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JOS RODRIGUES DE PAIVA

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RESUMO<br />

Análise do conjunto da obra romanesca de Vergílio Ferreira, abrangendo, de Mudança (1949) a<br />

Cartas a Sandra (1996), quinze romances publicados pelo escritor. A ênfase do estudo recai sobre<br />

Para sempre – ao qual é dedicada a segunda parte do trabalho – de que se demonstra o caráter de<br />

síntese ou de súmula romanesca, para a qual convergem todos os grandes temas, motivos, símbolos<br />

e elementos fundamentais na construção do universo imaginário e simbólico erguido pelo<br />

romancista sobre os alicerces da linguagem artística. Coroamento de tudo quanto veio a ser<br />

construído nos romances anteriores, formadores de ciclos pelas interligações temáticas, sentido de<br />

pesquisa ou de problematização filosófica e estética, Para sempre é visto como a última “fronteira”<br />

de um vasto território literário onde se interligam o romance, o ensaio e o memorialismo<br />

representado pelo diário do escritor. O estudo esteve atento a todas essas diferentes faces da obra<br />

vergiliana que dialogam intensamente entre si. Destacou-se, também, o diálogo que, a partir do<br />

romance, se estabelece entre a literatura e as outras artes – particularmente a pintura, a música, o<br />

cinema e a fotografia –, constantemente tematizadas na obra de Vergílio. Nele, o romance vem a<br />

ser, também, o “lugar” onde é possível realizar a síntese do seu pensamento sobre a Arte em todas<br />

as suas formas de expressão, o que aponta para um diálogo intersemiótico. O caminho analíticointerpretativo<br />

percorrido ao longo da leitura da obra romanesca, observada a seqüência da sua<br />

criação, é o da busca de sentido, numa perspectiva hermenêutica que não despreza os elementos<br />

subsidiários que possam trazer luz ao conhecimento e compreensão do núcleo do universo em<br />

estudo. Por isso foram relevantes, aos objetivos e conclusões desta análise, as leituras feitas dos<br />

ensaios e do diário do romancista, a partir dos quais – particularmente da leitura do diário – se<br />

descortina uma perspectiva de crítica genética. O estudo comprova a hipótese inicial, a de ser Para<br />

sempre a “última fronteira do território ficcional vergiliano”, não obstante as obras posteriores a<br />

este romance. Sem o sentido de rigorosa continuidade temática, elas não constituem exatamente um<br />

novo ciclo, e, com a última delas, Cartas a Sandra, o romancista regressa à “fronteira”, que é Para<br />

sempre, para fechar o círculo da obra e da vida.<br />

Palavras-chave: Romance português do século XX; obra vergiliana; Para sempre; diálogo intersemiótico.

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