Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico ... - Porto Maravilha
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além <strong>do</strong> lençol freático, não possuin<strong>do</strong> um tipo diferencia<strong>do</strong> <strong>de</strong> embasamento e<br />
alicerce, o que <strong>de</strong> alguma forma corrobora a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma estrutura mais expedita,<br />
cuja funcionalida<strong>de</strong> foi atrás referida.<br />
Nas quadrículas abertas na área Oeste, mas também na Su<strong>do</strong>este da parcela<br />
intervencionada pela Arqueologia, foi possível i<strong>de</strong>ntificar o substrato rochoso a cerca<br />
<strong>de</strong> 40 a 120 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, com uma forma regular e relativamente aplanada,<br />
não apresentan<strong>do</strong> sinais <strong>de</strong> corte antrópico e sugerin<strong>do</strong> que a base <strong>do</strong> morro cristalino<br />
se expandia <strong>de</strong> forma algo aplanada e suave mergulhan<strong>do</strong> em direção à Baía <strong>de</strong><br />
Guanabara, a Nor<strong>de</strong>ste e ao início da enseada natural <strong>do</strong> Valongo, a Su<strong>de</strong>ste.<br />
Em relação aos materiais arqueológicos, são em pequena quantida<strong>de</strong>, ten<strong>do</strong><br />
si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s escassos fragmentos <strong>de</strong> faiança portuguesa datada <strong>do</strong> século XVIII<br />
e abundantes fragmentos <strong>de</strong> telha capa e canal manufaturada a maioria <strong>do</strong> século XIX<br />
e alguns fragmentos possivelmente <strong>do</strong> XVIII. A telha surge em maioria, o que parece<br />
indicar uma área que foi aparentemente coberta por algum tipo <strong>de</strong> estrutura perecível<br />
que sustentaria as telhas. Não surgem a par das mesmas outros materiais construtivos<br />
como tijolos ou pedra, o que <strong>de</strong>scarta a possibilida<strong>de</strong> das estruturas encontradas<br />
terem si<strong>do</strong> mais altas no Passa<strong>do</strong>, uma vez que não são encontra<strong>do</strong>s vestígios <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>rrubes estruturais, entre as linhas A a M. Além disso, surgiu um gran<strong>de</strong> cravo em<br />
ferro, <strong>de</strong> cabeça quadrangular associa<strong>do</strong> a uma das estruturas <strong>de</strong> pedra, o que<br />
confirma a presença <strong>de</strong> um pavimento em ma<strong>de</strong>ira, anteriormente existente. Já os<br />
poucos materiais arqueológicos que surgem, permitem avançar a hipótese que a área<br />
se tratava <strong>de</strong> um local <strong>de</strong> trabalho / passagem (trapiche) e não <strong>de</strong> um local <strong>de</strong> vivência<br />
permanente (habitação), tanto mais que os vestígios osteológicos relaciona<strong>do</strong>s à dieta<br />
alimentar são inexistentes.<br />
Durante os trabalhos surgiram 15 balas <strong>de</strong> canhão em ferro fundi<strong>do</strong> no local, 8<br />
<strong>de</strong>las num único nível sob o pavimento <strong>de</strong>scrito anteriormente. Trata-se possivelmente<br />
<strong>de</strong> merca<strong>do</strong>ria armazenada no local ou porventura, munição <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong> artilharia<br />
que po<strong>de</strong>ria existir no local, para <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> mesmo.<br />
Acima <strong>do</strong>s contextos coloniais e até cerca <strong>de</strong> 80 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> surgem<br />
pelo quatro trilhas <strong>de</strong> trem <strong>de</strong> carga, que segun<strong>do</strong> a pesquisa <strong>do</strong>cumental e entrevistas<br />
realizadas, fariam o transporte graneleiro entre o Moinho Fluminense e o Cais <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong>. Entre a brita grossa on<strong>de</strong> assentam as trilhas, surgem materiais culturais <strong>de</strong><br />
cronologia recente: plásticos, peças <strong>de</strong> metal oxidadas associadas ao funcionamento<br />
das trilhas, moedas da 2ª meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XX, etc..<br />
Estas ações e seus resulta<strong>do</strong>s estão sen<strong>do</strong> objeto <strong>de</strong> relatório sobre a<br />
escavação a entregar posteriormente.<br />
<strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Patrimônio Arqueológico (Etapas Prospecção, Escavação e<br />
Monitoramento) – Obras <strong>de</strong> Revitalização da AEIU Portuária, Rio <strong>de</strong> Janeiro/RJ<br />
Relatório <strong>de</strong> Andamento 9 – Setembro/2012.<br />
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