09.06.2014 Views

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />

Nuno Morgado<br />

Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />

“ Y para Alemania la tragedia ha consistido<br />

en <strong>que</strong> jamás ha logrado consolidar su posición<br />

como potencia hegemónica en Europa,<br />

a pesar de los enor<strong>me</strong>s recursos <strong>que</strong> ha puesto<br />

al servicio de esta ansiada <strong>me</strong>ta”<br />

(Vives, 1961: 23).<br />

2.2.2) A Política Externa actual<br />

A actual política externa alemã orienta-se, antes de tudo, por premissas como “nunca mais”<br />

direccionada, sem dúvida, para a negação de toda e qual<strong>que</strong>r política autoritária e expansionista,<br />

encarando com desconfiança o hardpower, o poderio militar, assim como “nunca isolada<strong>me</strong>nte” <strong>que</strong><br />

se relaciona com a vontade da Alemanha em cooperar e reforçar os vínculos <strong>que</strong> tem com os demais<br />

Estados no seio das organizações internacionais de <strong>que</strong> faz parte, adoptando uma atitude multilateral<br />

e cooperante.<br />

Face ao disposto, cristaliza-se igual<strong>me</strong>nte <strong>que</strong> “os responsáveis pela condução dos negócios<br />

estrangeiros não partem do vazio. A política externa do passado cria sempre um património de<br />

responsabilidade e direitos <strong>que</strong> não pode ser atirada borda fora” como alumia Bessa (2001: 121), ou<br />

como discursou Stei<strong>me</strong>ier no Deutschlandforschertagung [Conferência para a Investigação Histórica<br />

da Alemanha]: “. . .nachdenken über die Geschichte unseres Landes und internationalen<br />

Anforderungen. . .” (2008a) [reflectir sobre a História do nosso país e sobre as nossas exigências na<br />

política internacional]. Contudo, ignorando este conheci<strong>me</strong>nto ele<strong>me</strong>ntar, subsistem algumas elites<br />

<strong>que</strong> insistem em fazer tábua rasa do passado e reduzir, numa alegria inconse<strong>que</strong>nte, a política<br />

externa de Estados, por vezes quase milenares, a 20 anos.<br />

No entanto, pela nossa parte, criámos um seg<strong>me</strong>nto com o objectivo de explicar alguns<br />

conceitos, ideias e perceber as linhas históricas da política externa do país em causa, com o intuito<br />

de provar uma determinada forma de pensa<strong>me</strong>nto – “. . .german foreign policy is more stable and<br />

predictable than it seems. . . .” (Erb, 2003: VII) – subindo, concomitante<strong>me</strong>nte, o pano para a<br />

refutação da tese. Com efeito, assentamos o estudo nos três pilares <strong>que</strong> Bessa (2001: 33-36)<br />

identifica: explicou-se historica<strong>me</strong>nte a conjuntura; identificaram-se os núcleos/conceitos<br />

incontornáveis na História da Germânia no concernente à política externa e procede-se em diante à<br />

formulação do nosso quadro teórico, já anterior<strong>me</strong>nte abordado, mas <strong>que</strong> necessário se torna volver<br />

à luz.<br />

Herdando princípios de: Tucídides (~455- ~400), Maquiavel (1469-1527), Hobbes,<br />

Clausewitz (1780-1831), nutre-se a convicção <strong>que</strong>, na área da política externa, não há espaço para<br />

a moral e nela “. . .a <strong>me</strong>ntira reina sem contestação” (Bessa, 2001: 36). O interesse nacional e a<br />

Realpolitik das potências circulam cilindrando <strong>que</strong>m se lhes opõem, num estado de natureza interno<br />

hobbesiano, sendo <strong>que</strong> o Estado continua a ser o principal actor nas relações internacionais e <strong>que</strong><br />

pré-existe sempre um enfo<strong>que</strong> no conceito de poder, pela sua constante busca.<br />

47

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!