ECOLOGIA DA PAISAGEM PARA AVALIAÇÃO DA IDONEIDADE ...

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20.05.2014 Views

110 configuração refere-se à característica espacial e localização dos elementos na paisagem. Vários autores reconhecem que o estudo da composição é um válido instrumento na análise dos fenômenos ecológicos, ligados às práticas de conservação dos fragmentos florestais em nível de ecossistemas (FORMAN, 1997; BAKER e CAI, 1992; BAKER, 1989; HARRIS, 1984 apud VALENTE 2001). Entretanto, muitos esforços foram feitos para implementar, dentro de modelos, as medidas relacionadas à configuração da paisagem, dando particular ênfase a parâmetros de isolamento e vizinhança (MCGARIGAL e MARKS, 1995; KAREIVA, 1990). Segundo McGarigal e Marks (1995), é possível distinguir as métricas de composição e de configuração: à primeira categoria pertencem a Abundância Relativa de cada espécie, a Riqueza, a Dominância, a Diversidade; à segunda categoria pertencem o Tamanho e a Densidade, a Forma, a Área Nuclear, o Isolamento e a Proximidade, o Contraste, a Dispersão, o Contágio e a Intercalação, a Subdivisão e a Conectividade. As métricas elaboradas para análise da paisagem são múltiplas e freqüentemente apresentam uma redundância de significado. De qualquer forma, a literatura disponível já mostrou que existe um pequeno grupo de métricas, que possui um significado ecológico específico e que é confiável para detectar os padrões da paisagem. No caso de métricas de composição seriam: área nuclear total (TCA), densidade de fragmentos (PD), densidade de bordas (ED), índice de diversidade de Shannon (SHDI) e índice de dominância de Shannon (SHEI). Enquanto para métricas de configuração seriam: distância euclidiana do vizinho mais próximo (ENN) e índice de conectividade (CONNECT). Estes índices são recomendados no projeto de corredores verdes (LEITÃO e AHERN, 2002), por serem índices sensíveis às mudanças e numericamente confiáveis para detectar os padrões da paisagem (ZHANG e WANG, 2006). Análise de rede A introdução de corredores verdes, como forma de conexão entre locais da paisagem, pode ser avaliada pela análise de rede e a teoria dos gráficos, que consideram os nós como lugares pontuais e os corredores como elementos lineares. O grau com que cada nó está interconectado com os outros, dentro da paisagem, é definido como conectividade (LINEHAN et al., 1995). Por outro lado, a análise dos custos da rede define o quadro lógico sobre o qual impostar a escolha entre os projetos de redes alternativas, distinguindo os custos relativos ao

111 usuário e os custos relativos ao construtor. Segundo ZHANG e WANG (2006), quando se quer minimizar o custo ao construtor, a configuração espacial da rede é ramificada, enquanto que a minimização do custo do usuário privilegia o projeto para uma rede em circuito (Figura 3). As medidas adotadas para descrever a estrutura da rede são o número, o comprimento e a densidade dos corredores, com os quais define-se a complexidade da rede em termos de densidade relativa de circuitos e taxa de custo. A densidade relativa de circuitos pode ser medida pelo índice γ, que mede a relação entre o número de corredores presentes na rede e o número máximo de corredores possíveis: γ = L/[3(V-2)]. O intervalo de valores está entre 0, para redes onde nenhum nó está interconexo, e 1, para redes onde cada nó está conectado a todos os restantes. Figura 3. Tipologias de rede comuns, onde os desenhos a, b e c são rede ramificadas e os desenhos d, e e f são em circuito, como proposto por Hellmund, 1989 (fonte ZHANG E WANG, 2006). Figure 3. Common ecological network typologies, where a, b and c are ramified and d, e and f are circuit configuration, by Hellmund, 1989 (ZHANG E WANG, 2006). Para a taxa de custo, critério que se baseia nas condições socioeconômicas das realidades locais, usa-se a relação proposta por Dalton et al. (1973 apud ZHANG e WANG,

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usuário e os custos relativos ao construtor. Segundo ZHANG e WANG (2006), quando se quer<br />

minimizar o custo ao construtor, a configuração espacial da rede é ramificada, enquanto que a<br />

minimização do custo do usuário privilegia o projeto para uma rede em circuito (Figura 3).<br />

As medidas adotadas para descrever a estrutura da rede são o número, o comprimento e<br />

a densidade dos corredores, com os quais define-se a complexidade da rede em termos de<br />

densidade relativa de circuitos e taxa de custo. A densidade relativa de circuitos pode ser<br />

medida pelo índice γ, que mede a relação entre o número de corredores presentes na rede e o<br />

número máximo de corredores possíveis: γ = L/[3(V-2)]. O intervalo de valores está entre 0,<br />

para redes onde nenhum nó está interconexo, e 1, para redes onde cada nó está conectado a<br />

todos os restantes.<br />

Figura 3. Tipologias de rede comuns, onde os desenhos a, b e c são rede ramificadas e os desenhos d, e e f<br />

são em circuito, como proposto por Hellmund, 1989 (fonte ZHANG E WANG, 2006).<br />

Figure 3. Common ecological network typologies, where a, b and c are ramified and d, e and f are circuit<br />

configuration, by Hellmund, 1989 (ZHANG E WANG, 2006).<br />

Para a taxa de custo, critério que se baseia nas condições socioeconômicas das<br />

realidades locais, usa-se a relação proposta por Dalton et al. (1973 apud ZHANG e WANG,

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