FACULDADE DE CIÃNCIAS AGRONÃMICAS CAMPUS DE ...
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Uma vez que as fontes de carbono utilizadas pelos basidiomicotas<br />
geralmente são de caráter lignocelulósico, as enzimas produzidas para degradar esses compostos<br />
são denominadas de ligninolíticas. Durante o crescimento vegetativo uma ampla gama de<br />
enzimas deve ser produzida para degradar a celulose, hemicelulose e a lignina. As enzimas<br />
oxidativas secretadas pelos fungos de podridão branca são capazes de quebrar a molécula de<br />
lignina em porções menores, para finalmente serem transportadas para o citoplasma fúngico.<br />
3.6.1. Enzimas ligninolíticas<br />
Conhecer o perfil enzimático dos fungos de podridão branca é importante<br />
do ponto de vista ecológico. Na seleção de microrganismos, e em especial, àqueles que possam<br />
ser utilizados na destoca natural essas característica altamente são relevantes.<br />
As enzimas envolvidas na degradação da lignina são classificadas como<br />
oxidoredutases. A catálise desta molécula ocorre pela transferência de elétrons ou de átomos de<br />
hidrogênio do substrato, para o metabolismo intracelular microbiano. Ademais, as enzimas<br />
capazes de degradar a lignina podem ser agrupadas em duas classes distintas: as fenoloxidases e<br />
as enzimas que produzem peróxido de hidrogênio (MARTÍNEZ et al., 2005).<br />
Dentre as fenoloxidases, é possível identificar dois subgrupos: as enzimas<br />
que dependem de peróxido como substrato, a lignina peroxidase (LiP) e a manganês peroxidase<br />
(MnP), e as enzimas que não dependem de peróxido como substrato para atuarem, as lacases.<br />
A lacase e a manganês peroxidase possuem um grande potencial redutor<br />
de estruturas fenólicas e não-fenólicas da lignina. Contudo, a lignina peroxidase tem potencial<br />
redutor maior em relação às lacases e manganês peroxidases. Dessa forma, a lignina peroxidase é<br />
responsável pela oxidação direta de estruturas aromáticas não-fenólicas da lignina, as quais são<br />
extremamente complexas e de difícil degradação (RABINOVICH et al., 2004).<br />
Existem diversas maneiras de se identificar quais enzimas são produzidas<br />
pelos fungos. Os mais simples, faz uso de meios com corantes industriais e altamente poluentes,<br />
como o RBB (Remazol Brilliant Blue), e o guaiacol. A degradação destes compostos presentes<br />
no meio gera a formação de halos mais claros ao redor do micélio ativo, indicando,<br />
principalmente, a produção de lignina peroxidases.