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Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

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Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />

Nuno Morgado<br />

Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />

“Wir sind von Gott in den Mittelpunkt Europens gesetzt,<br />

wir sind das Herz unsers Welttheils,<br />

wir sind auch der Mittelpunkt der neuen Geschichte<br />

und der Kirche und des Christenthums. . .<br />

Grade weil wir in der Mitte liegen,<br />

stür<strong>me</strong>n und strö<strong>me</strong>n alle verschiedensten Völker Europens<br />

im<strong>me</strong>r auf uns ein, und suchen uns wegzuspülen und wegzudrängen. . .“<br />

Ernst Moritz Arndt (1813: 28) (4)<br />

2.1) A base clássica do pensa<strong>me</strong>nto geopolítico germânico<br />

Friedrich Ratzel (1844-1904) elaborou uma teoria do Estado orgânico, no âmbito da geografia<br />

política, abrindo caminho para a formulação geopolítica. Segundo uma perspectiva analógica do<br />

Estado como organismo vivo <strong>que</strong> cresce pela absorção de unidades territoriais mais pe<strong>que</strong>nas (e<br />

igual<strong>me</strong>nte sofre com a perda de territórios), Ratzel pensou a fronteira enquanto órgão periférico do<br />

Estado <strong>que</strong> reflecte a sua força e o seu cresci<strong>me</strong>nto, o <strong>que</strong> leva, conse<strong>que</strong>nte<strong>me</strong>nte, a não ser<br />

permanente, porém mutável. A partir daqui podemos compreender <strong>que</strong> os Estados, no decorrer do<br />

seu cresci<strong>me</strong>nto, procuram englobar território politica<strong>me</strong>nte valioso, se bem <strong>que</strong> o ímpeto de<br />

cresci<strong>me</strong>nto <strong>que</strong> atinge um Estado primitivo provém de uma civilização mais desenvolvida. Deixando<br />

a <strong>que</strong>stão de fronteira <strong>que</strong> retomaremos adiante, vamos analisar os conceitos ratzelianos <strong>que</strong><br />

integram a sua teoria e <strong>que</strong> se deduzem da explicação acima dada.<br />

Em pri<strong>me</strong>iro lugar o Raum, ou seja, o espaço territorial de um Estado, <strong>que</strong> assu<strong>me</strong><br />

determinada Lage, dita posição geográfica, <strong>que</strong> por sua vez reveste um certo Raumsinn, isto é,<br />

sentido do espaço. Este, aliado à geohistória, assu<strong>me</strong> uma concepção de Lebensraum, um espaço<br />

vital, necessário à preservação e realização desse Estado. Este Lebensraum seria o “«território<br />

necessário à completa e perfeita realização de um «ser político», forte e respeitado»” (Dias, 2005:<br />

72). Constringente<strong>me</strong>nte (ou seja, é e não pode não ser), segundo Ratzel quanto maior for o espaço,<br />

maior é o poder do Estado e, <strong>que</strong>r como aflorámos na Avaliação de Potencial Estratégico, <strong>que</strong>r como<br />

se aprendeu nas aulas de Geopolítica, uma grande potência só o será detendo um vasto (e rico)<br />

território. Como nos confirmam Bessa e Dias, a História mostra <strong>que</strong> apenas são os grandes poderes<br />

territoriais <strong>que</strong> se erguem no teatro mundial (2007: 30). Se a este ensina<strong>me</strong>nto ci<strong>me</strong>ntarmos, enfim,<br />

<strong>que</strong> espaço é poder, e <strong>que</strong> ter mais espaço é ter mais poder, temos, em corolário, os funda<strong>me</strong>ntos do<br />

pensa<strong>me</strong>nto ratzeliano.<br />

As Sete Leis do Cresci<strong>me</strong>nto do Estado (escritas em 1896) <strong>que</strong> não importa citar aqui (5) a<br />

par de todo o seu trabalho, colocam Ratzel na criada categoria artificial de determinista, mas o facto é<br />

<strong>que</strong> com ele é possível aprender <strong>que</strong> o Raumsinn, enquanto conceito para explicar o ho<strong>me</strong>m e o solo,<br />

não é suficiente para justificar o poder das Nações, ou por outras palavras, “. . .a maior ou <strong>me</strong>nor<br />

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