ECOLOGIA DA PAISAGEM PARA AVALIAÇÃO DA IDONEIDADE ...

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84 Projetos de redes ecológicas Para o projeto de redes ecológicas foram desenvolvidas metodologias que, apesar de mostrarem pequenas diferenças, podem ser brevemente sintetizadas nos seguintes passos propostos por Conine et al. (2004): i) a identificação dos objetivos; ii) a avaliação de áreas potenciais; iii) a avaliação dos elementos naturais com potenciais conectivos já existentes; iv) a avaliação de idoneidade; v) a avaliação da acessibilidade; vi) a delineação e demarcação dos corredores; vii) a avaliação das propostas. Fábos (2004) reduziu a lista em cinco passos, englobando em uma única etapa a coleta e avaliação das áreas com potencialidades sociais, ambientais, conectivas e do existente. Outras propostas como, por exemplo, a de Steiner (2004), dotada de 11 passos, retomam os elementos das precedentes e sublinham como o planejamento é uma prática em contínua evolução e transformação, que necessita de uma avaliação e convalidação dos próprios objetivos e das próprias propostas constantemente em cada etapa. Casos de estudo Na literatura especializada, existem vários estudos e pesquisas disponíveis no campo do planejamento ambiental dos espaços verdes, em territórios urbanizados de forma densa e difusa, apesar de que, como denunciado por Miller e Hobbs (2002), poucos foram endereçados para aprofundar a ligação entre as problemáticas urbanísticas e aquelas da conservação ambiental e da biodiversidade, entre eles encontram-se: Ahern (1991), Walmsley (1995); Mazzotti e Morgenstern (1997); Quayle e Lieck (1997), Flores et al. (1998); em Little (1990) e em Flink e Searns (1993), onde são citados os casos de projeto de corredores predispostos para o movimento de animais ou de pessoas. Exemplos similares projetados em escala local foram realizados em Singapura, Canadá e USA como citado por Francis et al. (1984), McCormick (1992), Pedersen (1999), Meeus (2000), Foo (2001) e Jim e Chen (2003). Com relação ao contexto europeu, o enfoque é colocado na integração de duas necessidades: para conservar os recursos naturais e a biodiversidade biológica, assim como, para dotar o território de uma estrutura socialmente válida. As experiências na Europa foram todas fundamentadas sobre uma base comum, constituída por princípios da ecologia da paisagem, mesmo que sejam interpretadas de acordo com as peculiaridades locais, relativas à

85 percepção da conservação, das técnicas científicas, das tradições, das administrações, etc. (JONGMAN et al., 2004). No Brasil, Frischenbruder e Pellegrino (2006) denunciaram como tal debate, no campo acadêmico, é controvertido e sem uma literatura nacional de referência. As experiências mais relevantes em tal área nasceram da exigência de caráter sanitário que assinalaram os primeiros esforços na passagem do século XIX e XX, quando espaços verdes lineares foram introduzidos na malha urbana. Recentes experiências nacionais, como as apresentadas por Valente (2001) e Giordano (2004), refletem uma nova sensibilidade para as problemáticas associadas à fragmentação dos ambientes naturais. Área de estudo Como visto anteriormente, a problemática ligada à conexão dos ecossistemas se desenvolve na escala de abrangência territorial. Por este motivo, com a intenção de fornecer um instrumento de auxílio ao planejamento do município de Agudos – SP (e que fosse facilmente e economicamente reproduzível), escolheu-se contextualizar o estudo na escala territorial. O triângulo, composto pelos municípios de Agudos – Bauru – Piratininga, situa-se acerca de 380 km a oeste da capital do Estado de São Paulo, entre as coordenadas 22°15’ e 22°33’ S e o 48°54’ e 49°15’ O, acima da formação dos Arenitos Bauru e Botucatu, com um gradual declive em direção oeste, recobrindo uma área de 523km 2 . A área de estudo é limitada ao Sul, Oeste e Noroeste pela borda da área de captação do Rio Batalha até o encontro com o Córrego Água do Paiol (ponto A na Figura 3), ao Leste pelo limite das bacias do Rio Taperão e do Córrego da Serrinha (ponto D na Figura 3) e sucessivamente pelo limite da bacia do Ribeirão Grande até o encontro com o Ribeirão do Campo Novo (ponto C na Figura 3), cuja bacia marca o limite a Norte juntamente com os limites das bacias do Rio Bauru até o ponto de confluência com o Córrego Sobrado (ponto B na Figura 3).

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Projetos de redes ecológicas<br />

Para o projeto de redes ecológicas foram desenvolvidas metodologias que, apesar de<br />

mostrarem pequenas diferenças, podem ser brevemente sintetizadas nos seguintes passos<br />

propostos por Conine et al. (2004): i) a identificação dos objetivos; ii) a avaliação de áreas<br />

potenciais; iii) a avaliação dos elementos naturais com potenciais conectivos já existentes; iv)<br />

a avaliação de idoneidade; v) a avaliação da acessibilidade; vi) a delineação e demarcação dos<br />

corredores; vii) a avaliação das propostas. Fábos (2004) reduziu a lista em cinco passos,<br />

englobando em uma única etapa a coleta e avaliação das áreas com potencialidades sociais,<br />

ambientais, conectivas e do existente. Outras propostas como, por exemplo, a de Steiner<br />

(2004), dotada de 11 passos, retomam os elementos das precedentes e sublinham como o<br />

planejamento é uma prática em contínua evolução e transformação, que necessita de uma<br />

avaliação e convalidação dos próprios objetivos e das próprias propostas constantemente em<br />

cada etapa.<br />

Casos de estudo<br />

Na literatura especializada, existem vários estudos e pesquisas disponíveis no campo do<br />

planejamento ambiental dos espaços verdes, em territórios urbanizados de forma densa e<br />

difusa, apesar de que, como denunciado por Miller e Hobbs (2002), poucos foram endereçados<br />

para aprofundar a ligação entre as problemáticas urbanísticas e aquelas da conservação<br />

ambiental e da biodiversidade, entre eles encontram-se: Ahern (1991), Walmsley (1995);<br />

Mazzotti e Morgenstern (1997); Quayle e Lieck (1997), Flores et al. (1998); em Little (1990)<br />

e em Flink e Searns (1993), onde são citados os casos de projeto de corredores predispostos<br />

para o movimento de animais ou de pessoas. Exemplos similares projetados em escala local<br />

foram realizados em Singapura, Canadá e USA como citado por Francis et al. (1984),<br />

McCormick (1992), Pedersen (1999), Meeus (2000), Foo (2001) e Jim e Chen (2003).<br />

Com relação ao contexto europeu, o enfoque é colocado na integração de duas<br />

necessidades: para conservar os recursos naturais e a biodiversidade biológica, assim como,<br />

para dotar o território de uma estrutura socialmente válida. As experiências na Europa foram<br />

todas fundamentadas sobre uma base comum, constituída por princípios da ecologia da<br />

paisagem, mesmo que sejam interpretadas de acordo com as peculiaridades locais, relativas à

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