FISIOLOGIA E METABOLISMO DA VIDEIRA CV. SYRAH NO ...

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30 uma preocupação mundial quanto ao uso racional dos recursos hídricos, existindo uma pressão sobre os produtores para que haja controle mais efetivo da irrigação (LOVEYS et al., 2004). Portanto, o uso adequado dos recursos hídricos com défice controlado nas videiras, além de contribuir na redução dos gastos e desperdício de água, aumenta a concentração de fenóis que conferem melhores propriedades organolépticas e sensoriais ao vinho, reduzindo também os riscos do processo de salinização nos solos do semiárido nordestino muito susceptível a esse tipo de degradação. 2.4.1 Fenologia É o estudo de eventos ou estádios de crescimento que se repetem sazonalmente, e sua relação com vários fatores climáticos incluindo temperatura, radiação solar e comprimento do dia. O propósito do estudo fenológico é descrever ou correlacionar a duração dos estádios de crescimento com os fatores climáticos ou com outros eventos fenotípicos. Graus-dia, crescimento em graus-dia e somatório de calor são variáveis usadas para correlacionar a temperatura ambiente com o estádio de crescimento das plantas (MULLINS et al., 2000). O ciclo vegetativo da videira em regiões de clima temperado encontrase entre a brotação e a queda das folhas (dormência), enquanto o mesmo ciclo em regiões tropicais se diferencia na não existência de queda das folhas e/ou um período de dormência propriamente dito, apresentando apenas redução nas atividades metabólicas em função da redução na disponibilidade hídrica às plantas, após a colheita dos frutos. Contudo, segundo o modelo de Baillod e Baggiolini (1993), o ciclo é dividido em vários estádios fenológicos, compreendendo 16 fases, designadas pelas letras A e P. No entanto, o ciclo vegetativo pode ser dividido em três períodos principais, identificados quando 50% das gemas, das flores e das bagas alcançam cada evento (LEEUWEN et al., 2004; DUCHÊNE e SCHNEIDER,2005; LEBON et al., 2008). O primeiro período com intenso crescimento vegetativo seria a brotação, onde ocorre o desenvolvimento dos ramos e folhas e das estruturas florais, a partir da mobilização das reservas acumuladas nos ramos e raízes. O segundo período compreenderia o intervalo entre a floração e a frutificação, caracterizado pela polinização, fixação dos frutos

31 (fruit set) e a formação das bagas. E o terceiro período resultaria na maturação, que inicia com a mudança de cor das bagas, conhecida também pelo termo francês véraison e se estenderia até a colheita da uva madura. A avaliação dos estádios fenológicos é realizada visualmente na área cultivada e propicia o conhecimento e a definição das épocas em que ocorrem as diversas fases do período vegetativo e reprodutivo das videiras, o que pode facilitar na utilização das práticas culturais. A caracterização fenológica por meio de estádios permite maior detalhamento na descrição do ciclo da planta, em relação à utilização das fases, já que estas podem ser demasiadamente distanciadas no tempo. Assim, torna-se possível utilizar a fenologia para finalidades bem mais específicas, como em adubações de cobertura, em tratamentos fitossanitários ou na observação de um evento importante qualquer (estresse hídrico, térmico, etc), associado aos estádios bem definidos (ELIAS, 2008). Segundo Leão (1999), o estudo da fenologia é de fundamental importância para o planejamento das atividades a serem realizadas no vinhedo, bem como para a previsão da data de colheita e comercialização. 2.4.2 Crescimento de Ramos O crescimento é definido como aumento irreversível no tamanho das plantas, e tem dois componentes: 1) aumento no tamanho das células já existentes e 2) aumento no número de células pela divisão das células meristemáticas. No alongamento celular ocorre a entrada de água na célula, resultante da diferença de potencial hídrico entre a célula e os componentes ao seu redor. A propriedade mecânica dos tecidos celulares também tem papel no processo de alongamento. No entanto, a regulação do crescimento é através da ação hormonal, a qual, por sua vez, afeta os processos constituintes da divisão e alongamento celular (MULLINS et al., 2000). Em videira, o crescimento das estruturas vegetativas derivadas de gemas compostas é quase exponencial na estação de crescimento. Em sequência à antese, a taxa de crescimento vegetativo diminui e a curva de crescimento da parte aérea (folhas e ramos ou hastes principais) sob condições de campo torna-se sigmóide (DE LA HARPE e

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uma preocupação mundial quanto ao uso racional dos recursos hídricos, existindo uma pressão<br />

sobre os produtores para que haja controle mais efetivo da irrigação (LOVEYS et al., 2004).<br />

Portanto, o uso adequado dos recursos hídricos com défice controlado<br />

nas videiras, além de contribuir na redução dos gastos e desperdício de água, aumenta a<br />

concentração de fenóis que conferem melhores propriedades organolépticas e sensoriais ao<br />

vinho, reduzindo também os riscos do processo de salinização nos solos do semiárido<br />

nordestino muito susceptível a esse tipo de degradação.<br />

2.4.1 Fenologia<br />

É o estudo de eventos ou estádios de crescimento que se repetem<br />

sazonalmente, e sua relação com vários fatores climáticos incluindo temperatura, radiação<br />

solar e comprimento do dia. O propósito do estudo fenológico é descrever ou correlacionar a<br />

duração dos estádios de crescimento com os fatores climáticos ou com outros eventos<br />

fenotípicos. Graus-dia, crescimento em graus-dia e somatório de calor são variáveis usadas<br />

para correlacionar a temperatura ambiente com o estádio de crescimento das plantas<br />

(MULLINS et al., 2000).<br />

O ciclo vegetativo da videira em regiões de clima temperado encontrase<br />

entre a brotação e a queda das folhas (dormência), enquanto o mesmo ciclo em regiões<br />

tropicais se diferencia na não existência de queda das folhas e/ou um período de dormência<br />

propriamente dito, apresentando apenas redução nas atividades metabólicas em função da<br />

redução na disponibilidade hídrica às plantas, após a colheita dos frutos. Contudo, segundo o<br />

modelo de Baillod e Baggiolini (1993), o ciclo é dividido em vários estádios fenológicos,<br />

compreendendo 16 fases, designadas pelas letras A e P. No entanto, o ciclo vegetativo pode<br />

ser dividido em três períodos principais, identificados quando 50% das gemas, das flores e das<br />

bagas alcançam cada evento (LEEUWEN et al., 2004; DUCHÊNE e SCHNEIDER,2005;<br />

LEBON et al., 2008). O primeiro período com intenso crescimento vegetativo seria a brotação,<br />

onde ocorre o desenvolvimento dos ramos e folhas e das estruturas florais, a partir da<br />

mobilização das reservas acumuladas nos ramos e raízes. O segundo período compreenderia o<br />

intervalo entre a floração e a frutificação, caracterizado pela polinização, fixação dos frutos

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