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16 Desses componentes podem se destacar a luz, latitude, temperatura, propriedades físicas e químicas do solo, ventos e disponibilidade de água (Chaves, 2002). Após a descoberta do ácido pfáffico por Takemoto, nas raízes da Pfaffia paniculata, tem crescido o interesse pelas espécies do gênero Pfaffia (Nishimoto et al, 1984). Essas espécies, conhecidas popularmente como Ginseng brasileiros, são utilizadas popularmente como tônicos, antidiabéticas, antiarréicos e antihemorróidos (Sanguinetti, 1989 e Berg, 1982). Da Pfaffia glomerata foram isolados o ácido triterpênico glomérico, o ácido nortriterpênico pfamérico e a podecdisona β (Shiobara et al. 1993, Nishimoto et al. 1990) e alguns hormônios com efeito adaptógeno (característica farmacológica de promover aumento da resistência), como: β - ecdisona, ecdisterona, β - glucopiranosil oleato, rubresterona e ácido oleanólico (Magalhães, 2000). Os teores de β - ecdisona em raízes secas de P. glomerata variam de 0,25 a 0,37% dependendo do acesso; e de 0,16 a 0,38%, dependendo da época de colheita das raízes (Côrrea Júnior, 2002). Apesar de terem sido encontrados teores de 0,15% (Figueiredo et al, 2004) e de 0,70% (Montanari et al, 1999). As raízes de P. glomerata são, quimicamente, ricas em saponinas triterpênicas, porém a β-ecdisona (um esteróide) é seu principal componente (Vigo et al, 2003), sendo o mais importante esteróide empregado nas formulações cosméticas. Foi demonstrada por Freitas (2002) a ação protetora gástrica e antisecretora ácida do extrato hidroalcólico bruto de P. glomerata. Além desse efeito, o extrato aquoso bruto apresentou ação cicatrizante de úlceras gástricas pré-formadas. Em experimento realizado com liofilizado de raízes de P. glomerata conclui-se que o liofilizado tem efeito de melhora na atividade e memória de ratos idosos tratados cronicamente; em humanos há melhoras na memória de curto prazo, na memória imediata e na remota, porém há prejuízo na atividade psicomotora (Marques, 1998). Em um ensaio com roedores verificou-se que o extrato hidroalcólico de P. glomerata a 60%, administrado via intraperitonial, possui uma ação depressora do sistema nervoso central, com efeito, amnésico na tarefa de esquiva inibitória. Quando administrada via oral o efeito não foi observado (De- Paris et al., 2000).
17 4.5. Aspectos sócio-econômicos de Pfaffia glomerata Estima-se que em 2007 os gastos mundiais com terapias naturais chegarão a US$ 47 bilhões, sendo US$ 3 bilhões gastos pela América Latina e a África. No Brasil, estima-se que o mercado de fitoterápicos irá dobrar em 12 anos (Herbarium, 2002; Medicamentos, 2005). Segundo Côrrea Júnior (2003), no período de 1990 a 2000, o crescimento das exportações brasileiras de plantas medicinais foi de 159% e o crescimento das importações foi de 148%. A quantidade oficialmente exportada de Pfaffia sp em 1990 foi de 1931 Kg e em 2001 foi de 22715 Kg. 30 toneladas de raízes de P. glomerata são exportadas mensalmente para o Japão, fornecidas por extrativistas da bacia do rio Paraná, PR e do município de Mogi das Cruzes, SP. Em 2005, o preço de raízes secas de Pfaffia glomerata pago pelo mercado atacadista de São Paulo situava-se entre R$ 8,00 e 10,00/kg (Montanari Júnior, 2005). O preço no mercado internacional do β - ecdisona (um dos princípios ativo da planta) é US$ 85,00/g (Côrrea Júnior, 2003). Ainda segundo Côrrea Júnior (2003), estima-se que em 2002 foram extraídas aproximadamente 720 toneladas de raiz, resultando em 190 toneladas beneficiadas (em pó), destinadas ao mercado interno e à exportação. Da P. glomerata extraída no Brasil 12% é exportada, sendo a maioria vendida como ração, cuja alíquota é menor, fato que omite sua condição de planta medicinal. Estudo feito por Ming & Côrrea Júnior (2002) mostra que coletores de P. glomerata da região do Parque Nacional de Ilha Grande estão dispostos a cultivar a planta se tivessem condições técnicas e econômicas, pois acreditam que a atividade seria rentável e daria menos trabalho do que a coleta. Esses coletores perderam uma parcela de sua renda após a criação do Parque, pois essas áreas passaram e ser protegidas por Lei. Além disso, a área de coleta tem se reduzido por que a atividade agrícola e pecuária tem impedido a regeneração natural da espécie. P. glomerata também é considerada como alternativa econômica potencial para a região do Pantanal (Mattos & Salis, 2004).
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4.5. Aspectos sócio-econômicos <strong>de</strong> Pfaffia glomerata<br />
Estima-se que em 2007 os gastos mundiais com terapias naturais<br />
chegarão a US$ 47 bilhões, sendo US$ 3 bilhões gastos pela América Latina e a África. No<br />
Brasil, estima-se que o mercado <strong>de</strong> fitoterápicos irá dobrar em 12 anos (Herbarium, 2002;<br />
Medicamentos, 2005).<br />
Segundo Côrrea Júnior (2003), no período <strong>de</strong> 1990 a 2000, o<br />
crescimento das exportações brasileiras <strong>de</strong> plantas medicinais foi <strong>de</strong> 159% e o crescimento das<br />
importações foi <strong>de</strong> 148%. A quantida<strong>de</strong> oficialmente exportada <strong>de</strong> Pfaffia sp em 1990 foi <strong>de</strong><br />
1931 Kg e em 2001 foi <strong>de</strong> 22715 Kg.<br />
30 toneladas <strong>de</strong> raízes <strong>de</strong> P. glomerata são exportadas mensalmente<br />
para o Japão, fornecidas por extrativistas da bacia do rio Paraná, PR e do município <strong>de</strong> Mogi<br />
das Cruzes, SP. Em 2005, o preço <strong>de</strong> raízes secas <strong>de</strong> Pfaffia glomerata pago pelo mercado<br />
atacadista <strong>de</strong> São Paulo situava-se entre R$ 8,00 e 10,00/kg (Montanari Júnior, 2005). O preço<br />
no mercado internacional do β - ecdisona (um dos princípios ativo da planta) é US$ 85,00/g<br />
(Côrrea Júnior, 2003).<br />
Ainda segundo Côrrea Júnior (2003), estima-se que em 2002 foram<br />
extraídas aproximadamente 720 toneladas <strong>de</strong> raiz, resultando em 190 toneladas beneficiadas<br />
(em pó), <strong>de</strong>stinadas ao mercado interno e à exportação. Da P. glomerata extraída no Brasil<br />
12% é exportada, sendo a maioria vendida como ração, cuja alíquota é menor, fato que omite<br />
sua condição <strong>de</strong> planta medicinal.<br />
Estudo feito por Ming & Côrrea Júnior (2002) mostra que coletores <strong>de</strong><br />
P. glomerata da região do Parque Nacional <strong>de</strong> Ilha Gran<strong>de</strong> estão dispostos a cultivar a planta<br />
se tivessem condições técnicas e econômicas, pois acreditam que a ativida<strong>de</strong> seria rentável e<br />
daria menos trabalho do que a coleta. Esses coletores per<strong>de</strong>ram uma parcela <strong>de</strong> sua renda após<br />
a criação do Parque, pois essas áreas passaram e ser protegidas por Lei. Além disso, a área <strong>de</strong><br />
coleta tem se reduzido por que a ativida<strong>de</strong> agrícola e pecuária tem impedido a regeneração<br />
natural da espécie.<br />
P. glomerata também é consi<strong>de</strong>rada como alternativa econômica<br />
potencial para a região do Pantanal (Mattos & Salis, 2004).