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JOS RODRIGUES DE PAIVA

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20<br />

Ricoeur, o da Teoria da interpretação, o de O discurso da ação, e, sobretudo, o de Tempo<br />

e narrativa. Obras de narratologia ou com esta matéria relacionadas, clássicas e modernas,<br />

como as de Auerbach ou Carlos Reis, Adorno, Bakhtine, Barthes, Benjamin, Antonio Candido,<br />

Forster, Lubbock, Mendilow, Muir, Pouillon... terão contribuições importantes a oferecer<br />

à sustentação teórica do trabalho. Quanto à bibliografia sobre Vergílio Ferreira, são<br />

incontornáveis os vários ensaios de Eduardo Lourenço, os livros de Rosa Maria Goulart,<br />

Helder Godinho, Fernanda Irene Fonseca, José Luis Gavilanes Laso, Ivo Lucchesi, Antônio<br />

Gordo, Luís Mourão, Maria Lúcia Dal Farra, José Antunes de Sousa, Maria Joaquina<br />

Nobre Júlio, Isabel Cristina Rodrigues e uma vasta produção ensaística assinada por grande<br />

número de autores a que só na elaboração detalhada da bibliografia se poderá referir.<br />

3. O LUGAR <strong>DE</strong> VERGÍLIO FERREIRA<br />

NA LITERATURA PORTUGUESA DO SÉCULO XX<br />

Quando Vergílio Ferreira nasceu (não ainda para a literatura, mas para a vida física),<br />

em 28 de janeiro de 1916, a cena literária portuguesa era dominada pelos então jovens<br />

iniciadores do Modernismo, os de Orpheu, revista publicada em 1915 por um grupo de<br />

espírito vanguardista em que se destacaram especialmente os poetas Fernando Pessoa e<br />

Mário de Sá-Carneiro e os artistas plásticos Santa-Rita Pintor e Almada Negreiros, este<br />

também autor de importantes incursões pelo universo literário.<br />

Por mais que o advento de Orpheu tenha sido verdadeiramente uma revolução na<br />

pasmaceira artística portuguesa do início do século passado, mais do que uma simples “viragem”,<br />

um “abalo sísmico”, que, no dizer de Eugênio Lisboa teve “uma tal intensidade e<br />

fulgor que ainda hoje se lhe sentem os efeitos. [...] mais do que uma simples aventura literária,<br />

ainda que intensa e traumática [...] um modo de viver e de morrer [...], um investimento<br />

total de um grupo de homens que ousaram ousar, uma missão impossível”, ou (segundo<br />

Eduardo Lourenço aqui citado por Lisboa), “um apocalíptico sondar ontológico” 2 ...<br />

Por mais revolucionário, saudavelmente renovador, barulhento e de certo modo escandaloso<br />

que tenham sido Orpheu e os órficos, por certo os ruídos dessa revolução que se dava a<br />

partir de Lisboa não terão chegado à aldeia de Melo, nem de imediato nem nos anos que<br />

2 LISBOA, Eugénio. O segundo modernismo em Portugal. 2. ed. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa,<br />

1984, p. 15-16. Coleção Biblioteca Breve, v. 9.

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