ECOLOGIA DA PAISAGEM PARA AVALIAÇÃO DA IDONEIDADE ...

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70 deveria ser refinado em fase executiva com um aumento da resolução na ordem do metro, como proposto por Vuilleumier e Prélaz-Doux (2002). Figura 9. Mapa de Dispersão em termos de custo ao movimento, em uma área de detalhe. Na escala da paisagem, é relevante a sobreposição da rede hídrica no mapa de dispersão resultante, pois esta constitui um vetor preferencial, a ser potencializado e utilizado. Isso permite, por exemplo, que o fluxo entre os biótopos ao longo do curso do Rio Batalha possa ser recuperado, atenuando desta forma a limitação devida à rodovia e à ocupação do entorno da cidade de Piratininga, onde é cada vez mais crescente o número de edificações e condomínios fechados. O Rio Batalha pode ser recuperado, atenuando desta forma as pressões da área, estimulando um fluxo alternativo e de conexão entre a parte sul e a parte noroeste e reduzindo o perigo devido ao atravessamento da rodovia por animais, redirecionado novamente ao longo de faixas de vegetação fluvial. Apesar de se falar freqüentemente deste conjunto de benefícios, a contribuição dos corredores para a conservação, segundo Schiller e Horn (1997 apud MASON et al., 2006), está ainda pouco clara. Com tal propósito, é pertinente a observação de Miller e Hobbs (2002) de que somente 6% dos trabalhos publicados no Journal “Conservation Biology”, entre os anos de 1995 e 1999, descreveu trabalhos

71 conduzidos em áreas urbanas, suburbanas ou extra-urbanas ou estudos em que os assentamentos humanos foram considerados de modo explícito (BRYANT, 2006). Os resultados, mesmo sob as limitantes hipóteses dentro as quais se move a presente pesquisa, mostram-se com grande potencial e vantajosos nos processos de conservação dos ecossistemas e da biodiversidade e nas práticas de planejamento territorial e urbano, sobretudo onde a cidade possui uma configuração espacial dispersa. Existe, de fato, um reconhecimento crescente de que as paisagens dominadas pelas populações humanas não podem ser ignoradas na tentativa de conservar a biodiversidade (DALE et al., 2000; MILLER e HOBBS, 2002 apud MASON et al., 2006). Uma das estratégias mais confiáveis é representada pela constituição de redes ecológicas e, conseqüentemente, por corredores predispostos a interconexões dos pontos nodais da rede. Os corredores verdes fornecem uma gama de benefícios, incluindo áreas para a recreação e os transportes, embelezamento da paisagem, aumento do valor fundiário das propriedades, desenvolvimento de buffers, proteção de áreas ambientalmente sensíveis, mas também de elementos do patrimônio histórico cultural. Se os planejadores devem incorporar as necessidades da vida selvagem nas suas atividades, projeto e gestão de corredores verdes, devem saber quais as características e fatores ambientais que contribuem efetivamente para a conservação da vida selvagem. Ecologistas e profissionais empenhados na conservação, podem ter um papel importante neste esforço para esclarecer a relação entre corredores e vida selvagem e difundir os seus resultados entre aqueles que se ocupam do território. CONCLUSÕES Os resultados, longe de serem conclusivos e exaustivos em termos projetuais e de ações efetivas, fornecem um panorama mais amplo da realidade física, biológica e socioeconômica do território, para todos aqueles atores envolvidos no processo de planejamento. A análise pode ser refinada segundo parâmetros locais a serem definidos através do confronto entre profissionais das áreas agronômicas, biológicas e engenheiros do meio ambiente. O modelo de dispersão é um instrumento extremamente flexível, podendo ser modificado em função da espécie-alvo e das componentes da paisagem.

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conduzidos em áreas urbanas, suburbanas ou extra-urbanas ou estudos em que os<br />

assentamentos humanos foram considerados de modo explícito (BRYANT, 2006).<br />

Os resultados, mesmo sob as limitantes hipóteses dentro as quais se move a presente<br />

pesquisa, mostram-se com grande potencial e vantajosos nos processos de conservação dos<br />

ecossistemas e da biodiversidade e nas práticas de planejamento territorial e urbano, sobretudo<br />

onde a cidade possui uma configuração espacial dispersa. Existe, de fato, um reconhecimento<br />

crescente de que as paisagens dominadas pelas populações humanas não podem ser ignoradas<br />

na tentativa de conservar a biodiversidade (<strong>DA</strong>LE et al., 2000; MILLER e HOBBS, 2002 apud<br />

MASON et al., 2006).<br />

Uma das estratégias mais confiáveis é representada pela constituição de redes ecológicas<br />

e, conseqüentemente, por corredores predispostos a interconexões dos pontos nodais da rede.<br />

Os corredores verdes fornecem uma gama de benefícios, incluindo áreas para a recreação e os<br />

transportes, embelezamento da paisagem, aumento do valor fundiário das propriedades,<br />

desenvolvimento de buffers, proteção de áreas ambientalmente sensíveis, mas também de<br />

elementos do patrimônio histórico cultural. Se os planejadores devem incorporar as<br />

necessidades da vida selvagem nas suas atividades, projeto e gestão de corredores verdes,<br />

devem saber quais as características e fatores ambientais que contribuem efetivamente para a<br />

conservação da vida selvagem. Ecologistas e profissionais empenhados na conservação,<br />

podem ter um papel importante neste esforço para esclarecer a relação entre corredores e vida<br />

selvagem e difundir os seus resultados entre aqueles que se ocupam do território.<br />

CONCLUSÕES<br />

Os resultados, longe de serem conclusivos e exaustivos em termos projetuais e de ações<br />

efetivas, fornecem um panorama mais amplo da realidade física, biológica e socioeconômica<br />

do território, para todos aqueles atores envolvidos no processo de planejamento.<br />

A análise pode ser refinada segundo parâmetros locais a serem definidos através do<br />

confronto entre profissionais das áreas agronômicas, biológicas e engenheiros do meio<br />

ambiente. O modelo de dispersão é um instrumento extremamente flexível, podendo ser<br />

modificado em função da espécie-alvo e das componentes da paisagem.

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