FACULDADE DE CIÃNCIAS AGRONÃMICAS CAMPUS DE ...
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cicatrizes ou calos. Conforme Ferreira (1989), os calos são regiões anatomicamente modificadas<br />
formadas após uma injúria, sejam elas bióticas ou abióticas. Estes níveis de recuperação foram<br />
semelhantes às lesões das plantas testemunhas, que foram de 21 e 100%, para as lesões externas e<br />
internas, respectivamente.<br />
O comportamento das árvores frente às lesões é dependente das<br />
interações entre o hospedeiro, o patógeno e o ambiente. De acordo com Chen et al. (2011),<br />
árvores de E. grandis inoculadas com Botryosphaeria spp. apresentaram lesões características da<br />
doença, ou seja, a formação de cancros, na sexta semana após a inoculação. No presente estudo,<br />
por sua vez, verificou-se que as plantas de eucalipto urograndis foram resistentes aos fungos,<br />
visto pela capacidade de regeneração das mesmas.<br />
As cicatrizes ou calos são formados por uma nova camada de células<br />
corticosas, que recobrem completamente o tecido exposto. Essa rápida regeneração evita ou<br />
impede a entrada de outros microrganismos e/ou pragas. A casca inicia rapidamente a formação<br />
de uma nova epiderme, caracterizando um mecanismo de defesa não-específico, ou seja, ocorre<br />
da mesma forma quando causada agentes bióticos e abióticos (FERREIRA, 1989).<br />
Observaram-se também cicatrizes escuras e manchadas irregularmente<br />
em algumas plantas, nos ferimentos internos. Segundo Barry et al. (2000), nesses locais, barreiras<br />
são formadas logo após a injúria, oferecendo proteção ao alburno e xilema sadios. Afim de<br />
impedir ainda mais a colonização fúngica nos tecidos vivos, são formadas tiloses, nas porções do<br />
xilema próximas ao local infectado, que obstruem os vasos, na tentativa de impedir o<br />
desenvolvimento fúngico no sentido vertical do lenho (FERREIRA, 1989, RAY e EICHHORN,<br />
2006).<br />
Além da formação de novas células, a árvore pode produzir compostos<br />
fenólicos, envolvidos nos processos de defesa. Esses compostos constituirão, juntamente com o<br />
xilema infectado e o alburno existente, a zona de reação, que formam fronteiras ao redor das<br />
lesões, retendo suas funções por um período de tempo, além de inibir o crescimento microbiano<br />
(PEARCE, 2000). Segundo Shigo e Hillis (1973), muitos eventos ocorrem após o ferimento da<br />
planta, e fatores como a sanidade da mesma, idade, espessura da casca, posição e tamanho do<br />
ferimento afetarão diretamente a extensão dos seus ferimentos, sendo que, em geral, árvores<br />
sadias são mais aptas a contornar os ferimentos.