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SÃO CAETANO DO SUL - Apas

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perfil Supermercados Joanin<br />

Primeira loja, em 1969...<br />

arquivo<br />

Um símbolo de<br />

São Caetano do Sul<br />

Como um pequeno armazém de secos e<br />

molhados se transformou em uma grande rede<br />

de supermercados do ABC Paulista<br />

POR FÁBIO DE LIMA<br />

A<br />

cidade de São Caetano do<br />

Sul, no ABC Paulista, está a<br />

12 quilômetros de São Paulo.<br />

Ficou conhecida nesta década,<br />

no Brasil inteiro, quando a Organização<br />

das Nações Unidas (ONU) informou<br />

que o Índice de Desenvolvimento Humano<br />

(IDH) do município era o mais alto<br />

do País. Ou seja, São Caetano do Sul, a<br />

pequena cidade de pouco mais de 15 quilômetros<br />

quadrados que fica a 30 minutos<br />

do centro de São Paulo e hoje tem cerca<br />

de 140 mil habitantes, está entre as melhores<br />

cidades do Brasil para se viver.<br />

Mas em 1942 São Caetano do Sul ainda<br />

não era cidade. Pertencia ao município de<br />

Santo André e tinha apenas o nome de São<br />

Caetano – o “do Sul” só foi acrescentado ao<br />

nome depois da emancipação, em 1948. O<br />

fato é que, no bairro de Vila Gonzaga (onde<br />

hoje está o bairro Oswaldo Cruz), um<br />

italiano de nome João Castaldelli, marceneiro<br />

da General Motors do Brasil (GM),<br />

deixava de ser empregado para comprar<br />

um pequeno armazém de secos e molhados.<br />

Nascia ali, no ABC Paulista, mais um<br />

sonho do comércio varejista brasileiro.<br />

Dizem que por trás de um grande homem<br />

existe sempre uma grande mulher.<br />

Angelina Castaldelli era a esposa de João.<br />

Quando seu marido comprou o armazém,<br />

ele demorou ainda alguns meses para se<br />

desligar da multinacional americana e,<br />

durante esse tempo, foi ela quem cuidou<br />

do armazém com pulso firme. Só quando<br />

ambos sentiram segurança em viver apenas<br />

do comércio é que João deixou seu<br />

emprego e dedicou-se exclusivamente ao<br />

estabelecimento comercial, ao lado de sua<br />

esposa. João já é falecido – mas a esposa,<br />

com 92 anos, ainda continua contribuindo<br />

para o crescimento daquele sonho.<br />

No começo tudo é sempre muito difícil<br />

e os filhos do casal aprenderam, desde<br />

cedo, a trabalhar duro no armazém dos<br />

pais. João viu seu comércio prosperar e<br />

seu nome mudar. Como tinha muitos familiares<br />

e amigos da Itália, era chamado<br />

carinhosamente por eles de Joanin. O<br />

apelido pegou e seu comércio também<br />

passou a ser conhecido dessa maneira. O<br />

nome Joanin se solidificou como um nome<br />

de respeito e credibilidade no comércio<br />

de São Caetano do Sul, com o passar dos<br />

anos. A marca ficou tão forte e ligada ao<br />

lugar que já pode ser considerada um dos<br />

símbolos da cidade.<br />

82 SuperVarejo | Março 2008


...e como está<br />

atualmente<br />

Em 1969, o armazém foi fechado e um<br />

novo ponto comercial, com novo tamanho<br />

e estilo, foi aberto. Inaugurava-se o Supermercados<br />

Joanin. As décadas seguintes<br />

viram o pequeno comércio – dirigido por<br />

pais e filhos – tornar-se um grande estabelecimento<br />

comandado também por netos.<br />

Atualmente são 15 lojas distribuídas entre<br />

o ABC e a capital de São Paulo. E quem<br />

pensa que a rede pretende se estabilizar<br />

dessa forma, engana-se. O objetivo é crescer<br />

mais. “Acreditamos que nosso próximo<br />

passo seja expandir para o litoral paulista.<br />

O interior também está nos nossos planos<br />

– mas o litoral é uma de nossas prioridades<br />

no momento”, afirma Rubens Castaldelli<br />

Jr., neto do fundador da empresa e que<br />

hoje é gerente de Vendas.<br />

O primo de Rubens, também neto do<br />

arquivo<br />

eliane cunha<br />

fundador do Joanin, Alécio Castaldelli Jr.,<br />

gerente de Recursos Humanos, comenta<br />

que no começo o armazém não se limitava<br />

a vender apenas arroz, feijão e cereais. Lá<br />

era vendido de tudo: até material de construção.<br />

“Como estava localizado em um<br />

bairro que começava a crescer, era possível<br />

encontrar materiais de construção no<br />

armazém. Tudo para que os moradores da<br />

região pudessem encontrar o que precisassem<br />

sem ter de ir para longe.”<br />

Os irmãos Rubens, Alécio e Janete formaram<br />

a voz de comando da Rede Joanin<br />

de Supermercados nos últimos anos. Mas<br />

Rubens Jr. e Alécio Jr., apesar de jovens,<br />

já estão na empresa há 20 anos e com um<br />

passado de muito trabalho, assim como foi<br />

permeada a vida de pais e avós. “Entramos<br />

aqui adolescentes e éramos separadores<br />

de mercadorias. Nunca tivemos moleza.<br />

Isso tem nos ajudado muito agora”, recorda,<br />

orgulhoso, Rubens.<br />

Alécio ressalta que no começo de tudo<br />

era comum vender fiado e anotar as compras<br />

na caderneta. O cliente escolhia o que<br />

queria e levava embora, e numa data certa<br />

todas as compras eram pagas. “Era uma<br />

questão de confiança e dava certo. Aliás,<br />

no tempo de nossos avós, havia inúmeros<br />

outros comércios na região que hoje nem<br />

existem mais. O Joanin resistiu e cresceu.<br />

Confiamos sempre nos nossos clientes e<br />

eles sempre confiaram em nós.”<br />

Os netos, trabalhadores contumazes do<br />

Joanin, hoje em dia creditam parte do sucesso<br />

da rede à organização financeira que<br />

vem desde o tempo dos avós. Na empresa<br />

não se gasta mais do que se ganha e, principalmente,<br />

só se expande com dinheiro<br />

arquivo<br />

próprio. O Joanin não costuma recorrer<br />

a empréstimos para crescer. “Um lema de<br />

nossa família é crescer conforme a necessidade<br />

e dar um passo conforme o tamanho<br />

das pernas. Se uma loja vai demorar<br />

seis meses a mais para ser construída, não<br />

tem problema. Esperamos mais um pouco<br />

e fazemos tudo bem feito e com dinheiro<br />

próprio. Nada de ficar recorrendo a bancos”,<br />

alerta Rubens.<br />

Outro pulo do gato quando o assunto<br />

é crescimento, na avaliação dos jovens<br />

executivos, é o atendimento prestativo<br />

ao cliente. Aquele antigo lema de que<br />

o cliente tem sempre razão. Afinal, a fidelidade<br />

do cliente não é mais como era<br />

no passado. Se não tiver preço bom e<br />

atendimento eficiente, a fidelidade não<br />

existe. “Não há fórmula mágica, seja em<br />

São Caetano ou em qualquer lugar do<br />

Brasil. Se o supermercado não prestar um<br />

bom serviço para o consumidor, ele vai<br />

comprar no concorrente. Isso é um fato<br />

e quem não levar a sério acaba fechando<br />

as portas”, comenta Alécio.<br />

Rubens e Alécio contam que seus<br />

pais e mais uma tia comandam a rede e<br />

são seus grandes orientadores. Eles dão<br />

liberdade para que os jovens ousem, que<br />

implementem novas idéias, mas sempre<br />

analisando os resultados. “Eles nos elogiam<br />

quando acham que devem e cortam<br />

nossas asinhas quando acreditam que<br />

estamos errados. Aos poucos estamos<br />

conquistando o direito de emitir nossas<br />

opiniões, de apresentar nossas idéias”,<br />

conclui o gerente de RH da rede.<br />

As grandes empresas do setor, de<br />

olho no potencial da rede nascida em<br />

São Caetano do Sul, já lhe bateram às<br />

portas com propostas para a compra, mas<br />

a diretoria não deu ouvidos. “O Joanin<br />

nunca esteve à venda. Nossa intenção é<br />

manter, crescer e melhorar sempre. Queremos<br />

no futuro falar mais sobre o sucesso<br />

e o crescimento da empresa, e não de<br />

fracassos, como já vimos acontecer com<br />

outras empresas do setor supermercadista”,<br />

finaliza Rubens Castaldelli Jr.<br />

Angelina Castaldelli, fundadora do Joanin, entre os filhos<br />

Alécio, Rubens e Janete<br />

Fonte desta matéria<br />

Supermercados Joanin: (11) 4229-4677<br />

revista@supervarejo.com.br<br />

O fundador, João<br />

Castaldelli, em 1995<br />

Março 2008 | SuperVarejo 83

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