ECOLOGIA DA PAISAGEM PARA AVALIAÇÃO DA IDONEIDADE ...

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8 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4.1. Redes Ecológicas 4.1.1. Evolução do conceito de redes ecológicas A literatura relata como a acepção de rede ecológica tem assumido significados diversos em áreas diferentes (MALCEVSCHI, 2001 e REGGIANI et al., 2001 apud BATTISTI, 2004). Em uma chave de leitura ecológica, a rede constitui-se de um sistema interconexo de unidades ecossistêmicas para a conservação da biodiversidade em todos os níveis ecológicos. Em uma chave de leitura de política ambiental, é definida como modelo para construir um conjunto de áreas protegidas dentro de um sistema de infra-estruturas e serviços. Enfim, em uma chave urbanístico-territorial, a rede ecológica pode ser lida como um “cenário ecossistêmico polivalente” (MALCEVSCHI, 2001). Em outras palavras, tal conceito é usado para definir destinações e usos do território que levem em conta componentes naturais e antrópicos e suas interações. Portanto, as redes ecológicas visam a realizar um sistema integrado de áreas sobre as quais possam se efetuar ações de conservação e valorização dos recursos naturais e culturais e de promoção dos processos de desenvolvimento sócioeconômico locais (BATTISTI, 2004). Estas linhas de pensamento nortearam várias experiências de implementação das redes ecológicas, entre elas pode-se citar a implementação de corredores ecológicos nos EUA, que visava promover, sobretudo, a dinâmica das espécies e a função recreativa (FÁBOS, 2004). Já na Europa Oriental, as redes ecológicas sustentavam conceitos de ecoestabilização e de áreas de compensação ecológica, integrando-se com a geomorfologia,

9 hidrologia e climatologia (JONGMAN et al., 2004; OPDAM, 2002 apud LARANJEIRA e TELES, 2005). Os primeiros exemplos de projeto de redes ecológicas remontam às experiências conduzidas por Calvert Vaux e Frederick Law Olmsted em New York, Buffalo, Chicago, Boston entre os anos de 1858 e 1887; Ebenezer Howard na Inglaterra (1898); Benton MacKaye em Maine e Georgia (1920); H. W. S. Cleveland em Mineápolis e St. Paul, Charles Eliot em Boston e Jeans Jensen em Chicago (1890-1920). A partir de 1920, destacou-se Robert Moses, como sendo a pessoa que mais construiu parques e parkways nos Estados Unidos (LITTLE, 1990 apud GIORDANO, 2004). De grande importância na concepção do projeto ambiental foi o texto de McHarg (Design with Nature, 1969) trazendo a tona considerações de caráter ecológico. Uma revisão das experiências nas escalas local, regional e nacional está disponível na literatura especializada, onde são citados casos de projeto de corredores para o movimento animal e humano: experiências projetuais, sobretudo de casos norteamericanos, são reportadas por Little (1990), Ahern (1991), Flink e Searns (1993), Walmsley (1995), Mazzotti e Morgenstern (1997), Quayle e Lieck (1997) e Flores et al. (1998); enquanto experiências européias foram referidas por Jongman et al. (2004). Uma revisão importante de projetos na escala local, realizados em Singapura, Canadá e USA foi feita por Francis et al., (1984), McCormick (1992), Pedersen (1999), Meeus (2000), Foo (2001), Jim e Chen (2003). Segundo Frischenbruder e Pellegrino (2006), no Brasil, historicamente, os primeiros passos no campo do planejamento dos espaços abertos remontam essencialmente às questões de engenharia sanitária para as cidades do Rio de Janeiro, Petrópolis (RJ), Santos (SP), Londrina (PR), Maringá (PR), Goiânia (GO), São José do Rio Preto (SP) e Brasília (DF). Todas estas experiências sublinharam que a função conectiva é o aspecto mais peculiar das redes ecológicas, as quais permitem a dispersão das espécies animais e vegetais, o normal desenvolvimento dos processos biológicos, a criação de ambientes naturais menos expostos à distúrbios externos, a manutenção de habitat e de biodiversidade, diminuindo os riscos relativos à progressiva insularização das manchas de vegetação natural (LARANJEIRA e TELES, 2005; MASON et al., 2006).

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hidrologia e climatologia (JONGMAN et al., 2004; OP<strong>DA</strong>M, 2002 apud LARANJEIRA e<br />

TELES, 2005).<br />

Os primeiros exemplos de projeto de redes ecológicas remontam às<br />

experiências conduzidas por Calvert Vaux e Frederick Law Olmsted em New York, Buffalo,<br />

Chicago, Boston entre os anos de 1858 e 1887; Ebenezer Howard na Inglaterra (1898); Benton<br />

MacKaye em Maine e Georgia (1920); H. W. S. Cleveland em Mineápolis e St. Paul, Charles<br />

Eliot em Boston e Jeans Jensen em Chicago (1890-1920). A partir de 1920, destacou-se<br />

Robert Moses, como sendo a pessoa que mais construiu parques e parkways nos Estados<br />

Unidos (LITTLE, 1990 apud GIOR<strong>DA</strong>NO, 2004). De grande importância na concepção do<br />

projeto ambiental foi o texto de McHarg (Design with Nature, 1969) trazendo a tona<br />

considerações de caráter ecológico.<br />

Uma revisão das experiências nas escalas local, regional e nacional<br />

está disponível na literatura especializada, onde são citados casos de projeto de corredores<br />

para o movimento animal e humano: experiências projetuais, sobretudo de casos norteamericanos,<br />

são reportadas por Little (1990), Ahern (1991), Flink e Searns (1993), Walmsley<br />

(1995), Mazzotti e Morgenstern (1997), Quayle e Lieck (1997) e Flores et al. (1998); enquanto<br />

experiências européias foram referidas por Jongman et al. (2004). Uma revisão importante de<br />

projetos na escala local, realizados em Singapura, Canadá e USA foi feita por Francis et al.,<br />

(1984), McCormick (1992), Pedersen (1999), Meeus (2000), Foo (2001), Jim e Chen (2003).<br />

Segundo Frischenbruder e Pellegrino (2006), no Brasil, historicamente, os primeiros passos no<br />

campo do planejamento dos espaços abertos remontam essencialmente às questões de<br />

engenharia sanitária para as cidades do Rio de Janeiro, Petrópolis (RJ), Santos (SP), Londrina<br />

(PR), Maringá (PR), Goiânia (GO), São José do Rio Preto (SP) e Brasília (DF).<br />

Todas estas experiências sublinharam que a função conectiva é o<br />

aspecto mais peculiar das redes ecológicas, as quais permitem a dispersão das espécies<br />

animais e vegetais, o normal desenvolvimento dos processos biológicos, a criação de<br />

ambientes naturais menos expostos à distúrbios externos, a manutenção de habitat e de<br />

biodiversidade, diminuindo os riscos relativos à progressiva insularização das manchas de<br />

vegetação natural (LARANJEIRA e TELES, 2005; MASON et al., 2006).

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