09.06.2014 Views

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />

Nuno Morgado<br />

Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />

“Há só um processo de transformar afectiva<strong>me</strong>nte<br />

uma nação inteira. . . Esse remédio é a guerra. . .<br />

É, sem dúvida o processo germânico, a doutrina germânica”<br />

Fernando Pessoa<br />

(Miguel, 1999: 44)<br />

2) Uma perspectiva geopolítica - O Despertar da Alemanha<br />

“A História é um cemitério de aristocratas” dizia Pareto (1848-1923) (Cruz, 2004: 456). É neste<br />

cemitério paretiano – uma vez <strong>que</strong> vamos cruzar o século XIX para examinar Ratzel e o século XX<br />

para investigar Haushofer, auxiliados pelo método geohistórico de Vives e da importância das<br />

“deducciones geohistóricas” (Vives, 1961: 13) <strong>que</strong> constitui “a dualidade contínuo/descontínuo”<br />

(Bessa &Dias, 2007: 57) de grandes rupturas e grandes continuidades na geohistória da Germânia –<br />

<strong>que</strong> se vai proceder ao ensaio para se compreender o poder germânico cíclico <strong>que</strong> explicamos, e<br />

assim manda-se subir o pano a fim de dar início à reflexão geopolítica <strong>que</strong> se segue.<br />

Em pri<strong>me</strong>iro lugar, explicite-se o conceito, e para esse mister tomam-se as palavras<br />

genéricas de Dias (2005: 21) segundo as quais “. . .é aceite pela maioria dos especialistas a ideia de<br />

<strong>que</strong> a geopolítica estuda e relaciona a actividade política com o espaço. . .”. Postas estas<br />

delimitações, clarificamos então <strong>que</strong> a essência da geopolítica tem como “. . .objecto de estudo as<br />

relações entre a política e o espaço. . .” (Dias, 2005: 59).<br />

Com efeito, a terra como “. . .vasto escenario, casi inmutable a lo largo de ese período<br />

geológico. . .” (Vives, 1961: 11) ou a citação "uma geração passa, outra vem; e a terra permanece<br />

sempre" (Eclesiastes 1:4) são duas frases <strong>que</strong> encerram, esse in, a <strong>me</strong>sma ideia: “a Geografia é o<br />

factor mais estável do poder nacional” (Bessa & Dias, 2007: 17) e é partindo deste conheci<strong>me</strong>nto<br />

ele<strong>me</strong>ntar <strong>que</strong> prosseguimos o raciocínio. No mais, “geography may place greater or lesser obstacles<br />

in the path of the attacker. In land warfare, rough terrain and narrow frontages aid the defender,<br />

whereas flat terrain and wide frontages aid the attacker” (Snyder, 1991: 23). A relevância da<br />

Geopolítica nos assuntos de Estado é, então, enor<strong>me</strong>.<br />

Antes, porém, de se entrar na Geopolitik propria<strong>me</strong>nte dita, torna-se necessário a priori expor<br />

a perspectiva teórica tomada como funda<strong>me</strong>nto, <strong>que</strong> se filia numa determinada visão do Mundo, no<br />

concernente aos conceitos de Guerra de Paz, enu<strong>me</strong>rados no Antelóquio. Trata-se de um breve<br />

exercício <strong>que</strong> servirá, na análise de Ratzel e Haushofer, de linha condutora, com o intuito de impedir<br />

o resvale para um projecto utópico de elevados custos, bem como acentua <strong>que</strong>, não obstante o rigor<br />

científico, devem evidenciar-se as influências recebidas a fim de se pugnar pela objectividade<br />

re<strong>que</strong>rida. De facto, e já no âmbito do método, não se pretende “justificar reivindicações territoriais”<br />

(Bessa & Dias, 2007: 57) e por termos delimitado o <strong>que</strong> é geopolítico (e auxiliando-nos na Geografia<br />

Política de Ratzel e na Geopolítica de Haushofer) distinguimos cuidadosa<strong>me</strong>nte a geopolítica da sua<br />

“utilização nacionalista” (Bessa &Dias, 2007: 57) – <strong>que</strong> não é a nossa, de resto, uma vez <strong>que</strong>, como<br />

será recorrente<strong>me</strong>nte abordado, a cultura germânica nutre a tendência para uma construção<br />

20

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!