09.05.2014 Views

Notícias - Ordem dos Farmacêuticos

Notícias - Ordem dos Farmacêuticos

Notícias - Ordem dos Farmacêuticos

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Notícias<br />

Governo apresenta medidas para reduzir défice na Saúde<br />

Preço <strong>dos</strong> medicamentos vai baixar<br />

De forma a combater o défice<br />

da Saúde, o Governo anunciou a<br />

adopção de novas medidas com<br />

as quais espera poupar perto<br />

de 90 milhões de euros anuais.<br />

De entre estas destaca-se a redução<br />

do preço <strong>dos</strong> medicamentos<br />

em seis por cento, que será suportada<br />

pela indústria farmacêutica<br />

(três por cento), pelo sector<br />

da distribuição e pelas farmácias<br />

(três por cento).<br />

As iniciativas legislativas visam<br />

também a revogação da comparticipação<br />

acrescida de dez por cento<br />

nos medicamentos genéricos,<br />

a redução da comparticipação de<br />

fármacos a 100 por cento para<br />

95 por cento, a revisão das tabelas<br />

de preços das convenções e a<br />

introdução de um novo sistema de<br />

conferência de facturação. Para<br />

além destas medidas, o Governo<br />

pretende uniformizar os diferentes<br />

subsistemas de saúde, fazendo-<br />

-os convergir num só. O Governo<br />

pretende ainda introduzir novas<br />

disposições no regime remuneratório<br />

<strong>dos</strong> médicos, cativar cinco<br />

por cento das verbas afectas aos<br />

hospitais, excluindo as referentes<br />

aos vencimentos, e promover um<br />

Foto: Paulo Neto<br />

As medidas serão brevemente alvo de iniciativas legislativas e visam a<br />

redução imediata do défice no sector da Saúde<br />

maior rigor na responsabilização<br />

das administrações hospitalares<br />

em função <strong>dos</strong> objectivos atribuí<strong>dos</strong><br />

no seu mandato.Estas propostas<br />

foram apresentadas aos parceiros<br />

sociais da área da Saúde pelo ministro<br />

Correia de Campos.<br />

No final do encontro com a <strong>Ordem</strong><br />

<strong>dos</strong> farmacêuticos (OF), o<br />

Bastonário Aranda da Silva apelou<br />

para que a repartição das medidas<br />

a implementar seja “equitativa e<br />

proporcional a to<strong>dos</strong> os sectores<br />

de actividade da área da Saúde e<br />

que os esforços do Ministério se<br />

centrem também na prescrição<br />

de fármacos, principal factor de<br />

crescimento da despesa”. O Bastonário<br />

da OF mostrou-se ainda<br />

surpreendido com a ausência das<br />

medidas previstas no Programa<br />

de Governo para estimular o consumo<br />

de genéricos, que, no seu<br />

entender, ainda tem um grande potencial<br />

de crescimento e concorre<br />

directamente para a racionalização<br />

<strong>dos</strong> custos para o doente e para<br />

o Estado. Apesar do desconhecimento<br />

prático do contexto de aplicação<br />

das medidas em causa, a<br />

OF assume a necessidade de um<br />

esforço conjunto, a nível nacional,<br />

para compensação <strong>dos</strong> défices<br />

públicos.<br />

Redução do preço <strong>dos</strong> medicamentos em causa<br />

APIFARMA suspende acordo com Ministério da Saúde<br />

65<br />

A Associação Portuguesa da Indústria<br />

Farmacêutica (APIFARMA)<br />

suspendeu o protocolo assinado<br />

com o Ministério da Saúde que<br />

estabelecia limites ao crescimento<br />

da despesa com medicamentos.<br />

O acordo, assinado em Janeiro<br />

deste ano e com repercussão<br />

nos anos de 2004 e 2005,<br />

previa, para além da fixação de<br />

tectos anuais de crescimento do<br />

mercado de medicamentos, a devolução,<br />

por parte da indústria<br />

farmacêutica, <strong>dos</strong> valores em excesso.<br />

A decisão da APIFARMA é justificada,<br />

no seguimento do anúncio da<br />

baixa de preços <strong>dos</strong> fármacos, com<br />

o facto de o protocolo prever que<br />

os preços <strong>dos</strong> medicamentos se<br />

O protocolo assinado em Janeiro<br />

foi o terceiro do género entre a<br />

indústria e o Ministério da Saúde<br />

manteriam congela<strong>dos</strong> enquanto<br />

este estivesse em vigor, até ao final<br />

de 2005, uma “condição que não<br />

se verificou, impedindo a manutenção<br />

da co-responsabilização”.<br />

O documento tinha retroactividade<br />

a 2004, ano para o qual tinha sido<br />

estabelecido um limite de despesa<br />

de oito por cento, tendo a indústria<br />

farmacêutica que devolver<br />

ao Estado português cerca de 15<br />

milhões de euros.<br />

Apesar da decisão agora tomada,<br />

a instituição que representa a indústria<br />

farmacêutica manifesta-se<br />

disponível para “encontrar, com o<br />

Executivo, as melhores soluções<br />

na área do medicamento, tendo<br />

em conta as variáveis da Saúde e<br />

da Economia”.


Notícias<br />

Notícias<br />

ANF responde a medidas do Governo<br />

Lei por cumprir custa mais de 220 milhões aos portugueses<br />

Foto: Farmácia Distribuição<br />

A ANF considera a redução de preços<br />

desequilibrada, uma vez que implica<br />

um esforço para as farmácias 140<br />

por cento superior ao da indústria<br />

Como reacção ao anúncio governamental<br />

de reduzir em seis por<br />

cento o preço <strong>dos</strong> medicamentos,<br />

a Associação Nacional das Farmácias<br />

(ANF), através do seu presidente,<br />

João Cordeiro, considerou<br />

que, se a intenção do Governo<br />

fosse realmente tornar os medicamentos<br />

mais baratos, a redução<br />

do preço deveria incidir sobre o<br />

valor com que o medicamento é<br />

vendido ao público e não sobre o<br />

lucro <strong>dos</strong> laboratórios e as margens<br />

<strong>dos</strong> distribuidores.<br />

Esta reacção é justificada pelo facto<br />

de a anunciada redução ir incidir<br />

sobre os preços à saída da fábrica,<br />

que não são os preços reais<br />

que a indústria pratica, na medida<br />

em que os medicamentos chegam<br />

aos distribuidores já inflaciona<strong>dos</strong>.<br />

Segundo a ANF, a baixa de preços<br />

far-se-á quase exclusivamente à<br />

custa <strong>dos</strong> armazenistas e das farmácias,<br />

poupando-se a indústria<br />

farmacêutica, isto porque indústria<br />

e distribuidores não contribuem de<br />

igual forma para a formação do<br />

preço <strong>dos</strong> medicamentos.<br />

Uma vez que a redução incide sobre<br />

as margens, a ANF sustenta<br />

que, com as actuais margens de<br />

72 por cento para os laboratórios,<br />

8 por cento para os armazenistas<br />

e cerca de 20 por cento para as<br />

farmácias, a redução prevista para<br />

a indústria será inferior aos anuncia<strong>dos</strong><br />

3 por cento, o que levará na<br />

prática a que sejam as empresas<br />

de distribuição de medicamentos<br />

as mais penalizadas.<br />

Preços violam a lei<br />

Para a ANF, as propostas governamentais<br />

são igualmente desequilibradas<br />

face ao não cumprimento<br />

da lei que regulamenta a<br />

fixação <strong>dos</strong> preços. De acordo<br />

com um estudo realizado pela associação,<br />

os preços <strong>dos</strong> medicamentos<br />

em Portugal são mais eleva<strong>dos</strong><br />

do que os pratica<strong>dos</strong> nos três países<br />

de referência, o que contraria<br />

a determinação legal de que o<br />

preço <strong>dos</strong> medicamentos não pode<br />

exceder o preço mais baixo em<br />

vigor em Espanha, em França ou<br />

Itália.<br />

Segundo a ANF, se a lei fosse<br />

cumprida e os medicamentos não<br />

sofressem posteriores aumentos<br />

de preço, só no ano passado ter-se-<br />

-iam gasto menos 227 milhões de<br />

euros em fármacos, <strong>dos</strong> quais 124<br />

milhões representariam uma poupança<br />

directa para os doentes.<br />

A este propósito, o presidente da<br />

ANF, João Cordeiro, mostra-se<br />

surpreendido pelo facto de as autoridades<br />

estatais nada fazerem<br />

para impedir este descalabro financeiro.<br />

Para a ANF, o incumprimento da<br />

lei tem ainda uma outra face perversa,<br />

pois acaba por encarecer<br />

também os medicamentos genéricos<br />

que, por definição, deveriam<br />

ser 35 por cento mais baratos do<br />

que o respectivo medicamento<br />

de referência. Uma incongruência<br />

injustificável, até porque, de<br />

acordo com anteriores estu<strong>dos</strong><br />

promovi<strong>dos</strong> pela ANF, os genéricos<br />

poderiam custar, no mínimo,<br />

menos 50 por cento do que habitualmente.<br />

Processo de Bolonha em pano de fundo<br />

Lei de Bases do Sistema Educativo alterada<br />

A proposta do Governo de alteração<br />

à Lei de Bases do Sistema Educativo,<br />

que regula uma nova organização de<br />

graus e diplomas académicos, foi<br />

aprovada no Parlamento. O diploma<br />

visa harmonizar o ensino superior<br />

português com os restantes países<br />

da União Europeia, no âmbito do<br />

Processo de Bolonha.<br />

A nova Lei de Bases prevê a adopção<br />

de um modelo de ensino superior<br />

assente em três ciclos equivalentes<br />

aos graus de licenciado, mestre e<br />

doutor, à semelhança do que acontece<br />

no espaço europeu, deixando<br />

de existir o grau de bacharel, sendo<br />

que o primeiro ciclo de estu<strong>dos</strong><br />

superiores passa a corresponder ao<br />

grau de licenciado, tendo a duração<br />

de três ou quatro anos.<br />

Além de reorganizar os graus académicos,<br />

a proposta do Governo para o<br />

Ensino Superior prevê que o grau de<br />

mestre possa também ser atribuído<br />

nos institutos politécnicos, enquanto<br />

o grau de doutor só poderá ser atribuído<br />

pelas universidades.<br />

Na sessão parlamentar em que a<br />

proposta foi aprovada, o debate centrou-se<br />

sobretudo nas questões do<br />

financiamento, da atribuição do grau<br />

de doutor exclusivamente pelas universidades<br />

e da importância do mestrado<br />

para a entrada no mercado<br />

de trabalho.<br />

Com a entrada em vigor deste novo<br />

quadro legal torna-se possível a aplicação<br />

em Portugal do Processo de<br />

Bolonha, um compromisso assumido<br />

em 1999 pelos Esta<strong>dos</strong> da União<br />

Europeia para a criação, até 2010,<br />

de um espaço europeu do ensino superior<br />

em que os graus académicos<br />

atribuí<strong>dos</strong> pelos Esta<strong>dos</strong>-Membros<br />

sejam equivalentes.<br />

65


Notícias<br />

Estudo da Europe Economics recomenda<br />

Liberalização do mercado <strong>dos</strong> medicamentos genéricos<br />

Foi publicamente apresentado pelo<br />

INFARMED o estudo sobre o sistema<br />

de comparticipação de medicamentos<br />

em Portugal, elaborado<br />

pela empresa de consultadoria<br />

Europe Economics, que fora encomendado<br />

em 2004 pelo anterior<br />

ministro da Saúde. As conclusões<br />

do estudo recomendam a implementação<br />

de várias medidas para<br />

a reforma do sector da saúde, que<br />

são propostas como sendo de alta<br />

e baixa prioridade.<br />

Relativamente às primeiras, destacam-se<br />

a proposta de um sistema<br />

no qual as taxas de comparticipação<br />

estejam indexadas ao tratamento<br />

recomendado para cada<br />

doença específica, a eliminação<br />

de qualquer regulação <strong>dos</strong> preços<br />

<strong>dos</strong> medicamentos genéricos<br />

e a adopção de um sistema de<br />

preços de referência baseado no<br />

preço do genérico mais barato ou<br />

do segundo genérico mais barato.<br />

O estudo defende ainda, como<br />

reformas de baixa prioridade, a<br />

remoção da majoração de 10 por<br />

cento na comparticipação de medicamentos<br />

genéricos, pois, ainda<br />

que tenha sido uma medida que<br />

estimulou o mercado <strong>dos</strong> genéricos,<br />

esta deverá cessar quando a<br />

quota de mercado destes medicamentos<br />

atingir os 20 por cento.<br />

Ainda no âmbito <strong>dos</strong> medicamentos<br />

genéricos, o estudo defende também<br />

a promoção da importação<br />

paralela destes medicamentos,<br />

ligando Portugal aos merca<strong>dos</strong><br />

internacionais.<br />

Para o Bastonário da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong><br />

Farmacêuticos, Aranda da Silva,<br />

apesar de o estudo se revestir<br />

de grande importância para as<br />

necessárias reformas no sector<br />

da saúde, “as questões relativas<br />

à acessibilidade financeira a medicamentos<br />

revestem-se sempre<br />

de uma elevada sensibilidade social”.<br />

Neste sentido, Aranda da<br />

Silva defende que não deverá ser<br />

descurado o facto de que a “acessibilidade<br />

aos medicamentos não<br />

se encontra somente condicionada<br />

aos interesses de mercado, mas<br />

também a razões de saúde pública<br />

e aos interesses <strong>dos</strong> cidadãos”.<br />

Relativamente à elaboração do<br />

estudo, Aranda da Silva refere<br />

também que poderia ter existido<br />

uma maior acuidade na utilização<br />

da terminologia técnica da área da<br />

Farmácia e do Medicamento, uma<br />

maior aproximação comparativa ao<br />

mercado espanhol e uma menor<br />

focalização na desregulamentação<br />

<strong>dos</strong> genéricos, uma vez que estes<br />

medicamentos devem ser encara<strong>dos</strong><br />

como uma solução, que visa<br />

a racionalização de custos, e não<br />

um problema.<br />

Substituição por medicamentos genéricos<br />

Prescrição por nome comercial impede venda na farmácia<br />

65<br />

Receitar medicamentos por marca é<br />

o principal problema apontado<br />

Ao receitar medicamentos de marca<br />

que têm genéricos no mercado,<br />

os médicos contribuem para que<br />

os genéricos não sejam dispensa<strong>dos</strong><br />

nas farmácias, conclui um<br />

estudo, intitulado “Monitorização<br />

da prescrição por DCI e implementação<br />

da receita médica”, que<br />

foi apresentado pelo Observatório<br />

de Medicamentos e Produtos de<br />

Saúde do INFARMED.<br />

Segundo o estudo, apenas em<br />

15,1 por cento <strong>dos</strong> medicamentos<br />

inscritos nas receitas analisadas<br />

é que foi indicado a Denominação<br />

Comum Internacional (DCI), sendo<br />

os restantes 84,9 por cento<br />

correspondentes a receitas de<br />

fármacos por marca comercial.<br />

Deste total, porém, deveria ter<br />

havido 45,5 por cento de medicamentos<br />

receita<strong>dos</strong> pelo nome<br />

da substância (associada ou não<br />

ao nome do laboratório ou nome<br />

comercial do medicamento), dado<br />

que possuem alternativas genéricas<br />

no mercado.<br />

Os da<strong>dos</strong> apura<strong>dos</strong> pelo estudo,<br />

que incidiu sobre receitas de Fevereiro<br />

a Julho de 2004, indicam<br />

ainda que em 44,1 por cento <strong>dos</strong><br />

casos o médico não autorizou a troca<br />

do medicamento prescrito pelo<br />

seu genérico, autorizando apenas<br />

a substituição explícita em apenas<br />

3 por cento <strong>dos</strong> casos.<br />

O estudo adianta ainda que a substituição<br />

pelo genérico na farmácia<br />

nem sempre se efectua. O documento<br />

levanta hipóteses para isto<br />

acontecer: a farmácia não dispõe<br />

do genérico, a farmácia não intervém<br />

ou então é o utente a não<br />

querer o genérico.<br />

Em declarações à imprensa, o Bastonário<br />

da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />

(OF), Aranda da Silva, referiu<br />

que os resulta<strong>dos</strong> deste estudo<br />

comprovam a pouca margem de<br />

manobra do farmacêutico quando<br />

a prescrição é feita por nome comercial.<br />

Aranda da Silva indicou<br />

ainda que a única pessoa que pode<br />

decidir modificar a prescrição,<br />

quando o médico permite que o<br />

medicamento de marca receitado<br />

seja substituído por um genérico, é<br />

o doente, acrescentando que “na<br />

maior parte das vezes este não<br />

quer alterar a receita”.<br />

O Bastonário da OF frisou ainda<br />

que para ser sempre dispensado<br />

ao doente o medicamento mais barato<br />

prescrito por DCI, a legislação<br />

tem de ser mudada, permitindo<br />

ao farmacêutico a substituição,<br />

a exemplo o que já acontece nos<br />

outros países da Europa.


Notícias<br />

Notícias<br />

Extinção das sub-regiões de saúde<br />

Ministério vai criar mais Unidades Locais de Saúde<br />

O Ministério da Saúde pretende<br />

extinguir, até 2006, as 18 sub-<br />

-regiões de saúde e implementar<br />

a gestão integrada <strong>dos</strong> hospitais<br />

e centros de saúde, que assim<br />

deixam de funcionar de forma autónoma.<br />

O objectivo é melhorar a<br />

eficiência <strong>dos</strong> cuida<strong>dos</strong> presta<strong>dos</strong><br />

aos doentes e diminuir os custos<br />

do sector. O modelo passa por criar<br />

Unidades Locais de Saúde (ULS),<br />

que unam, na mesma gestão, to<strong>dos</strong><br />

os cuida<strong>dos</strong> necessários para<br />

servir a população da zona.<br />

Cada uma destas ULS poderá assumir<br />

várias combinações e integrar<br />

um ou mais hospitais, centros de<br />

saúde ou outro tipo de serviços. Estas<br />

unidades terão autonomia financeira<br />

para gerir acor<strong>dos</strong> com entidades<br />

privadas e sociais nas várias<br />

áreas, desde os cuida<strong>dos</strong> continua<strong>dos</strong><br />

aos laboratórios de análises,<br />

Foto: Paulo Neto<br />

A Unidade Local de Matosinhos servirá de modelo inspirador para as próximas<br />

unidades a experimentar este modelo de gestão<br />

passando pelas clínicas médicas.<br />

A Unidade Local de Matosinhos,<br />

que integra o Hospital Pedro Hispano<br />

e os centros de saúde de Leça<br />

da Palmeira, Matosinhos, Senhora<br />

da Hora e S. Mamede de Infesta,<br />

servirá de modelo inspirador para<br />

as próximas unidades a experimentar<br />

o modelo (Castelo Branco e<br />

Viana do Castelo).<br />

Alegando falta de apoio<br />

Presidente da Entidade Reguladora da Saúde demite-se<br />

O presidente da Entidade Reguladora<br />

de Saúde (ERS), Rui Nunes,<br />

apresentou ao ministro da Saúde,<br />

Correia de Campos, o seu pedido<br />

de demissão do cargo que ocupava<br />

desde Março de 2004, alegando<br />

falta de apoio institucional<br />

e financeiro do Estado. Rui Nunes<br />

queixou-se da ausência de apoio do<br />

novo Governo para o normal funcionamento<br />

da ERS, tanto ao nível da<br />

dotação financeira e de recursos<br />

humanos, como ao nível institucional,<br />

o que, na sua opinião, era fundamental<br />

para o organismo se impor<br />

junto das entidades reguladas.<br />

Por seu lado, o ministro da Saúde<br />

considerou normal a demissão do<br />

presidente da ERS, referindo que<br />

quando “as pessoas não se enquadram<br />

nas situações existentes,<br />

têm todo o direito de pedir a sua<br />

exoneração”.<br />

Com a demissão de Rui Nunes, o<br />

Conselho Directivo da ERS funciona<br />

apenas com o vogal Paulo Freitas,<br />

uma vez que o terceiro elemento,<br />

Cordeiro Tavares, já se tinha demitido<br />

quando Correia de Campos<br />

questionou a falta de regulamentação<br />

do transporte de doentes<br />

e <strong>dos</strong> meios complementares de<br />

diagnóstico.<br />

A ERS foi criada em 2003 pelo<br />

anterior ministro da Saúde, Luís<br />

Filipe Pereira, para regular os operadores<br />

públicos, priva<strong>dos</strong> e sociais<br />

do sector. Rui Nunes foi empossado<br />

em Março de 2004, mas só<br />

em finais de Outubro desse ano<br />

se reuniram as condições para o<br />

funcionamento real da ERS.<br />

EMEA recomenda medidas de precaução<br />

Conclusão da avaliação de segurança <strong>dos</strong> inibidores da COX-2<br />

A Agência Europeia de Medicamentos<br />

(EMEA) concluiu a revisão <strong>dos</strong><br />

medicamentos da classe <strong>dos</strong> inibidores<br />

da COX-2, recomendando<br />

novas contra-indicações e advertências<br />

relativamente aos inibidores<br />

da COX-2 que se encontram<br />

disponíveis na União Europeia. Estas<br />

recomendações baseiam-se em<br />

acções regulamentares já implementadas<br />

em Fevereiro de 2005.<br />

Agora, na reunião celebrada entre<br />

os dias 20 e 23 de Junho de<br />

2005, o Comité de Medicamentos<br />

de Uso Humano da EMEA (CHMP)<br />

concluiu que, devido aos riscos cardiovasculares<br />

associa<strong>dos</strong> a estes<br />

medicamentos, são necessárias<br />

advertências e contra-indicações<br />

complementares para to<strong>dos</strong> os<br />

inibidores da COX-2, que poderão<br />

ser consultadas no site do<br />

INFARMED<br />

O Comité refere, no entanto, que,<br />

tendo em consideração estas contra-indicações<br />

e advertências adicionais<br />

na sua população-alvo, o<br />

balanço entre os benefícios e os riscos<br />

destes medicamentos se mantém<br />

positivo quando prescritos.<br />

65


Notícias<br />

No primeiro semestre de 2005<br />

INFARMED aplica coimas<br />

a laboratórios e instaura processos a farmácias<br />

Foto: Paulo Neto<br />

O INFARMED aplicou, no primeiro<br />

semestre deste ano, no âmbito da<br />

publicidade a medicamentos, 26<br />

coimas, das quais 22 a laboratórios<br />

farmacêuticos e 4 a órgãos<br />

de comunicação social. Entre as<br />

infracções mais frequentes que<br />

motivaram estas coimas, contam-<br />

-se a publicidade indirecta a medicamentos<br />

em evento cientifico<br />

patrocinado pelo laboratório, publicidade<br />

enganosa e referências<br />

a recomendações de sociedade<br />

científica não permitidas na publicidade<br />

junto do público.<br />

Dentro das suas atribuições, o<br />

INFARMED instaurou, no mesmo<br />

período, 13 processos de contra-<br />

-ordenação a diversas entidades.<br />

As infracções detectadas são várias,<br />

designadamente o incumprimento<br />

da obrigatoriedade de redacção<br />

da rotulagem de produtos<br />

cosméticos em língua portuguesa,<br />

publicidade a medicamento sem<br />

autorização de introdução no mercado,<br />

venda de medicamentos por<br />

estabelecimento não autorizado,<br />

utilização indevida da marcação CE<br />

em dispositivo médico, utilização da<br />

designação “Farmácia” por estabelecimento<br />

não detentor de alvará<br />

adequado, violação das regras sobre<br />

fabrico e comercialização de<br />

dispositivos médicos. À excepção<br />

de cinco destes processos, quatro<br />

<strong>dos</strong> quais terminaram na aplicação<br />

de coimas e um foi arquivado, to<strong>dos</strong><br />

os demais se encontram em<br />

curso no INFARMED, na Inspecção-<br />

-geral de Actividades Económicas<br />

ou no Ministério Público.<br />

No primeiro semestre deste ano,<br />

o INFARMED instaurou ainda 12<br />

processos de contra-ordenação social<br />

a igual número de farmácias,<br />

quatro <strong>dos</strong> quais foram concluí<strong>dos</strong>,<br />

resultando em três coimas e um<br />

arquivamento.<br />

Entre as infracções mais frequentes,<br />

verificou-se a venda de medicamentos<br />

por pessoal não qualificado,<br />

a não existência de todo<br />

o material de laboratório exigido<br />

por lei, a existência de matérias-<br />

-primas fora do prazo de validade,<br />

a ausência da directora-técnica da<br />

farmácia, a falta de registos de entradas<br />

e saídas de estupefacientes<br />

e psicotrópicos não envia<strong>dos</strong> ao<br />

INFARMED, a violação do direito de<br />

livre escolha do farmacêutico pelo<br />

utente, a não verificação <strong>dos</strong> boletins<br />

de análise das matérias-primas<br />

pela directora técnica, comercialização<br />

de produtos cuja venda não<br />

é autorizada em farmácia, a administração<br />

de injecções em animais,<br />

o fraccionamento de embalagens<br />

de perfumes para posterior venda<br />

e a falta de fichas de preparação<br />

de manipula<strong>dos</strong> efectua<strong>dos</strong> em<br />

farmácia.<br />

Investimento de 49 milhões de euros<br />

ANF adquire 49% da filial portuguesa da Alliance UniChem<br />

65<br />

A Associação Nacional das Farmácias<br />

(ANF) investiu 49 milhões de<br />

euros na compra de uma participação<br />

de 49 por cento na filial<br />

portuguesa da multinacional britânica<br />

Alliance UniChem, uma das<br />

maiores distribuidoras mundiais<br />

de medicamentos, que, a nível<br />

nacional, detém 22 por cento do<br />

mercado da distribuição farmacêutica.<br />

Este negócio envolveu também a<br />

José de Mello Participações, que<br />

adquiriu dois por cento da empresa,<br />

o que significa o controle<br />

português da filial portuguesa da<br />

Alliance UniChem e o ganho para<br />

Portugal e para os farmacêuticos<br />

nacionais de um centro de decisão<br />

importante neste mercado.<br />

O acordo ficou concluído no fim do<br />

mês de Junho e, como parte dele,<br />

a ANF e a Alliance UniChem vão<br />

investir, em partes iguais, mais<br />

30 milhões de euros, por forma<br />

a tirar total partido das oportunidades<br />

que a nova estrutura da<br />

empresa irá criar.<br />

No mês de Junho, foi igualmente<br />

anunciada a intenção da ANF<br />

de proceder à implementação<br />

de uma central de compras para<br />

tornar a aquisição de medicamentos<br />

sem receita médica mais<br />

competitiva, de forma a que as<br />

farmácias se preparem para responder<br />

à previsível concorrência<br />

resultante da abertura deste<br />

mercado a outros agentes.<br />

Caberá à empresa Farmatrading,<br />

detida pela associação, assegurar<br />

a função da central de compras,<br />

que irá procurar obter junto <strong>dos</strong><br />

laboratórios preços mais favoráveis<br />

para este tipo de medicamentos<br />

e outros produtos de saúde<br />

dispensa<strong>dos</strong> nas farmácias.<br />

A criação de uma central de compras<br />

das farmácias foi aprovada<br />

em Assembleia Geral de delega<strong>dos</strong><br />

da associação e deverá começar a<br />

funcionar quando entrar em vigor<br />

a legislação em preparação pelo<br />

Governo.


Notícias<br />

Notícias<br />

Relatório da OCDE<br />

Despesas de saúde equivalem a 9,6% do PIB<br />

De acordo com um relatório divulgado<br />

pela Organização para a<br />

Cooperação e Desenvolvimento<br />

Económico (OCDE), as despesas de<br />

saúde em Portugal representaram<br />

9,6 por cento do Produto Interno<br />

Bruto (PIB) em 2003, o que coloca<br />

o país um ponto percentual acima<br />

da média da OCDE.<br />

Os EUA, com 15 por cento do<br />

PIB, são o país que mais gasta em<br />

saúde, seguindo-se a Suíça (11,5<br />

por cento) e a Alemanha (11,1<br />

por cento). Portugal é, a par da<br />

Bélgica, o décimo país com maior<br />

peso das despesas de saúde na<br />

riqueza nacional.<br />

Os EUA eram, em 2003, o país<br />

com maior despesa em saúde por<br />

pessoa (4 588 euros). Este valor é<br />

mais do dobro da média da OCDE e<br />

cerca de 10 vezes as despesas per<br />

capita em países como o México e<br />

Turquia. Em Portugal, a factura cifrava-se<br />

em 1 463 euros por pessoa.<br />

O relatório destaca ainda que, entre<br />

1998 e 2003, as despesas<br />

em medicamentos na OCDE aumentaram<br />

32 por cento em termos<br />

reais, ultrapassando os 366<br />

mil milhões de euros em 2003.<br />

O peso <strong>dos</strong> gastos com medicamentos<br />

nas despesas de saúde é<br />

cada vez maior, atingindo os 18<br />

por cento em 2003, com países<br />

como os EUA e Austrália a registarem<br />

um ritmo de crescimento<br />

nos gastos com fármacos duas<br />

vezes superior ao ritmo de incremento<br />

das despesas de saúde. Em<br />

2003, os gastos com medicamentos<br />

por pessoa ascendiam a 593<br />

euros anuais nos EUA e os 493<br />

euros em França. A média da OCDE<br />

era de 298 euros per capita.<br />

Delegação portuguesa apresentou pósteres<br />

5.ª Conferência da Primavera de Farmácia Clínica<br />

Foto: Mara Guerreiro<br />

Com realização anual promovida<br />

pela Sociedade Europeia de Farmácia<br />

Clínica, decorreu, de 26 a<br />

28 de Maio, em Estocolmo, mais<br />

uma edição da Conferência da Primavera<br />

de Farmácia Clínica, este<br />

ano subordinada ao tema “Integrando<br />

investigação, educação e<br />

prática clínica”.<br />

Durante três dias, cerca de 750<br />

participantes de todo o mundo,<br />

36 <strong>dos</strong> quais portugueses, discutiram<br />

diversos assuntos, <strong>dos</strong> quais<br />

se destacam a farmácia baseada<br />

na evidência, a documentação e<br />

avaliação da prática de farmácia<br />

clínica e a utilização de profissionais<br />

do terreno na docência universitária<br />

de farmácia clínica. De referir<br />

que, no dia 25 de Maio, realizou-<br />

-se ainda um pré-simpósio, no qual<br />

decorreu o curso “Patient-centred<br />

teaching”, que se debruçou sobre<br />

vários aspectos relaciona<strong>dos</strong> com<br />

o recurso a doentes no ensino da<br />

farmácia clínica, motivo pelo qual<br />

foi proporcionada a oportunidade<br />

de contactar com doentes no Hospital<br />

Universitário Karolinska.<br />

Dos trabalhos da Conferência, os<br />

participantes tiveram oportunidade<br />

de participar em diversas sessões<br />

plenárias, que contaram com a<br />

presença de oradores de renome<br />

internacional, às quais se seguiram<br />

mesas-redondas que permitiram<br />

um enriquecedor debate. Estas<br />

sessões plenárias foram gravadas<br />

e, como vem sendo hábito,<br />

serão disponibilizadas na secção<br />

<strong>dos</strong> membros do site da Sociedade<br />

(www.escpweb.org), conjuntamente<br />

com os diapositivos das<br />

apresentações.<br />

O programa do evento contou ainda<br />

com a realização de 12 workshops,<br />

com títulos tão interessantes como<br />

“Avaliar a prescrição apropriada<br />

– combinando a prática clínica e<br />

a investigação” e “Suplementos<br />

dietéticos, fármacos, fitoterapia<br />

e memória”, bem como com a<br />

exposição de cerca de 300 pósteres,<br />

relativos a trabalhos de<br />

investigação na área da farmacocinética<br />

clínica, informação sobre<br />

medicamentos, educação em farmácia<br />

clínica, nutrição assistida<br />

e terapêutica intravenosa, cuida<strong>dos</strong><br />

farmacêuticos, farmacoterapia,<br />

farmacoeconomia, e farmacoepidemiologia<br />

e Saúde Pública.<br />

Dos 10 pósteres portugueses aceites<br />

destacam-se os trabalhos selecciona<strong>dos</strong><br />

para apresentação<br />

oral: “Drug-related problems in<br />

the elderly – relationship between<br />

hospital and community pharmacy”,<br />

de Helena Duarte et al. (Hospital<br />

Garcia de Orta), e “Preventable<br />

drug-related morbidity – determining<br />

valid indicators for primary<br />

care in Portugal”, de Mara Guerreiro<br />

e colegas (The University of<br />

Manchester e Associação Nacional<br />

das Farmácias/CEFAR).<br />

O próximo encontro científico da<br />

Sociedade Europeia de Farmácia<br />

Clínica decorrerá em Amsterdão,<br />

de 26 a 29 de Outubro, e terá por<br />

tema “Patient Profiling: Key to Successful<br />

Treatment”. A creditação<br />

do evento foi já submetida à <strong>Ordem</strong><br />

<strong>dos</strong> Farmacêuticos.<br />

65


Regional<br />

Ciclo de Conferências da Secção Regional de Lisboa<br />

Sessão sobre<br />

“O Farmacêutico e a Segurança Alimentar”<br />

Secção Regional de Lisboa<br />

organizou mais uma sessão<br />

do seu Ciclo de Conferências,<br />

desta vez subordinada ao<br />

tema “O Farmacêutico e a Segurança<br />

Alimentar”, que decorreu no<br />

dia 22 de Junho, no Hotel Tivoli<br />

Tejo. Com entrada livre para to<strong>dos</strong><br />

os colegas interessa<strong>dos</strong> em participar,<br />

a realização desta sessão<br />

contou com a presença de cerca<br />

de 160 colegas, número que, para<br />

além de ser demonstrativo do interesse<br />

crescente por esta temática,<br />

permitiu um debate bastante alargado<br />

sobre as questões relacionadas<br />

com a segurança alimentar.<br />

A importância cada vez mais incontornável<br />

que a segurança alimentar<br />

tem assumido em termos<br />

de Saúde Pública tem despertado<br />

preocupação <strong>dos</strong> profissionais de<br />

saúde e <strong>dos</strong> consumidores. São<br />

disso exemplo os recentes incidentes<br />

que, em Abril do presente ano,<br />

trouxeram a público os deficientes<br />

mecanismos de controlo da carne<br />

e do peixe existentes no nosso país,<br />

bem como as falhas na aplicação<br />

da legislação comunitária para os<br />

resíduos de medicamentos e/ou<br />

pesticidas em alimentos.<br />

A sessão contou com a presença<br />

de Fernando Ramos, professor da<br />

Faculdade de Farmácia da Universidade<br />

de Coimbra e presidente da<br />

Secção Regional de Coimbra, que,<br />

ao longo da sua apresentação sobre<br />

“Resíduos de Medicamentos<br />

em Alimentos e Águas”, abordou<br />

a definição de resíduo de medicamento,<br />

o modo como este surge<br />

nos alimentos, os tipos e objectivos<br />

da utilização de medicamentos<br />

na produção de animais destina<strong>dos</strong><br />

à alimentação humana, a que<br />

se seguiu uma breve referência às<br />

etapas fundamentais da metodologia<br />

analítica.<br />

A conferência continuou com a<br />

alusão a alguns <strong>dos</strong> mais recentes<br />

acontecimentos que envolveram a<br />

detecção de substâncias proibidas<br />

em alimentos de natureza diversa,<br />

estu<strong>dos</strong> nos quais esteve envolvido<br />

o próprio prelector e outros<br />

farmacêuticos da área das análises<br />

bromatológicas, hidrológicas<br />

e toxicológicas.<br />

A finalizar a sua apresentação,<br />

Fernando Ramos referiu-se ainda<br />

à questão da presença de medicamentos<br />

em águas para consumo<br />

humano, tema emergente e que<br />

tem vindo a adquirir enorme relevância,<br />

atendendo a que foram já<br />

identifica<strong>dos</strong> mais de cem princípios<br />

activos diferentes em águas<br />

de consumo.<br />

O debate, moderado por António<br />

Marques da Costa, presidente da<br />

Secção Regional de Lisboa, foi bastante<br />

participado e evidenciou a<br />

qualidade com que a temática foi<br />

abordada por Fernando Ramos,<br />

que manteve despertos o interesse<br />

e a atenção de to<strong>dos</strong> os presentes.<br />

Com esta acção de formação<br />

foram, assim, sublinhadas as principais<br />

preocupações que decorrem<br />

da presença de medicamentos em<br />

alimentos e águas, destacando-se<br />

a emergência de resistências bacterianas,<br />

bem como a participação<br />

destes fármacos em fenómenos de<br />

desregulação endócrina.<br />

A Direcção da Secção Regional<br />

de Lisboa congratula-se com o<br />

sucesso alcançado com esta sessão<br />

e não pode deixar de agradecer<br />

a Fernando Ramos, que desde logo<br />

se disponibilizou para colaborar<br />

com a Secção Regional, e, acima<br />

de tudo, destacar a qualidade da<br />

sua intervenção e a participação<br />

activa de to<strong>dos</strong> os presentes.<br />

65


Regional<br />

Revalidação da Carteira Profissional<br />

Centro de Atendimento<br />

da Secção Regional de Lisboa<br />

niciado em 2004, o processo<br />

de Revalidação da Carteira<br />

Profissional envolve actualmente<br />

to<strong>dos</strong> os colegas inscritos<br />

até 1975 e em 2001 e os que se<br />

inscreveram entre 1976-1985 e<br />

em 2002, num total de cerca de<br />

2 200 membros da Secção Regional<br />

de Lisboa.<br />

Verificou-se, nesta primeira fase<br />

do processo, um aumento significativo<br />

no volume de chamadas<br />

solicitando esclarecimentos, o que<br />

originou um período de alguma dificuldade<br />

na resposta, em tempo<br />

útil, a todas as questões colocadas.<br />

No sentido de assegurar um<br />

serviço especializado para o esclarecimento<br />

de dúvidas relacionadas<br />

com o processo de Revalidação<br />

da Carteira Profissional, a Secção<br />

Regional iniciou, no mês de Maio,<br />

um serviço telefónico de atendimento<br />

aos seus membros. Com<br />

esta iniciativa, a Secção Regional<br />

de Lisboa pretendeu criar uma<br />

metodologia e um conhecimento<br />

que permitam responder de uma<br />

forma mais eficaz e expedita às<br />

solicitações <strong>dos</strong> membros.<br />

O centro de atendimento funciona<br />

com a colaboração de alunos de<br />

Ciências Farmacêuticas, que têm<br />

demonstrado uma grande sensibilidade,<br />

conhecimento e motivação<br />

em todas as questões que lhes<br />

têm sido colocadas. No decorrer<br />

<strong>dos</strong> meses de Maio e Junho, os<br />

Foto: Jorge Alves<br />

membros da Secção Regional de<br />

Lisboa puderam, assim, usufruir<br />

diariamente da disponibilidade de<br />

um aluno para a realização destes<br />

esclarecimentos.<br />

De destacar que, nos 21 dias<br />

de funcionamento durante o mês<br />

de Maio, foram registadas cerca<br />

de 110 chamadas numa média<br />

de 5 a 6 chamadas diárias com<br />

uma duração média de 15 a 20<br />

minutos. As principais questões<br />

prenderam -se com o ano de início<br />

da revalidação, com as actividades<br />

já creditadas pela <strong>Ordem</strong> e com<br />

alguns pormenores do processo.<br />

Assim, até ao momento, o balanço<br />

desta iniciativa tem sido bastante<br />

positivo, registando-se uma<br />

elevada percentagem de dúvidas<br />

esclarecidas.<br />

No entanto, após um período de<br />

maior afluxo de pedi<strong>dos</strong> de informação,<br />

constatou-se uma redução<br />

bastante significativa no número de<br />

telefonemas, pelo que foi decidido<br />

reduzir o tempo de funcionamento<br />

e a disponibilidade do serviço. Assim,<br />

já a partir de Julho, o funcionamento<br />

deste centro de atendimento<br />

será alterado, passando a<br />

operar dois dias por semana.<br />

Dia do Farmacêutico 2005<br />

O Dia do Farmacêutico será comemorado este ano a 25 de Setembro em Lisboa.<br />

A Secção Regional de Lisboa está a preparar para esse dia 65<br />

um programa especial de comemorações.<br />

Reserve já esta data na sua agenda e comemore connosco<br />

o dia de to<strong>dos</strong> os Farmacêuticos!


Regional<br />

Secção Regional do Porto promoveu<br />

Debate sobre a “Constituição Europeia”<br />

A Direcção da Secção Regional do<br />

Porto considera que os farmacêuticos,<br />

como intervenientes activos<br />

na sociedade, quanto mais não seja<br />

através da sua prática profissional,<br />

devem formar opinião sobre assuntos<br />

relevantes para a sociedade e<br />

para a profissão, não devendo ser<br />

meros espectadores.<br />

O texto do projecto da “Constituição<br />

Europeia” irá ser submetido a<br />

referendo em data a marcar pelo<br />

Governo. Querer ter uma opinião<br />

pessoal pela leitura do seu texto,<br />

pesado e indigesto, é um grande<br />

desafio. Por isso, a Direcção da<br />

Secção Regional entendeu que<br />

seria útil promover conferências/<br />

debates sobre o Tratado Constitucional<br />

para ouvir os especialistas e<br />

os políticos sobre o assunto.<br />

Assim, no passado dia 18 de Maio,<br />

a deputada europeia Elisa Ferreira<br />

fez uma conferência onde abordou<br />

a história da Comunidade Europeia,<br />

o seu modo de funcionamento<br />

actual e as alterações que, a ser<br />

aprovado, o Tratado Constitucional<br />

europeu irá introduzir no seu<br />

funcionamento, para além de ter<br />

transmitido a sua opinião sobre o<br />

referendo.<br />

Depois da interessante e muito útil<br />

exposição, Elisa Ferreira respondeu<br />

às numerosas questões que<br />

lhe foram colocadas pelos colegas<br />

que encheram por completo o salão<br />

nobre da sede da Secção. No<br />

final, os presentes manifestaram<br />

o seu contentamento pelo contributo<br />

que esta primeira iniciativa<br />

da Secção Regional deu para o<br />

esclarecimento de tão importante<br />

assunto.<br />

Algumas ideias simples relativas ao nosso sector de actividade referenciadas<br />

no texto da “Constituição Europeia”<br />

65<br />

A palavra “saúde” é mencionada mais<br />

de 45 vezes no texto do Tratado e seus<br />

anexos. Em que situações é empregue?<br />

Eis alguns exemplos:<br />

A União deve garantir um elevado<br />

nível de protecção da saúde humana<br />

(parte III);<br />

Em matéria de luta contra os grandes<br />

flagelos e para a educação em<br />

saúde pública, a União pode decidir<br />

uma acção de apoio, de coordenação<br />

ou complementar às iniciativas <strong>dos</strong><br />

Esta<strong>dos</strong>-Membros (parte III);<br />

Os direitos fundamentais da União<br />

afirmam o direito à vida e à integridade<br />

do ser humano (parte II);<br />

A União reafirma o consentimento<br />

livre e esclarecido do ser humano<br />

no domínio da medicina e da biologia<br />

(parte II);<br />

As condições de trabalho devem respeitar<br />

a saúde <strong>dos</strong> trabalhadores;<br />

A União reconhece a assistência<br />

social e a Segurança social;<br />

Toda a pessoa tem o direito, em matéria<br />

de saúde, de aceder à prevenção<br />

e de beneficiar de cuida<strong>dos</strong> médicos,<br />

nas condições estabelecidas pelas leis<br />

<strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong>-Membros;<br />

Acerca da liberdade de estabelecimento,<br />

no que diz respeito às profissões<br />

médicas, paramédicas e farmacêuticas,<br />

a eliminação progressiva das<br />

restrições depende da coordenação das<br />

condições de exercício daquelas profissões<br />

nos diversos Esta<strong>dos</strong>-Membros.<br />

Para os mais corajosos, uma boa leitura<br />

do texto do Tratado Constitucional,<br />

disponível para consulta no site da EUR-<br />

-Lex (www.europa.eu.int/eur-lex).


Com o apoio da PortugalBioforma<br />

Formação contínua “Clínica e Laboratório”<br />

A “Monitorização de doentes sujeitos<br />

a tratamento hipocoagulante”<br />

é um tema de grande actualidade<br />

e importância para os analistas<br />

clínicos, razão pela qual o Departamento<br />

de Formação Contínua da<br />

Secção Regional do Porto e a PortugalBioforma<br />

organizaram duas<br />

sessões de formação no passado<br />

mês de Abril, que decorreram nos<br />

dias 20, no auditório da Faculdade<br />

de Farmácia de Lisboa, e 21, na<br />

Fundação Eng. António de Almeida,<br />

no Porto, nas quais participaram<br />

250 analistas clínicos e patologistas<br />

clínicos.<br />

Na mesma sessão foi iniciado o<br />

projecto de formação à distância<br />

através da apresentação e oferta a<br />

to<strong>dos</strong> os participantes de um exemplar<br />

do cd-rom LABH editado pela<br />

Bioforma (França), como resultado<br />

da parceria estabelecida com os<br />

nossos colegas franceses.<br />

O cd-rom LABH, possibilita ao analista<br />

clínico e aos seus colaboradores<br />

uma formação personalizada<br />

e uma autoavaliação <strong>dos</strong> seus conhecimentos<br />

sobre a hemostase,<br />

quer do ponto de vista teórico,<br />

quer prático, permite um estudo<br />

aprofundado desta área analítica,<br />

e constitui uma ferramenta de utilização<br />

muito simples no dia-a-dia,<br />

no apoio ao diagnóstico de casos<br />

clínicos.<br />

Nesta sessão foi distribuído um<br />

questionário, com o objectivo de<br />

permitir não só uma avaliação<br />

de conhecimentos como detectar<br />

áreas onde será necessário focalizar<br />

futuras acções formativas.<br />

As respostas a este questionário,<br />

absolutamente confidenciais,<br />

deverão ser enviadas até 28 de<br />

Setembro para o Conselho do Colégio<br />

de Análises Clínicas, uma<br />

vez que, nas Jornadas a realizar<br />

em Outubro, será organizada uma<br />

sessão para apreciar e analisar as<br />

respostas enviadas.<br />

Quer a formação presencial, quer<br />

a formação à distância, serão consideradas<br />

pela <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />

para o Sistema Interno<br />

de Renovação da Carteira Profissional.<br />

Para tal, os farmacêuticos<br />

que participaram na sessão<br />

presencial deverão apresentar<br />

o Certificado de Presença e os<br />

colegas que aderiram à formação<br />

à distância deverão enviar, para o<br />

Os interessa<strong>dos</strong> que pretendam<br />

participar na formação à distância<br />

poderão solicitar o envio do<br />

cd-rom e do questionário que o<br />

acompanha, através do telefone<br />

n.º 22 507 34 42, do fax 22 507<br />

34 59 ou pelo e-mail info@portugalbioforma.org.<br />

O custo do envio<br />

do cd-rom e do questionário é de<br />

30 euros. As respostas ao questionário<br />

deverão ser enviadas para<br />

o Colégio da Especialidade até 28<br />

de Setembro.<br />

Colégio da Especialidade, as suas<br />

respostas ao questionário que<br />

acompanha o cd-rom.<br />

65


Regional<br />

Na Regional do Porto<br />

Formação em Patologias Inflamatórias das Vias Aéreas Superiores<br />

Realizou-se, no passado dia 14<br />

de Junho, na Secção Regional do<br />

Porto, uma formação cujo tema<br />

incidiu nas patologias inflamatórias<br />

das vias aéreas superiores.<br />

Estiveram presentes cerca de 30<br />

farmacêuticos que escutaram com<br />

a merecida atenção as explicações<br />

<strong>dos</strong> dois formadores presentes,<br />

Nuno Trigueiro da Silva Cunha e<br />

Delfim Rui da Silva Duarte, ambos<br />

médicos especialistas em Otorrinolaringologia<br />

do Hospital Pedro<br />

Hispano, em Matosinhos.<br />

Pretendeu-se com esta formação<br />

fornecer conhecimentos teóricos<br />

sobre as patologias das vias aéreas<br />

superiores, patologias essas com<br />

as quais o farmacêutico se depara<br />

constantemente no exercício<br />

da sua actividade profissional. Na<br />

primeira parte da sessão, Nuno<br />

Trigueiros apresentou a anatomofisiologia<br />

do nariz e seios perinasais,<br />

assim como a anatomofisiologia da<br />

boca e da faringe.<br />

Após um curto intervalo, Delfim<br />

Duarte apresentou as principais<br />

patologias, como sejam as rinites,<br />

sinusites e faringites, doenças<br />

com elevada prevalência tanto a<br />

nível europeu como mundial. Ficámos<br />

a saber que as infecções do<br />

tracto respiratório superior são<br />

responsáveis por mais de 4 milhões<br />

de mortes/ano (Murray et<br />

al, 1994) e que nos EUA surgem<br />

cerca de 35 milhões de casos<br />

de sinusite/ano (Ransom et al,<br />

1997). Foram apresenta<strong>dos</strong> os<br />

principais sintomas das sinusites,<br />

formas de diagnóstico, possíveis<br />

complicações e tratamentos, que<br />

poderão ser cirúrgicos ou médicos.<br />

Relativamente ao tratamento<br />

médico, Delfim Duarte apresentou<br />

a antibioterapia clássica (10 dias)<br />

e os novos esquemas de 3, 4, 5,<br />

7 e 8 dias.<br />

Quanto a amigdalites e faringites,<br />

os da<strong>dos</strong> relativos a incidência são<br />

assustadores: numa população<br />

de 138 221 utentes estimam-se<br />

110 898 casos/ano (da<strong>dos</strong> de<br />

1998).<br />

Estas patologias poderão ser crónicas<br />

ou agudas, de origem viral<br />

ou bacteriana, e neste último caso<br />

pretende-se com a antibioterapia<br />

reduzir a duração da doença, reduzir<br />

a morbilidade e absentismo,<br />

reduzir o consumo de medicação<br />

sintomática, reduzir a incidência<br />

de complicações e reduzir a prevalência<br />

de portadores sãos. Foi<br />

chamada a atenção para o aumento<br />

das resistências que conduzem<br />

a persistência e recidivas da infecção,<br />

realçando uma vez mais a<br />

emergente necessidade de alternativas<br />

à antibioterapia clássica,<br />

na medida em que as resistências<br />

crescem e inclusive surgem novas<br />

resistências cruzadas.<br />

65


Secção Regional do Porto promoveu<br />

Sessão de formação contínua sobre “Imagiologia Médica”<br />

É do senso comum que o farmacêutico<br />

é muitas vezes o profissional<br />

de saúde a quem o utente se dirige<br />

com as mais diversas questões<br />

e dúvidas. A par dessa realidade,<br />

a Secção Regional do Porto está<br />

a promover a abordagem de uma<br />

série de temas que no dia-a-dia<br />

suscitam mais dúvidas. Assim, no<br />

passado dia 16 de Maio, realizou-<br />

-se uma sessão de formação sob<br />

o tema Imagiologia Médica.<br />

Com esta formação pretendeu-se<br />

fornecer conhecimentos teóricos<br />

sobre os diferentes méto<strong>dos</strong> auxiliares<br />

de diagnóstico (MAD) com<br />

que o farmacêutico se depara e,<br />

desta forma, saber identificar os<br />

diferentes méto<strong>dos</strong>, reconhecer<br />

os princípios físicos básicos e reconhecer<br />

a importância <strong>dos</strong> MAD<br />

na medicina actual.<br />

Os principais temas aborda<strong>dos</strong><br />

foram os meios de contraste em<br />

radiologia, mamografia e densitometria<br />

óssea, tomografia computorizada,<br />

ultrassonografia e ressonância<br />

magnética, que foram<br />

expostos por Paulo Brandão, médico<br />

especialista em radiodiagnóstico,<br />

Fellowship na Universidade<br />

de Minnesota em imagiologia<br />

músculo-esquelética e director clínico<br />

do Centro de Imagiologia da<br />

Trindade.<br />

Na acção formativa, estiveram<br />

presentes cerca de meia centena<br />

de farmacêuticos que tiveram<br />

a oportunidade de adquirir uma<br />

visão geral sobre este tema e de<br />

colocar pertinentes questões ao<br />

formador convidado.<br />

Imagiologia médica – breve<br />

apresentação<br />

No dia 8 de Novembro de 1895, o físico<br />

alemão Wilhelm Conrad Roentgen,<br />

ao ver a sua mão projectada numa tela<br />

enquanto trabalhava com radiações<br />

até então desconhecidas, descobriu os<br />

agora famosos Raios X. Foi graças à<br />

sua persistência e elevada perspicácia<br />

que conseguiu perceber que do tubo<br />

<strong>dos</strong> raios catódicos com que trabalhava<br />

emanava um tipo especial de raios que<br />

tinham a capacidade de atravessar o<br />

corpo humano.<br />

Como era uma radiação desconhecida,<br />

chamou-lhe Raios X. Esta descoberta<br />

valeu-lhe o prémio Nobel de Física em<br />

1901, conduzindo a uma verdadeira<br />

revolução no meio médico, trazendo<br />

um grande avanço no diagnóstico por<br />

imagem. Desde essa época (início do século<br />

XX) até aos dias de hoje, surgiram<br />

várias modificações nos aparelhos iniciais,<br />

a fim de se minimizarem os efeitos<br />

adversos das radiações nos pacientes.<br />

Assim foram surgindo tubos de Raios<br />

X, diafragmas para reduzir a quantidade<br />

de Raios X, diminuindo a radiação<br />

secundária, que, além de prejudicar o<br />

paciente, piorava a imagem final.<br />

A imagiologia médica compreende um<br />

conjunto de méto<strong>dos</strong> de recolha de<br />

da<strong>dos</strong> que engloba a mais conhecida<br />

radiologia convencional, a ecografia,<br />

a tomografia axial computorizada<br />

(TAC), a ressonância magnética (RM)<br />

e técnicas menos divulgadas como<br />

o “Positron Emission Tomography”<br />

(PET) da área da medicina nuclear,<br />

entre outras.<br />

Tradicionalmente, os da<strong>dos</strong> são apresenta<strong>dos</strong><br />

sob a forma de imagens<br />

bidimensionais num suporte de película<br />

fotográfica. A imagem resultante<br />

quase nunca é mostrada ao médico<br />

radiologista na sua forma “crua”. Vários<br />

pré-processamentos computacionais<br />

são aplica<strong>dos</strong> aos da<strong>dos</strong>, de forma<br />

a obter-se no final uma imagem com a<br />

maior quantidade possível de informação<br />

com valor de diagnóstico. Com o<br />

aumento da capacidade de processamento<br />

computacional, começaram a<br />

ser utiliza<strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> para a “extracção<br />

automática” de características a<br />

partir destas imagens. Este tipo de<br />

segmentação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> de uma imagem<br />

pode ser baseado na definição de<br />

arestas, que são encontradas no método<br />

mais simples através da detecção<br />

de descontinuidades entre os valores<br />

de intensidades da imagem.<br />

No entanto, e em particular no que<br />

diz respeito a méto<strong>dos</strong> imagiológicos<br />

mais recentes, os da<strong>dos</strong> capta<strong>dos</strong> representam<br />

uma zona do corpo humano<br />

a três dimensões. Esta integração<br />

espacial <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> (por exemplo, a<br />

observação de uma artéria com várias<br />

ramificações) tem que ser realizada<br />

pelo médico mentalmente, com base<br />

em exames que por vezes chegam a<br />

ter uma sequência de 50 imagens.<br />

A detecção de pequenas ou ténues<br />

estruturas muito dificilmente é feita<br />

nestas imagens.<br />

65


Regional<br />

Coimbra na rota da excelência<br />

Iniciativa “O Ciclo do Medicamento:<br />

da investigação à dispensa”<br />

o sector do medicamento<br />

existem, em Coimbra, serviços<br />

e empresas de excelência.<br />

Com o intuito de dar a conhecer<br />

os melhores exemplos, bem<br />

como promover a divulgação, junto<br />

<strong>dos</strong> cidadãos, das diversas etapas<br />

do ciclo de vida do medicamento,<br />

sublinhando a sua importância<br />

enquanto bem social que importa<br />

preservar, a Direcção da Secção<br />

Regional de Coimbra promoveu, no<br />

passado dia 6 de Junho, a iniciativa<br />

“O Ciclo do Medicamento: da<br />

investigação à dispensa”.<br />

A visita teve início na Faculdade de<br />

Farmácia da Universidade de Coimbra<br />

(FFUC), onde a comitiva, que<br />

integrou elementos da Direcção Regional<br />

acompanha<strong>dos</strong> por um grupo<br />

de jornalistas, foi recebida pela<br />

presidente do Conselho Científico<br />

da Faculdade de Farmácia, Irene<br />

Silveira, e pelo vice-presidente do<br />

Conselho Directivo, Rui Barbosa.<br />

Presentes estiveram, igualmente,<br />

os responsáveis pelos diversos grupos<br />

de investigação da FFUC, que<br />

fizeram uma apresentação sucinta<br />

das suas principais linhas de investigação,<br />

o que permitiu realçar a importância<br />

<strong>dos</strong> projectos em curso.<br />

A paragem seguinte deu-se na<br />

Bluepharma. Construída para fabricar<br />

a lendária Aspirina, a Bluepharma,<br />

nascida em 2001 da aquisição<br />

das instalações da Bayer, terminou<br />

recentemente o seu acordo<br />

de produção para a multinacional<br />

alemã, mas em apenas quatro<br />

anos conseguiu diversificar a carteira<br />

de clientes, produzindo para<br />

duas dezenas de clientes e exportando<br />

para 15 países europeus,<br />

para além da crescente aposta na<br />

produção própria de genéricos com<br />

a marca do laboratório, que representa<br />

já 20 por cento da facturação.<br />

A receita, como salienta Paulo<br />

Barradas, presidente do Conselho<br />

de Administração, é “trabalhar muito,<br />

fazer diferente e fazer bem!”.<br />

Para além da vertente de produção,<br />

a grande aposta da Bluepharma<br />

reside na investigação, tendo<br />

desde logo investido na criação<br />

de um laboratório de I&D, no qual<br />

estão a ser desenvolvi<strong>dos</strong>, actualmente,<br />

12 projectos para novos<br />

genéricos e, também, linhas de investigação<br />

para novas moléculas.<br />

Esta aposta na investigação é reforçada,<br />

ainda, por uma vertente<br />

social, por intermédio da criação do<br />

Prémio Bluepharma/Universidade<br />

de Coimbra, que patrocina a edição<br />

de uma tese de doutoramento na<br />

área das ciências da saúde.<br />

A Bluepharma foi distinguida, em<br />

2002, com o Prémio da Associação<br />

Portuguesa de Capital de Risco,<br />

em 2003, com o Prémio Almofariz<br />

“Projecto do Ano” da Farmácia<br />

Distribuição e, em 2004, com o<br />

Prémio Europeu de Inovação Regional.<br />

Não é, pois, surpreendente<br />

que a empresa, de capital exclusivamente<br />

português, tenha sido distinguida<br />

pela COTEC – Associação<br />

Empresarial para a Inovação, ao<br />

ser integrada na Rede de PME´s<br />

Inovadoras, sendo a única empresa<br />

da indústria farmacêutica neste<br />

grupo de 24 empresas nacionais.<br />

Avançando no circuito do medicamento,<br />

a distribuição farmacêutica<br />

desempenha um papel fulcral<br />

na interface indústria/farmácia e,<br />

como exemplo do que de melhor<br />

se faz nesta área, não só na região<br />

Centro, mas também no país,<br />

a escolha recaiu na Cooperativa<br />

Farmacêutica Farbeira, na qual a<br />

Direcção da Regional foi recebida<br />

pelo presidente da Direcção, Miguel<br />

Silvestre, e pelo secretário-<br />

-geral, Paulo Fonseca.<br />

A Cooperativa investiu nos últimos<br />

anos na automatização da facturação<br />

e do aviamento das encomendas,<br />

possuindo o mais moderno<br />

armazém do sector da distribuição<br />

farmacêutica. Como realçou<br />

Miguel Silvestre, a automatização<br />

permitiu um aumento muito notório<br />

da capacidade de resposta, para<br />

uma empresa que serve uma zona<br />

que se estende da Figueira da Foz<br />

a Vilar Formoso. Criada em 1974<br />

para dar resposta às dificuldades<br />

de abastecimento das farmácias,<br />

65<br />

Fernando Ramos, Irene Silveira e Rui Barbosa<br />

Paulo Barradas


Fernando Ramos, Miguel Silvestre e Paulo Fonseca<br />

A Farbeira é um <strong>dos</strong> mais modernos armazéns do sector<br />

a Farbeira figura entre as 10 maiores<br />

empresas do distrito de Coimbra,<br />

tendo ficado no “Top Ten” da<br />

revista Exame para as melhores<br />

empresas farmacêuticas do país.<br />

A etapa seguinte no circuito do medicamento<br />

é a dispensa ao público,<br />

seja em ambiente hospitalar, seja<br />

na farmácia comunitária. Esta parte<br />

da visita começou pelo primeiro e<br />

a escolha recaiu, como não poderia<br />

deixar de ser, nos Hospitais da<br />

Universidade de Coimbra (HUC), no<br />

qual a reorganização da farmácia<br />

hospitalar e a instalação do Sistema<br />

de Gestão Integrada do Circuito do<br />

Medicamento (SGICM), caso único<br />

em Portugal e no resto da Europa,<br />

contribuiu decisivamente para a racionalização<br />

e para o controlo da<br />

despesa com os medicamentos.<br />

Com o SGICM, a prescrição de<br />

fármacos é feita por via electrónica<br />

e todo o circuito de gestão e<br />

aprovisionamento do medicamento<br />

está informatizado, o que permitiu<br />

reduzir os custos entre 15 e 28<br />

por cento em to<strong>dos</strong> os serviços,<br />

como salientou Odete Isabel, directora<br />

<strong>dos</strong> Serviços Farmacêuticos.<br />

Da<strong>dos</strong>, aliás, corrobora<strong>dos</strong><br />

por Nascimento Costa, presidente<br />

do Conselho de Administração<br />

do Hospital, e pela directora clínica,<br />

Helena Sá, que referiram que<br />

o novo sistema permitiu aos HUC<br />

manter o aumento da despesa com<br />

medicamentos abaixo <strong>dos</strong> 10 por<br />

cento, de 2003 para 2004, muito<br />

embora se tenha verificado um<br />

aumento na actividade assistencial.<br />

A última paragem do circuito deu-<br />

-se na Farmácia Luciano & Matos,<br />

como exemplo do que de melhor se<br />

faz na área da farmácia comunitária.<br />

Instalada na Baixa de Coimbra<br />

desde 1929, a Farmácia Luciano<br />

& Matos dispõe de uma equipa<br />

de 12 farmacêuticos que, diariamente,<br />

dão o seu melhor na prestação<br />

de serviços farmacêuticos à<br />

comunidade, pois, como sublinha<br />

a sua directora-técnica, Maria Helena<br />

Amado, “a farmácia tem uma<br />

responsabilidade social” que não<br />

pode descurar. Helena Amado sublinhou<br />

ainda a crescente responsabilização<br />

da farmácia e do farmacêutico,<br />

perante o Estado, na<br />

racionalização <strong>dos</strong> custos com o<br />

medicamento e, perante o doente,<br />

como conselheiro fundamental na<br />

promoção da saúde.<br />

Tendo implementado os Programas<br />

de Cuida<strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />

nas áreas do controlo da hipertensão,<br />

diabetes e asma, a Farmácia<br />

Luciano & Matos obteve a Certificação<br />

da Qualidade e, tudo isto,<br />

como sublinha Helena Amado, em<br />

prol do doente e da Saúde Pública.<br />

Com esta iniciativa, a Direcção da<br />

Secção Regional de Coimbra pretendeu<br />

divulgar o que, da investigação<br />

à dispensa, de melhor se faz<br />

na área do medicamento, e no final<br />

da visita Fernando Ramos, Presidente<br />

da Direcção Regional, concluiu<br />

que “a saúde, em Coimbra,<br />

não é uma janela de oportunidades,<br />

mas sim uma janela de certezas”.<br />

65<br />

Odete Isabel, Nascimento Costa e Helena Sá<br />

Maria Helena Amado e Fernando Ramos


Regional<br />

Acção de formação em Coimbra<br />

Acompanhamento Farmacoterapêutico:<br />

a marca da excelência no exercício profissional farmacêutico<br />

No âmbito do plano de formação<br />

contínua da Secção Regional de<br />

Coimbra, decorreu, no dia 5 de<br />

Maio, a acção de formação sobre<br />

“Responsabilidade do Farmacêutico<br />

perante os resulta<strong>dos</strong> da Farmacoterapia:<br />

o Acompanhamento Farmacoterapêutico”.<br />

Para abordar<br />

o tema, foi convidado Fernando<br />

Fernández-Llimós, farmacêutico<br />

doutorado, membro do Grupo de Investigação<br />

em Cuida<strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />

da Universidade de Granada,<br />

responsável pelo Programa Dáder<br />

de Acompanhamento Farmacoterapêutico<br />

e director da revista<br />

Seguimiento Farmacoterapêutico.<br />

A breve nota curricular de Fernando<br />

Llimós deixa, desde logo, vislumbrar<br />

a importante experiência na<br />

área do acompanhamento farmacoterapêutico<br />

de doentes, o que<br />

aliás ficou bem patente ao longo<br />

da sua exposição, na qual abordou<br />

os resulta<strong>dos</strong>, positivos e negativos,<br />

da farmacoterapia, o acompanhamento<br />

farmacoterapêutico e<br />

os resulta<strong>dos</strong> do Programa Dáder<br />

de Acompanhamento Farmacoterapêutico<br />

em Espanha.<br />

A acção de formação, que, em virtude<br />

do elevado número de participantes,<br />

teve lugar no auditório da<br />

Farbeira, contou com uma plateia<br />

de farmacêuticos interessa<strong>dos</strong>,<br />

participativos e motiva<strong>dos</strong>, para<br />

o que muito contribuiu não só a<br />

experiência e o saber de Fernando<br />

Llimós nesta matéria, mas também<br />

a sua clareza expositiva, pautada<br />

por algum humor, o que ajudou<br />

decisivamente para o envolvimento<br />

da assistência. Fernando Llimós<br />

sublinhou que o acompanhamento<br />

farmacoterapêutico representa,<br />

hoje em dia, a grande mais-valia<br />

no desempenho profissional do farmacêutico,<br />

essencialmente na farmácia<br />

comunitária, mas também<br />

na farmácia hospitalar, área na<br />

qual se conhecem alguns exemplos<br />

muito bem sucedi<strong>dos</strong> em Espanha<br />

de implementação do Programa<br />

Dáder. Os resulta<strong>dos</strong> demonstram<br />

uma clara melhoria da qualidade de<br />

vida <strong>dos</strong> doentes acompanha<strong>dos</strong>,<br />

particularmente em situações de<br />

patologias crónicas.<br />

O objectivo desta acção foi justamente<br />

transmitir aos participantes<br />

a visão e os resulta<strong>dos</strong> do trabalho<br />

desenvolvido nesta área no país<br />

vizinho, numa partilha de conhecimentos<br />

e experiências fundamental<br />

para a evolução profissional <strong>dos</strong><br />

farmacêuticos.<br />

I Fórum Pedagógico de Química Orgânica da FFUC<br />

Atribuição do Prémio <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />

65<br />

No âmbito da realização do “I Fórum<br />

Pedagógico de Química Orgânica”<br />

da Faculdade de Farmácia da<br />

Universidade de Coimbra (FFUC),<br />

que teve lugar no passado dia 26<br />

de Abril, foi atribuído o Prémio <strong>Ordem</strong><br />

<strong>dos</strong> Farmacêuticos a Carla<br />

Lopes Varela, estudante da licenciatura<br />

em Ciências Farmacêuticas,<br />

melhor classificada na área curricular<br />

de Química Orgânica.<br />

O objectivo deste Fórum foi apresentar<br />

e discutir publicamente o<br />

trabalho de pesquisa realizado pelo<br />

Grupo de Estudantes de Química<br />

Orgânica de Farmácia: Acção/<br />

Reacção (EQOFAR), com especial<br />

realce para o “Programa <strong>dos</strong> 3 Es:<br />

Ecodinâmico, Ecoreactivo e Ecolúdico”.<br />

O Grupo EQOFAR foi fundado<br />

no âmbito da unidade curricular de<br />

Química Orgânica II da licenciatura<br />

em Ciências Farmacêuticas da<br />

FFUC, com o objectivo de dinamizar<br />

o ensino e a aprendizagem,<br />

bem como a interacção <strong>dos</strong> alunos<br />

desta área científica com a<br />

comunidade, privilegiando as interfaces<br />

Química/Ambiente/Saúde.<br />

O Prémio <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos foi atribuído a Carla Lopes Varela<br />

O Grupo tem vindo a realizar, em<br />

parceria com os docentes de Química<br />

Orgânica, um trabalho de<br />

pesquisa para avaliar e caracterizar<br />

hábitos e atitudes face à<br />

separação selectiva de Resíduos<br />

Sóli<strong>dos</strong> Urbanos (RSU´s), tendo<br />

como objectivo imediato e primordial<br />

a formação e apetrechamento<br />

de equipas que possam interagir<br />

com as autarquias, directamente<br />

ou por solicitação das farmácias comunitárias<br />

ou de outras entidades<br />

profissionais, levando à implementação<br />

deste “Programa <strong>dos</strong> 3Es”<br />

que propõem como acção/reacção<br />

à “Política <strong>dos</strong> 3Rs: Redução, Reutilização<br />

e Reciclagem”, no sentido<br />

de promover a consciência cívica<br />

e ambiental <strong>dos</strong> cidadãos.<br />

Foi, pois, estimulada pelo interesse<br />

deste projecto, que a Secção Regional<br />

de Coimbra apoiou a organização<br />

deste primeiro Fórum, patrocinando<br />

a atribuição do Prémio<br />

<strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos.


em Movimento<br />

em Movimento<br />

REUNIÕES<br />

DATA /LOCAL<br />

PRINCIPAIS ASSUNTOS<br />

ABORDADOS<br />

Direcção Nacional 18 de Maio, LISBOA<br />

8 de Junho, LISBOA<br />

21 de Junho, LISBOA<br />

AUDIÊNCIAS COM SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE,<br />

COMISSÃO PARLAMENTAR DE SAÚDE, PARTIDOS POLÍTICOS E<br />

GRUPOS PARLAMENTARES;<br />

EMISSÃO DE PARECERES SOBRE NOVAS MEDIDAS POLÍTICAS<br />

DA SAÚDE;<br />

PROJECTO DA NOVA SEDE<br />

Direcção Regional de Coimbra 3 de Maio, COIMBRA<br />

6 de Junho, COIMBRA<br />

PLANO DE FORMAÇÃO CONTÍNUA DA SECÇÃO REGIONAL;<br />

PREPARAÇÃO DA INICIATIVA “O CICLO DO MEDICAMENTO:<br />

DA INVESTIGAÇÃO À DISPENSA”;<br />

ADMISSÃO DE NOVOS MEMBROS E OUTROS PROCESSOS<br />

ADMINISTRATIVOS<br />

Direcção Regional de Lisboa 3 de Maio, LISBOA<br />

17 de Maio, LISBOA<br />

31 de Maio, LISBOA<br />

21 de Junho, LISBOA<br />

DIA DO FARMACÊUTICO 2005;<br />

SIMPÓSIO FARMACÊUTICO 2005;<br />

ADMISSÃO DE NOVOS MEMBROS E OUTROS PROCESSOS<br />

ADMINISTRATIVOS;<br />

Conselho do Colégio de Análises<br />

Clínicas<br />

16 de Maio, LISBOA<br />

16 de Junho, LISBOA<br />

9. AS JORNADAS CIENTÍFICAS DE ANÁLISES CLÍNICAS;<br />

ATRIBUIÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALIDADE EM 2005;<br />

PARECERES VÁRIOS<br />

Conselho do Colégio de Farmácia<br />

Hospitalar<br />

11 de Maio, LISBOA<br />

24 de Maio, LISBOA<br />

21 de Junho, LISBOA<br />

ATRIBUIÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALIDADE EM 2005;<br />

CADERNOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA;<br />

II JORNADAS DE FARMÁCIA HOSPITALAR<br />

Conselho do Colégio de Indústria<br />

Farmacêutica<br />

24 de Maio, LISBOA CADERNOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA<br />

Conselho do Colégio de Registos<br />

e Regulamentação Farmacêutica<br />

13 de Maio, LISBOA ATRIBUIÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALIDADE EM 2005;<br />

CADERNOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA;<br />

ORGANIZAÇÃO DE SEMINÁRIOS<br />

Grupo Profissional de Farmácia<br />

de Oficina<br />

30 de Maio, LISBOA<br />

27 de Junho, LISBOA<br />

PROTOCOLOS DE INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA;<br />

CADERNOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA<br />

Grupo Profissional de<br />

Distribuição Farmacêutica<br />

15 de Junho, PORTO ANÁLISE DA PROPOSTA GOVERNAMENTAL DE ALTERAÇÃO DE<br />

PREÇOS E MARGENS DO MEDICAMENTO;<br />

CADERNOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA<br />

Grupo Profissional de Ensino<br />

e Investigação Farmacêutica<br />

18 de Maio, LISBOA CADERNOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA;<br />

PREPARAÇÃO DO SIMPÓSIO-SATÉLITE “O FARMACÊUTICO<br />

NA INVESTIGAÇÃO”<br />

Conselho para a Qualificação e a<br />

Admissão<br />

24 de Maio, LISBOA<br />

15 de Junho, COIMBRA<br />

PROCESSOS DE CREDITAÇÃO DE ACÇÕES DE FORMAÇÃO<br />

CONTÍNUA;<br />

MONITORIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE ACREDITAÇÃO DE<br />

LICENCIATURAS;<br />

PROVAS DE ADMISSÃO À OF<br />

Conselho para a Cooperação 2 de Junho, LISBOA VISITA DE DELEGAÇÃO A ANGOLA E S. TOMÉ E PRÍNCIPE;<br />

PROJECTOS DE COOPERAÇÃO COM MOÇAMBIQUE (HCM E<br />

ISCTEM);<br />

VIII CONGRESSO MUNDIAL DE FARMACÊUTICOS DE LÍNGUA<br />

PORTUGUESA – ANGOLA;<br />

65<br />

Grupo Redactorial da ROF 22 de Junho, LISBOA PLANEAMENTO DA EDIÇÃO N.º 65


Inter<br />

Assembleia Geral do Grupo Farmacêutico da União Europeia<br />

Farmacêuticos debatem<br />

políticas europeias de eHealth<br />

Reuni<strong>dos</strong> em Assembleia Geral do Grupo Farmacêutico da União Europeia que<br />

decorreu em Atenas, entre 13 e 14 de Junho, os farmacêuticos de oficina europeus<br />

debateram os principais desenvolvimentos nas políticas do medicamento e de<br />

saúde pública da Comissão Europeia ocorri<strong>dos</strong> no primeiro semestre de 2005.<br />

Associado à Assembleia Geral, teve lugar a realização de um simpósio dedicado<br />

ao tema “Pharmacists contribution for eHealth”<br />

65<br />

o decorrer do encontro anual<br />

do Grupo Farmacêutico<br />

da União Europeia (PGEU),<br />

foram apresenta<strong>dos</strong> os principais<br />

progressos no que concerne à recém<br />

aprovada Directiva sobre o<br />

Reconhecimento de Qualificações<br />

Profissionais e à proposta de Directiva<br />

de Serviços do Mercado<br />

Interno, bem como analisada a estratégia<br />

da Comissão Europeia no<br />

âmbito da indústria farmacêutica,<br />

sustentada no trabalho desenvolvido<br />

pelo G10, e também a temática<br />

da segurança do doente, um <strong>dos</strong><br />

temas escolhi<strong>dos</strong> pela presidência<br />

inglesa da União Europeia.<br />

A delegação portuguesa à Assembleia<br />

foi composta por José Mingocho<br />

Pinto Correia e Ivana Silva,<br />

pela <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos,<br />

e por Luís Matias, que assume<br />

actualmente funções de membro<br />

do Comité Executivo do PGEU, Ema<br />

Paulino, Miguel Lança e Nuno Esteves,<br />

pela Associação Nacional<br />

das Farmácias.<br />

Para além da presença <strong>dos</strong> representantes<br />

das várias associações<br />

profissionais que integram<br />

o PGEU, a reunião contou ainda<br />

com a participação do chefe<br />

de gabinete do Comissário Europeu<br />

da Direcção-Geral de Saúde<br />

e Protecção do Consumidor (DG<br />

SANCO), Margaritas Schinas, que<br />

baseou a sua exposição em torno<br />

do conceito de Saúde Pública, que,<br />

no entender da DG SANCO, deve<br />

ser entendido como um direito,<br />

uma necessidade básica e um<br />

elemento chave do cidadão europeu.<br />

Neste âmbito, o responsável<br />

europeu, referindo-se aos 62 milhões<br />

de europeus com mais de<br />

65 anos, considerou ser necessário<br />

promover um envelhecimento<br />

saudável e activo que permita<br />

manter a produtividade da população<br />

europeia.<br />

Margaritas Schinas referiu ainda<br />

que a DG SANCO enfrenta actualmente<br />

diversas dificuldades legais<br />

face às políticas de competitividade<br />

preconizadas pela Comissão<br />

Europeia, sendo difícil a aplicação<br />

de políticas de saúde, numa óptica<br />

de Saúde Pública, associada às<br />

políticas económicas. O chefe de<br />

gabinete referiu ainda que, a nível<br />

da política do medicamento e na<br />

sequência do trabalho iniciado pelo<br />

grupo de alto nível G10, os cinco<br />

temas que a Comissão pretende<br />

promover são: inovação e desenvolvimento,<br />

farmacovigilância, pricing,<br />

informação e transparência.<br />

Neste sentido, Margaritas Schinas<br />

encorajou os farmacêuticos<br />

a terem um papel muito mais pró-<br />

-activo na área da Saúde Pública,<br />

devendo esta ser incluída no seu<br />

perfil de competências.<br />

Directiva sobre o<br />

Reconhecimento de<br />

Qualificações Profissionais<br />

O texto final do novo diploma comunitário<br />

foi finalmente aprovado<br />

pelo Conselho Europeu no dia 6<br />

de Junho. Fica assim terminado<br />

o processo legislativo iniciado em<br />

Março de 2002, permitindo a consolidação<br />

das 15 directivas existentes<br />

sobre reconhecimento de<br />

qualificações profissionais.


Este diploma único tem como principal<br />

objectivo contribuir para a flexibilização<br />

da circulação de profissionais<br />

no espaço europeu. Uma<br />

das questões mais polémicas do<br />

processo legislativo desta directiva<br />

foi a proposta inicial de 16 semanas<br />

para prestação temporária<br />

de serviços, que passou a ter uma<br />

redacção que permite uma análise<br />

caso a caso a efectuar pelo Estado-Membro.<br />

Apesar de retirada numa fase inicial,<br />

conseguiu-se manter a provisão<br />

relativa à necessidade de<br />

exercício de pelo menos três anos<br />

no país de estabelecimento para<br />

abertura de farmácia, sendo uma<br />

questão importante para países<br />

como a Alemanha e a Irlanda. A declaração<br />

e registo pró-forma para<br />

profissionais em prestação de serviços<br />

são opcionais, pelo que será<br />

importante que os Esta<strong>dos</strong>-Membros<br />

tenham esta questão presente<br />

no processo de implementação<br />

da nova directiva.<br />

A nova directiva introduziu a formação<br />

contínua como um objectivo a<br />

atingir pelos Esta<strong>dos</strong>-Membros. Relativamente<br />

às especializações, foi<br />

aprovado um considerando que prevê<br />

a possibilidade de consenso entre<br />

os Esta<strong>dos</strong>-Membros na formação<br />

mínima conducente à atribuição<br />

de uma especialidade que poderá<br />

ser posteriormente introduzida na<br />

directiva. Para esta e outras matérias<br />

relacionadas com a formação<br />

poderá ser estabelecida uma plataforma<br />

de entendimento ou grupos<br />

de especialistas, sendo importante<br />

que, a nível nacional, os Esta<strong>dos</strong>-<br />

-Membros atentem na constituição<br />

destes grupos/ plataformas.<br />

No texto final da directiva está<br />

igualmente prevista a verificação<br />

das capacidades linguísticas <strong>dos</strong><br />

profissionais migrantes; contudo,<br />

esta verificação não poderá ser<br />

efectuada através de um exame/<br />

teste sistemático, mas sim através<br />

de uma análise caso a caso.<br />

O texto final inclui também uma<br />

recomendação para a introdução<br />

de um cartão europeu de reconhecimento<br />

de qualificações profissionais.<br />

A directiva deverá ser<br />

publicada do Jornal Oficial das Comunidades<br />

entre Junho/Julho.<br />

Após publicação, os Esta<strong>dos</strong>-Membros<br />

têm dois anos para efectuar<br />

a sua transposição para a legislação<br />

nacional.<br />

O grupo de trabalho do PGEU sobre<br />

Ensino e Formação irá entretanto<br />

continuar a acompanhar<br />

esta área, nomeadamente no que<br />

concerne aos grupos de peritos,<br />

cartão europeu e declaração de<br />

bom desempenho profissional, de<br />

modo a normalizar processos a nível<br />

europeu.<br />

Directiva de Serviços<br />

do Mercado Interno<br />

Relativamente a esta proposta de<br />

directiva, os participantes foram informa<strong>dos</strong><br />

de que o comissário da<br />

DG Mercado Interno tem-se mostrado<br />

favorável à exclusão da Saúde do<br />

texto da directiva. Ainda não existe<br />

nenhuma acção subsequente ao relatório<br />

apresentado a 23 de Maio<br />

pela relatora do Parlamento Europeu<br />

responsável por este <strong>dos</strong>siê.<br />

No entanto, este relatório propõe<br />

uma reformulação extensa do texto<br />

inicial, o que é pouco provável de ser<br />

bem recebido a nível do Conselho.<br />

O Conselho de Competitividade realizado<br />

a 6 e 7 de Junho também<br />

apoia a exclusão da Saúde desta<br />

directiva. Contudo, ainda não existe<br />

uma referência clara se a Farmácia<br />

se inclui nos serviços de saúde.<br />

Em Setembro de 2005 será<br />

votada a posição no IMCO quanto<br />

à exclusão ou não da Saúde.<br />

A DG Mercado Interno pretende<br />

realizar um estudo sobre regras<br />

de estabelecimento de farmácias,<br />

prevendo-se a abertura de concurso<br />

para a realização deste estudo<br />

no final deste ano. No que respeita<br />

a este <strong>dos</strong>siê, o PGEU continuará a<br />

desenvolver trabalho a nível de um<br />

código europeu de conduta (área<br />

da Qualidade) e de compilação de<br />

informação justificativa das condições<br />

demográficas, geográficas e<br />

outras que condicionam a abertura<br />

e funcionamento de farmácias<br />

na Europa. Não se espera, ou não<br />

existe indicação por enquanto, que<br />

esta proposta de directiva venha a<br />

ser retirada na sequência <strong>dos</strong> votos<br />

negativos à Constituição Europeia<br />

da França e da Holanda.<br />

Novo contrato de Saúde<br />

no Reino Unido<br />

A delegação inglesa fez uma apresentação<br />

sobre o novo contrato de<br />

saúde na Inglaterra e País de Gales,<br />

assinado em Outubro de 2004<br />

(conforme noticiámos na ROF n.º<br />

62) e em vigor desde 1 de Abril<br />

de 2005. Até Outubro deste ano<br />

deverá estar totalmente implementado,<br />

prevendo-se que até Abril de<br />

2006 sejam assina<strong>dos</strong> os contratos<br />

de saúde na Irlanda do Norte<br />

e na Escócia.<br />

O novo contrato (Inglaterra e País<br />

de Gales) estrutura-se em três níveis<br />

de serviço: “essential services”,<br />

“advanced services” e “enhanced<br />

services”. O primeiro inclui<br />

dispensa de medicamentos, receitas<br />

de repetição, apoio na automedicação<br />

e autocuidado, clinical<br />

governance (que compreende actividades<br />

como questionários de<br />

satisfação aos doentes, procedimentos<br />

de reclamação, auditorias<br />

clínicas, análise de incidentes<br />

críticos e não apenas mortes,<br />

65


Inter<br />

65<br />

evidência de CPD, manutenção de<br />

registos de doentes, incluindo as<br />

intervenções clínicas).<br />

Para poder prestar os serviços<br />

incluí<strong>dos</strong> no segundo nível, os farmacêuticos<br />

têm de ser certifica<strong>dos</strong><br />

através de um curso e avaliação<br />

de competências aprovado a<br />

nível nacional. Adicionalmente, as<br />

farmácias têm de ter espaços próprios<br />

para um atendimento privado<br />

e estar acreditadas para o efeito.<br />

Estes serviços incluem a revisão<br />

da terapêutica, com identificação<br />

de problemas relaciona<strong>dos</strong> com<br />

medicamentos, informação sobre<br />

utilização de medicamentos<br />

e racionalização do uso de medicamentos.<br />

O terceiro nível inclui serviços como<br />

gestão de doenças crónicas, programas<br />

de cessação tabágica,<br />

cuida<strong>dos</strong> domiciliários, troca de<br />

seringas, contracepção de emergência,<br />

entre outros.<br />

eHealth – contribuição <strong>dos</strong><br />

farmacêuticos europeus<br />

O segundo dia da reunião anual<br />

foi dedicado à partilha de experiências<br />

na área da aplicação das<br />

novas tecnologias de informação e<br />

comunicação, ao serviço de uma<br />

melhor intervenção farmacêutica<br />

junto <strong>dos</strong> cidadãos europeus.<br />

No âmbito do Plano de Acção Europeu<br />

de eHealth, intitulado “Saúde<br />

em linha – melhorar os cuida<strong>dos</strong><br />

de saúde para os cidadãos europeus:<br />

Plano de acção para um espaço<br />

europeu da saúde em linha”,<br />

a responsável científica pela Direcção-Geral<br />

da Sociedade de Informação<br />

e Media da Comissão Europeia,<br />

Diane Whitehouse, salientou<br />

que as ferramentas ou soluções<br />

da saúde em linha compreendem<br />

produtos, sistemas e serviços que<br />

ultrapassam as simples aplicações<br />

baseadas na Internet, pois incluem<br />

funcionalidades, quer para as autoridades,<br />

quer para os profissionais<br />

da área da saúde, bem como sistemas<br />

de saúde personaliza<strong>dos</strong> para<br />

os doentes e os cidadãos.<br />

Constituem exemplos as redes de<br />

informações sobre saúde, os registos<br />

de saúde electrónicos, os<br />

serviços de telemedicina, os sistemas<br />

de comunicação pessoais de<br />

colocação junto ao corpo e portáteis,<br />

os portais de saúde e muitas<br />

outras ferramentas baseadas nas<br />

tecnologias da informação e das<br />

comunicações que apoiam a prevenção,<br />

o diagnóstico, o tratamento,<br />

a monitorização da saúde e a<br />

gestão do estilo de vida.<br />

Diane Whitehouse sublinhou ainda<br />

que, quando combinada com alterações<br />

organizacionais e o desenvolvimento<br />

de novas competências,<br />

a saúde em linha pode contribuir<br />

para a prestação de melhores cuida<strong>dos</strong><br />

com menos custos, no âmbito<br />

de sistemas de prestação de<br />

cuida<strong>dos</strong> de saúde centra<strong>dos</strong> no<br />

cidadão, respondendo, por conseguinte,<br />

aos principais desafios que<br />

se colocam ao sector da saúde,<br />

que emprega 9% da força de trabalho<br />

europeia.<br />

A responsável europeia defendeu<br />

ainda que a saúde em linha é a ferramenta<br />

de hoje para se obterem<br />

ganhos substanciais de produtividade,<br />

constituindo o instrumento<br />

do futuro para os sistemas de saúde<br />

reestrutura<strong>dos</strong> e centra<strong>dos</strong> no<br />

cidadão, que respeitem, simultaneamente,<br />

a diversidade das tradições<br />

da Europa em matéria de<br />

cuida<strong>dos</strong> de saúde multiculturais<br />

e multilingues.<br />

Pelo menos quatro em cada cinco<br />

médicos europeus dispõem de ligação<br />

à Internet e um quarto <strong>dos</strong><br />

europeus utiliza a Internet para<br />

obter informações sobre saúde.<br />

Os programas de investigação da<br />

União Europeia têm apoiado, nos<br />

últimos quinze anos, a saúde em<br />

linha. O co-financiamento atribuído<br />

desde o início da década de 90 ascendeu<br />

a 500 milhões de euros,<br />

com um orçamento total de cerca<br />

do dobro desse montante. Muitos<br />

<strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> da investigação foram<br />

já testa<strong>dos</strong> e postos em prática.<br />

Essas medidas colocaram a<br />

Europa numa posição de liderança<br />

a nível da utilização de registos de<br />

saúde electrónicos nos cuida<strong>dos</strong><br />

primários e da implantação de cartões<br />

de saúde (inteligentes).<br />

O PGEU aproveitou esta oportunidade<br />

para apresentar, na presença<br />

daquela responsável, vários projectos<br />

que os farmacêuticos europeus<br />

têm estado a implementar nesta<br />

área, a saber:<br />

Electronic Health cards: the German<br />

experience – Herman Keller,<br />

ABDA;<br />

Enhanced bar-coding and plans<br />

for electronic patient records to<br />

increase patient safety: the French<br />

experience – Isabelle Adenot,<br />

Head of Community Pharmacy Section,<br />

Ordre des Pharmaciens de<br />

France;<br />

Enhanced bar-coding for increased<br />

medicines traceability: the<br />

Greek experience – George Dimitrakopoulos,<br />

President Hellenic<br />

bar-coding organization;<br />

Practical implementation of<br />

e-prescription systems, benefits<br />

and challenges: the British experience<br />

– Lindsay McClure, Pharmaceutical<br />

Services Negotiating<br />

Committee;<br />

Practical implementation of<br />

e-prescription systems, benefits<br />

and challenges: the Portuguese<br />

experience – Miguel Lança, National<br />

Association of Pharmacies,<br />

Portugal – IT Manager;<br />

Using IT solutions to connect healthcare<br />

providers, patient profiles:<br />

Dutch experience – Hans Philipse,<br />

KNMP, Board Member;<br />

e-Learning and information; a<br />

key tool for pharmacists: the Spanish<br />

experience – Pedro Capilla,<br />

Consejo General de Colegios Oficiales<br />

Farmacéuticos de España,<br />

President.<br />

De destacar a participação portuguesa,<br />

na pessoa de Miguel Lança,<br />

director do Sector de Tecnologias<br />

de Informação da Associação Nacional<br />

das Farmácias, que apresentou<br />

o projecto-piloto de receita<br />

electrónica a decorrer em Portalegre.


Conferência “O Farmacêutico e a Segurança do Doente”<br />

Reunião Anual do EuroPharm Forum<br />

O EuroPharm Forum está a promover a realização da sua 14.ª Reunião Anual,<br />

que decorre este ano entre 6 e 8 de Outubro, na cidade de Riga, na Letónia<br />

ara além da habitual Assembleia<br />

Geral, reservada<br />

aos representantes das organizações<br />

membros do Fórum, o<br />

encontro irá englobar uma conferência<br />

dedicada ao tema “O Farmacêutico<br />

e a Segurança do Doente”,<br />

que terá lugar no dia 8 de<br />

Outubro.<br />

O tema da conferência enquadra-<br />

-se num movimento de crescente<br />

preocupação sobre esta matéria,<br />

sendo disso exemplo a aprovação<br />

pela Comissão Europeia, em<br />

Abril deste ano, da Declaração<br />

do Luxemburgo sobre Segurança<br />

do Doente, na qual se refere que<br />

os doentes têm o direito a esperar<br />

que to<strong>dos</strong> os esforços sejam<br />

efectua<strong>dos</strong> para garantir a sua<br />

segurança como utilizadores de<br />

serviços de saúde. Neste sentido,<br />

não será demais reforçar o papel<br />

que os farmacêuticos têm tido no<br />

estabelecimento de uma cultura<br />

de segurança ao longo de todo o<br />

circuito do medicamento, desde o<br />

desenvolvimento de novos fármacos<br />

até à sua dispensa, garantindo<br />

não só a qualidade <strong>dos</strong> medicamentos<br />

como a sua utilização<br />

segura e racional. A intervenção<br />

farmacêutica, ao nível da informação,<br />

farmacovigilância e cuida<strong>dos</strong><br />

farmacêuticos, tem vindo a ser<br />

documentada e representa prova<br />

dessa mesma contribuição para<br />

o desenvolvimento de uma cultura<br />

de segurança.<br />

Na continuada construção desta<br />

cultura, o EuroPharm Forum entendeu,<br />

assim, ser oportuno criar,<br />

através desta conferência, um espaço<br />

de debate para partilha de<br />

experiências e de boas práticas<br />

profissionais, bem como estimular<br />

a reflexão sobre práticas a desenvolver<br />

para o futuro.<br />

Associada à Reunião Anual, está<br />

também a ser preparada a realização<br />

de um seminário de formação<br />

sobre uma ferramenta de gestão<br />

de projectos, integralmente desenvolvida<br />

pelo Fórum, para apoio e<br />

suporte à implementação de programas<br />

de intervenção profissional<br />

nas farmácias, que decorrerá no<br />

dia 6 de Outubro.<br />

Desde já se informa que o prazo<br />

limite para inscrições termina a<br />

15 de Agosto de 2005, tendo<br />

as iniciativas sido propostas para<br />

creditação pela <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos,<br />

para efeitos de revalidação<br />

da carteira profissional. Mais<br />

informações sobre como participar<br />

nestes eventos podem ser obtidas<br />

no site do EuroPharm Forum (www.<br />

euro.who.int/europharm).<br />

65


Análises Clínicas<br />

9. as Jornadas Científicas de Análises Clínicas<br />

30 de Setembro, 1 e 2 de Outubro de 2005 – Vilamoura<br />

Conselho do Colégio da Especialidade<br />

em Análises Clínicas<br />

vai organizar, nos dias<br />

30 de Setembro, 1 e 2 de Outubro<br />

de 2005, as 9. as Jornadas Científicas<br />

de Análises Clínicas, no Marinotel,<br />

em Vilamoura.<br />

À semelhança de realizações anteriores,<br />

este evento científico contará<br />

com a presença de farmacêuticos<br />

analistas clínicos e de médicos<br />

patologistas clínicos, em iniciativa<br />

que se prevê bastante participada.<br />

Nestas 9. as Jornadas, o programa<br />

científico abarcará várias áreas do<br />

saber, desde a imunologia à microbiologia,<br />

bioquímica, hematologia e<br />

às metodologias laboratoriais.<br />

Este leque muito diferenciado de<br />

temas possibilitará, assim, a aprendizagem<br />

e/ou a actualização <strong>dos</strong><br />

conhecimentos <strong>dos</strong> farmacêuticos<br />

analistas clínicos nas suas distintas<br />

áreas de competência profissional,<br />

constituindo, seguramente,<br />

um instrumento importante no<br />

contínuo processo de aperfeiçoamento<br />

e de formação de to<strong>dos</strong> os<br />

que desenvolvem actividade nesta<br />

área da Saúde Pública, face à evolução<br />

científica e tecnológica que<br />

incessantemente se observa.<br />

Sob o ponto de vista estrutural,<br />

estas Jornadas serão constituídas<br />

por Conferências e Mesas Redondas,<br />

cujas temáticas referenciamos<br />

no programa provisório (em<br />

baixo), que serão complementadas<br />

com a realização, em paralelo, de<br />

dois cursos cuja temática central<br />

é a Qualidade no Laboratório. Nestes<br />

cursos, de cariz eminentemente<br />

prático e restritivos quanto ao<br />

número de participantes, serão<br />

debatidas as problemáticas da<br />

Gestão da Qualidade no Laboratório<br />

e a Avaliação do Controlo de<br />

Qualidade Interno Laboratorial.<br />

65<br />

9.00h<br />

12.00h<br />

13.00h<br />

14.30h<br />

15.30h<br />

16.30h<br />

30 Setembro 2005<br />

Cursos<br />

sexta-feira<br />

A - Qualidade no Laboratório<br />

de Análises Clínicas: Casos<br />

Práticos<br />

Departamento de Qualidade da<br />

<strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />

B - Controlo de Qualidade Interno<br />

na Fase Analítica: Casos Práticos<br />

Jorge Morancho<br />

Enrique Fernández<br />

Associação Espanhola de<br />

Farmacêuticos Analistas (AEFA)<br />

Pré-Jornadas<br />

Conferência: Baco revisitado<br />

Prof. Doutor José de Oliveira<br />

Fernandes<br />

Faculdade de Farmácia da<br />

Universidade do Porto<br />

Almoço<br />

Sessão de Abertura<br />

Conferência: Uma História<br />

sobre o Algarve<br />

Mestre Helena Reis Figueiredo<br />

Universidade do Algarve<br />

Conferência: Sistema HLA.<br />

Clínica e Laboratório<br />

Prof.ª Doutora Manuela Catarino<br />

Faculdade de Farmácia da<br />

Universidade de Lisboa<br />

Café e Posters<br />

17.00 h<br />

18.00h<br />

9.00h<br />

12.00h<br />

13.00h<br />

14.30h<br />

15.30h<br />

Conferência: Aplicações<br />

actuais da Citometria de Fluxo<br />

em Análises Clínicas<br />

Prof. Alberto Orfão<br />

Faculdade de Medicina da<br />

Universidade de Salamanca,<br />

Espanha<br />

Conferência: Monitorização<br />

laboratorial de fármacos.<br />

Farmacocinética.<br />

Prof. Amílcar Falcão<br />

Faculdade de Farmácia da<br />

Universidade de Coimbra<br />

01 Outubro 2005<br />

Cursos<br />

Workshop (a designar)<br />

sábado<br />

Mesa Redonda: O Laboratório<br />

Clínico na Europa<br />

Sociedade Portuguesa de<br />

Química Clínica<br />

Prof. Mike Halloworth<br />

Presidente do EC4<br />

Almoço<br />

Conferência: Diagnóstico<br />

Laboratorial das Doenças<br />

Auto-imunes<br />

Dra. Margarida Franco<br />

Hospital Fernando da Fonseca<br />

Conferência: Síndrome<br />

Metabólico<br />

Dr. Bernardino Pinho<br />

16.30h<br />

17.00h<br />

18.00h<br />

20.00h<br />

10.30h<br />

11.30h<br />

12.30h<br />

Café e Posters<br />

Conferência: Doenças<br />

Inflamatórias Intestinais<br />

Dr. Paulo Caldeira<br />

Hospital Distrital de Faro<br />

Conferência: Higiene, segurança<br />

e saúde no laboratório<br />

Dra. Luísa Espinhaço<br />

Hospital de Vila da Feira<br />

Jantar de Encerramento<br />

(Restaurante Millennium)<br />

02 Outubro 2005<br />

domingo<br />

9.30h Mesa Redonda: Homeostase.<br />

Análise de Casos Práticos<br />

Portugal Bioforma<br />

Conferência: Infecções<br />

Nosocomiais<br />

Dr. Miguel Cortez<br />

Hospital Pedro Hispano,<br />

Matosinhos<br />

Conferência: Gamapatias.<br />

Interpretação clínica e<br />

laboratorial<br />

Dra. Anita Vergne<br />

SERBIA<br />

Sessão de Encerramento


Apresentação de Comunicações em Painel (“Posters”)<br />

1. As Comunicações em Painel a<br />

apresentar nestas Jornadas Científi<br />

cas deverão estruturalmente<br />

seguir os seguintes itens: resumo,<br />

introdução, metodologia, resulta<strong>dos</strong>,<br />

discussão e bibliografia;<br />

2. Para efeitos de publicação em<br />

Livro/CD das Jornadas, os trabalhos<br />

devem ser igualmente apresenta<strong>dos</strong><br />

em disquete ou CD,<br />

acompanha<strong>dos</strong> pela devida autorização,<br />

por escrito;<br />

3. Data limite para entrega <strong>dos</strong><br />

resumos (modelo em anexo) para<br />

aceitação – 16/09/2005;<br />

4. Data Limite para comunicação<br />

da aceitação para apresentação<br />

– 26/09/2005;<br />

5. A apresentação das comunicações<br />

em painel deve ser efectuada<br />

segundo as dimensões do papel<br />

A 0 (A zero);<br />

6. Será premiada a melhor Comunicação<br />

em Painel apresentada.<br />

9. as Jornadas Científicas de Análises Clínicas<br />

Resumo do Poster Científico (preencher com letra de imprensa)<br />

PRAZO DE RECEPÇÃO – 16 de SETEMBRO<br />

Nome (Autor)<br />

Grau Académico<br />

Instituição<br />

Morada Telefone Fax<br />

Especialista em Análises Clínicas Sim Não Áreas de Resumo: Imunologia<br />

Toxicologia Hematologia Bioquímica Microbiologia Imuno-hematologia<br />

Endocrinologia Genética Humana Outra:<br />

Texto:<br />

65<br />

Este resumo só será publicado ou apresentado nas 9. as Jornadas Científicas de Análises Clínicas.<br />

NOTA: Para que o resumo do Poster seja considerado, é obrigatória a inscrição do autor nas Jornadas.


Farmácia de<br />

Oficina<br />

Com a participação de farmacêuticos portugueses<br />

Badajoz acolheu o 5.º Simpodáder<br />

O Colégio Oficial de Farmacêuticos de Badajoz promoveu mais uma edição do<br />

Simpodáder, na qual foi feito o balanço das acções realizadas pelos farmacêuticos<br />

na implementação <strong>dos</strong> programas de seguimento farmacoterapêutico<br />

65<br />

eve lugar, em Badajoz, nos<br />

dias 13 e 14 de Maio, a<br />

quinta edição do Simpodáder<br />

– “Simposium de Resulta<strong>dos</strong> del<br />

Programa Dáder de Seguimiento<br />

Farmacoterapéutico”, evento que<br />

contou com a participação de mais<br />

de 150 farmacêuticos e cuja organização<br />

esteve a cargo do Colégio<br />

Oficial de Farmacêuticos de<br />

Badajoz e do Grupo de Investigação<br />

de Atenção Farmacêutica da<br />

Universidade de Granada.<br />

O programa do evento contemplou<br />

a análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> clínicos<br />

obti<strong>dos</strong> com o programa de intervenção<br />

farmacêutica Dáder e o relato<br />

das experiências profissionais<br />

relacionadas com o seguimento<br />

farmacoterapêutico, bem como a<br />

sua projecção internacional.<br />

O evento contou com a presença<br />

de farmacêuticos portugueses, <strong>dos</strong><br />

quais se destaca a participação do<br />

Bastonário da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />

(OF), Aranda da Silva, na<br />

sessão de abertura do Simpósio e<br />

como orador da mesa-redonda que<br />

abordou a intervenção das instituições<br />

do sector, e da presidente do<br />

Grupo Profissional de Farmácia de<br />

Oficina (GPFO), Helena Martinho,<br />

que apresentou as acções desenvolvidas<br />

pelos farmacêuticos portugueses<br />

na implementação <strong>dos</strong><br />

cuida<strong>dos</strong> farmacêuticos no nosso<br />

país, que conduziram a um maior<br />

envolvimento do farmacêutico na<br />

gestão da saúde <strong>dos</strong> doentes, com<br />

notórios benefícios para estes.<br />

Na sua intervenção, Helena Martinho<br />

referiu-se ainda ao papel dinamizador<br />

da OF na promoção e<br />

desenvolvimento <strong>dos</strong> diversos programas.<br />

Destacando a formação<br />

contínua como pedra basilar desta<br />

evolução, a presidente do GPFO<br />

abordou igualmente o sistema de<br />

revalidação da carteira profissional,<br />

tendo referido que a participação<br />

<strong>dos</strong> farmacêuticos portugueses<br />

nos diferentes programas de cuida<strong>dos</strong><br />

farmacêuticos é creditada<br />

para esse efeito.<br />

Muitos outros farmacêuticos portugueses<br />

participaram nos trabalhos<br />

do evento, entre eles Henrique<br />

Santos, que moderou a mesa sobre<br />

“Como estamos coordenando<br />

e motivando o seguimento farmacoterapêutico?”,<br />

e Paula Iglésias,<br />

que apresentou o trabalho desenvolvido<br />

entre a Universidade Lusófona<br />

e a Universidade de Granada<br />

na implementação do programa<br />

Dáder e na formação <strong>dos</strong> farmacêuticos<br />

na área do seguimento<br />

farmacoterapêutico.<br />

Por último, uma referência à apresentação<br />

de Mara Guerreiro sobre<br />

avaliação de indicadores de morbilidade<br />

evitável relacionada com<br />

medicamentos em farmácia comunitária,<br />

conceito que compreende<br />

não só as reacções adversas aos<br />

medicamentos, mas também os<br />

resulta<strong>dos</strong> clínicos da falta de terapêutica<br />

e da falta de efectividade<br />

da terapêutica medicamentosa<br />

instituída.<br />

Mara Guerreiro referiu ainda que<br />

a evidência proveniente de vários<br />

países indica que a morbilidade relacionada<br />

com medicamentos em<br />

cuida<strong>dos</strong> primários é responsável<br />

por um avultado sofrimento humano<br />

e desperdício económico.<br />

Para mais informações sobre a<br />

realização desta iniciativa, visite o<br />

site do Grupo de Investigação de<br />

Atenção Farmacêutica da Universidade<br />

de Granada, disponível em<br />

www.giaf-ugr.org.


Farmácia Hospitalar<br />

Avaliação do Internamento Hospitalar<br />

por Iatrogenia Medicamentosa através<br />

<strong>dos</strong> Serviços Farmacêuticos Hospitalares<br />

65<br />

utilização pelo homem de<br />

substâncias de origem vegetal<br />

ou animal, com fins<br />

terapêuticos, é bastante antiga.<br />

Com o desenvolvimento de algumas<br />

ciências, como a Química<br />

e a Fisiologia, durante o século<br />

XVIII, foi possível identificar e isolar<br />

substâncias com acção terapêutica.<br />

Até esta altura, usavam-se<br />

como medicamentos extractos de<br />

plantas, teci<strong>dos</strong> animais e substâncias<br />

minerais de composição<br />

indefinida.<br />

No final <strong>dos</strong> anos 30, o número<br />

de medicamentos com indicações<br />

terapêuticas úteis e composição<br />

química definida não ultrapassava<br />

os 10% <strong>dos</strong> medicamentos disponíveis<br />

no arsenal terapêutico da<br />

época. Nas últimas décadas tem-se<br />

assistido ao aumento exponencial<br />

do número de fármacos disponíveis<br />

com fins terapêuticos. A este aumento<br />

podem associar-se inúmeros<br />

benefícios, mas igualmente a<br />

ocorrência de efeitos adversos. Os<br />

medicamentos raramente apresentam<br />

apenas uma única acção<br />

no organismo e, associada à sua<br />

acção terapêutica, podem surgir<br />

também efeitos indesejáveis, denomina<strong>dos</strong><br />

habitualmente por reacções<br />

adversas (RAM’s).<br />

A introdução na prática clínica de<br />

medicamentos com maior eficácia<br />

e toxicidade tornou o problema da<br />

iatrogenia medicamentosa mais<br />

premente, podendo ser vista como<br />

uma consequência do progresso<br />

científico e tecnológico. No entanto,<br />

as reacções adversas a medicamentos<br />

são tão antigas como<br />

a própria Medicina e, apesar de<br />

existirem registos antigos de reacções<br />

adversas a medicamentos,<br />

só a partir do século XIX a iatrogenia<br />

medicamentosa começou a<br />

ter algum impacto na sociedade.<br />

A segurança absoluta é um objectivo<br />

praticamente inatingível, tal<br />

como refere Garrett: “... como<br />

em qualquer outro ramo de actividade,<br />

também na Medicina, onde<br />

se exige eficácia, tem que se estar<br />

preparado para aceitar algum risco”.<br />

A iatrogenia medicamentosa é<br />

sem dúvida aquela que apresenta<br />

maior impacto na sociedade; no<br />

entanto, a maioria <strong>dos</strong> efeitos indesejáveis<br />

<strong>dos</strong> medicamentos tem<br />

pouca importância a nível clínico,<br />

não merecendo por isso a designação<br />

de verdadeira doença.<br />

Trabalhos publica<strong>dos</strong> nos EUA,<br />

nos anos 60, referentes a vários<br />

estu<strong>dos</strong> de utilização de medicamentos<br />

em diversos hospitais, concluíram<br />

que 5,5% das exposições<br />

a medicamentos provocaram efeitos<br />

adversos, sendo 1,2% fatais.<br />

Calcula-se que cerca de 10% <strong>dos</strong><br />

doentes sofrem consequências<br />

negativas da terapêutica medicamentosa<br />

instituída.<br />

É importante que os consumidores<br />

de medicamentos adquiram<br />

a noção de que não há fármacos<br />

inteiramente inócuos, compreendendo<br />

a ambivalência de todas as<br />

terapêuticas e riscos inerentes ao<br />

tratamento instituído. To<strong>dos</strong> os<br />

participantes no ciclo do medicamento<br />

têm um papel preponderante<br />

na educação <strong>dos</strong> consumidores<br />

nesta área.<br />

O farmacêutico, dentro do seu âmbito<br />

de actuação, tem também um<br />

papel importante, como perito em<br />

medicamentos. As actividades do<br />

farmacêutico, e especificamente<br />

do farmacêutico hospitalar, no controle<br />

do medicamento compreende<br />

não só a responsabilidade de que<br />

o medicamento correcto chegue<br />

ao doente a quem foi prescrito no<br />

momento correcto como nas <strong>dos</strong>es<br />

e condições adequadas, devendo<br />

também contribuir para a detecção<br />

de qualquer reacção adversa.<br />

As reacções adversas associadas<br />

ao consumo de medicamentos podem<br />

ter consequências a vários níveis,<br />

nomeadamente: a hospitalização<br />

do indivíduo, o prolongamento<br />

do período de internamento, o aumento<br />

<strong>dos</strong> custos, a incapacidade<br />

permanente, a diminuição da qualidade<br />

de vida, que, em situações<br />

mais graves, podem ser fatais.<br />

A iatrogenia medicamentosa constitui<br />

um problema importante na<br />

área da medicina, surgindo por<br />

isso vários estu<strong>dos</strong> que pretendem<br />

avaliar a magnitude e o impacto do<br />

aparecimento de reacções adversas<br />

na prática clínica.<br />

Este trabalho, realizado no âmbito<br />

do I Mestrado em Farmácia Hospitalar,<br />

pretendeu contribuir para<br />

o conhecimento da realidade em<br />

Portugal relativamente à iatrogenia<br />

medicamentosa como causa<br />

de internamento hospitalar. Conhecer<br />

a frequência das reacções<br />

adversas medicamentosas como<br />

causa de hospitalização é importante<br />

não só devido ao impacto<br />

socioeconómico do problema, mas<br />

também porque é possível obter<br />

e alterar informações disponíveis<br />

sobre a segurança <strong>dos</strong> medicamentos.<br />

O estudo* para avaliação<br />

da frequência de internamento por<br />

iatrogenia medicamentosa, realizado<br />

no Hospital Garcia de Orta,<br />

consistiu num estudo observacional<br />

que decorreu durante um período<br />

de três meses. A metodologia<br />

adoptada foi a seguinte:<br />

1 – Identificação <strong>dos</strong> casos de internamento<br />

com uma patologia identificada<br />

como diagnóstico de alerta<br />

de RAM (hemorragia digestiva<br />

alta – HDA, pancreatite, colestase<br />

e insuficiência renal aguda – IRA),<br />

através das prescrições médicas<br />

de <strong>dos</strong>e unitária existentes nos<br />

Serviços Farmacêuticos;<br />

* Estudo realizado com vista à obtenção do grau de Mestre em Farmácia Hospitalar pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.<br />

Tese orientada pelo Prof. José Cabrita e pela Dra. Fátima Falcão.


2 – Análise do processo clínico<br />

para recolha de informação complementar<br />

(fármacos, posologia,<br />

duração de terapêutica, etc.), de<br />

acordo com um questionário previamente<br />

elaborado;<br />

3 – Confirmação da potencial associação<br />

entre os medicamentos e a<br />

ocorrência de uma patologia identificada<br />

como diagnóstico de alerta<br />

de RAM, tendo em consideração o<br />

descrito no Resumo das Características<br />

do Medicamento e na base<br />

de da<strong>dos</strong> MICROMEDEX ® ;<br />

4 – Avaliação da imputabilidade<br />

(definitiva, provável, possível, duvi<strong>dos</strong>a)<br />

da iatrogenia medicamentosa<br />

efectuada através do algoritmo<br />

Karch e Lasagna (adaptado);<br />

5 – Classificação da gravidade (letal,<br />

severo, moderado, menor) das<br />

RAM’s, de acordo com as definições<br />

mencionadas nas “Guidelines<br />

of adverse drug reactions monitoring<br />

and reporting”, 1989;<br />

6 – Toda a informação recolhida<br />

através do questionário foi codificada<br />

e introduzida numa base de<br />

da<strong>dos</strong> construída para o efeito<br />

em software Epi Info 2000, sendo<br />

posteriormente submetida a<br />

tratamento e análise estatística.<br />

Na população em estudo foram detecta<strong>dos</strong><br />

9 casos de internamento<br />

hospitalar associa<strong>dos</strong> ao consumo<br />

de medicamentos (1 caso de IRA<br />

e 8 casos de HDA). Destes 9 doentes,<br />

que apresentam uma idade<br />

média de 65,44 anos (DP±18,24<br />

anos), 44,4% eram do sexo feminino.<br />

O consumo médio de medicamentos<br />

relativamente a estes<br />

doentes foi de 3,67 (DP±1,93<br />

fármacos), sendo o consumo médio<br />

de fármacos superior no sexo<br />

feminino (4,00 versus 3,25).<br />

Relativamente, aos casos de HDA,<br />

4 <strong>dos</strong> casos estão associa<strong>dos</strong> ao<br />

consumo de AINE´s, 2 casos ao<br />

consumo de espironolactona e 1<br />

caso ao consumo de pentoxifilina<br />

e celecoxib. Em relação ao único<br />

caso de IRA, pode-se constatar<br />

que a situação clínica poderia estar<br />

associada ao consumo de vários<br />

fármacos, não podendo atribuir-se<br />

apenas a um fármaco.<br />

A frequência de internamento<br />

hospitalar por iatrogenia medicamentosa<br />

(0,5%) sugere um risco<br />

considerável de ocorrência na comunidade<br />

de reacções adversas<br />

graves. A diferença existente entre<br />

a frequência de internamento por<br />

iatrogenia medicamentosa deste<br />

estudo e a incidência global das<br />

reacções adversas em meio hospitalar<br />

referida na maioria <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong><br />

leva<strong>dos</strong> a cabo em diversos<br />

países (1-5%) é uma consequência<br />

directa de vários factores, entre os<br />

quais se destacam a exclusão de<br />

RAM’s a nível de outros sistemas,<br />

nomeadamente cardíaco, hematopoiético<br />

e cutâneo, a dificuldade na<br />

avaliação da relação de causalidade<br />

medicamento-RAM, devido não<br />

só à exposição a vários fármacos,<br />

como também à patologia de base<br />

e ao tipo de metodologia adoptada<br />

(estudo retrospectivo versus estudo<br />

prospectivo).<br />

A realização deste trabalho permitiu<br />

verificar que os Serviços Farmacêuticos<br />

Hospitalares, e mais<br />

especificamente o farmacêutico<br />

hospitalar, podem desempenhar<br />

um papel importante na área da<br />

farmacovigilância. O desenvolvimento<br />

do Sistema de Farmacovigilância<br />

visa garantir a segurança<br />

na utilização do medicamento na<br />

fase de pós-comercialização, em<br />

que este passa a ser utilizado em<br />

larga escala e em situações clínicas<br />

menos homogéneas do que as<br />

existentes nos ensaios clínicos de<br />

pré-comercialização, devendo ter<br />

os seguintes objectivos:<br />

1 – Conseguir a detecção precoce<br />

<strong>dos</strong> efeitos adversos;<br />

2 – Descobrir novas reacções<br />

adversas a medicamentos e avaliar<br />

a sua “importância clínica”;<br />

3 – Estabelecer a frequência real<br />

das reacções adversas a medicamentos;<br />

4 – Determinar os factores predisponentes<br />

ao aparecimento de<br />

reacções adversas.<br />

Os Serviços Farmacêuticos Hospitalares<br />

podem funcionar como<br />

sistema de alerta de reacções adversas,<br />

embora seja um processo<br />

complexo e moroso. Este processo<br />

implica que, cada vez que surja<br />

um diagnóstico na prescrição<br />

médica, que possa estar associado<br />

ao consumo de medicamentos,<br />

seja realizada uma análise<br />

do processo clínico do doente no<br />

sentido de avaliar toda a história<br />

clínica, para além da terapêutica<br />

farmacológica a que o doente está<br />

ou esteve submetido, avaliando-se<br />

posteriormente a possibilidade de o<br />

diagnóstico estar associado ou não<br />

ao consumo de medicamentos.<br />

A integração do farmacêutico nas<br />

equipas multidisciplinares, a participação<br />

nas visitas médicas e os<br />

conhecimentos técnicos na área<br />

do medicamento são factores que<br />

permitem ao farmacêutico participar<br />

de uma forma mais activa na<br />

detecção e notificação de reacções<br />

adversas a medicamentos. Esta atitude<br />

permite conhecer melhor o<br />

perfil de segurança <strong>dos</strong> fármacos,<br />

contribuindo para a protecção da<br />

Saúde Pública.<br />

Gisela Costa<br />

Hospital Garcia de Orta<br />

Bibliografia<br />

• Mannesse, C.K. et al. Contribution<br />

of adverse drug reactions to hospital<br />

admissions of older patients. Age<br />

and Ageing 29: 35-39, 2000;<br />

• Garrett J et al. Terapêutica Medicamentosa<br />

e suas Bases Farmacológicas,<br />

Porto Editora, 3.ª edição,<br />

1997;<br />

• Green, C.F. et al. Adverse drug reactions<br />

as a cause of admission to<br />

an acute medical assessment unit: a<br />

pilot study, J Clin Pharm Ther 25(5):<br />

355-361, 2000 ;<br />

• Doucet, J. et al. Preventable and<br />

non-preventable risk factors for adverse<br />

drug events related to hospital<br />

admissions in the elderly. Clin Drug<br />

Invest, 22(6): 385-392, 2002;<br />

• ASHP guidelines on adverse drug<br />

reaction monitoring and reporting.<br />

Am J Hosp Pharm, 46: 336-337,<br />

1989.<br />

65


Farmácia<br />

Hospitalar<br />

“A legislação aplicada à Farmácia Hospitalar – normas e procedimento”<br />

II Jornadas de Farmácia Hospitalar<br />

O Conselho do Colégio da Especialidade em Farmácia Hospitalar vai organizar,<br />

nos dias 14 e 15 de Outubro de 2005, as II Jornadas de Farmácia Hospitalar,<br />

que decorrerão em Lisboa, no Hotel VipArt´s (Parque das Nações)<br />

uma altura em que a farmácia<br />

hospitalar vive tempos<br />

de mudança, o principal<br />

objectivo da realização das<br />

II Jornadas de Farmácia Hospitalar,<br />

que vão decorrer no próximo<br />

mês de Outubro, em Lisboa,<br />

é encontrar formas consensuais<br />

e uniformes de actuação em to<strong>dos</strong><br />

os hospitais.<br />

Ciente de que a evolução científica<br />

e tecnológica que continuamente<br />

se presencia no âmbito<br />

da Farmácia Hospitalar obriga a<br />

um constante aperfeiçoamento e<br />

formação <strong>dos</strong> profissionais desta<br />

área de actividade farmacêutica,<br />

o Conselho do Colégio espera que<br />

os temas propostos a discussão<br />

proporcionem o respectivo suporte<br />

de competência e profissionalismo<br />

ao exercício do farmacêutico<br />

hospitalar.<br />

À semelhança de realizações anteriores,<br />

este evento contará com<br />

a presença de farmacêuticos hospitalares,<br />

médicos e estudantes<br />

universitários, em iniciativa que<br />

se prevê bastante participada.<br />

As Jornadas serão constituídas por<br />

painéis de discussão cujas temáticas<br />

se referenciam no programa<br />

provisório (em baixo).<br />

Brevemente, será enviado, por<br />

correio, o programa mais pormenorizado<br />

das Jornadas, bem<br />

como o respectivo formulário de<br />

inscrição. Marque já este evento<br />

na sua agenda.<br />

65<br />

9.30h<br />

10.00h<br />

11.00h<br />

11.30h<br />

12.00h<br />

13.00h<br />

14.30h<br />

14 Outubro 2005<br />

sexta-feira<br />

9.00h Abertura do secretariado<br />

Sessão de Abertura<br />

Painel I<br />

História <strong>dos</strong> Sistemas de<br />

Saúde, da Farmácia e do<br />

Medicamento<br />

Café<br />

Painel II<br />

Deveres e direitos do<br />

Farmacêutico Hospitalar<br />

Autonomia técnica e científica<br />

do Farmacêutico Hospitalar<br />

Carreira farmacêutica:<br />

Especialização em Farmácia<br />

Hospitalar<br />

Almoço<br />

Painel III<br />

Legislação aplicada à<br />

aquisição e armazenamento<br />

de medicamentos, dispositivos<br />

médicos e outros produtos<br />

farmacêuticos<br />

16.00 h<br />

16.30h<br />

17.30h<br />

9.00h<br />

11.30h<br />

12.00h<br />

Café<br />

Painel IV<br />

Aspectos práticos da<br />

legislação aplicada aos<br />

manipula<strong>dos</strong> hospitalares<br />

Discussão<br />

15 Outubro 2005<br />

sábado<br />

Painel V<br />

O Farmacêutico como membro<br />

da Comissão de Farmácia<br />

e Terapêutica – da teoria à<br />

prática<br />

Definição de uma política de<br />

utilização de medicamentos –<br />

aspectos gerais e particulares<br />

(pausa para café às 10:30h)<br />

Discussão<br />

Painel VI<br />

Legislação aplicada à<br />

distribuição de medicamentos<br />

ao doente ambulatório<br />

13.00h<br />

14.00h<br />

15.00h<br />

15.30h<br />

16.00h<br />

16.30h<br />

18.00h<br />

18.30h<br />

20.00h<br />

Almoço<br />

Painel VII<br />

Legislação aplicada aos<br />

medicamentos com circuitos<br />

especiais de distribuição<br />

Legislação e Arquivo<br />

– aspectos práticos<br />

Discussão<br />

Café<br />

Painel VIII<br />

Limitações ao dever de<br />

informação: Resumo de<br />

Características do<br />

Medicamento vs Folheto<br />

informativo vs informação<br />

cedida pelo Farmacêutico<br />

Hospitalar<br />

Processo clínico do doente em<br />

meio hospitalar<br />

Discussão<br />

Sessão de Encerramento<br />

Jantar de Encerramento das<br />

Jornadas


Entrega de candidaturas<br />

Exame para atribuição do título de Especialista<br />

Informa-se que foi iniciado o processo conducente à atribuição do título de<br />

Especialista em Farmácia Hospitalar. To<strong>dos</strong> os interessa<strong>dos</strong> deverão<br />

apresentar as suas candidaturas até ao dia 2 de Setembro de 2005. O Júri<br />

de exames será constituído por Elisa Dinis (presidente) e por Florbela Braga e<br />

Carminda Martins. De acordo com o Despacho Normativo n.º 29/2005,<br />

para os farmacêuticos detentores de estágio de carreira ou exame de<br />

equiparação, a OF está a desenvolver critérios de avaliação para atribuição do<br />

respectivo título de Especialista que serão oportunamente anuncia<strong>dos</strong>. Entretanto,<br />

aproveita-se para publicar, uma vez mais, as normas para atribuição do título<br />

Normas para Atribuição<br />

do Título de Especialista em Farmácia Hospitalar<br />

1. É da competência da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong><br />

Farmacêuticos a atribuição do Título de<br />

Especialista em Farmácia Hospitalar.<br />

2. O uso do Título obriga à inscrição<br />

no respectivo Colégio da Especialidade<br />

da <strong>Ordem</strong>.<br />

3. Só se poderão candidatar ao Título<br />

Farmacêuticos inscritos na <strong>Ordem</strong><br />

com o grau académico de Licenciatura,<br />

atribuído por uma Faculdade de<br />

Farmácia Portuguesa, ou respeitando<br />

o Art.º 6 do Estatuto da <strong>Ordem</strong>, por<br />

uma Universidade Estrangeira para o<br />

qual tenham obtido a equivalência à<br />

licenciatura em Portugal.<br />

4. Os candidatos ao Título de Especialista<br />

deverão ter uma experiência mínima<br />

de 5 anos, devendo nos últimos<br />

3 anos ter sido consecutiva.<br />

5. A experiência mínima de 5 anos a<br />

que se refere o número anterior terá<br />

de ser nas seguintes áreas de um serviço<br />

de Farmácia Hospitalar:<br />

– Aquisição e Gestão;<br />

– Distribuição de Medicamentos;<br />

– Produção/Controlo;<br />

– Informação e Documentação;<br />

– Outras actividades de Farmácia<br />

Clínica.<br />

6. O Título de Especialista fica condicionado<br />

à prestação de um exame.<br />

registada ou entregue pelo interessado<br />

nas instalações da <strong>Ordem</strong>, dirigida<br />

ao Bastonário, apresentando:<br />

– Prova do período de experiência<br />

profissional atestado pela entidade<br />

patronal;<br />

– Documento curricular detalhado<br />

sobre a referida experiência atestado<br />

pelo(s) superior(es) hierárquico(s).<br />

8. Após apreciação <strong>dos</strong> documentos<br />

anteriormente menciona<strong>dos</strong>, o Bastonário,<br />

ouvido o Conselho de Especialidade,<br />

decidirá sobre a aceitação da<br />

proposta de candidatura.<br />

9. Haverá em princípio, uma época<br />

de exames anual, sendo a respectiva<br />

data marcada com, pelo menos, 90<br />

dias de antecedência.<br />

10. A data do exame será comunicada<br />

aos candidatos e publicada nos órgãos<br />

de informação da <strong>Ordem</strong>.<br />

11. Os exames serão realiza<strong>dos</strong> em<br />

local a designar pela <strong>Ordem</strong>.<br />

12. O Júri do exame será constituído<br />

por 3 elementos, um <strong>dos</strong> quais presidirá,<br />

designa<strong>dos</strong> pela Direcção Nacional,<br />

ouvido o Conselho da Especialidade.<br />

13. Os candidatos que reúnam as<br />

condições serão submeti<strong>dos</strong> a prova<br />

teórica e escrita.<br />

15. Os candidatos aprova<strong>dos</strong> serão<br />

admiti<strong>dos</strong> a entrevista.<br />

16. Todas as provas serão eliminatórias.<br />

17. Os candidatos que reprovarem<br />

três vezes no exame do Título de Especialidade<br />

ficarão excluí<strong>dos</strong> de nova<br />

admissão a exame.<br />

18. Os candidatos reprova<strong>dos</strong> só poderão<br />

requerer novo exame um ano após<br />

a data procedente, devendo manter-se<br />

em actividade profissional, comprovada,<br />

durante esse período.<br />

19. Todas as despesas resultantes do<br />

processo de candidatura e atribuição do<br />

Título de Especialidade serão de exclusiva<br />

responsabilidade do candidato.<br />

20. Os casos omissos nestas Normas<br />

serão resolvi<strong>dos</strong> pela Direcção<br />

Nacional, ouvido o Conselho da Especialidade.<br />

21. As presentes Normas entram em<br />

vigor após publicação nos Órgãos de<br />

Informação da <strong>Ordem</strong> e substituem todas<br />

as outras Normas ou formas de<br />

concessão de Títulos de Especialista<br />

em Farmácia Hospitalar utilizadas pela<br />

<strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos.<br />

65<br />

7. Os candidatos ao Título de Especialista<br />

em Farmácia Hospitalar devem<br />

requerer exame à <strong>Ordem</strong> em carta<br />

14. Esta prova será igual para to<strong>dos</strong><br />

os candidatos, sendo a sua elaboração<br />

da responsabilidade do Júri nomeado.<br />

Normas aprovadas<br />

em Reunião da Direcção Nacional<br />

de 15 de Fevereiro de 1996


Indústria Farmacêutica<br />

Aplicações da Espectroscopia de Infravermelho<br />

Próximo na indústria farmacêutica<br />

65<br />

constante procura de melhores<br />

e mais racionais processos<br />

de fabrico na indústria<br />

farmacêutica, bem como o<br />

aumento do controlo de qualidade<br />

<strong>dos</strong> mesmos, tem levado à substituição<br />

gradual <strong>dos</strong> procedimentos<br />

analíticos convencionais por outros<br />

mais rápi<strong>dos</strong>, específicos e não poluentes,<br />

como a Espectroscopia de<br />

Infravermelho Próximo (NIR).<br />

A NIR é uma técnica bastante utilizada<br />

em diversos tipos de indústrias,<br />

nomeadamente as indústrias<br />

química, alimentar, agro-alimentar,<br />

petroquímica e também farmacêutica.<br />

Ela mede a absorção da radiação<br />

de IV próximo (900-2500<br />

nm) pelas ligações químicas (intra e<br />

intermoleculares) numa matriz em<br />

estudo. A estrutura química das<br />

moléculas define padrões de absorvância<br />

característicos e correlacionáveis<br />

com a sua quantidade.<br />

Efectivamente, não só as propriedades<br />

químicas mas também as<br />

propriedades físicas podem ser<br />

avaliadas por esta tecnologia, tornando-se<br />

por isso particularmente<br />

útil às exigências das farmacopeias.<br />

Os espectros NIR podem<br />

ser recolhi<strong>dos</strong> directamente (sem<br />

preparação da amostra) a partir<br />

de técnicas não invasivas e não<br />

destrutivas, quer em sóli<strong>dos</strong>, quer<br />

em líqui<strong>dos</strong>. Espectros de elevada<br />

qualidade podem ser recolhi<strong>dos</strong> em<br />

alguns segun<strong>dos</strong> sem necessidade<br />

de utilizar reagentes químicos, em<br />

contraste com as análises químicas<br />

por via húmida convencional;<br />

e não produzindo resíduos, nem<br />

causando poluição.<br />

Este método de análise instrumental<br />

pode ser utilizado na análise<br />

qualitativa, semiquantitativa<br />

ou quantitativa ao longo de todo<br />

o processo produtivo, desde a recepção<br />

de matérias-primas (princípios<br />

activos e excipientes) até ao<br />

produto final (medicamento).<br />

Devido à facilidade de manipulação<br />

<strong>dos</strong> equipamentos associa<strong>dos</strong><br />

a esta tecnologia e à elevada<br />

reprodutibilidade das análises, a<br />

precisão <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong><br />

é por vezes até superior à obtida<br />

por outros procedimentos químicos,<br />

quer sejam resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong><br />

no laboratório de controlo ou nas<br />

zonas de produção.<br />

Habitualmente reúne-se um conjunto<br />

de amostras representativo<br />

(trainning set) que traduza as<br />

propriedades químicas e físicas do<br />

material a analisar, ou seja, que inclua<br />

todas as variações que possam<br />

verificar-se num processo de<br />

fabrico (assinatura do processo).<br />

O objectivo da análise é fundamental<br />

na selecção das amostras, bem<br />

como <strong>dos</strong> pré-processamentos e<br />

algoritmos necessários ao desenvolvimento<br />

e validação do método<br />

NIR. A quantidade de informação<br />

físico-química contida nos espectros<br />

NIR é processada recorrendo<br />

a técnicas matemáticas de análise<br />

mais ou menos complexas. Entre<br />

elas são de referir:<br />

Regressão linear múltipla (MLR)<br />

– Método de calibração inverso,<br />

em que um pequeno número de<br />

variáveis (por ex. comp. de onda)<br />

é utilizado para construir uma regressão;<br />

Análise de componentes principais<br />

(PCA) – Manipulação matemática<br />

de uma matriz de da<strong>dos</strong> em que<br />

é possível descrever a variância nos<br />

da<strong>dos</strong> através de um pequeno número<br />

de componentes ortogonais;<br />

Regressão de componentes principais<br />

(PCR) e Regressão de mínimos<br />

quadra<strong>dos</strong> parciais (PLS)<br />

– Méto<strong>dos</strong> de calibração inversa<br />

em que é possível estabelecer uma<br />

correlação para o componente desejado<br />

(analito, propriedade física<br />

ou propriedade química) sem seleccionar<br />

variáveis e contabilizando<br />

a variância <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>.<br />

Os méto<strong>dos</strong> NIR podem desenvolver-se<br />

para identificar, qualificar ou<br />

quantificar compostos.<br />

Os méto<strong>dos</strong> de identificação destinam-se<br />

a garantir a identidade do<br />

analito na amostra ou, mais usualmente,<br />

a identidade da amostra<br />

propriamente dita. Além disso garantem<br />

também a discriminação<br />

da amostra em estudo de outras<br />

amostras, de acordo com o objectivo<br />

do método. Nestes méto<strong>dos</strong><br />

compara-se o espectro NIR (ou o<br />

resultado do seu pré-processamento<br />

matemático) com uma biblioteca<br />

de referência construída a partir<br />

de amostras representativas <strong>dos</strong><br />

compostos mais relevantes para<br />

o método.<br />

Os méto<strong>dos</strong> de qualificação são<br />

desenvolvi<strong>dos</strong> para averiguar a<br />

origem de um material ou a sua<br />

qualidade. De acordo com o resultado,<br />

podemos definir se determinado<br />

composto é mais ou menos<br />

adequado a determinado objectivo.<br />

Além disso, estes méto<strong>dos</strong> também<br />

são utiliza<strong>dos</strong> para comparar<br />

compostos semelhantes que não<br />

se conseguem distinguir por outros<br />

méto<strong>dos</strong> analíticos mais simples.<br />

A qualificação das amostras é um<br />

procedimento indispensável quando<br />

se pretende desenvolver méto<strong>dos</strong><br />

de quantificação, pois assegura<br />

que a amostra em análise pertence<br />

à mesma população (família) a<br />

que pertenciam as amostras com<br />

que se desenvolveu o método de<br />

quantificação.<br />

Os méto<strong>dos</strong> de quantificação destinam-se<br />

a medir a concentração<br />

de um analito numa amostra ou a<br />

quantificar uma propriedade química<br />

ou física dessa amostra. Para<br />

a qualidade destes méto<strong>dos</strong> contribuem,<br />

entre outros, a sensibilidade<br />

da tecnologia NIR e a qualidade<br />

<strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> de referência<br />

utiliza<strong>dos</strong>.<br />

O desenvolvimento de metodologias<br />

NIR e a sua validação estão associa<strong>dos</strong><br />

ao processo de fabrico, ou<br />

seja, ao histórico das amostras a<br />

analisar. Assim, qualquer alteração<br />

no processo de síntese do princípio<br />

activo, na qualidade <strong>dos</strong> excipientes,<br />

na formulação do medicamento<br />

ou no processo de fabrico pode<br />

obrigar a procedimentos de revalidação<br />

do método mais ou menos<br />

complexos, o mesmo se aplicando<br />

às alterações instrumentais ou<br />

metodológicas NIR.


Aplicações na Indústria<br />

Farmacêutica<br />

A espectroscopia NIR encontra<br />

hoje larga aplicação na indústria<br />

farmacêutica nas suas diferentes<br />

etapas. Assim, desde a síntese<br />

de princípios activos e excipientes,<br />

passando pelo controlo de matérias-primas,<br />

controlo do processo<br />

de fabrico e controlo final do medicamento,<br />

a espectroscopia NIR<br />

tem vindo a substituir outras análises<br />

convencionais e a acrescentar<br />

valor em todo o processo de controlo<br />

e garantia de qualidade.<br />

Para o desenvolvimento de formulações<br />

farmacêuticas, é necessário<br />

conhecer e avaliar o comportamento<br />

<strong>dos</strong> materiais durante o<br />

processamento farmacêutico e as<br />

propriedades físicas <strong>dos</strong> intermediários.<br />

Os espectros NIR fornecem<br />

informação valiosa quantitativa<br />

e qualitativa sobre o produto,<br />

desde a escala laboratorial até à<br />

escala industrial.<br />

Actualmente várias indústrias farmacêuticas,<br />

entre as quais algumas<br />

portuguesas, adoptaram<br />

já esta tecnologia, quer para a<br />

substituição de técnicas analíticas<br />

convencionais, quer para um<br />

controlo mais eficaz do processo<br />

de fabrico.<br />

Análise qualitativa<br />

Identificação e caracterização<br />

de materiais de embalagem. Em<br />

situações em que o material de<br />

embalagem é um aspecto crítico<br />

para a qualidade do produto final,<br />

a tecnologia NIR possibilita um<br />

meio expedito de análise para identificação<br />

do material e para avaliação<br />

da sua qualidade.<br />

Identificação de matérias-primas<br />

e excipientes. Esta é talvez a aplicação<br />

mais vulgar da tecnologia<br />

NIR na Indústria Farmacêutica.<br />

Através de uma operação simples<br />

e rápida (análise NIR), que pode<br />

ser efectuada no armazém onde<br />

se recepcionam as matérias-primas,<br />

é possível verificar a identidade<br />

da matéria-prima e aprovar<br />

a sua entrada em armazém.<br />

Caracterização de matérias-primas<br />

e excipientes. Nesta aplicação,<br />

o objectivo não é identificar a<br />

matéria-prima, mas sim avaliar a<br />

sua qualidade. Muitas vezes, diferentes<br />

lotes provenientes<br />

de fornecedores<br />

diferentes ou não, são<br />

analisa<strong>dos</strong> pelas metodologias<br />

convencionais<br />

apresentando resulta<strong>dos</strong><br />

de análise<br />

equivalentes. Ou seja,<br />

diferentes lotes da<br />

mesma matéria-prima<br />

podem ser aprova<strong>dos</strong><br />

segundo as metodologias<br />

convencionais de<br />

análise e considera<strong>dos</strong><br />

equivalentes. No entanto,<br />

a tecnologia NIR fornece<br />

informações adicionais que podem<br />

ser úteis na qualificação dessas<br />

matérias-primas. Esta qualificação<br />

pode posteriormente permitir compreender<br />

melhor o processo de<br />

fabrico e estabelecer correlações<br />

com diversos factores, como sejam<br />

o rendimento de reacções de<br />

síntese, as características físicas<br />

do medicamento ou a evolução do<br />

processo de fabrico.<br />

Monitorização de propriedades<br />

físicas e químicas. Neste tipo de<br />

análises, incluem-se a averiguação<br />

da existência de polimorfismo, o<br />

controlo de cristalizações e o estudo<br />

de homogeneidade de misturas.<br />

Pesquisa de contaminação e falsificação<br />

de medicamentos.<br />

Análise quantitativa<br />

Teor de princípio activo (incluindo<br />

no medicamento intacto).<br />

Ensaios de dureza e friabilidade.<br />

Teor de humidade. Esta é uma<br />

das aplicações NIR que se destaca<br />

pela simplicidade e economia<br />

de tempo e reagentes quando comparada<br />

com a metodologia convencional<br />

(Karl Fisher).<br />

Ensaios de granulometria.<br />

Avaliação de perfis de dissolução.<br />

Monitorização de processos de<br />

secagem de pós em que se vai<br />

medindo o teor de humidade ao<br />

longo do processo de secagem<br />

sem necessidade de recolha de<br />

amostras.<br />

Avaliação da pureza de solventes.<br />

Tecnologia de Análise<br />

de Processo (PAT)<br />

As tecnologias de análise de processo<br />

(PAT) caracterizam-se pela<br />

aplicação da química analítica e<br />

da quimiometria em processo, de<br />

estratégias de controlo de processo<br />

por retroacção (feedback) e/<br />

ou de estratégias de optimização<br />

do processo de fabrico <strong>dos</strong> medicamentos.<br />

Na realidade, o PAT<br />

estabelece uma plataforma de<br />

validação, garantia e controlo de<br />

qualidade contínua ao longo do processo<br />

de fabrico. Assim, na óptica<br />

do PAT, no fabrico de uma forma<br />

farmacêutica não interessa apenas<br />

o produto final, mas sim todo<br />

o processo de fabrico; e não se<br />

valoriza apenas uma ou outra tecnologia<br />

de análise mas sim todas<br />

as tecnologias de análise envolvidas<br />

no processo, desde que forneçam<br />

resulta<strong>dos</strong> em tempo útil.<br />

Uma das características <strong>dos</strong> processos<br />

convencionais de fabrico<br />

é o controlo laboratorial de intermediários<br />

e do produto final. Isto<br />

significa que entre uma fase e a<br />

outra do processo de fabrico, é<br />

necessário aguardar os resulta<strong>dos</strong><br />

laboratoriais para preencher os critérios<br />

de decisão. Se o processo<br />

for contínuo (por exemplo, reacção<br />

de síntese, mistura de pós, secagem<br />

de pós, etc.), é igualmente<br />

necessário aguardar os resulta<strong>dos</strong><br />

da análise laboratorial antes<br />

de decidir se o processo está ou<br />

não concluído. Nestes casos, as<br />

decisões são tomadas com base<br />

numa amostra que representa não<br />

o estado actual do processo, mas<br />

sim o estado do processo na altura<br />

da colheita da amostra. Nesse<br />

sentido, o tempo de análise é crucial<br />

para o controlo do processo,<br />

pelo que se preferem as tecnologias<br />

de análise que forneçam resulta<strong>dos</strong><br />

em tempo real.<br />

O NIR surge assim como um forte<br />

aliado da implementação do PAT<br />

nos processos de fabrico da indús-<br />

65


Indústria<br />

Farmacêutica<br />

65<br />

tria farmacêutica. A rapidez de análise<br />

e o grau de automação que é<br />

possível atingir nesta metodologia<br />

faz com que se reconheçam muitas<br />

vantagens à associação do PAT<br />

ao NIR. O recurso a fibras ópticas<br />

acopladas a sondas de imersão<br />

permite a completa automação do<br />

processo de amostragem, a qual<br />

tem particular relevância nos processos<br />

em contínuo, ou quando<br />

se produzem medicamentos com<br />

substâncias altamente tóxicas (ex:<br />

citostáticos).<br />

Adicionalmente, diminuem-se os<br />

erros associa<strong>dos</strong> à amostragem<br />

e às operações unitárias envolvidas<br />

na análise convencional, além<br />

de se poder aumentar os pontos<br />

de amostragem (temporal e espacial),<br />

e assim ter um melhor controlo<br />

do processo. Este aumento<br />

de controlo permite melhorar os<br />

conhecimentos sobre o processo,<br />

reduzindo o número de lotes rejeita<strong>dos</strong><br />

e a variância de características<br />

entre lotes produzi<strong>dos</strong>.<br />

A qualidade do produto final, bem<br />

como o seu desempenho aquando<br />

da sua utilização, correlacionam-<br />

-se habitualmente com as diversas<br />

variáveis (mais ou menos críticas)<br />

do processo de fabrico. Actualmente<br />

é comum estudar o efeito<br />

dessas variáveis de forma independente,<br />

em determinadas condições<br />

experimentais e de acordo com<br />

procedimentos convenciona<strong>dos</strong> ou<br />

normaliza<strong>dos</strong> (por exemplo, farmacopeias,<br />

guidelines, etc.).<br />

O estudo do processo como um<br />

todo, através da análise simultânea<br />

de todas as variáveis disponíveis,<br />

em que o NIR se inclui, permite estabelecer<br />

correlações mais realistas<br />

entre qualidade/propriedades<br />

das matérias-primas, condições do<br />

processo de fabrico e qualidade/<br />

propriedades do produto final.<br />

Requisitos para<br />

a Indústria Farmacêutica<br />

A introdução de novas tecnologias/metodologias<br />

em indústrias<br />

tão regulamentadas como a indústria<br />

farmacêutica é sempre difícil<br />

e demorada. No entanto, é à custa<br />

das novas metodologias que se<br />

progride e que habitualmente se<br />

melhoram os produtos, se reduzem<br />

os custos de produção, se<br />

diminui o tempo de produção e se<br />

diminuem as emissões e descargas<br />

poluentes. Ou seja, melhoram-<br />

-se os processos de fabrico na<br />

generalidade. A tecnologia NIR,<br />

como alternativa aos méto<strong>dos</strong> convencionais<br />

ou integrada numa filosofia<br />

PAT, não é uma excepção.<br />

Efectivamente, há já vários exemplos<br />

na indústria farmacêutica nacional<br />

e principalmente internacional<br />

em que, graças à introdução<br />

desta tecnologia, se melhoraram<br />

os processos de fabrico de medicamentos<br />

numa das vertentes atrás<br />

abordadas. Para que as indústrias<br />

apostem mais nestas tecnologias,<br />

há a necessidade de acompanhamento<br />

<strong>dos</strong> organismos regulamentadores,<br />

através da elaboração de<br />

documentos orientadores da utilização<br />

desta tecnologia.<br />

Apesar <strong>dos</strong> últimos avanços, é de<br />

notar que as farmacopeias mundiais,<br />

à excepção da USP, fazem<br />

uma referência muito vaga à utilização<br />

da tecnologia NIR. Outros<br />

organismos, como sejam a FDA,<br />

EMEA ou o PASG, fornecem orientações<br />

mais ou menos elaboradas<br />

para o desenvolvimento, implementação<br />

e validação de metodologias<br />

NIR na indústria farmacêutica.<br />

Além do apoio <strong>dos</strong> organismos,<br />

tem que haver uma vontade explícita<br />

por parte <strong>dos</strong> órgãos de decisão<br />

da indústria. A implementação<br />

de metodologias NIR, além do<br />

investimento inicial na aquisição<br />

de equipamento, obriga ao envolvimento<br />

de vários profissionais<br />

com diferentes competências dentro<br />

da organização da indústria e<br />

à criação de competências específicas<br />

nesta área. É fundamental<br />

o investimento na formação <strong>dos</strong><br />

técnicos envolvi<strong>dos</strong>, ou a procura<br />

no mercado de profissionais com<br />

essas competências. O técnico<br />

responsável pela implementação<br />

da tecnologia NIR tem necessidade<br />

de concentrar em si uma grande<br />

quantidade de informação proveniente<br />

de várias fontes, como as<br />

unidades de desenvolvimento, os<br />

laboratórios de controlo de qualidade,<br />

a unidade de produção ou<br />

o armazém.<br />

A introdução do NIR nas indústrias<br />

de produção, pela quantidade de<br />

informação adicional que fornece,<br />

suscita muitas vezes novas<br />

dúvidas sobre o processo ou outras<br />

que se julgavam esclarecidas.<br />

É preciso que a indústria esteja<br />

motivada para lidar com estas dúvidas<br />

de forma positiva, aproveitando<br />

esta informação da melhor<br />

maneira, e não cair na tentação<br />

de considerar a informação adicional<br />

como má informação. Pode<br />

ser ou não.<br />

José António M. Catita<br />

Professor Auxiliar da Faculdade<br />

de Ciências da Saúde da<br />

Universidade Fernando Pessoa.<br />

Director-Técnico da PARALAB, SA<br />

Bibliografia<br />

• Principles and Applications of Near<br />

Infrared Spectroscopy in the Pharmaceutical<br />

Industry; H.W. Siesler;<br />

Department of Physical-Chemistry,<br />

University Duisburg-Essen; Germany,<br />

2003<br />

• Optimal Applications of “In-Line” or<br />

“At-Line” Manufacturing Controls in<br />

Pharmaceutical Production; Ajaz S.<br />

Hussain; Office of Pharmaceutical<br />

Science, CDER, FDA; ACPS Meeting;<br />

19 July 2001<br />

• Emerging Science Issues in Pharmaceutical<br />

Manufacturing: Process Analytical<br />

Technologies; Ajaz S. Hussain;<br />

Office of Pharmaceutical Science,<br />

CDER, FDA; FDA Science Board<br />

Meeting, November 16, 2001.<br />

• Note for Guidance on the Use of<br />

Near Infrared Spectroscopy by the<br />

Pharmaceutical Industry and the Data<br />

Requirements for New Submissions<br />

and Variations; EMEA; 2003.<br />

• Guidelines for the Development and<br />

Validation of Near Infrared (NIR) Spectroscopic<br />

Methods; PASG; 2001.<br />

• NIR-Spectroscopic Applications in the<br />

Pharmaceutical Development; Horst-<br />

Dieter Friedel and Jan-Olav Henck;<br />

Bayer AG, 2003.<br />

• Guidelines for the Development and<br />

Validation of Near Infrared (NIR) Spectroscopic<br />

Methods in the Pharmaceutical<br />

Industry; Paul Graham et al;<br />

in Handbook of Vibrational Spectroscopy;<br />

John M. Chalmers and Peter<br />

R. Griffiths; John Wiley & Sons Ltd,<br />

Chichester; 2002.<br />

• Process Analytical Technologies<br />

(PAT): Near-IR; Gary Ritchie and<br />

Emil W. Ciurczak; Open Conference<br />

on Analytical Methods and General<br />

USP Topics, USP, 2004.


Registos e Regulamentação<br />

Revisão da legislação europeia<br />

do medicamento: as mudanças em curso<br />

65<br />

presente artigo pretende<br />

apresentar de forma resumida<br />

as mudanças introduzidas<br />

recentemente na legislação<br />

europeia do medicamento.<br />

A legislação europeia do medicamento<br />

foi alvo de grandes alterações<br />

num processo conhecido<br />

como “Revisão 2001”, o qual culminou,<br />

em 2004, com a publicação<br />

de um regulamento e várias directivas<br />

e que teve como objectivos:<br />

Quadro 1<br />

Regulamento (CE) 726/2004 do Parlamento Europeu<br />

e do Conselho, de 31 de Março de 2004 (adiante<br />

designado por Regulamento)<br />

Substitui o Regulamento 2309/93/EC<br />

Título IV (Responsabilidades e Estrutura administrativa da<br />

EMEA)<br />

Garantir a elevada protecção<br />

da saúde pública, com um acesso<br />

mais rápido a medicamentos<br />

inovadores e reforçando os procedimentos<br />

de monitorização e<br />

Farmacovigilância;<br />

Promover um enquadramento<br />

regulamentar favorável à competitividade<br />

da Indústria Farmacêutica<br />

Europeia (IF), estabelecendo o<br />

equilíbrio entre a IF inovadora e a<br />

de genéricos;<br />

Corresponder ao desafio da<br />

União Europeia (UE) a 25: simplificar<br />

o sistema e aumentar a transparência<br />

<strong>dos</strong> procedimentos e processos<br />

de decisão.<br />

Após um longo processo de consulta<br />

e discussão, foi aprovado o<br />

pacote legislativo, do qual destacamos<br />

os principais diplomas no<br />

quadro 1. Deste pacote legislativo<br />

passamos seguidamente a descrever<br />

o que de novo/diferente foi<br />

introduzido.<br />

Prazo para<br />

implementação<br />

20-05-2004<br />

Títulos I, II, III & V 20-11-2005<br />

Anexo, ponto 3, itens 5 e 6<br />

(Medicamentos a Autorizar pela Comunidade)<br />

Directiva 2004/27/CE do Parlamento Europeu e do<br />

Conselho, de 31 de Março de 2004<br />

(adiante designada por Directiva)<br />

20-05-2008<br />

Prazo para<br />

transposição<br />

Altera a Directiva 2001/83/EC<br />

(Medicamentos de Uso Humano)<br />

Implementação pelos Esta<strong>dos</strong>-Membros 30-10-2005<br />

Directiva 2004/24/CE do Parlamento Europeu e do<br />

Conselho, de 31 de Março de 2004<br />

Altera a Directiva 2001/83/CE<br />

(Medicamentos à Base de Plantas)<br />

Directiva 2004/28/CE do Parlamento Europeu e do<br />

Conselho, de 31 de Março de 2004<br />

Altera a Directiva 2001/82/CE<br />

(Medicamentos Veterinários)<br />

Agência Europeia de<br />

Medicamentos – Estrutura<br />

e actividade<br />

Com a entrada em vigor do Regulamento,<br />

a estrutura e actividade da<br />

Agência Europeia de Medicamentos<br />

sofreu alterações. O nome de<br />

Agência Europeia de Avaliação de<br />

Medicamentos dá lugar a Agência<br />

Europeia de Medicamentos, mantendo-se<br />

a sigla EMEA.<br />

A nível da estrutura são cria<strong>dos</strong> o<br />

Comité <strong>dos</strong> Medicamentos Órfãos<br />

(COMP) e o Comité <strong>dos</strong> Medicamentos<br />

à Base de Plantas (HMPC).<br />

Com o alargamento da União Europeia,<br />

a organização <strong>dos</strong> Comités<br />

sofre um ajustamento, passando a<br />

ter apenas um elemento por cada<br />

Estado-Membro (EM). O Conselho<br />

de Administração sofreu idêntica<br />

reestruturação. Além disso, tem<br />

agora, também, representantes<br />

de organizações de doentes, de<br />

médicos e de veterinários.<br />

A nível de funções, a EMEA passa<br />

a ter um papel mais marcado nas<br />

actividades de farmacovigilância, a<br />

nível da coordenação e divulgação<br />

da informação. Pretende também<br />

disponibilizar ao público informação<br />

sobre os medicamentos, como relatórios<br />

de avaliação, Resumos das<br />

Características do Medicamento<br />

(RCM) e Folhetos Informativos (FI).<br />

Os Comités podem criar grupos<br />

de trabalho (permanentes e temporários)<br />

e grupos de aconselhamento<br />

científico, nomeadamente<br />

à Indústria Farmacêutica (IF), assim<br />

como estabelecer contactos,<br />

numa base consultiva, com associações<br />

de doentes e profissionais<br />

de saúde.<br />

Transparência e informação<br />

O aumento da transparência <strong>dos</strong><br />

procedimentos e processos de<br />

decisão da EMEA vai passar pela<br />

disponibilização ao público de informação<br />

pertinente, como sejam<br />

as opiniões do CHMP, incluindo<br />

situações de arbitragem, pareceres<br />

de comités em questões de<br />

farmacovigilância, uso compassivo<br />

(lista actualizada de pareceres<br />

aprova<strong>dos</strong>), relatórios de avaliação,<br />

incluindo decisões negativas<br />

e respectiva fundamentação, retiradas<br />

de pedi<strong>dos</strong> de Autorização<br />

de Introdução no Mercado (AIM),<br />

condições de utilização do medicamento;<br />

licenças condicionais e a<br />

lista de condições (obrigações específicas<br />

impostas aos titulares de<br />

AIM) e compromissos pós-comercialização.<br />

Em caso de infracções,<br />

as punições financeiras, montantes<br />

e motivos também serão torna<strong>dos</strong><br />

públicos.


A maior disponibilização da informação<br />

passa pela criação de bases<br />

de da<strong>dos</strong> independentes da IF,<br />

acessíveis às autoridades de saúde<br />

<strong>dos</strong> vários EM, profissionais de<br />

saúde, titulares de AIM e público<br />

em geral, e constitui um <strong>dos</strong> objectivos<br />

centrais da EMEA:<br />

Base de da<strong>dos</strong> de medicamentos<br />

(EuroPharm) – acessível ao público,<br />

que permitirá a pesquisa de<br />

Folhetos Informativos autoriza<strong>dos</strong><br />

e incluirá uma secção sobre medicamentos<br />

autoriza<strong>dos</strong> para uso<br />

pediátrico;<br />

Base de da<strong>dos</strong> de Farmacovigilância<br />

(EudraVigilance) – com divulgação<br />

de alertas, reacções adversas<br />

graves e outros da<strong>dos</strong> de farmacovigilância,<br />

quando relevantes.<br />

Procedimentos<br />

de Autorização de Introdução<br />

no Mercado<br />

Em relação aos procedimentos de<br />

AIM, a nova legislação comunitária<br />

também traz algumas alterações,<br />

nomeadamente em relação ao calendário<br />

de cada procedimento, e<br />

apresenta novas possibilidades:<br />

o procedimento descentralizado<br />

e aprovações condicionadas com<br />

validade de um ano (renováveis<br />

e sujeitas a obrigações específicas),<br />

a par <strong>dos</strong> procedimentos já<br />

existentes (procedimentos centralizado,<br />

reconhecimento mútuo<br />

e nacional).<br />

As alterações introduzidas pretendem<br />

essencialmente fazer face ao<br />

alargamento da UE, agilizar o sistema<br />

e favorecer a competitividade<br />

do mercado <strong>dos</strong> medicamentos e<br />

entre as várias Autoridades, sem<br />

perder de vista o interesse principal<br />

– a salvaguarda da Saúde Pública<br />

e o rápido acesso a novos<br />

medicamentos.<br />

Passam a seguir obrigatoriamente<br />

o procedimento centralizado (CP),<br />

os medicamentos obti<strong>dos</strong> por biotecnologia,<br />

os medicamentos órfãos<br />

(destina<strong>dos</strong> ao tratamento de<br />

doenças raras) e os medicamentos<br />

com uma substância activa nova<br />

para as seguintes indicações terapêuticas:<br />

SIDA, neoplasias, doenças<br />

neurodegenerativas e diabetes.<br />

A partir de Maio de 2008<br />

terão de seguir este procedimento<br />

os medicamentos que se destinem<br />

ao tratamento de doenças<br />

virais, doenças auto-imunes e outras<br />

disfunções imunitárias. A legislação<br />

contempla a possibilidade<br />

de o processo de avaliação poder<br />

ser mais rápido (150 em vez 210<br />

dias) em situações de extrema relevância<br />

para a Saúde Pública (Fast<br />

track approval).<br />

Propriedade Intelectual e<br />

Pedi<strong>dos</strong> de AIM de Genéricos<br />

A nova regulamentação vem clarificar<br />

a definição de medicamento.<br />

Outra alteração importante é a<br />

maior abrangência na noção de<br />

risco associado ao uso do medicamento,<br />

cujos impactos podem<br />

ser na saúde <strong>dos</strong> doentes, na saúde<br />

pública e no ambiente e que<br />

podem estar relaciona<strong>dos</strong> com a<br />

qualidade, a segurança e a eficácia<br />

do medicamento.<br />

No âmbito das novas definições foi<br />

introduzida a noção de avaliação<br />

do benefício do medicamento (efeitos<br />

terapêuticos positivos) versus<br />

o risco associado ao uso.<br />

A avaliação do impacto ambiental<br />

constitui outra novidade, uma vez<br />

que deverá ser incluído no pedido<br />

de AIM um estudo de avaliação <strong>dos</strong><br />

riscos de efeitos indesejáveis que<br />

o medicamento pode apresentar<br />

para o ambiente (avaliação do impacto<br />

ambiental); além disso devem<br />

ser previstas disposições particulares<br />

para a sua limitação.<br />

No capítulo relativo aos medicamentos<br />

genéricos foi ainda incluída<br />

a noção de medicamento de<br />

referência versus medicamento<br />

genérico e medicamento biológico<br />

de referência versus o biogenérico<br />

(medicamento biológico similar).<br />

Os diferentes sais, ésteres, éteres,<br />

isómeros, misturas de isómeros,<br />

complexos ou deriva<strong>dos</strong> de uma<br />

substância activa são considera<strong>dos</strong><br />

para efeitos de avaliação, como<br />

uma mesma substância activa.<br />

Período de exclusividade<br />

de da<strong>dos</strong><br />

O período de protecção de da<strong>dos</strong><br />

regulamentares, aplicável a medicamentos<br />

aprova<strong>dos</strong> após entrada<br />

em vigor da legislação, foi<br />

harmonizado, sendo no caso de<br />

novos medicamentos (e independentemente<br />

do procedimento de<br />

autorização) 8 anos de protecção<br />

regulamentar de da<strong>dos</strong> e 10 anos<br />

de exclusividade no mercado.<br />

O titular de AIM ganha um ano<br />

adicional de protecção, se nos primeiros<br />

8 anos obtiver aprovação<br />

para uma ou mais indicações que<br />

tragam importantes benefícios clínicos<br />

sobre as terapêuticas existentes<br />

ou quando for autorizada a<br />

alteração de classificação quanto<br />

à dispensa (sempre que submeti<strong>dos</strong><br />

a estu<strong>dos</strong> pré-clínicos e clínicos<br />

significativos).<br />

Novas formas farmacêuticas, <strong>dos</strong>agens,<br />

vias de administração e<br />

apresentações são consideradas<br />

parte integrante da AIM inicial<br />

para efeitos de aplicação do período<br />

regulamentar de protecção<br />

de da<strong>dos</strong>.<br />

Os fabricantes de medicamentos<br />

genéricos podem requerer uma<br />

AIM após caducidade da protecção<br />

regulamentar de da<strong>dos</strong> do medicamento<br />

de referência, ou seja, têm<br />

2 anos para os preparar e obter<br />

a referida autorização. Contudo,<br />

não são autoriza<strong>dos</strong> a comercializar<br />

até que expire o prazo de 10<br />

anos. Existe ainda a possibilidade<br />

de os genéricos aprova<strong>dos</strong> excluírem<br />

indicações patenteadas <strong>dos</strong><br />

medicamentos de referência.<br />

A Indústria de Genéricos poderá<br />

ainda realizar ensaios clínicos/<br />

ensaios comprovativos de bioequivalência<br />

e estu<strong>dos</strong> adequa<strong>dos</strong><br />

de biodisponibilidade antes da caducidade<br />

de patentes/protecção<br />

da propriedade intelectual (Disposição<br />

Bolar).<br />

De acordo com o novo Regulamento,<br />

alguns genéricos podem<br />

ser aprova<strong>dos</strong> por procedimento<br />

centralizado, desde que o medicamento<br />

de referência tenha sido<br />

igualmente aprovado por este procedimento.<br />

O procedimento centralizado<br />

também será possível para<br />

os medicamentos não sujeitos a<br />

receita médica.<br />

Farmacovigilância<br />

São várias e abrangentes as medidas<br />

introduzidas, quer no Regulamento,<br />

quer na Directiva, com<br />

o objectivo de reforçar a segurança<br />

de utilização <strong>dos</strong> medicamentos<br />

através da farmacovigilância.<br />

As novas medidas adoptadas passam<br />

pela fiscalização intensiva <strong>dos</strong><br />

efeitos adversos, comunicação en-<br />

65


Registos e<br />

Regulamentação<br />

65<br />

tre os vários intervenientes do circuito<br />

de monitorização da utilização<br />

do medicamento, informação aos<br />

profissionais e ao público e financiamento<br />

público independente.<br />

A EMEA vê grandemente reforçado<br />

o seu papel coordenador <strong>dos</strong><br />

recursos, meios e acções liga<strong>dos</strong><br />

à farmacovigilância na UE (disponibiliza<strong>dos</strong><br />

em grande parte pelas<br />

Autoridades Competentes (AC)<br />

<strong>dos</strong> EM.<br />

Desde logo, na submissão de novos<br />

pedi<strong>dos</strong> de AIM o requerente terá<br />

de apresentar um Plano de Farmacovigilância<br />

(enquadrado no sistema<br />

de Gestão de Risco), identificando<br />

as áreas de potencial risco e as<br />

medidas que propõe implementar,<br />

de forma a melhor caracterizar e<br />

minimizar esses riscos. O plano<br />

de farmacovigilância assume particular<br />

importância na concessão<br />

de AIM´s condicionadas, as quais,<br />

tendo como objectivo acelerar a<br />

introdução no mercado de novos<br />

medicamentos considera<strong>dos</strong> inovadores<br />

e sem alternativas satisfatórias,<br />

necessitam que a mais<br />

rápida disponibilização aos doentes<br />

seja acompanhada por uma<br />

supervisão mais rigorosa.<br />

No caso de novos medicamentos,<br />

a EMEA pode, no prazo de cinco<br />

anos após a primeira AIM, solicitar<br />

junto do titular a recolha de<br />

informação específica. É assim<br />

de prever, em consequência, um<br />

aumento do número de estu<strong>dos</strong><br />

de pós-comercialização a realizar<br />

(clínicos de fase IV e farmacoepidemiológicos).<br />

A monitorização contínua da segurança<br />

vai também passar pela<br />

obrigatoriedade de demonstração,<br />

em qualquer momento, da existência<br />

de uma relação risco-benefício<br />

favorável e pela apresentação (à<br />

EMEA, à Comissão ou às Autoridades<br />

Competentes) de todas as<br />

novas informações com implicações<br />

na segurança. Mantêm-se<br />

os prazos de notificação de 15<br />

dias (máximo) para comunicação<br />

de reacções adversas graves dentro<br />

da Comunidade e graves e<br />

inesperadas (bem como da suspeita<br />

de transmissão de agentes<br />

infecciosos) fora da Comunidade.<br />

No mesmo prazo (15 dias) devem<br />

igualmente as autoridades competentes<br />

informar o detentor da<br />

AIM sobre quaisquer reacções<br />

adversas graves que lhes sejam<br />

comunicadas.<br />

A comunicação e informação de<br />

efeitos adversos passarão obrigatoriamente<br />

a ser efectuadas através<br />

de notificação electrónica pelo<br />

sistema Eudravigilance, a que terão<br />

acesso todas as Autoridades<br />

Competentes da UE. O registo e<br />

notificação de reacções adversas<br />

passarão a realizar-se obrigatoriamente<br />

empregando a terminologia<br />

MedDRA.<br />

Também a divulgação de informação<br />

de segurança junto de profissionais<br />

de saúde e do público assistirá<br />

a uma significativa evolução,<br />

prevendo-se a publicação de pareceres<br />

de segurança em linguagem<br />

acessível ao público, bem como o<br />

apoio às Autoridades Competentes<br />

na divulgação de medidas de segurança<br />

adoptadas. A comunicação<br />

directa ao público de medidas de<br />

segurança pelos titulares de AIM<br />

apenas será possível após notificação<br />

prévia à EMEA ou Autoridades<br />

Competentes. Está igualmente<br />

prevista a partilha de informação<br />

entre a EMEA e a Organização<br />

Mundial de Saúde.<br />

O financiamento do sistema de farmacovigilância,<br />

das redes electrónicas<br />

e bases de da<strong>dos</strong> de financiamento<br />

público não dependerá de<br />

taxas, de forma a reforçar a independência<br />

e garantir a existência<br />

de verbas necessárias.<br />

Informação<br />

sobre comercialização<br />

À luz da nova legislação, verifica-<br />

-se a obrigação de o titular de AIM<br />

informar a autoridade competente<br />

da data de início da comercialização<br />

do medicamento e suas diferentes<br />

apresentações.<br />

A Directiva estabelece, igualmente,<br />

que o titular deve notificar, com a<br />

antecedência mínima de dois meses,<br />

uma eventual cessação de<br />

comercialização do medicamento,<br />

quer seja temporária ou permanente.<br />

Para qualquer medicamento que<br />

não seja comercializado durante<br />

um período de três anos consecutivos,<br />

deve considerar-se a<br />

AIM caducada. No entanto, sempre<br />

que razões de saúde pública<br />

o justifiquem, podem ser concedidas<br />

derrogações ao anteriormente<br />

mencionado.<br />

Validade da AIM<br />

A Directiva estabelece que, à semelhança<br />

do que acontece actualmente,<br />

uma AIM apresenta, inicialmente,<br />

uma validade de cinco<br />

anos, ao fim <strong>dos</strong> quais será submetido<br />

um pedido de renovação.<br />

Para efeitos de renovação, deve<br />

ser apresentada uma versão consolidada<br />

<strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> de qualidade,<br />

segurança e eficácia, incluindo<br />

todas as alterações submetidas<br />

desde a concessão da AIM, pelo<br />

menos 6 meses antes de esta caducar.<br />

Uma vez renovada, a AIM<br />

possui uma validade por um período<br />

ilimitado, excepto se, por razões<br />

do âmbito de farmacovigilância, for<br />

requerida uma renovação adicional<br />

ao fim de 5 anos.<br />

Apesar das alterações ao calendário<br />

de renovações da AIM e sua<br />

validade, a frequência de submissão<br />

<strong>dos</strong> Relatórios Periódicos de<br />

Segurança passa a ser de três<br />

em três anos após a primeira renovação<br />

Critérios de suspensão,<br />

revogação ou recusa da AIM<br />

No que respeita à avaliação da relação<br />

risco-benefício baseada em<br />

critérios de qualidade, segurança<br />

e eficácia, a Directiva harmoniza<br />

e adapta critérios de recusa, revogação<br />

ou suspensão das AIM´s.<br />

Assim, a AIM será recusada quando<br />

a relação risco-benefício não for<br />

favorável; o efeito terapêutico do<br />

medicamento estiver insuficientemente<br />

comprovado pelo requerente<br />

ou quando a composição qualitativa<br />

e quantitativa do medicamento<br />

não coincidir com a declarada.<br />

Rotulagem<br />

e Folheto Informativo<br />

No âmbito de uma boa utilização<br />

do medicamento, importa adaptar<br />

a regulamentação sobre a Rotulagem<br />

e FI. Assim, a Directiva introduz<br />

alguns aspectos inovadores<br />

relativamente à Rotulagem, como<br />

a inclusão de um espaço na embalagem<br />

que possibilite ao farmacêutico<br />

indicar a posologia prescrita,<br />

referência na rotulagem a<br />

precauções relativas à eliminação<br />

de medicamentos não utiliza<strong>dos</strong> e


apresentação do nome do medicamento<br />

em Braille.<br />

Relativamente ao FI, verifica-se<br />

uma alteração na sequência da<br />

informação (a menos relevante<br />

para o doente aparece no fim).<br />

Para medicamentos autoriza<strong>dos</strong><br />

por Procedimento de Reconhecimento<br />

Mútuo (MRP), ou Procedimento<br />

Descentralizado (DP) ou que<br />

foram sujeitos a arbitragem, deve<br />

ser incluída uma lista com os nomes<br />

autoriza<strong>dos</strong> em cada EM.<br />

O titular da AIM deverá garantir<br />

que o FI esteja disponível em formato<br />

apropriado para invisuais e<br />

pessoas com deficiências de visão,<br />

desde que pedido por organizações<br />

de doentes. A Directiva estabelece<br />

também que o FI deve reflectir<br />

consultas com grupos-alvo de doentes<br />

para que a sua legibilidade,<br />

clareza e facilidade de utilização<br />

estejam garantidas. Os resulta<strong>dos</strong><br />

destas avaliações devem ser submeti<strong>dos</strong><br />

às autoridades aquando<br />

do pedido de AIM.<br />

Publicidade e Informação<br />

No âmbito das práticas actuais no<br />

que respeita a informação, a Comissão<br />

comprometeu-se a apresentar<br />

um relatório, após a entrada<br />

em vigor da Directiva num<br />

período de três anos.<br />

Relativamente à Publicidade, a Directiva<br />

estabelece que, nas acções<br />

promocionais, o acolhimento deve<br />

subordinar-se rigorosamente ao<br />

objectivo fundamental da acção<br />

e não pode ser alargado a pessoas<br />

que não sejam profissionais<br />

de saúde.<br />

Fabrico, distribuição<br />

e fiscalização<br />

Relativamente ao título “Fabrico e<br />

Importação” ocorreram algumas<br />

alterações à Directiva 2001/83/<br />

CE de 6 de Novembro de 2001,<br />

nomeadamente nos temas acerca<br />

de matérias-primas e libertação<br />

de lotes.<br />

No que se refere às matérias-<br />

-primas, a Directiva 2004/27/<br />

CE refere que o Titular da Autorização<br />

de Fabrico deve apenas<br />

utilizar como matérias-primas<br />

substâncias activas (SA) que tenham<br />

sido fabricadas em conformidade<br />

com directrizes que<br />

serão objecto de aprovação posterior.<br />

Além disso, também é referido<br />

que estas normas se irão<br />

aplicar a alguns excipientes, cuja<br />

lista e condições específicas de<br />

aplicação serão determinadas<br />

através de legislação específica.<br />

Para efeitos de libertação de lotes,<br />

no caso de medicamentos<br />

provenientes de países terceiros,<br />

mesmo que o respectivo fabrico<br />

tenha ocorrido na Comunidade,<br />

cada lote importado deve ser objecto<br />

de uma análise qualitativa e<br />

quantitativa.<br />

Quanto à Distribuição por Grosso<br />

de Medicamentos ocorreram<br />

algumas alterações à Directiva<br />

n.º 2001/83/CE, no âmbito das<br />

importações paralelas.<br />

É referido que qualquer distribuidor<br />

que não seja Titular da AIM<br />

e que importe um medicamento<br />

de outro EM deve notificar o titular<br />

da AIM e a autoridade competente<br />

do EM (para o qual o medicamento<br />

será importado) da sua<br />

intenção de o importar. No caso<br />

de medicamentos aprova<strong>dos</strong> pelo<br />

Procedimento Nacional ou de Reconhecimento<br />

Mútuo, a notificação<br />

à autoridade competente será<br />

feita de acordo com os procedimentos<br />

estabeleci<strong>dos</strong> na legislação<br />

desse EM.<br />

65


Registos e<br />

Regulamentação<br />

No âmbito da Fiscalização e das<br />

Inspecções, a Directiva clarifica<br />

algumas formas de inspecção,<br />

nomeadamente inspecções não<br />

anunciadas, realização de ensaios<br />

com amostras efectua<strong>dos</strong> por um<br />

Laboratório Oficial de controlo, inspecções<br />

aos fabricantes de SA,<br />

inspecções às instalações <strong>dos</strong> titulares<br />

de AIM e inspecções com<br />

vista à obtenção do certificado de<br />

conformidade com as monografias<br />

da Farmacopeia.<br />

Além disso, a EMEA irá manter<br />

uma base de da<strong>dos</strong> comunitária<br />

onde constarão to<strong>dos</strong> os Certifica<strong>dos</strong><br />

de Boas Práticas de Fabrico<br />

(GMP) emiti<strong>dos</strong> pelos vários EM,<br />

assim como informação acerca de<br />

fabricantes que não respeitam os<br />

princípios e as directrizes das GMP.<br />

No âmbito da implementação nacional<br />

destas novas directrizes, o<br />

INFARMED já elaborou um documento<br />

de trabalho que, para além<br />

da transposição da Directiva, faz<br />

uma revisão geral da legislação<br />

nacional do documento. Este documento<br />

esteve à disposição para<br />

discussão pública, para que to<strong>dos</strong><br />

os interessa<strong>dos</strong> pudessem dar o<br />

seu contributo. Aguardamos agora<br />

a sua aprovação, publicação e<br />

regulamentação.<br />

A nível europeu foi iniciado um<br />

processo de revisão da legislação<br />

europeia publicada, colocando<br />

para consulta pública várias<br />

directrizes que visam definir com<br />

clareza os diversos processos<br />

introduzi<strong>dos</strong> através da nova legislação.<br />

Pretende-se assim clarificar<br />

os aspectos operacionais,<br />

diminuindo a possibilidade de interpretações<br />

divergentes entre<br />

os requerentes e as autoridades<br />

regulamentares.<br />

Desta forma, já se deu início à implementação<br />

de algumas mudanças<br />

significativas, com as quais os<br />

legisladores procuram aumentar<br />

o nível de segurança, qualidade e<br />

eficiência do sistema, promovendo<br />

a competitividade da Indústria Farmacêutica<br />

e melhorando o acesso<br />

aos medicamentos.<br />

Artigo elaborado pelo Grupo de Trabalho “Revisão<br />

do Sistema” da APREFAR (Ana Duarte,<br />

Ana Gaspar, Ângela Dias, António Dias, Catarina<br />

Azinheiro, Daniela Póvoa, Fernanda<br />

Mendes, Leila Fernandes, Mário Aguiar,<br />

M.ª João Oliveira, Rita Cadima).<br />

Colégio de Registos e Regulamentação promoveu<br />

Acção de formação sobre “Procedimentos de AIM”<br />

65<br />

O Conselho do Colégio em Registos<br />

e Regulamentação Farmacêutica<br />

promoveu, nos dias 23 e 24 de<br />

Junho de 2005, uma acção de<br />

formação subordinada ao tema<br />

“Procedimentos de AIM e sua submissão”,<br />

que se realizou na Faculdade<br />

de Farmácia da Universidade<br />

de Lisboa.<br />

Destinada a jovens profissionais na<br />

área <strong>dos</strong> assuntos regulamentares<br />

ou que tenham função equiparável,<br />

esta acção decorreu com a simulação,<br />

por parte <strong>dos</strong> forman<strong>dos</strong>,<br />

de pedi<strong>dos</strong> de AIM´s, tendo para<br />

tal a Faculdade disponibilizado a<br />

sala <strong>dos</strong> computadores.<br />

O primeiro dia foi dedicado à apresentação<br />

de noções introdutórias,<br />

com a realização de um trabalho<br />

prático de elaboração/organização<br />

do processo de pedido de AIM, em<br />

conformidade com a legislação<br />

aplicável. Os trabalhos foram realiza<strong>dos</strong><br />

por cinco grupos distintos:<br />

dois grupos, com um pedido de um<br />

medicamento inovador; um grupo,<br />

com um pedido de um medicamento<br />

bibliográfico; dois grupos, com<br />

um pedido de um medicamento<br />

essencialmente similar.<br />

No segundo dia, os trabalhos foram<br />

apresenta<strong>dos</strong> e discuti<strong>dos</strong> com um<br />

Os forman<strong>dos</strong> desenvolveram o seu trabalho prático em cinco grupos<br />

avaliador da Comissão de Avaliação<br />

de Medicamentos, de cada área<br />

específica, para o que muito nos<br />

honrou a participação de alguns peritos<br />

nacionais (Professores José<br />

Morais, Manuel Caneira, Hélder<br />

Mota Filipe, Rui Moreira, António<br />

José de Almeida e Melo Gouveia).<br />

Esta acção de formação contou ainda<br />

com a participação de Gonçalo<br />

Nunes, o qual, sob a perspectiva<br />

de um jovem profissional da área<br />

regulamentar científica, nos fez a<br />

sua avaliação da pertinência deste<br />

tipo de acções e quais os aspectos<br />

a melhorar no futuro.


Biblio<br />

Onde se fala de velhos livros da Biblioteca da <strong>Ordem</strong><br />

Tipografia Portuguesa<br />

65<br />

SEMEDO, João Curvo,<br />

1635-1719<br />

Memorial de varios simplices que<br />

da India Oriental, da America, &<br />

de outras partes do mundo vem<br />

ao nosso Reyno para remedio de<br />

muytas doenças, no qual se acharáo<br />

as virtudes de cada hum. &<br />

o modo com que se devem usar<br />

- [João Curvo Semedo]. – [Lisboa:<br />

Na Officina de Antonio Pedroso Galram,<br />

1727]. – 32, [4] p.; 2º. (30<br />

cm). – Inocêncio 3 pp. 357 – 358,<br />

BN Lisboa SA 2582, B. Museum<br />

47, coln 239, NUC NC 0488272.<br />

– Lugar de impressão, nome do<br />

impressor e data tira<strong>dos</strong> do colofão.<br />

– Título à cabeça do texto. –<br />

Capital maiúscula inicial decorada.<br />

– No final da Obra “Com todas as<br />

licenças necessárias”. – Colofão no<br />

final da obra. – Marca do impressor<br />

no final da obra. – Assin.: A-C 6 .<br />

Folhas manchadas, onduladas. –<br />

Obra anexa à “Polyanthea Medicinal…”<br />

do mesmo autor. – cota 423.<br />

Na página 1, o autor diz:<br />

“[...] fizesse este Memorial em socorro<br />

da natureza humana; se por<br />

este serviço que faço no bem publico<br />

não mereceu agradecimento,<br />

não merecerey reprehensão, & se<br />

ma derem, acabarey de entender<br />

que há homens tão ingratos, & de<br />

animo tão depravado, que fazem<br />

por malicia, o que os meninos fazem<br />

por innocencia, mamão o<br />

leyte, & mordem o peyto, que os<br />

sustentou.”<br />

Na licença do Paço, o Doutor Francisco<br />

da Fonseca Henriques diz:<br />

“[...] bem parece este zelo com<br />

que escreve, igual á piedade com<br />

que cura pois na proveita idade<br />

de 80 anos, está acodindo aos<br />

enfermos com cuydado, principalmente<br />

aos pobres a quem assiste<br />

com caridade, socorrendo-os com<br />

os seus especialíssimos remedios<br />

sem interesse [...] Junta o Author<br />

à sua Polyanthea hum catalogo das<br />

cousas medicinaes que há na India<br />

Oriental, & nas cõquistas da America,<br />

obra que a omissão <strong>dos</strong> Portuguezes,<br />

ou o destino da Providencia<br />

reservou para elle. Porque sendo<br />

certo, que na India, & no Brasil há<br />

cousas de prestantissimas virtudes<br />

para o uso da Medicina: nunca tiverão<br />

curiosidade os Medicos que<br />

assistirão, naquellas partes para<br />

darem noticias destes remedios;<br />

nem houve superior impulso, que a<br />

isto os obrigasse. Mas o que não<br />

fez o poder <strong>dos</strong> soberanos, & o que<br />

deyxou de fazer a ignavia <strong>dos</strong> Médicos<br />

assistentes nas Conquistas;<br />

faz hoje o Doutor João Curvo”.<br />

Não sabemos resistir à transcrição<br />

de um soneto do Doutor Andre<br />

Nunes da Sylva, dedicado ao autor,<br />

comparando a sua ciência com o<br />

esforço de Giraldo sem Pavor do<br />

qual descende a família Semedo.<br />

Ei-lo:<br />

“Deu mortes sempre de valor<br />

armado<br />

Giraldo sem pavor, Campião<br />

valente<br />

Delle, Semmedo, illustre<br />

descendente<br />

Deu sempre vidas de Sciencie<br />

ornado.<br />

Da espada receytou o Marte<br />

ouzado<br />

Morte aos mouros na folha<br />

reluzente;<br />

Nas deste livro receytou sciente<br />

João remedio ao mal mais<br />

obstinado.<br />

Ambos por sua fama peregrina<br />

Gloria de Lysia são, da Patria<br />

amparo,<br />

Que agradecida estatuas lhe<br />

destina;<br />

Pois venera a pezar do tempo<br />

avaro,<br />

Hum sem Pavor <strong>dos</strong> infieis ruina,<br />

Outro Semmedo, <strong>dos</strong> mortaes<br />

reparo.<br />

Por Provisão de Privilégio de 25<br />

de Agosto de 1768, a um descendente<br />

do autor, Manuel José Curvo<br />

Semedo, foi concedida autorização<br />

“para só elle fazer, e operar<br />

as receitas, e segre<strong>dos</strong> medicinaes<br />

do Curvo”.<br />

João Herculano de Morais, no Jornal<br />

de “Pharmacia chimica e historia<br />

natural medica”, diz:<br />

“Curvo Semedo soube achar de<br />

um só facto as soluções de dois<br />

problemas difficilimos: um arsenal<br />

bem fornecido de meios curativos<br />

contra todo o genero de espécies<br />

de enfermidades, e uma mina de<br />

haver dinheiro, como a não haveria<br />

o explorador da mais rica mina<br />

do Brazil, no seu tempo”.<br />

M. Celina Parente<br />

Lic. em Ciências Físico-Químicas<br />

Diplom. com o Curso de Pós-Graduação<br />

de Bibliotecária-Arquivista (U.C.)<br />

Fontes Manuscritas:<br />

1 – IAN/TT. Chancelaria D. Pedro II.<br />

Lº 52.<br />

2 – IAN/TT. Chancelaria D. João V.<br />

Lº 29.<br />

3 – IAN/TT. Chancelaria D. José I.<br />

Lº 7.<br />

4 – IAN/TT. Habilitações do Santo Ofício.<br />

Maço 11, Diligência nº 338.<br />

5 – IAN/TT. Habilitações do Santo Ofício.<br />

Maço 8. Diligência nº 313.<br />

Obras de referência:<br />

• B. Museum – BRITISH MUSEUM<br />

– General catalog of printed books.<br />

– London: British Museum, 1965-<br />

1972.<br />

• BN Lisboa – PORTUGAL Biblioteca<br />

Nacional.<br />

• Inocêncio - SILVA, Inocêncio Francisco<br />

da, e outros – Diccionario bibliographico<br />

portuguez: estu<strong>dos</strong> applicáveis<br />

a Portugal e ao Brasil. – Lisboa: Imprensa<br />

Nacional, 1858-1923.<br />

• NUC - AMERICAN LIBRARY AS-<br />

SOCIATION – National Union Catalog:<br />

pre1956 imprints. – Chicago:<br />

Mansell, 1968-1981.


Fila<br />

“A farmácia e o medicamento.<br />

Uma história concisa”<br />

s CTT-Correios editaram em<br />

2004 a obra da autoria de<br />

Paula Basso intitulada “A<br />

farmácia e o medicamento. Uma<br />

história concisa”, que surge na<br />

sequência da emissão dedicada à<br />

farmácia e ao medicamento a que<br />

tivemos oportunidade de dedicar<br />

alguns artigos anteriores.<br />

Trata-se de uma obra em 213 páginas<br />

magnificamente ilustradas,<br />

como é hábito nestas edições <strong>dos</strong><br />

CTT-Correios, dividida em oito grandes<br />

capítulos para além das partes<br />

de introdução, epílogo e bibliografia.<br />

Saliente-se ainda a inclusão<br />

na obra da emissão referida relativa<br />

à farmácia e ao medicamento.<br />

Na nota de abertura, Carlos Horta<br />

e Costa, Presidente <strong>dos</strong> CTT-<br />

-Correios de Portugal, refere que<br />

aquela instituição, ao editar o livro<br />

cumpre “mais uma vez o desígnio<br />

de divulgar os factos históricos,<br />

sociais e culturais mais relevantes<br />

do país, bem como as personagens,<br />

instituições e património que<br />

constituem a nossa identidade”.<br />

De facto a farmácia e a actividade<br />

farmacêutica encerram valores<br />

ímpares do nosso património, da<br />

vida cultural, social e científica do<br />

nosso país.<br />

Ao longo das mais de duzentas<br />

páginas da obra, a autora, Dr.ª<br />

Paula Basso, Conservadora Principal<br />

do Museu da Farmácia, leva<br />

o leitor a uma viagem pela história<br />

da farmácia e pela história da<br />

farmácia em Portugal mostrando<br />

como a farmácia é uma profissão<br />

e uma ciência com raízes milenares.<br />

Por isso, inicia a obra no que<br />

denomina de “Os antecedentes<br />

antigos”, isto é, as práticas médico-farmacêuticas<br />

pré-técnicas,<br />

continuando depois o itinerário<br />

pelas civilizações antigas como a<br />

Mesopotâmia e o Egipto; o mundo<br />

clássico, Grécia e Roma; a Idade<br />

Média; o Renascimento; a Idade<br />

Moderna; o século XIX; e finalmente<br />

o século XX. Tendo por base a<br />

revisão que realizou, como refere,<br />

em vários autores especializa<strong>dos</strong><br />

na história da farmácia, a autora<br />

faz uma síntese objectiva e exacta<br />

da ciência e profissão farmacêutica.<br />

O livro é ilustrado do princípio<br />

ao fim com a reprodução de peças<br />

existentes no Museu da Farmácia,<br />

em Lisboa, cuja visita recomendamos<br />

vivamente, e ainda<br />

com reprodução de frontispícios<br />

de livros, gravuras, etc. Deve assinalar-se<br />

de modo particular o trabalho<br />

que tem sido desenvolvido,<br />

neste particular, pela Associação<br />

Nacional das Farmácias na sensibilização<br />

da preservação do património<br />

histórico-farmacêutico e<br />

deve sublinhar-se o elevado valor<br />

e organização desse Museu. Por<br />

isso encontramos na obra tanto<br />

peças egípcias e mesopotâmicas<br />

de perto de 2 000 a.C. como as<br />

farmácias portáteis da NASA que<br />

viajaram a bordo do space shuttle<br />

Endeavour, em missão realizada<br />

em 2000. A terminar a obra, uma<br />

súmula bibliográfica que remete o<br />

leitor para outras obras de interesse<br />

para a história da farmácia,<br />

da medicina e da saúde.<br />

Para além da autora estão, portanto,<br />

de parabéns todas as instituições<br />

envolvidas na edição da<br />

presente obra, que constitui, também,<br />

uma ferramenta importante<br />

para o filatelista, em particular<br />

para o coleccionador das temáticas<br />

histórico-médicas e farmacêuticas,<br />

na medida em que proporciona<br />

uma série de informações<br />

úteis para a organização da sua<br />

colecção.<br />

João Rui Pita<br />

Professor da Faculdade de Farmácia<br />

da Universidade de Coimbra<br />

Investigador do CEIS20<br />

65


Mercado Hospitalar<br />

Farmacêutico<br />

Primeiro trimestre de 2005<br />

o primeiro trimestre de<br />

2005, o mercado hospitalar<br />

português continuou<br />

a crescer a um ritmo muito elevado<br />

(18,2 por cento em valor) face<br />

ao seu periodo homólogo, inclusive<br />

com um crescimento superior ao<br />

verificado nesse mesmo período<br />

(14,9 por cento). Neste trimestre,<br />

o valor do mercado em euros foi<br />

de cerca de 183 milhões de euros.<br />

Em unidades, o crescimento foi de<br />

10,3 por cento face ao primeiro<br />

trimestre de 2004, quando nesse<br />

mesmo período apenas havia crescido<br />

1,1 por cento. Neste período,<br />

foram transaccionadas quase 49<br />

milhões de unidades.<br />

Apesar de o PVA médio estar acima<br />

do verificado no mesmo período<br />

do ano passado, relativamente<br />

ao último trimestre de 2004 verificou-se<br />

uma descida, ficando actualmente<br />

nos 3,74 euros.<br />

Dando sequência a um ano muito<br />

forte em crescimento, o mercado<br />

não parece dar sinais de abrandar.<br />

De facto, e apesar de ter havido<br />

uma redução face ao trimestre<br />

anterior, em relação ao seu período<br />

homólogo – primeiro trimestre<br />

de 2004 – registou-se um grande<br />

crescimento. O mercado em unidades,<br />

ainda que abaixo do mercado<br />

em valor, também cresceu de forma<br />

significativa face ao seu período<br />

homólogo, inclusive crescendo<br />

quando em comparação com o último<br />

trimestre de 2004.<br />

Análise por segmentos<br />

de mercado<br />

Mercado Hospitalar (análise trimestral) Gráfico 1<br />

200.000.000<br />

180.000.000<br />

160.000.000<br />

140.000.000<br />

120.000.000<br />

100.000.000<br />

80.000.000<br />

60.000.000<br />

40.000.000<br />

20.000.000<br />

0<br />

1º Trim. 04 2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />

Euros Unidades PVA Médio<br />

4,00<br />

3,90<br />

3,80<br />

3,70<br />

3,60<br />

3,50<br />

3,40<br />

3,30<br />

3,20<br />

Evolução Trimestral (face ao período homólogo) Gráfico 2<br />

20,0%<br />

15,0%<br />

10,0%<br />

5,0%<br />

0,0%<br />

-5,0%<br />

-10,0%<br />

Da análise por subclasses terapêuticas<br />

(ATC3) verifica-se que a<br />

subclasse J05C Antivirais VIH foi<br />

a mais importante, em valor, nestes<br />

primeiros três meses de 2005,<br />

com uma quota de 11,8 por cento.<br />

Das cinco subclasses presentes<br />

na análise, três são da Classe<br />

Terapêutica L A.A./Neo-Plas./Imunomod.,<br />

normalmente relacionada<br />

com a Oncologia.<br />

Após três trimestres a perder importância,<br />

o Top5 registou um<br />

crescimento face ao último trimestre<br />

de 2004, ainda assim aquém<br />

2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />

PH% Euros<br />

PH% Unidades<br />

Evolução do Top5 ATC3 (Valor) Gráfico 3<br />

Evolução do Top5 ATC3 (Unidades) Gráfico 4<br />

65<br />

25.000.000<br />

23.000.000<br />

21.000.000<br />

19.000.000<br />

17.000.000<br />

15.000.000<br />

13.000.000<br />

11.000.000<br />

9.000.000<br />

7.000.000<br />

5.000.000<br />

1º Trim. 04 2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />

7.000.000<br />

6.000.000<br />

5.000.000<br />

4.000.000<br />

3.000.000<br />

2.000.000<br />

1.000.000<br />

0<br />

1º Trim. 04 2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />

J05C Antivirais Hiv L01X Tod.Out.Antineoplasicos B03C Prod. Eritropoieticos<br />

J05C Antivirais Hiv N02B Analg Nao Narcot/A/Piret L02B Citost.Antagonistas Horm.<br />

L03B Interferon<br />

L01C Vinca Alcaloides<br />

K01B Solucoes Standard<br />

K04B Solucoes Padrao


do verificado no primeiro trimestre<br />

de 2004. O Top5 representa actualmente<br />

32,9 por cento do total<br />

do mercado em valor.<br />

Também no Top5 em unidades é<br />

a subclasse J05C Antivirais VIH a<br />

assumir o lugar cimeiro (11,1 por<br />

cento), ainda assim tendo vindo a<br />

perder importância face às outras<br />

subclasses (-1,7 por cento do que<br />

no período homólogo).<br />

No Top5 em unidades também se<br />

verifica uma perda de importância<br />

face às restantes subclasses, ainda<br />

assim mais ligeira, representando<br />

33,4 por cento do total, enquanto<br />

no mesmo período do ano passado<br />

representavam 33,5 por cento.<br />

Em termos de centros de custos<br />

para os hospitais, verifica-se que,<br />

em valor, são os Tratamentos de<br />

dia de Oncologia os mais dispendiosos,<br />

23,7 por cento do total,<br />

segui<strong>dos</strong> de perto pelas Consultas<br />

Externas (22,7 por cento). O Top5<br />

em valor representa a grande parte<br />

<strong>dos</strong> custos, mais de dois terços<br />

do total (66,9 por cento).<br />

Em unidades, o Top5 perde alguma<br />

importância face ao mercado em<br />

valor, representando ainda assim<br />

51,2 por cento do total. As Consultas<br />

Externas são a especialidade<br />

que ocupa o lugar cimeiro da<br />

tabela, representando 17,2 por<br />

cento das unidades consumidas,<br />

seguidas pela Medicina Interna,<br />

com 12,1 por cento.<br />

Novas Moléculas<br />

As novas moléculas detectadas<br />

neste primeiro trimestre representaram<br />

cerca de 6,8 milhões de<br />

euros, sendo que o Top10 representa<br />

70,7 por cento deste valor.<br />

Dentro deste Top10 de novas moléculas,<br />

a maioria (66,8 por cento)<br />

está normalmente associada a terapias<br />

relacionadas com a Oncologia<br />

e o tratamento do VIH.<br />

Foi registado o lançamento de 64<br />

novas moléculas nos últimos 24<br />

meses. De notar que nem todas<br />

as moléculas foram lançadas ao<br />

mesmo tempo, sendo que aquelas<br />

que entraram no início do período<br />

de análise têm mais tempo<br />

de mercado.<br />

Francisco Andrade<br />

IMS Health<br />

Centros de Custo por Especialidade (Valor) Gráfico 5<br />

Centros de Custo por Especialidade (Unidades) Gráfico 6<br />

9,0%<br />

8,0%<br />

7,0%<br />

6,0%<br />

5,0%<br />

4,0%<br />

3,0%<br />

2,0%<br />

1,0%<br />

0,0%<br />

100%<br />

80%<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

Novos Produtos (Top10 em Valor) Gráfico 8<br />

Bortezomib<br />

Emtricitabine<br />

Agalsidase Beta<br />

Adefovir Dipivoxil<br />

Adalimumab<br />

Pegfilgrastim<br />

Valganciclovir<br />

Atazanavir<br />

Cetuximab<br />

0%<br />

1º Trim. 04 2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />

Restantes Medicina Interna Consulta Externa<br />

Medicina Intensiva Outros Hosp. Dia Hosp. Dia Oncologia<br />

100%<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0% 1º Trim. 04 2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />

Restantes Cirurgia Geral Consulta Externa<br />

Urgência Geral Hosp. Dia Oncologia Consulta Externa<br />

Novos Produtos (evolução da quota de mercado)<br />

Bosentan<br />

1º Trim. 04 2º Trim. 04 3º Trim. 04 4º Trim. 04 1º Trim. 05<br />

Euros<br />

Unidades<br />

Gráfico 7<br />

0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 700.000 800.000<br />

65


Perspectivas<br />

Acessibilidade aos medicamentos<br />

Saúde Pública ou sacralização do consumo<br />

acessibilidade a medicamentos<br />

pode avaliar-se, segundo<br />

os indicadores usa<strong>dos</strong> pela<br />

própria Organização Mundial de<br />

Saúde e observatórios de saúde,<br />

em dois aspectos fundamentais:<br />

por um lado, pela capacidade financeira<br />

da população para poder adquirir<br />

medicamentos e, por outro,<br />

pela facilidade em aceder aos medicamentos,<br />

traduzida em função<br />

da distribuição geográfica de farmácias<br />

como locais de dispensa de<br />

medicamentos. Podemos, assim,<br />

conceptualizar dois tipos de acessibilidade:<br />

uma financeira e outra<br />

geográfico-organizacional.<br />

No que se refere à acessibilidade<br />

financeira, está assim em causa<br />

a capacidade de cada cidadão, do<br />

ponto de vista económico, poder<br />

adquirir os medicamentos. Assim<br />

entram em jogo, por um lado, o<br />

grau de desenvolvimento económico<br />

da sociedade e capacidade<br />

de aquisição e, por outro lado, a<br />

existência de sistemas organiza<strong>dos</strong><br />

de financiamento que co-participem<br />

o seu custo de aquisição <strong>dos</strong><br />

medicamentos, podendo ocorrer<br />

através de seguros de doença ou<br />

de serviços de saúde (sendo este<br />

último o caso português).<br />

No nosso país, cerca de 90% do<br />

mercado de medicamentos consumi<strong>dos</strong><br />

correspondem a medicamentos<br />

sujeitos a prescrição<br />

médica e comparticipa<strong>dos</strong> pelo<br />

Serviço Nacional de Saúde ou outros<br />

subsistemas. Isto é, medicamentos<br />

prescritos pelos médicos<br />

e cuja aquisição não é decidida<br />

pelo doente.<br />

O mercado <strong>dos</strong> medicamentos tem<br />

crescido no nosso país, em média,<br />

cerca de 9% ao ano, sendo de registar<br />

a clara desaceleração verificada<br />

em 2003 com a introdução<br />

de medicamentos genéricos.<br />

Por outro lado, em relação aos<br />

medicamentos comparticipa<strong>dos</strong>,<br />

o Estado português assume uma<br />

média de 69% <strong>dos</strong> encargos globais<br />

em função do preço <strong>dos</strong> medicamentos.<br />

Recordemos que no<br />

nosso país a parte paga pelos<br />

doentes é das mais elevadas da<br />

Europa.<br />

Esta realidade demonstra, por si,<br />

a elevada sensibilidade social ligada<br />

à acessibilidade financeira a medicamentos.<br />

Assim, a relevância da<br />

intervenção financiadora do Estado<br />

português obriga a que, permanente<br />

e cada vez mais, se adoptem<br />

práticas racionais que assegurem,<br />

por um lado, a equidade e justiça<br />

social e, por outro, a sustentabilidade<br />

económica do financiamento<br />

do sistema de saúde.<br />

Igualmente, o significativo encargo<br />

público e privado que o consumo<br />

de medicamentos representa deve<br />

ser também um driver de implementação<br />

de medidas racionais e<br />

optimizadora <strong>dos</strong> esforços de to<strong>dos</strong><br />

os portugueses.<br />

No capítulo da acessibilidade geográfico-organizacional<br />

a medicamentos,<br />

importa perceber a influência<br />

que o modelo adoptado no<br />

nosso país, as farmácias, tem a<br />

acrescentar no quadro nacional.<br />

Assim, o modelo de farmácia portuguesa<br />

está alinhado com o existente<br />

na esmagadora maioria <strong>dos</strong><br />

países europeus, nomeadamente<br />

na Europa continental. Assim, o<br />

nosso país dispõe de 2 800 farmácias<br />

que obedecem a requisitos<br />

populacionais e regras de instalação<br />

próprias.<br />

Ao nível da acessibilidade a estas<br />

unidades de saúde, o nosso país<br />

beneficia de uma das mais baixas<br />

capitações de habitantes por farmácia<br />

da Europa, isto é, comparativamente,<br />

temos mais farmácias<br />

disponíveis por habitante do que em<br />

muitos outros países, chegando a<br />

ser, duas a três vezes maior que<br />

países do Norte da Europa.<br />

Por outro lado, ao nível da instalação,<br />

as regras estabelecidas no<br />

nosso país, impõem que a abertura<br />

de uma farmácia seja suportada<br />

por evidência de população<br />

ao nível da cada concelho. Sendo<br />

uma medida de interesse público,<br />

a instalação de uma farmácia obedece<br />

às regras e rigor de concurso<br />

público e não, como em muitas<br />

outras áreas a determinantes de<br />

interesse económico negocial.<br />

Deste modo, ao longo <strong>dos</strong> últimos<br />

anos, tem sido possível promover<br />

uma gradual abertura de novas farmácias<br />

em função <strong>dos</strong> movimentos<br />

populacionais e desenvolvimento<br />

de muitas localidades.<br />

Vendas a PVP<br />

Taxa de<br />

Crescimento<br />

2002/20004 Embalagens<br />

Taxa de<br />

Crescimento<br />

2002/20004<br />

2000 2.336.935.646 - - 227.085.923 - -<br />

2001 2.551.830.072 9,2% - 233.867.136 3,0% -<br />

65<br />

2002 2.735.263.796 7,2% - 241.054.510 3,1% -<br />

2003 2.876.313.811 5,2% - 242.638.403 0,7% -<br />

2004 3.139.990.852 9,2% 14,80% 248.773.855 2,5% 3,20%<br />

Fonte: INFARMED


Mercado do SNS (Estatística do medicamento 2003)<br />

Taxa Média 1999 2000 2001 2002 2003<br />

Comparticipação 67,6% 68,3% 69,0% 69,7% 69,4%<br />

Encargo do Utente 32,4% 31,7% 31,0% 30,3% 30,6%<br />

Fonte: INFARMED<br />

Ao nível da sua organização, embora<br />

sendo cada farmácia uma<br />

unidade independente, existe uma<br />

organização que permite assegurar<br />

um cobertura nacional permanente<br />

e com disponibilidade para<br />

corresponder às principais necessidades<br />

de acesso da nossa população.<br />

Assim, diariamente, estão<br />

500 farmácias em 24h de serviço<br />

ou de disponibilidade.<br />

Estas características de acessibilidade<br />

geográfica realçam-se ainda<br />

mais se considerarmos que<br />

no nosso país existem cerca de<br />

390 Centros de Saúde, servindo<br />

uma população média de 20.000<br />

a 30.000 habitantes cada um, e<br />

ainda cerca de 90 Hospitais integra<strong>dos</strong><br />

no SNS.<br />

Em termos sociais, a acessibilidade,<br />

a par com a equidade, é<br />

necessariamente imprescindível<br />

a uma prestação de cuida<strong>dos</strong> de<br />

saúde moderna e civilizacionalmente<br />

avançada.<br />

Em relação a medicamentos, a<br />

questão que se coloca é se o acesso<br />

aos mesmos deve ser, ou não,<br />

condicionado aos interesses de<br />

mercado ou a razões de saúde pública<br />

e interesses <strong>dos</strong> cidadãos.<br />

É obvio que, como em qualquer<br />

actividade, a vertente económica<br />

é um factor envolvido em relação<br />

à forma como os serviços são organiza<strong>dos</strong>.<br />

No entanto, a aplicação<br />

de regras económicas aos diversos<br />

“merca<strong>dos</strong>” da saúde não<br />

deverá, nem em bom rigor se poderá<br />

admitir, como sobreponível<br />

em relação ao interesse público.<br />

Diversos exemplos ilustram como<br />

estas medidas encerram perversidades<br />

sociais dramáticas e como,<br />

em muitos países, as tendências<br />

mais liberalizadoras têm sofrido<br />

significativos recuos.<br />

Exemplo global de sistema de saúde<br />

liberal, onde a ditadura da economia<br />

livre impõe as suas regras na<br />

saúde, ocorre nos EUA. De facto,<br />

ao nível do sistema de saúde, os<br />

EUA apresentam largos milhões de<br />

cidadãos sem qualquer direito ou<br />

cobertura sanitária e, mesmo do<br />

ponto de vista <strong>dos</strong> encargos públicos,<br />

é considerado como um <strong>dos</strong><br />

mais caros e ineficientes sistemas<br />

de saúde do mundo ocidental.<br />

Ao nível do Reino Unido, e em<br />

particular em relação à liberalização<br />

da venda de medicamentos e<br />

abertura de farmácias, o próprio<br />

Parlamento Britânico elaborou um<br />

interessante relatório, em 2003,<br />

no qual identificava como principal<br />

barreira ao acesso a medicamentos<br />

a liberalização efectuada,<br />

com a concentração económica e<br />

geográfica a deixar significativas<br />

franjas da população sem acesso<br />

directo a estes elementares recursos<br />

de saúde.<br />

Deste modo, e não sendo despiciendo<br />

o exercício de proporcionar<br />

significativas melhorias e promoção<br />

de boas práticas no nosso sistema<br />

Capitação europeia<br />

Fonte: Eurostat, PGEU<br />

País<br />

de saúde, mesmo em relação ao<br />

acesso e uso de medicamentos,<br />

não podemos ignorar os patamares<br />

atingi<strong>dos</strong> e, do mesmo modo,<br />

antecipar o vaticínio em relação a<br />

soluções que, noutros países, já<br />

se mostraram inadequadas aos<br />

interesses da população.<br />

O sistema nacional de comparticipação<br />

de medicamentos, criado<br />

nos anos 80 como consequência<br />

da criação do SNS, aumentou significativamente<br />

o acesso a medicamentos,<br />

contribuindo para reais<br />

ganhos em saúde por parte da<br />

população.<br />

Nº habitantes por farmácia<br />

Grécia 1.185<br />

Bélgica 1.970<br />

Espanha 2.042<br />

França 2.628<br />

Irlanda 3.222<br />

Itália 3.410<br />

Portugal 3.772<br />

Alemanha 3.874<br />

Reino Unido 4.566<br />

Luxemburgo 5.600<br />

Áustria 6.492<br />

Finlândia 6.508<br />

Noruega 8.597<br />

Holanda 9.486<br />

Suécia 10.276<br />

Dinamarca 19.294<br />

65


Perspectivas<br />

65<br />

Actualmente, com o crescimento<br />

da oferta de novos medicamentos,<br />

com o aumento da oferta de unidades<br />

de saúde (hospitais e centros<br />

de saúde) e com o aumento<br />

da esperança de vida da população,<br />

assiste-se ao crónico subfinanciamento<br />

do sistema de saúde,<br />

colmatado anualmente com<br />

orçamentos rectificativos.<br />

Os recursos do nosso país são limita<strong>dos</strong>.<br />

Partindo deste incontornável<br />

axioma, a necessidade de<br />

fazer opções fundamentadas obriga-nos<br />

a perceber de que forma<br />

poderemos continuar a beneficiar<br />

do acesso a medicamentos.<br />

Neste campo, as opções estão estudadas<br />

e apontam para um conceito<br />

global: racionalidade. Partindo<br />

de um momento em que existe<br />

acessibilidade a medicamentos, em<br />

que há profissionais qualifica<strong>dos</strong> e<br />

o Estado assume uma significativa<br />

comparticipação nos custos de<br />

aquisição de medicamentos, importa<br />

assim avaliar rigorosamente<br />

as opções terapêuticas, tendo<br />

em conta a sua eficácia.<br />

Actualmente, os medicamentos<br />

cumprem os requisitos fundamentais<br />

para serem disponibiliza<strong>dos</strong> à<br />

população: qualidade, eficácia e segurança.<br />

No entanto, num quadro<br />

em que são necessárias opções<br />

racionais, importa evoluir para a<br />

apreciação de valor terapêutico<br />

acrescentado face a outras soluções.<br />

Deste modo, interligando a<br />

comparticipação com esta avaliação<br />

de mais-valia terapêutica, o<br />

Estado estará a sinalizar positivamente<br />

a adopção de uma importante<br />

medida de racionalidade e<br />

cujo impacto, certamente, permitirá<br />

que tratemos mais e melhor<br />

cada doente, com os mesmos ou<br />

menores custos.<br />

É fundamental apostar em medidas<br />

de racionalidade da prescrição de<br />

modo a diminuir significativamente<br />

a duplicação de medicamentos e<br />

outras situações que, para além<br />

de notório desperdício, representam<br />

sérias ameaças à saúde <strong>dos</strong><br />

cidadãos. Mais informação aos<br />

profissionais de saúde e maior<br />

controlo na avaliação científica serão<br />

estratégias que, positivamente,<br />

continuarão a fazer evoluir o<br />

uso de medicamentos no nosso<br />

país. Não é justificável que continuemos<br />

a assistir, com inércia, às<br />

sucessivas estatísticas referentes<br />

à prescrição de medicamentos que<br />

colocam o nosso país no topo do<br />

consumo de psicofármacos ou antibióticos<br />

sem que nenhuma razão<br />

de saúde pública subsista.<br />

Mesmo no capítulo da acessibilidade<br />

da população a medicamentos<br />

importa promover significativas<br />

melhorias em benefício da saúde<br />

individual e colectiva. Importa ter<br />

assim presente que prevenir é<br />

sempre preferível, e mais barato,<br />

ao tratamento a posteriori.<br />

As respostas, quando conhecidas,<br />

serão elucidativas nestes e noutros<br />

exemplos:<br />

Quantos diabéticos não estão diagnostica<strong>dos</strong><br />

e quantos não estão<br />

medica<strong>dos</strong>? Quantos doentes hipertensos<br />

não estão identifica<strong>dos</strong><br />

e não estão medica<strong>dos</strong>?<br />

Os problemas de acessibilidade a<br />

medicamentos têm a ver, fundamentalmente,<br />

com estas e outras<br />

patologias graves, crónicas e incapacitantes,<br />

com um impacto social<br />

vasto e, no capítulo <strong>dos</strong> recursos,<br />

com peso significativo nos cuida<strong>dos</strong><br />

diferencia<strong>dos</strong> para situações<br />

avançadas.<br />

Os reais problemas de acessibilidade<br />

a medicamentos existem<br />

hoje em relação a medicamentos<br />

essenciais e cuja utilização adequada<br />

traz efectivos ganhos em saúde<br />

para a população e não, como<br />

recentemente se tem discutido,<br />

em relação a medicamentos não<br />

sujeitos a receita médica.<br />

As recentes medidas anunciadas<br />

pelo governo visando a contenção<br />

do défice, vão agravar a situação,<br />

dado que não interferem nos factores<br />

geradores da despesa a nível<br />

da oferta e vão penalizar os doentes<br />

que precisam de medicamentos.<br />

A comparticipação a 100%,<br />

que só corresponde a 10% da<br />

despesa, refere-se a medicamentos<br />

antidiabéticos, anti-epilépticos<br />

e antiparkinsónicos, isto é, para<br />

o tratamento de doenças crónicas<br />

e incapacitantes cuja ausência<br />

de tratamento tem maiores<br />

custos sociais e para o sistema<br />

de saúde.<br />

Por outro lado, o aumento do acesso<br />

aos medicamentos não sujeitos<br />

a receita médica, através da liberalização<br />

<strong>dos</strong> locais de venda, apenas<br />

poderá induzir o consumo (os<br />

merca<strong>dos</strong> duplicam) com benefício<br />

imediato para os agentes económicos<br />

(Produtores e Distribuição).<br />

No entanto, a médio e longo prazo,<br />

quer pelas complicações associadas,<br />

quer pelos riscos documenta<strong>dos</strong><br />

em relação a utilização incorrecta,<br />

estarão em causa sérios e<br />

graves custos para o sistema de<br />

saúde e para os cidadãos.<br />

Nos países em que medidas similares<br />

foram implementadas, aumentou<br />

significativamente o número<br />

de internamentos hospitalares,<br />

o que pode ser ainda mais dramático<br />

se considerarmos que os<br />

internamentos hospitalares por<br />

efeitos indesejáveis <strong>dos</strong> medicamentos<br />

variam entre os 7%, no<br />

Reino Unido, e 10%, nos EUA.<br />

Qualquer medida de liberalização<br />

<strong>dos</strong> locais de venda deve ter em<br />

conta esta realidade, reduzindo ao<br />

máximo os riscos inerentes ao aumento<br />

do acesso.<br />

Independentemente da legitimidade<br />

política para mudar e alterar<br />

as regras de comercialização de<br />

medicamentos, não pode deixar<br />

de existir uma igual responsabilidade<br />

em relação à implementação<br />

de soluções já testadas noutros<br />

países. As propostas até agora<br />

conhecidas, além de não melhorarem<br />

a acessibilidade pelas restrições<br />

que colocam nas condições<br />

de dispensa, não têm em conta a<br />

experiência de outros países como<br />

é o caso do Reino Unido e Noruega<br />

que, ao liberalizarem os locais de<br />

venda, minimizam os riscos com<br />

a restrição do número de medicamentos,<br />

<strong>dos</strong>agens e dimensão<br />

das embalagens.<br />

Só deste modo, em que substâncias,<br />

embalagens e <strong>dos</strong>agens são<br />

adequadas a este fim, poderá entender-se<br />

como verdadeiramente<br />

assegurado o interesse público em<br />

relação ao acesso a medicamentos<br />

não sujeitos a receita médica.<br />

José Aranda da Silva<br />

Bastonário<br />

da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos


Livros<br />

Livros<br />

Porque esperamos?<br />

– acesso aos cuida<strong>dos</strong><br />

de saúde<br />

Autor: Cipriano Justo<br />

Editor: Campo da Comunicação<br />

Regulação da Saúde<br />

Autor: Rui Nunes<br />

Editor: Vida Económica<br />

Metabolismo de<br />

Xenobióticos – reacções<br />

de fase I e reacções de<br />

fase II<br />

Autor: Luís Constantino<br />

Editor: Metacriações<br />

Neste livro, Cipriano Justo desenvolve<br />

o estudo sobre o aumento <strong>dos</strong> custos<br />

<strong>dos</strong> cuida<strong>dos</strong> de saúde em to<strong>dos</strong> os<br />

países europeus que tem levado os<br />

governos a desenvolver políticas de<br />

contenção orçamental. Sobre as reformas<br />

encetadas nos últimos vinte anos<br />

na procura de maior eficiência e maior<br />

efectividade, o autor desenvolve estes<br />

conceitos como dois critérios sempre<br />

presentes – procura de eficiência, no<br />

sentido de se produzir o maior volume<br />

possível de cuida<strong>dos</strong> com os recursos<br />

disponíveis; maior efectividade, querendo<br />

significar a prestação de cuida<strong>dos</strong><br />

de saúde adequa<strong>dos</strong> às condições de<br />

quem deles necessita.<br />

O autor refere que tem havido também<br />

uma maior atenção às questões<br />

da qualidade <strong>dos</strong> serviços de saúde,<br />

em consequência tanto das exigências<br />

crescentes <strong>dos</strong> seus utilizadores como<br />

da necessidade de contenção de custos<br />

com os sistemas de saúde. As dificuldades<br />

sentidas em utilizar toda a<br />

capacidade instalada para responder<br />

a uma procura crescente vieram dar<br />

maior relevância à gestão da qualidade.<br />

Para o autor, os tempos de espera<br />

podem considerar-se, neste aspecto,<br />

uma importante dimensão da qualidade<br />

<strong>dos</strong> serviços de saúde.<br />

Doutorado em Saúde Comunitária pelo<br />

Instituto de Ciências Biomédicas Abel<br />

Salazar, Cipriano Justo foi subdirector-<br />

‐geral da Saúde e exerce actualmente<br />

funções no Centro Regional de Saúde<br />

de Lisboa e Vale do Tejo e é investigador<br />

do Observatório Português <strong>dos</strong><br />

Sistemas de Saúde.<br />

Mais do que um direito constitucional,<br />

a protecção da saúde deve ser considerada<br />

como um <strong>dos</strong> grandes pilares de<br />

uma sociedade democrática e plural.<br />

Devido à reforma estrutural do Serviço<br />

Nacional de Saúde, a regulação tornou-se<br />

um instrumento essencial não<br />

apenas para garantir a concorrência<br />

saudável entre os diversos operadores<br />

mas, sobretudo, para salvaguardar o<br />

direito inalienável de to<strong>dos</strong> os cidadãos<br />

a um sistema de saúde justo, solidário<br />

e equitativo. Mais ainda, porque importa<br />

separar claramente o financiamento<br />

da prestação de cuida<strong>dos</strong>, sendo que<br />

o controlo deve ser efectuado por uma<br />

entidade isenta e independente.<br />

Mas a regulação na saúde, sendo um<br />

instrumento fundamental da política de<br />

saúde nos países ocidentais, deve ser<br />

também perspectivada como uma nova<br />

área científica e académica. A teoria<br />

da regulação, emergente <strong>dos</strong> vários<br />

domínios da actividade económica, desempenha<br />

um papel essencial neste<br />

contexto. Esta obra pretende, assim,<br />

reequacionar as diferentes correntes<br />

do pensamento nesta matéria, e integrá-las<br />

no contexto socioeconómico<br />

português.<br />

O autor, Rui Nunes, é Professor Associado<br />

com Agregação de Sociologia<br />

Médica da Faculdade de Medicina da<br />

Universidade do Porto (FMUP). É ainda<br />

director do Serviço de Bioética e Ética<br />

Médica da FMUP, presidente e fundador<br />

da Associação Portuguesa de Bioética<br />

e membro do Conselho Nacional<br />

de Ética para as Ciências da Vida. Em<br />

2004, foi nomeado presidente da Entidade<br />

Reguladora da Saúde.<br />

Os xenobióticos são compostos estranhos<br />

ao organismo, na sua maioria,<br />

compostos lipófilos, e, portanto, facilmente<br />

acumuláveis no interior das<br />

células, pelo que os organismos vivos<br />

cedo foram postos perante a necessidade<br />

de os transformar em compostos<br />

mais polares que possam ser facilmente<br />

excreta<strong>dos</strong>, que, no caso <strong>dos</strong> mamíferos,<br />

ocorre por excreção urinária,<br />

após filtração glomerular.<br />

Nesse sentido, é fácil entender que<br />

esse mecanismo é fundamental para a<br />

manutenção da vida pois, caso contrário,<br />

os compostos estranhos atingiriam<br />

níveis demasiado eleva<strong>dos</strong> para que a<br />

mesma pudesse continuar.<br />

As reacções envolvidas são chamadas<br />

reacções de metabolismo ou de<br />

biotransformação de xenobióticos e<br />

podem ser classificadas em reacções<br />

de fase I e de fase II. Este livro aborda<br />

essas reacções e o seu mecanismo<br />

sob a perspectiva de quem delas<br />

tenta tirar partido para uma potencial<br />

utilização terapêutica.<br />

O autor, Luís Constantino, é Professor<br />

Auxiliar da Faculdade de Farmácia de<br />

Lisboa e investigador do Centro de<br />

Estu<strong>dos</strong> de Ciências Farmacêuticas.<br />

Desde cedo na sua carreira académica<br />

se interessou pelo metabolismo de<br />

xenobióticos, primeiro sob um ponto<br />

de vista mecanista e depois como ferramenta<br />

para o desenvolvimento de<br />

novos fármacos, campo onde exerce<br />

actualmente investigação.<br />

65<br />

Caso esteja interessado em publicar uma nota bibliográfica, envie a sua sugestão para a Revista da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> Farmacêuticos.


Agenda<br />

Agenda<br />

Nacional<br />

9. as Jornadas<br />

Científicas de<br />

Análises Clínicas<br />

IX Congresso<br />

Ibérico de<br />

Parasitologia<br />

Tel.: +31 (0)70 302 1982<br />

Fax: +31 (0)70 302 1998<br />

E-mail: congress@fip.org<br />

Website: www.fip.org/cairo2005<br />

65<br />

30 de Setembro a 2 de<br />

Outubro de 2005, Vilamoura<br />

Organização: Colégio de<br />

Análises Clínicas da OF<br />

Informações: OF, Rua da<br />

Sociedade Farmacêutica,<br />

n.º 18, 1169-075 Lisboa<br />

Tel.: 21 319 13 70/82<br />

Fax: 21 319 13 98<br />

E-mail:<br />

colegios@ordemfarmaceuticos.pt<br />

Website:<br />

www.ordemfarmaceuticos.pt<br />

II Jornadas<br />

de Farmácia<br />

Hospitalar<br />

14 a 16 de Outubro de 2005,<br />

Lisboa<br />

Organização: Colégio de<br />

Farmácia Hospitalar da OF<br />

Informações: OF, Rua da<br />

Sociedade Farmacêutica,<br />

n.º 18, 1169-075 Lisboa<br />

Tel.: 21 319 13 70/82<br />

Fax: 21 319 13 98<br />

E-mail:<br />

colegios@ordemfarmaceuticos.pt<br />

Website:<br />

www.ordemfarmaceuticos.pt<br />

Simpósio<br />

Farmacêutico<br />

2005<br />

“Da Investigação<br />

à Terapêutica: Eixos<br />

de Desenvolvimento<br />

e Realidades Actuais”<br />

21 e 22 de Outubro de 2005,<br />

Centro de Congressos de Lisboa<br />

Organização: Secção Regional<br />

de Lisboa da OF<br />

Informações: OF, Rua da<br />

Sociedade Farmacêutica,<br />

n.º 18, 1169-075 Lisboa<br />

Tel.: 21 319 13 70/6<br />

Fax: 21 319 13 98<br />

E-mail:<br />

srl@ordemfarmaceuticos.pt<br />

Website:<br />

www.ordemfarmaceuticos.pt<br />

25 a 28 de Outubro de 2005,<br />

Reitoria da Universidade<br />

de Coimbra<br />

Organização: Sociedade<br />

Portuguesa de Parasitologia<br />

Informações: FFUC, Laboratório<br />

de Microbiologia e Parasitologia,<br />

Rua Couraça <strong>dos</strong> Apóstolos,<br />

n.º 51, R/C, 3295 Coimbra<br />

Tel.: 239 85 25 67<br />

Fax: 239 85 25 69<br />

E-mail: mcsousa@ci.uc.pt<br />

Website:<br />

www.ff.uc.pt/parasitologia<br />

Seminário<br />

APFADA<br />

“Doença de Alzheimer<br />

– do diagnóstico<br />

ao suprimento da<br />

incapacidade”<br />

28 e 29 de Outubro de 2005,<br />

Centro de Congressos de Lisboa<br />

Organização: Associação<br />

Portuguesa de Familiares e<br />

Amigos de Doentes de Alzheimer<br />

Informações: APFADA, Avenida<br />

de Ceuta, Qt. Loureiro, Lote 1,<br />

loja 1/2, 1350-410 Lisboa<br />

Tel.: 21 361 04 60<br />

Fax: 21 361 04 69<br />

E-mail: alzheimer@netcabo.pt<br />

Website:<br />

www.alzheimerportugal.org<br />

Internacional<br />

65.º Congresso<br />

Internacional<br />

da FIP<br />

3 a 8 de Setembro de 2005,<br />

Cairo, Egipto<br />

Organização: Federação<br />

Internacional Farmacêutica<br />

Informações: FIP Congresses<br />

& Conferences, Andries<br />

Bickerweg 5, P.O. Box<br />

84200, 2508 AE The Hague,<br />

Netherlands<br />

EuroPharm Forum<br />

Conference<br />

“Pharmacists and<br />

Patient Safety”<br />

8 de Outubro de 2005,<br />

Riga, Letónia<br />

Organização: EuroPharm Forum<br />

Informações: EuroPharm Forum<br />

Secretariat, World Health<br />

Organization, Regional Office<br />

for Europe, Division of Country<br />

Support, Scherfigsvej 8, 2100<br />

Copenhagen Ø, Denmark<br />

Tel.: +45 3917 1515<br />

Fax: +45 3917 1865<br />

Email: europharm@euro.who.int<br />

Website:<br />

www.euro.who.int/europharm<br />

34.º Simpósio<br />

Europeu de<br />

Farmácia Clínica<br />

“Patient Profiling: Key to<br />

Successful Treatment”<br />

26 a 29 de Outubro de 2005,<br />

Amesterdão, Holanda<br />

Organização: Sociedade<br />

Europeia de Farmácia Clínica<br />

Informações: ESCP<br />

International Office, Avenue<br />

de Tervueren 300, B-1150<br />

Brussels, Belgium<br />

Tel.: +32-2-743 1542<br />

Fax: +32-2-743 1550<br />

E-mail: info@escpweb.org<br />

Website : www.escpweb.org<br />

Journées<br />

Internationales<br />

de Biologie 2005<br />

3 a 5 de Novembro de 2005,<br />

Paris, França<br />

Organização: Syndicat des<br />

Biologistes<br />

Informações: Syndicat des<br />

Biologistes, 11, rue de Fleurus,<br />

75006 Paris, France<br />

Tel.: +33 (0)1 53 63 85 00<br />

Fax : +33 (0)1 53 63 85 01<br />

E-mail: info@sdbio.fr<br />

Website: www.sdbio.fr

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!