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Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

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Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />

Nuno Morgado<br />

Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />

regresso à ruralidade e crítica da vida citadina, valores pura<strong>me</strong>nte (mas não exclusiva<strong>me</strong>nte)<br />

germânicos.<br />

Desta forma, como se tem vindo a apontar, existem regiões germânicas fora das fronteiras<br />

da Germânia. Entre estas, passemos apenas um leve olhar sobre a pólvora acumulada na Península<br />

Bizantina.<br />

Tendo presente <strong>que</strong> “. . .o sul dos Balcãs nunca foi atingido pelas fronteiras do Império<br />

Austro-Húngaro” (Correia, 2004: 254) e pelo processo da germanização, não será coerente<br />

sustentar Chérada<strong>me</strong> (1871 – 1948) <strong>que</strong> defendia acerrima<strong>me</strong>nte um fim para o pangermanismo em<br />

toda a região, uma vez <strong>que</strong> a esse raciocínio escapa o peso da cultura germânica nas províncias do<br />

Norte da<strong>que</strong>la área. Aliás, grande parte da sua obra assenta na condenação da geopolítica clássica<br />

alemã <strong>que</strong> nesta dissertação modesta<strong>me</strong>nte se tenta reabilitar. Se<br />

“a visão romântica e idealizada da governação otomana como um exemplo da<br />

singular «tolerância islâmica» parece ter pouco a ver com a realidade histórica das<br />

estratégias de dominação das populações cristãs da Península Balcânica, postas em prática<br />

pelos conquistadores otomanos” (Fernandes, 2005: 13)<br />

não podemos pois reconhecer um projecto geopolítico da Grande Albânia ou da Grande Sérvia<br />

(Morgado, 2012), sem antes declarar e perceber <strong>que</strong> subsiste uma presença germânica na região,<br />

assegurando a tradição multissecular <strong>que</strong> encontrou um dos clímax na protecção à Grande Croácia<br />

florescida dos anos 40.<br />

Neste ângulo, Lacoste (2006: 187) não es<strong>que</strong>ceu <strong>que</strong> “. . .os imperadores germânicos<br />

consideraram <strong>que</strong> a Itália fazia parte do Sacro Império Romano-Germânico. . .tanto mais <strong>que</strong> se<br />

tratava da sua parte mais rica”. Com efeito, atente-se em mais um dos mapas de Haushofer (1939)<br />

(fig. 12) este relativo ao Tirol do Sul, <strong>que</strong> se encontra actual<strong>me</strong>nte sob administração italiana,<br />

embora se constituam em províncias autónomas como Bozen e Trient.<br />

Um outro problema na matéria das fronteiras germânicas <strong>que</strong> tratamos é identificado por<br />

Foucher na <strong>me</strong>dida do seu aviso em <strong>que</strong> a fronteira russo-polaca (hoje Lituânia/Bielorússia/Ucrânia-<br />

Polónia) foi empurrada, pela Linha de Curzon, para Ocidente (Foucher, 1988: 415). Como<br />

consequência, a Polónia avançou e passou a administrar território secular<strong>me</strong>nte germânico, ao<br />

abrigo da linha Oder-Neiβe. Com efeito, eis o reflexo da Silésia, Sul da Prússia Oriental e Ocidental,<br />

Brandenburg, Pom<strong>me</strong>rn, se encontrarem hoje na Polónia.<br />

A Norte deste problema, aponta-se um outro – o chamado Oblast [distrito russo] de<br />

Kaliningrad <strong>que</strong> nada mais é do <strong>que</strong> o núcleo da Prússia Oriental, fundada pela Ordem Teutónica no<br />

século XIII. Decerto, os estudiosos destas matérias terão poucas dúvidas sobre o absurdo desta<br />

situação geopolítica, ilhota separada do território russo, novidade absoluta. Como se analisará<br />

adiante, a Política Externa alemã tem os olhos bem fixos nesta realidade e age em prol da solução,<br />

mais ou <strong>me</strong>nos tardia, de mais este resultado da II Guerra Mundial. Deste modo, certa<strong>me</strong>nte se<br />

cumprirá o presságio de Milhazes (9): “então a Rússia deverá devolver Kalinninegrado à<br />

Alemanha?” pois para além deste ser um objectivo do Governo alemão, como sustentamos, do lado<br />

russo, por exemplo, o influente pensador Dugin advoga essa devolução como passo essencial para<br />

o fortaleci<strong>me</strong>nto da aliança russo-germânica (Dunlop, s.d.:19). As palavras de Daehnhardt (2011,<br />

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