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Dedicatórias/ Agradecimentos Ao meu pai que me ... - UTL Repository

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Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?<br />

Nuno Morgado<br />

Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________<br />

Embora se procure não cair no enciclopedismo ou, por outro lado, olvidar matéria relevante,<br />

esta Avaliação do Potencial Estratégico apresenta-se como um retrato complexo, relativa<strong>me</strong>nte<br />

profundo e sobretudo de elevada interdisciplinaridade, <strong>que</strong> permitirá à investigação dispor de<br />

instru<strong>me</strong>ntos para adiante justificar ele<strong>me</strong>ntos constitutivos dos argu<strong>me</strong>ntos científicos da Escola<br />

Geopolítica alemã, bem como dos sustentáculos, motivações e objectivos da Política Externa da<br />

Alemanha.<br />

Contudo, o <strong>que</strong> adiante se exporá, por motivos de síntese, serão apenas a súmula das<br />

potencialidades e vulnerabilidades do país, retiradas de um trabalho bastante mais por<strong>me</strong>norizado<br />

(Morgado, 2011a), cumprido no âmbito da homónima unidade curricular.<br />

Resta, antes de prosseguir, clarificar o conceito essencial de potencial como o conjunto “. . .<br />

das forças de qual<strong>que</strong>r natureza, morais ou materiais, <strong>que</strong> um Estado pode utilizar em apoio da sua<br />

estratégia. . .” (1988: 241) ao contrário do conceito de poder <strong>que</strong> se assu<strong>me</strong> na “. . .revelação da<br />

força em circunstâncias e com vista a objectivos determinados. . .” (1988: 244), a fim de<br />

compreender <strong>que</strong> será apenas o tempo <strong>que</strong> faltará para dar duração a fim de <strong>que</strong> o processo de<br />

transformação do potencial em poder ocorra.<br />

Portanto, encontra-se sedi<strong>me</strong>ntada a pertinência, tal como a dificuldade, da tarefa do<br />

diagnóstico do potencial estratégico e da sua conversão em poder <strong>que</strong> pode revelar-se precisa e<br />

vitoriosa ou catastrófica. Senão, recorde-se <strong>que</strong> o Ho<strong>me</strong>m pode assistir a um Vietna<strong>me</strong> pobre <strong>que</strong><br />

sub<strong>me</strong>teu o Camboja e humilhou a China; um Ira<strong>que</strong> <strong>que</strong>, antes da Guerra do Golfo, tinha um dos<br />

exércitos com o equipa<strong>me</strong>nto mais moderno e avançado do Mundo, bem treinado e alta<strong>me</strong>nte<br />

motivado, mas <strong>que</strong> retirou do Kuwait em cinco dias; um Irão, no tempo do Shah, bem equipado<br />

militar<strong>me</strong>nte, mas <strong>que</strong> não pode evitar ser ele <strong>me</strong>smo destronado, deixando o trono para nele se<br />

sentarem os obreiros da Revolução Islâmica.<br />

Inicia-se, então, a Avaliação do Potencial Estratégico pelo factor físico. Neste âmbito, importa<br />

<strong>me</strong>ncionar <strong>que</strong> o território da Alemanha, de 357 114 km2, apresenta uma di<strong>me</strong>nsão relativa<strong>me</strong>nte<br />

grande, embora quando comparada historica<strong>me</strong>nte seja diminuta (Kleindeutschland). Situa-se na<br />

Mitteleuropa, na Planície Setentrional europeia, numa posição continental estratégica, o <strong>que</strong> torna o<br />

seu Raumsinn propenso a encontrar, por um lado, na <strong>que</strong>stão das fronteiras uma matéria de alta<br />

complexidade, como teremos oportunidade de averiguar adiante e, por outro lado, uma aliança com a<br />

Rússia como facto geopolítico natural. Contudo, a Alemanha, nação polimorfa (Defarges, 2003: 77),<br />

conta com a cadeia montanhosa dos Alpes a Sul <strong>que</strong> chocam com a <strong>pai</strong>sagem das planícies<br />

pantanosas do Norte, estas <strong>que</strong> se estendem dos Países Baixos aos territórios dos Estados Bálticos,<br />

outrora terras da antiga Prússia teutónica. O território assu<strong>me</strong>-se, na sua maioria, transitável. Nele<br />

existem rios e lagos navegáveis e notam-se grandes manchas florestais. Existem saídas para o mar -<br />

2389 km de baixa costa, banhadas pelo Mar do Norte a Este e pelo Mar Báltico a Oeste, e <strong>que</strong><br />

facilitam áreas de desembar<strong>que</strong>. O clima é temperado, porém inconstante. Mais se acrescenta <strong>que</strong> a<br />

maioria do território situado na referida planície facilita boas vias de transportes (estradas, portos,<br />

aeroportos) e comunicações, enquanto os rios possibilitam um nú<strong>me</strong>ro de cerca de 311 barragens<br />

hidroeléctricas. No concernente a energia, 20% da produção provém da produção eólica e a<br />

exploração de petróleo tem maior monta em Wesseling, Karlsruhe, Wilhelmshaven e Gelsenkiche.<br />

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