NotÃcias - Ordem dos Farmacêuticos
NotÃcias - Ordem dos Farmacêuticos
NotÃcias - Ordem dos Farmacêuticos
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Notícias<br />
Governo apresenta medidas para reduzir défice na Saúde<br />
Preço <strong>dos</strong> medicamentos vai baixar<br />
De forma a combater o défice<br />
da Saúde, o Governo anunciou a<br />
adopção de novas medidas com<br />
as quais espera poupar perto<br />
de 90 milhões de euros anuais.<br />
De entre estas destaca-se a redução<br />
do preço <strong>dos</strong> medicamentos<br />
em seis por cento, que será suportada<br />
pela indústria farmacêutica<br />
(três por cento), pelo sector<br />
da distribuição e pelas farmácias<br />
(três por cento).<br />
As iniciativas legislativas visam<br />
também a revogação da comparticipação<br />
acrescida de dez por cento<br />
nos medicamentos genéricos,<br />
a redução da comparticipação de<br />
fármacos a 100 por cento para<br />
95 por cento, a revisão das tabelas<br />
de preços das convenções e a<br />
introdução de um novo sistema de<br />
conferência de facturação. Para<br />
além destas medidas, o Governo<br />
pretende uniformizar os diferentes<br />
subsistemas de saúde, fazendo-<br />
-os convergir num só. O Governo<br />
pretende ainda introduzir novas<br />
disposições no regime remuneratório<br />
<strong>dos</strong> médicos, cativar cinco<br />
por cento das verbas afectas aos<br />
hospitais, excluindo as referentes<br />
aos vencimentos, e promover um<br />
Foto: Paulo Neto<br />
As medidas serão brevemente alvo de iniciativas legislativas e visam a<br />
redução imediata do défice no sector da Saúde<br />
maior rigor na responsabilização<br />
das administrações hospitalares<br />
em função <strong>dos</strong> objectivos atribuí<strong>dos</strong><br />
no seu mandato.Estas propostas<br />
foram apresentadas aos parceiros<br />
sociais da área da Saúde pelo ministro<br />
Correia de Campos.<br />
No final do encontro com a <strong>Ordem</strong><br />
<strong>dos</strong> farmacêuticos (OF), o<br />
Bastonário Aranda da Silva apelou<br />
para que a repartição das medidas<br />
a implementar seja “equitativa e<br />
proporcional a to<strong>dos</strong> os sectores<br />
de actividade da área da Saúde e<br />
que os esforços do Ministério se<br />
centrem também na prescrição<br />
de fármacos, principal factor de<br />
crescimento da despesa”. O Bastonário<br />
da OF mostrou-se ainda<br />
surpreendido com a ausência das<br />
medidas previstas no Programa<br />
de Governo para estimular o consumo<br />
de genéricos, que, no seu<br />
entender, ainda tem um grande potencial<br />
de crescimento e concorre<br />
directamente para a racionalização<br />
<strong>dos</strong> custos para o doente e para<br />
o Estado. Apesar do desconhecimento<br />
prático do contexto de aplicação<br />
das medidas em causa, a<br />
OF assume a necessidade de um<br />
esforço conjunto, a nível nacional,<br />
para compensação <strong>dos</strong> défices<br />
públicos.<br />
Redução do preço <strong>dos</strong> medicamentos em causa<br />
APIFARMA suspende acordo com Ministério da Saúde<br />
65<br />
A Associação Portuguesa da Indústria<br />
Farmacêutica (APIFARMA)<br />
suspendeu o protocolo assinado<br />
com o Ministério da Saúde que<br />
estabelecia limites ao crescimento<br />
da despesa com medicamentos.<br />
O acordo, assinado em Janeiro<br />
deste ano e com repercussão<br />
nos anos de 2004 e 2005,<br />
previa, para além da fixação de<br />
tectos anuais de crescimento do<br />
mercado de medicamentos, a devolução,<br />
por parte da indústria<br />
farmacêutica, <strong>dos</strong> valores em excesso.<br />
A decisão da APIFARMA é justificada,<br />
no seguimento do anúncio da<br />
baixa de preços <strong>dos</strong> fármacos, com<br />
o facto de o protocolo prever que<br />
os preços <strong>dos</strong> medicamentos se<br />
O protocolo assinado em Janeiro<br />
foi o terceiro do género entre a<br />
indústria e o Ministério da Saúde<br />
manteriam congela<strong>dos</strong> enquanto<br />
este estivesse em vigor, até ao final<br />
de 2005, uma “condição que não<br />
se verificou, impedindo a manutenção<br />
da co-responsabilização”.<br />
O documento tinha retroactividade<br />
a 2004, ano para o qual tinha sido<br />
estabelecido um limite de despesa<br />
de oito por cento, tendo a indústria<br />
farmacêutica que devolver<br />
ao Estado português cerca de 15<br />
milhões de euros.<br />
Apesar da decisão agora tomada,<br />
a instituição que representa a indústria<br />
farmacêutica manifesta-se<br />
disponível para “encontrar, com o<br />
Executivo, as melhores soluções<br />
na área do medicamento, tendo<br />
em conta as variáveis da Saúde e<br />
da Economia”.
Notícias<br />
Notícias<br />
ANF responde a medidas do Governo<br />
Lei por cumprir custa mais de 220 milhões aos portugueses<br />
Foto: Farmácia Distribuição<br />
A ANF considera a redução de preços<br />
desequilibrada, uma vez que implica<br />
um esforço para as farmácias 140<br />
por cento superior ao da indústria<br />
Como reacção ao anúncio governamental<br />
de reduzir em seis por<br />
cento o preço <strong>dos</strong> medicamentos,<br />
a Associação Nacional das Farmácias<br />
(ANF), através do seu presidente,<br />
João Cordeiro, considerou<br />
que, se a intenção do Governo<br />
fosse realmente tornar os medicamentos<br />
mais baratos, a redução<br />
do preço deveria incidir sobre o<br />
valor com que o medicamento é<br />
vendido ao público e não sobre o<br />
lucro <strong>dos</strong> laboratórios e as margens<br />
<strong>dos</strong> distribuidores.<br />
Esta reacção é justificada pelo facto<br />
de a anunciada redução ir incidir<br />
sobre os preços à saída da fábrica,<br />
que não são os preços reais<br />
que a indústria pratica, na medida<br />
em que os medicamentos chegam<br />
aos distribuidores já inflaciona<strong>dos</strong>.<br />
Segundo a ANF, a baixa de preços<br />
far-se-á quase exclusivamente à<br />
custa <strong>dos</strong> armazenistas e das farmácias,<br />
poupando-se a indústria<br />
farmacêutica, isto porque indústria<br />
e distribuidores não contribuem de<br />
igual forma para a formação do<br />
preço <strong>dos</strong> medicamentos.<br />
Uma vez que a redução incide sobre<br />
as margens, a ANF sustenta<br />
que, com as actuais margens de<br />
72 por cento para os laboratórios,<br />
8 por cento para os armazenistas<br />
e cerca de 20 por cento para as<br />
farmácias, a redução prevista para<br />
a indústria será inferior aos anuncia<strong>dos</strong><br />
3 por cento, o que levará na<br />
prática a que sejam as empresas<br />
de distribuição de medicamentos<br />
as mais penalizadas.<br />
Preços violam a lei<br />
Para a ANF, as propostas governamentais<br />
são igualmente desequilibradas<br />
face ao não cumprimento<br />
da lei que regulamenta a<br />
fixação <strong>dos</strong> preços. De acordo<br />
com um estudo realizado pela associação,<br />
os preços <strong>dos</strong> medicamentos<br />
em Portugal são mais eleva<strong>dos</strong><br />
do que os pratica<strong>dos</strong> nos três países<br />
de referência, o que contraria<br />
a determinação legal de que o<br />
preço <strong>dos</strong> medicamentos não pode<br />
exceder o preço mais baixo em<br />
vigor em Espanha, em França ou<br />
Itália.<br />
Segundo a ANF, se a lei fosse<br />
cumprida e os medicamentos não<br />
sofressem posteriores aumentos<br />
de preço, só no ano passado ter-se-<br />
-iam gasto menos 227 milhões de<br />
euros em fármacos, <strong>dos</strong> quais 124<br />
milhões representariam uma poupança<br />
directa para os doentes.<br />
A este propósito, o presidente da<br />
ANF, João Cordeiro, mostra-se<br />
surpreendido pelo facto de as autoridades<br />
estatais nada fazerem<br />
para impedir este descalabro financeiro.<br />
Para a ANF, o incumprimento da<br />
lei tem ainda uma outra face perversa,<br />
pois acaba por encarecer<br />
também os medicamentos genéricos<br />
que, por definição, deveriam<br />
ser 35 por cento mais baratos do<br />
que o respectivo medicamento<br />
de referência. Uma incongruência<br />
injustificável, até porque, de<br />
acordo com anteriores estu<strong>dos</strong><br />
promovi<strong>dos</strong> pela ANF, os genéricos<br />
poderiam custar, no mínimo,<br />
menos 50 por cento do que habitualmente.<br />
Processo de Bolonha em pano de fundo<br />
Lei de Bases do Sistema Educativo alterada<br />
A proposta do Governo de alteração<br />
à Lei de Bases do Sistema Educativo,<br />
que regula uma nova organização de<br />
graus e diplomas académicos, foi<br />
aprovada no Parlamento. O diploma<br />
visa harmonizar o ensino superior<br />
português com os restantes países<br />
da União Europeia, no âmbito do<br />
Processo de Bolonha.<br />
A nova Lei de Bases prevê a adopção<br />
de um modelo de ensino superior<br />
assente em três ciclos equivalentes<br />
aos graus de licenciado, mestre e<br />
doutor, à semelhança do que acontece<br />
no espaço europeu, deixando<br />
de existir o grau de bacharel, sendo<br />
que o primeiro ciclo de estu<strong>dos</strong><br />
superiores passa a corresponder ao<br />
grau de licenciado, tendo a duração<br />
de três ou quatro anos.<br />
Além de reorganizar os graus académicos,<br />
a proposta do Governo para o<br />
Ensino Superior prevê que o grau de<br />
mestre possa também ser atribuído<br />
nos institutos politécnicos, enquanto<br />
o grau de doutor só poderá ser atribuído<br />
pelas universidades.<br />
Na sessão parlamentar em que a<br />
proposta foi aprovada, o debate centrou-se<br />
sobretudo nas questões do<br />
financiamento, da atribuição do grau<br />
de doutor exclusivamente pelas universidades<br />
e da importância do mestrado<br />
para a entrada no mercado<br />
de trabalho.<br />
Com a entrada em vigor deste novo<br />
quadro legal torna-se possível a aplicação<br />
em Portugal do Processo de<br />
Bolonha, um compromisso assumido<br />
em 1999 pelos Esta<strong>dos</strong> da União<br />
Europeia para a criação, até 2010,<br />
de um espaço europeu do ensino superior<br />
em que os graus académicos<br />
atribuí<strong>dos</strong> pelos Esta<strong>dos</strong>-Membros<br />
sejam equivalentes.<br />
65
Notícias<br />
Estudo da Europe Economics recomenda<br />
Liberalização do mercado <strong>dos</strong> medicamentos genéricos<br />
Foi publicamente apresentado pelo<br />
INFARMED o estudo sobre o sistema<br />
de comparticipação de medicamentos<br />
em Portugal, elaborado<br />
pela empresa de consultadoria<br />
Europe Economics, que fora encomendado<br />
em 2004 pelo anterior<br />
ministro da Saúde. As conclusões<br />
do estudo recomendam a implementação<br />
de várias medidas para<br />
a reforma do sector da saúde, que<br />
são propostas como sendo de alta<br />
e baixa prioridade.<br />
Relativamente às primeiras, destacam-se<br />
a proposta de um sistema<br />
no qual as taxas de comparticipação<br />
estejam indexadas ao tratamento<br />
recomendado para cada<br />
doença específica, a eliminação<br />
de qualquer regulação <strong>dos</strong> preços<br />
<strong>dos</strong> medicamentos genéricos<br />
e a adopção de um sistema de<br />
preços de referência baseado no<br />
preço do genérico mais barato ou<br />
do segundo genérico mais barato.<br />
O estudo defende ainda, como<br />
reformas de baixa prioridade, a<br />
remoção da majoração de 10 por<br />
cento na comparticipação de medicamentos<br />
genéricos, pois, ainda<br />
que tenha sido uma medida que<br />
estimulou o mercado <strong>dos</strong> genéricos,<br />
esta deverá cessar quando a<br />
quota de mercado destes medicamentos<br />
atingir os 20 por cento.<br />
Ainda no âmbito <strong>dos</strong> medicamentos<br />
genéricos, o estudo defende também<br />
a promoção da importação<br />
paralela destes medicamentos,<br />
ligando Portugal aos merca<strong>dos</strong><br />
internacionais.<br />
Para o Bastonário da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong><br />
Farmacêuticos, Aranda da Silva,<br />
apesar de o estudo se revestir<br />
de grande importância para as<br />
necessárias reformas no sector<br />
da saúde, “as questões relativas<br />
à acessibilidade financeira a medicamentos<br />
revestem-se sempre<br />
de uma elevada sensibilidade social”.<br />
Neste sentido, Aranda da<br />
Silva defende que não deverá ser<br />
descurado o facto de que a “acessibilidade<br />
aos medicamentos não<br />
se encontra somente condicionada<br />
aos interesses de mercado, mas<br />
também a razões de saúde pública<br />
e aos interesses <strong>dos</strong> cidadãos”.<br />
Relativamente à elaboração do<br />
estudo, Aranda da Silva refere<br />
também que poderia ter existido<br />
uma maior acuidade na utilização<br />
da terminologia técnica da área da<br />
Farmácia e do Medicamento, uma<br />
maior aproximação comparativa ao<br />
mercado espanhol e uma menor<br />
focalização na desregulamentação<br />
<strong>dos</strong> genéricos, uma vez que estes<br />
medicamentos devem ser encara<strong>dos</strong><br />
como uma solução, que visa<br />
a racionalização de custos, e não<br />
um problema.<br />
Substituição por medicamentos genéricos<br />
Prescrição por nome comercial impede venda na farmácia<br />
65<br />
Receitar medicamentos por marca é<br />
o principal problema apontado<br />
Ao receitar medicamentos de marca<br />
que têm genéricos no mercado,<br />
os médicos contribuem para que<br />
os genéricos não sejam dispensa<strong>dos</strong><br />
nas farmácias, conclui um<br />
estudo, intitulado “Monitorização<br />
da prescrição por DCI e implementação<br />
da receita médica”, que<br />
foi apresentado pelo Observatório<br />
de Medicamentos e Produtos de<br />
Saúde do INFARMED.<br />
Segundo o estudo, apenas em<br />
15,1 por cento <strong>dos</strong> medicamentos<br />
inscritos nas receitas analisadas<br />
é que foi indicado a Denominação<br />
Comum Internacional (DCI), sendo<br />
os restantes 84,9 por cento<br />
correspondentes a receitas de<br />
fármacos por marca comercial.<br />
Deste total, porém, deveria ter<br />
havido 45,5 por cento de medicamentos<br />
receita<strong>dos</strong> pelo nome<br />
da substância (associada ou não<br />
ao nome do laboratório ou nome<br />
comercial do medicamento), dado<br />
que possuem alternativas genéricas<br />
no mercado.<br />
Os da<strong>dos</strong> apura<strong>dos</strong> pelo estudo,<br />
que incidiu sobre receitas de Fevereiro<br />
a Julho de 2004, indicam<br />
ainda que em 44,1 por cento <strong>dos</strong><br />
casos o médico não autorizou a troca<br />
do medicamento prescrito pelo<br />
seu genérico, autorizando apenas<br />
a substituição explícita em apenas<br />
3 por cento <strong>dos</strong> casos.<br />
O estudo adianta ainda que a substituição<br />
pelo genérico na farmácia<br />
nem sempre se efectua. O documento<br />
levanta hipóteses para isto<br />
acontecer: a farmácia não dispõe<br />
do genérico, a farmácia não intervém<br />
ou então é o utente a não<br />
querer o genérico.<br />
Em declarações à imprensa, o Bastonário<br />
da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />
(OF), Aranda da Silva, referiu<br />
que os resulta<strong>dos</strong> deste estudo<br />
comprovam a pouca margem de<br />
manobra do farmacêutico quando<br />
a prescrição é feita por nome comercial.<br />
Aranda da Silva indicou<br />
ainda que a única pessoa que pode<br />
decidir modificar a prescrição,<br />
quando o médico permite que o<br />
medicamento de marca receitado<br />
seja substituído por um genérico, é<br />
o doente, acrescentando que “na<br />
maior parte das vezes este não<br />
quer alterar a receita”.<br />
O Bastonário da OF frisou ainda<br />
que para ser sempre dispensado<br />
ao doente o medicamento mais barato<br />
prescrito por DCI, a legislação<br />
tem de ser mudada, permitindo<br />
ao farmacêutico a substituição,<br />
a exemplo o que já acontece nos<br />
outros países da Europa.
Notícias<br />
Notícias<br />
Extinção das sub-regiões de saúde<br />
Ministério vai criar mais Unidades Locais de Saúde<br />
O Ministério da Saúde pretende<br />
extinguir, até 2006, as 18 sub-<br />
-regiões de saúde e implementar<br />
a gestão integrada <strong>dos</strong> hospitais<br />
e centros de saúde, que assim<br />
deixam de funcionar de forma autónoma.<br />
O objectivo é melhorar a<br />
eficiência <strong>dos</strong> cuida<strong>dos</strong> presta<strong>dos</strong><br />
aos doentes e diminuir os custos<br />
do sector. O modelo passa por criar<br />
Unidades Locais de Saúde (ULS),<br />
que unam, na mesma gestão, to<strong>dos</strong><br />
os cuida<strong>dos</strong> necessários para<br />
servir a população da zona.<br />
Cada uma destas ULS poderá assumir<br />
várias combinações e integrar<br />
um ou mais hospitais, centros de<br />
saúde ou outro tipo de serviços. Estas<br />
unidades terão autonomia financeira<br />
para gerir acor<strong>dos</strong> com entidades<br />
privadas e sociais nas várias<br />
áreas, desde os cuida<strong>dos</strong> continua<strong>dos</strong><br />
aos laboratórios de análises,<br />
Foto: Paulo Neto<br />
A Unidade Local de Matosinhos servirá de modelo inspirador para as próximas<br />
unidades a experimentar este modelo de gestão<br />
passando pelas clínicas médicas.<br />
A Unidade Local de Matosinhos,<br />
que integra o Hospital Pedro Hispano<br />
e os centros de saúde de Leça<br />
da Palmeira, Matosinhos, Senhora<br />
da Hora e S. Mamede de Infesta,<br />
servirá de modelo inspirador para<br />
as próximas unidades a experimentar<br />
o modelo (Castelo Branco e<br />
Viana do Castelo).<br />
Alegando falta de apoio<br />
Presidente da Entidade Reguladora da Saúde demite-se<br />
O presidente da Entidade Reguladora<br />
de Saúde (ERS), Rui Nunes,<br />
apresentou ao ministro da Saúde,<br />
Correia de Campos, o seu pedido<br />
de demissão do cargo que ocupava<br />
desde Março de 2004, alegando<br />
falta de apoio institucional<br />
e financeiro do Estado. Rui Nunes<br />
queixou-se da ausência de apoio do<br />
novo Governo para o normal funcionamento<br />
da ERS, tanto ao nível da<br />
dotação financeira e de recursos<br />
humanos, como ao nível institucional,<br />
o que, na sua opinião, era fundamental<br />
para o organismo se impor<br />
junto das entidades reguladas.<br />
Por seu lado, o ministro da Saúde<br />
considerou normal a demissão do<br />
presidente da ERS, referindo que<br />
quando “as pessoas não se enquadram<br />
nas situações existentes,<br />
têm todo o direito de pedir a sua<br />
exoneração”.<br />
Com a demissão de Rui Nunes, o<br />
Conselho Directivo da ERS funciona<br />
apenas com o vogal Paulo Freitas,<br />
uma vez que o terceiro elemento,<br />
Cordeiro Tavares, já se tinha demitido<br />
quando Correia de Campos<br />
questionou a falta de regulamentação<br />
do transporte de doentes<br />
e <strong>dos</strong> meios complementares de<br />
diagnóstico.<br />
A ERS foi criada em 2003 pelo<br />
anterior ministro da Saúde, Luís<br />
Filipe Pereira, para regular os operadores<br />
públicos, priva<strong>dos</strong> e sociais<br />
do sector. Rui Nunes foi empossado<br />
em Março de 2004, mas só<br />
em finais de Outubro desse ano<br />
se reuniram as condições para o<br />
funcionamento real da ERS.<br />
EMEA recomenda medidas de precaução<br />
Conclusão da avaliação de segurança <strong>dos</strong> inibidores da COX-2<br />
A Agência Europeia de Medicamentos<br />
(EMEA) concluiu a revisão <strong>dos</strong><br />
medicamentos da classe <strong>dos</strong> inibidores<br />
da COX-2, recomendando<br />
novas contra-indicações e advertências<br />
relativamente aos inibidores<br />
da COX-2 que se encontram<br />
disponíveis na União Europeia. Estas<br />
recomendações baseiam-se em<br />
acções regulamentares já implementadas<br />
em Fevereiro de 2005.<br />
Agora, na reunião celebrada entre<br />
os dias 20 e 23 de Junho de<br />
2005, o Comité de Medicamentos<br />
de Uso Humano da EMEA (CHMP)<br />
concluiu que, devido aos riscos cardiovasculares<br />
associa<strong>dos</strong> a estes<br />
medicamentos, são necessárias<br />
advertências e contra-indicações<br />
complementares para to<strong>dos</strong> os<br />
inibidores da COX-2, que poderão<br />
ser consultadas no site do<br />
INFARMED<br />
O Comité refere, no entanto, que,<br />
tendo em consideração estas contra-indicações<br />
e advertências adicionais<br />
na sua população-alvo, o<br />
balanço entre os benefícios e os riscos<br />
destes medicamentos se mantém<br />
positivo quando prescritos.<br />
65
Notícias<br />
No primeiro semestre de 2005<br />
INFARMED aplica coimas<br />
a laboratórios e instaura processos a farmácias<br />
Foto: Paulo Neto<br />
O INFARMED aplicou, no primeiro<br />
semestre deste ano, no âmbito da<br />
publicidade a medicamentos, 26<br />
coimas, das quais 22 a laboratórios<br />
farmacêuticos e 4 a órgãos<br />
de comunicação social. Entre as<br />
infracções mais frequentes que<br />
motivaram estas coimas, contam-<br />
-se a publicidade indirecta a medicamentos<br />
em evento cientifico<br />
patrocinado pelo laboratório, publicidade<br />
enganosa e referências<br />
a recomendações de sociedade<br />
científica não permitidas na publicidade<br />
junto do público.<br />
Dentro das suas atribuições, o<br />
INFARMED instaurou, no mesmo<br />
período, 13 processos de contra-<br />
-ordenação a diversas entidades.<br />
As infracções detectadas são várias,<br />
designadamente o incumprimento<br />
da obrigatoriedade de redacção<br />
da rotulagem de produtos<br />
cosméticos em língua portuguesa,<br />
publicidade a medicamento sem<br />
autorização de introdução no mercado,<br />
venda de medicamentos por<br />
estabelecimento não autorizado,<br />
utilização indevida da marcação CE<br />
em dispositivo médico, utilização da<br />
designação “Farmácia” por estabelecimento<br />
não detentor de alvará<br />
adequado, violação das regras sobre<br />
fabrico e comercialização de<br />
dispositivos médicos. À excepção<br />
de cinco destes processos, quatro<br />
<strong>dos</strong> quais terminaram na aplicação<br />
de coimas e um foi arquivado, to<strong>dos</strong><br />
os demais se encontram em<br />
curso no INFARMED, na Inspecção-<br />
-geral de Actividades Económicas<br />
ou no Ministério Público.<br />
No primeiro semestre deste ano,<br />
o INFARMED instaurou ainda 12<br />
processos de contra-ordenação social<br />
a igual número de farmácias,<br />
quatro <strong>dos</strong> quais foram concluí<strong>dos</strong>,<br />
resultando em três coimas e um<br />
arquivamento.<br />
Entre as infracções mais frequentes,<br />
verificou-se a venda de medicamentos<br />
por pessoal não qualificado,<br />
a não existência de todo<br />
o material de laboratório exigido<br />
por lei, a existência de matérias-<br />
-primas fora do prazo de validade,<br />
a ausência da directora-técnica da<br />
farmácia, a falta de registos de entradas<br />
e saídas de estupefacientes<br />
e psicotrópicos não envia<strong>dos</strong> ao<br />
INFARMED, a violação do direito de<br />
livre escolha do farmacêutico pelo<br />
utente, a não verificação <strong>dos</strong> boletins<br />
de análise das matérias-primas<br />
pela directora técnica, comercialização<br />
de produtos cuja venda não<br />
é autorizada em farmácia, a administração<br />
de injecções em animais,<br />
o fraccionamento de embalagens<br />
de perfumes para posterior venda<br />
e a falta de fichas de preparação<br />
de manipula<strong>dos</strong> efectua<strong>dos</strong> em<br />
farmácia.<br />
Investimento de 49 milhões de euros<br />
ANF adquire 49% da filial portuguesa da Alliance UniChem<br />
65<br />
A Associação Nacional das Farmácias<br />
(ANF) investiu 49 milhões de<br />
euros na compra de uma participação<br />
de 49 por cento na filial<br />
portuguesa da multinacional britânica<br />
Alliance UniChem, uma das<br />
maiores distribuidoras mundiais<br />
de medicamentos, que, a nível<br />
nacional, detém 22 por cento do<br />
mercado da distribuição farmacêutica.<br />
Este negócio envolveu também a<br />
José de Mello Participações, que<br />
adquiriu dois por cento da empresa,<br />
o que significa o controle<br />
português da filial portuguesa da<br />
Alliance UniChem e o ganho para<br />
Portugal e para os farmacêuticos<br />
nacionais de um centro de decisão<br />
importante neste mercado.<br />
O acordo ficou concluído no fim do<br />
mês de Junho e, como parte dele,<br />
a ANF e a Alliance UniChem vão<br />
investir, em partes iguais, mais<br />
30 milhões de euros, por forma<br />
a tirar total partido das oportunidades<br />
que a nova estrutura da<br />
empresa irá criar.<br />
No mês de Junho, foi igualmente<br />
anunciada a intenção da ANF<br />
de proceder à implementação<br />
de uma central de compras para<br />
tornar a aquisição de medicamentos<br />
sem receita médica mais<br />
competitiva, de forma a que as<br />
farmácias se preparem para responder<br />
à previsível concorrência<br />
resultante da abertura deste<br />
mercado a outros agentes.<br />
Caberá à empresa Farmatrading,<br />
detida pela associação, assegurar<br />
a função da central de compras,<br />
que irá procurar obter junto <strong>dos</strong><br />
laboratórios preços mais favoráveis<br />
para este tipo de medicamentos<br />
e outros produtos de saúde<br />
dispensa<strong>dos</strong> nas farmácias.<br />
A criação de uma central de compras<br />
das farmácias foi aprovada<br />
em Assembleia Geral de delega<strong>dos</strong><br />
da associação e deverá começar a<br />
funcionar quando entrar em vigor<br />
a legislação em preparação pelo<br />
Governo.
Notícias<br />
Notícias<br />
Relatório da OCDE<br />
Despesas de saúde equivalem a 9,6% do PIB<br />
De acordo com um relatório divulgado<br />
pela Organização para a<br />
Cooperação e Desenvolvimento<br />
Económico (OCDE), as despesas de<br />
saúde em Portugal representaram<br />
9,6 por cento do Produto Interno<br />
Bruto (PIB) em 2003, o que coloca<br />
o país um ponto percentual acima<br />
da média da OCDE.<br />
Os EUA, com 15 por cento do<br />
PIB, são o país que mais gasta em<br />
saúde, seguindo-se a Suíça (11,5<br />
por cento) e a Alemanha (11,1<br />
por cento). Portugal é, a par da<br />
Bélgica, o décimo país com maior<br />
peso das despesas de saúde na<br />
riqueza nacional.<br />
Os EUA eram, em 2003, o país<br />
com maior despesa em saúde por<br />
pessoa (4 588 euros). Este valor é<br />
mais do dobro da média da OCDE e<br />
cerca de 10 vezes as despesas per<br />
capita em países como o México e<br />
Turquia. Em Portugal, a factura cifrava-se<br />
em 1 463 euros por pessoa.<br />
O relatório destaca ainda que, entre<br />
1998 e 2003, as despesas<br />
em medicamentos na OCDE aumentaram<br />
32 por cento em termos<br />
reais, ultrapassando os 366<br />
mil milhões de euros em 2003.<br />
O peso <strong>dos</strong> gastos com medicamentos<br />
nas despesas de saúde é<br />
cada vez maior, atingindo os 18<br />
por cento em 2003, com países<br />
como os EUA e Austrália a registarem<br />
um ritmo de crescimento<br />
nos gastos com fármacos duas<br />
vezes superior ao ritmo de incremento<br />
das despesas de saúde. Em<br />
2003, os gastos com medicamentos<br />
por pessoa ascendiam a 593<br />
euros anuais nos EUA e os 493<br />
euros em França. A média da OCDE<br />
era de 298 euros per capita.<br />
Delegação portuguesa apresentou pósteres<br />
5.ª Conferência da Primavera de Farmácia Clínica<br />
Foto: Mara Guerreiro<br />
Com realização anual promovida<br />
pela Sociedade Europeia de Farmácia<br />
Clínica, decorreu, de 26 a<br />
28 de Maio, em Estocolmo, mais<br />
uma edição da Conferência da Primavera<br />
de Farmácia Clínica, este<br />
ano subordinada ao tema “Integrando<br />
investigação, educação e<br />
prática clínica”.<br />
Durante três dias, cerca de 750<br />
participantes de todo o mundo,<br />
36 <strong>dos</strong> quais portugueses, discutiram<br />
diversos assuntos, <strong>dos</strong> quais<br />
se destacam a farmácia baseada<br />
na evidência, a documentação e<br />
avaliação da prática de farmácia<br />
clínica e a utilização de profissionais<br />
do terreno na docência universitária<br />
de farmácia clínica. De referir<br />
que, no dia 25 de Maio, realizou-<br />
-se ainda um pré-simpósio, no qual<br />
decorreu o curso “Patient-centred<br />
teaching”, que se debruçou sobre<br />
vários aspectos relaciona<strong>dos</strong> com<br />
o recurso a doentes no ensino da<br />
farmácia clínica, motivo pelo qual<br />
foi proporcionada a oportunidade<br />
de contactar com doentes no Hospital<br />
Universitário Karolinska.<br />
Dos trabalhos da Conferência, os<br />
participantes tiveram oportunidade<br />
de participar em diversas sessões<br />
plenárias, que contaram com a<br />
presença de oradores de renome<br />
internacional, às quais se seguiram<br />
mesas-redondas que permitiram<br />
um enriquecedor debate. Estas<br />
sessões plenárias foram gravadas<br />
e, como vem sendo hábito,<br />
serão disponibilizadas na secção<br />
<strong>dos</strong> membros do site da Sociedade<br />
(www.escpweb.org), conjuntamente<br />
com os diapositivos das<br />
apresentações.<br />
O programa do evento contou ainda<br />
com a realização de 12 workshops,<br />
com títulos tão interessantes como<br />
“Avaliar a prescrição apropriada<br />
– combinando a prática clínica e<br />
a investigação” e “Suplementos<br />
dietéticos, fármacos, fitoterapia<br />
e memória”, bem como com a<br />
exposição de cerca de 300 pósteres,<br />
relativos a trabalhos de<br />
investigação na área da farmacocinética<br />
clínica, informação sobre<br />
medicamentos, educação em farmácia<br />
clínica, nutrição assistida<br />
e terapêutica intravenosa, cuida<strong>dos</strong><br />
farmacêuticos, farmacoterapia,<br />
farmacoeconomia, e farmacoepidemiologia<br />
e Saúde Pública.<br />
Dos 10 pósteres portugueses aceites<br />
destacam-se os trabalhos selecciona<strong>dos</strong><br />
para apresentação<br />
oral: “Drug-related problems in<br />
the elderly – relationship between<br />
hospital and community pharmacy”,<br />
de Helena Duarte et al. (Hospital<br />
Garcia de Orta), e “Preventable<br />
drug-related morbidity – determining<br />
valid indicators for primary<br />
care in Portugal”, de Mara Guerreiro<br />
e colegas (The University of<br />
Manchester e Associação Nacional<br />
das Farmácias/CEFAR).<br />
O próximo encontro científico da<br />
Sociedade Europeia de Farmácia<br />
Clínica decorrerá em Amsterdão,<br />
de 26 a 29 de Outubro, e terá por<br />
tema “Patient Profiling: Key to Successful<br />
Treatment”. A creditação<br />
do evento foi já submetida à <strong>Ordem</strong><br />
<strong>dos</strong> Farmacêuticos.<br />
65
Regional<br />
Ciclo de Conferências da Secção Regional de Lisboa<br />
Sessão sobre<br />
“O Farmacêutico e a Segurança Alimentar”<br />
Secção Regional de Lisboa<br />
organizou mais uma sessão<br />
do seu Ciclo de Conferências,<br />
desta vez subordinada ao<br />
tema “O Farmacêutico e a Segurança<br />
Alimentar”, que decorreu no<br />
dia 22 de Junho, no Hotel Tivoli<br />
Tejo. Com entrada livre para to<strong>dos</strong><br />
os colegas interessa<strong>dos</strong> em participar,<br />
a realização desta sessão<br />
contou com a presença de cerca<br />
de 160 colegas, número que, para<br />
além de ser demonstrativo do interesse<br />
crescente por esta temática,<br />
permitiu um debate bastante alargado<br />
sobre as questões relacionadas<br />
com a segurança alimentar.<br />
A importância cada vez mais incontornável<br />
que a segurança alimentar<br />
tem assumido em termos<br />
de Saúde Pública tem despertado<br />
preocupação <strong>dos</strong> profissionais de<br />
saúde e <strong>dos</strong> consumidores. São<br />
disso exemplo os recentes incidentes<br />
que, em Abril do presente ano,<br />
trouxeram a público os deficientes<br />
mecanismos de controlo da carne<br />
e do peixe existentes no nosso país,<br />
bem como as falhas na aplicação<br />
da legislação comunitária para os<br />
resíduos de medicamentos e/ou<br />
pesticidas em alimentos.<br />
A sessão contou com a presença<br />
de Fernando Ramos, professor da<br />
Faculdade de Farmácia da Universidade<br />
de Coimbra e presidente da<br />
Secção Regional de Coimbra, que,<br />
ao longo da sua apresentação sobre<br />
“Resíduos de Medicamentos<br />
em Alimentos e Águas”, abordou<br />
a definição de resíduo de medicamento,<br />
o modo como este surge<br />
nos alimentos, os tipos e objectivos<br />
da utilização de medicamentos<br />
na produção de animais destina<strong>dos</strong><br />
à alimentação humana, a que<br />
se seguiu uma breve referência às<br />
etapas fundamentais da metodologia<br />
analítica.<br />
A conferência continuou com a<br />
alusão a alguns <strong>dos</strong> mais recentes<br />
acontecimentos que envolveram a<br />
detecção de substâncias proibidas<br />
em alimentos de natureza diversa,<br />
estu<strong>dos</strong> nos quais esteve envolvido<br />
o próprio prelector e outros<br />
farmacêuticos da área das análises<br />
bromatológicas, hidrológicas<br />
e toxicológicas.<br />
A finalizar a sua apresentação,<br />
Fernando Ramos referiu-se ainda<br />
à questão da presença de medicamentos<br />
em águas para consumo<br />
humano, tema emergente e que<br />
tem vindo a adquirir enorme relevância,<br />
atendendo a que foram já<br />
identifica<strong>dos</strong> mais de cem princípios<br />
activos diferentes em águas<br />
de consumo.<br />
O debate, moderado por António<br />
Marques da Costa, presidente da<br />
Secção Regional de Lisboa, foi bastante<br />
participado e evidenciou a<br />
qualidade com que a temática foi<br />
abordada por Fernando Ramos,<br />
que manteve despertos o interesse<br />
e a atenção de to<strong>dos</strong> os presentes.<br />
Com esta acção de formação<br />
foram, assim, sublinhadas as principais<br />
preocupações que decorrem<br />
da presença de medicamentos em<br />
alimentos e águas, destacando-se<br />
a emergência de resistências bacterianas,<br />
bem como a participação<br />
destes fármacos em fenómenos de<br />
desregulação endócrina.<br />
A Direcção da Secção Regional<br />
de Lisboa congratula-se com o<br />
sucesso alcançado com esta sessão<br />
e não pode deixar de agradecer<br />
a Fernando Ramos, que desde logo<br />
se disponibilizou para colaborar<br />
com a Secção Regional, e, acima<br />
de tudo, destacar a qualidade da<br />
sua intervenção e a participação<br />
activa de to<strong>dos</strong> os presentes.<br />
65
Regional<br />
Revalidação da Carteira Profissional<br />
Centro de Atendimento<br />
da Secção Regional de Lisboa<br />
niciado em 2004, o processo<br />
de Revalidação da Carteira<br />
Profissional envolve actualmente<br />
to<strong>dos</strong> os colegas inscritos<br />
até 1975 e em 2001 e os que se<br />
inscreveram entre 1976-1985 e<br />
em 2002, num total de cerca de<br />
2 200 membros da Secção Regional<br />
de Lisboa.<br />
Verificou-se, nesta primeira fase<br />
do processo, um aumento significativo<br />
no volume de chamadas<br />
solicitando esclarecimentos, o que<br />
originou um período de alguma dificuldade<br />
na resposta, em tempo<br />
útil, a todas as questões colocadas.<br />
No sentido de assegurar um<br />
serviço especializado para o esclarecimento<br />
de dúvidas relacionadas<br />
com o processo de Revalidação<br />
da Carteira Profissional, a Secção<br />
Regional iniciou, no mês de Maio,<br />
um serviço telefónico de atendimento<br />
aos seus membros. Com<br />
esta iniciativa, a Secção Regional<br />
de Lisboa pretendeu criar uma<br />
metodologia e um conhecimento<br />
que permitam responder de uma<br />
forma mais eficaz e expedita às<br />
solicitações <strong>dos</strong> membros.<br />
O centro de atendimento funciona<br />
com a colaboração de alunos de<br />
Ciências Farmacêuticas, que têm<br />
demonstrado uma grande sensibilidade,<br />
conhecimento e motivação<br />
em todas as questões que lhes<br />
têm sido colocadas. No decorrer<br />
<strong>dos</strong> meses de Maio e Junho, os<br />
Foto: Jorge Alves<br />
membros da Secção Regional de<br />
Lisboa puderam, assim, usufruir<br />
diariamente da disponibilidade de<br />
um aluno para a realização destes<br />
esclarecimentos.<br />
De destacar que, nos 21 dias<br />
de funcionamento durante o mês<br />
de Maio, foram registadas cerca<br />
de 110 chamadas numa média<br />
de 5 a 6 chamadas diárias com<br />
uma duração média de 15 a 20<br />
minutos. As principais questões<br />
prenderam -se com o ano de início<br />
da revalidação, com as actividades<br />
já creditadas pela <strong>Ordem</strong> e com<br />
alguns pormenores do processo.<br />
Assim, até ao momento, o balanço<br />
desta iniciativa tem sido bastante<br />
positivo, registando-se uma<br />
elevada percentagem de dúvidas<br />
esclarecidas.<br />
No entanto, após um período de<br />
maior afluxo de pedi<strong>dos</strong> de informação,<br />
constatou-se uma redução<br />
bastante significativa no número de<br />
telefonemas, pelo que foi decidido<br />
reduzir o tempo de funcionamento<br />
e a disponibilidade do serviço. Assim,<br />
já a partir de Julho, o funcionamento<br />
deste centro de atendimento<br />
será alterado, passando a<br />
operar dois dias por semana.<br />
Dia do Farmacêutico 2005<br />
O Dia do Farmacêutico será comemorado este ano a 25 de Setembro em Lisboa.<br />
A Secção Regional de Lisboa está a preparar para esse dia 65<br />
um programa especial de comemorações.<br />
Reserve já esta data na sua agenda e comemore connosco<br />
o dia de to<strong>dos</strong> os Farmacêuticos!
Regional<br />
Secção Regional do Porto promoveu<br />
Debate sobre a “Constituição Europeia”<br />
A Direcção da Secção Regional do<br />
Porto considera que os farmacêuticos,<br />
como intervenientes activos<br />
na sociedade, quanto mais não seja<br />
através da sua prática profissional,<br />
devem formar opinião sobre assuntos<br />
relevantes para a sociedade e<br />
para a profissão, não devendo ser<br />
meros espectadores.<br />
O texto do projecto da “Constituição<br />
Europeia” irá ser submetido a<br />
referendo em data a marcar pelo<br />
Governo. Querer ter uma opinião<br />
pessoal pela leitura do seu texto,<br />
pesado e indigesto, é um grande<br />
desafio. Por isso, a Direcção da<br />
Secção Regional entendeu que<br />
seria útil promover conferências/<br />
debates sobre o Tratado Constitucional<br />
para ouvir os especialistas e<br />
os políticos sobre o assunto.<br />
Assim, no passado dia 18 de Maio,<br />
a deputada europeia Elisa Ferreira<br />
fez uma conferência onde abordou<br />
a história da Comunidade Europeia,<br />
o seu modo de funcionamento<br />
actual e as alterações que, a ser<br />
aprovado, o Tratado Constitucional<br />
europeu irá introduzir no seu<br />
funcionamento, para além de ter<br />
transmitido a sua opinião sobre o<br />
referendo.<br />
Depois da interessante e muito útil<br />
exposição, Elisa Ferreira respondeu<br />
às numerosas questões que<br />
lhe foram colocadas pelos colegas<br />
que encheram por completo o salão<br />
nobre da sede da Secção. No<br />
final, os presentes manifestaram<br />
o seu contentamento pelo contributo<br />
que esta primeira iniciativa<br />
da Secção Regional deu para o<br />
esclarecimento de tão importante<br />
assunto.<br />
Algumas ideias simples relativas ao nosso sector de actividade referenciadas<br />
no texto da “Constituição Europeia”<br />
65<br />
A palavra “saúde” é mencionada mais<br />
de 45 vezes no texto do Tratado e seus<br />
anexos. Em que situações é empregue?<br />
Eis alguns exemplos:<br />
A União deve garantir um elevado<br />
nível de protecção da saúde humana<br />
(parte III);<br />
Em matéria de luta contra os grandes<br />
flagelos e para a educação em<br />
saúde pública, a União pode decidir<br />
uma acção de apoio, de coordenação<br />
ou complementar às iniciativas <strong>dos</strong><br />
Esta<strong>dos</strong>-Membros (parte III);<br />
Os direitos fundamentais da União<br />
afirmam o direito à vida e à integridade<br />
do ser humano (parte II);<br />
A União reafirma o consentimento<br />
livre e esclarecido do ser humano<br />
no domínio da medicina e da biologia<br />
(parte II);<br />
As condições de trabalho devem respeitar<br />
a saúde <strong>dos</strong> trabalhadores;<br />
A União reconhece a assistência<br />
social e a Segurança social;<br />
Toda a pessoa tem o direito, em matéria<br />
de saúde, de aceder à prevenção<br />
e de beneficiar de cuida<strong>dos</strong> médicos,<br />
nas condições estabelecidas pelas leis<br />
<strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong>-Membros;<br />
Acerca da liberdade de estabelecimento,<br />
no que diz respeito às profissões<br />
médicas, paramédicas e farmacêuticas,<br />
a eliminação progressiva das<br />
restrições depende da coordenação das<br />
condições de exercício daquelas profissões<br />
nos diversos Esta<strong>dos</strong>-Membros.<br />
Para os mais corajosos, uma boa leitura<br />
do texto do Tratado Constitucional,<br />
disponível para consulta no site da EUR-<br />
-Lex (www.europa.eu.int/eur-lex).
Com o apoio da PortugalBioforma<br />
Formação contínua “Clínica e Laboratório”<br />
A “Monitorização de doentes sujeitos<br />
a tratamento hipocoagulante”<br />
é um tema de grande actualidade<br />
e importância para os analistas<br />
clínicos, razão pela qual o Departamento<br />
de Formação Contínua da<br />
Secção Regional do Porto e a PortugalBioforma<br />
organizaram duas<br />
sessões de formação no passado<br />
mês de Abril, que decorreram nos<br />
dias 20, no auditório da Faculdade<br />
de Farmácia de Lisboa, e 21, na<br />
Fundação Eng. António de Almeida,<br />
no Porto, nas quais participaram<br />
250 analistas clínicos e patologistas<br />
clínicos.<br />
Na mesma sessão foi iniciado o<br />
projecto de formação à distância<br />
através da apresentação e oferta a<br />
to<strong>dos</strong> os participantes de um exemplar<br />
do cd-rom LABH editado pela<br />
Bioforma (França), como resultado<br />
da parceria estabelecida com os<br />
nossos colegas franceses.<br />
O cd-rom LABH, possibilita ao analista<br />
clínico e aos seus colaboradores<br />
uma formação personalizada<br />
e uma autoavaliação <strong>dos</strong> seus conhecimentos<br />
sobre a hemostase,<br />
quer do ponto de vista teórico,<br />
quer prático, permite um estudo<br />
aprofundado desta área analítica,<br />
e constitui uma ferramenta de utilização<br />
muito simples no dia-a-dia,<br />
no apoio ao diagnóstico de casos<br />
clínicos.<br />
Nesta sessão foi distribuído um<br />
questionário, com o objectivo de<br />
permitir não só uma avaliação<br />
de conhecimentos como detectar<br />
áreas onde será necessário focalizar<br />
futuras acções formativas.<br />
As respostas a este questionário,<br />
absolutamente confidenciais,<br />
deverão ser enviadas até 28 de<br />
Setembro para o Conselho do Colégio<br />
de Análises Clínicas, uma<br />
vez que, nas Jornadas a realizar<br />
em Outubro, será organizada uma<br />
sessão para apreciar e analisar as<br />
respostas enviadas.<br />
Quer a formação presencial, quer<br />
a formação à distância, serão consideradas<br />
pela <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />
para o Sistema Interno<br />
de Renovação da Carteira Profissional.<br />
Para tal, os farmacêuticos<br />
que participaram na sessão<br />
presencial deverão apresentar<br />
o Certificado de Presença e os<br />
colegas que aderiram à formação<br />
à distância deverão enviar, para o<br />
Os interessa<strong>dos</strong> que pretendam<br />
participar na formação à distância<br />
poderão solicitar o envio do<br />
cd-rom e do questionário que o<br />
acompanha, através do telefone<br />
n.º 22 507 34 42, do fax 22 507<br />
34 59 ou pelo e-mail info@portugalbioforma.org.<br />
O custo do envio<br />
do cd-rom e do questionário é de<br />
30 euros. As respostas ao questionário<br />
deverão ser enviadas para<br />
o Colégio da Especialidade até 28<br />
de Setembro.<br />
Colégio da Especialidade, as suas<br />
respostas ao questionário que<br />
acompanha o cd-rom.<br />
65
Regional<br />
Na Regional do Porto<br />
Formação em Patologias Inflamatórias das Vias Aéreas Superiores<br />
Realizou-se, no passado dia 14<br />
de Junho, na Secção Regional do<br />
Porto, uma formação cujo tema<br />
incidiu nas patologias inflamatórias<br />
das vias aéreas superiores.<br />
Estiveram presentes cerca de 30<br />
farmacêuticos que escutaram com<br />
a merecida atenção as explicações<br />
<strong>dos</strong> dois formadores presentes,<br />
Nuno Trigueiro da Silva Cunha e<br />
Delfim Rui da Silva Duarte, ambos<br />
médicos especialistas em Otorrinolaringologia<br />
do Hospital Pedro<br />
Hispano, em Matosinhos.<br />
Pretendeu-se com esta formação<br />
fornecer conhecimentos teóricos<br />
sobre as patologias das vias aéreas<br />
superiores, patologias essas com<br />
as quais o farmacêutico se depara<br />
constantemente no exercício<br />
da sua actividade profissional. Na<br />
primeira parte da sessão, Nuno<br />
Trigueiros apresentou a anatomofisiologia<br />
do nariz e seios perinasais,<br />
assim como a anatomofisiologia da<br />
boca e da faringe.<br />
Após um curto intervalo, Delfim<br />
Duarte apresentou as principais<br />
patologias, como sejam as rinites,<br />
sinusites e faringites, doenças<br />
com elevada prevalência tanto a<br />
nível europeu como mundial. Ficámos<br />
a saber que as infecções do<br />
tracto respiratório superior são<br />
responsáveis por mais de 4 milhões<br />
de mortes/ano (Murray et<br />
al, 1994) e que nos EUA surgem<br />
cerca de 35 milhões de casos<br />
de sinusite/ano (Ransom et al,<br />
1997). Foram apresenta<strong>dos</strong> os<br />
principais sintomas das sinusites,<br />
formas de diagnóstico, possíveis<br />
complicações e tratamentos, que<br />
poderão ser cirúrgicos ou médicos.<br />
Relativamente ao tratamento<br />
médico, Delfim Duarte apresentou<br />
a antibioterapia clássica (10 dias)<br />
e os novos esquemas de 3, 4, 5,<br />
7 e 8 dias.<br />
Quanto a amigdalites e faringites,<br />
os da<strong>dos</strong> relativos a incidência são<br />
assustadores: numa população<br />
de 138 221 utentes estimam-se<br />
110 898 casos/ano (da<strong>dos</strong> de<br />
1998).<br />
Estas patologias poderão ser crónicas<br />
ou agudas, de origem viral<br />
ou bacteriana, e neste último caso<br />
pretende-se com a antibioterapia<br />
reduzir a duração da doença, reduzir<br />
a morbilidade e absentismo,<br />
reduzir o consumo de medicação<br />
sintomática, reduzir a incidência<br />
de complicações e reduzir a prevalência<br />
de portadores sãos. Foi<br />
chamada a atenção para o aumento<br />
das resistências que conduzem<br />
a persistência e recidivas da infecção,<br />
realçando uma vez mais a<br />
emergente necessidade de alternativas<br />
à antibioterapia clássica,<br />
na medida em que as resistências<br />
crescem e inclusive surgem novas<br />
resistências cruzadas.<br />
65
Secção Regional do Porto promoveu<br />
Sessão de formação contínua sobre “Imagiologia Médica”<br />
É do senso comum que o farmacêutico<br />
é muitas vezes o profissional<br />
de saúde a quem o utente se dirige<br />
com as mais diversas questões<br />
e dúvidas. A par dessa realidade,<br />
a Secção Regional do Porto está<br />
a promover a abordagem de uma<br />
série de temas que no dia-a-dia<br />
suscitam mais dúvidas. Assim, no<br />
passado dia 16 de Maio, realizou-<br />
-se uma sessão de formação sob<br />
o tema Imagiologia Médica.<br />
Com esta formação pretendeu-se<br />
fornecer conhecimentos teóricos<br />
sobre os diferentes méto<strong>dos</strong> auxiliares<br />
de diagnóstico (MAD) com<br />
que o farmacêutico se depara e,<br />
desta forma, saber identificar os<br />
diferentes méto<strong>dos</strong>, reconhecer<br />
os princípios físicos básicos e reconhecer<br />
a importância <strong>dos</strong> MAD<br />
na medicina actual.<br />
Os principais temas aborda<strong>dos</strong><br />
foram os meios de contraste em<br />
radiologia, mamografia e densitometria<br />
óssea, tomografia computorizada,<br />
ultrassonografia e ressonância<br />
magnética, que foram<br />
expostos por Paulo Brandão, médico<br />
especialista em radiodiagnóstico,<br />
Fellowship na Universidade<br />
de Minnesota em imagiologia<br />
músculo-esquelética e director clínico<br />
do Centro de Imagiologia da<br />
Trindade.<br />
Na acção formativa, estiveram<br />
presentes cerca de meia centena<br />
de farmacêuticos que tiveram<br />
a oportunidade de adquirir uma<br />
visão geral sobre este tema e de<br />
colocar pertinentes questões ao<br />
formador convidado.<br />
Imagiologia médica – breve<br />
apresentação<br />
No dia 8 de Novembro de 1895, o físico<br />
alemão Wilhelm Conrad Roentgen,<br />
ao ver a sua mão projectada numa tela<br />
enquanto trabalhava com radiações<br />
até então desconhecidas, descobriu os<br />
agora famosos Raios X. Foi graças à<br />
sua persistência e elevada perspicácia<br />
que conseguiu perceber que do tubo<br />
<strong>dos</strong> raios catódicos com que trabalhava<br />
emanava um tipo especial de raios que<br />
tinham a capacidade de atravessar o<br />
corpo humano.<br />
Como era uma radiação desconhecida,<br />
chamou-lhe Raios X. Esta descoberta<br />
valeu-lhe o prémio Nobel de Física em<br />
1901, conduzindo a uma verdadeira<br />
revolução no meio médico, trazendo<br />
um grande avanço no diagnóstico por<br />
imagem. Desde essa época (início do século<br />
XX) até aos dias de hoje, surgiram<br />
várias modificações nos aparelhos iniciais,<br />
a fim de se minimizarem os efeitos<br />
adversos das radiações nos pacientes.<br />
Assim foram surgindo tubos de Raios<br />
X, diafragmas para reduzir a quantidade<br />
de Raios X, diminuindo a radiação<br />
secundária, que, além de prejudicar o<br />
paciente, piorava a imagem final.<br />
A imagiologia médica compreende um<br />
conjunto de méto<strong>dos</strong> de recolha de<br />
da<strong>dos</strong> que engloba a mais conhecida<br />
radiologia convencional, a ecografia,<br />
a tomografia axial computorizada<br />
(TAC), a ressonância magnética (RM)<br />
e técnicas menos divulgadas como<br />
o “Positron Emission Tomography”<br />
(PET) da área da medicina nuclear,<br />
entre outras.<br />
Tradicionalmente, os da<strong>dos</strong> são apresenta<strong>dos</strong><br />
sob a forma de imagens<br />
bidimensionais num suporte de película<br />
fotográfica. A imagem resultante<br />
quase nunca é mostrada ao médico<br />
radiologista na sua forma “crua”. Vários<br />
pré-processamentos computacionais<br />
são aplica<strong>dos</strong> aos da<strong>dos</strong>, de forma<br />
a obter-se no final uma imagem com a<br />
maior quantidade possível de informação<br />
com valor de diagnóstico. Com o<br />
aumento da capacidade de processamento<br />
computacional, começaram a<br />
ser utiliza<strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> para a “extracção<br />
automática” de características a<br />
partir destas imagens. Este tipo de<br />
segmentação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> de uma imagem<br />
pode ser baseado na definição de<br />
arestas, que são encontradas no método<br />
mais simples através da detecção<br />
de descontinuidades entre os valores<br />
de intensidades da imagem.<br />
No entanto, e em particular no que<br />
diz respeito a méto<strong>dos</strong> imagiológicos<br />
mais recentes, os da<strong>dos</strong> capta<strong>dos</strong> representam<br />
uma zona do corpo humano<br />
a três dimensões. Esta integração<br />
espacial <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> (por exemplo, a<br />
observação de uma artéria com várias<br />
ramificações) tem que ser realizada<br />
pelo médico mentalmente, com base<br />
em exames que por vezes chegam a<br />
ter uma sequência de 50 imagens.<br />
A detecção de pequenas ou ténues<br />
estruturas muito dificilmente é feita<br />
nestas imagens.<br />
65
Regional<br />
Coimbra na rota da excelência<br />
Iniciativa “O Ciclo do Medicamento:<br />
da investigação à dispensa”<br />
o sector do medicamento<br />
existem, em Coimbra, serviços<br />
e empresas de excelência.<br />
Com o intuito de dar a conhecer<br />
os melhores exemplos, bem<br />
como promover a divulgação, junto<br />
<strong>dos</strong> cidadãos, das diversas etapas<br />
do ciclo de vida do medicamento,<br />
sublinhando a sua importância<br />
enquanto bem social que importa<br />
preservar, a Direcção da Secção<br />
Regional de Coimbra promoveu, no<br />
passado dia 6 de Junho, a iniciativa<br />
“O Ciclo do Medicamento: da<br />
investigação à dispensa”.<br />
A visita teve início na Faculdade de<br />
Farmácia da Universidade de Coimbra<br />
(FFUC), onde a comitiva, que<br />
integrou elementos da Direcção Regional<br />
acompanha<strong>dos</strong> por um grupo<br />
de jornalistas, foi recebida pela<br />
presidente do Conselho Científico<br />
da Faculdade de Farmácia, Irene<br />
Silveira, e pelo vice-presidente do<br />
Conselho Directivo, Rui Barbosa.<br />
Presentes estiveram, igualmente,<br />
os responsáveis pelos diversos grupos<br />
de investigação da FFUC, que<br />
fizeram uma apresentação sucinta<br />
das suas principais linhas de investigação,<br />
o que permitiu realçar a importância<br />
<strong>dos</strong> projectos em curso.<br />
A paragem seguinte deu-se na<br />
Bluepharma. Construída para fabricar<br />
a lendária Aspirina, a Bluepharma,<br />
nascida em 2001 da aquisição<br />
das instalações da Bayer, terminou<br />
recentemente o seu acordo<br />
de produção para a multinacional<br />
alemã, mas em apenas quatro<br />
anos conseguiu diversificar a carteira<br />
de clientes, produzindo para<br />
duas dezenas de clientes e exportando<br />
para 15 países europeus,<br />
para além da crescente aposta na<br />
produção própria de genéricos com<br />
a marca do laboratório, que representa<br />
já 20 por cento da facturação.<br />
A receita, como salienta Paulo<br />
Barradas, presidente do Conselho<br />
de Administração, é “trabalhar muito,<br />
fazer diferente e fazer bem!”.<br />
Para além da vertente de produção,<br />
a grande aposta da Bluepharma<br />
reside na investigação, tendo<br />
desde logo investido na criação<br />
de um laboratório de I&D, no qual<br />
estão a ser desenvolvi<strong>dos</strong>, actualmente,<br />
12 projectos para novos<br />
genéricos e, também, linhas de investigação<br />
para novas moléculas.<br />
Esta aposta na investigação é reforçada,<br />
ainda, por uma vertente<br />
social, por intermédio da criação do<br />
Prémio Bluepharma/Universidade<br />
de Coimbra, que patrocina a edição<br />
de uma tese de doutoramento na<br />
área das ciências da saúde.<br />
A Bluepharma foi distinguida, em<br />
2002, com o Prémio da Associação<br />
Portuguesa de Capital de Risco,<br />
em 2003, com o Prémio Almofariz<br />
“Projecto do Ano” da Farmácia<br />
Distribuição e, em 2004, com o<br />
Prémio Europeu de Inovação Regional.<br />
Não é, pois, surpreendente<br />
que a empresa, de capital exclusivamente<br />
português, tenha sido distinguida<br />
pela COTEC – Associação<br />
Empresarial para a Inovação, ao<br />
ser integrada na Rede de PME´s<br />
Inovadoras, sendo a única empresa<br />
da indústria farmacêutica neste<br />
grupo de 24 empresas nacionais.<br />
Avançando no circuito do medicamento,<br />
a distribuição farmacêutica<br />
desempenha um papel fulcral<br />
na interface indústria/farmácia e,<br />
como exemplo do que de melhor<br />
se faz nesta área, não só na região<br />
Centro, mas também no país,<br />
a escolha recaiu na Cooperativa<br />
Farmacêutica Farbeira, na qual a<br />
Direcção da Regional foi recebida<br />
pelo presidente da Direcção, Miguel<br />
Silvestre, e pelo secretário-<br />
-geral, Paulo Fonseca.<br />
A Cooperativa investiu nos últimos<br />
anos na automatização da facturação<br />
e do aviamento das encomendas,<br />
possuindo o mais moderno<br />
armazém do sector da distribuição<br />
farmacêutica. Como realçou<br />
Miguel Silvestre, a automatização<br />
permitiu um aumento muito notório<br />
da capacidade de resposta, para<br />
uma empresa que serve uma zona<br />
que se estende da Figueira da Foz<br />
a Vilar Formoso. Criada em 1974<br />
para dar resposta às dificuldades<br />
de abastecimento das farmácias,<br />
65<br />
Fernando Ramos, Irene Silveira e Rui Barbosa<br />
Paulo Barradas
Fernando Ramos, Miguel Silvestre e Paulo Fonseca<br />
A Farbeira é um <strong>dos</strong> mais modernos armazéns do sector<br />
a Farbeira figura entre as 10 maiores<br />
empresas do distrito de Coimbra,<br />
tendo ficado no “Top Ten” da<br />
revista Exame para as melhores<br />
empresas farmacêuticas do país.<br />
A etapa seguinte no circuito do medicamento<br />
é a dispensa ao público,<br />
seja em ambiente hospitalar, seja<br />
na farmácia comunitária. Esta parte<br />
da visita começou pelo primeiro e<br />
a escolha recaiu, como não poderia<br />
deixar de ser, nos Hospitais da<br />
Universidade de Coimbra (HUC), no<br />
qual a reorganização da farmácia<br />
hospitalar e a instalação do Sistema<br />
de Gestão Integrada do Circuito do<br />
Medicamento (SGICM), caso único<br />
em Portugal e no resto da Europa,<br />
contribuiu decisivamente para a racionalização<br />
e para o controlo da<br />
despesa com os medicamentos.<br />
Com o SGICM, a prescrição de<br />
fármacos é feita por via electrónica<br />
e todo o circuito de gestão e<br />
aprovisionamento do medicamento<br />
está informatizado, o que permitiu<br />
reduzir os custos entre 15 e 28<br />
por cento em to<strong>dos</strong> os serviços,<br />
como salientou Odete Isabel, directora<br />
<strong>dos</strong> Serviços Farmacêuticos.<br />
Da<strong>dos</strong>, aliás, corrobora<strong>dos</strong><br />
por Nascimento Costa, presidente<br />
do Conselho de Administração<br />
do Hospital, e pela directora clínica,<br />
Helena Sá, que referiram que<br />
o novo sistema permitiu aos HUC<br />
manter o aumento da despesa com<br />
medicamentos abaixo <strong>dos</strong> 10 por<br />
cento, de 2003 para 2004, muito<br />
embora se tenha verificado um<br />
aumento na actividade assistencial.<br />
A última paragem do circuito deu-<br />
-se na Farmácia Luciano & Matos,<br />
como exemplo do que de melhor se<br />
faz na área da farmácia comunitária.<br />
Instalada na Baixa de Coimbra<br />
desde 1929, a Farmácia Luciano<br />
& Matos dispõe de uma equipa<br />
de 12 farmacêuticos que, diariamente,<br />
dão o seu melhor na prestação<br />
de serviços farmacêuticos à<br />
comunidade, pois, como sublinha<br />
a sua directora-técnica, Maria Helena<br />
Amado, “a farmácia tem uma<br />
responsabilidade social” que não<br />
pode descurar. Helena Amado sublinhou<br />
ainda a crescente responsabilização<br />
da farmácia e do farmacêutico,<br />
perante o Estado, na<br />
racionalização <strong>dos</strong> custos com o<br />
medicamento e, perante o doente,<br />
como conselheiro fundamental na<br />
promoção da saúde.<br />
Tendo implementado os Programas<br />
de Cuida<strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />
nas áreas do controlo da hipertensão,<br />
diabetes e asma, a Farmácia<br />
Luciano & Matos obteve a Certificação<br />
da Qualidade e, tudo isto,<br />
como sublinha Helena Amado, em<br />
prol do doente e da Saúde Pública.<br />
Com esta iniciativa, a Direcção da<br />
Secção Regional de Coimbra pretendeu<br />
divulgar o que, da investigação<br />
à dispensa, de melhor se faz<br />
na área do medicamento, e no final<br />
da visita Fernando Ramos, Presidente<br />
da Direcção Regional, concluiu<br />
que “a saúde, em Coimbra,<br />
não é uma janela de oportunidades,<br />
mas sim uma janela de certezas”.<br />
65<br />
Odete Isabel, Nascimento Costa e Helena Sá<br />
Maria Helena Amado e Fernando Ramos
Regional<br />
Acção de formação em Coimbra<br />
Acompanhamento Farmacoterapêutico:<br />
a marca da excelência no exercício profissional farmacêutico<br />
No âmbito do plano de formação<br />
contínua da Secção Regional de<br />
Coimbra, decorreu, no dia 5 de<br />
Maio, a acção de formação sobre<br />
“Responsabilidade do Farmacêutico<br />
perante os resulta<strong>dos</strong> da Farmacoterapia:<br />
o Acompanhamento Farmacoterapêutico”.<br />
Para abordar<br />
o tema, foi convidado Fernando<br />
Fernández-Llimós, farmacêutico<br />
doutorado, membro do Grupo de Investigação<br />
em Cuida<strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />
da Universidade de Granada,<br />
responsável pelo Programa Dáder<br />
de Acompanhamento Farmacoterapêutico<br />
e director da revista<br />
Seguimiento Farmacoterapêutico.<br />
A breve nota curricular de Fernando<br />
Llimós deixa, desde logo, vislumbrar<br />
a importante experiência na<br />
área do acompanhamento farmacoterapêutico<br />
de doentes, o que<br />
aliás ficou bem patente ao longo<br />
da sua exposição, na qual abordou<br />
os resulta<strong>dos</strong>, positivos e negativos,<br />
da farmacoterapia, o acompanhamento<br />
farmacoterapêutico e<br />
os resulta<strong>dos</strong> do Programa Dáder<br />
de Acompanhamento Farmacoterapêutico<br />
em Espanha.<br />
A acção de formação, que, em virtude<br />
do elevado número de participantes,<br />
teve lugar no auditório da<br />
Farbeira, contou com uma plateia<br />
de farmacêuticos interessa<strong>dos</strong>,<br />
participativos e motiva<strong>dos</strong>, para<br />
o que muito contribuiu não só a<br />
experiência e o saber de Fernando<br />
Llimós nesta matéria, mas também<br />
a sua clareza expositiva, pautada<br />
por algum humor, o que ajudou<br />
decisivamente para o envolvimento<br />
da assistência. Fernando Llimós<br />
sublinhou que o acompanhamento<br />
farmacoterapêutico representa,<br />
hoje em dia, a grande mais-valia<br />
no desempenho profissional do farmacêutico,<br />
essencialmente na farmácia<br />
comunitária, mas também<br />
na farmácia hospitalar, área na<br />
qual se conhecem alguns exemplos<br />
muito bem sucedi<strong>dos</strong> em Espanha<br />
de implementação do Programa<br />
Dáder. Os resulta<strong>dos</strong> demonstram<br />
uma clara melhoria da qualidade de<br />
vida <strong>dos</strong> doentes acompanha<strong>dos</strong>,<br />
particularmente em situações de<br />
patologias crónicas.<br />
O objectivo desta acção foi justamente<br />
transmitir aos participantes<br />
a visão e os resulta<strong>dos</strong> do trabalho<br />
desenvolvido nesta área no país<br />
vizinho, numa partilha de conhecimentos<br />
e experiências fundamental<br />
para a evolução profissional <strong>dos</strong><br />
farmacêuticos.<br />
I Fórum Pedagógico de Química Orgânica da FFUC<br />
Atribuição do Prémio <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />
65<br />
No âmbito da realização do “I Fórum<br />
Pedagógico de Química Orgânica”<br />
da Faculdade de Farmácia da<br />
Universidade de Coimbra (FFUC),<br />
que teve lugar no passado dia 26<br />
de Abril, foi atribuído o Prémio <strong>Ordem</strong><br />
<strong>dos</strong> Farmacêuticos a Carla<br />
Lopes Varela, estudante da licenciatura<br />
em Ciências Farmacêuticas,<br />
melhor classificada na área curricular<br />
de Química Orgânica.<br />
O objectivo deste Fórum foi apresentar<br />
e discutir publicamente o<br />
trabalho de pesquisa realizado pelo<br />
Grupo de Estudantes de Química<br />
Orgânica de Farmácia: Acção/<br />
Reacção (EQOFAR), com especial<br />
realce para o “Programa <strong>dos</strong> 3 Es:<br />
Ecodinâmico, Ecoreactivo e Ecolúdico”.<br />
O Grupo EQOFAR foi fundado<br />
no âmbito da unidade curricular de<br />
Química Orgânica II da licenciatura<br />
em Ciências Farmacêuticas da<br />
FFUC, com o objectivo de dinamizar<br />
o ensino e a aprendizagem,<br />
bem como a interacção <strong>dos</strong> alunos<br />
desta área científica com a<br />
comunidade, privilegiando as interfaces<br />
Química/Ambiente/Saúde.<br />
O Prémio <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos foi atribuído a Carla Lopes Varela<br />
O Grupo tem vindo a realizar, em<br />
parceria com os docentes de Química<br />
Orgânica, um trabalho de<br />
pesquisa para avaliar e caracterizar<br />
hábitos e atitudes face à<br />
separação selectiva de Resíduos<br />
Sóli<strong>dos</strong> Urbanos (RSU´s), tendo<br />
como objectivo imediato e primordial<br />
a formação e apetrechamento<br />
de equipas que possam interagir<br />
com as autarquias, directamente<br />
ou por solicitação das farmácias comunitárias<br />
ou de outras entidades<br />
profissionais, levando à implementação<br />
deste “Programa <strong>dos</strong> 3Es”<br />
que propõem como acção/reacção<br />
à “Política <strong>dos</strong> 3Rs: Redução, Reutilização<br />
e Reciclagem”, no sentido<br />
de promover a consciência cívica<br />
e ambiental <strong>dos</strong> cidadãos.<br />
Foi, pois, estimulada pelo interesse<br />
deste projecto, que a Secção Regional<br />
de Coimbra apoiou a organização<br />
deste primeiro Fórum, patrocinando<br />
a atribuição do Prémio<br />
<strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos.
em Movimento<br />
em Movimento<br />
REUNIÕES<br />
DATA /LOCAL<br />
PRINCIPAIS ASSUNTOS<br />
ABORDADOS<br />
Direcção Nacional 18 de Maio, LISBOA<br />
8 de Junho, LISBOA<br />
21 de Junho, LISBOA<br />
AUDIÊNCIAS COM SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE,<br />
COMISSÃO PARLAMENTAR DE SAÚDE, PARTIDOS POLÍTICOS E<br />
GRUPOS PARLAMENTARES;<br />
EMISSÃO DE PARECERES SOBRE NOVAS MEDIDAS POLÍTICAS<br />
DA SAÚDE;<br />
PROJECTO DA NOVA SEDE<br />
Direcção Regional de Coimbra 3 de Maio, COIMBRA<br />
6 de Junho, COIMBRA<br />
PLANO DE FORMAÇÃO CONTÍNUA DA SECÇÃO REGIONAL;<br />
PREPARAÇÃO DA INICIATIVA “O CICLO DO MEDICAMENTO:<br />
DA INVESTIGAÇÃO À DISPENSA”;<br />
ADMISSÃO DE NOVOS MEMBROS E OUTROS PROCESSOS<br />
ADMINISTRATIVOS<br />
Direcção Regional de Lisboa 3 de Maio, LISBOA<br />
17 de Maio, LISBOA<br />
31 de Maio, LISBOA<br />
21 de Junho, LISBOA<br />
DIA DO FARMACÊUTICO 2005;<br />
SIMPÓSIO FARMACÊUTICO 2005;<br />
ADMISSÃO DE NOVOS MEMBROS E OUTROS PROCESSOS<br />
ADMINISTRATIVOS;<br />
Conselho do Colégio de Análises<br />
Clínicas<br />
16 de Maio, LISBOA<br />
16 de Junho, LISBOA<br />
9. AS JORNADAS CIENTÍFICAS DE ANÁLISES CLÍNICAS;<br />
ATRIBUIÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALIDADE EM 2005;<br />
PARECERES VÁRIOS<br />
Conselho do Colégio de Farmácia<br />
Hospitalar<br />
11 de Maio, LISBOA<br />
24 de Maio, LISBOA<br />
21 de Junho, LISBOA<br />
ATRIBUIÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALIDADE EM 2005;<br />
CADERNOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA;<br />
II JORNADAS DE FARMÁCIA HOSPITALAR<br />
Conselho do Colégio de Indústria<br />
Farmacêutica<br />
24 de Maio, LISBOA CADERNOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA<br />
Conselho do Colégio de Registos<br />
e Regulamentação Farmacêutica<br />
13 de Maio, LISBOA ATRIBUIÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALIDADE EM 2005;<br />
CADERNOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA;<br />
ORGANIZAÇÃO DE SEMINÁRIOS<br />
Grupo Profissional de Farmácia<br />
de Oficina<br />
30 de Maio, LISBOA<br />
27 de Junho, LISBOA<br />
PROTOCOLOS DE INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA;<br />
CADERNOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA<br />
Grupo Profissional de<br />
Distribuição Farmacêutica<br />
15 de Junho, PORTO ANÁLISE DA PROPOSTA GOVERNAMENTAL DE ALTERAÇÃO DE<br />
PREÇOS E MARGENS DO MEDICAMENTO;<br />
CADERNOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA<br />
Grupo Profissional de Ensino<br />
e Investigação Farmacêutica<br />
18 de Maio, LISBOA CADERNOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA;<br />
PREPARAÇÃO DO SIMPÓSIO-SATÉLITE “O FARMACÊUTICO<br />
NA INVESTIGAÇÃO”<br />
Conselho para a Qualificação e a<br />
Admissão<br />
24 de Maio, LISBOA<br />
15 de Junho, COIMBRA<br />
PROCESSOS DE CREDITAÇÃO DE ACÇÕES DE FORMAÇÃO<br />
CONTÍNUA;<br />
MONITORIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE ACREDITAÇÃO DE<br />
LICENCIATURAS;<br />
PROVAS DE ADMISSÃO À OF<br />
Conselho para a Cooperação 2 de Junho, LISBOA VISITA DE DELEGAÇÃO A ANGOLA E S. TOMÉ E PRÍNCIPE;<br />
PROJECTOS DE COOPERAÇÃO COM MOÇAMBIQUE (HCM E<br />
ISCTEM);<br />
VIII CONGRESSO MUNDIAL DE FARMACÊUTICOS DE LÍNGUA<br />
PORTUGUESA – ANGOLA;<br />
65<br />
Grupo Redactorial da ROF 22 de Junho, LISBOA PLANEAMENTO DA EDIÇÃO N.º 65
Inter<br />
Assembleia Geral do Grupo Farmacêutico da União Europeia<br />
Farmacêuticos debatem<br />
políticas europeias de eHealth<br />
Reuni<strong>dos</strong> em Assembleia Geral do Grupo Farmacêutico da União Europeia que<br />
decorreu em Atenas, entre 13 e 14 de Junho, os farmacêuticos de oficina europeus<br />
debateram os principais desenvolvimentos nas políticas do medicamento e de<br />
saúde pública da Comissão Europeia ocorri<strong>dos</strong> no primeiro semestre de 2005.<br />
Associado à Assembleia Geral, teve lugar a realização de um simpósio dedicado<br />
ao tema “Pharmacists contribution for eHealth”<br />
65<br />
o decorrer do encontro anual<br />
do Grupo Farmacêutico<br />
da União Europeia (PGEU),<br />
foram apresenta<strong>dos</strong> os principais<br />
progressos no que concerne à recém<br />
aprovada Directiva sobre o<br />
Reconhecimento de Qualificações<br />
Profissionais e à proposta de Directiva<br />
de Serviços do Mercado<br />
Interno, bem como analisada a estratégia<br />
da Comissão Europeia no<br />
âmbito da indústria farmacêutica,<br />
sustentada no trabalho desenvolvido<br />
pelo G10, e também a temática<br />
da segurança do doente, um <strong>dos</strong><br />
temas escolhi<strong>dos</strong> pela presidência<br />
inglesa da União Europeia.<br />
A delegação portuguesa à Assembleia<br />
foi composta por José Mingocho<br />
Pinto Correia e Ivana Silva,<br />
pela <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos,<br />
e por Luís Matias, que assume<br />
actualmente funções de membro<br />
do Comité Executivo do PGEU, Ema<br />
Paulino, Miguel Lança e Nuno Esteves,<br />
pela Associação Nacional<br />
das Farmácias.<br />
Para além da presença <strong>dos</strong> representantes<br />
das várias associações<br />
profissionais que integram<br />
o PGEU, a reunião contou ainda<br />
com a participação do chefe<br />
de gabinete do Comissário Europeu<br />
da Direcção-Geral de Saúde<br />
e Protecção do Consumidor (DG<br />
SANCO), Margaritas Schinas, que<br />
baseou a sua exposição em torno<br />
do conceito de Saúde Pública, que,<br />
no entender da DG SANCO, deve<br />
ser entendido como um direito,<br />
uma necessidade básica e um<br />
elemento chave do cidadão europeu.<br />
Neste âmbito, o responsável<br />
europeu, referindo-se aos 62 milhões<br />
de europeus com mais de<br />
65 anos, considerou ser necessário<br />
promover um envelhecimento<br />
saudável e activo que permita<br />
manter a produtividade da população<br />
europeia.<br />
Margaritas Schinas referiu ainda<br />
que a DG SANCO enfrenta actualmente<br />
diversas dificuldades legais<br />
face às políticas de competitividade<br />
preconizadas pela Comissão<br />
Europeia, sendo difícil a aplicação<br />
de políticas de saúde, numa óptica<br />
de Saúde Pública, associada às<br />
políticas económicas. O chefe de<br />
gabinete referiu ainda que, a nível<br />
da política do medicamento e na<br />
sequência do trabalho iniciado pelo<br />
grupo de alto nível G10, os cinco<br />
temas que a Comissão pretende<br />
promover são: inovação e desenvolvimento,<br />
farmacovigilância, pricing,<br />
informação e transparência.<br />
Neste sentido, Margaritas Schinas<br />
encorajou os farmacêuticos<br />
a terem um papel muito mais pró-<br />
-activo na área da Saúde Pública,<br />
devendo esta ser incluída no seu<br />
perfil de competências.<br />
Directiva sobre o<br />
Reconhecimento de<br />
Qualificações Profissionais<br />
O texto final do novo diploma comunitário<br />
foi finalmente aprovado<br />
pelo Conselho Europeu no dia 6<br />
de Junho. Fica assim terminado<br />
o processo legislativo iniciado em<br />
Março de 2002, permitindo a consolidação<br />
das 15 directivas existentes<br />
sobre reconhecimento de<br />
qualificações profissionais.
Este diploma único tem como principal<br />
objectivo contribuir para a flexibilização<br />
da circulação de profissionais<br />
no espaço europeu. Uma<br />
das questões mais polémicas do<br />
processo legislativo desta directiva<br />
foi a proposta inicial de 16 semanas<br />
para prestação temporária<br />
de serviços, que passou a ter uma<br />
redacção que permite uma análise<br />
caso a caso a efectuar pelo Estado-Membro.<br />
Apesar de retirada numa fase inicial,<br />
conseguiu-se manter a provisão<br />
relativa à necessidade de<br />
exercício de pelo menos três anos<br />
no país de estabelecimento para<br />
abertura de farmácia, sendo uma<br />
questão importante para países<br />
como a Alemanha e a Irlanda. A declaração<br />
e registo pró-forma para<br />
profissionais em prestação de serviços<br />
são opcionais, pelo que será<br />
importante que os Esta<strong>dos</strong>-Membros<br />
tenham esta questão presente<br />
no processo de implementação<br />
da nova directiva.<br />
A nova directiva introduziu a formação<br />
contínua como um objectivo a<br />
atingir pelos Esta<strong>dos</strong>-Membros. Relativamente<br />
às especializações, foi<br />
aprovado um considerando que prevê<br />
a possibilidade de consenso entre<br />
os Esta<strong>dos</strong>-Membros na formação<br />
mínima conducente à atribuição<br />
de uma especialidade que poderá<br />
ser posteriormente introduzida na<br />
directiva. Para esta e outras matérias<br />
relacionadas com a formação<br />
poderá ser estabelecida uma plataforma<br />
de entendimento ou grupos<br />
de especialistas, sendo importante<br />
que, a nível nacional, os Esta<strong>dos</strong>-<br />
-Membros atentem na constituição<br />
destes grupos/ plataformas.<br />
No texto final da directiva está<br />
igualmente prevista a verificação<br />
das capacidades linguísticas <strong>dos</strong><br />
profissionais migrantes; contudo,<br />
esta verificação não poderá ser<br />
efectuada através de um exame/<br />
teste sistemático, mas sim através<br />
de uma análise caso a caso.<br />
O texto final inclui também uma<br />
recomendação para a introdução<br />
de um cartão europeu de reconhecimento<br />
de qualificações profissionais.<br />
A directiva deverá ser<br />
publicada do Jornal Oficial das Comunidades<br />
entre Junho/Julho.<br />
Após publicação, os Esta<strong>dos</strong>-Membros<br />
têm dois anos para efectuar<br />
a sua transposição para a legislação<br />
nacional.<br />
O grupo de trabalho do PGEU sobre<br />
Ensino e Formação irá entretanto<br />
continuar a acompanhar<br />
esta área, nomeadamente no que<br />
concerne aos grupos de peritos,<br />
cartão europeu e declaração de<br />
bom desempenho profissional, de<br />
modo a normalizar processos a nível<br />
europeu.<br />
Directiva de Serviços<br />
do Mercado Interno<br />
Relativamente a esta proposta de<br />
directiva, os participantes foram informa<strong>dos</strong><br />
de que o comissário da<br />
DG Mercado Interno tem-se mostrado<br />
favorável à exclusão da Saúde do<br />
texto da directiva. Ainda não existe<br />
nenhuma acção subsequente ao relatório<br />
apresentado a 23 de Maio<br />
pela relatora do Parlamento Europeu<br />
responsável por este <strong>dos</strong>siê.<br />
No entanto, este relatório propõe<br />
uma reformulação extensa do texto<br />
inicial, o que é pouco provável de ser<br />
bem recebido a nível do Conselho.<br />
O Conselho de Competitividade realizado<br />
a 6 e 7 de Junho também<br />
apoia a exclusão da Saúde desta<br />
directiva. Contudo, ainda não existe<br />
uma referência clara se a Farmácia<br />
se inclui nos serviços de saúde.<br />
Em Setembro de 2005 será<br />
votada a posição no IMCO quanto<br />
à exclusão ou não da Saúde.<br />
A DG Mercado Interno pretende<br />
realizar um estudo sobre regras<br />
de estabelecimento de farmácias,<br />
prevendo-se a abertura de concurso<br />
para a realização deste estudo<br />
no final deste ano. No que respeita<br />
a este <strong>dos</strong>siê, o PGEU continuará a<br />
desenvolver trabalho a nível de um<br />
código europeu de conduta (área<br />
da Qualidade) e de compilação de<br />
informação justificativa das condições<br />
demográficas, geográficas e<br />
outras que condicionam a abertura<br />
e funcionamento de farmácias<br />
na Europa. Não se espera, ou não<br />
existe indicação por enquanto, que<br />
esta proposta de directiva venha a<br />
ser retirada na sequência <strong>dos</strong> votos<br />
negativos à Constituição Europeia<br />
da França e da Holanda.<br />
Novo contrato de Saúde<br />
no Reino Unido<br />
A delegação inglesa fez uma apresentação<br />
sobre o novo contrato de<br />
saúde na Inglaterra e País de Gales,<br />
assinado em Outubro de 2004<br />
(conforme noticiámos na ROF n.º<br />
62) e em vigor desde 1 de Abril<br />
de 2005. Até Outubro deste ano<br />
deverá estar totalmente implementado,<br />
prevendo-se que até Abril de<br />
2006 sejam assina<strong>dos</strong> os contratos<br />
de saúde na Irlanda do Norte<br />
e na Escócia.<br />
O novo contrato (Inglaterra e País<br />
de Gales) estrutura-se em três níveis<br />
de serviço: “essential services”,<br />
“advanced services” e “enhanced<br />
services”. O primeiro inclui<br />
dispensa de medicamentos, receitas<br />
de repetição, apoio na automedicação<br />
e autocuidado, clinical<br />
governance (que compreende actividades<br />
como questionários de<br />
satisfação aos doentes, procedimentos<br />
de reclamação, auditorias<br />
clínicas, análise de incidentes<br />
críticos e não apenas mortes,<br />
65
Inter<br />
65<br />
evidência de CPD, manutenção de<br />
registos de doentes, incluindo as<br />
intervenções clínicas).<br />
Para poder prestar os serviços<br />
incluí<strong>dos</strong> no segundo nível, os farmacêuticos<br />
têm de ser certifica<strong>dos</strong><br />
através de um curso e avaliação<br />
de competências aprovado a<br />
nível nacional. Adicionalmente, as<br />
farmácias têm de ter espaços próprios<br />
para um atendimento privado<br />
e estar acreditadas para o efeito.<br />
Estes serviços incluem a revisão<br />
da terapêutica, com identificação<br />
de problemas relaciona<strong>dos</strong> com<br />
medicamentos, informação sobre<br />
utilização de medicamentos<br />
e racionalização do uso de medicamentos.<br />
O terceiro nível inclui serviços como<br />
gestão de doenças crónicas, programas<br />
de cessação tabágica,<br />
cuida<strong>dos</strong> domiciliários, troca de<br />
seringas, contracepção de emergência,<br />
entre outros.<br />
eHealth – contribuição <strong>dos</strong><br />
farmacêuticos europeus<br />
O segundo dia da reunião anual<br />
foi dedicado à partilha de experiências<br />
na área da aplicação das<br />
novas tecnologias de informação e<br />
comunicação, ao serviço de uma<br />
melhor intervenção farmacêutica<br />
junto <strong>dos</strong> cidadãos europeus.<br />
No âmbito do Plano de Acção Europeu<br />
de eHealth, intitulado “Saúde<br />
em linha – melhorar os cuida<strong>dos</strong><br />
de saúde para os cidadãos europeus:<br />
Plano de acção para um espaço<br />
europeu da saúde em linha”,<br />
a responsável científica pela Direcção-Geral<br />
da Sociedade de Informação<br />
e Media da Comissão Europeia,<br />
Diane Whitehouse, salientou<br />
que as ferramentas ou soluções<br />
da saúde em linha compreendem<br />
produtos, sistemas e serviços que<br />
ultrapassam as simples aplicações<br />
baseadas na Internet, pois incluem<br />
funcionalidades, quer para as autoridades,<br />
quer para os profissionais<br />
da área da saúde, bem como sistemas<br />
de saúde personaliza<strong>dos</strong> para<br />
os doentes e os cidadãos.<br />
Constituem exemplos as redes de<br />
informações sobre saúde, os registos<br />
de saúde electrónicos, os<br />
serviços de telemedicina, os sistemas<br />
de comunicação pessoais de<br />
colocação junto ao corpo e portáteis,<br />
os portais de saúde e muitas<br />
outras ferramentas baseadas nas<br />
tecnologias da informação e das<br />
comunicações que apoiam a prevenção,<br />
o diagnóstico, o tratamento,<br />
a monitorização da saúde e a<br />
gestão do estilo de vida.<br />
Diane Whitehouse sublinhou ainda<br />
que, quando combinada com alterações<br />
organizacionais e o desenvolvimento<br />
de novas competências,<br />
a saúde em linha pode contribuir<br />
para a prestação de melhores cuida<strong>dos</strong><br />
com menos custos, no âmbito<br />
de sistemas de prestação de<br />
cuida<strong>dos</strong> de saúde centra<strong>dos</strong> no<br />
cidadão, respondendo, por conseguinte,<br />
aos principais desafios que<br />
se colocam ao sector da saúde,<br />
que emprega 9% da força de trabalho<br />
europeia.<br />
A responsável europeia defendeu<br />
ainda que a saúde em linha é a ferramenta<br />
de hoje para se obterem<br />
ganhos substanciais de produtividade,<br />
constituindo o instrumento<br />
do futuro para os sistemas de saúde<br />
reestrutura<strong>dos</strong> e centra<strong>dos</strong> no<br />
cidadão, que respeitem, simultaneamente,<br />
a diversidade das tradições<br />
da Europa em matéria de<br />
cuida<strong>dos</strong> de saúde multiculturais<br />
e multilingues.<br />
Pelo menos quatro em cada cinco<br />
médicos europeus dispõem de ligação<br />
à Internet e um quarto <strong>dos</strong><br />
europeus utiliza a Internet para<br />
obter informações sobre saúde.<br />
Os programas de investigação da<br />
União Europeia têm apoiado, nos<br />
últimos quinze anos, a saúde em<br />
linha. O co-financiamento atribuído<br />
desde o início da década de 90 ascendeu<br />
a 500 milhões de euros,<br />
com um orçamento total de cerca<br />
do dobro desse montante. Muitos<br />
<strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> da investigação foram<br />
já testa<strong>dos</strong> e postos em prática.<br />
Essas medidas colocaram a<br />
Europa numa posição de liderança<br />
a nível da utilização de registos de<br />
saúde electrónicos nos cuida<strong>dos</strong><br />
primários e da implantação de cartões<br />
de saúde (inteligentes).<br />
O PGEU aproveitou esta oportunidade<br />
para apresentar, na presença<br />
daquela responsável, vários projectos<br />
que os farmacêuticos europeus<br />
têm estado a implementar nesta<br />
área, a saber:<br />
Electronic Health cards: the German<br />
experience – Herman Keller,<br />
ABDA;<br />
Enhanced bar-coding and plans<br />
for electronic patient records to<br />
increase patient safety: the French<br />
experience – Isabelle Adenot,<br />
Head of Community Pharmacy Section,<br />
Ordre des Pharmaciens de<br />
France;<br />
Enhanced bar-coding for increased<br />
medicines traceability: the<br />
Greek experience – George Dimitrakopoulos,<br />
President Hellenic<br />
bar-coding organization;<br />
Practical implementation of<br />
e-prescription systems, benefits<br />
and challenges: the British experience<br />
– Lindsay McClure, Pharmaceutical<br />
Services Negotiating<br />
Committee;<br />
Practical implementation of<br />
e-prescription systems, benefits<br />
and challenges: the Portuguese<br />
experience – Miguel Lança, National<br />
Association of Pharmacies,<br />
Portugal – IT Manager;<br />
Using IT solutions to connect healthcare<br />
providers, patient profiles:<br />
Dutch experience – Hans Philipse,<br />
KNMP, Board Member;<br />
e-Learning and information; a<br />
key tool for pharmacists: the Spanish<br />
experience – Pedro Capilla,<br />
Consejo General de Colegios Oficiales<br />
Farmacéuticos de España,<br />
President.<br />
De destacar a participação portuguesa,<br />
na pessoa de Miguel Lança,<br />
director do Sector de Tecnologias<br />
de Informação da Associação Nacional<br />
das Farmácias, que apresentou<br />
o projecto-piloto de receita<br />
electrónica a decorrer em Portalegre.
Conferência “O Farmacêutico e a Segurança do Doente”<br />
Reunião Anual do EuroPharm Forum<br />
O EuroPharm Forum está a promover a realização da sua 14.ª Reunião Anual,<br />
que decorre este ano entre 6 e 8 de Outubro, na cidade de Riga, na Letónia<br />
ara além da habitual Assembleia<br />
Geral, reservada<br />
aos representantes das organizações<br />
membros do Fórum, o<br />
encontro irá englobar uma conferência<br />
dedicada ao tema “O Farmacêutico<br />
e a Segurança do Doente”,<br />
que terá lugar no dia 8 de<br />
Outubro.<br />
O tema da conferência enquadra-<br />
-se num movimento de crescente<br />
preocupação sobre esta matéria,<br />
sendo disso exemplo a aprovação<br />
pela Comissão Europeia, em<br />
Abril deste ano, da Declaração<br />
do Luxemburgo sobre Segurança<br />
do Doente, na qual se refere que<br />
os doentes têm o direito a esperar<br />
que to<strong>dos</strong> os esforços sejam<br />
efectua<strong>dos</strong> para garantir a sua<br />
segurança como utilizadores de<br />
serviços de saúde. Neste sentido,<br />
não será demais reforçar o papel<br />
que os farmacêuticos têm tido no<br />
estabelecimento de uma cultura<br />
de segurança ao longo de todo o<br />
circuito do medicamento, desde o<br />
desenvolvimento de novos fármacos<br />
até à sua dispensa, garantindo<br />
não só a qualidade <strong>dos</strong> medicamentos<br />
como a sua utilização<br />
segura e racional. A intervenção<br />
farmacêutica, ao nível da informação,<br />
farmacovigilância e cuida<strong>dos</strong><br />
farmacêuticos, tem vindo a ser<br />
documentada e representa prova<br />
dessa mesma contribuição para<br />
o desenvolvimento de uma cultura<br />
de segurança.<br />
Na continuada construção desta<br />
cultura, o EuroPharm Forum entendeu,<br />
assim, ser oportuno criar,<br />
através desta conferência, um espaço<br />
de debate para partilha de<br />
experiências e de boas práticas<br />
profissionais, bem como estimular<br />
a reflexão sobre práticas a desenvolver<br />
para o futuro.<br />
Associada à Reunião Anual, está<br />
também a ser preparada a realização<br />
de um seminário de formação<br />
sobre uma ferramenta de gestão<br />
de projectos, integralmente desenvolvida<br />
pelo Fórum, para apoio e<br />
suporte à implementação de programas<br />
de intervenção profissional<br />
nas farmácias, que decorrerá no<br />
dia 6 de Outubro.<br />
Desde já se informa que o prazo<br />
limite para inscrições termina a<br />
15 de Agosto de 2005, tendo<br />
as iniciativas sido propostas para<br />
creditação pela <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos,<br />
para efeitos de revalidação<br />
da carteira profissional. Mais<br />
informações sobre como participar<br />
nestes eventos podem ser obtidas<br />
no site do EuroPharm Forum (www.<br />
euro.who.int/europharm).<br />
65
Análises Clínicas<br />
9. as Jornadas Científicas de Análises Clínicas<br />
30 de Setembro, 1 e 2 de Outubro de 2005 – Vilamoura<br />
Conselho do Colégio da Especialidade<br />
em Análises Clínicas<br />
vai organizar, nos dias<br />
30 de Setembro, 1 e 2 de Outubro<br />
de 2005, as 9. as Jornadas Científicas<br />
de Análises Clínicas, no Marinotel,<br />
em Vilamoura.<br />
À semelhança de realizações anteriores,<br />
este evento científico contará<br />
com a presença de farmacêuticos<br />
analistas clínicos e de médicos<br />
patologistas clínicos, em iniciativa<br />
que se prevê bastante participada.<br />
Nestas 9. as Jornadas, o programa<br />
científico abarcará várias áreas do<br />
saber, desde a imunologia à microbiologia,<br />
bioquímica, hematologia e<br />
às metodologias laboratoriais.<br />
Este leque muito diferenciado de<br />
temas possibilitará, assim, a aprendizagem<br />
e/ou a actualização <strong>dos</strong><br />
conhecimentos <strong>dos</strong> farmacêuticos<br />
analistas clínicos nas suas distintas<br />
áreas de competência profissional,<br />
constituindo, seguramente,<br />
um instrumento importante no<br />
contínuo processo de aperfeiçoamento<br />
e de formação de to<strong>dos</strong> os<br />
que desenvolvem actividade nesta<br />
área da Saúde Pública, face à evolução<br />
científica e tecnológica que<br />
incessantemente se observa.<br />
Sob o ponto de vista estrutural,<br />
estas Jornadas serão constituídas<br />
por Conferências e Mesas Redondas,<br />
cujas temáticas referenciamos<br />
no programa provisório (em<br />
baixo), que serão complementadas<br />
com a realização, em paralelo, de<br />
dois cursos cuja temática central<br />
é a Qualidade no Laboratório. Nestes<br />
cursos, de cariz eminentemente<br />
prático e restritivos quanto ao<br />
número de participantes, serão<br />
debatidas as problemáticas da<br />
Gestão da Qualidade no Laboratório<br />
e a Avaliação do Controlo de<br />
Qualidade Interno Laboratorial.<br />
65<br />
9.00h<br />
12.00h<br />
13.00h<br />
14.30h<br />
15.30h<br />
16.30h<br />
30 Setembro 2005<br />
Cursos<br />
sexta-feira<br />
A - Qualidade no Laboratório<br />
de Análises Clínicas: Casos<br />
Práticos<br />
Departamento de Qualidade da<br />
<strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />
B - Controlo de Qualidade Interno<br />
na Fase Analítica: Casos Práticos<br />
Jorge Morancho<br />
Enrique Fernández<br />
Associação Espanhola de<br />
Farmacêuticos Analistas (AEFA)<br />
Pré-Jornadas<br />
Conferência: Baco revisitado<br />
Prof. Doutor José de Oliveira<br />
Fernandes<br />
Faculdade de Farmácia da<br />
Universidade do Porto<br />
Almoço<br />
Sessão de Abertura<br />
Conferência: Uma História<br />
sobre o Algarve<br />
Mestre Helena Reis Figueiredo<br />
Universidade do Algarve<br />
Conferência: Sistema HLA.<br />
Clínica e Laboratório<br />
Prof.ª Doutora Manuela Catarino<br />
Faculdade de Farmácia da<br />
Universidade de Lisboa<br />
Café e Posters<br />
17.00 h<br />
18.00h<br />
9.00h<br />
12.00h<br />
13.00h<br />
14.30h<br />
15.30h<br />
Conferência: Aplicações<br />
actuais da Citometria de Fluxo<br />
em Análises Clínicas<br />
Prof. Alberto Orfão<br />
Faculdade de Medicina da<br />
Universidade de Salamanca,<br />
Espanha<br />
Conferência: Monitorização<br />
laboratorial de fármacos.<br />
Farmacocinética.<br />
Prof. Amílcar Falcão<br />
Faculdade de Farmácia da<br />
Universidade de Coimbra<br />
01 Outubro 2005<br />
Cursos<br />
Workshop (a designar)<br />
sábado<br />
Mesa Redonda: O Laboratório<br />
Clínico na Europa<br />
Sociedade Portuguesa de<br />
Química Clínica<br />
Prof. Mike Halloworth<br />
Presidente do EC4<br />
Almoço<br />
Conferência: Diagnóstico<br />
Laboratorial das Doenças<br />
Auto-imunes<br />
Dra. Margarida Franco<br />
Hospital Fernando da Fonseca<br />
Conferência: Síndrome<br />
Metabólico<br />
Dr. Bernardino Pinho<br />
16.30h<br />
17.00h<br />
18.00h<br />
20.00h<br />
10.30h<br />
11.30h<br />
12.30h<br />
Café e Posters<br />
Conferência: Doenças<br />
Inflamatórias Intestinais<br />
Dr. Paulo Caldeira<br />
Hospital Distrital de Faro<br />
Conferência: Higiene, segurança<br />
e saúde no laboratório<br />
Dra. Luísa Espinhaço<br />
Hospital de Vila da Feira<br />
Jantar de Encerramento<br />
(Restaurante Millennium)<br />
02 Outubro 2005<br />
domingo<br />
9.30h Mesa Redonda: Homeostase.<br />
Análise de Casos Práticos<br />
Portugal Bioforma<br />
Conferência: Infecções<br />
Nosocomiais<br />
Dr. Miguel Cortez<br />
Hospital Pedro Hispano,<br />
Matosinhos<br />
Conferência: Gamapatias.<br />
Interpretação clínica e<br />
laboratorial<br />
Dra. Anita Vergne<br />
SERBIA<br />
Sessão de Encerramento
Apresentação de Comunicações em Painel (“Posters”)<br />
1. As Comunicações em Painel a<br />
apresentar nestas Jornadas Científi<br />
cas deverão estruturalmente<br />
seguir os seguintes itens: resumo,<br />
introdução, metodologia, resulta<strong>dos</strong>,<br />
discussão e bibliografia;<br />
2. Para efeitos de publicação em<br />
Livro/CD das Jornadas, os trabalhos<br />
devem ser igualmente apresenta<strong>dos</strong><br />
em disquete ou CD,<br />
acompanha<strong>dos</strong> pela devida autorização,<br />
por escrito;<br />
3. Data limite para entrega <strong>dos</strong><br />
resumos (modelo em anexo) para<br />
aceitação – 16/09/2005;<br />
4. Data Limite para comunicação<br />
da aceitação para apresentação<br />
– 26/09/2005;<br />
5. A apresentação das comunicações<br />
em painel deve ser efectuada<br />
segundo as dimensões do papel<br />
A 0 (A zero);<br />
6. Será premiada a melhor Comunicação<br />
em Painel apresentada.<br />
9. as Jornadas Científicas de Análises Clínicas<br />
Resumo do Poster Científico (preencher com letra de imprensa)<br />
PRAZO DE RECEPÇÃO – 16 de SETEMBRO<br />
Nome (Autor)<br />
Grau Académico<br />
Instituição<br />
Morada Telefone Fax<br />
Especialista em Análises Clínicas Sim Não Áreas de Resumo: Imunologia<br />
Toxicologia Hematologia Bioquímica Microbiologia Imuno-hematologia<br />
Endocrinologia Genética Humana Outra:<br />
Texto:<br />
65<br />
Este resumo só será publicado ou apresentado nas 9. as Jornadas Científicas de Análises Clínicas.<br />
NOTA: Para que o resumo do Poster seja considerado, é obrigatória a inscrição do autor nas Jornadas.
Farmácia de<br />
Oficina<br />
Com a participação de farmacêuticos portugueses<br />
Badajoz acolheu o 5.º Simpodáder<br />
O Colégio Oficial de Farmacêuticos de Badajoz promoveu mais uma edição do<br />
Simpodáder, na qual foi feito o balanço das acções realizadas pelos farmacêuticos<br />
na implementação <strong>dos</strong> programas de seguimento farmacoterapêutico<br />
65<br />
eve lugar, em Badajoz, nos<br />
dias 13 e 14 de Maio, a<br />
quinta edição do Simpodáder<br />
– “Simposium de Resulta<strong>dos</strong> del<br />
Programa Dáder de Seguimiento<br />
Farmacoterapéutico”, evento que<br />
contou com a participação de mais<br />
de 150 farmacêuticos e cuja organização<br />
esteve a cargo do Colégio<br />
Oficial de Farmacêuticos de<br />
Badajoz e do Grupo de Investigação<br />
de Atenção Farmacêutica da<br />
Universidade de Granada.<br />
O programa do evento contemplou<br />
a análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> clínicos<br />
obti<strong>dos</strong> com o programa de intervenção<br />
farmacêutica Dáder e o relato<br />
das experiências profissionais<br />
relacionadas com o seguimento<br />
farmacoterapêutico, bem como a<br />
sua projecção internacional.<br />
O evento contou com a presença<br />
de farmacêuticos portugueses, <strong>dos</strong><br />
quais se destaca a participação do<br />
Bastonário da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />
(OF), Aranda da Silva, na<br />
sessão de abertura do Simpósio e<br />
como orador da mesa-redonda que<br />
abordou a intervenção das instituições<br />
do sector, e da presidente do<br />
Grupo Profissional de Farmácia de<br />
Oficina (GPFO), Helena Martinho,<br />
que apresentou as acções desenvolvidas<br />
pelos farmacêuticos portugueses<br />
na implementação <strong>dos</strong><br />
cuida<strong>dos</strong> farmacêuticos no nosso<br />
país, que conduziram a um maior<br />
envolvimento do farmacêutico na<br />
gestão da saúde <strong>dos</strong> doentes, com<br />
notórios benefícios para estes.<br />
Na sua intervenção, Helena Martinho<br />
referiu-se ainda ao papel dinamizador<br />
da OF na promoção e<br />
desenvolvimento <strong>dos</strong> diversos programas.<br />
Destacando a formação<br />
contínua como pedra basilar desta<br />
evolução, a presidente do GPFO<br />
abordou igualmente o sistema de<br />
revalidação da carteira profissional,<br />
tendo referido que a participação<br />
<strong>dos</strong> farmacêuticos portugueses<br />
nos diferentes programas de cuida<strong>dos</strong><br />
farmacêuticos é creditada<br />
para esse efeito.<br />
Muitos outros farmacêuticos portugueses<br />
participaram nos trabalhos<br />
do evento, entre eles Henrique<br />
Santos, que moderou a mesa sobre<br />
“Como estamos coordenando<br />
e motivando o seguimento farmacoterapêutico?”,<br />
e Paula Iglésias,<br />
que apresentou o trabalho desenvolvido<br />
entre a Universidade Lusófona<br />
e a Universidade de Granada<br />
na implementação do programa<br />
Dáder e na formação <strong>dos</strong> farmacêuticos<br />
na área do seguimento<br />
farmacoterapêutico.<br />
Por último, uma referência à apresentação<br />
de Mara Guerreiro sobre<br />
avaliação de indicadores de morbilidade<br />
evitável relacionada com<br />
medicamentos em farmácia comunitária,<br />
conceito que compreende<br />
não só as reacções adversas aos<br />
medicamentos, mas também os<br />
resulta<strong>dos</strong> clínicos da falta de terapêutica<br />
e da falta de efectividade<br />
da terapêutica medicamentosa<br />
instituída.<br />
Mara Guerreiro referiu ainda que<br />
a evidência proveniente de vários<br />
países indica que a morbilidade relacionada<br />
com medicamentos em<br />
cuida<strong>dos</strong> primários é responsável<br />
por um avultado sofrimento humano<br />
e desperdício económico.<br />
Para mais informações sobre a<br />
realização desta iniciativa, visite o<br />
site do Grupo de Investigação de<br />
Atenção Farmacêutica da Universidade<br />
de Granada, disponível em<br />
www.giaf-ugr.org.
Farmácia Hospitalar<br />
Avaliação do Internamento Hospitalar<br />
por Iatrogenia Medicamentosa através<br />
<strong>dos</strong> Serviços Farmacêuticos Hospitalares<br />
65<br />
utilização pelo homem de<br />
substâncias de origem vegetal<br />
ou animal, com fins<br />
terapêuticos, é bastante antiga.<br />
Com o desenvolvimento de algumas<br />
ciências, como a Química<br />
e a Fisiologia, durante o século<br />
XVIII, foi possível identificar e isolar<br />
substâncias com acção terapêutica.<br />
Até esta altura, usavam-se<br />
como medicamentos extractos de<br />
plantas, teci<strong>dos</strong> animais e substâncias<br />
minerais de composição<br />
indefinida.<br />
No final <strong>dos</strong> anos 30, o número<br />
de medicamentos com indicações<br />
terapêuticas úteis e composição<br />
química definida não ultrapassava<br />
os 10% <strong>dos</strong> medicamentos disponíveis<br />
no arsenal terapêutico da<br />
época. Nas últimas décadas tem-se<br />
assistido ao aumento exponencial<br />
do número de fármacos disponíveis<br />
com fins terapêuticos. A este aumento<br />
podem associar-se inúmeros<br />
benefícios, mas igualmente a<br />
ocorrência de efeitos adversos. Os<br />
medicamentos raramente apresentam<br />
apenas uma única acção<br />
no organismo e, associada à sua<br />
acção terapêutica, podem surgir<br />
também efeitos indesejáveis, denomina<strong>dos</strong><br />
habitualmente por reacções<br />
adversas (RAM’s).<br />
A introdução na prática clínica de<br />
medicamentos com maior eficácia<br />
e toxicidade tornou o problema da<br />
iatrogenia medicamentosa mais<br />
premente, podendo ser vista como<br />
uma consequência do progresso<br />
científico e tecnológico. No entanto,<br />
as reacções adversas a medicamentos<br />
são tão antigas como<br />
a própria Medicina e, apesar de<br />
existirem registos antigos de reacções<br />
adversas a medicamentos,<br />
só a partir do século XIX a iatrogenia<br />
medicamentosa começou a<br />
ter algum impacto na sociedade.<br />
A segurança absoluta é um objectivo<br />
praticamente inatingível, tal<br />
como refere Garrett: “... como<br />
em qualquer outro ramo de actividade,<br />
também na Medicina, onde<br />
se exige eficácia, tem que se estar<br />
preparado para aceitar algum risco”.<br />
A iatrogenia medicamentosa é<br />
sem dúvida aquela que apresenta<br />
maior impacto na sociedade; no<br />
entanto, a maioria <strong>dos</strong> efeitos indesejáveis<br />
<strong>dos</strong> medicamentos tem<br />
pouca importância a nível clínico,<br />
não merecendo por isso a designação<br />
de verdadeira doença.<br />
Trabalhos publica<strong>dos</strong> nos EUA,<br />
nos anos 60, referentes a vários<br />
estu<strong>dos</strong> de utilização de medicamentos<br />
em diversos hospitais, concluíram<br />
que 5,5% das exposições<br />
a medicamentos provocaram efeitos<br />
adversos, sendo 1,2% fatais.<br />
Calcula-se que cerca de 10% <strong>dos</strong><br />
doentes sofrem consequências<br />
negativas da terapêutica medicamentosa<br />
instituída.<br />
É importante que os consumidores<br />
de medicamentos adquiram<br />
a noção de que não há fármacos<br />
inteiramente inócuos, compreendendo<br />
a ambivalência de todas as<br />
terapêuticas e riscos inerentes ao<br />
tratamento instituído. To<strong>dos</strong> os<br />
participantes no ciclo do medicamento<br />
têm um papel preponderante<br />
na educação <strong>dos</strong> consumidores<br />
nesta área.<br />
O farmacêutico, dentro do seu âmbito<br />
de actuação, tem também um<br />
papel importante, como perito em<br />
medicamentos. As actividades do<br />
farmacêutico, e especificamente<br />
do farmacêutico hospitalar, no controle<br />
do medicamento compreende<br />
não só a responsabilidade de que<br />
o medicamento correcto chegue<br />
ao doente a quem foi prescrito no<br />
momento correcto como nas <strong>dos</strong>es<br />
e condições adequadas, devendo<br />
também contribuir para a detecção<br />
de qualquer reacção adversa.<br />
As reacções adversas associadas<br />
ao consumo de medicamentos podem<br />
ter consequências a vários níveis,<br />
nomeadamente: a hospitalização<br />
do indivíduo, o prolongamento<br />
do período de internamento, o aumento<br />
<strong>dos</strong> custos, a incapacidade<br />
permanente, a diminuição da qualidade<br />
de vida, que, em situações<br />
mais graves, podem ser fatais.<br />
A iatrogenia medicamentosa constitui<br />
um problema importante na<br />
área da medicina, surgindo por<br />
isso vários estu<strong>dos</strong> que pretendem<br />
avaliar a magnitude e o impacto do<br />
aparecimento de reacções adversas<br />
na prática clínica.<br />
Este trabalho, realizado no âmbito<br />
do I Mestrado em Farmácia Hospitalar,<br />
pretendeu contribuir para<br />
o conhecimento da realidade em<br />
Portugal relativamente à iatrogenia<br />
medicamentosa como causa<br />
de internamento hospitalar. Conhecer<br />
a frequência das reacções<br />
adversas medicamentosas como<br />
causa de hospitalização é importante<br />
não só devido ao impacto<br />
socioeconómico do problema, mas<br />
também porque é possível obter<br />
e alterar informações disponíveis<br />
sobre a segurança <strong>dos</strong> medicamentos.<br />
O estudo* para avaliação<br />
da frequência de internamento por<br />
iatrogenia medicamentosa, realizado<br />
no Hospital Garcia de Orta,<br />
consistiu num estudo observacional<br />
que decorreu durante um período<br />
de três meses. A metodologia<br />
adoptada foi a seguinte:<br />
1 – Identificação <strong>dos</strong> casos de internamento<br />
com uma patologia identificada<br />
como diagnóstico de alerta<br />
de RAM (hemorragia digestiva<br />
alta – HDA, pancreatite, colestase<br />
e insuficiência renal aguda – IRA),<br />
através das prescrições médicas<br />
de <strong>dos</strong>e unitária existentes nos<br />
Serviços Farmacêuticos;<br />
* Estudo realizado com vista à obtenção do grau de Mestre em Farmácia Hospitalar pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.<br />
Tese orientada pelo Prof. José Cabrita e pela Dra. Fátima Falcão.
2 – Análise do processo clínico<br />
para recolha de informação complementar<br />
(fármacos, posologia,<br />
duração de terapêutica, etc.), de<br />
acordo com um questionário previamente<br />
elaborado;<br />
3 – Confirmação da potencial associação<br />
entre os medicamentos e a<br />
ocorrência de uma patologia identificada<br />
como diagnóstico de alerta<br />
de RAM, tendo em consideração o<br />
descrito no Resumo das Características<br />
do Medicamento e na base<br />
de da<strong>dos</strong> MICROMEDEX ® ;<br />
4 – Avaliação da imputabilidade<br />
(definitiva, provável, possível, duvi<strong>dos</strong>a)<br />
da iatrogenia medicamentosa<br />
efectuada através do algoritmo<br />
Karch e Lasagna (adaptado);<br />
5 – Classificação da gravidade (letal,<br />
severo, moderado, menor) das<br />
RAM’s, de acordo com as definições<br />
mencionadas nas “Guidelines<br />
of adverse drug reactions monitoring<br />
and reporting”, 1989;<br />
6 – Toda a informação recolhida<br />
através do questionário foi codificada<br />
e introduzida numa base de<br />
da<strong>dos</strong> construída para o efeito<br />
em software Epi Info 2000, sendo<br />
posteriormente submetida a<br />
tratamento e análise estatística.<br />
Na população em estudo foram detecta<strong>dos</strong><br />
9 casos de internamento<br />
hospitalar associa<strong>dos</strong> ao consumo<br />
de medicamentos (1 caso de IRA<br />
e 8 casos de HDA). Destes 9 doentes,<br />
que apresentam uma idade<br />
média de 65,44 anos (DP±18,24<br />
anos), 44,4% eram do sexo feminino.<br />
O consumo médio de medicamentos<br />
relativamente a estes<br />
doentes foi de 3,67 (DP±1,93<br />
fármacos), sendo o consumo médio<br />
de fármacos superior no sexo<br />
feminino (4,00 versus 3,25).<br />
Relativamente, aos casos de HDA,<br />
4 <strong>dos</strong> casos estão associa<strong>dos</strong> ao<br />
consumo de AINE´s, 2 casos ao<br />
consumo de espironolactona e 1<br />
caso ao consumo de pentoxifilina<br />
e celecoxib. Em relação ao único<br />
caso de IRA, pode-se constatar<br />
que a situação clínica poderia estar<br />
associada ao consumo de vários<br />
fármacos, não podendo atribuir-se<br />
apenas a um fármaco.<br />
A frequência de internamento<br />
hospitalar por iatrogenia medicamentosa<br />
(0,5%) sugere um risco<br />
considerável de ocorrência na comunidade<br />
de reacções adversas<br />
graves. A diferença existente entre<br />
a frequência de internamento por<br />
iatrogenia medicamentosa deste<br />
estudo e a incidência global das<br />
reacções adversas em meio hospitalar<br />
referida na maioria <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong><br />
leva<strong>dos</strong> a cabo em diversos<br />
países (1-5%) é uma consequência<br />
directa de vários factores, entre os<br />
quais se destacam a exclusão de<br />
RAM’s a nível de outros sistemas,<br />
nomeadamente cardíaco, hematopoiético<br />
e cutâneo, a dificuldade na<br />
avaliação da relação de causalidade<br />
medicamento-RAM, devido não<br />
só à exposição a vários fármacos,<br />
como também à patologia de base<br />
e ao tipo de metodologia adoptada<br />
(estudo retrospectivo versus estudo<br />
prospectivo).<br />
A realização deste trabalho permitiu<br />
verificar que os Serviços Farmacêuticos<br />
Hospitalares, e mais<br />
especificamente o farmacêutico<br />
hospitalar, podem desempenhar<br />
um papel importante na área da<br />
farmacovigilância. O desenvolvimento<br />
do Sistema de Farmacovigilância<br />
visa garantir a segurança<br />
na utilização do medicamento na<br />
fase de pós-comercialização, em<br />
que este passa a ser utilizado em<br />
larga escala e em situações clínicas<br />
menos homogéneas do que as<br />
existentes nos ensaios clínicos de<br />
pré-comercialização, devendo ter<br />
os seguintes objectivos:<br />
1 – Conseguir a detecção precoce<br />
<strong>dos</strong> efeitos adversos;<br />
2 – Descobrir novas reacções<br />
adversas a medicamentos e avaliar<br />
a sua “importância clínica”;<br />
3 – Estabelecer a frequência real<br />
das reacções adversas a medicamentos;<br />
4 – Determinar os factores predisponentes<br />
ao aparecimento de<br />
reacções adversas.<br />
Os Serviços Farmacêuticos Hospitalares<br />
podem funcionar como<br />
sistema de alerta de reacções adversas,<br />
embora seja um processo<br />
complexo e moroso. Este processo<br />
implica que, cada vez que surja<br />
um diagnóstico na prescrição<br />
médica, que possa estar associado<br />
ao consumo de medicamentos,<br />
seja realizada uma análise<br />
do processo clínico do doente no<br />
sentido de avaliar toda a história<br />
clínica, para além da terapêutica<br />
farmacológica a que o doente está<br />
ou esteve submetido, avaliando-se<br />
posteriormente a possibilidade de o<br />
diagnóstico estar associado ou não<br />
ao consumo de medicamentos.<br />
A integração do farmacêutico nas<br />
equipas multidisciplinares, a participação<br />
nas visitas médicas e os<br />
conhecimentos técnicos na área<br />
do medicamento são factores que<br />
permitem ao farmacêutico participar<br />
de uma forma mais activa na<br />
detecção e notificação de reacções<br />
adversas a medicamentos. Esta atitude<br />
permite conhecer melhor o<br />
perfil de segurança <strong>dos</strong> fármacos,<br />
contribuindo para a protecção da<br />
Saúde Pública.<br />
Gisela Costa<br />
Hospital Garcia de Orta<br />
Bibliografia<br />
• Mannesse, C.K. et al. Contribution<br />
of adverse drug reactions to hospital<br />
admissions of older patients. Age<br />
and Ageing 29: 35-39, 2000;<br />
• Garrett J et al. Terapêutica Medicamentosa<br />
e suas Bases Farmacológicas,<br />
Porto Editora, 3.ª edição,<br />
1997;<br />
• Green, C.F. et al. Adverse drug reactions<br />
as a cause of admission to<br />
an acute medical assessment unit: a<br />
pilot study, J Clin Pharm Ther 25(5):<br />
355-361, 2000 ;<br />
• Doucet, J. et al. Preventable and<br />
non-preventable risk factors for adverse<br />
drug events related to hospital<br />
admissions in the elderly. Clin Drug<br />
Invest, 22(6): 385-392, 2002;<br />
• ASHP guidelines on adverse drug<br />
reaction monitoring and reporting.<br />
Am J Hosp Pharm, 46: 336-337,<br />
1989.<br />
65
Farmácia<br />
Hospitalar<br />
“A legislação aplicada à Farmácia Hospitalar – normas e procedimento”<br />
II Jornadas de Farmácia Hospitalar<br />
O Conselho do Colégio da Especialidade em Farmácia Hospitalar vai organizar,<br />
nos dias 14 e 15 de Outubro de 2005, as II Jornadas de Farmácia Hospitalar,<br />
que decorrerão em Lisboa, no Hotel VipArt´s (Parque das Nações)<br />
uma altura em que a farmácia<br />
hospitalar vive tempos<br />
de mudança, o principal<br />
objectivo da realização das<br />
II Jornadas de Farmácia Hospitalar,<br />
que vão decorrer no próximo<br />
mês de Outubro, em Lisboa,<br />
é encontrar formas consensuais<br />
e uniformes de actuação em to<strong>dos</strong><br />
os hospitais.<br />
Ciente de que a evolução científica<br />
e tecnológica que continuamente<br />
se presencia no âmbito<br />
da Farmácia Hospitalar obriga a<br />
um constante aperfeiçoamento e<br />
formação <strong>dos</strong> profissionais desta<br />
área de actividade farmacêutica,<br />
o Conselho do Colégio espera que<br />
os temas propostos a discussão<br />
proporcionem o respectivo suporte<br />
de competência e profissionalismo<br />
ao exercício do farmacêutico<br />
hospitalar.<br />
À semelhança de realizações anteriores,<br />
este evento contará com<br />
a presença de farmacêuticos hospitalares,<br />
médicos e estudantes<br />
universitários, em iniciativa que<br />
se prevê bastante participada.<br />
As Jornadas serão constituídas por<br />
painéis de discussão cujas temáticas<br />
se referenciam no programa<br />
provisório (em baixo).<br />
Brevemente, será enviado, por<br />
correio, o programa mais pormenorizado<br />
das Jornadas, bem<br />
como o respectivo formulário de<br />
inscrição. Marque já este evento<br />
na sua agenda.<br />
65<br />
9.30h<br />
10.00h<br />
11.00h<br />
11.30h<br />
12.00h<br />
13.00h<br />
14.30h<br />
14 Outubro 2005<br />
sexta-feira<br />
9.00h Abertura do secretariado<br />
Sessão de Abertura<br />
Painel I<br />
História <strong>dos</strong> Sistemas de<br />
Saúde, da Farmácia e do<br />
Medicamento<br />
Café<br />
Painel II<br />
Deveres e direitos do<br />
Farmacêutico Hospitalar<br />
Autonomia técnica e científica<br />
do Farmacêutico Hospitalar<br />
Carreira farmacêutica:<br />
Especialização em Farmácia<br />
Hospitalar<br />
Almoço<br />
Painel III<br />
Legislação aplicada à<br />
aquisição e armazenamento<br />
de medicamentos, dispositivos<br />
médicos e outros produtos<br />
farmacêuticos<br />
16.00 h<br />
16.30h<br />
17.30h<br />
9.00h<br />
11.30h<br />
12.00h<br />
Café<br />
Painel IV<br />
Aspectos práticos da<br />
legislação aplicada aos<br />
manipula<strong>dos</strong> hospitalares<br />
Discussão<br />
15 Outubro 2005<br />
sábado<br />
Painel V<br />
O Farmacêutico como membro<br />
da Comissão de Farmácia<br />
e Terapêutica – da teoria à<br />
prática<br />
Definição de uma política de<br />
utilização de medicamentos –<br />
aspectos gerais e particulares<br />
(pausa para café às 10:30h)<br />
Discussão<br />
Painel VI<br />
Legislação aplicada à<br />
distribuição de medicamentos<br />
ao doente ambulatório<br />
13.00h<br />
14.00h<br />
15.00h<br />
15.30h<br />
16.00h<br />
16.30h<br />
18.00h<br />
18.30h<br />
20.00h<br />
Almoço<br />
Painel VII<br />
Legislação aplicada aos<br />
medicamentos com circuitos<br />
especiais de distribuição<br />
Legislação e Arquivo<br />
– aspectos práticos<br />
Discussão<br />
Café<br />
Painel VIII<br />
Limitações ao dever de<br />
informação: Resumo de<br />
Características do<br />
Medicamento vs Folheto<br />
informativo vs informação<br />
cedida pelo Farmacêutico<br />
Hospitalar<br />
Processo clínico do doente em<br />
meio hospitalar<br />
Discussão<br />
Sessão de Encerramento<br />
Jantar de Encerramento das<br />
Jornadas
Entrega de candidaturas<br />
Exame para atribuição do título de Especialista<br />
Informa-se que foi iniciado o processo conducente à atribuição do título de<br />
Especialista em Farmácia Hospitalar. To<strong>dos</strong> os interessa<strong>dos</strong> deverão<br />
apresentar as suas candidaturas até ao dia 2 de Setembro de 2005. O Júri<br />
de exames será constituído por Elisa Dinis (presidente) e por Florbela Braga e<br />
Carminda Martins. De acordo com o Despacho Normativo n.º 29/2005,<br />
para os farmacêuticos detentores de estágio de carreira ou exame de<br />
equiparação, a OF está a desenvolver critérios de avaliação para atribuição do<br />
respectivo título de Especialista que serão oportunamente anuncia<strong>dos</strong>. Entretanto,<br />
aproveita-se para publicar, uma vez mais, as normas para atribuição do título<br />
Normas para Atribuição<br />
do Título de Especialista em Farmácia Hospitalar<br />
1. É da competência da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong><br />
Farmacêuticos a atribuição do Título de<br />
Especialista em Farmácia Hospitalar.<br />
2. O uso do Título obriga à inscrição<br />
no respectivo Colégio da Especialidade<br />
da <strong>Ordem</strong>.<br />
3. Só se poderão candidatar ao Título<br />
Farmacêuticos inscritos na <strong>Ordem</strong><br />
com o grau académico de Licenciatura,<br />
atribuído por uma Faculdade de<br />
Farmácia Portuguesa, ou respeitando<br />
o Art.º 6 do Estatuto da <strong>Ordem</strong>, por<br />
uma Universidade Estrangeira para o<br />
qual tenham obtido a equivalência à<br />
licenciatura em Portugal.<br />
4. Os candidatos ao Título de Especialista<br />
deverão ter uma experiência mínima<br />
de 5 anos, devendo nos últimos<br />
3 anos ter sido consecutiva.<br />
5. A experiência mínima de 5 anos a<br />
que se refere o número anterior terá<br />
de ser nas seguintes áreas de um serviço<br />
de Farmácia Hospitalar:<br />
– Aquisição e Gestão;<br />
– Distribuição de Medicamentos;<br />
– Produção/Controlo;<br />
– Informação e Documentação;<br />
– Outras actividades de Farmácia<br />
Clínica.<br />
6. O Título de Especialista fica condicionado<br />
à prestação de um exame.<br />
registada ou entregue pelo interessado<br />
nas instalações da <strong>Ordem</strong>, dirigida<br />
ao Bastonário, apresentando:<br />
– Prova do período de experiência<br />
profissional atestado pela entidade<br />
patronal;<br />
– Documento curricular detalhado<br />
sobre a referida experiência atestado<br />
pelo(s) superior(es) hierárquico(s).<br />
8. Após apreciação <strong>dos</strong> documentos<br />
anteriormente menciona<strong>dos</strong>, o Bastonário,<br />
ouvido o Conselho de Especialidade,<br />
decidirá sobre a aceitação da<br />
proposta de candidatura.<br />
9. Haverá em princípio, uma época<br />
de exames anual, sendo a respectiva<br />
data marcada com, pelo menos, 90<br />
dias de antecedência.<br />
10. A data do exame será comunicada<br />
aos candidatos e publicada nos órgãos<br />
de informação da <strong>Ordem</strong>.<br />
11. Os exames serão realiza<strong>dos</strong> em<br />
local a designar pela <strong>Ordem</strong>.<br />
12. O Júri do exame será constituído<br />
por 3 elementos, um <strong>dos</strong> quais presidirá,<br />
designa<strong>dos</strong> pela Direcção Nacional,<br />
ouvido o Conselho da Especialidade.<br />
13. Os candidatos que reúnam as<br />
condições serão submeti<strong>dos</strong> a prova<br />
teórica e escrita.<br />
15. Os candidatos aprova<strong>dos</strong> serão<br />
admiti<strong>dos</strong> a entrevista.<br />
16. Todas as provas serão eliminatórias.<br />
17. Os candidatos que reprovarem<br />
três vezes no exame do Título de Especialidade<br />
ficarão excluí<strong>dos</strong> de nova<br />
admissão a exame.<br />
18. Os candidatos reprova<strong>dos</strong> só poderão<br />
requerer novo exame um ano após<br />
a data procedente, devendo manter-se<br />
em actividade profissional, comprovada,<br />
durante esse período.<br />
19. Todas as despesas resultantes do<br />
processo de candidatura e atribuição do<br />
Título de Especialidade serão de exclusiva<br />
responsabilidade do candidato.<br />
20. Os casos omissos nestas Normas<br />
serão resolvi<strong>dos</strong> pela Direcção<br />
Nacional, ouvido o Conselho da Especialidade.<br />
21. As presentes Normas entram em<br />
vigor após publicação nos Órgãos de<br />
Informação da <strong>Ordem</strong> e substituem todas<br />
as outras Normas ou formas de<br />
concessão de Títulos de Especialista<br />
em Farmácia Hospitalar utilizadas pela<br />
<strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos.<br />
65<br />
7. Os candidatos ao Título de Especialista<br />
em Farmácia Hospitalar devem<br />
requerer exame à <strong>Ordem</strong> em carta<br />
14. Esta prova será igual para to<strong>dos</strong><br />
os candidatos, sendo a sua elaboração<br />
da responsabilidade do Júri nomeado.<br />
Normas aprovadas<br />
em Reunião da Direcção Nacional<br />
de 15 de Fevereiro de 1996
Indústria Farmacêutica<br />
Aplicações da Espectroscopia de Infravermelho<br />
Próximo na indústria farmacêutica<br />
65<br />
constante procura de melhores<br />
e mais racionais processos<br />
de fabrico na indústria<br />
farmacêutica, bem como o<br />
aumento do controlo de qualidade<br />
<strong>dos</strong> mesmos, tem levado à substituição<br />
gradual <strong>dos</strong> procedimentos<br />
analíticos convencionais por outros<br />
mais rápi<strong>dos</strong>, específicos e não poluentes,<br />
como a Espectroscopia de<br />
Infravermelho Próximo (NIR).<br />
A NIR é uma técnica bastante utilizada<br />
em diversos tipos de indústrias,<br />
nomeadamente as indústrias<br />
química, alimentar, agro-alimentar,<br />
petroquímica e também farmacêutica.<br />
Ela mede a absorção da radiação<br />
de IV próximo (900-2500<br />
nm) pelas ligações químicas (intra e<br />
intermoleculares) numa matriz em<br />
estudo. A estrutura química das<br />
moléculas define padrões de absorvância<br />
característicos e correlacionáveis<br />
com a sua quantidade.<br />
Efectivamente, não só as propriedades<br />
químicas mas também as<br />
propriedades físicas podem ser<br />
avaliadas por esta tecnologia, tornando-se<br />
por isso particularmente<br />
útil às exigências das farmacopeias.<br />
Os espectros NIR podem<br />
ser recolhi<strong>dos</strong> directamente (sem<br />
preparação da amostra) a partir<br />
de técnicas não invasivas e não<br />
destrutivas, quer em sóli<strong>dos</strong>, quer<br />
em líqui<strong>dos</strong>. Espectros de elevada<br />
qualidade podem ser recolhi<strong>dos</strong> em<br />
alguns segun<strong>dos</strong> sem necessidade<br />
de utilizar reagentes químicos, em<br />
contraste com as análises químicas<br />
por via húmida convencional;<br />
e não produzindo resíduos, nem<br />
causando poluição.<br />
Este método de análise instrumental<br />
pode ser utilizado na análise<br />
qualitativa, semiquantitativa<br />
ou quantitativa ao longo de todo<br />
o processo produtivo, desde a recepção<br />
de matérias-primas (princípios<br />
activos e excipientes) até ao<br />
produto final (medicamento).<br />
Devido à facilidade de manipulação<br />
<strong>dos</strong> equipamentos associa<strong>dos</strong><br />
a esta tecnologia e à elevada<br />
reprodutibilidade das análises, a<br />
precisão <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong><br />
é por vezes até superior à obtida<br />
por outros procedimentos químicos,<br />
quer sejam resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong><br />
no laboratório de controlo ou nas<br />
zonas de produção.<br />
Habitualmente reúne-se um conjunto<br />
de amostras representativo<br />
(trainning set) que traduza as<br />
propriedades químicas e físicas do<br />
material a analisar, ou seja, que inclua<br />
todas as variações que possam<br />
verificar-se num processo de<br />
fabrico (assinatura do processo).<br />
O objectivo da análise é fundamental<br />
na selecção das amostras, bem<br />
como <strong>dos</strong> pré-processamentos e<br />
algoritmos necessários ao desenvolvimento<br />
e validação do método<br />
NIR. A quantidade de informação<br />
físico-química contida nos espectros<br />
NIR é processada recorrendo<br />
a técnicas matemáticas de análise<br />
mais ou menos complexas. Entre<br />
elas são de referir:<br />
Regressão linear múltipla (MLR)<br />
– Método de calibração inverso,<br />
em que um pequeno número de<br />
variáveis (por ex. comp. de onda)<br />
é utilizado para construir uma regressão;<br />
Análise de componentes principais<br />
(PCA) – Manipulação matemática<br />
de uma matriz de da<strong>dos</strong> em que<br />
é possível descrever a variância nos<br />
da<strong>dos</strong> através de um pequeno número<br />
de componentes ortogonais;<br />
Regressão de componentes principais<br />
(PCR) e Regressão de mínimos<br />
quadra<strong>dos</strong> parciais (PLS)<br />
– Méto<strong>dos</strong> de calibração inversa<br />
em que é possível estabelecer uma<br />
correlação para o componente desejado<br />
(analito, propriedade física<br />
ou propriedade química) sem seleccionar<br />
variáveis e contabilizando<br />
a variância <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>.<br />
Os méto<strong>dos</strong> NIR podem desenvolver-se<br />
para identificar, qualificar ou<br />
quantificar compostos.<br />
Os méto<strong>dos</strong> de identificação destinam-se<br />
a garantir a identidade do<br />
analito na amostra ou, mais usualmente,<br />
a identidade da amostra<br />
propriamente dita. Além disso garantem<br />
também a discriminação<br />
da amostra em estudo de outras<br />
amostras, de acordo com o objectivo<br />
do método. Nestes méto<strong>dos</strong><br />
compara-se o espectro NIR (ou o<br />
resultado do seu pré-processamento<br />
matemático) com uma biblioteca<br />
de referência construída a partir<br />
de amostras representativas <strong>dos</strong><br />
compostos mais relevantes para<br />
o método.<br />
Os méto<strong>dos</strong> de qualificação são<br />
desenvolvi<strong>dos</strong> para averiguar a<br />
origem de um material ou a sua<br />
qualidade. De acordo com o resultado,<br />
podemos definir se determinado<br />
composto é mais ou menos<br />
adequado a determinado objectivo.<br />
Além disso, estes méto<strong>dos</strong> também<br />
são utiliza<strong>dos</strong> para comparar<br />
compostos semelhantes que não<br />
se conseguem distinguir por outros<br />
méto<strong>dos</strong> analíticos mais simples.<br />
A qualificação das amostras é um<br />
procedimento indispensável quando<br />
se pretende desenvolver méto<strong>dos</strong><br />
de quantificação, pois assegura<br />
que a amostra em análise pertence<br />
à mesma população (família) a<br />
que pertenciam as amostras com<br />
que se desenvolveu o método de<br />
quantificação.<br />
Os méto<strong>dos</strong> de quantificação destinam-se<br />
a medir a concentração<br />
de um analito numa amostra ou a<br />
quantificar uma propriedade química<br />
ou física dessa amostra. Para<br />
a qualidade destes méto<strong>dos</strong> contribuem,<br />
entre outros, a sensibilidade<br />
da tecnologia NIR e a qualidade<br />
<strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> de referência<br />
utiliza<strong>dos</strong>.<br />
O desenvolvimento de metodologias<br />
NIR e a sua validação estão associa<strong>dos</strong><br />
ao processo de fabrico, ou<br />
seja, ao histórico das amostras a<br />
analisar. Assim, qualquer alteração<br />
no processo de síntese do princípio<br />
activo, na qualidade <strong>dos</strong> excipientes,<br />
na formulação do medicamento<br />
ou no processo de fabrico pode<br />
obrigar a procedimentos de revalidação<br />
do método mais ou menos<br />
complexos, o mesmo se aplicando<br />
às alterações instrumentais ou<br />
metodológicas NIR.
Aplicações na Indústria<br />
Farmacêutica<br />
A espectroscopia NIR encontra<br />
hoje larga aplicação na indústria<br />
farmacêutica nas suas diferentes<br />
etapas. Assim, desde a síntese<br />
de princípios activos e excipientes,<br />
passando pelo controlo de matérias-primas,<br />
controlo do processo<br />
de fabrico e controlo final do medicamento,<br />
a espectroscopia NIR<br />
tem vindo a substituir outras análises<br />
convencionais e a acrescentar<br />
valor em todo o processo de controlo<br />
e garantia de qualidade.<br />
Para o desenvolvimento de formulações<br />
farmacêuticas, é necessário<br />
conhecer e avaliar o comportamento<br />
<strong>dos</strong> materiais durante o<br />
processamento farmacêutico e as<br />
propriedades físicas <strong>dos</strong> intermediários.<br />
Os espectros NIR fornecem<br />
informação valiosa quantitativa<br />
e qualitativa sobre o produto,<br />
desde a escala laboratorial até à<br />
escala industrial.<br />
Actualmente várias indústrias farmacêuticas,<br />
entre as quais algumas<br />
portuguesas, adoptaram<br />
já esta tecnologia, quer para a<br />
substituição de técnicas analíticas<br />
convencionais, quer para um<br />
controlo mais eficaz do processo<br />
de fabrico.<br />
Análise qualitativa<br />
Identificação e caracterização<br />
de materiais de embalagem. Em<br />
situações em que o material de<br />
embalagem é um aspecto crítico<br />
para a qualidade do produto final,<br />
a tecnologia NIR possibilita um<br />
meio expedito de análise para identificação<br />
do material e para avaliação<br />
da sua qualidade.<br />
Identificação de matérias-primas<br />
e excipientes. Esta é talvez a aplicação<br />
mais vulgar da tecnologia<br />
NIR na Indústria Farmacêutica.<br />
Através de uma operação simples<br />
e rápida (análise NIR), que pode<br />
ser efectuada no armazém onde<br />
se recepcionam as matérias-primas,<br />
é possível verificar a identidade<br />
da matéria-prima e aprovar<br />
a sua entrada em armazém.<br />
Caracterização de matérias-primas<br />
e excipientes. Nesta aplicação,<br />
o objectivo não é identificar a<br />
matéria-prima, mas sim avaliar a<br />
sua qualidade. Muitas vezes, diferentes<br />
lotes provenientes<br />
de fornecedores<br />
diferentes ou não, são<br />
analisa<strong>dos</strong> pelas metodologias<br />
convencionais<br />
apresentando resulta<strong>dos</strong><br />
de análise<br />
equivalentes. Ou seja,<br />
diferentes lotes da<br />
mesma matéria-prima<br />
podem ser aprova<strong>dos</strong><br />
segundo as metodologias<br />
convencionais de<br />
análise e considera<strong>dos</strong><br />
equivalentes. No entanto,<br />
a tecnologia NIR fornece<br />
informações adicionais que podem<br />
ser úteis na qualificação dessas<br />
matérias-primas. Esta qualificação<br />
pode posteriormente permitir compreender<br />
melhor o processo de<br />
fabrico e estabelecer correlações<br />
com diversos factores, como sejam<br />
o rendimento de reacções de<br />
síntese, as características físicas<br />
do medicamento ou a evolução do<br />
processo de fabrico.<br />
Monitorização de propriedades<br />
físicas e químicas. Neste tipo de<br />
análises, incluem-se a averiguação<br />
da existência de polimorfismo, o<br />
controlo de cristalizações e o estudo<br />
de homogeneidade de misturas.<br />
Pesquisa de contaminação e falsificação<br />
de medicamentos.<br />
Análise quantitativa<br />
Teor de princípio activo (incluindo<br />
no medicamento intacto).<br />
Ensaios de dureza e friabilidade.<br />
Teor de humidade. Esta é uma<br />
das aplicações NIR que se destaca<br />
pela simplicidade e economia<br />
de tempo e reagentes quando comparada<br />
com a metodologia convencional<br />
(Karl Fisher).<br />
Ensaios de granulometria.<br />
Avaliação de perfis de dissolução.<br />
Monitorização de processos de<br />
secagem de pós em que se vai<br />
medindo o teor de humidade ao<br />
longo do processo de secagem<br />
sem necessidade de recolha de<br />
amostras.<br />
Avaliação da pureza de solventes.<br />
Tecnologia de Análise<br />
de Processo (PAT)<br />
As tecnologias de análise de processo<br />
(PAT) caracterizam-se pela<br />
aplicação da química analítica e<br />
da quimiometria em processo, de<br />
estratégias de controlo de processo<br />
por retroacção (feedback) e/<br />
ou de estratégias de optimização<br />
do processo de fabrico <strong>dos</strong> medicamentos.<br />
Na realidade, o PAT<br />
estabelece uma plataforma de<br />
validação, garantia e controlo de<br />
qualidade contínua ao longo do processo<br />
de fabrico. Assim, na óptica<br />
do PAT, no fabrico de uma forma<br />
farmacêutica não interessa apenas<br />
o produto final, mas sim todo<br />
o processo de fabrico; e não se<br />
valoriza apenas uma ou outra tecnologia<br />
de análise mas sim todas<br />
as tecnologias de análise envolvidas<br />
no processo, desde que forneçam<br />
resulta<strong>dos</strong> em tempo útil.<br />
Uma das características <strong>dos</strong> processos<br />
convencionais de fabrico<br />
é o controlo laboratorial de intermediários<br />
e do produto final. Isto<br />
significa que entre uma fase e a<br />
outra do processo de fabrico, é<br />
necessário aguardar os resulta<strong>dos</strong><br />
laboratoriais para preencher os critérios<br />
de decisão. Se o processo<br />
for contínuo (por exemplo, reacção<br />
de síntese, mistura de pós, secagem<br />
de pós, etc.), é igualmente<br />
necessário aguardar os resulta<strong>dos</strong><br />
da análise laboratorial antes<br />
de decidir se o processo está ou<br />
não concluído. Nestes casos, as<br />
decisões são tomadas com base<br />
numa amostra que representa não<br />
o estado actual do processo, mas<br />
sim o estado do processo na altura<br />
da colheita da amostra. Nesse<br />
sentido, o tempo de análise é crucial<br />
para o controlo do processo,<br />
pelo que se preferem as tecnologias<br />
de análise que forneçam resulta<strong>dos</strong><br />
em tempo real.<br />
O NIR surge assim como um forte<br />
aliado da implementação do PAT<br />
nos processos de fabrico da indús-<br />
65
Indústria<br />
Farmacêutica<br />
65<br />
tria farmacêutica. A rapidez de análise<br />
e o grau de automação que é<br />
possível atingir nesta metodologia<br />
faz com que se reconheçam muitas<br />
vantagens à associação do PAT<br />
ao NIR. O recurso a fibras ópticas<br />
acopladas a sondas de imersão<br />
permite a completa automação do<br />
processo de amostragem, a qual<br />
tem particular relevância nos processos<br />
em contínuo, ou quando<br />
se produzem medicamentos com<br />
substâncias altamente tóxicas (ex:<br />
citostáticos).<br />
Adicionalmente, diminuem-se os<br />
erros associa<strong>dos</strong> à amostragem<br />
e às operações unitárias envolvidas<br />
na análise convencional, além<br />
de se poder aumentar os pontos<br />
de amostragem (temporal e espacial),<br />
e assim ter um melhor controlo<br />
do processo. Este aumento<br />
de controlo permite melhorar os<br />
conhecimentos sobre o processo,<br />
reduzindo o número de lotes rejeita<strong>dos</strong><br />
e a variância de características<br />
entre lotes produzi<strong>dos</strong>.<br />
A qualidade do produto final, bem<br />
como o seu desempenho aquando<br />
da sua utilização, correlacionam-<br />
-se habitualmente com as diversas<br />
variáveis (mais ou menos críticas)<br />
do processo de fabrico. Actualmente<br />
é comum estudar o efeito<br />
dessas variáveis de forma independente,<br />
em determinadas condições<br />
experimentais e de acordo com<br />
procedimentos convenciona<strong>dos</strong> ou<br />
normaliza<strong>dos</strong> (por exemplo, farmacopeias,<br />
guidelines, etc.).<br />
O estudo do processo como um<br />
todo, através da análise simultânea<br />
de todas as variáveis disponíveis,<br />
em que o NIR se inclui, permite estabelecer<br />
correlações mais realistas<br />
entre qualidade/propriedades<br />
das matérias-primas, condições do<br />
processo de fabrico e qualidade/<br />
propriedades do produto final.<br />
Requisitos para<br />
a Indústria Farmacêutica<br />
A introdução de novas tecnologias/metodologias<br />
em indústrias<br />
tão regulamentadas como a indústria<br />
farmacêutica é sempre difícil<br />
e demorada. No entanto, é à custa<br />
das novas metodologias que se<br />
progride e que habitualmente se<br />
melhoram os produtos, se reduzem<br />
os custos de produção, se<br />
diminui o tempo de produção e se<br />
diminuem as emissões e descargas<br />
poluentes. Ou seja, melhoram-<br />
-se os processos de fabrico na<br />
generalidade. A tecnologia NIR,<br />
como alternativa aos méto<strong>dos</strong> convencionais<br />
ou integrada numa filosofia<br />
PAT, não é uma excepção.<br />
Efectivamente, há já vários exemplos<br />
na indústria farmacêutica nacional<br />
e principalmente internacional<br />
em que, graças à introdução<br />
desta tecnologia, se melhoraram<br />
os processos de fabrico de medicamentos<br />
numa das vertentes atrás<br />
abordadas. Para que as indústrias<br />
apostem mais nestas tecnologias,<br />
há a necessidade de acompanhamento<br />
<strong>dos</strong> organismos regulamentadores,<br />
através da elaboração de<br />
documentos orientadores da utilização<br />
desta tecnologia.<br />
Apesar <strong>dos</strong> últimos avanços, é de<br />
notar que as farmacopeias mundiais,<br />
à excepção da USP, fazem<br />
uma referência muito vaga à utilização<br />
da tecnologia NIR. Outros<br />
organismos, como sejam a FDA,<br />
EMEA ou o PASG, fornecem orientações<br />
mais ou menos elaboradas<br />
para o desenvolvimento, implementação<br />
e validação de metodologias<br />
NIR na indústria farmacêutica.<br />
Além do apoio <strong>dos</strong> organismos,<br />
tem que haver uma vontade explícita<br />
por parte <strong>dos</strong> órgãos de decisão<br />
da indústria. A implementação<br />
de metodologias NIR, além do<br />
investimento inicial na aquisição<br />
de equipamento, obriga ao envolvimento<br />
de vários profissionais<br />
com diferentes competências dentro<br />
da organização da indústria e<br />
à criação de competências específicas<br />
nesta área. É fundamental<br />
o investimento na formação <strong>dos</strong><br />
técnicos envolvi<strong>dos</strong>, ou a procura<br />
no mercado de profissionais com<br />
essas competências. O técnico<br />
responsável pela implementação<br />
da tecnologia NIR tem necessidade<br />
de concentrar em si uma grande<br />
quantidade de informação proveniente<br />
de várias fontes, como as<br />
unidades de desenvolvimento, os<br />
laboratórios de controlo de qualidade,<br />
a unidade de produção ou<br />
o armazém.<br />
A introdução do NIR nas indústrias<br />
de produção, pela quantidade de<br />
informação adicional que fornece,<br />
suscita muitas vezes novas<br />
dúvidas sobre o processo ou outras<br />
que se julgavam esclarecidas.<br />
É preciso que a indústria esteja<br />
motivada para lidar com estas dúvidas<br />
de forma positiva, aproveitando<br />
esta informação da melhor<br />
maneira, e não cair na tentação<br />
de considerar a informação adicional<br />
como má informação. Pode<br />
ser ou não.<br />
José António M. Catita<br />
Professor Auxiliar da Faculdade<br />
de Ciências da Saúde da<br />
Universidade Fernando Pessoa.<br />
Director-Técnico da PARALAB, SA<br />
Bibliografia<br />
• Principles and Applications of Near<br />
Infrared Spectroscopy in the Pharmaceutical<br />
Industry; H.W. Siesler;<br />
Department of Physical-Chemistry,<br />
University Duisburg-Essen; Germany,<br />
2003<br />
• Optimal Applications of “In-Line” or<br />
“At-Line” Manufacturing Controls in<br />
Pharmaceutical Production; Ajaz S.<br />
Hussain; Office of Pharmaceutical<br />
Science, CDER, FDA; ACPS Meeting;<br />
19 July 2001<br />
• Emerging Science Issues in Pharmaceutical<br />
Manufacturing: Process Analytical<br />
Technologies; Ajaz S. Hussain;<br />
Office of Pharmaceutical Science,<br />
CDER, FDA; FDA Science Board<br />
Meeting, November 16, 2001.<br />
• Note for Guidance on the Use of<br />
Near Infrared Spectroscopy by the<br />
Pharmaceutical Industry and the Data<br />
Requirements for New Submissions<br />
and Variations; EMEA; 2003.<br />
• Guidelines for the Development and<br />
Validation of Near Infrared (NIR) Spectroscopic<br />
Methods; PASG; 2001.<br />
• NIR-Spectroscopic Applications in the<br />
Pharmaceutical Development; Horst-<br />
Dieter Friedel and Jan-Olav Henck;<br />
Bayer AG, 2003.<br />
• Guidelines for the Development and<br />
Validation of Near Infrared (NIR) Spectroscopic<br />
Methods in the Pharmaceutical<br />
Industry; Paul Graham et al;<br />
in Handbook of Vibrational Spectroscopy;<br />
John M. Chalmers and Peter<br />
R. Griffiths; John Wiley & Sons Ltd,<br />
Chichester; 2002.<br />
• Process Analytical Technologies<br />
(PAT): Near-IR; Gary Ritchie and<br />
Emil W. Ciurczak; Open Conference<br />
on Analytical Methods and General<br />
USP Topics, USP, 2004.
Registos e Regulamentação<br />
Revisão da legislação europeia<br />
do medicamento: as mudanças em curso<br />
65<br />
presente artigo pretende<br />
apresentar de forma resumida<br />
as mudanças introduzidas<br />
recentemente na legislação<br />
europeia do medicamento.<br />
A legislação europeia do medicamento<br />
foi alvo de grandes alterações<br />
num processo conhecido<br />
como “Revisão 2001”, o qual culminou,<br />
em 2004, com a publicação<br />
de um regulamento e várias directivas<br />
e que teve como objectivos:<br />
Quadro 1<br />
Regulamento (CE) 726/2004 do Parlamento Europeu<br />
e do Conselho, de 31 de Março de 2004 (adiante<br />
designado por Regulamento)<br />
Substitui o Regulamento 2309/93/EC<br />
Título IV (Responsabilidades e Estrutura administrativa da<br />
EMEA)<br />
Garantir a elevada protecção<br />
da saúde pública, com um acesso<br />
mais rápido a medicamentos<br />
inovadores e reforçando os procedimentos<br />
de monitorização e<br />
Farmacovigilância;<br />
Promover um enquadramento<br />
regulamentar favorável à competitividade<br />
da Indústria Farmacêutica<br />
Europeia (IF), estabelecendo o<br />
equilíbrio entre a IF inovadora e a<br />
de genéricos;<br />
Corresponder ao desafio da<br />
União Europeia (UE) a 25: simplificar<br />
o sistema e aumentar a transparência<br />
<strong>dos</strong> procedimentos e processos<br />
de decisão.<br />
Após um longo processo de consulta<br />
e discussão, foi aprovado o<br />
pacote legislativo, do qual destacamos<br />
os principais diplomas no<br />
quadro 1. Deste pacote legislativo<br />
passamos seguidamente a descrever<br />
o que de novo/diferente foi<br />
introduzido.<br />
Prazo para<br />
implementação<br />
20-05-2004<br />
Títulos I, II, III & V 20-11-2005<br />
Anexo, ponto 3, itens 5 e 6<br />
(Medicamentos a Autorizar pela Comunidade)<br />
Directiva 2004/27/CE do Parlamento Europeu e do<br />
Conselho, de 31 de Março de 2004<br />
(adiante designada por Directiva)<br />
20-05-2008<br />
Prazo para<br />
transposição<br />
Altera a Directiva 2001/83/EC<br />
(Medicamentos de Uso Humano)<br />
Implementação pelos Esta<strong>dos</strong>-Membros 30-10-2005<br />
Directiva 2004/24/CE do Parlamento Europeu e do<br />
Conselho, de 31 de Março de 2004<br />
Altera a Directiva 2001/83/CE<br />
(Medicamentos à Base de Plantas)<br />
Directiva 2004/28/CE do Parlamento Europeu e do<br />
Conselho, de 31 de Março de 2004<br />
Altera a Directiva 2001/82/CE<br />
(Medicamentos Veterinários)<br />
Agência Europeia de<br />
Medicamentos – Estrutura<br />
e actividade<br />
Com a entrada em vigor do Regulamento,<br />
a estrutura e actividade da<br />
Agência Europeia de Medicamentos<br />
sofreu alterações. O nome de<br />
Agência Europeia de Avaliação de<br />
Medicamentos dá lugar a Agência<br />
Europeia de Medicamentos, mantendo-se<br />
a sigla EMEA.<br />
A nível da estrutura são cria<strong>dos</strong> o<br />
Comité <strong>dos</strong> Medicamentos Órfãos<br />
(COMP) e o Comité <strong>dos</strong> Medicamentos<br />
à Base de Plantas (HMPC).<br />
Com o alargamento da União Europeia,<br />
a organização <strong>dos</strong> Comités<br />
sofre um ajustamento, passando a<br />
ter apenas um elemento por cada<br />
Estado-Membro (EM). O Conselho<br />
de Administração sofreu idêntica<br />
reestruturação. Além disso, tem<br />
agora, também, representantes<br />
de organizações de doentes, de<br />
médicos e de veterinários.<br />
A nível de funções, a EMEA passa<br />
a ter um papel mais marcado nas<br />
actividades de farmacovigilância, a<br />
nível da coordenação e divulgação<br />
da informação. Pretende também<br />
disponibilizar ao público informação<br />
sobre os medicamentos, como relatórios<br />
de avaliação, Resumos das<br />
Características do Medicamento<br />
(RCM) e Folhetos Informativos (FI).<br />
Os Comités podem criar grupos<br />
de trabalho (permanentes e temporários)<br />
e grupos de aconselhamento<br />
científico, nomeadamente<br />
à Indústria Farmacêutica (IF), assim<br />
como estabelecer contactos,<br />
numa base consultiva, com associações<br />
de doentes e profissionais<br />
de saúde.<br />
Transparência e informação<br />
O aumento da transparência <strong>dos</strong><br />
procedimentos e processos de<br />
decisão da EMEA vai passar pela<br />
disponibilização ao público de informação<br />
pertinente, como sejam<br />
as opiniões do CHMP, incluindo<br />
situações de arbitragem, pareceres<br />
de comités em questões de<br />
farmacovigilância, uso compassivo<br />
(lista actualizada de pareceres<br />
aprova<strong>dos</strong>), relatórios de avaliação,<br />
incluindo decisões negativas<br />
e respectiva fundamentação, retiradas<br />
de pedi<strong>dos</strong> de Autorização<br />
de Introdução no Mercado (AIM),<br />
condições de utilização do medicamento;<br />
licenças condicionais e a<br />
lista de condições (obrigações específicas<br />
impostas aos titulares de<br />
AIM) e compromissos pós-comercialização.<br />
Em caso de infracções,<br />
as punições financeiras, montantes<br />
e motivos também serão torna<strong>dos</strong><br />
públicos.
A maior disponibilização da informação<br />
passa pela criação de bases<br />
de da<strong>dos</strong> independentes da IF,<br />
acessíveis às autoridades de saúde<br />
<strong>dos</strong> vários EM, profissionais de<br />
saúde, titulares de AIM e público<br />
em geral, e constitui um <strong>dos</strong> objectivos<br />
centrais da EMEA:<br />
Base de da<strong>dos</strong> de medicamentos<br />
(EuroPharm) – acessível ao público,<br />
que permitirá a pesquisa de<br />
Folhetos Informativos autoriza<strong>dos</strong><br />
e incluirá uma secção sobre medicamentos<br />
autoriza<strong>dos</strong> para uso<br />
pediátrico;<br />
Base de da<strong>dos</strong> de Farmacovigilância<br />
(EudraVigilance) – com divulgação<br />
de alertas, reacções adversas<br />
graves e outros da<strong>dos</strong> de farmacovigilância,<br />
quando relevantes.<br />
Procedimentos<br />
de Autorização de Introdução<br />
no Mercado<br />
Em relação aos procedimentos de<br />
AIM, a nova legislação comunitária<br />
também traz algumas alterações,<br />
nomeadamente em relação ao calendário<br />
de cada procedimento, e<br />
apresenta novas possibilidades:<br />
o procedimento descentralizado<br />
e aprovações condicionadas com<br />
validade de um ano (renováveis<br />
e sujeitas a obrigações específicas),<br />
a par <strong>dos</strong> procedimentos já<br />
existentes (procedimentos centralizado,<br />
reconhecimento mútuo<br />
e nacional).<br />
As alterações introduzidas pretendem<br />
essencialmente fazer face ao<br />
alargamento da UE, agilizar o sistema<br />
e favorecer a competitividade<br />
do mercado <strong>dos</strong> medicamentos e<br />
entre as várias Autoridades, sem<br />
perder de vista o interesse principal<br />
– a salvaguarda da Saúde Pública<br />
e o rápido acesso a novos<br />
medicamentos.<br />
Passam a seguir obrigatoriamente<br />
o procedimento centralizado (CP),<br />
os medicamentos obti<strong>dos</strong> por biotecnologia,<br />
os medicamentos órfãos<br />
(destina<strong>dos</strong> ao tratamento de<br />
doenças raras) e os medicamentos<br />
com uma substância activa nova<br />
para as seguintes indicações terapêuticas:<br />
SIDA, neoplasias, doenças<br />
neurodegenerativas e diabetes.<br />
A partir de Maio de 2008<br />
terão de seguir este procedimento<br />
os medicamentos que se destinem<br />
ao tratamento de doenças<br />
virais, doenças auto-imunes e outras<br />
disfunções imunitárias. A legislação<br />
contempla a possibilidade<br />
de o processo de avaliação poder<br />
ser mais rápido (150 em vez 210<br />
dias) em situações de extrema relevância<br />
para a Saúde Pública (Fast<br />
track approval).<br />
Propriedade Intelectual e<br />
Pedi<strong>dos</strong> de AIM de Genéricos<br />
A nova regulamentação vem clarificar<br />
a definição de medicamento.<br />
Outra alteração importante é a<br />
maior abrangência na noção de<br />
risco associado ao uso do medicamento,<br />
cujos impactos podem<br />
ser na saúde <strong>dos</strong> doentes, na saúde<br />
pública e no ambiente e que<br />
podem estar relaciona<strong>dos</strong> com a<br />
qualidade, a segurança e a eficácia<br />
do medicamento.<br />
No âmbito das novas definições foi<br />
introduzida a noção de avaliação<br />
do benefício do medicamento (efeitos<br />
terapêuticos positivos) versus<br />
o risco associado ao uso.<br />
A avaliação do impacto ambiental<br />
constitui outra novidade, uma vez<br />
que deverá ser incluído no pedido<br />
de AIM um estudo de avaliação <strong>dos</strong><br />
riscos de efeitos indesejáveis que<br />
o medicamento pode apresentar<br />
para o ambiente (avaliação do impacto<br />
ambiental); além disso devem<br />
ser previstas disposições particulares<br />
para a sua limitação.<br />
No capítulo relativo aos medicamentos<br />
genéricos foi ainda incluída<br />
a noção de medicamento de<br />
referência versus medicamento<br />
genérico e medicamento biológico<br />
de referência versus o biogenérico<br />
(medicamento biológico similar).<br />
Os diferentes sais, ésteres, éteres,<br />
isómeros, misturas de isómeros,<br />
complexos ou deriva<strong>dos</strong> de uma<br />
substância activa são considera<strong>dos</strong><br />
para efeitos de avaliação, como<br />
uma mesma substância activa.<br />
Período de exclusividade<br />
de da<strong>dos</strong><br />
O período de protecção de da<strong>dos</strong><br />
regulamentares, aplicável a medicamentos<br />
aprova<strong>dos</strong> após entrada<br />
em vigor da legislação, foi<br />
harmonizado, sendo no caso de<br />
novos medicamentos (e independentemente<br />
do procedimento de<br />
autorização) 8 anos de protecção<br />
regulamentar de da<strong>dos</strong> e 10 anos<br />
de exclusividade no mercado.<br />
O titular de AIM ganha um ano<br />
adicional de protecção, se nos primeiros<br />
8 anos obtiver aprovação<br />
para uma ou mais indicações que<br />
tragam importantes benefícios clínicos<br />
sobre as terapêuticas existentes<br />
ou quando for autorizada a<br />
alteração de classificação quanto<br />
à dispensa (sempre que submeti<strong>dos</strong><br />
a estu<strong>dos</strong> pré-clínicos e clínicos<br />
significativos).<br />
Novas formas farmacêuticas, <strong>dos</strong>agens,<br />
vias de administração e<br />
apresentações são consideradas<br />
parte integrante da AIM inicial<br />
para efeitos de aplicação do período<br />
regulamentar de protecção<br />
de da<strong>dos</strong>.<br />
Os fabricantes de medicamentos<br />
genéricos podem requerer uma<br />
AIM após caducidade da protecção<br />
regulamentar de da<strong>dos</strong> do medicamento<br />
de referência, ou seja, têm<br />
2 anos para os preparar e obter<br />
a referida autorização. Contudo,<br />
não são autoriza<strong>dos</strong> a comercializar<br />
até que expire o prazo de 10<br />
anos. Existe ainda a possibilidade<br />
de os genéricos aprova<strong>dos</strong> excluírem<br />
indicações patenteadas <strong>dos</strong><br />
medicamentos de referência.<br />
A Indústria de Genéricos poderá<br />
ainda realizar ensaios clínicos/<br />
ensaios comprovativos de bioequivalência<br />
e estu<strong>dos</strong> adequa<strong>dos</strong><br />
de biodisponibilidade antes da caducidade<br />
de patentes/protecção<br />
da propriedade intelectual (Disposição<br />
Bolar).<br />
De acordo com o novo Regulamento,<br />
alguns genéricos podem<br />
ser aprova<strong>dos</strong> por procedimento<br />
centralizado, desde que o medicamento<br />
de referência tenha sido<br />
igualmente aprovado por este procedimento.<br />
O procedimento centralizado<br />
também será possível para<br />
os medicamentos não sujeitos a<br />
receita médica.<br />
Farmacovigilância<br />
São várias e abrangentes as medidas<br />
introduzidas, quer no Regulamento,<br />
quer na Directiva, com<br />
o objectivo de reforçar a segurança<br />
de utilização <strong>dos</strong> medicamentos<br />
através da farmacovigilância.<br />
As novas medidas adoptadas passam<br />
pela fiscalização intensiva <strong>dos</strong><br />
efeitos adversos, comunicação en-<br />
65
Registos e<br />
Regulamentação<br />
65<br />
tre os vários intervenientes do circuito<br />
de monitorização da utilização<br />
do medicamento, informação aos<br />
profissionais e ao público e financiamento<br />
público independente.<br />
A EMEA vê grandemente reforçado<br />
o seu papel coordenador <strong>dos</strong><br />
recursos, meios e acções liga<strong>dos</strong><br />
à farmacovigilância na UE (disponibiliza<strong>dos</strong><br />
em grande parte pelas<br />
Autoridades Competentes (AC)<br />
<strong>dos</strong> EM.<br />
Desde logo, na submissão de novos<br />
pedi<strong>dos</strong> de AIM o requerente terá<br />
de apresentar um Plano de Farmacovigilância<br />
(enquadrado no sistema<br />
de Gestão de Risco), identificando<br />
as áreas de potencial risco e as<br />
medidas que propõe implementar,<br />
de forma a melhor caracterizar e<br />
minimizar esses riscos. O plano<br />
de farmacovigilância assume particular<br />
importância na concessão<br />
de AIM´s condicionadas, as quais,<br />
tendo como objectivo acelerar a<br />
introdução no mercado de novos<br />
medicamentos considera<strong>dos</strong> inovadores<br />
e sem alternativas satisfatórias,<br />
necessitam que a mais<br />
rápida disponibilização aos doentes<br />
seja acompanhada por uma<br />
supervisão mais rigorosa.<br />
No caso de novos medicamentos,<br />
a EMEA pode, no prazo de cinco<br />
anos após a primeira AIM, solicitar<br />
junto do titular a recolha de<br />
informação específica. É assim<br />
de prever, em consequência, um<br />
aumento do número de estu<strong>dos</strong><br />
de pós-comercialização a realizar<br />
(clínicos de fase IV e farmacoepidemiológicos).<br />
A monitorização contínua da segurança<br />
vai também passar pela<br />
obrigatoriedade de demonstração,<br />
em qualquer momento, da existência<br />
de uma relação risco-benefício<br />
favorável e pela apresentação (à<br />
EMEA, à Comissão ou às Autoridades<br />
Competentes) de todas as<br />
novas informações com implicações<br />
na segurança. Mantêm-se<br />
os prazos de notificação de 15<br />
dias (máximo) para comunicação<br />
de reacções adversas graves dentro<br />
da Comunidade e graves e<br />
inesperadas (bem como da suspeita<br />
de transmissão de agentes<br />
infecciosos) fora da Comunidade.<br />
No mesmo prazo (15 dias) devem<br />
igualmente as autoridades competentes<br />
informar o detentor da<br />
AIM sobre quaisquer reacções<br />
adversas graves que lhes sejam<br />
comunicadas.<br />
A comunicação e informação de<br />
efeitos adversos passarão obrigatoriamente<br />
a ser efectuadas através<br />
de notificação electrónica pelo<br />
sistema Eudravigilance, a que terão<br />
acesso todas as Autoridades<br />
Competentes da UE. O registo e<br />
notificação de reacções adversas<br />
passarão a realizar-se obrigatoriamente<br />
empregando a terminologia<br />
MedDRA.<br />
Também a divulgação de informação<br />
de segurança junto de profissionais<br />
de saúde e do público assistirá<br />
a uma significativa evolução,<br />
prevendo-se a publicação de pareceres<br />
de segurança em linguagem<br />
acessível ao público, bem como o<br />
apoio às Autoridades Competentes<br />
na divulgação de medidas de segurança<br />
adoptadas. A comunicação<br />
directa ao público de medidas de<br />
segurança pelos titulares de AIM<br />
apenas será possível após notificação<br />
prévia à EMEA ou Autoridades<br />
Competentes. Está igualmente<br />
prevista a partilha de informação<br />
entre a EMEA e a Organização<br />
Mundial de Saúde.<br />
O financiamento do sistema de farmacovigilância,<br />
das redes electrónicas<br />
e bases de da<strong>dos</strong> de financiamento<br />
público não dependerá de<br />
taxas, de forma a reforçar a independência<br />
e garantir a existência<br />
de verbas necessárias.<br />
Informação<br />
sobre comercialização<br />
À luz da nova legislação, verifica-<br />
-se a obrigação de o titular de AIM<br />
informar a autoridade competente<br />
da data de início da comercialização<br />
do medicamento e suas diferentes<br />
apresentações.<br />
A Directiva estabelece, igualmente,<br />
que o titular deve notificar, com a<br />
antecedência mínima de dois meses,<br />
uma eventual cessação de<br />
comercialização do medicamento,<br />
quer seja temporária ou permanente.<br />
Para qualquer medicamento que<br />
não seja comercializado durante<br />
um período de três anos consecutivos,<br />
deve considerar-se a<br />
AIM caducada. No entanto, sempre<br />
que razões de saúde pública<br />
o justifiquem, podem ser concedidas<br />
derrogações ao anteriormente<br />
mencionado.<br />
Validade da AIM<br />
A Directiva estabelece que, à semelhança<br />
do que acontece actualmente,<br />
uma AIM apresenta, inicialmente,<br />
uma validade de cinco<br />
anos, ao fim <strong>dos</strong> quais será submetido<br />
um pedido de renovação.<br />
Para efeitos de renovação, deve<br />
ser apresentada uma versão consolidada<br />
<strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> de qualidade,<br />
segurança e eficácia, incluindo<br />
todas as alterações submetidas<br />
desde a concessão da AIM, pelo<br />
menos 6 meses antes de esta caducar.<br />
Uma vez renovada, a AIM<br />
possui uma validade por um período<br />
ilimitado, excepto se, por razões<br />
do âmbito de farmacovigilância, for<br />
requerida uma renovação adicional<br />
ao fim de 5 anos.<br />
Apesar das alterações ao calendário<br />
de renovações da AIM e sua<br />
validade, a frequência de submissão<br />
<strong>dos</strong> Relatórios Periódicos de<br />
Segurança passa a ser de três<br />
em três anos após a primeira renovação<br />
Critérios de suspensão,<br />
revogação ou recusa da AIM<br />
No que respeita à avaliação da relação<br />
risco-benefício baseada em<br />
critérios de qualidade, segurança<br />
e eficácia, a Directiva harmoniza<br />
e adapta critérios de recusa, revogação<br />
ou suspensão das AIM´s.<br />
Assim, a AIM será recusada quando<br />
a relação risco-benefício não for<br />
favorável; o efeito terapêutico do<br />
medicamento estiver insuficientemente<br />
comprovado pelo requerente<br />
ou quando a composição qualitativa<br />
e quantitativa do medicamento<br />
não coincidir com a declarada.<br />
Rotulagem<br />
e Folheto Informativo<br />
No âmbito de uma boa utilização<br />
do medicamento, importa adaptar<br />
a regulamentação sobre a Rotulagem<br />
e FI. Assim, a Directiva introduz<br />
alguns aspectos inovadores<br />
relativamente à Rotulagem, como<br />
a inclusão de um espaço na embalagem<br />
que possibilite ao farmacêutico<br />
indicar a posologia prescrita,<br />
referência na rotulagem a<br />
precauções relativas à eliminação<br />
de medicamentos não utiliza<strong>dos</strong> e
apresentação do nome do medicamento<br />
em Braille.<br />
Relativamente ao FI, verifica-se<br />
uma alteração na sequência da<br />
informação (a menos relevante<br />
para o doente aparece no fim).<br />
Para medicamentos autoriza<strong>dos</strong><br />
por Procedimento de Reconhecimento<br />
Mútuo (MRP), ou Procedimento<br />
Descentralizado (DP) ou que<br />
foram sujeitos a arbitragem, deve<br />
ser incluída uma lista com os nomes<br />
autoriza<strong>dos</strong> em cada EM.<br />
O titular da AIM deverá garantir<br />
que o FI esteja disponível em formato<br />
apropriado para invisuais e<br />
pessoas com deficiências de visão,<br />
desde que pedido por organizações<br />
de doentes. A Directiva estabelece<br />
também que o FI deve reflectir<br />
consultas com grupos-alvo de doentes<br />
para que a sua legibilidade,<br />
clareza e facilidade de utilização<br />
estejam garantidas. Os resulta<strong>dos</strong><br />
destas avaliações devem ser submeti<strong>dos</strong><br />
às autoridades aquando<br />
do pedido de AIM.<br />
Publicidade e Informação<br />
No âmbito das práticas actuais no<br />
que respeita a informação, a Comissão<br />
comprometeu-se a apresentar<br />
um relatório, após a entrada<br />
em vigor da Directiva num<br />
período de três anos.<br />
Relativamente à Publicidade, a Directiva<br />
estabelece que, nas acções<br />
promocionais, o acolhimento deve<br />
subordinar-se rigorosamente ao<br />
objectivo fundamental da acção<br />
e não pode ser alargado a pessoas<br />
que não sejam profissionais<br />
de saúde.<br />
Fabrico, distribuição<br />
e fiscalização<br />
Relativamente ao título “Fabrico e<br />
Importação” ocorreram algumas<br />
alterações à Directiva 2001/83/<br />
CE de 6 de Novembro de 2001,<br />
nomeadamente nos temas acerca<br />
de matérias-primas e libertação<br />
de lotes.<br />
No que se refere às matérias-<br />
-primas, a Directiva 2004/27/<br />
CE refere que o Titular da Autorização<br />
de Fabrico deve apenas<br />
utilizar como matérias-primas<br />
substâncias activas (SA) que tenham<br />
sido fabricadas em conformidade<br />
com directrizes que<br />
serão objecto de aprovação posterior.<br />
Além disso, também é referido<br />
que estas normas se irão<br />
aplicar a alguns excipientes, cuja<br />
lista e condições específicas de<br />
aplicação serão determinadas<br />
através de legislação específica.<br />
Para efeitos de libertação de lotes,<br />
no caso de medicamentos<br />
provenientes de países terceiros,<br />
mesmo que o respectivo fabrico<br />
tenha ocorrido na Comunidade,<br />
cada lote importado deve ser objecto<br />
de uma análise qualitativa e<br />
quantitativa.<br />
Quanto à Distribuição por Grosso<br />
de Medicamentos ocorreram<br />
algumas alterações à Directiva<br />
n.º 2001/83/CE, no âmbito das<br />
importações paralelas.<br />
É referido que qualquer distribuidor<br />
que não seja Titular da AIM<br />
e que importe um medicamento<br />
de outro EM deve notificar o titular<br />
da AIM e a autoridade competente<br />
do EM (para o qual o medicamento<br />
será importado) da sua<br />
intenção de o importar. No caso<br />
de medicamentos aprova<strong>dos</strong> pelo<br />
Procedimento Nacional ou de Reconhecimento<br />
Mútuo, a notificação<br />
à autoridade competente será<br />
feita de acordo com os procedimentos<br />
estabeleci<strong>dos</strong> na legislação<br />
desse EM.<br />
65
Registos e<br />
Regulamentação<br />
No âmbito da Fiscalização e das<br />
Inspecções, a Directiva clarifica<br />
algumas formas de inspecção,<br />
nomeadamente inspecções não<br />
anunciadas, realização de ensaios<br />
com amostras efectua<strong>dos</strong> por um<br />
Laboratório Oficial de controlo, inspecções<br />
aos fabricantes de SA,<br />
inspecções às instalações <strong>dos</strong> titulares<br />
de AIM e inspecções com<br />
vista à obtenção do certificado de<br />
conformidade com as monografias<br />
da Farmacopeia.<br />
Além disso, a EMEA irá manter<br />
uma base de da<strong>dos</strong> comunitária<br />
onde constarão to<strong>dos</strong> os Certifica<strong>dos</strong><br />
de Boas Práticas de Fabrico<br />
(GMP) emiti<strong>dos</strong> pelos vários EM,<br />
assim como informação acerca de<br />
fabricantes que não respeitam os<br />
princípios e as directrizes das GMP.<br />
No âmbito da implementação nacional<br />
destas novas directrizes, o<br />
INFARMED já elaborou um documento<br />
de trabalho que, para além<br />
da transposição da Directiva, faz<br />
uma revisão geral da legislação<br />
nacional do documento. Este documento<br />
esteve à disposição para<br />
discussão pública, para que to<strong>dos</strong><br />
os interessa<strong>dos</strong> pudessem dar o<br />
seu contributo. Aguardamos agora<br />
a sua aprovação, publicação e<br />
regulamentação.<br />
A nível europeu foi iniciado um<br />
processo de revisão da legislação<br />
europeia publicada, colocando<br />
para consulta pública várias<br />
directrizes que visam definir com<br />
clareza os diversos processos<br />
introduzi<strong>dos</strong> através da nova legislação.<br />
Pretende-se assim clarificar<br />
os aspectos operacionais,<br />
diminuindo a possibilidade de interpretações<br />
divergentes entre<br />
os requerentes e as autoridades<br />
regulamentares.<br />
Desta forma, já se deu início à implementação<br />
de algumas mudanças<br />
significativas, com as quais os<br />
legisladores procuram aumentar<br />
o nível de segurança, qualidade e<br />
eficiência do sistema, promovendo<br />
a competitividade da Indústria Farmacêutica<br />
e melhorando o acesso<br />
aos medicamentos.<br />
Artigo elaborado pelo Grupo de Trabalho “Revisão<br />
do Sistema” da APREFAR (Ana Duarte,<br />
Ana Gaspar, Ângela Dias, António Dias, Catarina<br />
Azinheiro, Daniela Póvoa, Fernanda<br />
Mendes, Leila Fernandes, Mário Aguiar,<br />
M.ª João Oliveira, Rita Cadima).<br />
Colégio de Registos e Regulamentação promoveu<br />
Acção de formação sobre “Procedimentos de AIM”<br />
65<br />
O Conselho do Colégio em Registos<br />
e Regulamentação Farmacêutica<br />
promoveu, nos dias 23 e 24 de<br />
Junho de 2005, uma acção de<br />
formação subordinada ao tema<br />
“Procedimentos de AIM e sua submissão”,<br />
que se realizou na Faculdade<br />
de Farmácia da Universidade<br />
de Lisboa.<br />
Destinada a jovens profissionais na<br />
área <strong>dos</strong> assuntos regulamentares<br />
ou que tenham função equiparável,<br />
esta acção decorreu com a simulação,<br />
por parte <strong>dos</strong> forman<strong>dos</strong>,<br />
de pedi<strong>dos</strong> de AIM´s, tendo para<br />
tal a Faculdade disponibilizado a<br />
sala <strong>dos</strong> computadores.<br />
O primeiro dia foi dedicado à apresentação<br />
de noções introdutórias,<br />
com a realização de um trabalho<br />
prático de elaboração/organização<br />
do processo de pedido de AIM, em<br />
conformidade com a legislação<br />
aplicável. Os trabalhos foram realiza<strong>dos</strong><br />
por cinco grupos distintos:<br />
dois grupos, com um pedido de um<br />
medicamento inovador; um grupo,<br />
com um pedido de um medicamento<br />
bibliográfico; dois grupos, com<br />
um pedido de um medicamento<br />
essencialmente similar.<br />
No segundo dia, os trabalhos foram<br />
apresenta<strong>dos</strong> e discuti<strong>dos</strong> com um<br />
Os forman<strong>dos</strong> desenvolveram o seu trabalho prático em cinco grupos<br />
avaliador da Comissão de Avaliação<br />
de Medicamentos, de cada área<br />
específica, para o que muito nos<br />
honrou a participação de alguns peritos<br />
nacionais (Professores José<br />
Morais, Manuel Caneira, Hélder<br />
Mota Filipe, Rui Moreira, António<br />
José de Almeida e Melo Gouveia).<br />
Esta acção de formação contou ainda<br />
com a participação de Gonçalo<br />
Nunes, o qual, sob a perspectiva<br />
de um jovem profissional da área<br />
regulamentar científica, nos fez a<br />
sua avaliação da pertinência deste<br />
tipo de acções e quais os aspectos<br />
a melhorar no futuro.
Biblio<br />
Onde se fala de velhos livros da Biblioteca da <strong>Ordem</strong><br />
Tipografia Portuguesa<br />
65<br />
SEMEDO, João Curvo,<br />
1635-1719<br />
Memorial de varios simplices que<br />
da India Oriental, da America, &<br />
de outras partes do mundo vem<br />
ao nosso Reyno para remedio de<br />
muytas doenças, no qual se acharáo<br />
as virtudes de cada hum. &<br />
o modo com que se devem usar<br />
- [João Curvo Semedo]. – [Lisboa:<br />
Na Officina de Antonio Pedroso Galram,<br />
1727]. – 32, [4] p.; 2º. (30<br />
cm). – Inocêncio 3 pp. 357 – 358,<br />
BN Lisboa SA 2582, B. Museum<br />
47, coln 239, NUC NC 0488272.<br />
– Lugar de impressão, nome do<br />
impressor e data tira<strong>dos</strong> do colofão.<br />
– Título à cabeça do texto. –<br />
Capital maiúscula inicial decorada.<br />
– No final da Obra “Com todas as<br />
licenças necessárias”. – Colofão no<br />
final da obra. – Marca do impressor<br />
no final da obra. – Assin.: A-C 6 .<br />
Folhas manchadas, onduladas. –<br />
Obra anexa à “Polyanthea Medicinal…”<br />
do mesmo autor. – cota 423.<br />
Na página 1, o autor diz:<br />
“[...] fizesse este Memorial em socorro<br />
da natureza humana; se por<br />
este serviço que faço no bem publico<br />
não mereceu agradecimento,<br />
não merecerey reprehensão, & se<br />
ma derem, acabarey de entender<br />
que há homens tão ingratos, & de<br />
animo tão depravado, que fazem<br />
por malicia, o que os meninos fazem<br />
por innocencia, mamão o<br />
leyte, & mordem o peyto, que os<br />
sustentou.”<br />
Na licença do Paço, o Doutor Francisco<br />
da Fonseca Henriques diz:<br />
“[...] bem parece este zelo com<br />
que escreve, igual á piedade com<br />
que cura pois na proveita idade<br />
de 80 anos, está acodindo aos<br />
enfermos com cuydado, principalmente<br />
aos pobres a quem assiste<br />
com caridade, socorrendo-os com<br />
os seus especialíssimos remedios<br />
sem interesse [...] Junta o Author<br />
à sua Polyanthea hum catalogo das<br />
cousas medicinaes que há na India<br />
Oriental, & nas cõquistas da America,<br />
obra que a omissão <strong>dos</strong> Portuguezes,<br />
ou o destino da Providencia<br />
reservou para elle. Porque sendo<br />
certo, que na India, & no Brasil há<br />
cousas de prestantissimas virtudes<br />
para o uso da Medicina: nunca tiverão<br />
curiosidade os Medicos que<br />
assistirão, naquellas partes para<br />
darem noticias destes remedios;<br />
nem houve superior impulso, que a<br />
isto os obrigasse. Mas o que não<br />
fez o poder <strong>dos</strong> soberanos, & o que<br />
deyxou de fazer a ignavia <strong>dos</strong> Médicos<br />
assistentes nas Conquistas;<br />
faz hoje o Doutor João Curvo”.<br />
Não sabemos resistir à transcrição<br />
de um soneto do Doutor Andre<br />
Nunes da Sylva, dedicado ao autor,<br />
comparando a sua ciência com o<br />
esforço de Giraldo sem Pavor do<br />
qual descende a família Semedo.<br />
Ei-lo:<br />
“Deu mortes sempre de valor<br />
armado<br />
Giraldo sem pavor, Campião<br />
valente<br />
Delle, Semmedo, illustre<br />
descendente<br />
Deu sempre vidas de Sciencie<br />
ornado.<br />
Da espada receytou o Marte<br />
ouzado<br />
Morte aos mouros na folha<br />
reluzente;<br />
Nas deste livro receytou sciente<br />
João remedio ao mal mais<br />
obstinado.<br />
Ambos por sua fama peregrina<br />
Gloria de Lysia são, da Patria<br />
amparo,<br />
Que agradecida estatuas lhe<br />
destina;<br />
Pois venera a pezar do tempo<br />
avaro,<br />
Hum sem Pavor <strong>dos</strong> infieis ruina,<br />
Outro Semmedo, <strong>dos</strong> mortaes<br />
reparo.<br />
Por Provisão de Privilégio de 25<br />
de Agosto de 1768, a um descendente<br />
do autor, Manuel José Curvo<br />
Semedo, foi concedida autorização<br />
“para só elle fazer, e operar<br />
as receitas, e segre<strong>dos</strong> medicinaes<br />
do Curvo”.<br />
João Herculano de Morais, no Jornal<br />
de “Pharmacia chimica e historia<br />
natural medica”, diz:<br />
“Curvo Semedo soube achar de<br />
um só facto as soluções de dois<br />
problemas difficilimos: um arsenal<br />
bem fornecido de meios curativos<br />
contra todo o genero de espécies<br />
de enfermidades, e uma mina de<br />
haver dinheiro, como a não haveria<br />
o explorador da mais rica mina<br />
do Brazil, no seu tempo”.<br />
M. Celina Parente<br />
Lic. em Ciências Físico-Químicas<br />
Diplom. com o Curso de Pós-Graduação<br />
de Bibliotecária-Arquivista (U.C.)<br />
Fontes Manuscritas:<br />
1 – IAN/TT. Chancelaria D. Pedro II.<br />
Lº 52.<br />
2 – IAN/TT. Chancelaria D. João V.<br />
Lº 29.<br />
3 – IAN/TT. Chancelaria D. José I.<br />
Lº 7.<br />
4 – IAN/TT. Habilitações do Santo Ofício.<br />
Maço 11, Diligência nº 338.<br />
5 – IAN/TT. Habilitações do Santo Ofício.<br />
Maço 8. Diligência nº 313.<br />
Obras de referência:<br />
• B. Museum – BRITISH MUSEUM<br />
– General catalog of printed books.<br />
– London: British Museum, 1965-<br />
1972.<br />
• BN Lisboa – PORTUGAL Biblioteca<br />
Nacional.<br />
• Inocêncio - SILVA, Inocêncio Francisco<br />
da, e outros – Diccionario bibliographico<br />
portuguez: estu<strong>dos</strong> applicáveis<br />
a Portugal e ao Brasil. – Lisboa: Imprensa<br />
Nacional, 1858-1923.<br />
• NUC - AMERICAN LIBRARY AS-<br />
SOCIATION – National Union Catalog:<br />
pre1956 imprints. – Chicago:<br />
Mansell, 1968-1981.
Fila<br />
“A farmácia e o medicamento.<br />
Uma história concisa”<br />
s CTT-Correios editaram em<br />
2004 a obra da autoria de<br />
Paula Basso intitulada “A<br />
farmácia e o medicamento. Uma<br />
história concisa”, que surge na<br />
sequência da emissão dedicada à<br />
farmácia e ao medicamento a que<br />
tivemos oportunidade de dedicar<br />
alguns artigos anteriores.<br />
Trata-se de uma obra em 213 páginas<br />
magnificamente ilustradas,<br />
como é hábito nestas edições <strong>dos</strong><br />
CTT-Correios, dividida em oito grandes<br />
capítulos para além das partes<br />
de introdução, epílogo e bibliografia.<br />
Saliente-se ainda a inclusão<br />
na obra da emissão referida relativa<br />
à farmácia e ao medicamento.<br />
Na nota de abertura, Carlos Horta<br />
e Costa, Presidente <strong>dos</strong> CTT-<br />
-Correios de Portugal, refere que<br />
aquela instituição, ao editar o livro<br />
cumpre “mais uma vez o desígnio<br />
de divulgar os factos históricos,<br />
sociais e culturais mais relevantes<br />
do país, bem como as personagens,<br />
instituições e património que<br />
constituem a nossa identidade”.<br />
De facto a farmácia e a actividade<br />
farmacêutica encerram valores<br />
ímpares do nosso património, da<br />
vida cultural, social e científica do<br />
nosso país.<br />
Ao longo das mais de duzentas<br />
páginas da obra, a autora, Dr.ª<br />
Paula Basso, Conservadora Principal<br />
do Museu da Farmácia, leva<br />
o leitor a uma viagem pela história<br />
da farmácia e pela história da<br />
farmácia em Portugal mostrando<br />
como a farmácia é uma profissão<br />
e uma ciência com raízes milenares.<br />
Por isso, inicia a obra no que<br />
denomina de “Os antecedentes<br />
antigos”, isto é, as práticas médico-farmacêuticas<br />
pré-técnicas,<br />
continuando depois o itinerário<br />
pelas civilizações antigas como a<br />
Mesopotâmia e o Egipto; o mundo<br />
clássico, Grécia e Roma; a Idade<br />
Média; o Renascimento; a Idade<br />
Moderna; o século XIX; e finalmente<br />
o século XX. Tendo por base a<br />
revisão que realizou, como refere,<br />
em vários autores especializa<strong>dos</strong><br />
na história da farmácia, a autora<br />
faz uma síntese objectiva e exacta<br />
da ciência e profissão farmacêutica.<br />
O livro é ilustrado do princípio<br />
ao fim com a reprodução de peças<br />
existentes no Museu da Farmácia,<br />
em Lisboa, cuja visita recomendamos<br />
vivamente, e ainda<br />
com reprodução de frontispícios<br />
de livros, gravuras, etc. Deve assinalar-se<br />
de modo particular o trabalho<br />
que tem sido desenvolvido,<br />
neste particular, pela Associação<br />
Nacional das Farmácias na sensibilização<br />
da preservação do património<br />
histórico-farmacêutico e<br />
deve sublinhar-se o elevado valor<br />
e organização desse Museu. Por<br />
isso encontramos na obra tanto<br />
peças egípcias e mesopotâmicas<br />
de perto de 2 000 a.C. como as<br />
farmácias portáteis da NASA que<br />
viajaram a bordo do space shuttle<br />
Endeavour, em missão realizada<br />
em 2000. A terminar a obra, uma<br />
súmula bibliográfica que remete o<br />
leitor para outras obras de interesse<br />
para a história da farmácia,<br />
da medicina e da saúde.<br />
Para além da autora estão, portanto,<br />
de parabéns todas as instituições<br />
envolvidas na edição da<br />
presente obra, que constitui, também,<br />
uma ferramenta importante<br />
para o filatelista, em particular<br />
para o coleccionador das temáticas<br />
histórico-médicas e farmacêuticas,<br />
na medida em que proporciona<br />
uma série de informações<br />
úteis para a organização da sua<br />
colecção.<br />
João Rui Pita<br />
Professor da Faculdade de Farmácia<br />
da Universidade de Coimbra<br />
Investigador do CEIS20<br />
65
Mercado Hospitalar<br />
Farmacêutico<br />
Primeiro trimestre de 2005<br />
o primeiro trimestre de<br />
2005, o mercado hospitalar<br />
português continuou<br />
a crescer a um ritmo muito elevado<br />
(18,2 por cento em valor) face<br />
ao seu periodo homólogo, inclusive<br />
com um crescimento superior ao<br />
verificado nesse mesmo período<br />
(14,9 por cento). Neste trimestre,<br />
o valor do mercado em euros foi<br />
de cerca de 183 milhões de euros.<br />
Em unidades, o crescimento foi de<br />
10,3 por cento face ao primeiro<br />
trimestre de 2004, quando nesse<br />
mesmo período apenas havia crescido<br />
1,1 por cento. Neste período,<br />
foram transaccionadas quase 49<br />
milhões de unidades.<br />
Apesar de o PVA médio estar acima<br />
do verificado no mesmo período<br />
do ano passado, relativamente<br />
ao último trimestre de 2004 verificou-se<br />
uma descida, ficando actualmente<br />
nos 3,74 euros.<br />
Dando sequência a um ano muito<br />
forte em crescimento, o mercado<br />
não parece dar sinais de abrandar.<br />
De facto, e apesar de ter havido<br />
uma redução face ao trimestre<br />
anterior, em relação ao seu período<br />
homólogo – primeiro trimestre<br />
de 2004 – registou-se um grande<br />
crescimento. O mercado em unidades,<br />
ainda que abaixo do mercado<br />
em valor, também cresceu de forma<br />
significativa face ao seu período<br />
homólogo, inclusive crescendo<br />
quando em comparação com o último<br />
trimestre de 2004.<br />
Análise por segmentos<br />
de mercado<br />
Mercado Hospitalar (análise trimestral) Gráfico 1<br />
200.000.000<br />
180.000.000<br />
160.000.000<br />
140.000.000<br />
120.000.000<br />
100.000.000<br />
80.000.000<br />
60.000.000<br />
40.000.000<br />
20.000.000<br />
0<br />
1º Trim. 04 2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />
Euros Unidades PVA Médio<br />
4,00<br />
3,90<br />
3,80<br />
3,70<br />
3,60<br />
3,50<br />
3,40<br />
3,30<br />
3,20<br />
Evolução Trimestral (face ao período homólogo) Gráfico 2<br />
20,0%<br />
15,0%<br />
10,0%<br />
5,0%<br />
0,0%<br />
-5,0%<br />
-10,0%<br />
Da análise por subclasses terapêuticas<br />
(ATC3) verifica-se que a<br />
subclasse J05C Antivirais VIH foi<br />
a mais importante, em valor, nestes<br />
primeiros três meses de 2005,<br />
com uma quota de 11,8 por cento.<br />
Das cinco subclasses presentes<br />
na análise, três são da Classe<br />
Terapêutica L A.A./Neo-Plas./Imunomod.,<br />
normalmente relacionada<br />
com a Oncologia.<br />
Após três trimestres a perder importância,<br />
o Top5 registou um<br />
crescimento face ao último trimestre<br />
de 2004, ainda assim aquém<br />
2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />
PH% Euros<br />
PH% Unidades<br />
Evolução do Top5 ATC3 (Valor) Gráfico 3<br />
Evolução do Top5 ATC3 (Unidades) Gráfico 4<br />
65<br />
25.000.000<br />
23.000.000<br />
21.000.000<br />
19.000.000<br />
17.000.000<br />
15.000.000<br />
13.000.000<br />
11.000.000<br />
9.000.000<br />
7.000.000<br />
5.000.000<br />
1º Trim. 04 2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />
7.000.000<br />
6.000.000<br />
5.000.000<br />
4.000.000<br />
3.000.000<br />
2.000.000<br />
1.000.000<br />
0<br />
1º Trim. 04 2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />
J05C Antivirais Hiv L01X Tod.Out.Antineoplasicos B03C Prod. Eritropoieticos<br />
J05C Antivirais Hiv N02B Analg Nao Narcot/A/Piret L02B Citost.Antagonistas Horm.<br />
L03B Interferon<br />
L01C Vinca Alcaloides<br />
K01B Solucoes Standard<br />
K04B Solucoes Padrao
do verificado no primeiro trimestre<br />
de 2004. O Top5 representa actualmente<br />
32,9 por cento do total<br />
do mercado em valor.<br />
Também no Top5 em unidades é<br />
a subclasse J05C Antivirais VIH a<br />
assumir o lugar cimeiro (11,1 por<br />
cento), ainda assim tendo vindo a<br />
perder importância face às outras<br />
subclasses (-1,7 por cento do que<br />
no período homólogo).<br />
No Top5 em unidades também se<br />
verifica uma perda de importância<br />
face às restantes subclasses, ainda<br />
assim mais ligeira, representando<br />
33,4 por cento do total, enquanto<br />
no mesmo período do ano passado<br />
representavam 33,5 por cento.<br />
Em termos de centros de custos<br />
para os hospitais, verifica-se que,<br />
em valor, são os Tratamentos de<br />
dia de Oncologia os mais dispendiosos,<br />
23,7 por cento do total,<br />
segui<strong>dos</strong> de perto pelas Consultas<br />
Externas (22,7 por cento). O Top5<br />
em valor representa a grande parte<br />
<strong>dos</strong> custos, mais de dois terços<br />
do total (66,9 por cento).<br />
Em unidades, o Top5 perde alguma<br />
importância face ao mercado em<br />
valor, representando ainda assim<br />
51,2 por cento do total. As Consultas<br />
Externas são a especialidade<br />
que ocupa o lugar cimeiro da<br />
tabela, representando 17,2 por<br />
cento das unidades consumidas,<br />
seguidas pela Medicina Interna,<br />
com 12,1 por cento.<br />
Novas Moléculas<br />
As novas moléculas detectadas<br />
neste primeiro trimestre representaram<br />
cerca de 6,8 milhões de<br />
euros, sendo que o Top10 representa<br />
70,7 por cento deste valor.<br />
Dentro deste Top10 de novas moléculas,<br />
a maioria (66,8 por cento)<br />
está normalmente associada a terapias<br />
relacionadas com a Oncologia<br />
e o tratamento do VIH.<br />
Foi registado o lançamento de 64<br />
novas moléculas nos últimos 24<br />
meses. De notar que nem todas<br />
as moléculas foram lançadas ao<br />
mesmo tempo, sendo que aquelas<br />
que entraram no início do período<br />
de análise têm mais tempo<br />
de mercado.<br />
Francisco Andrade<br />
IMS Health<br />
Centros de Custo por Especialidade (Valor) Gráfico 5<br />
Centros de Custo por Especialidade (Unidades) Gráfico 6<br />
9,0%<br />
8,0%<br />
7,0%<br />
6,0%<br />
5,0%<br />
4,0%<br />
3,0%<br />
2,0%<br />
1,0%<br />
0,0%<br />
100%<br />
80%<br />
60%<br />
40%<br />
20%<br />
Novos Produtos (Top10 em Valor) Gráfico 8<br />
Bortezomib<br />
Emtricitabine<br />
Agalsidase Beta<br />
Adefovir Dipivoxil<br />
Adalimumab<br />
Pegfilgrastim<br />
Valganciclovir<br />
Atazanavir<br />
Cetuximab<br />
0%<br />
1º Trim. 04 2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />
Restantes Medicina Interna Consulta Externa<br />
Medicina Intensiva Outros Hosp. Dia Hosp. Dia Oncologia<br />
100%<br />
90%<br />
80%<br />
70%<br />
60%<br />
50%<br />
40%<br />
30%<br />
20%<br />
10%<br />
0% 1º Trim. 04 2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />
Restantes Cirurgia Geral Consulta Externa<br />
Urgência Geral Hosp. Dia Oncologia Consulta Externa<br />
Novos Produtos (evolução da quota de mercado)<br />
Bosentan<br />
1º Trim. 04 2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />
Euros<br />
Unidades<br />
Gráfico 7<br />
0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 700.000 800.000<br />
65
Perspectivas<br />
Acessibilidade aos medicamentos<br />
Saúde Pública ou sacralização do consumo<br />
acessibilidade a medicamentos<br />
pode avaliar-se, segundo<br />
os indicadores usa<strong>dos</strong> pela<br />
própria Organização Mundial de<br />
Saúde e observatórios de saúde,<br />
em dois aspectos fundamentais:<br />
por um lado, pela capacidade financeira<br />
da população para poder adquirir<br />
medicamentos e, por outro,<br />
pela facilidade em aceder aos medicamentos,<br />
traduzida em função<br />
da distribuição geográfica de farmácias<br />
como locais de dispensa de<br />
medicamentos. Podemos, assim,<br />
conceptualizar dois tipos de acessibilidade:<br />
uma financeira e outra<br />
geográfico-organizacional.<br />
No que se refere à acessibilidade<br />
financeira, está assim em causa<br />
a capacidade de cada cidadão, do<br />
ponto de vista económico, poder<br />
adquirir os medicamentos. Assim<br />
entram em jogo, por um lado, o<br />
grau de desenvolvimento económico<br />
da sociedade e capacidade<br />
de aquisição e, por outro lado, a<br />
existência de sistemas organiza<strong>dos</strong><br />
de financiamento que co-participem<br />
o seu custo de aquisição <strong>dos</strong><br />
medicamentos, podendo ocorrer<br />
através de seguros de doença ou<br />
de serviços de saúde (sendo este<br />
último o caso português).<br />
No nosso país, cerca de 90% do<br />
mercado de medicamentos consumi<strong>dos</strong><br />
correspondem a medicamentos<br />
sujeitos a prescrição<br />
médica e comparticipa<strong>dos</strong> pelo<br />
Serviço Nacional de Saúde ou outros<br />
subsistemas. Isto é, medicamentos<br />
prescritos pelos médicos<br />
e cuja aquisição não é decidida<br />
pelo doente.<br />
O mercado <strong>dos</strong> medicamentos tem<br />
crescido no nosso país, em média,<br />
cerca de 9% ao ano, sendo de registar<br />
a clara desaceleração verificada<br />
em 2003 com a introdução<br />
de medicamentos genéricos.<br />
Por outro lado, em relação aos<br />
medicamentos comparticipa<strong>dos</strong>,<br />
o Estado português assume uma<br />
média de 69% <strong>dos</strong> encargos globais<br />
em função do preço <strong>dos</strong> medicamentos.<br />
Recordemos que no<br />
nosso país a parte paga pelos<br />
doentes é das mais elevadas da<br />
Europa.<br />
Esta realidade demonstra, por si,<br />
a elevada sensibilidade social ligada<br />
à acessibilidade financeira a medicamentos.<br />
Assim, a relevância da<br />
intervenção financiadora do Estado<br />
português obriga a que, permanente<br />
e cada vez mais, se adoptem<br />
práticas racionais que assegurem,<br />
por um lado, a equidade e justiça<br />
social e, por outro, a sustentabilidade<br />
económica do financiamento<br />
do sistema de saúde.<br />
Igualmente, o significativo encargo<br />
público e privado que o consumo<br />
de medicamentos representa deve<br />
ser também um driver de implementação<br />
de medidas racionais e<br />
optimizadora <strong>dos</strong> esforços de to<strong>dos</strong><br />
os portugueses.<br />
No capítulo da acessibilidade geográfico-organizacional<br />
a medicamentos,<br />
importa perceber a influência<br />
que o modelo adoptado no<br />
nosso país, as farmácias, tem a<br />
acrescentar no quadro nacional.<br />
Assim, o modelo de farmácia portuguesa<br />
está alinhado com o existente<br />
na esmagadora maioria <strong>dos</strong><br />
países europeus, nomeadamente<br />
na Europa continental. Assim, o<br />
nosso país dispõe de 2 800 farmácias<br />
que obedecem a requisitos<br />
populacionais e regras de instalação<br />
próprias.<br />
Ao nível da acessibilidade a estas<br />
unidades de saúde, o nosso país<br />
beneficia de uma das mais baixas<br />
capitações de habitantes por farmácia<br />
da Europa, isto é, comparativamente,<br />
temos mais farmácias<br />
disponíveis por habitante do que em<br />
muitos outros países, chegando a<br />
ser, duas a três vezes maior que<br />
países do Norte da Europa.<br />
Por outro lado, ao nível da instalação,<br />
as regras estabelecidas no<br />
nosso país, impõem que a abertura<br />
de uma farmácia seja suportada<br />
por evidência de população<br />
ao nível da cada concelho. Sendo<br />
uma medida de interesse público,<br />
a instalação de uma farmácia obedece<br />
às regras e rigor de concurso<br />
público e não, como em muitas<br />
outras áreas a determinantes de<br />
interesse económico negocial.<br />
Deste modo, ao longo <strong>dos</strong> últimos<br />
anos, tem sido possível promover<br />
uma gradual abertura de novas farmácias<br />
em função <strong>dos</strong> movimentos<br />
populacionais e desenvolvimento<br />
de muitas localidades.<br />
Vendas a PVP<br />
Taxa de<br />
Crescimento<br />
2002/20004 Embalagens<br />
Taxa de<br />
Crescimento<br />
2002/20004<br />
2000 2.336.935.646 - - 227.085.923 - -<br />
2001 2.551.830.072 9,2% - 233.867.136 3,0% -<br />
65<br />
2002 2.735.263.796 7,2% - 241.054.510 3,1% -<br />
2003 2.876.313.811 5,2% - 242.638.403 0,7% -<br />
2004 3.139.990.852 9,2% 14,80% 248.773.855 2,5% 3,20%<br />
Fonte: INFARMED
Mercado do SNS (Estatística do medicamento 2003)<br />
Taxa Média 1999 2000 2001 2002 2003<br />
Comparticipação 67,6% 68,3% 69,0% 69,7% 69,4%<br />
Encargo do Utente 32,4% 31,7% 31,0% 30,3% 30,6%<br />
Fonte: INFARMED<br />
Ao nível da sua organização, embora<br />
sendo cada farmácia uma<br />
unidade independente, existe uma<br />
organização que permite assegurar<br />
um cobertura nacional permanente<br />
e com disponibilidade para<br />
corresponder às principais necessidades<br />
de acesso da nossa população.<br />
Assim, diariamente, estão<br />
500 farmácias em 24h de serviço<br />
ou de disponibilidade.<br />
Estas características de acessibilidade<br />
geográfica realçam-se ainda<br />
mais se considerarmos que<br />
no nosso país existem cerca de<br />
390 Centros de Saúde, servindo<br />
uma população média de 20.000<br />
a 30.000 habitantes cada um, e<br />
ainda cerca de 90 Hospitais integra<strong>dos</strong><br />
no SNS.<br />
Em termos sociais, a acessibilidade,<br />
a par com a equidade, é<br />
necessariamente imprescindível<br />
a uma prestação de cuida<strong>dos</strong> de<br />
saúde moderna e civilizacionalmente<br />
avançada.<br />
Em relação a medicamentos, a<br />
questão que se coloca é se o acesso<br />
aos mesmos deve ser, ou não,<br />
condicionado aos interesses de<br />
mercado ou a razões de saúde pública<br />
e interesses <strong>dos</strong> cidadãos.<br />
É obvio que, como em qualquer<br />
actividade, a vertente económica<br />
é um factor envolvido em relação<br />
à forma como os serviços são organiza<strong>dos</strong>.<br />
No entanto, a aplicação<br />
de regras económicas aos diversos<br />
“merca<strong>dos</strong>” da saúde não<br />
deverá, nem em bom rigor se poderá<br />
admitir, como sobreponível<br />
em relação ao interesse público.<br />
Diversos exemplos ilustram como<br />
estas medidas encerram perversidades<br />
sociais dramáticas e como,<br />
em muitos países, as tendências<br />
mais liberalizadoras têm sofrido<br />
significativos recuos.<br />
Exemplo global de sistema de saúde<br />
liberal, onde a ditadura da economia<br />
livre impõe as suas regras na<br />
saúde, ocorre nos EUA. De facto,<br />
ao nível do sistema de saúde, os<br />
EUA apresentam largos milhões de<br />
cidadãos sem qualquer direito ou<br />
cobertura sanitária e, mesmo do<br />
ponto de vista <strong>dos</strong> encargos públicos,<br />
é considerado como um <strong>dos</strong><br />
mais caros e ineficientes sistemas<br />
de saúde do mundo ocidental.<br />
Ao nível do Reino Unido, e em<br />
particular em relação à liberalização<br />
da venda de medicamentos e<br />
abertura de farmácias, o próprio<br />
Parlamento Britânico elaborou um<br />
interessante relatório, em 2003,<br />
no qual identificava como principal<br />
barreira ao acesso a medicamentos<br />
a liberalização efectuada,<br />
com a concentração económica e<br />
geográfica a deixar significativas<br />
franjas da população sem acesso<br />
directo a estes elementares recursos<br />
de saúde.<br />
Deste modo, e não sendo despiciendo<br />
o exercício de proporcionar<br />
significativas melhorias e promoção<br />
de boas práticas no nosso sistema<br />
Capitação europeia<br />
Fonte: Eurostat, PGEU<br />
País<br />
de saúde, mesmo em relação ao<br />
acesso e uso de medicamentos,<br />
não podemos ignorar os patamares<br />
atingi<strong>dos</strong> e, do mesmo modo,<br />
antecipar o vaticínio em relação a<br />
soluções que, noutros países, já<br />
se mostraram inadequadas aos<br />
interesses da população.<br />
O sistema nacional de comparticipação<br />
de medicamentos, criado<br />
nos anos 80 como consequência<br />
da criação do SNS, aumentou significativamente<br />
o acesso a medicamentos,<br />
contribuindo para reais<br />
ganhos em saúde por parte da<br />
população.<br />
Nº habitantes por farmácia<br />
Grécia 1.185<br />
Bélgica 1.970<br />
Espanha 2.042<br />
França 2.628<br />
Irlanda 3.222<br />
Itália 3.410<br />
Portugal 3.772<br />
Alemanha 3.874<br />
Reino Unido 4.566<br />
Luxemburgo 5.600<br />
Áustria 6.492<br />
Finlândia 6.508<br />
Noruega 8.597<br />
Holanda 9.486<br />
Suécia 10.276<br />
Dinamarca 19.294<br />
65
Perspectivas<br />
65<br />
Actualmente, com o crescimento<br />
da oferta de novos medicamentos,<br />
com o aumento da oferta de unidades<br />
de saúde (hospitais e centros<br />
de saúde) e com o aumento<br />
da esperança de vida da população,<br />
assiste-se ao crónico subfinanciamento<br />
do sistema de saúde,<br />
colmatado anualmente com<br />
orçamentos rectificativos.<br />
Os recursos do nosso país são limita<strong>dos</strong>.<br />
Partindo deste incontornável<br />
axioma, a necessidade de<br />
fazer opções fundamentadas obriga-nos<br />
a perceber de que forma<br />
poderemos continuar a beneficiar<br />
do acesso a medicamentos.<br />
Neste campo, as opções estão estudadas<br />
e apontam para um conceito<br />
global: racionalidade. Partindo<br />
de um momento em que existe<br />
acessibilidade a medicamentos, em<br />
que há profissionais qualifica<strong>dos</strong> e<br />
o Estado assume uma significativa<br />
comparticipação nos custos de<br />
aquisição de medicamentos, importa<br />
assim avaliar rigorosamente<br />
as opções terapêuticas, tendo<br />
em conta a sua eficácia.<br />
Actualmente, os medicamentos<br />
cumprem os requisitos fundamentais<br />
para serem disponibiliza<strong>dos</strong> à<br />
população: qualidade, eficácia e segurança.<br />
No entanto, num quadro<br />
em que são necessárias opções<br />
racionais, importa evoluir para a<br />
apreciação de valor terapêutico<br />
acrescentado face a outras soluções.<br />
Deste modo, interligando a<br />
comparticipação com esta avaliação<br />
de mais-valia terapêutica, o<br />
Estado estará a sinalizar positivamente<br />
a adopção de uma importante<br />
medida de racionalidade e<br />
cujo impacto, certamente, permitirá<br />
que tratemos mais e melhor<br />
cada doente, com os mesmos ou<br />
menores custos.<br />
É fundamental apostar em medidas<br />
de racionalidade da prescrição de<br />
modo a diminuir significativamente<br />
a duplicação de medicamentos e<br />
outras situações que, para além<br />
de notório desperdício, representam<br />
sérias ameaças à saúde <strong>dos</strong><br />
cidadãos. Mais informação aos<br />
profissionais de saúde e maior<br />
controlo na avaliação científica serão<br />
estratégias que, positivamente,<br />
continuarão a fazer evoluir o<br />
uso de medicamentos no nosso<br />
país. Não é justificável que continuemos<br />
a assistir, com inércia, às<br />
sucessivas estatísticas referentes<br />
à prescrição de medicamentos que<br />
colocam o nosso país no topo do<br />
consumo de psicofármacos ou antibióticos<br />
sem que nenhuma razão<br />
de saúde pública subsista.<br />
Mesmo no capítulo da acessibilidade<br />
da população a medicamentos<br />
importa promover significativas<br />
melhorias em benefício da saúde<br />
individual e colectiva. Importa ter<br />
assim presente que prevenir é<br />
sempre preferível, e mais barato,<br />
ao tratamento a posteriori.<br />
As respostas, quando conhecidas,<br />
serão elucidativas nestes e noutros<br />
exemplos:<br />
Quantos diabéticos não estão diagnostica<strong>dos</strong><br />
e quantos não estão<br />
medica<strong>dos</strong>? Quantos doentes hipertensos<br />
não estão identifica<strong>dos</strong><br />
e não estão medica<strong>dos</strong>?<br />
Os problemas de acessibilidade a<br />
medicamentos têm a ver, fundamentalmente,<br />
com estas e outras<br />
patologias graves, crónicas e incapacitantes,<br />
com um impacto social<br />
vasto e, no capítulo <strong>dos</strong> recursos,<br />
com peso significativo nos cuida<strong>dos</strong><br />
diferencia<strong>dos</strong> para situações<br />
avançadas.<br />
Os reais problemas de acessibilidade<br />
a medicamentos existem<br />
hoje em relação a medicamentos<br />
essenciais e cuja utilização adequada<br />
traz efectivos ganhos em saúde<br />
para a população e não, como<br />
recentemente se tem discutido,<br />
em relação a medicamentos não<br />
sujeitos a receita médica.<br />
As recentes medidas anunciadas<br />
pelo governo visando a contenção<br />
do défice, vão agravar a situação,<br />
dado que não interferem nos factores<br />
geradores da despesa a nível<br />
da oferta e vão penalizar os doentes<br />
que precisam de medicamentos.<br />
A comparticipação a 100%,<br />
que só corresponde a 10% da<br />
despesa, refere-se a medicamentos<br />
antidiabéticos, anti-epilépticos<br />
e antiparkinsónicos, isto é, para<br />
o tratamento de doenças crónicas<br />
e incapacitantes cuja ausência<br />
de tratamento tem maiores<br />
custos sociais e para o sistema<br />
de saúde.<br />
Por outro lado, o aumento do acesso<br />
aos medicamentos não sujeitos<br />
a receita médica, através da liberalização<br />
<strong>dos</strong> locais de venda, apenas<br />
poderá induzir o consumo (os<br />
merca<strong>dos</strong> duplicam) com benefício<br />
imediato para os agentes económicos<br />
(Produtores e Distribuição).<br />
No entanto, a médio e longo prazo,<br />
quer pelas complicações associadas,<br />
quer pelos riscos documenta<strong>dos</strong><br />
em relação a utilização incorrecta,<br />
estarão em causa sérios e<br />
graves custos para o sistema de<br />
saúde e para os cidadãos.<br />
Nos países em que medidas similares<br />
foram implementadas, aumentou<br />
significativamente o número<br />
de internamentos hospitalares,<br />
o que pode ser ainda mais dramático<br />
se considerarmos que os<br />
internamentos hospitalares por<br />
efeitos indesejáveis <strong>dos</strong> medicamentos<br />
variam entre os 7%, no<br />
Reino Unido, e 10%, nos EUA.<br />
Qualquer medida de liberalização<br />
<strong>dos</strong> locais de venda deve ter em<br />
conta esta realidade, reduzindo ao<br />
máximo os riscos inerentes ao aumento<br />
do acesso.<br />
Independentemente da legitimidade<br />
política para mudar e alterar<br />
as regras de comercialização de<br />
medicamentos, não pode deixar<br />
de existir uma igual responsabilidade<br />
em relação à implementação<br />
de soluções já testadas noutros<br />
países. As propostas até agora<br />
conhecidas, além de não melhorarem<br />
a acessibilidade pelas restrições<br />
que colocam nas condições<br />
de dispensa, não têm em conta a<br />
experiência de outros países como<br />
é o caso do Reino Unido e Noruega<br />
que, ao liberalizarem os locais de<br />
venda, minimizam os riscos com<br />
a restrição do número de medicamentos,<br />
<strong>dos</strong>agens e dimensão<br />
das embalagens.<br />
Só deste modo, em que substâncias,<br />
embalagens e <strong>dos</strong>agens são<br />
adequadas a este fim, poderá entender-se<br />
como verdadeiramente<br />
assegurado o interesse público em<br />
relação ao acesso a medicamentos<br />
não sujeitos a receita médica.<br />
José Aranda da Silva<br />
Bastonário<br />
da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos
Livros<br />
Livros<br />
Porque esperamos?<br />
– acesso aos cuida<strong>dos</strong><br />
de saúde<br />
Autor: Cipriano Justo<br />
Editor: Campo da Comunicação<br />
Regulação da Saúde<br />
Autor: Rui Nunes<br />
Editor: Vida Económica<br />
Metabolismo de<br />
Xenobióticos – reacções<br />
de fase I e reacções de<br />
fase II<br />
Autor: Luís Constantino<br />
Editor: Metacriações<br />
Neste livro, Cipriano Justo desenvolve<br />
o estudo sobre o aumento <strong>dos</strong> custos<br />
<strong>dos</strong> cuida<strong>dos</strong> de saúde em to<strong>dos</strong> os<br />
países europeus que tem levado os<br />
governos a desenvolver políticas de<br />
contenção orçamental. Sobre as reformas<br />
encetadas nos últimos vinte anos<br />
na procura de maior eficiência e maior<br />
efectividade, o autor desenvolve estes<br />
conceitos como dois critérios sempre<br />
presentes – procura de eficiência, no<br />
sentido de se produzir o maior volume<br />
possível de cuida<strong>dos</strong> com os recursos<br />
disponíveis; maior efectividade, querendo<br />
significar a prestação de cuida<strong>dos</strong><br />
de saúde adequa<strong>dos</strong> às condições de<br />
quem deles necessita.<br />
O autor refere que tem havido também<br />
uma maior atenção às questões<br />
da qualidade <strong>dos</strong> serviços de saúde,<br />
em consequência tanto das exigências<br />
crescentes <strong>dos</strong> seus utilizadores como<br />
da necessidade de contenção de custos<br />
com os sistemas de saúde. As dificuldades<br />
sentidas em utilizar toda a<br />
capacidade instalada para responder<br />
a uma procura crescente vieram dar<br />
maior relevância à gestão da qualidade.<br />
Para o autor, os tempos de espera<br />
podem considerar-se, neste aspecto,<br />
uma importante dimensão da qualidade<br />
<strong>dos</strong> serviços de saúde.<br />
Doutorado em Saúde Comunitária pelo<br />
Instituto de Ciências Biomédicas Abel<br />
Salazar, Cipriano Justo foi subdirector-<br />
‐geral da Saúde e exerce actualmente<br />
funções no Centro Regional de Saúde<br />
de Lisboa e Vale do Tejo e é investigador<br />
do Observatório Português <strong>dos</strong><br />
Sistemas de Saúde.<br />
Mais do que um direito constitucional,<br />
a protecção da saúde deve ser considerada<br />
como um <strong>dos</strong> grandes pilares de<br />
uma sociedade democrática e plural.<br />
Devido à reforma estrutural do Serviço<br />
Nacional de Saúde, a regulação tornou-se<br />
um instrumento essencial não<br />
apenas para garantir a concorrência<br />
saudável entre os diversos operadores<br />
mas, sobretudo, para salvaguardar o<br />
direito inalienável de to<strong>dos</strong> os cidadãos<br />
a um sistema de saúde justo, solidário<br />
e equitativo. Mais ainda, porque importa<br />
separar claramente o financiamento<br />
da prestação de cuida<strong>dos</strong>, sendo que<br />
o controlo deve ser efectuado por uma<br />
entidade isenta e independente.<br />
Mas a regulação na saúde, sendo um<br />
instrumento fundamental da política de<br />
saúde nos países ocidentais, deve ser<br />
também perspectivada como uma nova<br />
área científica e académica. A teoria<br />
da regulação, emergente <strong>dos</strong> vários<br />
domínios da actividade económica, desempenha<br />
um papel essencial neste<br />
contexto. Esta obra pretende, assim,<br />
reequacionar as diferentes correntes<br />
do pensamento nesta matéria, e integrá-las<br />
no contexto socioeconómico<br />
português.<br />
O autor, Rui Nunes, é Professor Associado<br />
com Agregação de Sociologia<br />
Médica da Faculdade de Medicina da<br />
Universidade do Porto (FMUP). É ainda<br />
director do Serviço de Bioética e Ética<br />
Médica da FMUP, presidente e fundador<br />
da Associação Portuguesa de Bioética<br />
e membro do Conselho Nacional<br />
de Ética para as Ciências da Vida. Em<br />
2004, foi nomeado presidente da Entidade<br />
Reguladora da Saúde.<br />
Os xenobióticos são compostos estranhos<br />
ao organismo, na sua maioria,<br />
compostos lipófilos, e, portanto, facilmente<br />
acumuláveis no interior das<br />
células, pelo que os organismos vivos<br />
cedo foram postos perante a necessidade<br />
de os transformar em compostos<br />
mais polares que possam ser facilmente<br />
excreta<strong>dos</strong>, que, no caso <strong>dos</strong> mamíferos,<br />
ocorre por excreção urinária,<br />
após filtração glomerular.<br />
Nesse sentido, é fácil entender que<br />
esse mecanismo é fundamental para a<br />
manutenção da vida pois, caso contrário,<br />
os compostos estranhos atingiriam<br />
níveis demasiado eleva<strong>dos</strong> para que a<br />
mesma pudesse continuar.<br />
As reacções envolvidas são chamadas<br />
reacções de metabolismo ou de<br />
biotransformação de xenobióticos e<br />
podem ser classificadas em reacções<br />
de fase I e de fase II. Este livro aborda<br />
essas reacções e o seu mecanismo<br />
sob a perspectiva de quem delas<br />
tenta tirar partido para uma potencial<br />
utilização terapêutica.<br />
O autor, Luís Constantino, é Professor<br />
Auxiliar da Faculdade de Farmácia de<br />
Lisboa e investigador do Centro de<br />
Estu<strong>dos</strong> de Ciências Farmacêuticas.<br />
Desde cedo na sua carreira académica<br />
se interessou pelo metabolismo de<br />
xenobióticos, primeiro sob um ponto<br />
de vista mecanista e depois como ferramenta<br />
para o desenvolvimento de<br />
novos fármacos, campo onde exerce<br />
actualmente investigação.<br />
65<br />
Caso esteja interessado em publicar uma nota bibliográfica, envie a sua sugestão para a Revista da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos.
Agenda<br />
Agenda<br />
Nacional<br />
9. as Jornadas<br />
Científicas de<br />
Análises Clínicas<br />
IX Congresso<br />
Ibérico de<br />
Parasitologia<br />
Tel.: +31 (0)70 302 1982<br />
Fax: +31 (0)70 302 1998<br />
E-mail: congress@fip.org<br />
Website: www.fip.org/cairo2005<br />
65<br />
30 de Setembro a 2 de<br />
Outubro de 2005, Vilamoura<br />
Organização: Colégio de<br />
Análises Clínicas da OF<br />
Informações: OF, Rua da<br />
Sociedade Farmacêutica,<br />
n.º 18, 1169-075 Lisboa<br />
Tel.: 21 319 13 70/82<br />
Fax: 21 319 13 98<br />
E-mail:<br />
colegios@ordemfarmaceuticos.pt<br />
Website:<br />
www.ordemfarmaceuticos.pt<br />
II Jornadas<br />
de Farmácia<br />
Hospitalar<br />
14 a 16 de Outubro de 2005,<br />
Lisboa<br />
Organização: Colégio de<br />
Farmácia Hospitalar da OF<br />
Informações: OF, Rua da<br />
Sociedade Farmacêutica,<br />
n.º 18, 1169-075 Lisboa<br />
Tel.: 21 319 13 70/82<br />
Fax: 21 319 13 98<br />
E-mail:<br />
colegios@ordemfarmaceuticos.pt<br />
Website:<br />
www.ordemfarmaceuticos.pt<br />
Simpósio<br />
Farmacêutico<br />
2005<br />
“Da Investigação<br />
à Terapêutica: Eixos<br />
de Desenvolvimento<br />
e Realidades Actuais”<br />
21 e 22 de Outubro de 2005,<br />
Centro de Congressos de Lisboa<br />
Organização: Secção Regional<br />
de Lisboa da OF<br />
Informações: OF, Rua da<br />
Sociedade Farmacêutica,<br />
n.º 18, 1169-075 Lisboa<br />
Tel.: 21 319 13 70/6<br />
Fax: 21 319 13 98<br />
E-mail:<br />
srl@ordemfarmaceuticos.pt<br />
Website:<br />
www.ordemfarmaceuticos.pt<br />
25 a 28 de Outubro de 2005,<br />
Reitoria da Universidade<br />
de Coimbra<br />
Organização: Sociedade<br />
Portuguesa de Parasitologia<br />
Informações: FFUC, Laboratório<br />
de Microbiologia e Parasitologia,<br />
Rua Couraça <strong>dos</strong> Apóstolos,<br />
n.º 51, R/C, 3295 Coimbra<br />
Tel.: 239 85 25 67<br />
Fax: 239 85 25 69<br />
E-mail: mcsousa@ci.uc.pt<br />
Website:<br />
www.ff.uc.pt/parasitologia<br />
Seminário<br />
APFADA<br />
“Doença de Alzheimer<br />
– do diagnóstico<br />
ao suprimento da<br />
incapacidade”<br />
28 e 29 de Outubro de 2005,<br />
Centro de Congressos de Lisboa<br />
Organização: Associação<br />
Portuguesa de Familiares e<br />
Amigos de Doentes de Alzheimer<br />
Informações: APFADA, Avenida<br />
de Ceuta, Qt. Loureiro, Lote 1,<br />
loja 1/2, 1350-410 Lisboa<br />
Tel.: 21 361 04 60<br />
Fax: 21 361 04 69<br />
E-mail: alzheimer@netcabo.pt<br />
Website:<br />
www.alzheimerportugal.org<br />
Internacional<br />
65.º Congresso<br />
Internacional<br />
da FIP<br />
3 a 8 de Setembro de 2005,<br />
Cairo, Egipto<br />
Organização: Federação<br />
Internacional Farmacêutica<br />
Informações: FIP Congresses<br />
& Conferences, Andries<br />
Bickerweg 5, P.O. Box<br />
84200, 2508 AE The Hague,<br />
Netherlands<br />
EuroPharm Forum<br />
Conference<br />
“Pharmacists and<br />
Patient Safety”<br />
8 de Outubro de 2005,<br />
Riga, Letónia<br />
Organização: EuroPharm Forum<br />
Informações: EuroPharm Forum<br />
Secretariat, World Health<br />
Organization, Regional Office<br />
for Europe, Division of Country<br />
Support, Scherfigsvej 8, 2100<br />
Copenhagen Ø, Denmark<br />
Tel.: +45 3917 1515<br />
Fax: +45 3917 1865<br />
Email: europharm@euro.who.int<br />
Website:<br />
www.euro.who.int/europharm<br />
34.º Simpósio<br />
Europeu de<br />
Farmácia Clínica<br />
“Patient Profiling: Key to<br />
Successful Treatment”<br />
26 a 29 de Outubro de 2005,<br />
Amesterdão, Holanda<br />
Organização: Sociedade<br />
Europeia de Farmácia Clínica<br />
Informações: ESCP<br />
International Office, Avenue<br />
de Tervueren 300, B-1150<br />
Brussels, Belgium<br />
Tel.: +32-2-743 1542<br />
Fax: +32-2-743 1550<br />
E-mail: info@escpweb.org<br />
Website : www.escpweb.org<br />
Journées<br />
Internationales<br />
de Biologie 2005<br />
3 a 5 de Novembro de 2005,<br />
Paris, França<br />
Organização: Syndicat des<br />
Biologistes<br />
Informações: Syndicat des<br />
Biologistes, 11, rue de Fleurus,<br />
75006 Paris, France<br />
Tel.: +33 (0)1 53 63 85 00<br />
Fax : +33 (0)1 53 63 85 01<br />
E-mail: info@sdbio.fr<br />
Website: www.sdbio.fr