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JOS RODRIGUES DE PAIVA

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de coisas não previsíveis (pelo menos não tão antecipadamente) porque só no decorrer da<br />

leitura de cada obra se poderão manifestar. A minha convicção, no que diz respeito à escolha<br />

de métodos de análise e interpretação literária, parte da idéia de que cada obra sugere o<br />

caminho crítico a seguir e que, aspectos por vezes considerados demasiadamente subjetivos,<br />

como a questão do gosto, por exemplo, não são inteiramente desprezíveis. Hipótese<br />

metodológica concreta a que este estudo não fugirá, é o da análise das questões dominantes<br />

reiteradas ao longo da produção romanesca de Vergílio Ferreira e a leitura e análise, seguida<br />

de interpretação, de cada romance, integrando-as ao final em conclusões abrangentes.<br />

2.3 – Fundamentação teórica<br />

Antes de mais nada é necessário ter em conta que o trabalho que planejo realizar<br />

pertencerá, quando feito, ao universo da crítica literária. O que pretendo é, em última análise,<br />

uma reflexão crítica sobre a derradeira fase da produção romanesca de Vergílio Ferreira<br />

que venha retomar e complementar o trabalho acadêmico que produzi quando o romancista<br />

objeto de estudo se encontrava em plena atividade criadora, nel mezzo del cammin da vida<br />

e da obra. Parece-me, portanto, que os fundamentais apoios a procurar serão muito mais de<br />

natureza crítica do que propriamente ou puramente teórica.<br />

Assim, ainda que privilegiando todo um aparato bibliográfico sobre Vergílio Ferreira,<br />

recorrerei a apoios teóricos para fundamentar a minha crítica. Sendo esta, como pretendo,<br />

de natureza interpretativa, uma crítica do sentido, na linha (sem querer ser pretensioso)<br />

do que fazem ou fizeram Leyla Perrone-Moisés, Tânia Franco Carvalhal, Eduardo Portela,<br />

Jorge de Sena, Adolfo Casais Monteiro, Eduardo Lourenço, Jacinto do Prado Coelho, Eduardo<br />

Prado Coelho, João Alexandre Barbosa, todos ou quase todos – a seu modo – hermeneutas,<br />

embora sem dizerem que o são, como um Roland Barthes, por exemplo, depois do<br />

percurso estruturalista...<br />

No âmbito da Teoria Literária, as linhas gerais da minha investigação apoiar-se-ão<br />

nas obras de grande abrangência e já tornadas clássicas, como as de Wellek e Warren, Ingarden,<br />

Kayser, Auerbach, Aguiar e Silva, Eagleton, Kibédi Varga. Nos aspectos mais restritos<br />

aos “universos da crítica” literária, Wimsatt e Brooks e Eduardo Prado Coelho. Para<br />

apoio ao que pertencer ao domínio da hermenêutica e não só, mas também ao estudo do<br />

tempo narrativo e a outras categorias da estrutura literária, considero indispensável Paul

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