Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository
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Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />
Nuno Morgado<br />
Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />
Maio): “Königsberg, <strong>que</strong> provisoria<strong>me</strong>nte se chama Kaliningrad. . .” encontrarão, enfim,<br />
concretização plena, sarando-se as feridas abertas pela ventilação dialéctica entre Roosevelt,<br />
Churchill, Estaline e outros cérebros do traçado das actuais fronteiras na Europa.<br />
Descendo no mapa europeu, encontram-se outras <strong>que</strong>stões geopolíticas ao nível da fronteira<br />
germânica. A Roménia, a <strong>que</strong> Dugin (2011) cita a “. . .natura eurasiatica della cultura ro<strong>me</strong>na. . .” na<br />
<strong>me</strong>dida da tradição histórico-política ro<strong>me</strong>na de simbiose do mundo oriental e ortodoxo com o mundo<br />
ocidental e latino (Morgado, 2010b), engloba hoje a província da Transilvânia, já citada como território<br />
onde a cultura germânica abundou durante séculos. Para a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> pensam, recorrente<strong>me</strong>nte, <strong>que</strong><br />
estas <strong>que</strong>stões estão sepultadas nos cemitérios da História e da tradição política - segundo eles<br />
caduca nos dias de hoje - recorda-se <strong>que</strong> o cargo de Bürger<strong>me</strong>ister (Presidente da Câmara) de<br />
Hermannstadt é ocupado por um saxão, Klaus Johannis (n.1959), também Presidente do<br />
Demokratisches Forum der Deutschen in Rumänien [Fórum Democrático dos Alemães na Roménia],<br />
apontado inclusivé como um dos candidatos aptos ao cargo de Presidente da República da Roménia.<br />
Mais, de acordo com a BdV a Roménia contará com um conjunto de 80.000 alemães. A par desta<br />
presença, deve igual<strong>me</strong>nte lembrar-se os húngaros germanizados <strong>que</strong> povoam a<strong>que</strong>la região. Nestas<br />
circunstâncias de focos populacionais germânicos, especial<strong>me</strong>nte na província da Transilvânia, não<br />
será de estranhar <strong>que</strong> num inquérito à população estudantil da Roménia, levado a cabo pela<br />
Fundação Soros, no pri<strong>me</strong>iro se<strong>me</strong>stre de 2011, 54% dos entrevistados “nem se<strong>que</strong>r <strong>que</strong>rem ouvir<br />
<strong>que</strong> são ro<strong>me</strong>nos” (fonte não citável).<br />
Porquanto, postos a relevo estes factos, Dugin (2011) mostra cabal<strong>me</strong>nte <strong>que</strong> a Grã-Bretanha<br />
tem procurado sempre fazer da Europa de Leste um “cordão sanitário” para impedir uma aliança<br />
russo-germânica, estando obvia<strong>me</strong>nte a Roménia incluída neste espaço geopolitica<strong>me</strong>nte criado<br />
pelos interesses britânicos – e, por ventos actuais, a<strong>me</strong>ricanos - de equilíbrio europeu.<br />
Trazidos ao estudo os interesses geopolíticos britânicos na Europa, não se poderia olvidar o<br />
caso Belga. Outrora território dos Habsburg, a Bélgica nasceu de um plano inglês para retalhar a área<br />
da foz e delta do Reno entre poderes distintos. O país em apreço opõe uma próspera maioria<br />
fla<strong>me</strong>nga (60%) a uma não tão próspera minoria francófona (40%), facções socioculturais distintas<br />
<strong>que</strong> desaguam em <strong>que</strong>zílias entre o francês, o fla<strong>me</strong>ngo e o alemão (fig. 13) culminando num<br />
desarranjo político total – vide a da falta de governo <strong>que</strong> se arrasta desde Junho de 2010. Cutileiro vai<br />
até mais longe: “se não fossem a ri<strong>que</strong>za e o entrosa<strong>me</strong>nto na malha política, económica e financeira<br />
<strong>que</strong> aguenta hoje toda a Europa, a Bélgica não estaria <strong>me</strong>lhor do <strong>que</strong> a Bósnia-Herzegovina”<br />
(Cutileiro, 2010). A proposta de Marcel Sel para a realização de um referendo sobre o fim do país (10)<br />
descobre então o seu encaixe. Certa<strong>me</strong>nte o facto das cores da bandeira belga serem também as da<br />
bandeira alemã, trocada a disposição e o sentido horizontal, bem como o caso da família reinante<br />
belga ser de origem alemã não terão grande relevância, não fora a importância estratégica do<br />
território para uma hipótese de projecto de Groβdeutschland.<br />
Por seu lado, do Luxemburgo, relembre-se, saiu uma das mais brilhantes dinastias <strong>que</strong><br />
governou o I Reich (Haenens, 1999).<br />
E para a corrente de pensa<strong>me</strong>nto segundo a qual os países do BENELUX são o paraíso da<br />
paz democrática, pilar de um europeísmo ideal sem limites, convém trazer à luz <strong>que</strong> têm sido<br />
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