha e nas suas elites. Se a frase de Hockenos “. . .the Holocaust remain conscious reference<br />
points in Germany today. . .” (2008: 323) não for suficiente, sempre se refere as críticas da<br />
Bundeskanzlerin <strong>que</strong> circulam nos mass <strong>me</strong>dia (12) a bispos da Igreja Católica, ou verificar o<br />
escândalo dos alemães de cada vez <strong>que</strong> alguém ousa pôr em causa o genocídio nazi. Aliás, a<br />
Alemanha arrepia-se perante as declarações anti-semitas de Ahmadinejad (n.1956) e toma, com o<br />
Irão, o caminho de uma “diplomacia activa” (Daehnhardt, 2006b: 1), actuando “. . .através de um<br />
estatuto de grande potência europeia, <strong>que</strong> lhe foi concedido pelas outras potências. . .” (Daehnhardt:<br />
2006b: 2). Isto, por<strong>que</strong> os a<strong>me</strong>ricanos continuam atentos a esta condição - como se prova por<br />
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