09.06.2014 Views

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />

Nuno Morgado<br />

Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />

Teutónica (fig. 4 e 5) e do fo<strong>me</strong>nto pela Liga Hanseática (fig. 6). Relativa<strong>me</strong>nte à expansão no<br />

Báltico, <strong>que</strong> engloba o Drang nach Osten, diga-se de passagem <strong>que</strong> “. . .a Liga Hanseática cooperou<br />

e constituiu um empório de cidades livres e co<strong>me</strong>rciais <strong>que</strong> canalizavam bens entre si e para sul”<br />

(Bessa & Graça, 2008: 23) de Antuérpia a Riga, ligando todo esse norte germânico entre cidades,<br />

possibilitando uma expansão evidente, o <strong>que</strong> Vilarinho (1974/5) corrobora, explicando <strong>que</strong> expansão<br />

para leste foi iniciativa dos du<strong>que</strong>s, fo<strong>me</strong>ntada pela Liga Hanseática e pela Ordem Teutónica, como<br />

se comprova. Assim ergueu a Ordem Teutónica o seu próprio Estado, convertendo os eslavos ao<br />

cristianismo e dizimando a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> se lhe oponham. Apresenta-se na autêntica fundadora da<br />

Prússia, Prússia <strong>que</strong> descia desde o golfo da Finlândia até Pom<strong>me</strong>rn, um Estado com origem no<br />

século XIII e <strong>que</strong> os a<strong>me</strong>ricanos suprimiram de facto em 1947.<br />

Por fim, a<strong>que</strong>le político <strong>que</strong> Leni Riefenstahl (1902-2003) incensou em Triumph des Willens<br />

[Triunfo da Vontade], igual<strong>me</strong>nte afirmou: “e atrás das nossas tropas fica já um território duas vezes<br />

maior <strong>que</strong> o Reich alemão quando eu recebi a chefia do Governo em 1933, ou quatro vezes maior<br />

do <strong>que</strong> a Inglaterra” (Hitler, 2008: 27). Efectiva<strong>me</strong>nte, era verdade, mas a resposta russa não se fez<br />

tardar e livros como fotobiografias propagandísticas e <strong>que</strong> promovem o culto do chefe a Hitler como<br />

Searls-Ridge (1999), não são suficientes para tapar os erros crassos estratégicos tout court do<br />

ditador germânico e seus intentos <strong>me</strong>galómanos e desfazados da realidade da Germânia. As<br />

fórmulas de justificação do domínio da elite <strong>que</strong> englobam “ele<strong>me</strong>ntos míticos, emocionais,<br />

racionais, fundindo crenças históricas e religiosas com doutrinas e eventuais dados científicos e<br />

filosóficos” (Bessa, 1993: 579) e <strong>que</strong> Hitler tão bem soube manobrar, foram apenas parte do seu<br />

sucesso efé<strong>me</strong>ro, já <strong>que</strong> a aliança com a Rússia <strong>que</strong> Haushofer tanto ci<strong>me</strong>ntou como essencial foi<br />

re<strong>me</strong>tida para a gaveta. Ergo, o preço pago por uma política externa errada, assente numa ideologia<br />

cega para o conheci<strong>me</strong>nto geopolítico, só poderia ter sido previsivel<strong>me</strong>nte elevado.<br />

Para além disto, para Hitler o inimigo mortal corporizava-se na França (bem como na URSS,<br />

repita-se) e não o império britânico (Fonseca, 2003: 11), em oposição clara, mais uma vez, a<br />

Haushofer.<br />

Não obstante a possibilidade de Hitler ter declarado: “o racismo biológico não é senão um<br />

aspecto do nosso sistema. Dentro em pouco, aliás, ultrapassaremos as fronteiras do estreito<br />

nacionalismo actual, pois os grandes impérios, se nascem e são fundados numa base nacional,<br />

depressa a transcendem e es<strong>que</strong>cem” (Rauschning, 1940: 63), o nacionalismo racista é,<br />

indubitavel<strong>me</strong>nte, o padrão do nacional-socialismo em contraste profundo e irreconciliável com o<br />

pangermanismo. Se fosse como se citou ao ditador, então haveria alguma convergência com o<br />

professor alemão. Porém, seria real<strong>me</strong>nte? Assim se deixa uma pista <strong>que</strong> demoraria outra<br />

investigação.<br />

30

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!