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Império Germânico: desígnio anulado ou a renascer?
Nuno Morgado
Uma perspectiva geopolítica __________________________________________________________________
II – IMPÉRIO GERMÂNICO: DESÍGNIO ANULADO OU A RENASCER?
UMA PERSPECTIVA GEOPOLÍTICA
“Power ignored is not power dissolved;
it is power used irresponsibly”
(Markovits & Reich, 1997: XII)
1) Para uma Avaliação do Potencial Estratégico
O extenso período temporal das cronologias que apresentadas em anexo (2000 anos) e
subsequente hegemonia cíclica do poder germânico que através dela podemos inferir são, a priori, as
provas vivas da História para o percurso milenar dos povos germânicos e, simultaneamente, pilar
essencial para a sustentação e defesa a posteriori da hipótese desse processo cíclico de poder
hegemónico.
Todavia, e de acordo com uma leitura pelas lentes da Estratégia, integraremos essa História
da Germânia por meio de uma visão transversal, instrumentalizando-a para a compreensão dos
vários domínios, ensaiando responder à pergunta de partida que nos ocupa. Dessa forma, e evitando
a análise exaustiva de historiador que, de resto, não nos é familiar, principiamos pela tarefa da
análise funcional estratégica que se enunciou no Antelóquio desta dissertação, apontada para uma
aplicação criteriosa do modelo de avaliação formulado por Couto (1988: 257-281) e que se concretiza
na observação dos seguintes temas: factor físico, factor humano, factor recursos naturais e
comunicações, factor histórico, factor económico, factor sociocultural, factor científico-tecnológico,
factor político-administrativo e factor militar.
De um reflexo rápido e superficial, esta análise poderia afigurar-se como quasi desnecessária
num trabalho académico que se compromete em desvendar as linhas da geopolítica clássica alemã e
a política externa do mesmo Estado. No entanto, cuida-se que, num ambiente como o da Estratégia,
ditado pela dialéctica de pelo menos duas vontades, em que a tomada de decisão face a um outro
assenta constringentemente num conhecimento prévio do potencial de que se dispõe, notando-se
ausência do conhecimento deste potencial, poderiam comprometer-se todos os objectivos traçados e
com eles, a própria missão do Estado, uma vez que a Estratégia se pode definir como “a arte ou
ciência de edificar, estruturar e empregar meios de coacção política, económica, psicossocial,
militar… num dado meio - interno ou externo - em determinado tempo e com vista a alcançar
determinados objectivos” (Ribeiro: 2010). Com efeito, a Avaliação do Potencial Estratégico torna-se
fundamental para a tomada de decisão e assim, esta dissertação que visa estudar a praxis política e
estabelecer com ela uma ponte para o conhecimento académico - ponto de vista aliás, do qual se faz
o estudo - assume como elemento vital este ponto de partida: o de listar o potencial da Alemanha dos
nossos dias, decomposto nos vários factores apontados, com a metodologia e modelo que se
escolheu.
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