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Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?
Nuno Morgado
Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________
asseverada (ou não) pela cultura. Por isso, não podemos deixar de denotar que permanece um
intento germânico assente num projecto hegemónico e que esse poder (mundial ou regional), prova-o
a História, tem sido cíclico, uma vez que depois de ser conquistado é em seguida perdido e assim se
começa a validar a hipótese proposta. Neste aspecto, a França, República Checa, Rússia lograram
com as perdas territoriais da Alemanha pós II Guerra Mundial, sendo a Polónia a grande beneficiada.
E no que se refere a inimigos históricos conseguem apontar-se três alvos: o Islão, a França, o Reino
Unido, se bem que a Germânia histórica é rica em guerras internas, como a Guerra dos Trinta Anos
ou a Guerra Austro-Prussiana. As linhas de força da Política Externa Histórica constituem fundamento
essencial desta tese pelo que o seu exame será protelado.
Passando a um dos mais importantes campos do Mundo globalizado de hoje, encontra o factor
económico o seu lugar. Como potencialidades podemos apontar que a Alemanha ostenta o 4º maior
PIB do Mundo (3 305 898 milhões de USD em 2010 de acordo com o FMI), assim como indústrias
química e automóvel (a Alemanha representa o 5º maior mercado automóvel do Mundo, a
Volkswagen é o maior construtor europeu e a BMW é a primeira marca de veículos de luxo); um
sistema financeiro sólido (a Alemanha é o país com a 3ª quota mais elevada no FMI), balança
corrente com saldo positivo, a dívida pública e o deficit controlados, altas taxas de poupança
nacional, grande poder sobre a economia da UE, um sistema bancário resistente, antigo (a sua
importância remonta à Idade Média) e muito interventivo na economia, imenso receptor de
investimento estrangeiro; aposta nas energias renováveis (foi inaugurado recentemente, pela
Bundeskanzlerin Merkel, o primeiro parque eólico na costa alemã, no Báltico) e imagem de nação
pioneira na eficiência energética e defesa ambiental, a que se acrescenta uma boa rede de
transportes e o facto de a Alemanha se materializar num grande emissor de turistas. Junta-se ainda
uma tradição mais ou menos intermitente de intervenção do Estado na economia. As exportações
têm crescido intensamente e em Março de 2011 atingiram o valor record de 98,3 mil milhões de
euros.
Em suma, nestas características de potência industrial alemã, são também relevantes: a
indústria mecânica, eléctrica, mecânica de precisão, tecnologias ambientais, óptica, tecnologia
médica, biotecnologia e engenharia genética, nano tecnologia, aeroespacial e logística. Os principais
centros económicos na Alemanha são o Ruhrgebiet (região industrial em transformação para centro
de alta tecnologia e de prestação de serviços), as áreas metropolitanas de München e Stuttgart
(tecnologia de ponta, automóveis), Reno-Neckar (química), Frankfurt-am-Main (finanças), Köln,
Hamburg (porto, desenvolveu-se construção de aeronaves Airbus). Nos maiores complexos
industriais encontramos a Volkswagen, Daimler e BMW, as indústrias químicas Hoechst, BAYER e
BASF, a firma electrónica Siemens, a indústria metalúrgica ThyssenKrupp, os consórcios energéticos
Eon e RWE e o grupo Bosch. Na siderurgia apontam-se as localidades de Eisenhuttenstadt e
Dresden, a mecânica em Plauen, Chemnitz, Leipzig e Weimar, a química em Berlin, Dresden e Köln,
a têxtil em Plauen e Leipzig, a electroquímica em Trotsberg. Assim, podemos resumir como grandes
potencialidades a indústria automóvel, a construção de máquinas, a electrotécnica, bem como a
indústria química. Quanto a vulnerabilidades, a Alemanha revela-se como um dos mais caros Estados
Sociais do Mundo, economia fortemente integrada que pode sofrer consequências de quebras de
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