Colégios de Especialidade e Grupos Profissionais - Ordem dos ...
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farmácia hospitalar<br />
Garantia da qualida<strong>de</strong>, controlo <strong>de</strong> custos<br />
e monitorização do plano terapêutico<br />
O papel das Comissões <strong>de</strong><br />
Farmácia e Terapêutica – I<br />
colégios <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong><br />
No âmbito das actuais políticas <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong>, com particular <strong>de</strong>staque para os<br />
gastos com medicamentos, as Comissões<br />
<strong>de</strong> Farmácia e Terapêutica (CFT)<br />
têm um importante papel na garantia<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, controlo <strong>de</strong> custos e monitorização<br />
do plano terapêutico.<br />
Dada a actualida<strong>de</strong> do tema e a sua<br />
influência na activida<strong>de</strong> farmacêutica<br />
e no funcionamento <strong>dos</strong> serviços farmacêuticos<br />
hospitalares, procurou-se<br />
efectuar uma abordagem sucinta mas<br />
coerente, dando particular ênfase ao<br />
enquadramento legal das CFT, às estratégias<br />
para o controlo <strong>de</strong> custos<br />
com medicamentos, à substituição terapêutica<br />
e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> equivalentes<br />
terapêuticos e ainda à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
serem implementa<strong>dos</strong> formulários e<br />
protocolos terapêuticos.<br />
Do exposto torna-se perceptível a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subdividir o trabalho<br />
em dois capítulos a serem publica<strong>dos</strong><br />
subsequencialmente.<br />
Enquadramento legal<br />
O Despacho n. o 1083/2004, <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong><br />
Dezembro <strong>de</strong> 2003, regulamenta as CFT<br />
<strong>dos</strong> hospitais do sector público administrativo<br />
integra<strong>dos</strong> na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> prestação<br />
<strong>de</strong> cuida<strong>dos</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Este regulamento<br />
visa enquadrar a composição, competências<br />
e modo <strong>de</strong> funcionamento das CFT.<br />
No âmbito <strong>de</strong>ste trabalho, é fundamental<br />
referir as competências mencionadas<br />
no ponto 2 do referido <strong>de</strong>spacho:<br />
1. Actuar como órgão <strong>de</strong> ligação entre<br />
os serviços <strong>de</strong> acção médica e os<br />
serviços farmacêuticos.<br />
2. Elaborar a<strong>de</strong>ndas privativas <strong>de</strong> aditamento<br />
ou exclusão ao Formulário<br />
Hospitalar Nacional <strong>de</strong> Medicamentos<br />
(FHNM).<br />
3. Emitir pareceres e relatórios acerca<br />
<strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os medicamentos a incluir<br />
ou a excluir no FHNM. Estes relatórios<br />
serão envia<strong>dos</strong> trimestralmente<br />
ao INFARMED.<br />
4. Velar pelo cumprimento do FHNM e<br />
das suas a<strong>de</strong>ndas.<br />
5. Pronunciar-se sobre a correcção da<br />
terapêutica prescrita aos doentes,<br />
quando solicitado pelo seu presi<strong>de</strong>nte<br />
e sem quebra das normas <strong>de</strong>ontológicas.<br />
6. Apreciar com cada serviço hospitalar<br />
os custos da terapêutica que periodicamente<br />
lhe são submetidas, após<br />
emissão <strong>de</strong> parecer obrigatório pelo<br />
director <strong>dos</strong> serviços farmacêuticos<br />
do hospital.<br />
7. Elaborar, analisando o parecer <strong>de</strong><br />
custos a emitir pelo director <strong>dos</strong> serviços<br />
farmacêuticos, a lista <strong>de</strong> medicamentos<br />
<strong>de</strong> urgência que <strong>de</strong>vem<br />
existir nos serviços <strong>de</strong> acção médica.<br />
8. Propor o que tiver por conveniente<br />
<strong>de</strong>ntro das matérias da sua competência.<br />
Ainda relacionado com as competências<br />
da CFT, <strong>de</strong> salientar o Despacho<br />
n. o 5542/2004, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> Fevereiro,<br />
que <strong>de</strong>termina:<br />
1. Os pareceres e relatórios das CFT<br />
<strong>dos</strong> hospitais do Serviço Nacional <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão ser envia<strong>dos</strong> trimestralmente<br />
ao INFARMED, em suporte<br />
informático ou em papel.<br />
2. O INFARMED compilará esses pareceres,<br />
sendo estes objecto <strong>de</strong> análise<br />
pelo Observatório do Medicamento,<br />
visando assegurar a a<strong>de</strong>quada<br />
harmonização a nível nacional.<br />
3. A análise <strong>dos</strong> pareceres será divulgada<br />
regularmente para conhecimento<br />
a todas as comissões <strong>de</strong> farmácia e<br />
terapêutica <strong>dos</strong> hospitais.<br />
Estratégias<br />
para o controlo <strong>de</strong> custos<br />
A <strong>de</strong>spesa com medicamentos tem<br />
aumentado consi<strong>de</strong>ravelmente nos últimos<br />
anos como consequência <strong>de</strong> vários<br />
factores, nomeadamente:<br />
Aumento da procura <strong>de</strong> cuida<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong>, por envelhecimento da população,<br />
cronicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversas patologias,<br />
disponibilização <strong>de</strong> novas<br />
terapêuticas para suprir “lacunas<br />
terapêuticas”, etc.<br />
Comercialização <strong>de</strong> novas alternativas<br />
terapêuticas <strong>de</strong> elevado custo.<br />
Utilização <strong>de</strong> tratamentos cada vez<br />
mais complexos.<br />
To<strong>dos</strong> estes factores po<strong>de</strong>m representar<br />
um avanço no tratamento <strong>dos</strong><br />
nossos doentes.<br />
O estabelecimento <strong>de</strong> protocolos <strong>de</strong><br />
utilização <strong>de</strong>stas terapêuticas <strong>de</strong> acordo<br />
com a evidência científica disponível,<br />
<strong>de</strong>finindo <strong>de</strong> forma clara os doentes<br />
que po<strong>de</strong>m beneficiar com elas,<br />
será a principal ferramenta para garantir<br />
ao doente cuida<strong>dos</strong> com qualida<strong>de</strong> e<br />
eficácia <strong>de</strong> custos.<br />
Outra causa importante para o crescimento<br />
do gasto com medicamentos é<br />
a incessante comercialização <strong>de</strong> novos<br />
fármacos, sem vantagens terapêuticas<br />
relativamente aos disponíveis, mas<br />
sensivelmente mais caros. A selecção<br />
<strong>dos</strong> medicamentos a utilizar no hospital,<br />
baseada em critérios <strong>de</strong> eficácia,<br />
segurança, custo e necessida<strong>de</strong>, servirá<br />
para evitar aumentos <strong>de</strong> gastos que<br />
não proporcionem valor acrescentado<br />
aos nossos doentes.<br />
36<br />
ROF 84
avaliação e selecção <strong>de</strong><br />
medicamentos<br />
Actualmente, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medicamentos<br />
novos introduzi<strong>dos</strong> no mercado<br />
é <strong>de</strong>masiado elevada, sobretudo<br />
se efectuarmos uma análise das vantagens<br />
que os mesmos trazem relativamente<br />
às terapêuticas existentes.<br />
Uma das consequências da introdução<br />
no mercado <strong>de</strong> novos fármacos que<br />
pouco acrescentam às alternativas terapêuticas<br />
pré-existentes é que o número<br />
<strong>de</strong> doentes que <strong>de</strong>vem ser trata<strong>dos</strong><br />
com os mesmos para obter uma<br />
unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resultado adicional é frequentemente<br />
elevado. Como o preço<br />
<strong>dos</strong> novos medicamentos ten<strong>de</strong> a ser<br />
superior, o custo incremental <strong>de</strong>rivado<br />
da sua aplicação po<strong>de</strong> chegar a ser extraordinariamente<br />
pesado.<br />
Assim, o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> movimenta-se<br />
num ambiente condicionado<br />
por uma abundância <strong>de</strong> fármacos redundantes,<br />
uma informação limitada sobre<br />
o seu valor terapêutico e, ao mesmo<br />
tempo, um confronto <strong>de</strong> interesses económicos<br />
que motivam uma forte pressão<br />
promocional <strong>de</strong>stes medicamentos<br />
que se preten<strong>de</strong>m ser inovadores.<br />
Por tudo o exposto, a avaliação e selecção<br />
<strong>de</strong> medicamentos constitui uma<br />
das principais ferramentas da política <strong>de</strong><br />
medicamentos nos diferentes níveis assistenciais.<br />
O seu objectivo é conhecer<br />
o valor terapêutico real do medicamento,<br />
baseando-se nos ensaios clínicos disponíveis,<br />
e informar os profissionais, <strong>de</strong><br />
forma imparcial e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, sobre<br />
as vantagens e inconvenientes <strong>de</strong>stas<br />
novida<strong>de</strong>s em comparação com os tratamentos<br />
já existentes.<br />
A Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
(OMS) <strong>de</strong>fine a selecção <strong>de</strong> medicamentos<br />
como um “processo contínuo, multidisciplinar<br />
e participativo, que preten<strong>de</strong><br />
assegurar o acesso aos fármacos necessários<br />
num <strong>de</strong>terminado nível assistencial<br />
tendo em atenção critérios <strong>de</strong> eficácia,<br />
segurança, qualida<strong>de</strong> e custo, promovendo<br />
assim o uso racional <strong>dos</strong> mesmos.”<br />
Nos últimos anos, além <strong>de</strong> um aumento<br />
no rigor científico e metodológico,<br />
também aumentou a complexida<strong>de</strong><br />
da avaliação <strong>de</strong> novos medicamentos,<br />
dado que a selecção <strong>de</strong>stes não se limita<br />
a <strong>de</strong>cidir sobre a sua introdução no<br />
formulário, mas também <strong>de</strong>terminar o<br />
seu posicionamento terapêutico e garantir<br />
o seu uso na indicação clínica e<br />
condições <strong>de</strong> uso a<strong>de</strong>quadas.<br />
O registo <strong>de</strong> um novo medicamento<br />
garante a sua qualida<strong>de</strong>, segurança e<br />
eficácia; no entanto, isto não implica que<br />
o novo fármaco proporcione benefícios<br />
clínicos relevantes, nem que seja custo-efectivo<br />
ou que o seu perfil <strong>de</strong> segurança<br />
a longo prazo esteja estabelecido.<br />
Assim, os hospitais, através das CFT,<br />
<strong>de</strong>senvolvem processos <strong>de</strong> selecção <strong>de</strong><br />
medicamentos, estando a sua activida<strong>de</strong><br />
centrada na gestão do conhecimento<br />
focado nas áreas <strong>de</strong> procura <strong>de</strong> informação,<br />
avaliação crítica da literatura,<br />
análise comparativa das alternativas<br />
terapêuticas, avaliação <strong>de</strong> segurança<br />
e farmacoeconómica.<br />
A selecção <strong>de</strong> medicamentos não<br />
<strong>de</strong>ve limitar-se a <strong>de</strong>cidir <strong>de</strong> modo qualitativo<br />
sobre a inclusão do novo medicamento<br />
no formulário, mas também<br />
o seguinte:<br />
a) Definir o seu posicionamento terapêutico<br />
e garantir o seu uso em indicações<br />
clínicas e condições <strong>de</strong> uso<br />
a<strong>de</strong>quadas.<br />
Deve <strong>de</strong>terminar-se em que circunstâncias<br />
o medicamento apresenta<br />
vantagens substanciais sobre as alternativas<br />
existentes. Devem ter-se<br />
em atenção os seguintes pontos:<br />
Lugar do fármaco na terapêutica.<br />
O que acrescenta ao arsenal terapêutico<br />
disponível.<br />
A quem proporciona vantagens<br />
(subgrupos <strong>de</strong> doentes).<br />
Os custos da sua inclusão.<br />
Ao rever o esquema terapêutico prévio<br />
à introdução do fármaco e as evidências<br />
que a sustentam, <strong>de</strong>vem tomar-se<br />
como referência gui<strong>de</strong>lines relativas<br />
ao problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para o qual está<br />
indicado o novo fármaco. Quando estas<br />
não existem, ou são <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>ve tomar-se por base revisões<br />
sistemáticas e estu<strong>dos</strong> primários<br />
relevantes que dão suporte aos pontos<br />
<strong>de</strong>scritos anteriormente. Os protocolos<br />
terapêuticos implementa<strong>dos</strong><br />
na instituição são outro ponto básico<br />
<strong>de</strong> referência a ter em consi<strong>de</strong>ração.<br />
b) Definir a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incluir o<br />
medicamento num programa <strong>de</strong><br />
substituição terapêutica.<br />
A implementação <strong>de</strong> um formulário<br />
ou a<strong>de</strong>ndas ao FHNM no hospital implica<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer<br />
critérios <strong>de</strong> actuação perante a prescrição<br />
<strong>de</strong> medicamentos não incluí<strong>dos</strong><br />
nos mesmos.<br />
Os programas <strong>de</strong> substituição terapêutica<br />
são programas <strong>de</strong> apoio à<br />
prescrição <strong>de</strong> fármacos não incluí<strong>dos</strong><br />
no formulário e/ou a<strong>de</strong>ndas, em que<br />
é aconselhada a atitu<strong>de</strong> terapêutica<br />
a ter <strong>de</strong> acordo com a política<br />
<strong>de</strong> medicamentos do hospital: continuar<br />
com o tratamento, suspen<strong>de</strong>r<br />
o fármaco ou substitui-lo por um<br />
equivalente terapêutico. Assim, assegura-se<br />
o uso da melhor alternativa<br />
terapêutica face aos fármacos incluí<strong>dos</strong><br />
no formulário e/ou a<strong>de</strong>ndas.<br />
c) Definir grupos <strong>de</strong> medicamentos homólogos.<br />
A consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> distintos princípios<br />
activos como medicamentos homólogos<br />
(equivalentes terapêuticos que<br />
se utilizam, no hospital, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> a sua escolha ser em função<br />
do custo ou da disponibilida<strong>de</strong>)<br />
tem uma implicação económica fundamental,<br />
que se relaciona directamente<br />
com a gestão <strong>de</strong> compras e<br />
com o uso eficiente <strong>de</strong> recursos, estabelecendo-se<br />
como uma estratégia<br />
importante para a racionalização do<br />
gasto com medicamentos, ao permitir<br />
a competitivida<strong>de</strong> no mercado <strong>de</strong><br />
diferentes princípios activos para uma<br />
mesma indicação terapêutica.<br />
Para o estudo e avaliação <strong>de</strong> um novo<br />
fármaco <strong>de</strong>vemos ter em atenção dois<br />
aspectos primordiais: a relação benefício<br />
/risco e a relação custo/efectivida<strong>de</strong>.<br />
É necessário aplicar conceitos e metodologia<br />
da Medicina Baseada na Evidência<br />
(MBEv), que é a base para quantificar<br />
a eficácia do fármaco e a sua<br />
relação benefício/risco, mas também<br />
temos <strong>de</strong> avaliar os recursos que será<br />
ROF 79 84 37
farmácia hospitalar<br />
colégios <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong><br />
necessário utilizar, e para tal <strong>de</strong>ve recorrer-se<br />
a méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> economia da<br />
saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> modo que a MBEv <strong>de</strong>ve complementar-se<br />
com o que se <strong>de</strong>nomina<br />
Medicina Baseada na Eficiência (MBEf).<br />
Ambos os pontos <strong>de</strong> vista <strong>de</strong>vem<br />
consi<strong>de</strong>rar-se com rigor metodológico<br />
para que sejam úteis no momento da<br />
tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões apropriadas.<br />
O principal ponto para <strong>de</strong>cidir que tipo<br />
<strong>de</strong> estudo económico é o mais a<strong>de</strong>quado<br />
para avaliar um medicamento <strong>de</strong>ve basear-se<br />
na eficácia <strong>de</strong>monstrada do mesmo.<br />
Trata-se <strong>de</strong> avaliar se as evidências<br />
disponíveis nos permitem <strong>de</strong>cidir se o<br />
medicamento é mais eficaz ou não do<br />
que a alternativa com que se compara.<br />
Se concluímos que ambas as alternativas<br />
são equivalentes terapêuticos<br />
em eficácia e segurança, em princípio<br />
<strong>de</strong>ve fazer-se um estudo <strong>de</strong> minimização<br />
<strong>de</strong> custos.<br />
Se concluímos que uma das alternativas<br />
é mais vantajosa, o estudo económico<br />
sobre o novo fármaco <strong>de</strong>verá ser<br />
orientado para estimar qual o Custo – Eficácia<br />
Incremental (CEI) relativamente às<br />
alternativas existentes, ou seja, quantos<br />
1. o passo:<br />
aplicar mbEv<br />
2. o passo:<br />
aplicar mbEf<br />
3. o passo:<br />
a <strong>de</strong>cisão<br />
Bases para a selecção <strong>de</strong><br />
medicamentos<br />
a) Avaliar eficácia<br />
b) Avaliar efectivida<strong>de</strong><br />
c) Avaliar segurança<br />
a) Avaliar custo –<br />
eficácia incremental<br />
b) Estimar o impacto<br />
económico e os<br />
benefícios sobre<br />
a saú<strong>de</strong>.<br />
c) Definir possíveis<br />
condições <strong>de</strong> uso<br />
— Sim<br />
— Não<br />
— Sim com condições<br />
<strong>de</strong> uso<br />
— Equivalente<br />
terapêutico<br />
recursos adicionais se <strong>de</strong>vem fornecer<br />
por cada unida<strong>de</strong> adicional <strong>de</strong> eficácia.<br />
A análise farmacoeconómica baseia-<br />
-se, por um lado, em realizar uma avaliação<br />
do CEI a nível hospitalar e, por<br />
outro lado, em analisar os estu<strong>dos</strong> farmacoeconómicos<br />
publica<strong>dos</strong> sobre o<br />
novo medicamento.<br />
Igualmente, <strong>de</strong>ve estimar-se o impacto<br />
económico e os resulta<strong>dos</strong> sobre<br />
a saú<strong>de</strong> no âmbito específico do hospital,<br />
e realizar análises <strong>de</strong> subgrupos<br />
para <strong>de</strong>finir condições <strong>de</strong> uso.<br />
De um ponto <strong>de</strong> vista prático, para<br />
realizar a avaliação <strong>de</strong> forma or<strong>de</strong>nada<br />
e sistemática, propõe-se seguir o seguinte<br />
esquema:<br />
Fase 1. Pesquisa e classificação da informação<br />
Fase 2. Avaliação técnica. Avaliação<br />
da eficácia, efectivida<strong>de</strong>, segurança e<br />
estu<strong>dos</strong> económicos. Apresentar os da<strong>dos</strong><br />
básicos <strong>de</strong> forma compreensível e<br />
melhorias mais relevantes proporcionadas<br />
pelo fármaco.<br />
Fase 3. Conclusões: posicionamento<br />
terapêutico e condições <strong>de</strong> uso.<br />
Trata-se <strong>de</strong> avançar no seguinte processo:<br />
1. Inclusão no formulário e/ou a<strong>de</strong>nda<br />
(sim, não, ou equivalente terapêutico).<br />
2. Definir as condições <strong>de</strong> uso.<br />
3. Incluir num protocolo terapêutico específico.<br />
4. Incluir numa gui<strong>de</strong>line (norma) <strong>de</strong><br />
prática clínica.<br />
Nota: A segunda parte <strong>de</strong>ste trabalho será publicada na próxima edição da revista.<br />
38<br />
ROF 84
Centro <strong>de</strong> Congressos do Estoril 4 a 8 <strong>de</strong> Novembro 2008<br />
“Farmácia Hospitalar: Mudança <strong>de</strong> Paradigma?”<br />
Programa Provisório<br />
Dia 4 – Terça-feira<br />
Dia 5 – Quarta-feira<br />
Dia 7 – Sexta-feira<br />
09h30<br />
10h15<br />
11h00<br />
11h30<br />
12h00<br />
12h30<br />
14h00<br />
15h00<br />
16h00<br />
16h30<br />
17h30<br />
Workshop 1: Gestão <strong>de</strong> um serviço por<br />
objectivos<br />
Coor<strong>de</strong>nadores: Dra. Ana Leandro<br />
Dr. Armando Alcobia<br />
A Diferença entre uma Equipa e um Grupo<br />
O Trabalho <strong>de</strong> Equipa versus o Espírito <strong>de</strong> Equipa<br />
Intervalo para café<br />
As Etapas <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> uma Equipa<br />
As Características <strong>de</strong> um Serviço Eficiente<br />
Almoço<br />
O Estabelecimento <strong>de</strong> Objectivos<br />
O Impacto da Li<strong>de</strong>rança no Clima e nos<br />
Resulta<strong>dos</strong><br />
Intervalo para café<br />
O Papel Individual na Facilitação do Rendimento<br />
<strong>de</strong> um Serviço<br />
Fim <strong>dos</strong> trabalhos Palestrantes: Dr. Pedro Costa<br />
Malheiro e Dra. Edite Saraiva<br />
09h00<br />
09h30<br />
10h30<br />
11h30<br />
12h00<br />
13h00<br />
14h30<br />
Abertura Secretariado<br />
Sessão <strong>de</strong> Comunicações Livres<br />
sessão Plenária i<br />
informação e Conhecimento<br />
Novos Doentes, Novos Medicamentos,<br />
Novas Doenças<br />
Dr. Pedro Silvério Marques (GAT)<br />
Fontes <strong>de</strong> Informação<br />
Dra. Mónica Galo (INFARMED)<br />
Informação e Conhecimento num Hospital Português<br />
Doutora Ana Cristina Rama (S. Farmacêuticos HUC)<br />
mo<strong>de</strong>rador: Dra. Maria Augusta Soares<br />
(Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Farmácia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Lisboa)<br />
Intervalo para café<br />
Simpósio Satélite<br />
Almoço <strong>de</strong> Trabalho<br />
Simpósio Satélite BMS<br />
09h30<br />
10h30<br />
11h30<br />
12h00<br />
13h00<br />
14h30<br />
15h30<br />
Sessão <strong>de</strong> Comunicações Livres<br />
sessão Plenária V<br />
tecnologias <strong>de</strong> informação e automação<br />
na mudança <strong>de</strong> paradigma na FH<br />
Experiência Portuguesa<br />
Hospital <strong>de</strong> Santa Maria<br />
Centro Hospitalar da Cova da Beira<br />
Dra. Olímpia Fonseca<br />
Avaliação <strong>de</strong> Tecnologias<br />
Dra. Teresa Bermejo Vicedo (Hospital Ramon y<br />
Cajal, Madrid )<br />
mo<strong>de</strong>rador: Dra. Helena Farinha (CHLO)<br />
Intervalo para café<br />
Simpósio Satélite Amgen<br />
Almoço<br />
Simpósio Satélite Novartis<br />
Pausa para café<br />
Workshop 2: Etapas para a Certificação <strong>de</strong><br />
um serviço Farmacêutico<br />
Coor<strong>de</strong>nadores: Dra. Vera Pires<br />
Dr. António Melo Gouveia<br />
9h30 Conceitos básicos <strong>de</strong> certificação e elementos<br />
básicos da norma ISO 9000-2001<br />
Palestrante: Eng.ª Patrícia Marques (BIQ)<br />
11h30 Pausa Para café<br />
12h00 Motivações para a certificação <strong>de</strong> uma Farmácia<br />
Hospitalar<br />
Palestrante: Dr. António Melo Gouveia (IPO,<br />
Lisboa)<br />
12h30 Almoço <strong>de</strong> trabalho<br />
14h00 Aplicação prática do processo <strong>de</strong> Certificação<br />
– Armazém <strong>de</strong> medicamentos<br />
Palestrante: Dra. Vera Pires (IPO, Lisboa)<br />
14h30 Aplicação prática do processo <strong>de</strong> Certificação<br />
– Citostáticos<br />
Palestrante: Dr. Humberto Gonçalves (IPO,<br />
Lisboa)<br />
15h00 Organização <strong>de</strong> um sector <strong>de</strong> ensaios... sem<br />
certificação.<br />
Palestrante: Dr. José Feio (Hospitais da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra)<br />
15h30 Pausa para café<br />
16h00 Certifica<strong>dos</strong>, e <strong>de</strong>pois?<br />
Palestrante: Dra. Paula Campos (Hospital do<br />
Barlavento Algarvio)<br />
16h30 Discussão expectativas e aplicabilida<strong>de</strong> no<br />
próprio hospital<br />
17h00 Avaliação<br />
Workshop 3: Farmacocinética<br />
Coor<strong>de</strong>nadores: Doutora Marília João Rocha<br />
Prof. Doutora Anabela Almeida<br />
09h30 Farmacocinética: da investigação à clínica<br />
– novos <strong>de</strong>senvolvimentos.<br />
Palestrante: Prof. Doutor Amílcar Falcão<br />
10h15 Análise Farmacocinética e Cálculos<br />
Palestrante: Prof. Doutor Gilberto Alves<br />
11h00 Intervalo para café<br />
11h30 Exercícios práticos.<br />
12h30 Almoço<br />
14h00 Factores que modificam a biodisponibilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><br />
medicamentos.<br />
Palestrante: Doutora Marília João<br />
15h00 Méto<strong>dos</strong> e programas <strong>de</strong> cálculos em<br />
Farmacocinética (recolha <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>).<br />
Palestrante: Prof. Doutora Anabela Almeida<br />
16h00 Intervalo para café<br />
16h30 Exercícios práticos.<br />
18h00 Fim <strong>dos</strong> trabalhos<br />
15h30<br />
16h30<br />
17h30<br />
18h00<br />
09h30<br />
10h30<br />
11h30<br />
12h00<br />
13h00<br />
14h30<br />
15h30<br />
16h00<br />
16h30<br />
17h30<br />
20h00<br />
Intervalo para café<br />
sessão Plenária ii<br />
Globalização e Contrafacção <strong>de</strong><br />
medicamentos<br />
Novos Doentes, Novos Medicamentos, Novas<br />
Doenças<br />
Dr. David Shore (Pfizer UK)<br />
INFARMED – A confirmar<br />
Dra. Ana Paula Caliço Raposo - Sub-Directora da<br />
Direcção-Geral das Alfân<strong>de</strong>gas e <strong>dos</strong> Impostos<br />
especiais sobre o Consumo (DGAIEC)<br />
mo<strong>de</strong>rador: Dr. Rui <strong>dos</strong> Santos Ivo (APIFARMA)<br />
Sessão <strong>de</strong> Abertura<br />
Cocktail <strong>de</strong> Boas Vindas<br />
Dia 6 – Quinta-feira<br />
Sessão <strong>de</strong> Comunicações Livres<br />
sessão Plenária iii<br />
Novas abordagens terapêuticas<br />
Medicamentos Biológicos e Biosimilares,<br />
Prof. Doutor João Gonçalves (Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Farmácia da Univ. Lisboa)<br />
Terapia Génica, Engenharia <strong>de</strong> Teci<strong>dos</strong>,<br />
Nanotecnologia<br />
Prof. Doutor João Nuno Moreira (Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Farmácia da Univ. Coimbra)<br />
Impacto Novas Terapêuticas na Farmácia<br />
Hospitalar<br />
Dr.ª Angelina Martins (S. Farmacêuticos HUC)<br />
mo<strong>de</strong>rador: Dr. Armando Alcobia (Hospital<br />
Garcia <strong>de</strong> Orta)<br />
Intervalo para café<br />
Simpósio Satélite Pfizer<br />
Almoço<br />
Simpósio Satélite Roche<br />
Sessão <strong>de</strong> Posters<br />
Pausa para café<br />
sessão Plenária iV<br />
Medicamentos em fim <strong>de</strong> ciclo: quem os<br />
produz?<br />
Produção Estatal: possibilida<strong>de</strong> outsourcing?<br />
Dr. Armando Cerezo (Laboratório Militar)<br />
Produção Num Hospital<br />
Dr. Torsten Hoppe-Tichy – Farmácia, Hospital<br />
Universitário <strong>de</strong> Hei<strong>de</strong>lberg, Alemanha<br />
mo<strong>de</strong>rador: Dr. António Melo Gouveia (IPO, Lisboa)<br />
Encerramento <strong>dos</strong> Trabalhos<br />
Jantar do Congresso<br />
16h30<br />
17h30<br />
09h00<br />
09h15<br />
10h15<br />
10h45<br />
11h15<br />
12h15<br />
12h45<br />
14h00<br />
15h00<br />
15h30<br />
16h00<br />
17h00<br />
18h00<br />
sessão Plenária Vi<br />
investigação em Farmácia Hospitalar<br />
Procedimentos operativos normaliza<strong>dos</strong> para a<br />
resposta a questões clínicas.<br />
Aplicabilida<strong>de</strong> à área da segurança<br />
em teratologia<br />
Dra. Ana Cristina Rama<br />
(Hospitais da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra)<br />
Polimorfismos <strong>dos</strong> receptores Fcγ e resposta a<br />
rituximab em linfomas não hodgkin<br />
Mestre Márcia Germana Silva (Hospital <strong>de</strong> S.<br />
João)<br />
Monitorização <strong>de</strong> antibióticos em Recém<br />
– Nasci<strong>dos</strong><br />
Doutora Marília João Rocha (Hospitais da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra)<br />
Avaliação <strong>dos</strong> custos <strong>de</strong> um doente com cancro<br />
Dr. António Araújo (IPO, Porto e Hospital S.<br />
Sebastião)<br />
mo<strong>de</strong>rador: Prof. Doutora Eugénia Pereira<br />
Sessão <strong>de</strong> Encerramento<br />
Dia 8 – Sábado<br />
Workshop 4: Gestão da Farmácia Hospitalar:<br />
Desafios Estratégicos<br />
(Para Directores e Responsáveis<br />
<strong>dos</strong> Serviços Farmacêuticos)<br />
isCtE/aPFH (Instituto Superior <strong>de</strong> Ciências do<br />
Trabalho e Empresa/Associação Portuguesa <strong>de</strong><br />
Farmacêuticos Hospitalares)<br />
Chairpersons: Prof. Luís Martins, Prof. Batel<br />
Marques<br />
Abertura – Dr.ª Aida Batista<br />
(Presi<strong>de</strong>nte da APFH), Prof. Luís Martins (ISCTE)<br />
Enquadramento estratégico <strong>dos</strong> Serviços<br />
Farmacêuticos no Hospital<br />
Discussão<br />
Intervalo para café<br />
Análise estratégica <strong>dos</strong> Serviços Farmacêuticos:<br />
metodologias <strong>de</strong> abordagem<br />
Discussão<br />
Almoço<br />
Projecto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento estratégico <strong>dos</strong><br />
Serviços Farmacêuticos<br />
Discussão<br />
Intervalo para café<br />
Trabalho em painel: estudo <strong>de</strong> caso<br />
Apresentação <strong>dos</strong> trabalhos<br />
Encerramento Palestrantes: a confirmar
indústria farmacêutica<br />
Resumo <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> candidatura ao título <strong>de</strong> especialista<br />
Optimização do processo <strong>de</strong><br />
embalagem – I<br />
colégios <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong><br />
introdução<br />
Actualmente, tem-se assistido a uma<br />
Acondicionamento primário<br />
Fase<br />
Gravação<br />
Alumínio<br />
Alimentação<br />
Selagem<br />
Corte<br />
Marcação lote e<br />
valida<strong>de</strong><br />
Inspecção <strong>de</strong> blisters<br />
enorme pressão sobre a redução <strong>dos</strong><br />
custos, o que obriga as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção<br />
a operarem eficiente e consistentemente,<br />
com eleva<strong>dos</strong> padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
Este trabalho aborda a dicotomia<br />
benefício/risco introduzida pela automatização<br />
<strong>de</strong> um sector <strong>de</strong> embalagem. Na<br />
verda<strong>de</strong>, a automatização <strong>de</strong> um sector<br />
<strong>de</strong> produção contribui para o aumento<br />
da competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma empresa, ao<br />
permitir um incremento da capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> produção instalada, a menores custos.<br />
Por outro lado, com a automatização<br />
<strong>de</strong> um sector <strong>de</strong> embalagem, a qualida<strong>de</strong><br />
do produto final é assegurada, na<br />
sua maioria, através <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong><br />
controlo automático, em oposição ao<br />
processo <strong>de</strong> controlo exclusivamente visual.<br />
Uma análise <strong>de</strong> risco pelo método<br />
FMEA permitiu i<strong>de</strong>ntificar e quantificar o<br />
risco associado à implementação <strong>de</strong>stes<br />
novos sistemas.<br />
Tabela 1 – Apresentação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> resultantes da análise <strong>de</strong> risco para o processo <strong>de</strong> blisteragem<br />
Modo <strong>de</strong> Falha Efeito Causas<br />
%<br />
Causa<br />
Provável<br />
O D S RPN<br />
Deficiente enrolamento do alumínio 20%<br />
Falha gravação<br />
Blister com falha no alumínio<br />
Quantida<strong>de</strong> tinta insuficiente 10%<br />
9 4 7 252<br />
Sujida<strong>de</strong> cilindro 20%<br />
Dessincronização da máquina 40%<br />
Cilindro danificado 10%<br />
Texto incorrecto I<strong>de</strong>ntificação incorrecta do produto Troca cilindro (falha humana) 100% 3 5 10 150<br />
Falta <strong>de</strong> comprimi<strong>dos</strong> nos<br />
alvéolos<br />
Comprimi<strong>dos</strong> em excesso<br />
no alvéolo<br />
Blisters sem comprimi<strong>dos</strong><br />
Blisters com comprimi<strong>dos</strong> em<br />
excesso<br />
Espessura comp. fora especificação 20%<br />
Formato/calha ina<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> 10%<br />
Forma do comprimido fora especificação 10%<br />
Ausência <strong>de</strong> comprimi<strong>dos</strong> 10%<br />
Ausência <strong>de</strong> sincronização do passo da máquina<br />
com a alimentação manual do operador<br />
50%<br />
Formato ina<strong>de</strong>quado 20%<br />
Espessura comp. fora especificação 30%<br />
Ausência <strong>de</strong> sincronização do passo da máquina<br />
com a alimentação manual do operador<br />
50%<br />
4 4 6 96<br />
2 5 3 30<br />
Comprimi<strong>dos</strong> parti<strong>dos</strong> Produto com <strong>de</strong>feito Dureza/Friabilida<strong>de</strong> fora <strong>de</strong> especificações 100% 3 5 6 54<br />
Falta <strong>de</strong> estanquecida<strong>de</strong><br />
do blister<br />
Exposição <strong>dos</strong> comprimi<strong>dos</strong> Temperatura <strong>de</strong> selagem fora <strong>de</strong> especificação 50%<br />
Pressão <strong>de</strong> selagem fora <strong>de</strong> especificação 45%<br />
Formato <strong>de</strong>sgastado 5%<br />
Corte <strong>de</strong>scentrado Blister <strong>de</strong>scentrado Acerto incorrecto do passo da máquina 60%<br />
Gravação incorrrecta do alumínio 40%<br />
4 5 8 160<br />
3 2 3 18<br />
Falha do corte Blister mal cortado Estação <strong>de</strong> corte <strong>de</strong>sgastada 100% 2 6 4 48<br />
Lote/valida<strong>de</strong> erra<strong>dos</strong> I<strong>de</strong>ntificação incorrecta do produto Troca <strong>de</strong> caracteres (falha humano) 70%<br />
Falha ou ausência <strong>de</strong><br />
marcação <strong>de</strong> lote/valida<strong>de</strong><br />
Não <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong><br />
comprimi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> outra cor<br />
Não <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> falta <strong>de</strong><br />
comprimi<strong>dos</strong><br />
Não <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong><br />
comprimi<strong>dos</strong> parti<strong>dos</strong><br />
Não <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> texto<br />
incorrecto ou falha do texto<br />
Ausência <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação ou<br />
i<strong>de</strong>ntificação insuficiente do<br />
produto<br />
Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong><br />
comprimi<strong>dos</strong> diferentes<br />
Caracteres inverti<strong>dos</strong> 20%<br />
Informação incorrecta 10%<br />
Pressão insuficiente 50%<br />
Posição incorrecta da placa e/ou caracteres 30%<br />
Caracteres <strong>de</strong>sgasta<strong>dos</strong> 20%<br />
Limpeza insuficiente da máquina 95%<br />
Contaminação no bulk 5%<br />
4 5 10 200<br />
2 3 9 54<br />
1 6 10 60<br />
Blisters com falta <strong>de</strong> comprimi<strong>dos</strong> Falha humana 100% 5 4 6 120<br />
Produto com <strong>de</strong>feito Falha humana 100% 5 5 6 150<br />
I<strong>de</strong>ntificação incorrecta ou<br />
ausência <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />
Falha humana 100% 5 5 10 250<br />
40<br />
ROF 84
1. avaliação do sector <strong>de</strong><br />
embalagem<br />
1.1. Produtivida<strong>de</strong><br />
O estudo do sector passou inicialmente<br />
por uma fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong><br />
indicadores que permitissem medir e<br />
avaliar o processo <strong>de</strong> embalagem (os<br />
indicadores estabeleci<strong>dos</strong> po<strong>de</strong>m ser<br />
consulta<strong>dos</strong> na tabela 5). Proce<strong>de</strong>u-se<br />
igualmente ao levantamento do número<br />
<strong>de</strong> operações, <strong>de</strong> operadores necessários<br />
e do tempo dispendido em dois<br />
tipos <strong>de</strong> embalamento-padrão (um lote<br />
<strong>de</strong> comprimi<strong>dos</strong> e um lote <strong>de</strong> frascos).<br />
Constatou-se que para embalar um milhão<br />
<strong>de</strong> comprimi<strong>dos</strong> em apresentações<br />
<strong>de</strong> 60 comprimi<strong>dos</strong>, eram necessárias<br />
77 horas, obtendo-se um rendimento<br />
<strong>de</strong> 216 unida<strong>de</strong>s/h. Relativamente à<br />
embalagem <strong>dos</strong> frascos, a produtivida<strong>de</strong><br />
era muito aproximada (222 unida<strong>de</strong>s/h).<br />
Estes da<strong>dos</strong> revelaram uma<br />
clara incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta do sector<br />
face a um mercado competitivo e<br />
exigente. De facto, o processo <strong>de</strong> embalagem<br />
apresentava-se bastante segmentado,<br />
envolvendo um número elevado<br />
<strong>de</strong> operadores em tarefas pouco<br />
produtivas.<br />
1.2. Qualida<strong>de</strong><br />
No que se refere aos aspectos relaciona<strong>dos</strong><br />
com a qualida<strong>de</strong>, não sendo<br />
conheci<strong>dos</strong> os riscos inerentes ao processo<br />
<strong>de</strong> embalagem existente até então,<br />
efectuou-se uma análise <strong>de</strong> risco<br />
relativa ao processo <strong>de</strong> embalagem <strong>de</strong><br />
comprimi<strong>dos</strong>, em particular. Preten<strong>de</strong>u-<br />
-se, assim, i<strong>de</strong>ntificar e analisar os riscos<br />
associa<strong>dos</strong> à operação, <strong>de</strong> forma a<br />
<strong>de</strong>tectar os pontos críticos susceptíveis<br />
<strong>de</strong> melhoria, justificando <strong>de</strong>sta forma<br />
os investimentos a realizar.<br />
Utilizou-se o método FMEA (Failure<br />
Mo<strong>de</strong>, Effects Analysis), por se tratar<br />
<strong>de</strong> uma técnica indutiva, útil para lidar<br />
com o erro humano e para i<strong>de</strong>ntificar<br />
perigos. Esta permite avaliar as potenciais<br />
falhas e as suas consequências<br />
para o produto final ou performance,<br />
Tabela 2 – Apresentação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> resultantes da análise <strong>de</strong> risco para o processo <strong>de</strong> carimbagem e<br />
verificação <strong>de</strong> cartonagens, dobragem <strong>de</strong> literaturas e embalagem<br />
Acondicionamento secundário<br />
Fase<br />
Carimbagem das cartonagens<br />
Inspecção <strong>de</strong><br />
cartonagens<br />
Dobragem <strong>de</strong><br />
literaturas<br />
Embalagem<br />
Modo <strong>de</strong> Falha Efeito Causas<br />
%<br />
Causa<br />
Provável<br />
Texto incorrecto I<strong>de</strong>ntificação incorrecta do produto Troca <strong>de</strong> caracteres 80%<br />
Informação incorrecta 10%<br />
Caracteres inverti<strong>dos</strong> 10%<br />
Falha ou ausência <strong>de</strong><br />
marcação<br />
Cartonagens <strong>de</strong> produto<br />
diferente<br />
Não <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> falha ou<br />
ausência <strong>de</strong> marcação<br />
Não <strong>de</strong>tecção cartonagens<br />
<strong>de</strong> outro produto<br />
Ausência ou falha da i<strong>de</strong>ntificação<br />
do produto<br />
Posição ina<strong>de</strong>quada <strong>dos</strong> caracteres 50%<br />
Quantida<strong>de</strong> tinta insuficiente 10%<br />
Pressão insuficiente 20%<br />
Carimbo <strong>de</strong>sgastado 20%<br />
Utilização <strong>de</strong> materiais incorrectos Troca no fornecedor 60%<br />
Ausência ou falha da i<strong>de</strong>ntificação<br />
do produto<br />
Limpeza incorrecta do equipamento 20%<br />
Troca com outro produto (falha humana) 20%<br />
Falha humana 100%<br />
O D S RPN<br />
4 3 10 120<br />
5 5 7 175<br />
3 6 10 180<br />
5 5 8 200<br />
Utilização <strong>de</strong> materiais incorrectos Falha humana 100% 5 5 10 250<br />
Literatura <strong>de</strong> outro produto Utilização <strong>de</strong> materiais incorrectos Troca no fornecedor 50%<br />
Literaturas dobradas<br />
incorrectamente<br />
Cartonagens ou literaturas<br />
<strong>de</strong> outro produto<br />
Limpeza incorrecta do equipamento 20%<br />
Troca com outro produto (erro humano) 30%<br />
Defeito do produto Alteração da gramagem 10%<br />
Falha do equipamento 80%<br />
Dimensão da literatura fora <strong>de</strong> especificação 10%<br />
Utilização <strong>de</strong> materiais incorrectos Troca no fornecedor 60%<br />
Limpeza incorrecta do equipamento 10%<br />
Troca com outro produto (Falha humana) 20%<br />
Blisters <strong>de</strong> outro produto Utilização <strong>de</strong> produtos incorrectos Contaminação do bulk <strong>de</strong> blisters 20%<br />
I<strong>de</strong>ntificação incorrecta do bulk 20%<br />
Limpeza incorrecta do equipamento 20%<br />
Troca com outro produto (Falha humana) 40%<br />
3 7 10 210<br />
4 4 2 32<br />
3 7 10 210<br />
2 6 10 120<br />
N.º incorrecto <strong>de</strong> blisters/cx Defeito do produto Falha humana (contagem incorrecta) 100% 5 6 8 240<br />
Ausência <strong>de</strong> literatura I<strong>de</strong>ntificação insuficiente do produto Falha humana (contagem incorrecta) 100% 5 6 9 270<br />
Tabela 3 – Apresentação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> resultantes da análise <strong>de</strong> risco para o processo <strong>de</strong> grupagem<br />
Fase<br />
Modo <strong>de</strong> Falha Efeito Causas<br />
%<br />
Causa<br />
Provável<br />
O D S RPN<br />
Grupagem<br />
Cintagem<br />
Agrupamento instável Desmonoramento da grupagem Tira <strong>de</strong> papel com folga (erro humano) 70%<br />
Produtos diferentes no<br />
mesmo agrupamento<br />
Papel kraft pouco resistente 20%<br />
Fita cola pouco resistente 10%<br />
Mistura <strong>de</strong> produto numa palete Troca <strong>de</strong> produtos (erro humano) 50%<br />
Limpeza insuficiente do equipamento 40%<br />
2 2 4 16<br />
1 6 7 42<br />
ROF 79 84 41
indústria farmacêutica<br />
Tabela 4 – Apresentação <strong>dos</strong> mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falha com RPN>200 e respectivos planos <strong>de</strong> acção,<br />
or<strong>de</strong>na<strong>dos</strong> por fase sequencial <strong>de</strong> embalagem<br />
Fase Modo <strong>de</strong> Falha RPN Plano <strong>de</strong> acção<br />
Gravação Alumínio Falha gravação 252 Impressão do alumínio em linha<br />
Marcação lote e valida<strong>de</strong> Lote/valida<strong>de</strong> erra<strong>dos</strong> 200 Impressão do alumínio em linha<br />
inspecção <strong>de</strong> blisters Não <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> texto incorrecto ou falha do texto 250 Impressão do alumínio em linha<br />
Inspecção <strong>de</strong> Cartonagens Não <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> falha ou da ausência <strong>de</strong> marcação 200 Impressão das cartonagens em linha<br />
Não <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> cartonagens <strong>de</strong> outro produto 250 Colocação <strong>de</strong> códigos <strong>de</strong> barras nas cartonagens (pharmaco<strong>de</strong>) e<br />
leitores <strong>de</strong> códigos <strong>de</strong> barras no equipamento<br />
Dobragem <strong>de</strong> literaturas Utilização <strong>de</strong> literatura <strong>de</strong> outro produto 210 Dobragem em linha das literaturas<br />
Cartonagens ou literaturas <strong>de</strong> outro produto 210 Colocação <strong>de</strong> códigos <strong>de</strong> barras nas cartonagens e leitores <strong>de</strong><br />
códigos <strong>de</strong> barras no equipamento<br />
Embalagem<br />
N.º incorrecto <strong>de</strong> bl/cx 240 Colocação <strong>de</strong> sensores <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> presença <strong>de</strong> produto e<br />
balança em linha<br />
Ausência <strong>de</strong> literatura 270 Colocação <strong>de</strong> sensores <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> presença <strong>de</strong> literatura e<br />
balança em linha<br />
colégios <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong><br />
Tabela 5 – Variação <strong>dos</strong> indicadores <strong>de</strong> medição do processo <strong>de</strong>vido<br />
ao processo <strong>de</strong> automatização do sector <strong>de</strong> embalagem<br />
Indicadores <strong>de</strong> medição do processo Variação (%)<br />
N.º médio <strong>de</strong> embalagens produzidas por dia +100<br />
N.º médio <strong>de</strong> embalagens produzidas por mês +100<br />
N.º médio <strong>de</strong> blisters produzi<strong>dos</strong> por mês +47<br />
N.º médio <strong>de</strong> embalagens produzidas para mercado nacional +80<br />
N.º médio <strong>de</strong> embalagens produzidas para mercado internacional +110<br />
N.º médio <strong>de</strong> encomendas satisfeitas por mês +17<br />
N.º <strong>de</strong> embalagens/pessoa/hora +203<br />
N.º médio <strong>de</strong> horas extraordinárias por mês -<br />
N.º médio <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vido a problemas ocorri<strong>dos</strong> na secção <strong>de</strong> embalagem num mês -87<br />
N.º médio <strong>de</strong> débitos <strong>de</strong> PA por mês (mercado nacional) -37<br />
N.º médio <strong>de</strong> débitos <strong>de</strong> PA por mês (mercado internacional) -8<br />
N.º médio <strong>de</strong> vezes em que ocorreu mudança <strong>de</strong> produto num posto <strong>de</strong> trabalho, num dia -87<br />
N.º médio <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> embalagem com produção incompleta (
Este parâmetro permitiu quantificar<br />
o risco associado a uma <strong>de</strong>terminada<br />
activida<strong>de</strong> crítica. Quanto maior o valor<br />
do parâmetro, maior o risco associado<br />
ao mesmo.<br />
Analisando-se o Índice <strong>de</strong> Priorida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Risco e assumindo como limite<br />
<strong>de</strong> alerta valores <strong>de</strong> RPN superiores ou<br />
iguais a 200, i<strong>de</strong>ntificaram-se as activida<strong>de</strong>s<br />
que representavam um maior<br />
risco para o processo <strong>de</strong> embalagem <strong>de</strong><br />
comprimi<strong>dos</strong> e <strong>de</strong>finiram-se os planos <strong>de</strong><br />
acção com o objectivo <strong>de</strong> reduzir o risco.<br />
Observando os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong>,<br />
verificou-se que os valores <strong>de</strong> RPN mais<br />
eleva<strong>dos</strong> diziam respeito às fases do<br />
processo cuja percentagem <strong>de</strong> causa<br />
provável está relacionada com a falha<br />
humana, ou seja, cujo controlo é exclusivamente<br />
visual. Na verda<strong>de</strong>, o olho<br />
humano representava um sistema <strong>de</strong><br />
controlo falível pelo que, do ponto <strong>de</strong><br />
vista das boas práticas <strong>de</strong> fabrico, no<br />
que dizia respeito, por exemplo, à prevenção<br />
da contaminação cruzada, justificava-se<br />
o investimento em sistemas<br />
<strong>de</strong> controlo que contribuíssem para a<br />
gestão do risco, como sensores <strong>de</strong> controlo<br />
<strong>de</strong> presença <strong>de</strong> produto, leitores<br />
<strong>de</strong> códigos <strong>de</strong> barras, balanças, etc.<br />
Tabela 6 – Apresentação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> resultantes da análise <strong>de</strong> risco para a blisteradora da linha <strong>de</strong> blisters.<br />
Fase<br />
Formação<br />
alvéolo<br />
Modo <strong>de</strong> Falha Efeito Causas<br />
%<br />
Causa<br />
Provável<br />
Má formação do alvéolo Exposição <strong>dos</strong> comprimi<strong>dos</strong> Temperatura incorrecta 85%<br />
Falta <strong>de</strong> ar comprimido 10%<br />
Defeito do formato 5%<br />
O D S RPN<br />
2 3 5 30<br />
Acondicionamento primário<br />
Alimentação<br />
Selagem<br />
Corte<br />
Impressão no alumínio<br />
Inspecção <strong>de</strong><br />
com.<br />
Falta <strong>de</strong> comprimi<strong>dos</strong> no<br />
alvéolo<br />
Comprimi<strong>dos</strong> em excesso<br />
no alvéolo<br />
Bl. sem comprimi<strong>dos</strong> Espessura comp fora especificação 30%<br />
Formato/calha ina<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> 40%<br />
Forma do comprimido fora especificação 10%<br />
Ausência <strong>de</strong> comprimi<strong>dos</strong> 10%<br />
Ausência <strong>de</strong> sincronização do passo da<br />
máquina com a alimentação<br />
Bl. com comprimi<strong>dos</strong> em excesso Formato ina<strong>de</strong>quado 50%<br />
10%<br />
Espessura comp. fora especificação 40%<br />
Ausência <strong>de</strong> sincronização do passo da<br />
máquina com a alimentação<br />
Comprimi<strong>dos</strong> parti<strong>dos</strong> Produto com <strong>de</strong>feito Dureza/friabilida<strong>de</strong> fora <strong>de</strong> especificações 80%<br />
Falta <strong>de</strong> estanquecida<strong>de</strong><br />
do blister<br />
10%<br />
Alimentação <strong>de</strong>ficiente 20%<br />
Exposição do comprimido Temperatura <strong>de</strong> selagem fora <strong>de</strong> especificação 50%<br />
Pressão <strong>de</strong> selagem fora <strong>de</strong> especificação 45%<br />
Formato <strong>de</strong>sgastado 5%<br />
3 2 6 36<br />
1 7 3 21<br />
3 3 6 54<br />
4 5 8 160<br />
Corte <strong>de</strong>scentrado Blister <strong>de</strong>scentrado Acerto do passo da máquina incorrecto 100% 2 2 3 12<br />
Falha no corte Blister mal cortado Estação <strong>de</strong> corte <strong>de</strong>sgastada 100% 2 6 4 48<br />
Lote/valida<strong>de</strong> erra<strong>dos</strong> Produto com informação incorrecta Troca <strong>de</strong> números (falha humana) 100% 3 8 10 160<br />
Não impressão <strong>de</strong> lote/<br />
valida<strong>de</strong><br />
Ausência <strong>de</strong> informação Falha da impressora 50%<br />
Falha humana 20%<br />
Falha na impressão Informação insuficiente no produto Falta <strong>de</strong> tinta 70%<br />
Falta <strong>de</strong> limpeza da cabeça 20%<br />
Falha da lâmpada <strong>de</strong> secagem 10%<br />
Texto incorrecto Produto com informação incorrecta Versão errada – erro <strong>de</strong> selecção 70%<br />
Falha na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong><br />
comprimi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> outra cor<br />
Não <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> falta <strong>de</strong><br />
comprimi<strong>dos</strong><br />
Não <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong><br />
comprimi<strong>dos</strong> parti<strong>dos</strong><br />
Texto do padrão incorrecto 30%<br />
Utilização <strong>de</strong> produto incorrecto Limpeza insuficiente da máquina 95%<br />
Contaminação no bulk 5%<br />
Blisters sem comprimi<strong>dos</strong> Parametrização incorrecta 100%<br />
Produto com <strong>de</strong>feito Parametrização incorrecta 100%<br />
2 3 7 42<br />
2 8 2 32<br />
2 8 10 160<br />
1 2 10 20<br />
1 2 7 14<br />
1 2 7 14<br />
Nota: A segunda parte <strong>de</strong>ste trabalho será publicada na próxima edição da revista.<br />
Colégio <strong>de</strong> indústria Farmacêutica<br />
Candidatura ao título <strong>de</strong> especialista<br />
Informa-se que o prazo para formalização das candidaturas<br />
para obtenção do título <strong>de</strong> especialista em indústria farmacêutica termina<br />
a 30 <strong>de</strong> Novembro. To<strong>dos</strong> os interessa<strong>dos</strong> <strong>de</strong>verão apresentar<br />
o trabalho técnico-profissional nas áreas previstas nas normas<br />
para atribuição do título até 31 <strong>de</strong> Dezembro. Os exames<br />
terão lugar no <strong>de</strong>curso <strong>dos</strong> meses <strong>de</strong> Fevereiro e Março <strong>de</strong> 2009.<br />
ROF 79 84 43
farmácia <strong>de</strong> oficina<br />
Grupo Profissional organiza acção <strong>de</strong> formação<br />
Caracterização da asma<br />
grupos profissionais<br />
a asma é uma doença bastante comum,<br />
que atinge mais <strong>de</strong> 11% das<br />
crianças e mais <strong>de</strong> 5% <strong>dos</strong> adultos,<br />
estimando-se que em Portugal existam<br />
mais <strong>de</strong> 600 000 asmáticos (1-3).<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma doença inflamatória<br />
crónica, caracterizada por obstrução<br />
reversível das vias aéreas e hiper-reactivida<strong>de</strong><br />
associada ao processo inflamatório<br />
brônquico (4). A asma provoca,<br />
em indivíduos susceptíveis, episódios<br />
recorrentes <strong>de</strong> pieira, dificulda<strong>de</strong> respiratória,<br />
aperto torácico e tosse, particularmente<br />
à noite e/ou ao amanhecer.<br />
A reversibilida<strong>de</strong> da asma po<strong>de</strong> ser<br />
espontânea ou ocorrer por acção terapêutica<br />
a<strong>de</strong>quada.<br />
É importante realçar dois aspectos:<br />
1. O facto <strong>de</strong> esta doença ser crónica<br />
pressupõe que o tratamento possa<br />
ser tão prolongado quanto a duração<br />
da vida, o que nem sempre é fácil <strong>de</strong><br />
aceitar por parte do doente;<br />
2. O carácter reversível e variável da<br />
obstrução das vias aéreas implica<br />
que o doente, ao longo da vida,<br />
possa apresentar-se em diferentes<br />
graus <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> (ou <strong>de</strong>graus),<br />
po<strong>de</strong>ndo por vezes encontrar-se assintomático.<br />
A exploração funcional da função<br />
respiratória é o único recurso objectivo<br />
e quantitativo <strong>de</strong> monitorização da<br />
asma. Deve fazer-se na primeira consulta<br />
e repetir uma vez por ano. Em<br />
geral, recorre-se à expirometria [com<br />
indicação do Volume Expiratório Máximo<br />
por Segundo (VEMS)], mas existem<br />
outras provas funcionais possíveis. Nos<br />
doentes mais graves e capazes <strong>de</strong> colaborar,<br />
recomenda-se a compra <strong>de</strong> um<br />
peak flow meter, com o qual <strong>de</strong>ve ser<br />
medido o Débito Expiratório Máximo<br />
Instantâneo (DEMI) <strong>de</strong> manhã e à noite,<br />
e sempre que o doente sinta que há<br />
alteração, sendo importante reconhecer<br />
que variações superiores a 20% entre<br />
as medições matinais e vespertinas<br />
indicam que a hiper-reactivida<strong>de</strong> brôn-<br />
Tabela 1 – Classificação do <strong>de</strong>grau da asma <strong>de</strong> acordo com a sintomatologia e terapêutica recomendada<br />
Degrau Sintomas Exacerbações<br />
A1: Asma<br />
Intermitente<br />
A2: Asma<br />
Persistente<br />
Ligeira<br />
A3: Asma<br />
Persistente<br />
Mo<strong>de</strong>rada<br />
A4: Asma<br />
Persistente<br />
Grave<br />
Intermitentes.<br />
Menos <strong>de</strong> 1 vez/<br />
semana. Acordam<br />
doente 2 ou<br />
menos vezes/mês<br />
Uma ou mais<br />
vezes/semana<br />
e menos <strong>de</strong> 1<br />
vez/dia. Doente<br />
acorda com<br />
sintomas mais <strong>de</strong><br />
2 vezes/mês<br />
Sintomas diários.<br />
Queixas nocturnas<br />
mais <strong>de</strong> 1 vez/<br />
semana<br />
Sintomas<br />
frequentes ou<br />
contínuos. Acorda<br />
frequentemente<br />
com sintomas<br />
Breves (algumas horas<br />
a dias). Perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
tosse, pieira e dispneia<br />
esporádicos, irregulares,<br />
menos <strong>de</strong> 1 vez/mês,<br />
sem interferir com a<br />
activida<strong>de</strong> diária e com<br />
o sono.<br />
Queixas<br />
predominantemente<br />
nocturnas mais <strong>de</strong> 2<br />
vezes por mês. Po<strong>de</strong>m<br />
afectar activida<strong>de</strong> e<br />
sono.<br />
Afectam activida<strong>de</strong><br />
diária habitual e sono.<br />
Activida<strong>de</strong> diária<br />
limitada. Limitação<br />
importante da<br />
activida<strong>de</strong> física.<br />
Agravamento nocturno<br />
Função respiratória<br />
Medicação<br />
% do<br />
previsto<br />
> 80% < 20% Desnecessário. Não é<br />
justificado o uso regular<br />
Variabilida<strong>de</strong> De controlo Sintomática<br />
> 80% 20-30% Corticói<strong>de</strong> inalado, 200 a<br />
500 (ou 800) µg.<br />
Antileucotrienos po<strong>de</strong>m<br />
ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> para<br />
reduzir a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
corticói<strong>de</strong>.<br />
60%-<br />
80%<br />
>30% Corticói<strong>de</strong> inalado 800<br />
a 2000 µg ou mais<br />
broncodilatador regular:<br />
agonista β 2 <strong>de</strong> acção longa<br />
e/ou teofilina <strong>de</strong> acção<br />
retardada e/ou agonista<br />
β 2 oral. Antileucotrienos<br />
<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>,<br />
em especial se a asma<br />
é sensível ao AAS ou há<br />
broncoespasmo induzido<br />
pelo exercício.<br />
< 60% >30% Corticói<strong>de</strong> inalado-800<br />
a 2000 µg ou mais<br />
broncodilatador regular:<br />
agonista β 2 <strong>de</strong> acção longa<br />
e/ou teofilina <strong>de</strong> acção<br />
retardada e/ou agonista<br />
β 2 oral<br />
Corticói<strong>de</strong> oral<br />
Agonista β 2<br />
inalado SOS,<br />
menos <strong>de</strong> 1 vez/<br />
semana. Agonista<br />
β 2 /cromoglicato<br />
inala<strong>dos</strong> antes<br />
do exercício<br />
ou exposição a<br />
alérgeno<br />
Agonista β 2 inalado<br />
SOS, sem exce<strong>de</strong>r<br />
3 a 4 vezes/dia<br />
Agonista β 2 inalado<br />
SOS, sem exce<strong>de</strong>r<br />
3 a 4 vezes/dia<br />
Agonista β 2 inalado<br />
SOS<br />
44<br />
ROF 84
quica não está a ser controlada pelo<br />
tratamento.<br />
<strong>de</strong>graus da asma<br />
Os <strong>de</strong>graus da asma estabelecem-<br />
-se <strong>de</strong> acordo com a frequência e intensida<strong>de</strong><br />
<strong>dos</strong> sintomas, <strong>de</strong>vendo a terapêutica<br />
a instituir ser concordante com<br />
o <strong>de</strong>grau em que o doente se encontra.<br />
Existem igualmente valores objectivos<br />
<strong>de</strong> DEMI e <strong>de</strong> VEMS que fornecem indicação<br />
acerca do controlo da asma. Ver<br />
tabela 1 (adaptada <strong>de</strong> 5).<br />
terapêutica da asma<br />
Existem várias razões para o mau<br />
controlo da asma, sendo uma das que<br />
tem maior expressão a utilização <strong>de</strong><br />
<strong>dos</strong>es subterapêuticas. Esta pensa-se<br />
resultar <strong>de</strong> vários factores ou <strong>de</strong> uma<br />
combinação entre eles, nomeadamente<br />
do subdiagnóstico da doença (ausência<br />
total <strong>de</strong> terapêutica), do receio <strong>dos</strong><br />
efeitos secundários da medicação por<br />
parte <strong>dos</strong> doentes (e. g. corticofobia<br />
resultante em a<strong>de</strong>são diferencial por<br />
classe farmacoterapêutica), da má utilização<br />
<strong>dos</strong> dispositivos <strong>de</strong> inalação<br />
(que resulta em que apenas uma reduzida<br />
percentagem <strong>de</strong> fármaco atinja<br />
o órgão-alvo), e do elevado custo da<br />
medicação, aliado à reduzida comparticipação.<br />
Em qualquer <strong>de</strong>stes aspectos,<br />
mas particularmente na melhoria da<br />
técnica <strong>de</strong> manuseamento <strong>dos</strong> dispositivos,<br />
o papel do farmacêutico comunitário<br />
po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminante do sucesso.<br />
Programa Nacional<br />
<strong>de</strong> Controlo da asma<br />
O Programa Nacional <strong>de</strong> Controlo<br />
da Asma, baseado no Global Initiative<br />
for Asthma (GINA), foi criado em Portugal<br />
com o objectivo <strong>de</strong> reduzir a prevalência,<br />
morbilida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> por<br />
asma e melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e<br />
o bem-estar do doente asmático (6, 7).<br />
Neste âmbito, o Grupo Profissional<br />
<strong>de</strong> Farmácia <strong>de</strong> Oficina da Or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong><br />
Farmacêuticos promoveu seminários<br />
em Lisboa, Porto, Coimbra e Évora em<br />
28 e 29 <strong>de</strong> Outubro, com o objectivo<br />
<strong>de</strong> preparar os farmacêuticos para uma<br />
melhor intervenção na asma brônquica<br />
— nomeadamente no que respeita<br />
à colaboração interdisciplinar — e na<br />
sua intervenção para diminuir os resulta<strong>dos</strong><br />
negativos na asma relaciona<strong>dos</strong><br />
com a má utilização <strong>dos</strong> inaladores.<br />
Na sequência do trabalho <strong>de</strong>senvolvido<br />
anteriormente por este grupo,<br />
uma das áreas <strong>de</strong> trabalho prioritária<br />
foi a elaboração <strong>de</strong> uma norma orientadora<br />
da intervenção farmacêutica<br />
na asma, em linha com as orientações<br />
do Programa Nacional <strong>de</strong> Controlo da<br />
Asma.<br />
Referências bibliográficas<br />
(1) International Study of Asthma and<br />
Allergies in Childhood (ISAAC).<br />
Worldwi<strong>de</strong> variations in the prevalence<br />
of asthma symptoms: the International<br />
Study of Asthma and Allergies<br />
in Childhood (ISAAC) – Eur.<br />
Respir. J., 1998<br />
(2) European Community Respiratory<br />
Health Survey (ECRHS). Variations in<br />
the prevalence of respiratory symptoms,<br />
self-reported asthma attacks<br />
and use of asthma medication in the<br />
European Community Respiratory<br />
Health Survey – Eur. Respir. J., 1996<br />
(3) Borrego LM, César M, Leiria-Pinto<br />
P, Rosado-Pinto JE. Prevalence of<br />
asthma in a Portuguese countrysi<strong>de</strong><br />
town: repercussions on absenteeism<br />
and self-concept. Allergol<br />
Immunopathol (Madr). 2005 Mar-<br />
Apr;33(2):93-9<br />
(4) Lourenço O, Fonseca AM, Taborda-<br />
Barata L. Demographic, laboratory<br />
and clinical characterisation of adult<br />
Portuguese asthmatic patients. Allergol<br />
Immunopathol (Madr). 2007<br />
Sep-Oct;35(5):177-83<br />
(5) Programa Nacional <strong>de</strong> Controlo da<br />
Asma – Lisboa: Direcção-Geral da<br />
Saú<strong>de</strong>, 2000. Asma – prevenção e<br />
controlo/Programas nacionais <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong>. ISBN 972-9425-86-8<br />
(6) National Heart, Lung and Blood Institute<br />
and World Health Organization.<br />
Global Strategy for asthma<br />
management and prevention. NHL-<br />
BI / WHO Workshop Report 1995<br />
(7) Despacho Ministerial Nº 6536/99;<br />
D.R. Nº77, II Série, 1/4/99, 4821.<br />
Filipa alves da Costa<br />
Membro do Grupo Profissional <strong>de</strong> Farmácia<br />
<strong>de</strong> Oficina da Or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> Farmacêuticos<br />
Professora Auxiliar do Instituto Superior <strong>de</strong><br />
Ciências da Saú<strong>de</strong> Egas Moniz (ISCSEM)<br />
ROF 79 84 45