FACULDADE DE CIÃNCIAS AGRONÃMICAS CAMPUS DE ...
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5 1. INTRODUÇÃO No ano de 2010, as florestas plantadas no Brasil ocuparam uma área de 3,5 milhões de hectares, formadas principalmente por pinus e eucalipto, o qual corresponde por 65% desta área. A distribuição destas florestas ocorre, na sua maioria, nas regiões Sul e Sudeste, e também na região Nordeste, principalmente na Bahia (BRACELPA, 2008, ABRAF, 2009). A madeira de eucalipto é usada para diversas finalidades, como na construção civil, na indústria moveleira, na produção de polpa celulósica e papel e na metalurgia, na forma de carvão, como para a produção do ferro gusa (ABRAF, 2009). No plantio do eucalipto, o terreno não é totalmente limpo com a retirada dos restos florestais e da vegetação, que são deixados no local. Quanto ao reflorestamento de áreas já cultivadas com essa espécie, utiliza-se o sistema de “cultivo mínimo” (QUEIROZ e BARRICHELLO, 2007). Dependendo da finalidade, como na produção de celulose, o corte do eucalipto, em geral, se inicia a partir de seis a sete anos de idade. Os tocos que permanecem nos campos de reflorestamento após o corte não são retirados, apenas cortados o mais rente possível do solo. Estes, por sua vez, demandam, em média, 25 anos para serem naturalmente degradados. Essa situação dificulta os novos plantios subseqüentes e o manejo da cultura, como o trânsito de
6 máquinas para adubação e para a colheita da madeira (ONOFRE et al., 2001). Na primeira e segunda rotação, o plantio é feito entre linhas, já na terceira rotação, não há espaço para novos plantios e, a menos que os tocos e raízes ali presentes sejam retirados mecanicamente, a área torna-se imprópria para novos plantios. Apesar de atrapalhar o manejo da cultura, manter esses tocos nos próprios locais gera riquezas às florestas plantadas, pois sua degradação promove a ciclagem de nutrientes, disponibilizando-os às novas plantas, além de aumentar a comunidade microbiana e aeração do solo. Uma maneira de acelerar o processo de degradação dos tocos e raízes é o emprego de fungos degradadores da madeira não patogênicos, muito conhecidos como fungos de podridão branca. O método consiste basicamente, na inoculação dos tocos com fungos adaptados à região onde a técnica será aplicada, o qual é denominado de destoca biológica (ANDRADE, 2003; ABREU et al., 2007). Ademais, com este método, tem-se uma redução da exportação de nutrientes da área e manutenção da microbiota, contribuindo desta forma, para a sustentabilidade desse sistema (ALONSO et al., 2007). Os microrganismos conhecidamente capazes de degradar madeira são os basidiomicotas pertencentes às ordens Agaricales e Aphylloporales. Durante o crescimento micelial e formação de basidiomas, estes fungos produzem enzimas oxidativas, lacases e peroxidases, que estão envolvidas no processo de degradação dos componentes estruturais da parede celular vegetal: celulose, hemicelulose e lignina (HAKALA et al., 2004). Contudo, a capacidade de degradação da madeira pode variar entre espécies de fungos e mesmo da madeira a ser degradada (ORTH et al., 1993; FERNANDES, 2005). Como em todos os processos de biodegradação, tem-se a formação de metabólicos diversos e de produtos finais, como a água, CO 2 e liberação de calor (BOOMINATHAN e REID, 1992). Neste processo, os fungos obtêm energia e nutrientes para seu metabolismo, crescimento miceliano e reprodução, geralmente pela formação dos basidiomas (KÜES e LIU, 2000). A biodegradação de madeira, também conhecida como podridão, é classificada em três tipos: mole, branca e parda (BLANCHETTE, 1985, 1991). Na podridão mole ocorre a degradação de compostos solúveis, como os açúcares simples e carboidratos. Na podridão branca, ocorre a degradação dos principais constituintes da célula vegetal da madeira,
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1. INTRODUÇÃO<br />
No ano de 2010, as florestas plantadas no Brasil ocuparam uma área de<br />
3,5 milhões de hectares, formadas principalmente por pinus e eucalipto, o qual corresponde por<br />
65% desta área. A distribuição destas florestas ocorre, na sua maioria, nas regiões Sul e Sudeste,<br />
e também na região Nordeste, principalmente na Bahia (BRACELPA, 2008, ABRAF, 2009).<br />
A madeira de eucalipto é usada para diversas finalidades, como na construção civil, na<br />
indústria moveleira, na produção de polpa celulósica e papel e na metalurgia, na forma de carvão,<br />
como para a produção do ferro gusa (ABRAF, 2009). No plantio do eucalipto, o terreno não é<br />
totalmente limpo com a retirada dos restos florestais e da vegetação, que são deixados no local.<br />
Quanto ao reflorestamento de áreas já cultivadas com essa espécie, utiliza-se o sistema de<br />
“cultivo mínimo” (QUEIROZ e BARRICHELLO, 2007).<br />
Dependendo da finalidade, como na produção de celulose, o corte do<br />
eucalipto, em geral, se inicia a partir de seis a sete anos de idade. Os tocos que permanecem nos<br />
campos de reflorestamento após o corte não são retirados, apenas cortados o mais rente possível<br />
do solo. Estes, por sua vez, demandam, em média, 25 anos para serem naturalmente degradados.<br />
Essa situação dificulta os novos plantios subseqüentes e o manejo da cultura, como o trânsito de