Após ouvir Haddad, Dilma manda renegociar ... - Brasil Econômico
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TERÇA-FEIRA, 30 DE OUTUBRO, 2012<br />
ANO 4 | N O 800 | R$ 3,00<br />
PUBLISHER RICARDO GALUPPO<br />
DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA<br />
DIRETOR ADJUNTO OCTÁVIO COSTA<br />
A força dos bancos na economia do <strong>Brasil</strong><br />
Circula hoje o Relatório Financeiro<br />
do BRASIL ECONÔMICO, um amplo<br />
e exclusivo estudo sobre<br />
o setor bancário brasileiro.<br />
Como será a economia do país em<br />
2013 e os principais desafios para<br />
os próximos anos, segundo as<br />
maiores instituições do mercado.<br />
A cobertura do evento de<br />
lançamento da publicação, que<br />
contou com a presença dos<br />
principais líderes do setor.<br />
Após <strong>ouvir</strong> <strong>Haddad</strong>, <strong>Dilma</strong> <strong>manda</strong><br />
<strong>renegociar</strong> dívidas das prefeituras<br />
Em encontro no Planalto, o prefeito eleito de São Paulo frisou que a renegociação é fundamental para o êxito de sua gestão.<br />
Horas depois, o próprio secretário do Tesouro, Arno Augustin, defendeu a mudança do indexador do IGP-DI para a Selic. ➥ P8<br />
Alan Marques/Folhapress<br />
Ao receber<br />
cumprimentos<br />
da presidente,<br />
<strong>Haddad</strong> pediu mais<br />
investimentos<br />
federais para SP<br />
Eletrobras vai<br />
fazer varredura<br />
em toda a rede<br />
Na previsão do presidente da<br />
estatal, a operação pente-fino nas<br />
subestações será concluída em<br />
fevereiro do ano que vem. ➥ P9<br />
Em três anos,<br />
crédito deve<br />
somar R$ 2,3 tri<br />
Previsão é que até 2015 volume<br />
cresça 56% em relação a 2012,<br />
mas pode duplicar se incluídos os<br />
empréstimos imobiliários. ➥ P12<br />
Sá Cavalcante investirá<br />
R$ 4 bilhões até 2015<br />
Empresa proprietária de três shopping centers<br />
faz banco de terrenos para construir outras sete<br />
unidades, com foco em cidades de médio porte. ➥ P16<br />
Biolab faz parceria com<br />
Nobel por novo remédio<br />
Farmacêutica brasileira aumenta investimentos<br />
em pesquisa e desenvolvimento e vai buscar na<br />
academia ideias para lançar novos produtos. ➥ P24<br />
Melhores cidades<br />
para fazer compras,<br />
de Londres a Sidney<br />
Índice Globe Shopper comparou<br />
33 cidades nos itens compras,<br />
preços, conveniência, hotéis<br />
e transporte, cultura e clima. A<br />
capital inglesa é a melhor. ➥ P34<br />
INDICADORES 29.10.2012<br />
TAXAS DE CÂMBIO COMPRA VENDA<br />
Dólar comercial (R$/US$)<br />
Euro (R$/€)<br />
2,0310<br />
2,6186<br />
2,0350<br />
2,6194<br />
JUROS META EFETIVA<br />
Selic (ao ano) 7,25% 7,14%<br />
BOLSAS VAR. % ÍNDICES<br />
Bovespa — São Paulo<br />
-0,17 57.176,58<br />
Dow Jones — Nova York Não houve negócios em NY<br />
FTSE 100 — Londres<br />
-0,20 5.795,10
2 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
CARTAS<br />
Avanço<br />
OPINIÃO<br />
Quanto à matéria “PT administrará 36%<br />
dos recursos das capitais” (publicada em<br />
29/10/2012), gostaria de fazer um comentário<br />
sobre a eleição do DEM em Salvador e Feira<br />
de Santana, na Bahia. Eu acho que o grande<br />
beneficiário foi o povo soteropolitano e o<br />
feirense, isso porquê, primeiro: Esses eleitos,<br />
como remanescentes do DEM terão que provar<br />
suas capacidades de administradores sob pena<br />
de enterrar de uma vez o partido; segundo,<br />
como daqui a dois anos teremos eleições<br />
para governador, o PT, se quiser continuar<br />
no comando do estado, terá de realizar obras<br />
e mostrar competência, que seja capaz<br />
de superar as administrações municipais<br />
retro citadas. Portando Viva a democracia!<br />
Luiz Albino Lima<br />
Feira de Santana (BA)<br />
Em referência à matéria “PT administrará<br />
36% dos recursos das capitais”, apesar<br />
da opressiva campanha do mensalão contra<br />
o PT, o partido mostrou que sua agenda<br />
de governo de cunho social prevaleceu<br />
sobre as manobras midiáticas. Parabéns<br />
PT pelo desempenho e rumo a redenção!<br />
Fabio Fernando<br />
Olinda (PE)<br />
O partido do mensalão está cada vez<br />
mais administrando mais dinheiro público<br />
(“PT administrará 36% dos recursos<br />
das capitais.). Em terra de cegos,<br />
que tem olho enche os bolsos.<br />
Laurindo Lyra<br />
Vargem Grande Paulista (SP)<br />
ERRATA<br />
Diferentemente do que consta na<br />
matéria “Concorrência tira R$ 12 bi de<br />
transações da Cielo”, publicada em<br />
25/10/2012, este montante representa<br />
1,5% do valor transacionado<br />
e não da participação de mercado.<br />
Cristovam Buarque (PDT/DF)<br />
Senador<br />
Paisquenãoacompanharem odesempenho<br />
escolardeseufilhopoderão serpunidos.Projetode<br />
lei nessesentido,dosenador,recebeuparecer<br />
favorável eestáprontoparaservotadonoSenado.<br />
Retrocesso<br />
Romário de Souza Faria<br />
Ex-jogador de futebol e deputado federal<br />
Romárionãoconseguiuanularaconfissãodedívida<br />
assinadaquando sóciodo CaféOnzeBar.A Terceira<br />
TurmadoSuperiorTribunaldeJustiça manteve<br />
decisãodoTribunaldeJustiçadoRiodeJaneiro.<br />
José Cruz/ABr<br />
Divulgação<br />
MURILLO DE ARAGÃO<br />
Cientista político e presidente<br />
da Arko Advice Pesquisas<br />
Comprando inteligência<br />
Os cortes orçamentários na Europa provocaram um importante<br />
manifesto por parte de vários agraciados com o Nobel. Assinam<br />
o documento André Geim (física, 2010), Martin Evans (medicina,<br />
2007), John Walker (química, 1997), entre muitos outros luminares.<br />
Eles perguntam qual será o papel da ciência no futuro<br />
da Europa, a partir da dramática redução do orçamento para<br />
pesquisa. Os pesquisadores partem do princípio de que a crise<br />
europeia, ao invés de ensejar atitudes conservadoras, deveria estimular<br />
soluções criativas. Pelo simples fato de que representa<br />
uma imensa oportunidade: por meio da ciência, soluções para a<br />
economia e para outros problemas do mundo poderiam ser alcançadas.<br />
Eles afirmam, ainda, que a Europa não pode se dar o<br />
luxo de perder seus cientistas.<br />
Na Inglaterra, o endurecimento das regras de controle da imigração<br />
está causando outro efeito negativo: a perda de estudantes<br />
com potencial para vitalizar a economia por meio de iniciativas<br />
inovadoras. No lugar da tradicional permissão de dois anos<br />
para trabalhar no país após completar o curso, as novas regras<br />
dão apenas alguns meses para que o formando encontre alguém<br />
que esteja disposto a lhe pagar. Nos Estados Unidos, o livro<br />
“The imigrante exodus”, de Vivek Wadhwa, está causando grande<br />
impacto por alertar para o fato de que o país está perdendo a<br />
capacidade de atrair talentos, para estudar ou trabalhar. Canadá<br />
e Austrália vão na contramão dos Estados Unidos e do Reino<br />
Unido. No Canadá é permitido que estudantes de mestrado trabalhem<br />
pelo menos por três anos no país. A Austrália estimula<br />
tanto a ida de estudantes para lá quanto investe na criação de<br />
empresas e na vitalização do mercado de trabalho com imigrantes.<br />
O Chile estabeleceu um ambicioso programa de estímulo para<br />
novas companhias na área da informática e da inovação.<br />
Com vários pesquisadores reclamando<br />
de corte de verbas na Europa, o <strong>Brasil</strong><br />
deveria criar um programa para atraí-los<br />
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O <strong>Brasil</strong>, com o programa Ciência sem Fronteiras, dá um passo<br />
importante para robustecer o processo de aquisição de conhecimento<br />
no exterior. Porém, os cortes orçamentários da Europa e o<br />
endurecimento das regras no Reino Unido e nos Estados Unidos<br />
deveriam nos levar a posturas mais agressivas ainda na captação<br />
de pesquisadores, estudantes e empreendedores no exterior. O<br />
<strong>Brasil</strong> trouxe pesquisadores e especialistas da antiga União Soviética<br />
nos anos 90. Não sabemos qual foi o impacto da iniciativa, porém,<br />
com vários pesquisadores reclamando de corte de verbas na<br />
Europa, o <strong>Brasil</strong> deveria criar um programa para atraí-los de forma<br />
consistente. Algo nos moldes do que foi feito na USP nos anos 50.<br />
No âmbito do empreendedorismo, o caminho a ser seguido é<br />
semelhante: ampliar as oportunidades de crédito, reduzir a burocracia<br />
e oferecer oportunidades para quem queira investir em<br />
negócios no <strong>Brasil</strong>. Outra iniciativa seria a implementação de<br />
um agressivo programa de compras de empresa de tecnologia.<br />
As opções são claras. Comprar empresas de ponta no exterior.<br />
Atrair empreendedores do mundo todo. Atrair estudantes. Mandar<br />
estudantes brasileiros para o exterior. Importar professores<br />
e pesquisadores. Promover, enfim, um ambiente favorável à<br />
criatividade, à inovação e à geração de conhecimento. ■<br />
NESTA EDIÇÃO<br />
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A proposta do Konkero é ajudar o usuário a lidar com facilidade<br />
com suas finanças. A expectativa do site é de conquistar com<br />
500 mil usuários em dois anos. ➥ P15<br />
Texto alinhado à sfdfesquerda, sem hifenização,<br />
Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP).<br />
falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda,<br />
E-mail: redacao@brasileconomico.com.br<br />
texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto<br />
As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura.<br />
falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX<br />
Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas.<br />
Mais cartas em www.brasileconomico.com.br<br />
Pearson une divisão de livros com a Randon<br />
O grupo britânico firmou acordo para unir a Penguin à Random House,<br />
da alemã Bertlesmann , formando o maior grupo editorial de<br />
produtos ao consumidor do mundo, superando a News Corp. ➥ P27
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 3<br />
MOSAICO POLÍTICO<br />
CÂNDIDO VACCAREZZA<br />
Deputado federal (PT-SP)<br />
PEDRO VENCESLAU<br />
pvenceslau@brasileconomico.com.br<br />
Controle sobre as armas já!<br />
Neste ano, até agora no estado de São Paulo, já foram mortos 80<br />
policiais, a grande maioria assassinada pelo crime organizado. Este<br />
é apenas mais um dado da violência urbana no <strong>Brasil</strong>, cujos números<br />
são alarmantes. Ao longo dos últimos 30 anos, houve mais<br />
de 1 milhão de homicídios — a esmagadora maioria provocada<br />
por arma de fogo —, o que representa uma média de 35 mil mortes<br />
por ano. Só para se ter uma ideia, na guerra civil em Angola,<br />
entre 1975 e 2002, a média anual foi de 20 mil mortos; na invasão<br />
do Iraque, entre 2004 e 2007, 19 mil mortos; e na guerra civil salvadorenha,<br />
entre 1980 e 1992, a média foi de 7 mil mortos. Na última<br />
década, a segurança pública passou a ser considerada um desafio<br />
ao Estado de Direito. O governo federal tomou várias iniciativas:<br />
sancionou o Estatuto do Desarmamento, em 2003; criou<br />
no ano seguinte a Força Nacional de Segurança Pública, para<br />
atuar em situações emergenciais; e em 2007 criou o Programa<br />
Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), para<br />
valorizar os profissionais da área, reestruturar o sistema penitenciário<br />
e combater a corrupção policial. São medidas importantes,<br />
mas insuficientes; é preciso que a segurança pública entre de<br />
vez na agenda do Congresso Nacional, estados e municípios.<br />
Está provado que a violência urbana e<br />
o elevado número de homicídios do país<br />
estão ligados à posse ilegal de armas<br />
Está provado que a violência urbana e o elevado número de<br />
homicídios do país estão ligados à posse ilegal de armas de fogo,<br />
muitas delas roubadas de agentes do Estado pelo crime organizado.<br />
Mas não é só isso: pesquisa do Viva Rio de 2011 mostrou que<br />
90% das armas no país — cerca de 15 milhões — estão em poder<br />
de cidadãos comuns; desse total, 50% são ilegais. Outro problema<br />
grave diz respeito ao controle das armas das empresas de segurança<br />
privada. As mais de 3,1 mil empresas registradas no <strong>Brasil</strong><br />
têm em seu poder 223 mil armas de fogo. A CPI do Tráfico de<br />
Armas da Câmara Federal, entre 2005 e 2006, revelou que 17%<br />
das armas apreendidas com criminosos do Rio de Janeiro eram<br />
originárias de empresas de segurança privada.<br />
O Estatuto do Desarmamento previa a criação de um banco de<br />
dados nacional para integrar as bases da Polícia Federal, polícias<br />
civis e do Exército, mas até hoje não houve essa integração. Assim,<br />
no sentido de ampliar o controle do Estado sobre a posse de<br />
armas, apresentei no ano passado um Projeto de Lei (PL 2.516/11),<br />
que obriga o uso de chips eletrônicos em todas as armas existentes<br />
no país, nacionais ou importadas, dentro de um prazo de quatro<br />
anos. Nesse chip, que é um circuito eletrônico miniaturizado<br />
para armazenamento de dados, deverão constar informações como<br />
nome do órgão ou da agência a qual a arma está vinculada, o<br />
calibre e a capacidade dos cartuchos, a espécie, a marca, o modelo<br />
e o número de série. O texto prevê também multa diária de R$<br />
200 mil para os fabricantes que, ao final do prazo, não se adaptarem<br />
à legislação. Os recursos das multas deverão ser revertidos<br />
de forma complementar para instituições públicas que tratam de<br />
vítimas alvejadas por armas de fogos. Se aprovada, essa lei permitirá<br />
que a polícia tenha mais facilidade para rastrear armas roubadas.<br />
O objetivo é que as autoridades tenham um controle mais efetivo<br />
sobre a movimentação das armas de fogo, contribuindo dessa<br />
maneira para reduzir o número de homicídios no país. ■<br />
Leo Burnett define diretrizes para 2013<br />
Com 96 escritórios espalhados pelo mundo, a agência reuniu<br />
os 10 principais executivos da rede em São Paulo, para definir<br />
as diretrizes do grupo para 2013. ➥ P29<br />
A morosidade da Justiça<br />
O articulista Antoninho Marmo Trevisan discute a morosidade<br />
da Justiça e a percepção da sociedade de que se trata de um<br />
problema insolúvel. ➥ P39<br />
Embalado, Psol mira Palácio do Planalto<br />
Com a conquista de sua primeira capital, Macapá, o pequeno Psol começa a pensar grande. O partido<br />
que nasceu de um racha do PT e hoje faz oposição (à esq.) ao governo de <strong>Dilma</strong> Rousseff já<br />
pensa no Palácio do Planalto em 2014. Apesar de ser apontado como um dos presidenciáveis da<br />
legenda devido ao bom desempenho eleitoral que teve na eleição do Rio de Janeiro, o deputado<br />
estadual Marcelo Freixo disse à coluna que tem outros planos. “A disputa (municipal) de 2016 é o<br />
meu objetivo. Não existe a menor chance de uma disputa presidencial.” Questionado sobre qual<br />
seria o nome mais forte da legenda para encarar a tarefa de enfrentar <strong>Dilma</strong> Rousseff, Aécio Neves,<br />
Marina Silva e — quiçá — Eduardo Campos, Freixo não pensa duas vezes. “O senador Randolfe<br />
Rodrigues.” Eleito no pleito de 2010 pelo Amapá, Randolfe foi o principal articulador da campanha<br />
vitoriosa do Psol com Clécio Luís na capital do estado. ■<br />
Participação do DEM no governo<br />
do Psol causa polêmica<br />
Como costuma acontecer em partidos de esquerda<br />
de matriz ortodoxa, o Psol já enfrenta uma polêmica<br />
em torno da vitória em Macapá. Ocorre que a sigla<br />
contou com o apoio do DEM na campanha. “Isso foi<br />
um erro que não cometi no Rio de Janeiro. Espero<br />
que eles não participem do governo", diz Freixo.<br />
CURTAS<br />
●<br />
O PCdoB montou um grupo<br />
➤<br />
de trabalho para dialogar<br />
com o PT sobre o espaço do<br />
partido no governo <strong>Haddad</strong>.<br />
Estão no grupo os vereadores<br />
Netinho e Jamil Murad, o<br />
ex-ministro Orlando Silva e a<br />
vice-prefeita Nádia Campeão.<br />
●<br />
Os comunistas devem se<br />
➤<br />
reunir hoje com o prefeito<br />
eleito para tratar do assunto.<br />
A expectativa da legenda é<br />
ocupar uma pasta ou estatal que<br />
tenha interlocução direta com<br />
o Ministério do Esporte.<br />
São três opções: Secretaria da<br />
Copa, Secretaria de Esportes ou<br />
SPTuris. Resta saber se o novo<br />
prefeito acabará com a Secopa.<br />
●<br />
O prefeito eleito Fernando<br />
➤<br />
<strong>Haddad</strong> (PT) se reúne<br />
hoje com o governador Geraldo<br />
Alckmin e com o prefeito<br />
Gilberto Kassab. Será o primeiro<br />
passo no processo de transição.<br />
A expectativa é de clima bom.<br />
PRONTO, FALEI<br />
“A Bahia<br />
escolheu seguir<br />
mudando junto<br />
com o <strong>Brasil</strong>.<br />
Já Salvador<br />
escolheu<br />
permanecer<br />
na contramão”<br />
Jonas Paulo, Presidente<br />
do PT baiano, sobre a<br />
vitória de ACM Neto<br />
EmBelém, Psolcontoucomajuda<br />
da ‘adversária’<strong>Dilma</strong> Rousseff<br />
Na campanha para a prefeitura de Belém, o<br />
candidato do Psol Edmílson Rodrigues, que<br />
era o favorito, contou com o apoio de <strong>Dilma</strong><br />
Rousseff na disputa contra Zenaldo Coutinho<br />
(PSDB). Ocorre que a sigla socialista faz oposição<br />
ferrenha ao governo federal. Vai entender...<br />
Divulgação<br />
●<br />
Por falar em <strong>Haddad</strong>.<br />
➤<br />
O prefeito eleito viaja<br />
amanhã para uma semana de<br />
merecidas férias com a família.<br />
●<br />
Ex-membro do QG da<br />
➤<br />
campanha tucana na<br />
capital, o deputado Walter<br />
Feldmann disse que não existe<br />
“nenhuma chance” de Serra<br />
assumir o comando do PSDB.<br />
●<br />
“Ele nunca cogitou essa<br />
➤<br />
hipótese”, afirmou<br />
Feldmann à coluna. O tucano<br />
disse, ainda, que Serra<br />
nunca pensou em plano B...<br />
●<br />
Oscar Cabral<br />
Na véspera da eleição,<br />
➤<br />
as pesquisas internas do<br />
PSDB apontavam um cenário de<br />
empate entre Serra e <strong>Haddad</strong>.<br />
O que houve? “Muita gente<br />
viajou para a praia e não voltou.<br />
As pesquisas do Datafolha e<br />
Ibope induziram isso”, explica<br />
o deputado tucano Walter<br />
Feldmann. Faz sentido...
4 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
DESTAQUE RELATÓRIO FINANCEIRO<br />
Editora: LÉA DE LUCA<br />
lluca@brasileconomico.com.br<br />
Rodgrigo Capote<br />
Murillo Constantino<br />
Evento para entrega do prêmio aos melhores do ranking Relatório Financeiro, promovido por BRASIL ECONÔMICO, realizado ontem em São Paulo, com 200 participantes<br />
Bancos veem juro estável e<br />
calotes em baixa em 2013<br />
Neste novo cenário, executivos do setor revelam suas estratégias, que passam por parcerias e segmentação<br />
Flávia Furlan, Priscila Arroyo,<br />
Rafael Palmeiras e<br />
Vanessa Correia<br />
redacao@brasileconomico.com.br<br />
Instituições financeiras que<br />
atuam no <strong>Brasil</strong> estão mais otimistas<br />
com 2013, depois de enfrentarem<br />
em 2012 cenário de queda de<br />
juro e alta da inadimplência.<br />
Com isso, já traçam estratégias<br />
para o próximo ano com reforço<br />
da atuação em determinados segmentos,<br />
em busca de rentabilidade<br />
e maiores margens.<br />
É essa a visão das principais<br />
instituições financeiras do país,<br />
ganhadores do prêmio Relatório<br />
Financeiro do BRASIL ECONÔMICO,<br />
evento que reuniu 200 pessoas<br />
ontem em São Paulo. A publicação,<br />
cujos indicadores financeiros<br />
foram analisados pela Austin<br />
Rating, destacou os bancos que<br />
aliaram crescimento, controle de<br />
despesas e bons retornos aos acionistas<br />
no primeiro semestre.<br />
“Reconhecer a excelência das<br />
principais instituições financeiras<br />
brasileiras é de grande relevância,<br />
principalmente no momento<br />
em que o setor vive uma<br />
de suas maiores transformações.<br />
Com juros mais baixos e spreads<br />
menores, as instituições nunca<br />
concederam tanto crédito quanto<br />
nos últimos anos”, destaca Maria<br />
Alexandra Mascarenhas Vasconcellos,<br />
presidente do conselho<br />
de administração da Ejesa,<br />
que edita o BRASIL ECONÔMICO.<br />
Em 2013, o setor financeiro espera<br />
uma melhora no cenário econômico.<br />
“As taxas de juros estão<br />
em acomodação, o que vejo como<br />
tendência. Com a melhoria<br />
econômica do próximo ano, as taxas<br />
de inadimplência devem<br />
cair”, diz José Alcides Munhoz, diretor<br />
vice-presidente do Bradesco.<br />
Walter Malieni Júnior, diretor<br />
de distribuição do Banco do <strong>Brasil</strong>,<br />
concorda: “Para 2013, estamos<br />
prevendo um novo ciclo,<br />
com redução das taxas de inadimplência<br />
tanto na pessoa jurídica<br />
quanto na pessoa física.”<br />
A mesma tônica está no discurso<br />
do Itaú Unibanco. “Acreditamos<br />
em melhoria das taxas de inadimplência<br />
para o ano que vem, dada<br />
a proximidade com os clientes,<br />
correta segmentação e conhecimento<br />
efetivo de suas necessidades”,<br />
diz o superintendente Sother<br />
Marques Neto. Décio de Almeida,<br />
diretor presidente do Banco<br />
Volkswagen, concorda: “Em<br />
2013, vamos passar por um processo<br />
de estabilização da economia<br />
e apostamos que incentivos<br />
da esfera pública e privada podem<br />
aquecer novamente o setor.”<br />
José Signorini, diretor financeiro<br />
do Banco Rodobens, destacou<br />
o ano difícil de 2012, com aumento<br />
da inadimplência. “Mas<br />
estamos otimistas com 2013.”<br />
Diante deste cenário, as instituições<br />
traçam suas estratégias. Cristiano<br />
Malucelli, presidente do Paraná<br />
Banco, quer reforçar a atuação<br />
em crédito a médias empresas<br />
no próximo ano (aquelas com faturamento<br />
de R$ 5 milhões a R$ 500<br />
milhões ao ano). Um total de 14%<br />
dos negócios do banco está na modalidade,<br />
enquanto 80% estão em<br />
consignado e 6% em parcerias de<br />
financiamento ao consumo.<br />
“Precisávamos de uma diversificação<br />
para o mercado de consignado,<br />
que já está maduro, e avançar<br />
em middle market é uma escolha<br />
óbvia tendo em vista a nossa<br />
forte presença regional e os<br />
clientes da seguradora do grupo”,<br />
diz Malucelli Segundo ele,<br />
em um cenário de queda de juro,<br />
os bancos vão buscar eficiência e<br />
diferenciação, seja de segmentação<br />
de clientes, geográfica, por<br />
produto ou por nicho.<br />
No caso do BMG, que atua em<br />
crédito consignado, uma das formas<br />
de alavancar os negócios em<br />
meio ao arrefecimento do mercado<br />
foi firmar, em julho, joint venture<br />
com o Itaú. Ernani Leite Vitorello,<br />
diretor executivo de administração<br />
e controle do banco,<br />
diz que a joint venture começa a<br />
operar em dezembro. “Foi um negócio<br />
excepcional, que nos possibilitará<br />
ficar no mercado com balanço<br />
robusto e gestão de risco.”<br />
Outro banco de médio porte, o<br />
ABC <strong>Brasil</strong>, deve manter sua estratégia<br />
de 2012 no próximo ano,<br />
diante da expectativa de melhora<br />
do cenário. “Tivemos restrição<br />
de crescimento pela redução do<br />
ritmo da economia e, com as medidas<br />
de estímulo que têm sido<br />
adotadas pelo governo e o Banco<br />
Central, esperamos um crescimento<br />
maior em 2013 do setor, o<br />
que vai permitir que a carteira de<br />
crédito tenha melhor qualidade”,<br />
pondera o diretor-presidente<br />
Anis Chacur Neto.<br />
Entre os bancos de investimento,<br />
o BTG Pactual continuará a<br />
tornar os fundos de private equity<br />
sócio de companhias brasileiras.<br />
“Acreditamos no potencial<br />
do <strong>Brasil</strong>”, diz Antonio Porto Filho,<br />
vice-presidente senior do<br />
banco. O executivo diz não analisar<br />
setores, mas companhias<br />
com potencial de crescimento.<br />
No caso da corretora do banco,<br />
o sócio Ricardo Lutfalla afirma<br />
que a queda da taxa de juros<br />
deve atrair investidores à bolsa,<br />
principalmente pessoas físicas.<br />
“Há algumas ofertas subsequentes<br />
em andamento, e os investidores<br />
estão abertos às operações<br />
qualificadas. Os estrangeiros reduziram<br />
apetite por ativos brasileiros<br />
ao longo desse ano, mas deve<br />
retomá-lo, principalmente<br />
por meio de oferta de ações .”<br />
Carlos Takahashi, diretor da<br />
gestora de recursos do Banco do<br />
<strong>Brasil</strong>, também acredita nesta retomada.<br />
“Os investidores vão<br />
procurar novas alternativas e diversificando<br />
o portfólio, então temos<br />
de trabalhar com aperfeiçoando<br />
da tecnologia para adequar<br />
uma avaliação de risco e retorno<br />
que permita diversificar<br />
com segurança, sabendo os riscos<br />
que se está tomando”. ■<br />
OS VENCEDORES Os melhores em cada categoria analisada<br />
CATEGORIA VAREJO ATACADO E NEGÓCIOS FINANCIAMENTO LEASING DISTRIBUIDORAS MONTADORAS GRUPOS MIDDLE MARKET CORRETORAS FINANCEIRAS<br />
A MELHOR<br />
A MAIOR POR ATIVO TOTAL<br />
A MAIOR POR LUCRO LÍQUIDO<br />
Bradesco<br />
Banco do <strong>Brasil</strong><br />
Itaú Unibanco<br />
BTG Pactual<br />
BTG Pactual<br />
BTG Pactual<br />
Sicredi<br />
BMG<br />
Paraná Banco<br />
Bradesco Leasing<br />
Dibens Leasing<br />
Dibens Leasing<br />
BB DTVM<br />
Citibank DTVM<br />
BB DTVM<br />
Banco John Deere<br />
Banco Volkswagen<br />
Banco CNH Capital<br />
Rodobens Banco<br />
Banco IBM<br />
Banco CSF<br />
ABC <strong>Brasil</strong><br />
BicBanco<br />
Daycoval<br />
BTG Pactual CTVM<br />
Itaú CV<br />
Itaú CV<br />
Crefisa CFI<br />
BV Financeira CFI<br />
Crefisa CFI
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 5<br />
Menos crédito e mais<br />
riscos foram a tônica<br />
dos últimos 10 meses<br />
Fotos: Rodrigo Capote<br />
Instituições financeiras viram índices de inadimplência, tanto da pessoa<br />
física quanto jurídica, avançarem a patamares recordes ao longo d2 2012<br />
Inadimplência em alta, intervenção<br />
em três instituições financeiras<br />
pelo Banco Central<br />
(BC), crise europeia. O ano de<br />
2012 foi desafiador para as instituições<br />
financeiras que atuam<br />
no <strong>Brasil</strong>. “É a primeira vez que<br />
vemos um cenário de desemprego<br />
em baixa e inadimplência<br />
em alta”, ressalta Ernani<br />
Leite Vitorello, diretor executivo<br />
de administração e controle<br />
do Banco BMG.<br />
O executivo lembrou que há<br />
10 anos, a proporção da carteira<br />
de crédito em relação ao Produto<br />
Interno Bruto (PIB) brasileiro<br />
era muito pequena, de<br />
20%, e hoje é de 51% do PIB.<br />
“Seria natural um movimento<br />
de acomodação na tomada de<br />
crédito, em torno de 15% ao<br />
ano”, acredita Vitorello.<br />
Para ele, o atual desafio do<br />
sistema financeiro é conviver<br />
com avanços mais modestos de<br />
expansão da carteira, ao mesmo<br />
tempo em que precisará<br />
manter sua rentabilidade. “Há<br />
uma missão de eficiência para<br />
todos”, completa.<br />
Anis Chacur Neto, diretor<br />
presidente do Banco ABC <strong>Brasil</strong>,<br />
também viu o crescimento menor<br />
da economia brasileira afetar<br />
de forma negativa os negócios,<br />
enquanto que a queda do<br />
juro impactou na remuneração<br />
do patrimônio da instituição financeira,<br />
mas não no resultado.<br />
“Não sentimos problemas específicos,<br />
porque o spread no segmento<br />
de empresas já é competitivo,<br />
diferentemente do que<br />
acontece no varejo e em cartões<br />
de crédito”, aponta, citando os<br />
mercados em que houve pressão<br />
do governo para redução de<br />
juros ao consumidor.<br />
Já Cristiano Malucelli, presidente<br />
do Paraná Banco, tem outra<br />
opinião. O ano de 2012 superou<br />
as expectativas da instituição,<br />
por conta da queda da taxa<br />
básica de juros (Selic), devido<br />
ao fato de o Paraná Banco manter<br />
boa parte da carteira de crédito<br />
prefixada. “Nossa estratégia<br />
de ter folga no balanço e um<br />
índice de solvência alto se mostrou<br />
acertada”, pondera. Entre<br />
junho de 2011 e de 2012, a carteira<br />
de crédito do banco registrou<br />
crescimento de 26%, acima da<br />
média do mercado.<br />
No caso das gestoras de recursos,<br />
Carlos Takahashi, diretor<br />
“<br />
Reconhecer a excelência das instituições<br />
financeiras brasileiras é de grande<br />
relevância, quando o setor vive uma de<br />
suas maiores transformações”, diz Maria<br />
Alexandra Vasconcellos, presidente do<br />
conselho de administração da Ejesa<br />
Carlos Takahashi, presidente da BB DTVM, campeã na categoria<br />
Distribuidoras, e Nuno Vasconcellos, acionista da Ejesa<br />
Ricardo Galuppo, publisher do BRASIL ECONÔMICO, e Eloi Rohde,<br />
diretor da John Deere, vencedora da categoria Montadoras<br />
presidente da BB DTVM, diz ter<br />
aproveitado boas oportunidades<br />
que surgiram ao longo de<br />
2012, um ano de extrema volatilidade<br />
e aversão ao risco. “Algumas<br />
casas que inspiram segurança<br />
como no caso do BB, no final<br />
Maria Alexandra e José Mascarenhas, presidente da Ejesa,<br />
na cerimônia de entrega dos prêmios<br />
das contas, experimentaram fluxo<br />
importante de recursos e isso<br />
permitiu que continuasse<br />
crescendo de forma rigorosa.”<br />
Quem também comemorou<br />
os resultados de 2012 foi Eloir<br />
Rogério Rohde, diretor de operações<br />
do banco da John Deere,<br />
fabricante de máquinas agrícolas.<br />
“Tivemos um ano excelente,<br />
motivado, principalmente<br />
pela redução dos juros do Programa<br />
de Sustentação do Investimento<br />
(PSI), que caiu de 5,5%<br />
para 2,5% ao ano. Esse movimento<br />
fez com que os produtores<br />
adiantassem a compra dos<br />
equipamentos como tratores e<br />
colheitadeiras.”<br />
Risco sistêmico afastado<br />
Quanto às instituições financeiras<br />
que sofreram intervenção pelo<br />
BC este ano — BVA, Cruzeiro<br />
do Sul e Morada — Milto Bardini,<br />
vice-presidente executivo e diretor<br />
de relações com investidores<br />
(RI) do BicBanco, diz que eventos<br />
como esses geram desconforto<br />
no mercado. “O lado mais positivo<br />
de tudo isso é a constatação<br />
de que analistas do setor tratam<br />
diferentemente os diferentes.<br />
Não poderia haver a generalização<br />
descuidada e as confusões<br />
que prevaleciam outrora. Hoje<br />
pode se dizer que o mercado está<br />
bem mais maduro”, diz.<br />
Gelbaum, do Daycoval, concorda.<br />
“Lamentavelmente no<br />
<strong>Brasil</strong> é comum unir os bancos<br />
em um único grupo: o grupo<br />
dos bancos médios. E não é isso.<br />
O país tem muitas instituições<br />
de excelente qualidade, bastante<br />
sólidas, com excelente governança.<br />
Eventos acabam beneficiando<br />
boas instituições financeiras”,<br />
acredita.<br />
De acordo com o executivo, o<br />
banco Daycoval quase não registrou<br />
crescimento na carteira de<br />
crédito destinada às pequenas e<br />
médias empresas até o final do<br />
terceiro trimestre deste ano.<br />
“Já acreditávamos que PIB não<br />
cresceria o previsto inicialmente<br />
Sendo assim, nossa carteira<br />
de middle market mostrou estabilidade<br />
e a de varejo registrou<br />
pequeno crescimento. Ou seja,<br />
no geral, a carteira de crédito<br />
tem praticamente o mesmo tamanho<br />
que o registrado no ano<br />
passado.” ■ F.F, R.P e V.C
6 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
DESTAQUE RELATÓRIO FINANCEIRO<br />
Os melhores do setor financeiro<br />
Vinte e quatro<br />
executivos de<br />
bancos comerciais,<br />
corretoras,<br />
empresas de<br />
leasing, financeiras<br />
e bancos de<br />
investimento<br />
foram premiados<br />
José Munhoz<br />
Vice-presidente do Bradesco<br />
Melhor na<br />
categoria Varejo<br />
Walter Júnior<br />
Diretor do Banco do <strong>Brasil</strong><br />
Maior por ativo na<br />
categoria Varejo<br />
Sother Neto<br />
SuperintendentedoItaúUnibanco<br />
Maior por lucro líquido<br />
na categoria Varejo<br />
Antonio Porto<br />
Sóciodo BTG Pactual<br />
Melhor e maior por ativo<br />
total e lucro líquido em<br />
Atacado e Negócios<br />
Wolney Romano Clive José Botelho Cristiano Malucelli Osmar Roncolato<br />
Tesoureiro do Sicredi SuperintendentefinanceirodoBMG Presidentedo Paraná Banco DiretordecréditodoBradesco<br />
Melhor na categoria<br />
Financiamento<br />
Maior por ativo total na<br />
categoria Financiamento<br />
Maior por lucro líquido na<br />
categoria Financiamento<br />
Melhor na categoria<br />
Leasing<br />
Marcelo Gagliardi<br />
Gerente da Dibens<br />
Maior por ativo total e por<br />
lucro líquido em Leasing<br />
CarlosTakahashi Roberto Paolino Eloi Rogério Rohde Décio de Almeida Alexandre Blasi<br />
Diretor-presidente da BB DTVM Superintendente do Citibank Diretor do Banco John Deere Presidentedo banco Volkswagen Diretor comercial do CNH Capital<br />
Melhor e maior por lucro<br />
líquido em Distribuidoras<br />
Maior por ativo total na<br />
categoria Distribuidoras<br />
Melhor na categoria<br />
Montadoras<br />
Maior por ativo total na<br />
categoria Montadoras<br />
Maior por lucro líquido na<br />
categoria Montadoras<br />
José Signorini Antonio Rascão Ricardo Barreto<br />
Diretor financeiro da Rodobens Presidente do Banco IBM DiretordenegóciosdobancoCarrefour<br />
Melhor na categoria<br />
Grupos<br />
Maior por ativo total na<br />
categoria Grupos<br />
Maior por lucro líquido<br />
na categoria Grupos<br />
Anis Chacur<br />
Presidentedo ABC <strong>Brasil</strong><br />
Melhor na categoria<br />
Middle Market<br />
Milto Bardini<br />
Vice-presidente do BicBanco<br />
Maior por ativo total na<br />
categoria Middle Market<br />
Ricardo Gelbaum Ricardo Lutfalla Roberto Fonseca<br />
Diretor de RI do Banco Daycoval Sócioda Corretora BTG Pactual Superintendente do Itaú Corretora<br />
Maior por lucro líquido na<br />
categoria Middle Market<br />
Melhor na categoria<br />
Corretoras<br />
Maior por ativo total e lucro<br />
líquido em Middle Market<br />
Ana Campos<br />
Diretoraexecutiva do Crefisa<br />
Melhor e maior por lucro<br />
líquido em Financeiras<br />
Elcio dos Santos<br />
Diretor de Varejo da BV Financeira<br />
Maior por ativo total na<br />
categoria Financeiras
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 7
8 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
BRASIL<br />
Subeditora: Patrycia Monteiro Rizzotto<br />
pmonteiro@brasileconomico.com.br<br />
<strong>Dilma</strong> atende <strong>Haddad</strong> e vai<br />
<strong>renegociar</strong> dívidas municipais<br />
Prefeito eleito de São Paulo se encontra com a presidente em Brasília e confirma conversa sobre o tema<br />
Ruy Barata Neto<br />
rbneto@brasileconomico.com.br<br />
Agência <strong>Brasil</strong><br />
Renato Araujo/ABr<br />
O Palácio do Planalto deve acelerar<br />
as discussões sobre a renegociação<br />
da dívida de estados e<br />
municípios com a União como<br />
parte da agenda de apoio à gestão<br />
de Fernando <strong>Haddad</strong> na prefeitura<br />
de São Paulo.<br />
Um dia após a vitória na capital<br />
paulista, <strong>Haddad</strong> foi recebido<br />
pela presidente <strong>Dilma</strong> Rousseff,<br />
em Brasília, e fez questão<br />
de tratar do tema. “Tangeciamos<br />
por esse assunto (da dívida)...<br />
Esse assunto está presente<br />
nas nossas conversas, mas há<br />
também os investimentos federais<br />
que eu pretendo levar para<br />
São Paulo”, afirmou <strong>Haddad</strong>.<br />
A renegociação da dívida é<br />
uma das questões fundamentais<br />
para turbinar a administração<br />
de <strong>Haddad</strong>. Com o nível de<br />
endividamento bastante acima<br />
dos limites definidos pela Lei<br />
de Responsabilidade Fiscal<br />
(LRF), a capital tem dificuldades<br />
de acessar novos empréstimos<br />
para aumentar os investimentos<br />
públicos. O maior interesse<br />
da prefeitura é o de trocar<br />
o indexador da dívida e alongar<br />
prazos de pagamento para ter<br />
mais folga fiscal e adquirir novos<br />
empréstimos.<br />
No mesmo dia em que <strong>Haddad</strong><br />
recebido por <strong>Dilma</strong>, o secretário<br />
do Tesouro Nacional, Arno<br />
Augustin, se mostrou favorável<br />
em alterar o indexador da dívida<br />
dos estados e municípios do<br />
IGP-DI para a Selic, que tem taxas<br />
menores. “Defendo essa mudança<br />
como uma proposta muito<br />
equilibrada”, afirma Augustin.<br />
“Estados e municípios tendem<br />
a convergir para isso”.<br />
Arno lembrou que São Paulo<br />
é um dos raros entes da federação<br />
que tem o índice corrigido<br />
pelo IGP-DI + 9%, a mais alta<br />
taxa de juros da dívida, porque<br />
o município optou por fazer o<br />
pré-pagamento da dívida, o<br />
que reduziria o custo. “As negociações<br />
com São Paulo são complexas<br />
porque a dívida lá é<br />
maior”, afirma.<br />
Segundo cálculos do Tesouro,<br />
a dívida corrente líquida é<br />
199% maior em relação à receita<br />
corrente líquida, um limite<br />
bem acima do teto definido pela<br />
Melhoria no perfil do endividamento ajuda São Paulo a retomar capacidade de investir<br />
LRF que é de 120%. Em 2011, a<br />
dívida da capital paulista somou<br />
R$ 48 bilhões. Por conta<br />
disso, a capacidade de investimento<br />
do município está restrita,<br />
desde 2001, a 10% da sua receita<br />
com arrecadação, segundo<br />
o economista Mansueto de<br />
Almeida do Instituto de Pesquisa<br />
Econômica Aplicada (Ipea).<br />
“Esse nível de investimento não<br />
é bom para um município como<br />
São Paulo”, afirma Almeida.<br />
Por outro lado, segundo o<br />
Grupo liderado pelo ex-ministro<br />
Nelson Jobim vai propor<br />
mudanças em FPE e royalties<br />
A Comissão de especialistas do Senado,<br />
que estuda o Pacto Federativo<br />
no país, deverá entregar hoje<br />
seu relatório final ao presidente<br />
da Casa, José Sarney (PMDB-<br />
AP). O grupo presidido pelo expresidente<br />
do Supremo Tribunal<br />
Federal, Nelson Jobim, e que tem<br />
como relator o ex-secretário da<br />
economista do Ipea, resolver o<br />
problema de São Paulo não será<br />
uma tarefa fácil para <strong>Dilma</strong>. Ao<br />
retomar as negociações para capital<br />
paulista, o governo será<br />
obrigado a adotar os mesmos<br />
Capacidade de<br />
investimento de<br />
São Paulo está restrita<br />
a 10% de sua receita<br />
de arrecadação<br />
critérios para os demais municípios<br />
e, consequentemente, para<br />
os Estados. Mas cada um ente<br />
tem realidades diferentes.<br />
“O governo vai ter de se preocupar<br />
em premiar os municípios<br />
e estados que tem maior dívida,<br />
já que os estados do Nordeste,<br />
que são mais pobres do<br />
que São Paulo, tem nível de endividamento<br />
menor”, afirma.<br />
“Se São Paulo é o município do<br />
<strong>Brasil</strong> com maior arrecadação e<br />
não tem como pagar o serviço<br />
Augustin propõe trocar o IGP-DI pela Selic<br />
da dívida, essa lógica tem que<br />
se adotada para os municípios<br />
mais pobres”, reflete.<br />
Para Mansueto Almeida, o governo<br />
vai ter que produzir uma<br />
forma de diferenciar os estados<br />
mais pobres e com menor nível<br />
de endividamento das regras de<br />
renegociação da dívida. “Tem<br />
de se adotar critérios diferentes<br />
quando se observa essa lógica<br />
de negociação que irá começar<br />
pelo município e seguirá para o<br />
estado”, afirma. ■<br />
Comissão apresenta hoje parecer no Senado<br />
Receita Federa, Everardo Maciel,<br />
deverá apresentar um total de 11<br />
propostas legislativas entre anteprojetos<br />
e emendas.<br />
Propostas para a renegociação<br />
das dívidas dos estados é destaque<br />
no documento. A comissão<br />
pede que haja a revisão do indexador<br />
da dívida dos estados, de IGP-<br />
DI por IPCA, além da redução<br />
dos juros para 2% ao ano. A Selic<br />
configuraria um teto para a revisão<br />
da dívida. Além disso, o limite<br />
de comprometimento de receitas<br />
seria reduzido dos atuais 13%<br />
para 12%.<br />
O trabalho também irá tratar<br />
sobre os principais temas que<br />
produzem desequilíbrios financeiros<br />
entre as unidades da Federação.<br />
Como a questão da distribuição<br />
dos royalties do petróleo,<br />
a reforma do Fundo de Participação<br />
dos Estados (FPE) e a guerra<br />
fiscal. Todas as questões tem prazo<br />
para serem resolvidas. O Congresso<br />
precisa reformar o Fundo<br />
até o dia 31 de dezembro, conforme<br />
estabelecido pelo Supremo<br />
Tribunal Federal (STF). As novas<br />
regras de distribuição dos royalties,<br />
para trazer mais recursos para<br />
estados e municípios distantes<br />
das áreas de produção petrolífera,<br />
devem fazer pressão para a<br />
aprovação deste tema antes das<br />
novas rodadas de licitação de<br />
blocos de petróleo previstas para<br />
março de 2013. ■
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 9<br />
Tomohiro Ohsumi/Bloomberg<br />
BC recebe declarações de bens no exterior<br />
O Banco Central (BC) começou a receber desde ontem a Declaração<br />
de Capitais <strong>Brasil</strong>eiros no Exterior. Todas empresas e pessoas físicas<br />
detentoras de bens e valores no exterior, em montante total igual<br />
ou superior a US$ 100 milhões, devem fazer a declaração, até as<br />
20h do dia 7 de dezembro de 2012. A declaração trimestral tem como<br />
data-base 30 de setembro de 2012. Quem entregar a declaração fora do<br />
prazo, com errou ou deixar de enviar os dados pode receber multa. ABr<br />
Após apagões, sistema elétrico<br />
passa por operação pente-fino<br />
Objetivo é detectar problemas latentes, mas sem gerar custos adicionais às empresas<br />
MONITORAMENTO<br />
Aneelvai<br />
intensificar<br />
fiscalizaçãono<br />
anoquevem<br />
Érica Ribeiro<br />
eribeiro@brasileconomico.com.br<br />
PREVISÃO<br />
Pente fino do governo<br />
Quando começa<br />
Previsão de término<br />
INVESTIMENTOS DA ELETROBRAS<br />
15<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3<br />
0<br />
R$ 12 bilhões<br />
2011<br />
Fonte: Eletrobras<br />
1º /nov<br />
Fev/2013<br />
R$ 12 bilhões<br />
a R$ 13 bilhões<br />
(R$ 11 bilhões já<br />
contratados)<br />
451,1<br />
2012<br />
A partir de 1º de novembro começa<br />
uma operação “pente fino”<br />
em todas as instalações da<br />
rede básica de energia elétrica<br />
no país. A informação foi dada<br />
ontem pelo presidente da Eletrobras,<br />
José da Costa Carvalho Neto.<br />
Segundo ele, a previsão é<br />
que passem por esta varredura<br />
oito subestações por semana,<br />
percorrendo todo o sistema, o<br />
que deverá ser concluído até<br />
meados de fevereiro de 2013.<br />
De acordo com Carvalho Neto,<br />
o trabalho não vai gerar qualquer<br />
custo adicional às empresas<br />
e terá a participação das universidades.<br />
O principal objetivo<br />
é detectar problemas que “ainda<br />
podem estar latentes no sistema”,<br />
comentou.<br />
“Na realidade os apagões recentes<br />
foram episódios isolados.<br />
A estrutura do sistema é sólida,<br />
é robusta e aconteceram<br />
três ou quatro casos em sequencia<br />
— o que não é normal. Mas<br />
não há problemas de sobrecarga<br />
ou falta de manutenção.<br />
Mas, após os incidentes, o ministério<br />
de Minas e Energia nos<br />
deu uma orientação no sentido<br />
de realizar uma operação pente<br />
fino, que não visa eliminar totalmente<br />
o problema, já que em nenhum<br />
sistema elétrico no mundo<br />
isso acontece. Mas servirá para<br />
que não ocorram na frequência<br />
que aconteceram nos últimos<br />
meses. Mas não há nenhum<br />
problema mais sério, de<br />
falta de manutenção, nada disso”,<br />
reforçou.<br />
Os últimos apagões, segundo<br />
o presidente da Eletrobras, não<br />
foram causados por falta de investimento<br />
das empresas ou<br />
mesmo por atos de vandalismo<br />
e sabotagem. Sobre a entrada<br />
em operação das térmicas, ele<br />
disse que as operações foram<br />
realizadas justamente para que<br />
entrem em operação no período<br />
de seca.<br />
“Estamos em um período de<br />
poucas chuvas e nessas horas temos<br />
que acionar as térmicas. E<br />
agora que construímos hidrelétricas<br />
com pouco reservatório,<br />
a operação das térmicas vai<br />
acontecer de forma mais frequente”,<br />
acrescentou.<br />
Carvalho Neto, que participou<br />
de um evento sobre energia<br />
na Associação Comercial do<br />
Rio de Janeiro (ACRJ), disse<br />
que a empresa deverá fechar o<br />
ano de 2012 com investimentos<br />
de R$ 12 bilhões, R$ 1 bilhão a<br />
menos do que estava previsto<br />
para este ano. Mesmo assim,<br />
ele considerou o valor “bastante<br />
alto” e classificou como o<br />
“maior investimento da história<br />
da Eletrobras”.<br />
Elétricas do PI, RO, AC, AM, AL<br />
e RR acumulam prejuízo e podem<br />
ser vendidas pela Eletrobras<br />
Investimentos<br />
Para 2013, os investimentos deverão<br />
ficar no mesmo patamar<br />
de 2012. Deste total, R$ 11 bilhões<br />
já estariam contratados<br />
para 2013. Mas por enquanto seriam<br />
apenas previsões, já que estes<br />
investimentos para o ano<br />
que vem poderão sofrer impactos<br />
resultantes da queda nas receitas<br />
por causa da renovação<br />
de concessões que estão ligada à<br />
holding da Eletrobras<br />
Já sobre a venda de distribuidoras<br />
pouco rentáveis, chamadas<br />
de distribuidoras federalizadas,<br />
como parte do plano do governo<br />
de aumento da eficiência<br />
da Eletrobras , ele disse que ainda<br />
não há uma definição, o que<br />
deverá acontecer até o final do<br />
ano. Carvalho Neto afirmou que<br />
a orientação é torná-las mais<br />
eficientes possível. E disse que,<br />
observando as estatísticas mais<br />
recentes, o consumo de energia<br />
A estatal de energia Eletrobras<br />
decidirá até o fim de 2012 se venderá<br />
as distribuidoras do grupo.<br />
Para tanto, a companhia vai levar<br />
em consideração o resultado<br />
do processo de renovação antecipada<br />
e condicionada de concessões<br />
do setor elétrico que<br />
venceriam entre 2015 e 2017 para<br />
rever sua estratégia.<br />
Em 11 de outubro, duas fontes<br />
disseram à Reuters que a<br />
Eletrobras passou a estudar a<br />
possibilidade de vender as seis<br />
distribuidoras que fazem parte<br />
da holding estatal, diante do<br />
novo cenário para o setor elétrico<br />
criado pela renovação<br />
das concessões.<br />
Prejuízo<br />
As distribuidoras regionais da<br />
vem crescendo 14% e as perdas<br />
estão diminuindo muito nestas<br />
distribuidoras, que ficam nas regiões<br />
Norte e Nordeste do país.<br />
“Vamos analisar a redução<br />
de custos que vamos ter que fazer<br />
ou aumentos de receita e,<br />
inclusive, propor algum aspecto<br />
de reestruturação organizacional<br />
que pode passar também<br />
por uma reorganização societária”,<br />
disse. ■<br />
Distribuidoras serão rentáveis a partir de 2014<br />
Patricia Santos<br />
Carvalho Neto: “Não há problemas de manutenção ou sobrecarga”<br />
Eletrobras — que atuam no<br />
Piauí, Rondônia, Acre, Amazonas,<br />
Alagoas e Roraima — acumulam<br />
prejuízos e, de acordo<br />
com a própria Eletrobras, só<br />
devem ser rentáveis a partir<br />
de 2014.<br />
As distribuidoras da Eletrobras<br />
fecharam o ano de 2011<br />
com prejuízo de R$ 931 milhões,<br />
ante as perdas de R$ 1,6<br />
bilhão registradas no ano anterior.<br />
■ Reuters<br />
Agência vai implantar<br />
indicadores de desempenho nas<br />
redes para acompanhar ritmo de<br />
investimentos das concessões<br />
O superintendente de Regulação<br />
Econômica da Agência Nacional<br />
de Energia Elétrica (Aneel), Davi<br />
Antunes Lima, disse que a agência<br />
reguladora vai intensificar os<br />
mecanismos de fiscalização. Um<br />
dos caminhos, informou ele, será<br />
a criação de indicadores de desempenho<br />
para as redes. Lima disse<br />
que a decisão pela criação de indicadores<br />
que vão traçar um panorama<br />
econômico e de desempenho<br />
empresarial não está sendo pensada<br />
apenas em função dos recentes<br />
episódios de apagões. O monitoramento<br />
irá além do ponto de vista<br />
de qualidade dos serviços prestados<br />
pelas empresas do setor.<br />
“Isso já está na agenda regulatória<br />
da Aneel que é feita a cada<br />
ano. O monitoramento será feito<br />
para saber se a concessão está<br />
indo em um bom caminho ou<br />
não. Temos de tentar atuar preventivamente<br />
ao invés de esperar<br />
que, por exemplo, uma rede<br />
transmissora ou uma distribuidora<br />
se deteriore e comece a<br />
dar problemas. Agir preventivamente<br />
tentando monitorar se a<br />
empresa efetivamente está fazendo<br />
os investimentos e recompondo<br />
os equipamentos<br />
conforme o necessário", explicou.<br />
No primeiro semestre do<br />
ano que vem, o modelo de indicadores<br />
será colocado em audiência<br />
pública.<br />
Lima explicou que com o novo<br />
modelo de concessões, o sistema<br />
de geração de energia que não<br />
tem no desenho atual uma regulação<br />
econômica sobre a energia<br />
poderá vir a ter o que ele chama<br />
de ente regulador nessa área.<br />
“Na geração de energia elétrica<br />
o modelo nosso não prevê<br />
uma regulação econômica sobre<br />
a energia. Essa energia é<br />
vendida em leilões. Agora o que<br />
está sendo proposto com a renovação<br />
de concessões é criar um<br />
sistema tarifário. Vai haver revisão<br />
tarifária para a geração e haverá<br />
regulação em termos de tarifas.<br />
Na transmissão já havia regulação<br />
tarifária e na distribuição<br />
já existia também. Na distribuição<br />
não deverá ser feita alteração<br />
porque já foi feita avaliação<br />
de investimentos e na base<br />
de ativos", acrescentou. ■ E.R.
10 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
BRASIL<br />
Paulo Fridman/Bloomberg<br />
CRÉDITO<br />
Financiamento federal para agricultura<br />
aumenta 15% e soma R$ 26,5 bilhões<br />
As contratações do crédito rural para a agricultura empresarial<br />
somaram R$ 26,5 bilhões nos meses de julho a setembro<br />
deste ano, segundo o Ministério da Agricultura, superando<br />
em quase 15% o volume contratado no mesmo período de 2011.<br />
O desembolso representa 23% do total de R$ 115,2 bilhões<br />
programados para o ano safra 2012/2013. Reuters<br />
Alexandre Rezende<br />
SECRETARIADO DE HADDAD<br />
Prefeito eleito tem desafio de conciliar indicação de cargos<br />
em secretarias com aliados de partido<br />
ARSELINO TATTO<br />
PAULO MALUF<br />
Arselino Tatto, vereador reeleito, mantém<br />
influência na gestão municipal e almeja<br />
controle sobre área de transportes<br />
Cacique do PP e aliado de <strong>Haddad</strong> na<br />
campanha eleitoral, espera somar direção<br />
da CDHU estadual e da Cohab municipal<br />
MARIANNE PINOTTI<br />
MARTA SUPLICY<br />
Falcão: “Ninguém acredita que em apenas quatro anos se resolvam todos os déficits em várias áreas”<br />
Vice de Gabriel Chalita (PMDB),<br />
a médica peemedebista pode ficar<br />
responsável pela pasta da Saúde<br />
Como ex-prefeita petista, a ministra<br />
da Cultura deve ter garantia de<br />
indicações ao secretariado<br />
Secretarias e base<br />
aliada desafiam PT<br />
MÁRCIO POCHMANN<br />
ANTONIO DONATO<br />
Com a vitória de Fernando <strong>Haddad</strong> em São Paulo, partido começa<br />
a articular reformas na prefeitura e maior apoio na Câmara<br />
Rafael Abrantes e Marcelo Ribeiro<br />
redacao@brasileconomico.com.br<br />
Prefeito eleito<br />
afirmou que quer<br />
eliminar algumas<br />
secretarias e criar<br />
a Secretaria da<br />
Mulher<br />
Depois das negociações de apoio<br />
na campanha eleitoral, o PT começa<br />
a articular agora os nomes<br />
e partidos que deverão ter mais<br />
ou menos espaço na administração<br />
do prefeito eleito de São Paulo,<br />
Fernando <strong>Haddad</strong>.<br />
O comando das 27 secretarias<br />
municipais estão em jogo e sob a<br />
avaliação de <strong>Haddad</strong><br />
neste início<br />
da transição com<br />
a gestão de Gilberto<br />
Kassab (PSD),<br />
mas também sob<br />
os interesses de<br />
correligionários e<br />
aliados. O novo<br />
prefeito já declarou<br />
a intenção de<br />
enxugar o secretariado e rever a<br />
situação de algumas pastas,<br />
além de criar a Secretaria da Mulher.<br />
“Quem vai definir prioridades<br />
entre os partidos aliados é o<br />
Fernando <strong>Haddad</strong>”, afirmou o<br />
presidente nacional do PT, Rui<br />
Falcão, durante balanço do desempenho<br />
do partido no 2º turno,<br />
ontem, na sede do Diretório<br />
Nacional em São Paulo.<br />
As decisões do prefeito petista<br />
sobre áreas e nomeações também<br />
serão compartilhadas com a<br />
comissão de coordenação de transição,<br />
liderada pelo vereador Antonio<br />
Donato (PT), presidente do<br />
PT municipal. “Sempre receberei<br />
sugestões, desde cientistas a lideranças<br />
comunitárias, mas<br />
quem dará a apreciação<br />
final serei<br />
eu. Seremos muito<br />
criteriosos de<br />
quem contribuirá<br />
em nossa gestão”,<br />
afirmou <strong>Haddad</strong>,<br />
em sua primeira<br />
coletiva após eleito.<br />
Segundo ele,<br />
as mudanças nas<br />
secretarias serão discutidas a partir<br />
da semana que vem. Hoje, <strong>Haddad</strong><br />
terá duas reuniões com Geraldo<br />
Alckmin, governador de<br />
São Paulo, e Kassab.<br />
Para Falcão, o perfil técnico defendido<br />
publicamente por <strong>Haddad</strong><br />
aos novos secretários não deverá<br />
conduzir as conversas com<br />
aliados. “A gente faz política o<br />
tempo todo. Não há possibilidade<br />
de qualquer secretário não ter<br />
também um viés político. Pode<br />
ter uma especialidade numa área<br />
ou outra, o que é exigível, mas todos<br />
eles terão seu posicionamento<br />
político e capacidade de articulação”,<br />
ressaltou.<br />
“Vamos mudar todas as secretarias,<br />
inclusive a Secretaria Especial<br />
de Articulação da Copa do<br />
Mundo (Secopa)”, afirmou ao<br />
BRASIL ECONÔMICO a vice-prefeita<br />
Nádia Campeão (PCdoB). A pasta<br />
está nas mãos do partido comunista<br />
na atual administração. A legenda,<br />
no entanto, espera emplacar<br />
um nome do alto escalão<br />
para a secretaria de Esportes ou<br />
para o comando da SPTuris, devido<br />
à possibilidade de extinção<br />
do organograma da Secopa (leia<br />
mais na página 3). A respeito da<br />
garantia de cargos ao PCdoB no<br />
Executivo municipal, Nádia<br />
pondera que “não há nenhuma<br />
indicação automática” para o<br />
cargo de secretários.<br />
Além da sigla comunista, a<br />
Candidato derrotado do PT à Prefeitura<br />
em Campinas, o economista é indicação<br />
de Lula para o governo paulistano<br />
ORLANDO SILVA<br />
Ex-ministro do Esporte é um dos nomes<br />
do PCdoB para discutir espaço do partido<br />
na área de esportes da cidade<br />
peemedebista Marianne Pinotti,<br />
vice na chapa de Gabriel Chalita<br />
(PMDB), pode ser cortejada para<br />
assumir a secretaria da Saúde. Já<br />
o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) espera<br />
expandir seus domínios na<br />
área da habitação, desde a<br />
CDHU, no governo estadual, até<br />
a Cohab, na gestão municipal.<br />
Entre os quadros petistas, os vereadores<br />
Arselino e Jair Tatto<br />
mostram interesse sobre a secretaria<br />
de Transportes. A nova ministra<br />
da Cultura, Marta Suplicy,<br />
também deve usar sua credencial<br />
de ex-prefeita para levantar<br />
nomes da sua confiança.<br />
Outra tarefa para <strong>Haddad</strong> será<br />
Coordenador da campanha<br />
de <strong>Haddad</strong> será o responsável pela<br />
comissão de transição<br />
JOSÉ AMÉRICO<br />
O vereador foi responsável pela comunicação<br />
de <strong>Haddad</strong> na eleição e ganha espaço para<br />
indicar preferidos<br />
buscar consenso entre bancadas<br />
para ampliar sua base de apoio na<br />
Câmara Municipal. O PSD, de Kassab<br />
e com sete parlamentares, deve<br />
ser a legenda mais assediada<br />
pelo PT, com 11 vereadores. “Nossos<br />
vereadores não têm nenhum<br />
problema com <strong>Haddad</strong>”, afirmou<br />
o vereador Antonio Goulart<br />
(PSD), aliado de José Serra (PS-<br />
DB) até “domingo às 17 horas”.<br />
Segundo ele, se ainda existe<br />
indefinição sobre o apoio ao PT<br />
no Legislativo municipal, no<br />
plano federal, o PSD “estará ao<br />
lado da presidente <strong>Dilma</strong> Rousseff”<br />
a partir de 2013. ■ Colaborou<br />
Pedro Venceslau
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 11<br />
Marcela Beltrão<br />
INDICADOR<br />
Confiança da indústria tem alta de 1% no mês<br />
e atinge maior nível desde junho de 2011<br />
O Índice de Confiança da Indústria medido pela Fundação Getulio<br />
Vargas (FGV) cresceu 1% em outubro, passando para 106 pontos<br />
— o maior nível desde junho de 2011. Já o Índice da Situação Atual<br />
avançou 1,7% no mês, atingindo 106,8 pontos. Contribuiu para<br />
esse crescimento, o indicador de nível de estoques. O número de<br />
empresas com estoque excessivo recuou de 6,1% para 5,6%. ABr<br />
Aécio pode ser o nome da renovação tucana<br />
Para o sociólogo Antonio Lavareda, o senador de MG se enquadra no figurino traçado pelo ex-presidente Fernando Henrique<br />
Cristina Ribeiro de Carvalho<br />
ccarvalho@brasileconomico.com.br<br />
Após a derrota de José Serra<br />
(PSDB) na disputa municipal<br />
de São Paulo para o rival petista<br />
Fernando <strong>Haddad</strong> no último<br />
domingo, o sociólogo e cientista<br />
político Antonio Lavareda<br />
argumenta que a mesa diretora<br />
tucana deve começar já a se<br />
movimentar para fortalecer o<br />
nome de Aécio Neves para as<br />
eleições de 2014.<br />
“Esse nome preencheria o figurino<br />
que o ex-presidente Fernando<br />
Henrique desenhou de<br />
renovação nas hostes tucanas”,<br />
aponta Lavareda, observando<br />
que a ação tem o objetivo de<br />
atender os anseios da população,<br />
que pede renovação de quadros.<br />
“Ao que tudo indica, o cenário<br />
político no país parece<br />
que vai andar nessa direção”,<br />
completa o especialista.<br />
Quanto ao futuro de Serra,<br />
Lavareda aponta que apesar<br />
de o PSDB ter muitos quadros,<br />
há com certeza poucos nomes<br />
tão qualificados como o dele,<br />
que já foi prefeito e governador,<br />
e por isso acredita que o<br />
partido deve refletir sobre seu<br />
reaproveitamento.<br />
A aposta mais acertada é<br />
que o governador Geraldo Alckmin<br />
o convide para integrar<br />
seu secretariado. “Isso contribuirá<br />
para a qualidade e desempenho<br />
do governo de São Paulo”,<br />
acredita.<br />
Sobre os motivos que levaram<br />
o tucano a obter um resultado<br />
desfavorável nesta eleição,<br />
Lavareda observa que a<br />
campanha de Serra não foi capaz<br />
de administrar e fazer<br />
uma releitura dos fatores responsáveis<br />
pela taxa de rejeição,<br />
que no segundo turno<br />
atingiu a marca extremamente<br />
elevada de 52%.<br />
Discurso petista<br />
Enquanto isso, Lavareda conta<br />
que os discursos e propostas da<br />
campanha de <strong>Haddad</strong>, destacando<br />
um novo perfil de inovação e<br />
renovação dos candidatos do<br />
PT, tiveram mais apelo junto<br />
aos eleitores.<br />
Com o PT à frente da principal<br />
prefeitura do país, o poder<br />
simbólico da presidente <strong>Dilma</strong><br />
Rousseff fica fortalecido, ajudando-a<br />
na disputa à reeleição<br />
de 2014, acredita Lavareda.<br />
Contudo, o cientista político<br />
observa que esse resultado<br />
não altera a correlação de forças<br />
na Câmara. “Então, de<br />
imediato, essas eleições proporcionam<br />
sensação de bemestar<br />
da base política do governo”,<br />
explica.<br />
Lavareda observa também<br />
que o PSB, base política do governo,<br />
sai vitorioso dessa eleição,<br />
com a vitória de Roberto<br />
Claudio para a prefeitura de Fortaleza,<br />
no Ceará.<br />
Contudo, ele não deixa de<br />
chamar a atenção quanto a expansão<br />
desse partido, que atingiu<br />
apenas 42%, contra os 78%<br />
nas eleições de 2008.<br />
“Esse crescimento do PSB coloca<br />
algumas interrogações<br />
quanto ao comportamento da legenda<br />
na próxima eleição presidencial<br />
e coloca um certo potencial<br />
de uma eventual ruptura na<br />
base de sustentação política do<br />
governo”, destaca.<br />
Por outro lado, Lavareda afirma<br />
que é preciso estar atento à<br />
próxima reforma ministerial,<br />
que definirá se o PSB vai continuar,<br />
ou não, fazendo parte do<br />
ministério no governo <strong>Dilma</strong>.<br />
“Nesse momento boa parte<br />
do que se espera que possa ocorrer<br />
em 2014 já vai ser respondido”,<br />
finaliza. ■
12 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
BRASIL<br />
Divulgação<br />
JUSTIÇA<br />
Número de processos cresceu 8,8% em 2011<br />
e chegou a 90 milhões, diz pesquisa do CNJ<br />
Levantamento do Conselho Nacional de Justiça aponta que os tribunais<br />
brasileiros resolveram 26 milhões de processos em 2011. O volume<br />
indica um crescimento de 7,4% em relação a 2010. Contudo, o estoque<br />
pendente na Justiça não foi reduzido por causa do aumento da de<strong>manda</strong>.<br />
No ano passado o número de casos novos subiu 8,8%. Ao longo<br />
de 2011 tramitaram no país quase 90 milhões de processos. ABr<br />
Crédito disponível deverá<br />
dobrar até 2015, diz estudo<br />
TRÊS PERGUNTAS A...<br />
Nilton Fukuda<br />
Segundo consultoria, a volta do crescimento do país baliza a expansão dos recursos<br />
para financiamento que, em contrapartida, ajudam na estabilização da economia<br />
Gustavo Machado<br />
gmachado@brasileconomico.com.br<br />
Com a estabilização da inadimplência,<br />
embora ainda esteja em<br />
patamares elevados, previsões<br />
sobre crédito no <strong>Brasil</strong> voltam para<br />
o campo positivo. O bom período<br />
que o país deve atravessar<br />
nos próximos anos, segundo economistas,<br />
deve balizar a expansão<br />
e maior qualidade dos recursos,<br />
que em contrapartida, devem<br />
estabilizar o crescimento.<br />
Em relatório da consultoria<br />
LCA, o qual o BRASIL ECONÔMICO<br />
teve acesso com exclusividade,<br />
indica que até 2015, os recursos<br />
livres para pessoas físicas e jurídicas<br />
devem saltar 56%. Se somado<br />
o volume para empréstimo<br />
imobiliário, o montante disponível<br />
para impulsionar o consumo<br />
e os investimentos podem<br />
dobrar.<br />
Entre os fatores de propulsão<br />
do crédito, diz Wermeson França,<br />
economista da Consultoria,<br />
00<br />
00<br />
00<br />
00<br />
00<br />
00<br />
20<br />
estão a volta do crescimento<br />
econômico e os grandes eventos,<br />
com notável impacto sobre<br />
os investimentos em infraestrutura.<br />
Segundo ele, Produto Interno<br />
Bruto (PIB) e financiamento<br />
caminham juntos. “A conta é<br />
inflação, mais PIB, mais potencial<br />
de crescimento do crédito.<br />
Isso nos mostra que até 2015, devemos<br />
ter uma expansão anual<br />
de 16% do crédito no país.”<br />
Embora França divulgue os<br />
números com otimismo, a média<br />
de crescimento está abaixo<br />
da observada entre os anos de<br />
2004 e 2011, quando a expansão<br />
anual foi de 21%. “Neste sentido,<br />
o financiamento no <strong>Brasil</strong><br />
vai se aproximando cada vez<br />
mais da média mundial, que está<br />
em torno de 60%”, diz.<br />
Nas estimativas da LCA, os recursos<br />
livres para pessoas físicas,<br />
jurídicas e o crédito direcionado<br />
— setor imobiliário, principalmente<br />
— deverão representar<br />
49% do PIB em 2015. Em<br />
EXPANSÃO<br />
Até 2015, crédito disponível será quatro vezes maior que<br />
em 2007, em R$ bilhões<br />
0<br />
15<br />
0<br />
5<br />
0<br />
Física<br />
2007<br />
2007<br />
2008<br />
Mas crescerá sustentavelmente em relação<br />
à economia do país, em % do PIB<br />
2008<br />
Jurídica<br />
477 470 485<br />
318 343 394<br />
11,9 12,9<br />
Fonte: LCA<br />
2009<br />
2009<br />
560 556<br />
2010<br />
2010<br />
749 755<br />
651 654<br />
2011<br />
2011<br />
2012<br />
2012<br />
1.173 1.168<br />
1.010 1.010<br />
869 873<br />
2013<br />
2013<br />
Previsão<br />
2014<br />
Previsão<br />
19,0<br />
15,7 15,2 15,1 15,8 16,8 17,2<br />
18,0<br />
14,8 15,2 15,7 16,8 16,9 17,5 18,3<br />
13,0<br />
2014<br />
2015<br />
2015<br />
2011 a relação ficou em 36,3%.<br />
Para Carlos Thadeu de Freitas<br />
Gomes, Chefe do Departamento<br />
Econômico da Confederação<br />
Nacional do Comércio (CNC), os<br />
bens de consumo não duráveis<br />
terão melhor desempenho no<br />
curto prazo com a retomada do<br />
crédito. Segundo ele, os itens<br />
duráveis devem continuar a patinar,<br />
ao menos,<br />
até fim de 2013.<br />
“Continuamos<br />
a ter um ciclo favorável<br />
de consumo<br />
devido ao emprego.<br />
A massa<br />
de salários continua<br />
a crescer acima<br />
do PIB”, explica<br />
o economista.<br />
Ele diz que, mesmo em 2012,<br />
o comércio varejista deve se<br />
comportar bem. Suas previsões<br />
sugerem um crescimento do setor<br />
em torno de 7,5%. Em 2013,<br />
com a aceleração de outros segmentos<br />
da economia, como indústria<br />
e agropecuária, o varejo<br />
deve desacelerar para perto de<br />
7%. Patamares ainda elevados,<br />
comemora Gomes. “O setor continua<br />
acima do PIB.”<br />
Seu temor, no entanto, se<br />
apresenta quando questionado<br />
Em 2015, crédito<br />
para pessoas<br />
físicas e jurídicas<br />
e para imobiliário<br />
pode chegar a<br />
49% do PIB<br />
Henrique Manreza<br />
Crescimento do setor varejista vai continuar acima do PIB do país<br />
sobre a indústria. Gomes diz<br />
que o modelo de incentivos ao<br />
consumo está esgotado. Apesar<br />
do salto de vendas nos setores<br />
beneficiados pela redução do<br />
Impostos sobre Produto Industrializado<br />
(IPI), esta política<br />
não se mostra benéfica no longo<br />
prazo. “A indústria tem um problema<br />
externo, que precisa ser<br />
resolvido. Não sabemos<br />
como o<br />
país irá aproveitar<br />
este novo ciclo<br />
econômico favorável,<br />
mas sabemos<br />
que o consumo<br />
não pode continuar<br />
sendo a<br />
principal diretriz<br />
da economia.”<br />
Para Gomes, que é ex-secretário<br />
do Banco Central, uma das<br />
tarefas do governo será incentivar<br />
os investimentos. Hoje, apenas<br />
o Banco Nacional do Desenvolvimento<br />
Econômico e Social<br />
(BNDES) tem condição de financiar<br />
investimentos, tanto da iniciativa<br />
privada quanto do setor<br />
público. “Com a economia em<br />
alta, a de<strong>manda</strong> por este tipo de<br />
crédito aumentará, e serão necessárias<br />
mais opções além do<br />
BNDES”, argumenta. ■<br />
...ROBERTO LUIS TROSTER<br />
Consultor financeiro, foi<br />
economista-chefe da Febraban<br />
“Financiamento que<br />
exerce influência na<br />
economia não cresce”<br />
Mais pessismista que seus<br />
colegas, o ex-economista-chefe<br />
da Febraban prevê um cenário<br />
turbulento para o crédito.<br />
Segundo ele, apesar da<br />
importância dos recursos para<br />
a economia, a dinâmica atual<br />
do sistema financeiro inviabiliza<br />
a expansão do crédito no país.<br />
Quais são os principais<br />
impeditivos para a expansão<br />
do crédito no país?<br />
Há dois problemas principais. Um<br />
é da dinâmica econômica atual,<br />
o outro é do sistema regulatório.<br />
Temos uma inadimplência alta,<br />
forçando baixa oferta e de<strong>manda</strong>.<br />
Existe uma política de crédito<br />
ruim que levou a isso. O outro são<br />
as regras que regem o sistema.<br />
Elas foram criadas há 50 anos.<br />
Não existe mais o relacionamento<br />
com bancos, e sim com<br />
produtos. A oferta de crédito<br />
é fragmentada, produto a<br />
produto. As regras precisam<br />
ser rapidamente atualizadas.<br />
Existe alguma regra que<br />
precise ser atualizada<br />
com urgência?<br />
Há vontade para mudá-la?<br />
A indexação é uma delas. Não faz<br />
sentido. Só encarece as operações.<br />
Acredito que haja vontade<br />
entre os bancos para acabar<br />
com a indexação do crédito.<br />
É um sistema completamente<br />
inadequado aos dias de hoje.<br />
Mesmo assim, o senhor<br />
projeta uma expansão no país.<br />
A que se deve o crescimento?<br />
A expansão é composta<br />
basicamente por inflação e por<br />
financiamentos concedidos às<br />
grandes companhias. O crédito<br />
que faz diferença, para o<br />
consumidor e pequenas empresas,<br />
não cresce no país. Operações<br />
abaixo de R$ 5 mil estão<br />
caindo. É esse o empréstimo<br />
que influencia a economia<br />
e o que precisa crescer. G.M.
PODER ONLINE<br />
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 13<br />
>>> Leia mais em www.ig.com/poderonline<br />
FERNANDO MOLICA<br />
poderonline@ig.com<br />
Os suplentes assumem<br />
Graças às eleições municipais, 25 suplentes de deputados federais terão<br />
a chance de pisar no tapete verde da Câmara dos Deputados e, assim,<br />
exercer dois anos de <strong>manda</strong>to. Eleitos prefeitos, os titulares trocarão<br />
Brasília por suas cidades. O PSB foi o partido que mais elegeu prefeitos<br />
com <strong>manda</strong>tos de deputado federal: cinco. Os suplentes que assumirão<br />
as cadeiras na Câmara serão definidos de acordo com as coalizações<br />
fechadas em 2010. Cinco deputados federais do PMDB conquistaram<br />
prefeituras. Os outros eleitos são do PSDB (quatro); PT e DEM<br />
(dois cada), PP, PTB, PR, PV, PRB e PTC (um prefeito cada). Se fosse<br />
uma disputa entre as duas Casas do Congresso Nacional, a Câmara teria<br />
dado uma surra no Senado, que não elegeu nenhum dos seus cinco<br />
integrantes que disputaram prefeituras de capitais dos estados. ■<br />
Fabio Pozzebom/ABr<br />
CURTAS<br />
●<br />
A Polícia Federal abriu<br />
➤<br />
inquérito para investigar<br />
possíveis irregularidades nas<br />
obras do setor de emergência<br />
do Hospital Geral de Bonsucesso,<br />
que pertence ao Ministério da<br />
Saúde. Há 20 meses a emergência<br />
do hospital funciona em um<br />
contêiner. O inquérito, da<br />
Delegacia de Repressão a Crimes<br />
Financeiros e Desvio de Recursos<br />
Públicos, vai apurar possível<br />
malversação de verba pública,<br />
peculato e fraude em licitação.<br />
●<br />
Eduardo Cunha (RJ) diz<br />
➤<br />
que só pedirá votos para<br />
a conquista da liderança do<br />
PMDB na Câmara dos Deputados<br />
depois que o líder, Henrique<br />
Eduardo Alves (RN), for eleito<br />
para a presidência da Casa. Diz<br />
que a antecipação da campanha<br />
seria prejudicial aos candidatos<br />
e representaria uma descortesia<br />
com Alves. Também disputam<br />
a liderança Marcelo Castro (PI),<br />
Sandro Mabel (GO), Rose de<br />
Freitas (ES) e Danilo Fortes (CE).<br />
●<br />
Envolvida com as<br />
➤<br />
campanhas do PT na<br />
Grande São Paulo, a ministra<br />
Marta Suplicy ainda não<br />
parou muito em seu gabinete,<br />
mas tem agradado os servidores<br />
do Ministério da Cultura.<br />
O pessoal gosta do estilo<br />
agitado da nova chefe, que<br />
costuma dar ordem uma vez<br />
só e cobrar retorno. O perfil<br />
contrasta com a sempre<br />
calma Ana de Hollanda.<br />
A irmã de Chico Buarque<br />
perdeu a pasta após exigir<br />
mais recursos para Cultura<br />
no Orçamento de 2013.<br />
Até aí, uma reivindicação<br />
honesta. O problema foi<br />
ter feito isso por carta aberta<br />
à ministra Miriam Belchior<br />
(Planejamento). Marta foi<br />
mais direta: marcou reunião<br />
e apresentou as necessidades<br />
de seu ministério à colega<br />
responsável por decidir<br />
quanto cada gabinete da<br />
Esplanada pode gastar.<br />
A turma gostou da atitude.<br />
●<br />
Para o senador<br />
➤<br />
Francisco Dornelles (RJ),<br />
presidente nacional do PP,<br />
a boa relação entre seu partido<br />
e o PT no processo eleitoral<br />
ajudará a manter o<br />
correligionário Aguinaldo<br />
Ribeiro no Ministério das<br />
Cidades. A vaga de Ribeiro<br />
é desejada pelo PSD do<br />
prefeito de São Paulo,<br />
Gilberto Kassab. Em São<br />
Paulo, o PP — liderado por<br />
Paulo Maluf — apoiou<br />
Fernando <strong>Haddad</strong> (PT) desde<br />
o primeiro turno; em Campo<br />
Grande (MS), os petistas<br />
ficaram com o prefeito eleito<br />
Alcides Bernal (PP) no<br />
segundo turno. Dornelles<br />
também destaca o trabalho<br />
de Ribeiro no ministério<br />
e seu bom relacionamento<br />
com a presidente <strong>Dilma</strong><br />
Rousseff. “Acredito que ele<br />
será mantido”,<br />
➔<br />
Colaboraram<br />
Vasconcelos Quadros<br />
e Marcel Frota<br />
Ayres Britto pode sair do STF sem<br />
deixar por escrito penas do mensalão<br />
Presidente da Corte se aposentará no próximo dia 14 e tem se mostrado constrangido em não participar do julgamento até<br />
os debates finais. Estabelecimento de critérios para as punições vem provocando polêmica entre os ministros do Supremo<br />
A conclusão da Ação Penal 470,<br />
o processo do mensalão, no Supremo<br />
Tribunal Federal (STF)<br />
deverá ocorrer depois da aposentadoria<br />
do presidente da Corte,<br />
Carlos Ayres Britto. Ele sairá<br />
do STF no dia 14 de novembro e<br />
ainda tem dúvida se deixará as<br />
sugestões de penas por escrito.<br />
Ayres Britto tem se mostrado<br />
desconfortável com a hipótese<br />
de não participar dos debates finais<br />
do julgamento.<br />
A fixação das penas está provocando<br />
polêmica desde 23 de<br />
outubro. Os ministros não conseguem<br />
chegar a um critério objetivo<br />
para as punições, o que<br />
deixa o julgamento imprevisível.<br />
Essa situação é o principal<br />
empecilho para que Ayres Britto<br />
deixe o voto por escrito.<br />
Os ministros não se entendem,<br />
por exemplo,<br />
sobre os critérios<br />
de aumento<br />
de pena para os<br />
crimes cometidos<br />
— entre eles a<br />
continuidade delitiva,<br />
quando um<br />
crime dá origem<br />
Celso de Mello<br />
reforça que penas<br />
precisam ser<br />
previsíveis<br />
para servir de<br />
parâmetro<br />
a outros da mesma espécie. Enquanto<br />
uma corrente defende a<br />
majoração no limite máximo<br />
permitido por lei — dois terços<br />
da pena original — nos casos em<br />
que houve dezenas de atos criminosos,<br />
outro grupo defende<br />
aumento de um terço para evitar<br />
que a pena seja muito alta.<br />
Nessas situações, o decano<br />
da Corte, ministro Celso de Mello,<br />
sempre interfere lembrando<br />
que o STF precisa ter penas<br />
mais previsíveis, inclusive para<br />
servir de parâmetro aos juízes<br />
de primeira instância. Os ministros,<br />
no entanto, não têm chegado<br />
a consenso até agora.<br />
Um exemplo das limitações<br />
das penas fixadas com antecedência<br />
é o caso do ex-ministro<br />
Cezar Peluso. Ele se aposentou<br />
logo no início do julgamento<br />
do mensalão, deixando<br />
por escrito<br />
somente parte<br />
das condenações.<br />
Seu voto<br />
frequentemente<br />
é esquecido pelos<br />
colegas por<br />
não se encaixar<br />
em nenhuma corrente majoritária,<br />
e o voto acaba isolado,<br />
sem possibilidade de ser alterado.<br />
É esse tipo de situação que<br />
Ayres Britto quer evitar.<br />
Redução de penas<br />
A fixação de penas da Ação Penal<br />
470, o processo do mensalão,<br />
fase iniciada na semana<br />
passada STF, pode sofrer alterações<br />
significativas até o fim do<br />
julgamento. Além de revisões<br />
pontuais nos votos, os ministros<br />
podem adotar uma tese<br />
bastante favorável aos réus,<br />
considerando vários crimes diferentes<br />
como um só.<br />
A hipótese de continuidade<br />
delitiva já está sendo usada para<br />
fixar penas nos casos em<br />
que houve vários atos de um<br />
mesmo crime, como no de lavagem<br />
de dinheiro - quando o publicitário<br />
Marcos Valério fez 46<br />
operações, por exemplo. Para<br />
evitar uma punição muito grande,<br />
os ministros optam por fixar<br />
somente uma pena, somando<br />
o agravante no final.<br />
A continuidade delitiva para<br />
crimes diferentes, no entanto,<br />
foi abordada em plenário apenas<br />
na última quinta-feira<br />
(25). Na ocasião, os ministros<br />
tentavam convencer o revisor<br />
da ação penal, Ricardo Lewandowski,<br />
a tornar seu voto mais<br />
severo na condenação de Ramon<br />
Hollerbach, sócio de Marcos<br />
Valério, pelo crime de lavagem<br />
de dinheiro.<br />
José Cruz/Abr<br />
Celeuma entre ministros atrapalha voto de Carlos Ayres Britto<br />
Lewandowski citou como<br />
exemplo o caso dos crimes de<br />
corrupção ativa, corrupção passiva<br />
e peculato. “Poderia-se,<br />
eventualmente, evoluir no sentido<br />
de, em vez de considerar o<br />
concurso material, (considerar)<br />
a continuidade delitiva, aí eu internamente<br />
reajustaria meus<br />
critérios”, sugeriu. ■ ABr
14 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
INOVAÇÃO & EMPREENDEDORISMO<br />
Editor executivo: Gabriel de Sales gsales@brasileconomico.com.br<br />
QUARTA-FEIRA<br />
EDUCAÇÃO/GESTÃO<br />
QUINTA-FEIRA<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
Os desafios diferenciados<br />
de pousadas e restaurantes<br />
Dono do restaurante Othelo, Cláudio Vieira de Moraes diz que a maior motivação é ver o cliente satisfeito<br />
Niviane Magalhães<br />
nmagalhaes@brasileconomico.com.br<br />
Quem resolve se dedicar empresarialmente<br />
a pousadas no<br />
litoral e a restaurantes sofisticados,<br />
em São Paulo, precisa estar<br />
atento a duas questões básicas:<br />
o atendimento a um público<br />
exigente e a forte competitividade.<br />
Cláudio Vieira de Moraes,<br />
hoje com 33 anos, aprendeu<br />
isso bem cedo.<br />
De uma família tradicional<br />
do Campo Belo, em São Paulo,<br />
ele percebeu que tinha o espírito<br />
empreendedor desde que<br />
era menino, quando já liderava<br />
grupos escolares. Aos 12<br />
anos, começou a fazer aulas de<br />
equitação e logo teve resultados<br />
em competições. Aos 19<br />
anos, em um grande prêmio<br />
em Curitiba, sofreu um acidente<br />
e, a partir de então, sua história<br />
tomou outro rumo. Sem<br />
poder competir, foi convidado<br />
para dar aulas de equitação.<br />
“Eu era moleque<br />
e já convivia<br />
com empresários”,<br />
conta.<br />
Depois de um<br />
tempo, foi convidado<br />
para ser supervisor.<br />
Foi<br />
quando decidiu<br />
montar e liderar<br />
uma equipe de competidores<br />
profissionais. “O que me fez trabalhar<br />
desde cedo foi o fato de<br />
eu ter dois irmãos mais velhos.<br />
Sempre participei das reuniões<br />
de igual para igual. Quando eu<br />
tinha 21 anos, montamos uma<br />
escola de futebol”, explica.<br />
A partir de então, Cláudio viu<br />
sua vocação de empreendedor<br />
deslanchar. Um ano após a inauguração<br />
da escola de futebol,<br />
ele e os irmãos decidiram investir<br />
em pousadas. A primeira, em<br />
Juquehy, litoral Norte de São<br />
Paulo, foi a Bico Verde. “Percebi<br />
que o que me satisfazia eram<br />
negócios ligados ao prazer e em<br />
atender ao público”, pontua.<br />
Com a inauguração da primeira<br />
pousada, os passos para a<br />
aquisição de outras três foram<br />
curtos. No entanto, o empresário<br />
sentia que faltava algo. “A<br />
minha cabeça não para. Eu mal<br />
termino uma coisa e já estou<br />
pensando em outra”. Há seis<br />
anos, como a família possuía<br />
imóveis na região do Campo Belo,<br />
Cláudio decidiu abrir um restaurante,<br />
mas queria que fosse<br />
requintado, pois o bairro ainda<br />
não possuía algo do tipo.<br />
Em dois anos, entre operações<br />
burocráticas e reformas,<br />
ele pôde aprender um pouco<br />
Está prevista para<br />
dezembro a<br />
inauguração de<br />
La Quottidiana,<br />
trattoria com tíquete<br />
médio de R$ 70<br />
SOSSEGO E BEM-ESTAR<br />
Pousadas em São Paulo<br />
Bico Verde, em Juquehy<br />
Moryba, em Juquehy<br />
Aroeira, na Barra do Sahy<br />
Vila Marítima, em Juquehy<br />
Tupinambá, em Juquehy<br />
Fonte: empresa<br />
mais sobre a gastronomia.<br />
“Sempre gostei de ir a restaurantes<br />
nas minhas viagens. Por<br />
isso eu queria que fosse algo certeiro.<br />
Não podia errar, pois em<br />
São Paulo a competitividade é<br />
muito grande”, destaca. Então,<br />
em 2008, surgiu o Othelo, nome<br />
dado em homenagem a um<br />
cavalo que seu avô tinha.<br />
Com tantos negócios, o empresário<br />
decidiu abandonar as<br />
aulas de equitação. No entanto,<br />
ele continua a frente das<br />
pousadas com<br />
os irmãos. “Eu<br />
tive que me<br />
adaptar a esta<br />
situação. Todos<br />
os dias estou no<br />
restaurante,<br />
mas dedico<br />
dois dias da semana<br />
para reuniões<br />
sobre as pousadas. Além<br />
disso, em alguns finais de semana<br />
vou até Juquehy”.<br />
Para dezembro, Cláudio prepara,<br />
juntamente com o chef<br />
Sérgio Arno, a inauguração do<br />
restaurante La Quottidiana,<br />
uma trattoria, que terá ticket<br />
médio de R$ 70. “Meu plano é<br />
consolidar a trattoria nos primeiros<br />
seis meses e, logo em seguida,<br />
partir para outros ramos<br />
da gastronomia”. Em relação<br />
às pousadas, ele conta que<br />
o número está fechado e que<br />
não pretende mais investir.<br />
Quanto ao sucesso aos 33<br />
anos, Cláudio o atribui a uma<br />
VOO ALTO<br />
RESTAURANTE<br />
R$ 1,3 milhão<br />
(capital próprio)<br />
R$ 90<br />
R$ 2 milhões<br />
18%<br />
Classes A e B<br />
série de fatores. Entre eles, dedicação<br />
ao trabalho, força de<br />
vontade e muito estudo. “Hoje<br />
em dia, não dá para ‘tentar’<br />
abrir alguma coisa. Em São<br />
Paulo, você já tem que inaugurar<br />
algo com algum diferencial,<br />
pois a concorrência é muito<br />
grande”, explica. ■<br />
Os negócios do Othelo em expansão<br />
INVESTIMENTO<br />
TÍQUETE MÉDIO<br />
FATURAMENTO ANUAL<br />
ESTIMATIVA DE<br />
CRESCIMENTO EM 2012<br />
PÚBLICO<br />
POUSADAS<br />
R$ 800 mil<br />
(R$ 400 mil do capital no país)<br />
R$ 530<br />
por fim de semana o casal<br />
R$ 300 mil cada uma<br />
15% a 20%<br />
Classe B<br />
A arte de lidar com<br />
públicos específicos<br />
No restaurante, a busca é pela<br />
excelência no serviço; na pousada,<br />
é por descanso e bem-estar<br />
O empresário conta que a paixão<br />
pelo restaurante foi à primeira<br />
vista. “Meu maior receio<br />
era saber se as pessoas iriam conhecê-lo,<br />
pois ele está localizado<br />
em uma região onde antes<br />
não havia muitas opções, mas o<br />
reconhecimento veio muito rápido”,<br />
aponta Cláudio.<br />
Já a primeira pousada foi uma<br />
interrogação, pois não sabia se<br />
iria dar certo. “Depois que abrimos<br />
a primeira, os outros negócios<br />
foram surgindo como oportunidades<br />
e não por obrigação”.<br />
Para que elas dessem certo, ele<br />
Rodrigo Capote<br />
Cláudio Vieira de Moraes: “Em São Paulo, você tem que inaugurar algo já com algum diferencial”<br />
apostou por primar no atendimento<br />
e na manutenção.<br />
“Um caso é diferente do outro.<br />
Enquanto o cliente do restaurante<br />
busca excelência no<br />
atendimento e na comida, as<br />
pessoas que se hospedam nas<br />
pousadas buscam descanso e<br />
bem-estar”, pontua.<br />
Em relação aos cuidados, ele<br />
explica que o restaurante exige<br />
mais cuidado, pois os empregados<br />
são especialistas no assunto,<br />
o que acaba gerando uma disputa<br />
de egos.<br />
Já os trabalhadores das pousadas<br />
são pessoas mais simples e<br />
da região, o que acaba deixando<br />
o ambiente mais leve e fácil de<br />
conduzir e gerenciar. ■ N.M.
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 15<br />
SEXTA-FEIRA<br />
TECNOLOGIA<br />
SEGUNDA-FEIRA<br />
ECONOMIA CRIATIVA<br />
Sabor da Amazônia<br />
no copo de cerveja<br />
MARCELO NAKAGAWA<br />
Professor e coordenador do<br />
Centro de Empreendedorismo<br />
do Insper<br />
Bebida artesanal da Amazon Beer<br />
chega à Europa em novembro,<br />
depois à China e aos EUA<br />
Niviane Magalhães<br />
nmagalhaes@brasileconomico.com.br<br />
A expansão do mercado de cervejas<br />
artesanais chamou a atenção<br />
do empresário Arlindo Guimarães<br />
em 1999, que começou<br />
a pensar na possibilidade de trabalhar<br />
com esse produto. “Meu<br />
interesse sempre foi em me inspirar<br />
na rica variedade de frutas,<br />
sementes, raízes e madeiras<br />
que a floresta Amazônica<br />
oferece, para elaborarmos produtos<br />
únicos e não copiados”,<br />
destaca Guimarães.<br />
Após um ano, o empreendedor<br />
inaugurou a Amazon Beer.<br />
O nome, em inglês, é em homenagem<br />
à empresa que construiu<br />
o Porto de Belém em<br />
1907, chamada Amazon River.<br />
Logo no início, o investimento<br />
foi de R$ 10 milhões,<br />
entre capital próprio e financiamentos<br />
do Banco Nacional<br />
do Desenvolvimento (BNDES)<br />
e do Banco da Amazônia (Basa).<br />
Em 2000, a capacidade de<br />
produção era de 12 mil litros<br />
por mês. Atualmente, é de<br />
120 mil litros.<br />
“O mercado de cerveja artesanal<br />
é recente e vem crescendo<br />
extraordinariamente nos últimos<br />
cinco anos por causa do<br />
poder aquisitivo e interesse de<br />
degustar produtos diferenciados”,<br />
aponta o empresário.<br />
Para garantir o consumo do<br />
público exigente das classes<br />
AB e tentar migrar para a C,<br />
Arlindo conta que possui uma<br />
equipe para desenvolver os<br />
produtos, coordenada pelo<br />
mestre-cervejeiro Reynaldo<br />
Fogagnolli.<br />
Entre as mais vendidas, a pilsen<br />
de Bacuri (fruta da região) e<br />
a Witbier de Taperebá são os<br />
grandes destaques. Para dezembro,<br />
a empresa prepara o lançamento<br />
de três sabores.<br />
Divulgação<br />
A cerveja Stout de Açaí, a<br />
cerveja Red Ale maturada em<br />
Pripioca (raíz aromática da floresta<br />
Amazônica) e a cerveja<br />
I.P.A maturada em semente<br />
de Cumaru (também proveniente<br />
da floresta).<br />
Cada garrafa custa entre R$ 9<br />
e R$ 16. “Optamos pela garrafa,<br />
pois nada supera o vidro na<br />
manutenção da qualidade da<br />
bebida”, explica Guimarães.<br />
Além do aumento no número<br />
dos sabores, o empreendedor<br />
quer elevar os números da<br />
Amazon Beer.<br />
Neste ano, a empresa deverá<br />
encerrar com faturamento<br />
de R$ 12,5 milhões e para o<br />
ano que vem, a meta é atingir<br />
R$ 17 milhões.<br />
“Desde 2000, crescemos a<br />
uma taxa anual de 20%. Com os<br />
investimentos previstos, chegaremos<br />
a uma taxa de 35%.<br />
No início de novembro começaremos<br />
a exportação para<br />
a Europa. Em dezembro, para<br />
o mercado chinês e, em março<br />
de 2013, para os Estados Unidos”,<br />
completa. ■<br />
Site ensina as pessoas a não se<br />
“atrapalharem” com dinheiro<br />
Konkero, que significa conquista<br />
em esperanto, quer 500 mil<br />
usuários em dois anos<br />
Cervejaria de Belém do Pará produz atualmente 120 mil litros/mês<br />
GOSTINHO ARTESANAL<br />
Veja os passos para<br />
fabricar a sua cerveja<br />
1 Moagem do Malte<br />
2 Mistura de água<br />
3 Filtragem do bagaço do malte<br />
4 Fervura<br />
5 Separação do Trub<br />
(descarte de proteínas aglutinadas)<br />
6 Resfriamento<br />
7 Fermentação<br />
8 Maturação<br />
9 Filtragem de leveduras restantes<br />
10 Armazenamento<br />
11 Envase<br />
12 Distribuição<br />
Fonte: empresa<br />
A necessidade de tratar o assunto<br />
“finanças pessoais” com simplicidade<br />
foi o ponto de início<br />
para que Guilherme Prado criasse<br />
o site Konkero, com o ousado<br />
intuito de ajudar as pessoas a<br />
realizar sonhos. “Minha esposa<br />
fez doutorado em marcas para<br />
baixa renda e percebi que, apesar<br />
das opções, as pessoas se<br />
atrapalham com o dinheiro”, explica<br />
o empresário.<br />
Ele pontua ainda que a maioria<br />
da classe C hoje é formada<br />
por pessoas cujos pais não tiveram<br />
as oportunidades que possuem<br />
atualmente. “Cerca de<br />
50% dessas pessoas têm mais escolaridade<br />
do que os pais tiveram.<br />
Muitas estão comprando o<br />
primeiro carro da família, assim<br />
como a aquisição do primeiro<br />
cartão de crédito”.<br />
A ideia do site é criar uma<br />
forma envolvente para que as<br />
pessoas possam controlar mais<br />
os gastos e fazer o dinheiro render<br />
mais. De forma gratuita, a<br />
pessoa faz o cadastro, escolhe<br />
seu objetivo e começa a receber<br />
dicas para conseguir realizar<br />
o seu sonho. Entre eles,<br />
comprar um carro, uma casa,<br />
fazer uma faculdade ou até<br />
uma viagem. Segundo Prado, a<br />
empresa oferece oito objetivos,<br />
mas assim que as pessoas<br />
forem aderindo a ideia, devem<br />
lançar mais.<br />
Para adquirir a confiança do<br />
consumidor, ele colocará depoimentos<br />
de usuários para conquistar<br />
mais internautas, no site<br />
e no Facebook. Em dois anos,<br />
sua meta é ter 500 mil usuários<br />
e, já em 2013, faturar R$ 2 milhões.<br />
■ N.M.<br />
Não é um conto de<br />
fadas. É a vida...<br />
No Reino das Águas, havia um rei, Dácio, que lutava para não<br />
morrer. Já havia sido desenganado pelo câncer dez anos antes,<br />
mas havia uma magia que o mantinha vivo. Queria passar<br />
a sua sabedoria e o seu reinado para seu filho. Dácio sempre<br />
foi um iluminado. Nasceu na cidade Luz, município mineiro,<br />
uns 200 km pertim de Belo Horizonte, onde começou seu reinado<br />
distribuindo livros e revistas. Um ano de trabalho depois,<br />
uma enxurrada destruiu seu negócio. Mas a água suja<br />
que o destruiu foi a mesma que ele purificou e com a qual construiu<br />
seu reino, que agora transmitia ao seu filho, Dácio Jr.<br />
Mas como coisas ruins só acontecem com pessoas boas<br />
(já que, com pessoas más, é castigo), o encantamento do<br />
rei deixaria de existir no final de 2009. Um desentendimento<br />
na saída de uma padaria em Higienópolis, bairro de São<br />
Paulo, uma facada no abdômen e Dácio Jr perdia muito sangue.<br />
Nos contos de fadas, príncipes são feridos em combate,<br />
mas sobrevivem rumo a um final feliz. Mas aquela estória<br />
que o rei escrevia terminava ali. Deixava de ser um conto<br />
de fadas para virar estatística, dessas que você lê e esquece,<br />
até que a estatística se depara com você algum dia.<br />
A mágica tinha acabado, e acabado com a resiliência do<br />
rei. Poucos meses depois, não resistiu a uma nova enxurrada,<br />
mas agora de células cancerígenas. Desespero no reino<br />
que perdera seus dois líderes em pouco tempo. Além da rainha,<br />
havia uma jovem princesa<br />
de 26 anos que pouco<br />
Você pode achar<br />
que tudo isso<br />
não passa de um<br />
conto de fadas.<br />
Mas, na verdade,<br />
é só a vida que<br />
vale a pena<br />
ser vivida e a<br />
convicção de<br />
serem felizes<br />
sendo o que são<br />
entendia da administração<br />
do Reino das Águas. Como<br />
todas as princesas dos contos<br />
de fadas, Manuella fazia<br />
tudo direito e era toda coração.<br />
Gentil, bondosa e voluntária<br />
de causas sociais,<br />
agora se preocupava em ser<br />
mais razão para manter o legado<br />
das Águas e ir bem<br />
busca da paz que tinha até<br />
o Natal de 2009.<br />
Mas estórias assim precisam<br />
de um guerreiro de um<br />
território distante. E ele apareceu.<br />
Diogo era um soldado<br />
em busca de um coração.<br />
Já havia lutado em batalhões de grandes corporações, travado<br />
lutas cerebrais em projetos de consultoria estratégica e sobrevivido<br />
aos relâmpagos criativos das agências de publicidade.<br />
Engenheiro de formação, sabia que tinha cérebro mas achava<br />
que lhe faltava um coração que batesse por um propósito<br />
maior do que frameworks dos templates dos powerpoints.<br />
Buscava uma semente para ajudar a tornar o mundo melhor.<br />
E como este romance é moderno, ambos foram se encontrar<br />
em um curso chamado Certificate in Business Administration.<br />
Entre uma análise SWOT e o cálculo do custo médio<br />
ponderado de capital, passaram a falar de como a vida não é<br />
um conto de fadas. Manuella falava de grandes propósitos e<br />
de um mundo melhor, e Diogo, dos tais frameworks que havia<br />
aprendido na empresa de consultoria, dos briefings das<br />
agências de propaganda e de project management das grandes<br />
empresas. Não viam o tempo passar e, de repente, era<br />
ela falando de gestão de projeto, briefings e frameworks, e<br />
ele, de grandes propósitos na vida. Ela falava de conselhos<br />
de administração e ele de guerreiros sem armas. Ela dizia<br />
coisas sobre yoga e ele sobre triatlo. Ela de água, e ele, de sementes.<br />
Ela, Manuella Curti de Souza, diretora geral do Grupo<br />
Europa, líder nacional em purificação de água e ele, Diogo<br />
Tolezano, empreendedor do Sementes da Paz, um negócio<br />
social que pratica o comércio justo de alimentos orgânicos<br />
produzidos por pequenos agricultores.<br />
Você pode achar que tudo isso não passa de um conto de<br />
fadas. Mas, na verdade, é só a vida que vale a pena ser vivida<br />
e a convicção de serem felizes sendo o que são. ■
16 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
EMPRESAS<br />
Editora executiva: Jiane Carvalho jcarvalho@brasileconomico.com.br<br />
Subeditoras: Rachel Cardoso rcardoso@brasileconomico.com.br<br />
Patrícia Nakamura pnakamura@brasileconomico.com.br<br />
Sá Cavalcante investe R$ 4 bi<br />
para ter 10 shoppings até 2015<br />
Grupo se especializou em complexos comerciais, que deverão gerar R$ 400 milhões este ano<br />
Juliana Ribeiro<br />
jribeiro@brasileconomico.com.br<br />
O mercado de shoppings center<br />
no <strong>Brasil</strong> está em franca expansão<br />
e o grupo Sá Cavalcante faz<br />
parte desse cenário. A holding<br />
que nasceu no Ceará há 36 anos<br />
com o DNA de construtora e incorporadora,<br />
tem um modelo<br />
de negócio integrado e um plano<br />
ousado: saltar dos atuais três<br />
shoppings para 10 unidades no<br />
portfólio, entre obras concluídas<br />
e em andamento, até 2015.<br />
“Nosso foco é investir em cidades<br />
de médio porte, com grande<br />
potencial de crescimento”,<br />
explica Leonardo Cavalcante,<br />
presidente da divisão de shoppings<br />
e filho do fundador da<br />
companhia.<br />
Para isso, o grupo está investindo<br />
cerca de R$ 4 bilhões na<br />
compra de terrenos e na construção<br />
dos empreendimentos.<br />
Seguindo com o plano de expansão,<br />
em julho, a Sá Cavalcante<br />
fez uma emissão de debêntures,<br />
a primeira oferta pública de valores<br />
mobiliários feita pela companhia,<br />
no valor de R$ 350 milhões.<br />
O valor adquirido vem<br />
sendo investido nos projetos de<br />
construção dos shoppings.<br />
Complexos imobiliários<br />
A estratégia de negócio da empresa<br />
passa pela integração. Depois<br />
de vender o shopping Tijuca,<br />
no Rio de Janeiro, para o grupo<br />
BR Malls por R$ 800 milhões<br />
em 2010, a companhia incrementou<br />
seus projetos. Seguindo<br />
a tendência de complexos que<br />
reúnem salas comerciais, edifícios<br />
residenciais e centros comerciais,<br />
como por exemplo, o<br />
Cidade Jardim, endereço nobre<br />
de São Paulo pertencente ao grupo<br />
JHSF, a Sá Cavalcante tem<br />
em seu portfólio alguns dos<br />
maiores complexos do Norte e<br />
Nordeste do país. Só no Espírito<br />
Santo são dois shoppings em<br />
funcionamento, outros dois em<br />
construção e um quinto projeto<br />
em desenvolvimento — todos<br />
nesse modelo.<br />
Em São Luís (MA), o shopping<br />
da Ilha é o maior empreendimento<br />
da cidade e está em fase<br />
de expansão. Serão construídas<br />
torres com 3,2 mil unidades<br />
entre apartamentos e salas comerciais.<br />
A prefeitura da cidade<br />
optou por transformar a região<br />
em um bairro, que se chamará<br />
Reserva da Ilha e ficará a cargo<br />
da Sá Cavalcante. “Cuidaremos<br />
de toda a infraestrutura da<br />
região”, explica Cavalcante. O<br />
investimento na criação do<br />
complexo de escritórios e apartamentos<br />
começou em 2010 e<br />
deverá somar R$ 1 bilhão até<br />
sua conclusão, prevista para<br />
três anos.<br />
Cavalcante revela que o grupo<br />
também está desenvolvendo<br />
o estudo da viabilidade de investir<br />
em um complexo comercial<br />
em Guarulhos, região metropolitana<br />
de São Paulo. “Estamos levantando<br />
os custos e desenvolvendo<br />
o projeto.”<br />
A construção de<br />
um shopping costuma<br />
ser para a<br />
companhia, o primeiro<br />
pilar para a<br />
entrada do grupo<br />
em uma nova<br />
área. “Depois de<br />
instalado, a incorporadora<br />
chega com os lançamentos<br />
das torres e montamos<br />
o complexo”, explica Cavalcante.<br />
Com a constante prospecção<br />
de áreas e regiões, a companhia<br />
já tem uma reserva de terras quitada<br />
no valor de R$ 6 bilhões.<br />
“Isso nos dá muita segurança para<br />
expandir nos próximos anos”,<br />
explica o executivo.<br />
Para agilizar o trabalho e<br />
manter o controle de qualidade<br />
dos empreendimentos que<br />
constrói, a Sá Cavalcante cuida<br />
de todos os processos da obra,<br />
Com reserva de<br />
terras de R$ 6<br />
bilhões, grupo<br />
tem segurança<br />
para investir em<br />
novos projetos<br />
EMPREENDIMENTOS<br />
Há quase 40 anos no mercado, grupo<br />
Sá Cavalcante leva a diversificação a sério<br />
NEGÓCIOS<br />
SHOPPINGS (EM FUNCIONAMENTO E EM OBRAS)<br />
Fonte: KPMG<br />
3<br />
INCORPORADORA<br />
1<br />
FRANQUIAS - BOBS E SPOLETO<br />
27<br />
EMISSORA DE TV<br />
1<br />
FATURAMENTO TOTAL<br />
R$ 400 milhoes<br />
desde a prospecção do terreno,<br />
desenvolvimento do projeto<br />
de engenharia e arquitetura,<br />
passando pela comercialização<br />
dos espaços e administração<br />
dos condomínios. Em Teresina,<br />
o grupo está construindo o<br />
shopping Rio Poti, que além de<br />
prédios comerciais e residenciais,<br />
terá um hotel integrado<br />
ao complexo.<br />
Atuação diversificada<br />
Cavalcante explica que apesar<br />
de os principais investimentos<br />
do grupo estarem na região<br />
Nordeste, a ampliação da área<br />
é uma possibilidade. Segundo<br />
ele, além do projeto<br />
em Guarulhos,<br />
ainda não<br />
há nenhuma outra<br />
região com<br />
planos em desenvolvimento,<br />
mas<br />
ele dá dicas de<br />
onde o grupo poderá<br />
atuar nos<br />
próximos anos. “Gosto muito<br />
da região Centro-Oeste, no passado<br />
estudamos algumas operações<br />
por lá, mas bateu na trave”,<br />
brinca.<br />
A previsão do grupo é fechar<br />
este ano com valores gerais de<br />
vendas, ou seja, o potencial disponível<br />
para comercialização<br />
de R$ 410 milhões, incluindo os<br />
complexos com shoppings e prédios,<br />
ante R$ 290 milhões no<br />
ano passado. Para 2015, a expectativa<br />
é alcançar o montante de<br />
R$ 500 milhões. ■<br />
SHOPPING CENTERS<br />
EM FUNCIONAMENTO<br />
EM OBRAS<br />
PROJETOS<br />
INVESTIMENTO TOTAL<br />
*Incluindo participação de lojistas, recursos próprios e emissão de debêntures<br />
3<br />
São Luís (MA), Serra (ES) e Vila Velha (ES)<br />
3<br />
Teresina (PI), Cariacica (ES) e Serra (ES)<br />
2<br />
Ananindeua (PA) e Vitória (ES)<br />
R$ 4 bilhões *<br />
Franquias e TV são<br />
parte dos negócios<br />
Com foco em setores variados,<br />
grupo pretende manter<br />
crescimento de 33,5% ao ano<br />
Investir em negócios variados,<br />
mas com enfoque na integração<br />
parece ser o modelo seguido pelo<br />
grupo Sá Cavalcante.Com 27<br />
unidades de franquias das marcas<br />
Bob's e Spoleto, o grupo é<br />
também o primeiro master franqueado<br />
da primeira rede e um<br />
dos principais do nordeste na<br />
operação da segunda.<br />
No Espírito Santo, onde estão<br />
todas as unidades, é de praxe<br />
que ao abrir um novo shopping,<br />
o grupo inaugure salas comerciais,<br />
edifícios residenciais<br />
e também novas unidades de<br />
suas franquias nas praças de alimentação.<br />
Por ora, a Sá Cavalcante não<br />
tem planos de expandir suas<br />
operações no ramo alimentício<br />
Maíra Coelho<br />
Cavalcante: modelo integrado dá suporte ao crescimento do grupo<br />
para outros estados. "Ainda enxergamos<br />
terreno fértil para<br />
nosso crescimento no Espírito<br />
Santo", explica Leonardo Cavalcante,<br />
presidente da unidade<br />
de negócios voltada para shoppings<br />
e filho do fundador da<br />
companhia.<br />
O estado capixaba parece<br />
mesmo ser um dos mais importantes<br />
mercados do grupo familiar.<br />
Além das franquias de restaurantes,<br />
a Sá Cavalcante também<br />
é proprietária da TV Capixaba,<br />
uma unidade afiliada da<br />
Band que completa a diversificada<br />
frente de atuação do grupo,<br />
que no ano passado faturou<br />
R$ 170 milhões.<br />
A previsão é de que esse valor<br />
salte para R$ 400 milhões até o final<br />
deste ano e alcance R$ 720 milhões<br />
em 2015. Com isso, o grupo<br />
mantém o crescimento médio<br />
anual na casa dos 33,5%. ■
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 17<br />
Marcela Beltrão<br />
Nextel pede aval para comprar a Unicel<br />
A Nextel entrou com pedido na Agência Nacional de Telecomunicações<br />
de compra da empresa Unicel do <strong>Brasil</strong> para tentar aumentar sua<br />
participação no mercado da região metropolitana de São Paulo. O<br />
documento não dá mais detalhes da transação. A Unicel, que operava<br />
com o nome fantasia Aeiou, recebeu autorização da Anatel para<br />
explorar a telefonia móvel na cidade de São Paulo e outros 63<br />
municípios da região metropolitana, por 15 anos. Bloomberg<br />
Burger King apresenta<br />
desempenho ruim<br />
No <strong>Brasil</strong>, para atrair clientes,<br />
rede cede à política de preço<br />
baixo, como o rival McDonald’s<br />
Cintia Esteves<br />
costeavas@brasileconomico.com.br<br />
Murillo Constantino<br />
Miranda, do Burger King: operação alcançou 240 lojas no <strong>Brasil</strong><br />
A CHAPA ESFRIOU<br />
Desempenho do Burger King<br />
no 3º trimestre, em US$ milhões<br />
RECEITA<br />
800<br />
700 607,7<br />
600<br />
500<br />
400<br />
300<br />
200<br />
100<br />
0<br />
2011<br />
LUCRO<br />
40<br />
30<br />
35<br />
20<br />
25<br />
10<br />
15<br />
0 5<br />
38,8<br />
2011<br />
Fonte: empresa<br />
Variação<br />
-25,80%<br />
Variação<br />
-83%<br />
451,1<br />
2012<br />
6,6<br />
2012<br />
O Burger King demorou, mas<br />
acabou cedendo à política de<br />
preços baixos implantada pelo<br />
seu maior concorrente, o<br />
McDonald’s, há três anos. Desde<br />
o início deste mês, a promoção<br />
“Preços Irresistíveis” oferece<br />
cinco sanduíches por R$ 5 cada,<br />
enquanto a rede do palhaço<br />
de cabelo vermelho vende lanches<br />
a R$ 6 e algumas sobremesas<br />
por R$ 3,5.<br />
A estratégia foi destinada<br />
apenas para o <strong>Brasil</strong>, mas os executivos<br />
da rede têm buscado alternativas<br />
para os demais mercados<br />
onde a companhia está<br />
presente, já que todos eles registraram<br />
quedas nas vendas nos<br />
últimos meses. Nos Estados Unidos<br />
e no Canadá, por exemplo,<br />
a companhia está incluindo no<br />
cardápio itens como bebidas de<br />
frutas e saladas para atrair as<br />
mulheres.<br />
No terceiro trimestre de<br />
2012, a rede vendeu US$ 33,5<br />
milhões na América Latina,<br />
uma queda de 1,2% na comparação<br />
com mesmo período do ano<br />
anterior. A companhia não revela<br />
o faturamento no <strong>Brasil</strong>,<br />
mas dá sinais de empolgação<br />
com o país. A rede fechou o trimestre<br />
com 1,28 mil lojas na<br />
América Latina, 104 a mais na<br />
comparação com o mesmo período<br />
do ano anterior. Esta expansão<br />
foi puxada pelo número<br />
de lojas abertas no mercado<br />
brasileiro, cuja operação é co<strong>manda</strong>da<br />
pelo executivo Iuri<br />
Miranda. Atualmente são 240<br />
unidades no <strong>Brasil</strong>.<br />
América Latina foi a região<br />
onde a companhia teve seu melhor<br />
desempenho, já que nas outras<br />
áreas a queda nas vendas<br />
foi muito maior. Nos Estados<br />
Unidos e no Canadá a receita<br />
despencou 30,2%. Na região<br />
que engloba a Ásia e os países<br />
do Pacífico, o recuo foi de<br />
22,4%. O desempenho também<br />
foi negativo na Europa, África e<br />
Oriente Médio, cujas vendas caíram<br />
19,5%. A receita global da<br />
companhia foi de US$ 451,1 milhões,<br />
25,8% menor. O lucro líquido<br />
despencou 83% ficando<br />
em US$ 6,6 milhões.<br />
Fundada em 1954, o Burger<br />
King é a segunda maior rede de<br />
fast food de hambúrgueres do<br />
mundo, atrás apenas do McDonald’s.<br />
São mais de 12,5 mil restaurantes<br />
espalhados por 81 países,<br />
os quais atendem cerca de<br />
11 milhões de consumidores diariamente.<br />
No <strong>Brasil</strong>, a rede chegou<br />
em 2004 pelas mãos de um<br />
conjunto de investidores liderados<br />
pelo empresário Luiz Eduardo<br />
Batalha. A trajetória da companhia<br />
no país não foi fácil. Primeiro<br />
surgiram os problemas<br />
entre o grupo de sócios da rede,<br />
que contava ainda com o apresentador<br />
da rede globo Galvão<br />
Bueno e o piloto de fórmula Indy<br />
Hélio Castro Neves.<br />
Além dos desentendimentos<br />
com os sócios, Batalha sofreu<br />
pressão do Burger King desde o<br />
início, pois não conseguia abrir<br />
lojas no ritmo desejado pela<br />
corporação americana. Até que<br />
em 2010 a operação mundial do<br />
Burger King foi comprada pelo<br />
grupo 3G Capital, dos brasileiros<br />
Jorge Paulo Lehman, Marcel<br />
Telles e Carlos Alberto Sicupira.<br />
Pouco tempo depois eles<br />
se uniram ao carioca Gilberto<br />
Sayão, dona da gestora de recursos<br />
Vince Partners para, juntos,<br />
acelerarem a expansão da<br />
rede de lanchonetes. A família<br />
Batalha, na época dona de dezenas<br />
de restaurantes na cidade<br />
de São Paulo e no interior do estado,<br />
acabou se desfazendo de<br />
suas unidades. ■<br />
PayPal cortará mais<br />
de 300 empregos<br />
para se reorganizar<br />
Concorrência crescente faz<br />
pioneiro do pagamento on-line se<br />
reestruturar e ganhar agilidade<br />
Alistair Barr<br />
redacao@brasileconomico.com.br<br />
O pioneiro sistema de pagamento<br />
online PayPal vai cortar cerca<br />
de 325 postos de trabalho como<br />
parte de uma grande reorganização<br />
feita por seu novo presidente,<br />
David Marcus, designado<br />
para recuperar o aspecto inovador<br />
da empresa e afastar a<br />
concorrência crescente.<br />
O PayPal, pertence ao eBay,<br />
afirmou ontem que os empregos<br />
de tempo integral serão eliminados<br />
com a combinação de nove<br />
grupos de desen-<br />
Novas startups<br />
de pagamentos<br />
começam<br />
a capturar<br />
comerciantes e<br />
consumidores<br />
volvimentos de<br />
produtos em um.<br />
A companhia também<br />
está cortando<br />
cerca de 120<br />
funcionários terceirizados.<br />
O eBay anunciou<br />
um encargo<br />
de reestruturação antes de impostos<br />
relacionados com o corte<br />
de empregos de US$ 15 milhões,<br />
que será computado no<br />
quarto trimestre.<br />
O PayPal, que começou no final<br />
dos anos 1990 como uma empresa<br />
iniciante (start-up) do Vale<br />
do Silício, tinha quase 13 mil<br />
funcionários no início do ano.<br />
Wall Street considera o PayPal<br />
a joia da coroa do eBay por causa<br />
de seu rápido crescimento e<br />
das margens de lucro em expansão.<br />
Mas no Vale do Silício, o<br />
Paypal é considerado um lento e<br />
burocrático monstro — uma reputação<br />
que tornou difícil para<br />
companhia atrair e reter engenheiros<br />
de software e designers.<br />
Concorrência apertada<br />
O PaylPal precisa de tais talentos<br />
mais do que nunca por causa de<br />
uma série de novas start-ups de<br />
pagamentos, incluindo Square,<br />
Stripe e Dwolla, que estão desenvolvendo<br />
serviços concorrentes<br />
e produtos que estão começando<br />
a capturar comerciantes e<br />
consumidores.<br />
O novo presidente da empresa<br />
disse que a<br />
reorganização do<br />
PayPal visa ajudar<br />
engenheiros<br />
e designers desenvolverem<br />
novos<br />
produtos e<br />
serviços mais rapidamente,<br />
para<br />
acompanhar os<br />
novos concorrentes.<br />
David Marcus organizou demonstrações<br />
de serviços rivais<br />
na sede do PayPal, em San Jose,<br />
Califórnia, e fotos das linhas<br />
de produtos concorrentes<br />
nos corredores da empresa.<br />
“É importante enfrentar a realidade<br />
da situação”, disse Marcus.<br />
“Em alguns casos, não temos<br />
produtos melhores e temos<br />
que fazer algo sobre isso.” ■<br />
David Paul Morris/Bloomberg<br />
Marcus, do PayPal: “Temos de enfrentar a realidade da situação”
18 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
EMPRESAS<br />
Divulgação<br />
AUTOMÓVEIS<br />
Chrysler Group prevê lucro de US$ 1,5 bilhão<br />
e receita global de US$ 65 bilhões em 2012<br />
O Chrysler Group registrou lucro de US$ 381 milhões<br />
no terceiro trimestre, uma alta de 80% em comparação<br />
com o mesmo período do ano passado. As vendas entre julho<br />
e setembro tiveram alta de 18% e atingiram US$ 15,5 bilhões.<br />
A companhia, controlada pelo grupo Fiat, reafirmou sua previsão<br />
de lucro de US$ 1,5 bilhão e receita global de US$ 65 bilhões.<br />
Graça Foster diz que Petrobras vai<br />
diluir desinvestimentos até 2013<br />
Previsão é que a empresa saia de<br />
projetos não prioritários até o próximo<br />
ano avaliados em US$ 14,8 bilhões<br />
Douglas Engle/Bloomberg<br />
Gabriela Murno<br />
gmurno@brasileconomico.com.br<br />
A presidente da Petrobras, Graça<br />
Foster, afirmou ontem que<br />
os desinvestimentos previstos<br />
no plano de negócios da companhia<br />
serão diluídos entre<br />
2012 e 2013. “O desinvestimento<br />
é uma prática que a companhia<br />
vem experimentando,<br />
apesar de não termos esta tradição.<br />
Mas ele passa a ser prática<br />
este ano e no ano que vem”,<br />
disse a presidente, que participou<br />
da abertura da VII Semana<br />
de Petróleo e Gás (SPEtro) da<br />
Universidade Federal do Rio<br />
de Janeiro (URFJ).<br />
Estão previstos US$ 14,8 bilhões<br />
de desinvestimentos no<br />
plano de negócios 2012-2016<br />
da estatal, mas como afirmou<br />
Foster a maior parte ocorrerá<br />
até o ano que vem.<br />
Objetivo é<br />
contratar menos<br />
dívida e ir menos<br />
ao mercado,<br />
ou seja, manter o<br />
caixa equilibrado<br />
Caixa saudável<br />
Segundo a presidente, o objetivo<br />
da companhia é contratar<br />
menos dívida e ir menos ao<br />
mercado de capitais,<br />
ou seja, manter<br />
o caixa equilibrado<br />
nos próximos<br />
anos. “Com<br />
um investimento<br />
de US$ 236,5 bilhões,<br />
não é possível<br />
que o caixa gerado<br />
possa atender<br />
toda a de<strong>manda</strong><br />
por recursos financeiros”,<br />
explicou Graça, sem dizer, porém,<br />
quais ativos da estatal serão<br />
negociados.<br />
“Não vamos sair de alguns ativos<br />
como exploração e produção<br />
no Golfo do México e na<br />
África”, ressaltou. Ela acrescentou<br />
que serão vendidos, total ou<br />
parcialmente, ativos das unidades<br />
menos sinérgicas com a<br />
companhia. Graça disse ainda<br />
que a Petrobras não pensa em<br />
emitir novas ações.<br />
Graça ressaltou ainda a importância<br />
do conteúdo local e o<br />
o intenso trabalho para que os<br />
projetos da companhia não atrasem.<br />
“Virou uma catástrofe atrasar.<br />
Porque isso é custo. Se atrasa<br />
a produção do petróleo, por<br />
exemplo, você não produz, não<br />
gera receita. Sem receita como<br />
vai fazer térmica a gás? Como<br />
construir gasodutos? E como<br />
ampliar os pipelines da companhia?”,<br />
disse.<br />
“Para atrasar lá fora, atrasamos<br />
aqui (dentro do país). Porque<br />
lá fora somos apenas mais<br />
uma empresa e aqui somos a<br />
Petrobras. Então, aqui está gerando<br />
emprego, renda e aprendizado,<br />
mas o mais importante<br />
é não atrasar”, disse, acrescentando<br />
que a Petrobras pretende<br />
aumentar a eficiência operacional<br />
da companhia, e consequentemente,<br />
sua produtividade.<br />
“Nós temos que reduzir o<br />
custo operacional, o que não<br />
significa reduzir os quadros”,<br />
explicou Graça.<br />
Crescimento econômico<br />
A presidente da Petrobras disse<br />
que a melhoria em indicadores<br />
econômicos brasileiros, como redução<br />
sistemática da taxa de desemprego,<br />
diminuição<br />
da pobreza<br />
extrema e ascensão<br />
da classe média,<br />
são importantes<br />
para os resultados<br />
da estatal.<br />
“Tudo isso faz o<br />
GraçaFoster:ativoscomoexploraçãoeproduçãonoGolfodoMéxicoenaÁfricaforammantidos<br />
nosso negócio,<br />
que é petróleo e<br />
gás, ficar mais<br />
atrativo. Cada vez mais, o nosso<br />
resultado é impactado pelo crescimento<br />
da economia brasileira”,<br />
afirmou. “O nosso negócio<br />
está principalmente no <strong>Brasil</strong>,<br />
pois 95% dos nossos investimentos<br />
estão aqui”, completou.<br />
A Petrobras atua em 27 países.<br />
A presidente da Petrobras reforçou<br />
também que uma taxa<br />
de juros, hoje em 7,25% ao<br />
ano, estimula a de<strong>manda</strong> doméstica.<br />
“Juros menores significam<br />
mais consumo”, disse.<br />
Segundo ela, o aumento do consumo<br />
é importante para as usinas<br />
termoplásticas. “Quanto<br />
mais se consome, mais se come<br />
e mais é de<strong>manda</strong>do das usinas<br />
termoplásticas e da indústria<br />
petroquímica, pois há necessidade<br />
de mais embalagens<br />
de arroz, feijão, farinha, refrigerante<br />
e cerveja, por exemplo”,<br />
explicou a executiva.<br />
Gasolina<br />
Sobre o preço da gasolina, Graça<br />
afirmou que o derivado do petróleo<br />
não é caro no país, mas<br />
não falou em aumento. O fato,<br />
exemplificou Foster, é que a gasolina,<br />
vendida na porta da refinaria<br />
está R$ 1,03 por litro, na<br />
bomba chega a R$ 2,80 a R$<br />
2,90 por litro, dependendo da<br />
região onde é comercializada.<br />
“A nossa gasolina não é uma<br />
das mais caras do mundo. Temos<br />
Japão, Reino Unido, Alemanha<br />
e Itália com valores<br />
muito mais altos que os nossos.<br />
Hoje, a nossa gasolina não<br />
tem convergência com o preço<br />
internacional, pois a política<br />
de preços de derivados da Petrobras<br />
é de médio e longo prazo”,<br />
finalizou. ■<br />
Lucro da Galp<br />
sobe com <strong>Brasil</strong><br />
Empresa registrou lucro<br />
líquido de ¤ 98 milhões<br />
no terceiro trimestre<br />
A petrolífera portuguesa Galp<br />
Energia apurou um ganho de<br />
57% no lucro líquido ajustado<br />
dos nove primeiros meses do<br />
ano, impulsionado por maior<br />
produção de petróleo e gás no<br />
território brasileiro.<br />
Se considerado apenas o terceiro<br />
trimestre, o lucro líquido<br />
ajustado foi de ¤ 98 milhões, o<br />
que representa uma alta de<br />
58%, em linha com a previsão<br />
de analistas de ganho de ¤ 99<br />
milhões, segundo pesquisa realizada<br />
pela Reuters.<br />
O Ebitda (lucro antes de juros,<br />
impostos, depreciação e<br />
amortização) ajustado cresceu<br />
38% no terceiro trimestre, para<br />
¤ 306 milhões.<br />
A companhia portuguesa já<br />
havia informado que a produção<br />
de petróleo avançou quase<br />
25% no período, para 25.900<br />
barris por dia (bpd) no trimestre<br />
passado.<br />
A Galp detém uma fatia de<br />
10% no campo Lula/Tupi, no<br />
<strong>Brasil</strong>, e também tem operações<br />
de extração na Angola.<br />
A petrolífera refinou 21,3 milhões<br />
de barris de petróleo bruto<br />
no terceiro trimestre, com<br />
um crescimento de 2,6%.<br />
A margem de refino aumentou<br />
para US$ 4,40 por barril no<br />
período, comparada a US$ 0,9<br />
um ano antes. ■ Reuters
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 19<br />
Jung Yeon-Je/AFP<br />
TABLET<br />
Google apresenta nova versão do Nexus<br />
e faz atualização de ofertas de aplicativos<br />
O Google apresentou uma versão maior de seu tablet Nexus ontem, e<br />
atualizou suas ofertas de aplicativos e conteúdo on-line para dispositivos<br />
móveis. O novo Nexus 10, do Google, fabricado em parceria com a Samsung,<br />
é o primeiro tablet com tela de dez polegadas a chegar às prateleiras sob<br />
a marca Nexus. O aparelho, com preços a partir de US$ 299, será vendido<br />
a partir de 13 de novembro nos Estados Unidos e em sete outros países.<br />
O grupo industrial alemão ThyssenKrupp<br />
pediu a interessados<br />
que reenviem ofertas de compra<br />
para suas siderúrgicas deficitárias<br />
no <strong>Brasil</strong> e nos Estados<br />
Unidos, disseram duas fontes a<br />
par do assunto, enquanto luta<br />
para obter preços atrativos.<br />
Os temores de um longo processo<br />
de venda derrubaram as<br />
ações da ThyssenKrupp em<br />
mais de 4% ontem. A companhia,<br />
maior siderúrgica da Alemanha,<br />
solicitou que as propostas<br />
pelos ativos à venda sejam<br />
reenviadas por considerar os<br />
lances iniciais muito baixos, disse<br />
uma das fontes.<br />
O presidente-executivo da<br />
ThyssenKrupp, Heinrich Hiesinger,<br />
quer vender as unidades separadamente<br />
pelo valor contábil<br />
combinado de ¤ 7 bilhões<br />
(US$ 9 bilhões), embora analistas<br />
esperem que o valor fique entre<br />
¤ 3 bilhões e ¤ 4 bilhões.<br />
Um operador disse que o valor<br />
de US$ 9 bilhões não parece<br />
razoável e o acordo pode fracassar<br />
se o grupo insistir no montante.<br />
A ThyssenKrupp já investiu<br />
cerca de ¤ 12 bilhões nas<br />
duas siderúrgicas.<br />
O grupo alemão também pediu<br />
o reenvio das propostas para<br />
que seja esclarecido se os proponentes<br />
precisarão formar consórcios<br />
para assumir os ativos,<br />
disseram as duas fontes.<br />
A ThyssenKrupp se recusou a<br />
comentar o assunto ontem, afirmando<br />
apenas que o processo<br />
está em andamento.<br />
O grupo alemão disse em<br />
maio que estava considerando<br />
todas as opções para a Steel<br />
Americas — formada pela Companhia<br />
Siderúrgica do Atlântico<br />
(CSA), no Rio de Janeiro, e por<br />
uma usina nos Estados Unidos,<br />
incluindo parceria ou venda, pa-<br />
Wolfgang von Brauchitsch/Bloomberg<br />
Heinrich Hiesinger, da Thyssen: venda das unidades separadas pelo valor combinado de ¤ 7 bilhões<br />
Thyssen não avança<br />
na venda de ativos<br />
Grupo industrial alemão pede que interessados reenviem ofertas<br />
de compra para usinas deficitárias no <strong>Brasil</strong> e nos Estados Unidos<br />
Reuters<br />
redacao@brasileconomico.com.br<br />
A Vale, que possui<br />
participação na CSA,<br />
reafirmou que não<br />
está interessada na<br />
fatia da empresa na<br />
siderúrgica no Rio<br />
ra estancar os prejuízos e se concentrar<br />
na Europa.<br />
Disputa acirrada<br />
A ArcelorMittal, a U.S. Steel, a<br />
Nucor, a JFE Steel e a brasileira<br />
CSN estariam entre os grupos interessados<br />
nos ativos da Thyssen<br />
nas Américas.<br />
A japonesa Posco apenas se<br />
apresentou na fase preliminar<br />
de ofertas, enquanto a chinesa<br />
Baosteel, também previamente<br />
citada, desistiu do negócio.<br />
A mineradora Vale, que possui<br />
participação de pouco mais<br />
de um quarto na CSA, reafirmou<br />
recentemente que não está<br />
interessada em comprar a participação<br />
da Thyssen na siderúrgica<br />
no Rio.<br />
Cálculos errados<br />
A ThyssenKrupp declarou anteriormente<br />
que as previsões otimistas<br />
de lucro da empresa no<br />
<strong>Brasil</strong> não se cumpriram, em<br />
parte por causa da explosão do<br />
custo da mão de obra.<br />
A ThyssenKrupp fechou o último<br />
semestre com prejuízo de<br />
mais de ¤ 1 bilhão. ■<br />
Minério pode cair<br />
puxado por recuo<br />
de siderúrgicas<br />
Após uma semana de ganhos<br />
no mercado internacional,<br />
expectativa é de recuo<br />
Manolo Serapio Jr.<br />
Reuters<br />
Os preços do minério de ferro<br />
no mercado spot podem diminuir<br />
nesta semana depois de subir<br />
quase 4%na semana passada,<br />
com compradores da China<br />
mais cautelosos após recomposição<br />
da de<strong>manda</strong> de curto prazo.<br />
Contudo, a retomada gradual<br />
da de<strong>manda</strong> por aço mantém<br />
um limite para as perdas<br />
no setor. Os preços do aço na<br />
China subiram mais de 13% ante<br />
as mínimas de setembro, refletindo<br />
a recuperação da atividade<br />
de construção por reforço<br />
nos investimentos em infraestrutura<br />
de Pequim. Mas a recuperação<br />
continua frágil, levando<br />
siderúrgicas a limitar os estoques<br />
de minério.<br />
A referência para o minério<br />
com 62% de teor de ferro caiu<br />
0,3% na sexta-feira, para<br />
A Companhia Siderúrgica Nacional<br />
(CSN) espera vender 5,2<br />
milhões de toneladas de aço<br />
plano no próximo ano. A empresa<br />
cita como fator determinante<br />
na melhora das perspectivas<br />
de vendas o que considera<br />
um sólido crescimento da de<strong>manda</strong><br />
interna, disse nesta segunda-feira<br />
à Reuters o diretor<br />
comercial da empresa, Luis Fernando<br />
Martínez.<br />
Além disso, a CSN, terceira<br />
maior siderúrgica do <strong>Brasil</strong>, prevê<br />
comercialização de 1 milhão<br />
de toneladas de produtos longos,<br />
após a incorporação de<br />
uma unidade adquirida recentemente<br />
na Alemanha.<br />
“Nossa previsão de crescimento<br />
para o mercado brasileiro<br />
é de por volta de 8% para o<br />
ano que vem”, disse Martínez<br />
US$ 119,60 a tonelada, de<br />
acordo com o Steel Index. No<br />
dia anterior, o preço havia<br />
atingido US$ 120, o maior valor<br />
desde o final de julho.<br />
“Parece que US$ 120 é um nível<br />
muito delicado para siderúrgicas<br />
e os volumes comercializados<br />
foram realmente muito baixos<br />
ante a retomada até aquele<br />
nível visto na semana anterior”,<br />
disse um trader de Xangai.<br />
“Eu acho que algumas siderúrgicas<br />
já compraram carregamentos<br />
suficientes para uma ou<br />
duas semanas de estoque, por isso<br />
não estão com pressa de comprar<br />
novamente. Eu não acredito<br />
que elas queiram ver o minério<br />
perto de US$ 120, porque<br />
elas não querem perder suas<br />
margens atuais.”<br />
Os preços de minério podem<br />
cair cerca de 10% para uma média<br />
de US$ 115 até 2015 uma vez<br />
que o crescimento da China reduz<br />
a marcha, ameaçam reduzir<br />
lucros das mineradoras globais<br />
Vale, Rio Tinto e BHP Billiton,<br />
apontou pesquisa da Reuters. ■<br />
CSN estima vendas de<br />
5,2 milhões de toneladas<br />
A de<strong>manda</strong> interna crescente<br />
é fator citado pela empresa<br />
para alta nas vendas do produto<br />
Felipe Varanda<br />
Siderúrgica prevê mercado<br />
internocomalta de 8%em2013<br />
em conferência da indústria realizada<br />
em Santiago, no Chile.<br />
As vendas da companhia subiriam<br />
em torno de 10%, auxiliadas<br />
pelo aporte de produtos longos,<br />
acrescentou.<br />
Os custos cairiam cerca de 2%<br />
a 3% no próximo ano em relação<br />
a 2012, afirmou o executivo. ■
20 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 21
22 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
EMPRESAS<br />
Divulgação<br />
AERONÁUTICA<br />
Endividada, Hawker Beechcraft<br />
deverá ser assumida por seus credores<br />
A fabricante americana de aviões Hawker Beechcraft Inc. deverá<br />
ser assumida por seus credores após ver naufragar as negociações<br />
para venda de suas operações civis à chinesa Superior Aviation<br />
Beijing Co. O plano agora é transformar as dívidas em participação<br />
acionária. A empresa acumula dívidas que beiram os US$ 2 bilhões.<br />
Hoje, parte do controle da Hawker é do Goldman Sachs.<br />
Serviços puxam<br />
receita bruta da JSL<br />
Murillo Constantino<br />
Companhia apresentou crescimento de 28% no faturamento<br />
bruto de janeiro a setembro deste ano, chegando a R$ 2,46 bi<br />
Age Alessandro<br />
Castelli, da Fibria: venda de ativos florestais menos rentáveis<br />
Fibria reduz dívida para R$ 212<br />
milhões no terceiro trimestre<br />
Contratos com empresas do setor de papel e celulose representaram 10,3% da receita total da JSL<br />
Ana Paula Machado<br />
amachado@brasileconomico.com.br<br />
Divulgação<br />
Denis Marc<br />
Ferrez<br />
Diretor<br />
financeiro,<br />
administrativo e<br />
de relações com<br />
investidores da<br />
JSL Logística<br />
“Os investimentos no aumento<br />
da frota seguem em torno de<br />
70% do total. Isso bate com a<br />
nossa taxa de crescimento”<br />
A JSL Logística apresentou um<br />
aumento de 28% em sua receita<br />
bruta de janeiro a setembro deste<br />
ano, chegando a R$ 2,42 bilhões<br />
ante R$ 1,89 bilhão. Essa<br />
elevação foi impulsionada pelo<br />
faturamento alcançado com a<br />
divisão de serviços dedicados<br />
(feito sob medida para um contratante)<br />
e gestão e terceirização<br />
de frota. Esses dois segmentos<br />
aumentaram no período<br />
42% e 48%, respectivamente.<br />
“Esse volume foi alcançado<br />
por novos contratos em clientes<br />
já consolidados. No período,<br />
não há aumento significativo<br />
em nossa carteira de serviços”,<br />
disse o diretor financeiro, administrativo<br />
e de Relações com Investidores,<br />
Denys Marc Ferrez.<br />
A receita com serviços dedicados<br />
chegou a R$ 1,15 bilhão e<br />
a com Gestão e terceirização outros<br />
R$ 589,7 milhões de janeiro<br />
a setembro deste ano. Esses segmentos<br />
de atuação representaram<br />
54% e 24% do total do faturamento<br />
da companhia no terceiro<br />
trimestre deste ano, chegando<br />
a R$ 428,2 milhões e R$<br />
209,9 milhões, respectivamente,<br />
acrescentou Ferrez.<br />
Olhando por setores de atuação,<br />
Ferrez acrescentou que no<br />
período, os 10 menores apresentaram<br />
um aumento de 13,5 pontos<br />
percentuais na participação<br />
no faturamento bruto da companhia.<br />
Somados esses setores representaram<br />
55,7% ante 42,2%<br />
da receita da JSL.<br />
“Isso mostra o nosso compromisso<br />
em diversificar os nossos<br />
serviços e como focamos o nosso<br />
crescimento”, disse o executivo<br />
acrescentando que a JSL<br />
tem apresentado elevação na receita<br />
em função do baixo crescimento<br />
econômico. “Na crise, as<br />
empresas tendem a se voltar para<br />
o seu negócio e procuram terceirizar<br />
a logística para empresas<br />
especializadas nisso. Crescemos<br />
com a crise”, ressaltou.<br />
Investimento em frota<br />
No acumulado do ano, a JSL diminuiu<br />
os investimentos em renovação<br />
de sua frota e, consequentemente,<br />
a receita advinda<br />
da venda de ativos.<br />
“A idade média de nossos equipamentos<br />
é de 2 anos. É uma frota<br />
nova. Por isso, esperamos<br />
uma melhora do mercado, principalmente<br />
na questão dos financiamentos,<br />
para renovar os nossos<br />
veículos”, disse o executivo.<br />
Entretanto, Ferrez ressaltou<br />
que a JSL continuou a aquisição<br />
de equipamentos para o atendimento<br />
de novos contratos. “Os<br />
investimentos continuaram nesse<br />
ano.” De janeiro a junho, a<br />
companhia destinou R$ 290 milhões<br />
para ampliação e outros<br />
R$ 116 milhões para a renovação<br />
da frota. ■<br />
De<strong>manda</strong> chinesa, venda de<br />
ativos e desvalorização do real<br />
contribuíram para resultado<br />
Juliana Ribeiro<br />
jribeiro@brasileconomico.com.br<br />
Com a política de otimizar operações,<br />
a Fibria aproveitou o terceiro<br />
trimestre do ano para se<br />
desfazer de ativos que não se<br />
mostraram rentáveis à companhia<br />
e reduzir seu endividamento,<br />
que ficou em R$ 212 milhões.<br />
“Esse resultado era esperado,<br />
porque usamos o resultado<br />
da oferta pública de ações para<br />
pagar parte da dívida”, explicou<br />
André Gonçalves gerente<br />
geral de Relações com investidores<br />
da companhia.<br />
No mesmo período do ano<br />
passado, a perda registrada pela<br />
companhia, presidida por<br />
Marcelo Castelli desde julho de<br />
2011, ficou em R$ 1,1 bilhão. A<br />
Fibria concluiu a venda dos ativos<br />
florestais e das terras da Losango,<br />
no Rio Grande do Sul,<br />
para a CMPC Celulose Riograndense<br />
SA por R$ 615 milhões, o<br />
que também surtiu efeito sobre<br />
os resultados.<br />
No mesmo período, a receita<br />
líquida da companhia, que está<br />
entre as maiores produtoras de<br />
papel e celulose do mundo, ficou<br />
em R$ 1,56 bilhão, um aumento<br />
de 7% no resultado, em<br />
comparação ao mesmo período<br />
de 2011. Gonçalves destaca<br />
que nos primeiros nove meses<br />
do ano, a empresa acumulou<br />
R$ 436 milhões de geração de<br />
fluxo de caixa livre. “Esse número<br />
mostra a força de nossa<br />
capacidade operacional e também<br />
de gestão.”<br />
Segundo relatório divulgado<br />
pela companhia, o dólar valorizado<br />
e a retomada da de<strong>manda</strong><br />
EM EQUILÍBRIO<br />
Vendas da Fibria, em milhão<br />
de toneladas<br />
1,5<br />
1,2<br />
1,2<br />
1,3<br />
0,9<br />
0,6<br />
0,3<br />
0,0<br />
3º TRI/2011 3º TRI/2012<br />
RECEITA LÍQUIDA, EM R$ BILHÃO<br />
1,5<br />
1,2<br />
0,9<br />
0,6<br />
0,3<br />
0,0<br />
1,4<br />
3º TRI/2011<br />
Fonte: empresa<br />
1,5<br />
3º TRI/2012<br />
chinesa por celulose surtiram<br />
efeito sobre os resultados. No<br />
período, foram vendidas 1,2 milhão<br />
de toneladas da fibra.<br />
Em contrapartida, a política<br />
de controle de custos da companhia<br />
também permitiu algumas<br />
economias, amenizando a situação<br />
financeira. A redução nos<br />
gastos com a produção de celulose<br />
chegou a R$ 491 por tonelada<br />
no terceiro período, em relação<br />
ao trimestre anterior.<br />
Como parte da estratégia de<br />
crescimento, a empresa anunciou<br />
no início do mês a jointventure<br />
com a norte-americana<br />
Ensyn Corporation, em uma<br />
empreitada para iniciar a produção<br />
de biocombustíveis a partir<br />
de biomassa. A operação incluiu<br />
aquisição de 6% por parte<br />
da Fibria, dos ativos da parceira,<br />
por US$ 20 milhões. ■
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 23<br />
Divulgação<br />
AUTOMÓVEIS<br />
Lexus, da Toyota, se torna montadora oficial<br />
do Madison Square Garden, em Nova York<br />
A Lexus, marca de carros de luxo da japonesa Toyota, assinou contrato<br />
de longo prazo para emprestar seu nome aos camarotes superiores<br />
do estádio novaiorquino Madison Square Garden. Os envolvidos não<br />
divulgaram os valores do patrocínio. Com o acordo, a Lexus torna-se a<br />
montadora oficial do espaço e dos times de basquete New York Knicks<br />
(masculino) e New York Liberty (feminino) e do Rangers (hóquei).<br />
Agronegócio é a nova<br />
aposta da Capgemini<br />
Robert Galbraith/Reuters<br />
Batizada de Crescent for Bioenergy, ferramenta tem como objetivo<br />
elevar fatia no segmento, atualmente de 3% a 4% dos negócios no país<br />
Murillo Constantino<br />
CLIENTELA<br />
Rossi, CEO no <strong>Brasil</strong>: aposta no <strong>Brasil</strong> entre os emergentes<br />
Priscila Dadona<br />
pdadona@brasileconomico.com.br<br />
Para reforçar sua presença no<br />
<strong>Brasil</strong>, após dois anos de sua chegada,<br />
a companhia de serviços<br />
de tecnologia da informação<br />
CPM Braxis Capgemini passa, a<br />
partir de hoje, a adotar apenas o<br />
nome da controladora francesa<br />
Capgemini. Para iniciar esta nova<br />
fase, a empresa anunciou ontem<br />
investimentos de R$ 3 milhões<br />
em solução SAP Cloude<br />
(solução na nuvem) para a área<br />
de agronegócios, batizada de<br />
Crescent for Bioenergy.<br />
“Estamos apostando nessa<br />
ferramenta por que estas empresas<br />
estão crescendo de forma<br />
agressiva no <strong>Brasil</strong>, especialmente<br />
as do setor de açúcar e álcool.<br />
Vamos fechar os primeiros<br />
clientes já neste quarto trimestre”,<br />
garantiu José Luiz Rossi,<br />
CEO da empresa.<br />
Atualmente, o segmento de<br />
agronegócios representa cerca<br />
de 3% a 4% do total de negócios<br />
no país e 1,2% da receita local.<br />
“A ideia é ampliar esta porcentagem”,<br />
diz Rossi, sem detalhar<br />
de quanto deve ser este aumento.<br />
A Capgemini já oferece<br />
soluções ao setor de agronegócios,<br />
mas a novidade, segundo<br />
Rossi, é a solução em nuvem,<br />
em parceria com a SAP.<br />
Já o processo de mudança<br />
do nome ocorre exatamente<br />
dois anos após a francesa Capgemini<br />
estrear no mercado local,<br />
com a aquisição de 55%<br />
do controle da brasileira CPM<br />
Braxis. Atualmente, a CPM Braxis<br />
tem como sócios a Caixa<br />
Econômica Federal (22%), o<br />
Bradesco (20%) e minoritários<br />
( 3%). Na época da assinatura<br />
do contrato ficou definido<br />
que, após três anos, a Capgemini<br />
tem a opção de comprar os<br />
45% restantes.<br />
Desde 2010, a empresa conquistou<br />
seu espaço no <strong>Brasil</strong>. Segundo<br />
Rossi, o market share da<br />
empresa cresceu de 3,4% para<br />
3,6% do mercado de tecnologia<br />
da informação. Além disso, o<br />
número de funcionários cresceu<br />
de 5 mil para 6,7 mil. A companhia<br />
tem unidades em Curitiba,<br />
Porto Alegre e São Paulo e<br />
tem entre seus clientes bancos,<br />
empresas de telefonia e governo.<br />
“Expandimos nossa participações.<br />
É um balanço muito positivo<br />
nestes dois anos no país”.<br />
Atuação da CPM Braxis<br />
por segmento de negócios<br />
Instituições<br />
financeiras<br />
50%<br />
NO BRASIL<br />
3,60%<br />
FATURAMENTO NO MUNDO EM 2011<br />
¤ 9,7 bi<br />
Fonte: CPM Braxis Capgemini<br />
Telecomunicações<br />
20%<br />
Governo<br />
10%<br />
Outros canais<br />
e setores<br />
20%<br />
dentro destes 20%, 3% a 4%<br />
são de agronegócios<br />
Market share<br />
De acordo com o executivo, o<br />
<strong>Brasil</strong> tem uma presença estratégica<br />
para os negócios globais. Tanto<br />
que dos € 9,7 bilhões de receita<br />
no mundo em 2011, 7% são dos<br />
mercados emergentes. “No <strong>Brasil</strong>,<br />
ainda há muita oportunidade<br />
porque o próprio sistema de informação<br />
vai crescer mais”. ■<br />
O presidente-executivo da Microsoft,<br />
Steve Ballmer, disse ontem<br />
que o novo sistema operacional<br />
da companhia lançado<br />
para o público na sexta-feira, o<br />
Windows 8, está sendo vendido<br />
a um ritmo mais rápido do que<br />
sua última versão, o Windows<br />
7. “Estamos acima de onde estávamos<br />
com o Windows 7”, disse<br />
Ballmer em evento de lançamento<br />
de novos celulares que<br />
operam com o software da Microsoft<br />
Windows Phone 8.<br />
O Windows 7 é a versão mais<br />
O iPad Mini wi-fi tinha previsão de entrega no dia 2 de novembro<br />
Apple adia entrega<br />
do iPad Mini<br />
Versão wi-fi chegará<br />
ao consumidor com duas<br />
semanas de atraso<br />
O iPad Mini, da Apple, deverá levar<br />
duas semanas para chegar<br />
ao consumidor que encomendou<br />
seu aparelho pela loja on-line<br />
da companhia, o que sugere<br />
que o produto está temporariamente<br />
esgotado. Os modelos<br />
com acesso à internet via wi-fi<br />
deverão demorar pelo menos 14<br />
dias para serem entregues, enquanto<br />
as demais versões chegarão<br />
“em meados de novembro”,<br />
informa a companhia em<br />
seu site. Quando foi lançado,<br />
em 23 de outubro, o iPad Mini<br />
wi-fi tinha previsão de entrega<br />
no dia 2 de novembro. Os modelos<br />
com chips chegariam ao varejo<br />
“duas semanas depois”.<br />
O tablet de 7,9 polegadas,<br />
que custa entre US$ 329 a US$<br />
659, está numa faixa de preço<br />
que o torna um competidor de<br />
peso para os produtos lançados<br />
pela Amazon.com, Google<br />
e Samsung. De acordo com estimativas<br />
da Canaccord Genuity,<br />
em 2013 a Apple deverá comercializar<br />
101,6 milhões de<br />
iPads. Tal volume consolida o<br />
produto como o líder no segmento,<br />
diz Michael Walkley,<br />
analista da consultoria. O iPad<br />
menor deverá ser um presente<br />
popular de fim de ano e deve<br />
também ganhar a simpatia do<br />
público feminino. No ano que<br />
vem, a Amazon deve alcançar<br />
10,7 milhões em vendas de tablets<br />
e a Samsung, 8,4 milhões<br />
de unidades no ano que vem. ■<br />
Bloomberg<br />
Microsoft lança Windows<br />
Phone para brigar com Android<br />
vendida do Windows até agora,<br />
com mais de 670 milhões de licenças<br />
vendidas nos três anos<br />
desde seu lançamento em 2009.<br />
Ontem, a Microsoft lançou a<br />
versão de software para smartphones,<br />
num esforço para retomar<br />
o mercado perdido para a<br />
Apple e para o Google.<br />
As novas funções incluem rádio<br />
on-line sem intervalos comerciais,<br />
programas de ajudam<br />
consumidores a usar menos dados<br />
de internet via celular e<br />
aplicativos de controle de visualização<br />
de conteúdo.<br />
O Windows Phone 8 proporciona<br />
melhor resolução de imagens<br />
e suporta chips mais velozes.<br />
Hoje, a Microsoft tem apenas<br />
3,5% do mercado de sistemas<br />
operacionais para telefones<br />
celulares - o Android, do<br />
Google, é o líder no segmento,<br />
sendo adotado por dispositivos<br />
de empresas como Samsung,<br />
LG e Motorola.<br />
Os telefones com Windows<br />
Phone devem chegar ao mercado<br />
no mês que vem. ■ Reuters
24 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
EMPRESAS<br />
Kevin Lee/Bloomberg<br />
SIDERURGIA<br />
Chinesa Baoshan investe US$ 1,3 bilhão em<br />
plataforma de extração de gás natural<br />
A Baoshan Iron & Steel Co., maior siderúrgica de capital aberto da<br />
China, vai investir US$ 1,3 bilhão em uma unidade de extração de gás<br />
natural que está sendo construída para um “cliente estratégico”. A<br />
Baoshan possui 12,8% de um projeto de gasoduto que é liderado pela<br />
China National Petroleum Corp., que ligará a região de Xinjiang à<br />
província de Fujian. Bloomberg<br />
Biolab recorre a Prêmio Nobel em<br />
busca de inovação em pesquisas<br />
Laboratório amplia política de parcerias para transformar estudos acadêmicos em produtos comerciais<br />
Gabriel Ferreira<br />
gferreira@brasileconomico.com.br<br />
Os executivos do laboratório farmacêutico<br />
Biolab estão acostumados<br />
a fechar parcerias com<br />
pesquisadores e instituições para<br />
o desenvolvimento de medicamentos.<br />
Tanto, que no seu site<br />
há uma área dedicada ao envio<br />
de projetos e o laboratório foi o<br />
primeiro a fechar uma parceria<br />
com a Fundação de Amparo à<br />
Pesquisa do Estado de São Paulo<br />
(Fapesp) para a escolha de pesquisas<br />
que têm potencial de se tornarem<br />
medicamentos comerciais.“A<br />
pesquisa científica pura<br />
deve ser função da academia e<br />
não da indústria”, afirmou, ao<br />
BRASIL ECONÔMICO, Dante Alario,<br />
cientista chefe e<br />
sócio da Biolab.<br />
A última parceria<br />
deste tipo feita<br />
pela Biolab, porém,<br />
teve um sabor<br />
especial. A empresa<br />
anunciou<br />
ontem que vai<br />
aproveitar as pesquisas<br />
feitas por Ferid Murad,<br />
vencedor do Prêmio Nobel de<br />
Medicina em 1998 (ver texto ao lado),<br />
para desenvolver uma droga<br />
voltada ao tratamento de doenças<br />
intestinais, como diarreia e<br />
síndrome do cólon irritável. “Esse<br />
tipo de parceria me ajuda a<br />
ver minha pesquisa se tornando<br />
algo realmente útil”, afirma Murad.<br />
“Todos os anos, a diarreia<br />
bacteriana atinge 2 bilhões de<br />
pessoas.” Estima-se que essa<br />
doença mate anualmente 1,5 milhão<br />
de crianças em países pobres,<br />
principais vítimas do mal.<br />
Empresa investe<br />
cerca de 10%<br />
da receita anual<br />
em pesquisa e<br />
desenvolvimento<br />
de novas drogas<br />
Chegar a uma parceria com<br />
uma Prêmio Nobel foi um processo<br />
gradual na Biolab. Hoje, a<br />
empresa investe cerca de 10%<br />
de seu faturamento anual em<br />
pesquisa, desenvolvimento e<br />
inovação. Este ano, o orçamento<br />
dessa área deve ultrapassar<br />
os R$ 75 milhões. “Há algum<br />
tempo o percentual era bem menor,<br />
mas fomos subindo gradualmente,<br />
até chegar ao mesmo<br />
nível das maiores farmacêuticas<br />
do mundo”, afirma Alario.<br />
A partir da parceria formalizada<br />
com Murad, a Biolab deve concluir<br />
as pesquisas para o novo medicamento<br />
dentro de dois anos.<br />
“Para que o produto seja comercializado,<br />
ficará faltando apenas<br />
as licenças da Anvisa”, diz Alario.<br />
Com essa aprovação,<br />
a Biolab pretende<br />
iniciar as<br />
vendas da nova<br />
droga não só no<br />
<strong>Brasil</strong>. “Hoje em<br />
dia não faz mais<br />
sentido investir o<br />
tanto que se aplica<br />
em inovação e deixar<br />
o produto restrito a um único<br />
mercado”, afirma o executivo.<br />
A escolha pelo tratamento das<br />
doenças intestinais esteve diretamente<br />
ligado ao potencial desse<br />
mercado. Segundo Alario, as<br />
doenças infecciosas do intestino<br />
representam um mercado global<br />
de US$ 5 bilhões. “A maior parte<br />
deste dinheiro vem dos tratamentos<br />
para colite, que é uma doença<br />
que atinge todas as partes do<br />
mundo, o que não deixa o setor<br />
tão dependente da venda para<br />
países pobres, onde há maior incidência<br />
de diarreia.” ■<br />
Ferid Murad: parceria é oportunidade de fazer com que pesquisa acadêmica receba aplicação prática<br />
Murad: trabalho aplicado em várias frentes<br />
Quando foi premiado, em 1998,<br />
pesquisador estudava efeitos do<br />
óxido nítrico no sistema cardíaco<br />
Desde que recebeu o Prêmio Nobel<br />
da Medicina, em 1998, por<br />
suas pesquisas envolvendo o óxido<br />
nítrico, o biomédico americano<br />
Ferid Murad se viu em uma cansativa<br />
rotina de viagens. “Viajo o<br />
tempo todo, porque tenho parceiros<br />
de pesquisa em várias partes<br />
do globo”, afirma o pesquisador.<br />
A quantidade de viagens está<br />
ligada também à utilidade da pesquisa.<br />
Ao receber o prêmio, Murad<br />
já sabia que o estudo poderia<br />
ter impacto em diversas áreas da<br />
saúde. Mesmo assim, era difícil<br />
imaginar que o alcance fosse tão<br />
grande. “O segredo é saber como<br />
<strong>manda</strong>r a molécula para o lugar<br />
certo do corpo da forma certa”,<br />
diz. Além do tratamento das<br />
Divulgação<br />
doenças intestinais, o óxido nítrico<br />
pode ser usado para tratar problemas<br />
cardíacos - fato que garantiu<br />
o Nobel a Murad - e há pesquisas<br />
que indicam sobre seu<br />
efeito no tratamento de tumores<br />
no cérebro. “Isso ainda está em<br />
pesquisa acadêmica, mas também<br />
temos interesse em fazer as<br />
testes clínicos quando for o momento”,<br />
afirma Dante Alario, do<br />
Biolab. ■ G.F.<br />
Gulfstream projeta alta em vendas de jatos na China<br />
Companhia americana aposta<br />
em leis mais flexíveis de tráfego<br />
aéreo e propriedade de aviões<br />
O mercado de aviões particulares<br />
na China deverá ter uma “explosão”<br />
nas vendas no ano que<br />
vem graças ao abrandamento<br />
das restrições locais sobre o tráfego<br />
aéreo (que deve vigorar a<br />
partir do mês que vem) e também<br />
por conta do ritmo de construções<br />
de aeroportos - são 10<br />
por ano. Por outro lado, de acordo<br />
com o presidente da fabricante<br />
de jatos Gulfstream, Larry<br />
Flynn, as vendas no mercado indiano<br />
estão em declínio. Os outros<br />
países do BRICs, Rússia e<br />
<strong>Brasil</strong>, também observam o mercado<br />
de aviação executiva perder<br />
força por causa da desaceleração<br />
econômica.<br />
De acordo com o executivo, o<br />
apoio oficial da China para a<br />
compra de aviões poderá ajudar<br />
a indústria aeronáutica a se desenvolver<br />
mais rapidamente.<br />
“O país está importando aviões<br />
o mais rápido possível. E vejo<br />
que a tendência continua no<br />
próximo ano”. A empresa produz,<br />
entre outros modelos, o jato<br />
G650, de longo alcance.<br />
“O movimento na Índia está<br />
bastante devagar. As obras de infraestrutura,<br />
como os aeroportos,<br />
estão atrasadas. Além disso,<br />
o processo de importação de<br />
aviões é lento”, disse Flynn.<br />
Mercados emergentes como a<br />
China deverão registrar crescimento<br />
nas compras de jatos<br />
maior do que o desempenho de<br />
mercados tradicionais como Estados<br />
Unidos e Europa, de acordo<br />
com a fabricante de turbinas<br />
Honeywell. Nos próximos cinco<br />
anos, as vendas de jatos vão<br />
crescer 30%. ■ Bloomberg
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 25<br />
Marcela Beltrão<br />
FARMACÊUTICA<br />
Sanofi nega pedido de sindicatos e deve<br />
demitir 900 funcionários na França<br />
A Sanofi, maior farmacêutica da França, não atendeu aos pedidos de<br />
sindicatos que reivindicavam o cancelamento das 900 demissões que a<br />
empresa fará no país. “Os lucros da Sanofi não justificam corte de<br />
custos”, disse um representante dos trabalhadores. A empresa<br />
distribuiu cerca de ¤ 1,5 bilhão em dividendos a acionistas no terceiro<br />
trimestre. A empresa e o sindicato discuitirão novamente no dia 9.<br />
Gol perde passageiros<br />
e participação no país<br />
Queda no volume de pessoas transportadas pela companhia chegou a 4%;<br />
com isso, a empresa obteve fatia de mercado de 33,89% ante 37,89%<br />
Ana Paula Machado<br />
amachado@brasileconomico.com.br<br />
NA DIANTEIRA<br />
Tam lidera participação das aéreas no mercado brasileiro, em %<br />
EMPRESA<br />
TAM<br />
GOL/VRG LINHAS AÉREAS<br />
AZUL<br />
WEBJET<br />
AVIANCA BRASIL<br />
TRIP<br />
PASSAREDO<br />
TOTAL<br />
SETE<br />
NHT<br />
SOL<br />
TEAM<br />
TOTAL<br />
Fonte: Anac<br />
ASSENTO POR<br />
QUILÔMETRO VOADO<br />
2011<br />
40,81<br />
38,22<br />
7,55<br />
5,42<br />
3,23<br />
3,91<br />
0,71<br />
0,06<br />
0,04<br />
0,03<br />
0,01<br />
0,01<br />
100,00<br />
2012<br />
39,54<br />
34,58<br />
9,41<br />
5,54<br />
5,16<br />
5,07<br />
0,56<br />
0,07<br />
0,04<br />
0,02<br />
0,00<br />
0,00<br />
100,00<br />
Companhias aéreas transportaram 7,30% a mais no <strong>Brasil</strong><br />
PASSAGEIRO POR<br />
QUILÔMETRO VOADO<br />
2011<br />
38,26<br />
38,89<br />
9,04<br />
5,60<br />
3,80<br />
3,62<br />
0,66<br />
0,07<br />
0,03<br />
0,02<br />
0,01<br />
0,00<br />
100,00<br />
2012<br />
40,81<br />
33,55<br />
9,70<br />
5,46<br />
5,51<br />
4,36<br />
0,49<br />
0,08<br />
0,04<br />
0,01<br />
0,00<br />
0,00<br />
100,00<br />
Danilo Verpa/Folhapress<br />
A Gol Linhas Aéreas não está<br />
em posição de decolagem, mesmo<br />
com toda a reforma estrutural<br />
que a companhia imprimiu<br />
para tentar sair do vermelho.<br />
Pelos dados da Agência Nacional<br />
de Aviação Civil (Anac), de<br />
janeiro a setembro, a sua participação<br />
no transporte de passageiros<br />
no mercado doméstico caiu<br />
cinco pontos percentuais se<br />
comparado ao mesmo período<br />
de 2011. De acordo com os dados,<br />
ela passou de 37,89% para<br />
33,89%. Dentre as companhias<br />
aéreas, a Gol foi a que mais perdeu<br />
em participação.<br />
“Foi uma opção da companhia<br />
diminuir de tamanho. Tem<br />
horas que só se consegue sair da<br />
crise crescendo, outras não. É o<br />
caso da Gol. Mas, é uma queda<br />
significativa. Agora, temos que<br />
avaliar como o passageiro vai se<br />
comportar quando ela se recuperar.<br />
Será um trabalho árduo<br />
para reconquistá-lo”, disse o<br />
professor da PUC-RS e consultor<br />
de aviação civil, Enio Dexheimer.<br />
A Gol, neste ano reduziu o<br />
seu tamanho para tentar reverter<br />
o prejuízo acumulado no semestre,<br />
de R$ 715, 1 milhões. Entre<br />
as medidas, estava a redução<br />
do número de voos operados<br />
pela companhia. Além disso,<br />
a sua folha de pagamento será<br />
reduzida em pelo menos mil<br />
pessoas até o final deste ano.<br />
Outra que perdeu participação,<br />
mas não tão significativa<br />
como a Gol, foi a Tam Linhas Aéreas.<br />
A líder em transporte aéreo<br />
no país, passou de 41,51%<br />
para 40,16%. Com isso, as pequenas<br />
aérea, que hoje já não<br />
são tão pequenas assim, acumularam<br />
uma participação de<br />
25,96%. Tam e Gol, abocanharam<br />
74,04% do mercado doméstico.<br />
Entre as seis empresas que<br />
apresentaram fatia de mercado<br />
doméstico superior a 1% , Avianca<br />
e Trip registraram o maior<br />
crescimento na participação de<br />
mercado em setembro de 2012<br />
quando comparada com o mesmo<br />
mês de 2011, subindo de<br />
3,80% para 5,51% (crescimento<br />
de 44,94%) e de 3,62% para<br />
4,36% (elevação de 20,58%),<br />
respectivamente.<br />
“Essas companhias estão<br />
mais profissionais. Por isso a disputa<br />
no mercado brasileiro está<br />
tão interessante. Nos últimos<br />
dois, três anos, isso se evidenciou<br />
com a chegada da Azul Linhas<br />
Aéreas no mercado brasileiro.<br />
Em menos de cinco anos,<br />
ela já é a terceira força na aviação<br />
civil.”<br />
Os aviões porém decolaram<br />
com uma taxa de ocupação de<br />
75,57% em setembro de 2012,<br />
contra 68,71% no mesmo mês<br />
de 2011, o que representou uma<br />
melhora de 9,99%. A taxa de<br />
ocupação registrada é a mais alta<br />
para o mês de setembro desde<br />
o início da série em 2000. De<br />
janeiro a setembro de 2012, a taxa<br />
de ocupação cresceu 1,69%,<br />
passando de 70,81% em 2011 para<br />
72,01% em 2012. ■<br />
Fiat deve revisar<br />
projeções para 2014<br />
Montadora divulga resultado<br />
financeiro e pode reduzir<br />
estimativa de vendas globais<br />
O presidente mundial da Fiat,<br />
Sergio Marchionne, estabeleceu<br />
a meta, há dois anos, de vender<br />
6 milhões de carros até 2014,<br />
um objetivo que analistas afirmavam,<br />
na época, ser impossível<br />
de alcançar. Eles estavam<br />
certos. O executivo, que co<strong>manda</strong><br />
a Fiat e a americana Chrysler,<br />
afirmou que vai revisar as<br />
suas projeções e apresentá-las<br />
hoje, durante a divulgação de resultados<br />
do terceiro trimestre.<br />
“Marchionne<br />
estava muito otimista<br />
em 2010”,<br />
disse Giuseppe<br />
Berta, professor<br />
da Bocconi University<br />
em Milão,<br />
que escreveu diversos<br />
livros sobre<br />
a Fiat e fez trabalhos<br />
como historiador da<br />
companhia.<br />
Com a venda de veículos em<br />
declínio na Europa - a maior<br />
queda em mais de 20 anos -, a<br />
Fiat deverá amargar mais de ¤<br />
700 milhões em prejuízos neste<br />
ano. Uma rápida mudança no<br />
destino da empresa poderá exigir<br />
um plano de austeridade que<br />
levará a Fiat a números da era<br />
pré-crise até 2017.<br />
Marchionne, que disse em<br />
abril que poderia reverter o quadro<br />
de perdas na Europa em<br />
dois anos, deverá apresentar números<br />
mais modestos hoje. A<br />
meta de vendas para 2014, incluindo<br />
as marcas Chrysler, Ferrari<br />
e Maserati, poderá cair de ¤<br />
104 bilhões para ¤ 89 bilhões,<br />
de acordo com 13 analistas ouvidos<br />
pela Bloomberg.<br />
A companhia também deve<br />
reduzir em 27%, a sua meta de<br />
venda de carros para os próximos<br />
anos. A consultoria IHS Automotive<br />
prevê que a Fiat venda<br />
4,4 milhões de unidades por<br />
ano em 2014, contra 4,1 milhões<br />
que deverão ser comercializadas<br />
neste ano. NA<br />
Europa, entretanto,<br />
a perspectiva<br />
ainda é de queda<br />
- a empresa deve<br />
vender 917 mil<br />
unidades, uma<br />
queda de 1,4% sobre<br />
as projeções<br />
anteriores. Na<br />
América do Norte, o desempenho<br />
será 6,2% maior, para 2 milhões<br />
de unidades.<br />
A Fiat, que não quis comentar<br />
as projeções de analistas,<br />
não está sofrendo sozinha na Europa.<br />
O governo francês teve<br />
que dar apoio à PSA Peugeot Citroën<br />
no valor de ¤ 7 bilhões para<br />
garantir sobrevida à montadora.<br />
Na semana passada, a americana<br />
Ford anunciou o fim das<br />
atividades de três fábricas na região.<br />
■ Reuters<br />
Honda prevê lucro<br />
menor este ano<br />
Montadora sofre com<br />
boicote chinês aos produtos<br />
de origem japonesa<br />
Montadora previa<br />
comercializar 6<br />
milhões de carros<br />
por ano até 2014,<br />
plano arruinado<br />
por crise europeia<br />
A Honda cortou sua previsão de<br />
lucro líquido anual em 20%, para<br />
US$ 4,7 bilhões, depois de as<br />
vendas na China terem sido<br />
atingidas por uma reação popular<br />
contra produtos japoneses, e<br />
alertou que o maior mercado de<br />
automóveis do mundo pode<br />
não se recuperar até fevereiro.<br />
O corte torna provável que montadoras<br />
japonesas rivais como<br />
Nissan e Toyota vão seguir o<br />
exemplo da Honda quando divulgarem<br />
seus lucros na próxima<br />
semana. A de<strong>manda</strong> por carros<br />
da Honda, Toyota e Nissan<br />
na China caiu em setembro à<br />
medida que os ânimos foram<br />
exaltados na disputa territorial,<br />
com concorrentes como a sulcoreana<br />
Hyundai e a alemã<br />
BMW aumentando suas participações<br />
de mercado. As vendas<br />
da Honda e sua joint venture na<br />
China caíram 40,5% no mês passado.<br />
A China é o segundo<br />
maior mercado da Honda, após<br />
os Estados Unidos, respondendo<br />
por 17% das vendas de 2011.<br />
A empresa teve lucro líquido de<br />
julho a setembro de US$ 1,03 bilhão,<br />
alta de 36,1%. ■ Reuters
26 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
EMPRESAS<br />
Divulgação<br />
AQUISIÇÃO<br />
Clean Harbors pagará US$ 1,25 bilhão<br />
pela empresa de reciclagem Safety-Kleen<br />
A empresa de tratamento de lixo Clean Harbors vai comprar a companhia<br />
privada Safety-Kleen, que recicla óleo usado, por US$ 1,25 bilhão,<br />
buscando se beneficiar da crescente de<strong>manda</strong> por esse tipo de produto.<br />
A Safety-Kleen — que fornece serviços ambientais para automóveis de<br />
corrida, incluindo os da Nascar — tinha retomado seu plano de fazer<br />
uma oferta inicial de ações para levantar até US$ 400 milhões. Reuters<br />
ENTREVISTA ALESSANDRO BONORINO Vice-presidente da IBM<br />
“Alguém sempre vai fazer melhor<br />
e mais barato em algum lugar”<br />
Para o executivo, que acaba de voltar de temporada de dois anos na China, sede da IBM para mercados<br />
emergentes, falta ao <strong>Brasil</strong> ambição e planejamento com relação à qualificação de profissionais<br />
Mayara Teixeira<br />
www.ig.com<br />
Alessandro Bonorino acaba de<br />
voltar de uma temporada de dois<br />
anos na China, sede da IBM para<br />
mercados emergentes. Ao conhecer<br />
mais de perto o mercado asiático,<br />
sua visão do <strong>Brasil</strong> mudou:<br />
“Quando estamos aqui, temos a<br />
impressão de que o país está crescendo,<br />
e de fato está melhorando”,<br />
diz ele. “Mas não de maneira<br />
suficiente”. A pouca qualificação,<br />
somada aos altos encargos e<br />
à falta de objetivos estabelecidos<br />
pelo governo para o longo prazo<br />
criam alguns dos principais gargalos<br />
para nosso crescimento,<br />
acredita. “Nós ficamos o tempo<br />
inteiro, consistentemente reagindo”,<br />
afirma. “Estamos resolvendo<br />
problemas ao invés de pensar<br />
em projeções para o futuro”. Confira<br />
os principais trechos da entrevista<br />
concedida ao iG.<br />
Um trabalhador brasileiro dedica<br />
mais horas ao trabalho do que a<br />
população da maioria dos países<br />
ricos. Em contrapartida, produz<br />
pouco mais de 20% da riqueza<br />
gerada por um americano ao<br />
ano. Por que a produtividade é<br />
tão baixa? O que nos falta?<br />
Temos problemas de infraestrutura,<br />
investimento e educação. É difícil<br />
comparar força de trabalho,<br />
porque depende do setor e de<br />
uma série de outros fatores. O <strong>Brasil</strong><br />
está chegando a um gargalo crítico<br />
na educação. Em comparação<br />
com a Ásia, estamos atrás na<br />
maioria dos índices internacionais.<br />
A Coreia, por exemplo, está<br />
se transformando com foco em<br />
inovação, com marcas multinacionais<br />
de sucesso e tudo isso passa<br />
pelo investimento pesado em educação.<br />
O progresso da Índia nos últimos<br />
anos também tem o mesmo<br />
motivo. Hoje, a Índia é um centro<br />
de serviço para grande parte das<br />
empresas multinacionais. Não só<br />
porque a população é enorme, ou<br />
porque o custo da mão de obra é<br />
baixo, mas porque tem o foco em<br />
desenvolver pessoas, especialmente<br />
em tecnologia.<br />
Bonorino: <strong>Brasil</strong> está chegando a um gargalo crítico na educação e isso se reflete no mercado<br />
“<br />
Por sobrevivência, a<br />
empresa hoje não só<br />
treina o funcionário,<br />
mas o mercado<br />
influencia a academia<br />
e todo o ecossistema<br />
educacional<br />
O trabalhador brasileiro<br />
custa caro?<br />
O trabalhador brasileiro não tem<br />
formação, mas ganha um salário<br />
de um trabalhador com formação,<br />
é relativamente caro. Quando<br />
eu saí do <strong>Brasil</strong>, o déficit de<br />
população formada em tecnologia<br />
da informação era de 100<br />
mil, segundo a Associação <strong>Brasil</strong>eira<br />
de Empresas de Tecnologia<br />
da Informação e Comunicação<br />
(Brasscom). São números assustadores,<br />
você olha e pensa “como<br />
mudar essa situação?”. A<br />
combinação de falta de escolaridade<br />
e elevados encargos sociais<br />
aumenta o custo da mão de obra<br />
de forma desproporcional, o que<br />
faz com que se perca competitividade.<br />
Não é só o custo de infraestrutura,<br />
o custo <strong>Brasil</strong>, mas o custo<br />
de nossa mão de obra fica descompassado.<br />
Isso traz problemas<br />
de competitividade internacional,<br />
porque tem sempre alguém<br />
que vai fazer melhor e<br />
mais barato em algum lugar. Ao<br />
invés de comprar o produto brasileiro<br />
você pode comprar da<br />
China, do Vietnã.<br />
Depois de sua experiência na<br />
Ásia, o sr. consegue fazer uma<br />
comparação entre o <strong>Brasil</strong> e<br />
outros mercados emergentes?<br />
Você vê que eles partiram de padrões<br />
até inferiores aos que existiam<br />
no <strong>Brasil</strong> em décadas passadas,<br />
e fica um pouco decepcionado.<br />
O <strong>Brasil</strong> está melhorando,<br />
mas não o suficiente, poderia melhorar<br />
mais. Na Malásia, criou-se<br />
uma agência com membros do<br />
governo e do empresariado que<br />
Divulgação<br />
discutem estrategicamente como<br />
formar talentos para o país alcançar<br />
padrões desenvolvidos até<br />
2020. Fiquei até chateado quando<br />
saí de lá, porque apesar da minha<br />
posição mundial na empresa,<br />
sou brasileiro. E por que não<br />
temos um plano estratégico assim<br />
no <strong>Brasil</strong>, por que não temos<br />
uma visão em longo prazo? Nós ficamos<br />
o tempo inteiro, consistentemente<br />
reagindo. Estamos resolvendo<br />
problemas ao invés de pensar<br />
em projeções para o futuro.<br />
Temos visões, mas falta ambição,<br />
somos uma das maiores economias<br />
do mundo e não fazemos nada<br />
para manter essa posição e<br />
nosso lugar de destaque.<br />
Na falta de uma visão clara a<br />
longo prazo do Estado, cabe às<br />
empresas ter esse objetivo e<br />
treinar seus funcionários?<br />
Isso acaba sendo uma necessidade<br />
de sobrevivência. Não só treinando<br />
seus funcionários, mas ajudando<br />
a treinar o mercado, influenciando<br />
a academia e o ecossistema<br />
educacional. Aqui no <strong>Brasil</strong>,<br />
a IBM tem parcerias educacionais<br />
com escolas técnicas, com<br />
universidades e faculdades. Existe<br />
um trabalho em conjunto com<br />
instituições de ensino, além do foco<br />
interno no desenvolvimento<br />
dos profissionais. Não é possível<br />
continuar crescendo sem investimentos<br />
e recursos necessários para<br />
dar suporte à visão estratégica.<br />
Em outros países, a parceria<br />
com instituições de ensino não é<br />
necessária?<br />
Esse trabalho é necessário mundialmente.<br />
O governo e as instituições<br />
de ensino têm de estar<br />
juntos. Mas, o <strong>Brasil</strong> precisa mais<br />
e tem mais por fazer. A visão educacional<br />
e do desenvolvimento<br />
organizacional brasileiros progrediu,<br />
não podemos negar isso,<br />
mas ainda está aquém do que poderia<br />
ser. Esse é um dos potenciais<br />
gargalos que pode levar o<br />
<strong>Brasil</strong> a uma desaceleração. Estamos<br />
quase no pleno emprego,<br />
com apenas 6% da nossa população<br />
desempregada. Não dá mais<br />
para compensar o problema incorporando<br />
gente à produção,<br />
precisamos acelerar nossa produtividade<br />
de maneira sustentada.<br />
Esses profissionais não<br />
estão capacitados, mas<br />
estão empregados. Como<br />
explicar isso?<br />
As empresas têm de desenvolvêlos.<br />
Agora é preciso preparar os<br />
funcionários quando eles entram<br />
na empresa. A IBM, por exemplo,<br />
tem muito investimento nisso, o<br />
que aumenta indiretamente o<br />
custo da mão de obra. As pessoas<br />
podiam estar mais prontas, sem<br />
dúvida nenhuma.<br />
A falta de investimento em<br />
educação resulta em menor<br />
potencial de inovação nos<br />
brasileiros?<br />
Aqui surge inovação, temos produção<br />
de tecnologia e profissionais<br />
muito capacitados. O brasileiro<br />
tem a característica de inovar,<br />
de sobreviver em um ambiente<br />
com dificuldades. ■
ENCONTRO DE CONTAS<br />
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 27<br />
12%<br />
é o crescimento esperado pela<br />
rede Bob’s para sua linha de<br />
gelados com a introdução<br />
do sabor goiaba em produtos<br />
como milk shake e sundae.<br />
FÁBIO SUZUKI<br />
encontrodecontas@brasileconomico.com.br<br />
Novo raio X de malas<br />
Alessandro Fadini/Divulgação<br />
GIRO RÁPIDO<br />
Pela necessidade em aumentar a segurança e acelerar<br />
o fluxo de pessoas durante os grandes eventos<br />
esportivos, os aeroportos brasileiros irão introduzir<br />
nos próximos meses um novo aparelho no sistema de<br />
triagem das bagagens. Denominado HI-SCAN 10080<br />
XCT, o aparelho elevará de 1 mil para 1,8 mil malas<br />
escaneadas por hora e fará a separação de itens<br />
suspeitos sem a presença humana. Aeroportos<br />
privados como os de Guarulhos, Brasília e Campinas<br />
devem ser os primeiros a adotar o equipamento.<br />
“Durante a Copa, serão 30 vezes mais pessoas que o<br />
normal e há a necessidade de uma melhor gestão na<br />
capacidade dos aeroportos”, diz Danilo Dias, CEO da<br />
Smiths Detection, fabricante do novo produto.<br />
Segundo ele, 4% das malas são extraviadas<br />
atualmente em todo o mundo.<br />
DaniloDias,daSmithsDetection:<br />
maissegurançaeeficiência<br />
Portfólio reforçado<br />
A importadora Vinho Sul reforça sua carta de vinhos<br />
com os acordos firmados com produtores dos Estados<br />
Unidos e Nova Zelândia, países que não faziam parte<br />
de seu portfólio. Com a iniciativa, a empresa espera<br />
aumentar em 60% as vendas até o final do ano.<br />
Males do trabalho<br />
O peso da saúde sobre a folha de pagamento das<br />
empresas passou de 4% para 8% nos últimos 20<br />
anos, segundo a AxisMed, especializada em medicina<br />
preventiva. A doença mais comumno ambiente<br />
de trabalho é a hipertensão, com 14% dos casos.<br />
FRASE<br />
“Há a possibilidade de a<br />
primeira equipe coreana<br />
unida competir em<br />
conjunto no evento”<br />
Ban Ki-moon<br />
Secretário-geral da ONU, sobre a<br />
participação conjunta das Coreias<br />
do Norte e do Sul nos Jogos<br />
Mundiais Universitários, em 2015.<br />
Divulgação<br />
Gestão de clubes de futebol é ruim para 52% dos profissionais<br />
Apesar da melhora na administração dos clubes de futebol do país, mais da metade dos<br />
profissionais que trabalham na área (52%) ainda classificam a gestão dos times brasileiros<br />
como ruim. Os principais pontos negativos citados foram a política dos clubes (44%) e a<br />
qualidade dos profissionais envolvidos (31%). Os dados são resultado da pesquisa feita durante<br />
o seminário “O Futuro dos clubes brasileiros”, que ocorreu em setembro, em São Paulo.<br />
Negócios no sambódromo<br />
Com cotas que variam de R$ 50 a R$ 600 mil, o<br />
Camarote Show Bar Brahma, no Anhembi, em São<br />
Paulo, espera arrecadar R$ 1,6 milhão em patrocínio<br />
para o Carnaval 2013. Em sua 13ª edição, o espaço<br />
receberá cerca de 4 mil pessoas por dia de folia.<br />
Pearson faz acordo<br />
na área editorial<br />
Joint venture com alemã<br />
Bertlesmann cria a maior editora<br />
do mundo, à frente da News Corp<br />
O grupo britânico de educação<br />
e editoração Pearson firmou<br />
acordo para unir sua divisão de<br />
livros Penguin à Random House,<br />
da alemã Bertlesmann , dando<br />
origem ao maior grupo editorial<br />
de produtos ao consumidor<br />
do mundo, deixando para<br />
trás a News Corp, de Rupert<br />
Murdoch.<br />
A confirmação do acordo<br />
ocorreu um dia após o Sunday<br />
Times, pertencente a Murdoch,<br />
Marjorie Scardino,<br />
presidente da Pearson<br />
Divulgação<br />
publicar que a News Corp poderia<br />
fazer uma oferta direta pela<br />
Penguin Books.<br />
A Pearson afirmou que a joint<br />
venture será denominada Penguin<br />
Random House, sendo que<br />
a Bertlesmann ficará com 53%<br />
e a Pearson, com o restante.<br />
Nenhuma das partes poderá<br />
vender qualquer participação<br />
detida na joint venture durante<br />
três anos pelo acordo entre<br />
as partes.<br />
Analistas apontaram que entraves<br />
regulatórios poderiam complicar<br />
a fusão, mas, com uma participação<br />
de mercado conjunta<br />
estimada em 25% nos Estados<br />
Unidos e na Grã-Bretanha, o negócio<br />
pode seguir adiante.<br />
Os grupos informaram que a<br />
joint venture ajudará ambos a se<br />
adaptarem às rápidas mudanças<br />
no mercado de livros, que vem<br />
sendo transformado pelo avanço<br />
dos livros digitais (ebooks) e<br />
aumento da concorrência por<br />
preços nos supermercados.<br />
“Juntos, os dois grupos poderão<br />
dividir uma grande parte<br />
dos custos, investir mais em autores<br />
e clubes de leitura e ser<br />
mais aventureiros para testar<br />
novos modelos neste universo<br />
emocionante e de rápida evolução<br />
dos livros digitais e leitores<br />
digitais”, afirmou a presidenteexecutiva<br />
da Pearson, Marjorie<br />
Scardino. ■ Reuters<br />
“ARGO” LIDERA BILHETERIAS NOS ESTADOS UNIDOS E CANADÁ<br />
Divulgação<br />
O aclamado drama passado no Irã “Argo” liderou as bilheterias neste final de semana<br />
nos Estados Unidos e Canadá, arrecadando US$ 12,4 milhões. “Argo”,dirigido<br />
e estrelado por Ben Affleck, desbancou a ficção científica “Cloud Atlas”,<br />
que também ficou atrás da animação “Hotel Transilvânia”, de apelo especial<br />
na época do Dia das Bruxas. “Cloud Atlas”, estrelado por Tom Hanks e Halle Berry,<br />
rendeu US$ 9,4 milhões de sexta a domingo, e “Hotel Transilvânia” fez US$ 9,5<br />
milhões, de acordo com estimativas dos estúdios. “Argo” subiu para o topo do<br />
ranking depois de duas semanas na segunda colocação, ajudado pelas resenhas<br />
entusiasmadas e pelas plateias que elogiam a história de uma missão para resgatar<br />
empregados do governo dos EUA no Irã em 1979, ano da Revolução Islâmica.
28 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012
CRIATIVIDADE & MÍDIA<br />
Editado por: Rachel Cardoso criatividade@brasileconomico.com.br<br />
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 29<br />
R$80<br />
milhões<br />
é a verba total que a Petrobras<br />
Distribuidora (BR) tem para a<br />
nova agência de publicidade.<br />
Após cinco anos com a Master<br />
Roma Waiteman e Quê, a estatal<br />
receberá propostas para contrato<br />
de um ano, com possibilidade de<br />
renovação anual por até cinco<br />
exercícios. O prazo para entrega<br />
termina em 29 de novembro.<br />
CEO mundial da Leo Burnett<br />
põe <strong>Brasil</strong> no foco da estratégia<br />
Carolina Marcelino<br />
cmarcelino@brasileconomico.com.br<br />
Com o <strong>Brasil</strong> no centro de suas<br />
negociações, a Leo Burnett Tailor<br />
Made reuniu os 10 principais executivos<br />
da rede em São Paulo, para<br />
definir nesta semana as diretrizes<br />
do grupo para 2013. Com 96<br />
escritórios espalhados pelo mundo,<br />
a agência pretende se tornar<br />
a número 1, traçando uma estratégia<br />
de marketing na qual seus<br />
clientes passam a lidar com pessoas<br />
e não com consumidores.<br />
“Queremos que as nossas<br />
marcas tenham um diálogo permanente<br />
com seus clientes”, disse<br />
o Chairman e CEO da Leo Burnett<br />
Worldwide, Tom Bernardin<br />
(à esq.). Ele destaca que o <strong>Brasil</strong><br />
está em destaque por conta das<br />
ideias criativas que tem exportado<br />
para o mundo. “Além disso,<br />
as Olimpíadas e a Copa do Mundo<br />
tornam o país muito importante<br />
em termos de negócios”,<br />
afirmou Bernardin.<br />
Para o Chief Creative Office da<br />
Leo Burnett Worldwide, Mark<br />
Tutssel, o foco do sucesso está<br />
no conceito dos 4Ps — Pessoas,<br />
PARA LEMBRAR<br />
Araldite uniu Pepsi e Coca-Cola<br />
Em 1989, a Standard, Ogilvy & Mather — atual Ogilvy<br />
<strong>Brasil</strong> — desenvolveu para a Araldite um comercial<br />
batizado de “Latas”. Com fundo negro e uma forte<br />
batida de escola de samba como trilha, o filme mostrava<br />
latas de Pepsi e Coca-Cola se aproximando até que<br />
Araldite era aplicada e as duas ficavam grudadas.<br />
O slogan utilizado foi “Araldite cola até o que parece<br />
impossível”. A peça fez sucesso em Cannes e ganhou o<br />
Leão de Ouro. O projeto foi abortado logo depois, pois<br />
uma nova versão do produto dependia de uma seringa<br />
importada da Europa, que inviabilizou a venda no <strong>Brasil</strong>.<br />
Propósito, Participação e Popularidade.<br />
“As pessoas buscam<br />
transparência na marca. Nesse<br />
caminho, queremos que nossos<br />
clientes se tornem necessários<br />
na vida das pessoas”.<br />
Aqui no <strong>Brasil</strong>, os criativos citaram<br />
as contas da Procter &<br />
Gamble e da Fiat como exemplos<br />
de grandes trabalhos desenvolvidos<br />
por eles. “A estratégia<br />
traçada para a Fiat a tornou referência<br />
no setor de carros. Do<br />
mesmo jeito que a Coca-Cola é<br />
para bebidas e Mc Donald’s é para<br />
comida”, completou.<br />
Além da reunião com os principais<br />
líderes da agência, Tom<br />
Bernardin e Mark Tutssel lançaram<br />
a versão brasileira do livro<br />
“HumanKind”, que mostra os<br />
principais cases desenvolvidos<br />
pelo grupo e os conceitos utilizados<br />
em cada um. ■<br />
NO MUNDO DIGITAL<br />
L’Oréal debate tecnologia<br />
em prol da beleza no RJ<br />
O diretor de Pesquisa e Inovação<br />
da L'Oréal <strong>Brasil</strong>, Blaise Didillon,<br />
participa, hoje, no RJ, do IV<br />
Encontro Internacional COPPEAD<br />
de Comportamento do<br />
Consumidor. O executivo falará<br />
sobre a tecnologia a serviço da<br />
beleza. Também estarão lá<br />
executivos da FIAT, IBM e Ibope.<br />
Tequila José Cuervo<br />
estreia filme no <strong>Brasil</strong><br />
Microsoft faz ação global<br />
para lançar Windows 8<br />
Skoland reúne conteúdo em único ambiente<br />
A Skol lançou uma plataforma<br />
que irá reunir todo o conteúdo<br />
digital — presente hoje<br />
nas redes sociais — em um<br />
único ambiente. Batizada<br />
“Skoland”, a plataforma<br />
oferece ainda a Rádio<br />
Skol 2.0, que permite a seleção<br />
de playlist e o Serviço de<br />
Atendimento ao Churrasqueiro<br />
(SAC), com dicas de organização para um churrasco.<br />
Criado pela F/Nazca Saatchi & Saatchi e produzido pela Hive,<br />
o projeto levou cerca de um ano para ser finalizado.<br />
VAIVÉM<br />
MAURICIO PALERMO<br />
Vice-presidente de publicidade<br />
da Viacom <strong>Brasil</strong><br />
A Tequila José Cuervo lançou<br />
a campanha “Quem tá dentro?”.<br />
O conceito ganhou pela primeira<br />
vez no <strong>Brasil</strong>, um filme para a TV,<br />
além de ações de on e off trade.<br />
O plano de mídia foi assinado pela<br />
Casa de Darwin. O filme nacional,<br />
com dublagem em portunhol,<br />
passará na TV fechada.<br />
A JWT <strong>Brasil</strong> e a Wunderman<br />
assinam a campanha global que<br />
marca o lançamento do novo<br />
sistema operacional da Microsoft,<br />
o Windows 8. Ao todo, foram<br />
criados oito filmes, que poderão<br />
ser escolhidos para veiculação<br />
de acordo com cada região.<br />
●<br />
A Viacom <strong>Brasil</strong> anuncia<br />
➤<br />
a chegada de Maurício<br />
Palermo para assumir o cargo de<br />
vice-presidente de publicidade.<br />
Graduado em Publicidade<br />
e Propaganda pela FAAP e<br />
pós-graduado em Marketing pela<br />
ESPM, Palermo atua há 32 anos<br />
na área comercial. Ele será<br />
responsável pela implementação<br />
do novo plano de atuação da<br />
empresa no mercado brasileiro.<br />
Entre os seus desafios está<br />
a renovação do “Meus Prêmios<br />
Nick”, que esse ano atingiu a<br />
marca de 33 milhões de votos.<br />
COM A PALAVRA...<br />
...MARCELLO URSINI<br />
Fotos: divulgação<br />
Sócio-fundador da YouCreate<br />
Qual é o foco da YouCreate?<br />
Que tipo de ação é<br />
desenvolvida pela empresa?<br />
O YouCreate é um modelo<br />
inovador de agência colaborativa<br />
que utiliza uma rede social de<br />
talentos criativos do <strong>Brasil</strong> e do<br />
mundo para desenvolver serviços<br />
de Design Gráfico, Comunicação,<br />
Promoção, Webdesign,<br />
Midia e Consultoria. Nosso foco<br />
são empresas ou marcas que<br />
buscam qualidade criativa com<br />
reduções significativas de custos.<br />
O YouCreate trabalha com<br />
empresas interessadas em<br />
patrocinar concorrências<br />
criativas lançadas em seu site.<br />
Explique o conceito de<br />
crowdsourcing. E qual a<br />
importância deste tipo de<br />
marketing nos dias de hoje?<br />
O crowdsourcing é uma grande<br />
tendência mundial e tem sido<br />
utilizado por pequenas e médias<br />
empresas como oportunidade<br />
de acessar conteúdo criativo<br />
profissional a baixo custo.<br />
No YouCreate, o cliente recebe<br />
cerca de 100 opções de trabalhos<br />
num prazo de 10 dias, reduzindo<br />
os custos de criação em até 90%.<br />
Caso não fique satisfeito com<br />
os trabalhos, recebe o dinheiro<br />
de volta. Já para as grandes<br />
marcas as principais vantagens<br />
do crowdsourcing são as criações<br />
de conexão direta, emocional e<br />
engajadora com os consumidores,<br />
geração de melhores<br />
ideias, insights inovadores<br />
e caminhos criativos, conteúdo<br />
viral, diminuição de custos<br />
Fale um pouco de uma<br />
ação feita por vocês.<br />
Para o Cinemark, por exemplo,<br />
nós desenvolvemos um projeto de<br />
criação de vídeos colaborativos<br />
para divulgar as novas salas<br />
Cinemark XD (Extreme Digital).<br />
Foram criados, então, dezenas de<br />
vídeos e o vencedor além de<br />
faturar um prêmio em dinheiro,<br />
será veiculado nas salas<br />
Cinemark XD de todo o <strong>Brasil</strong><br />
antes dos filmes principais.<br />
Carolina Marcelino
30 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
MODA E LUXO<br />
Chanel convoca Brad Pitt para<br />
impulsionar vendas do Nº 5<br />
Estratégia da grife francesa é deixar homens “à vontade” para comprar perfumes para presentear no Natal<br />
Cotten Timberlake e Andrew<br />
Roberts, Bloomberg<br />
Um vídeo da campanha do perfume<br />
Chanel Nº 5 em que o astro<br />
Brad Pitt declama um monólogo<br />
sobre o significado de atemporalidade<br />
dividiu o mundo da<br />
moda. É pretensioso demais ou<br />
a essência da grife? Em um ponto,<br />
os especialistas concordam:<br />
colocar em evidência a fragrância<br />
feminina — especialmente<br />
entre os rapazes que apreciam a<br />
mulher de Pitt, Angelina Jolie -<br />
provavelmente fará explodir as<br />
vendas do produto mais conhecido<br />
da grife francesa.<br />
O comercial, rodado em preto<br />
e branco, foi lançado há menos<br />
de um mês e se tornou um<br />
viral, com quase cinco milhões<br />
de visualizações no You-<br />
Tube. A campanha “atinge um<br />
consumidor que não tem em<br />
mente, necessariamente, o<br />
Chanel Nº 5”, disse Jane Kellock,<br />
editora de produto da consultoria<br />
Stylus, em Londres. A<br />
fragrância representa “algo<br />
que as mulheres conhecem e<br />
os homens, não”.<br />
As campanhas de fim de ano<br />
são cruciais para as marcas de<br />
luxo. Perfumes estão entre os<br />
mais procurados presentes em<br />
redes como a Macy's, em Nova<br />
York, como a Le Bon Marché,<br />
em Paris, e são um segmento<br />
de varejo altamente dependente<br />
das vendas de novembro e<br />
dezembro.<br />
A escolha por Pitt, 48 anos,<br />
“serve para deixar os homens<br />
mais confortáveis diante de um<br />
balcão de perfumes”, disse Andrew<br />
Sacks, dono da agência de<br />
publicidade que leva seu nome,<br />
em Nova York. “A campanha<br />
dá confiança ao homem que deseja<br />
presentear uma mulher<br />
com fragrâncias”.<br />
O diretor do filme Joe Wright,<br />
conhecido pelos filmes<br />
“Orgulho e Preconceito”, “Desejo<br />
e Reparação” e que finaliza<br />
o longa “Anna Karenina”, já<br />
filmou diversas campanhas do<br />
Chanel Nº 5, incluindo a peça<br />
estrelada por Pitt. “O comercial<br />
captura memórias, pensamentos<br />
e sonhos de um homem<br />
seduzido pela fragrância”,<br />
disse em nota a Chanel.<br />
Fotos: divulgação<br />
Brad Pitt: cachê de US$ 7 milhões para ser o garoto-propaganda do perfume mais famoso do mundo<br />
Quarta grife mais<br />
valiosa do mundo, a<br />
Chanel está avaliada<br />
em US$ 6,68 bilhões,<br />
de acordo com<br />
estudo da Brandz<br />
Pitt recebeu US$ 7 milhões de<br />
cachê para estrelar a propaganda.<br />
A empresa deve gastar cerca<br />
de US$ 10 milhões em anúncios<br />
só nos Estados Unidos, de<br />
acordo com a Women's Wear<br />
Daily, citando fontes de mercado.<br />
A Chanel não quis comentar<br />
o assunto.<br />
A Chanel não divulga informações<br />
financeiras. Ela está na<br />
quarta colocação entre as mais<br />
valiosas marcas de luxo do mundo,<br />
com valor de US$ 6,68 bilhões,<br />
de acordo com o estudo<br />
Millward Brown Optimor, feito<br />
pela BrandZ em maio.<br />
Enquanto a Chanel, que dedica<br />
praticamente toda sua linha<br />
de produtos para o público feminino,<br />
é aplaudida por uma parte<br />
do mercado, há outra corrente<br />
que torceu o nariz para a iniciativa.<br />
"Estou surpreso pelo visual<br />
sem o menor apelo e como deixaram<br />
o ator tão desgrenhado",<br />
disse José Bandujo, presidente<br />
da Bandujo Advertising & Design<br />
em Nova York. "Provavelmente<br />
foi uma tentativa de tentar<br />
soar diferente, mas não se<br />
ajustou à sofisticação e elegância<br />
da marca".<br />
O monólogo de Pitt, que encerra<br />
o comercial dizendo que o<br />
perfume é "inevitável" , não foi<br />
bem compreendido por uma<br />
parcela do público. "O discurso<br />
não tem nenhuma relevância<br />
para o produto”. disse Tom Julian,<br />
especialista em marcas.<br />
Chanel Nº 5 é o perfume mais<br />
famoso do mundo e começou a<br />
ser comercializado em 1921. Coco<br />
Chanel encomendou ao perfumista<br />
Ernest Beaux uma fragrância<br />
que refletisse sua “filosofia moderna<br />
de moda”. O 5 era considerado<br />
seu número<br />
de sorte<br />
e foi a quinta<br />
amostra,<br />
apresentada<br />
no<br />
quinto dia<br />
do mês de<br />
maio, a se<br />
tornar um<br />
ícone. ■<br />
Lam Yik Fei/Bloomberg<br />
Oliver Bunic/Bloomberg<br />
Receita da PPR, dona da Gucci e<br />
da Puma, atinge ¤ 2,56 bilhões<br />
Gucci permanece em alta<br />
Puma registra vendas fracas<br />
Grifes de luxo compensam<br />
desempenho ruim das marcas<br />
esportivas Puma e Volcom<br />
A alta de<strong>manda</strong> por bolsas e outros<br />
acessórios de couro da Gucci<br />
e da Bottega Veneta turbinaram<br />
em 16% as vendas trimestrais<br />
da PPR, holding de marcas<br />
de luxo e de lifestyle. A receita<br />
das operações continuadas da<br />
companhia cresceu de ¤ 2,2 bilhões<br />
para ¤ 2,56 bilhões.<br />
A Gucci, grife de maior faturamento<br />
da PPR, teve uma alta de<br />
7% nas vendas. Já a Bottega Veneta<br />
cresceu 21% e a Yves Saint<br />
Laurent, 27%. O desempenho fez<br />
a companhia reafirmar seu otimismo<br />
com as vendas do quarto<br />
trimestre. A abertura de mais<br />
pontos de vendas também devem<br />
ajudar a ampliar os números<br />
da companhia nos últimos<br />
três meses do ano.<br />
Desempenho aquém das expectativas<br />
foi observado no segmento<br />
de lifestyle (que reúne<br />
as marcas de artigos esportivos).<br />
A Volcom, voltada ao público<br />
de surfe e skate, atrasou as<br />
entregas de encomendas aos varejistas.<br />
A recuperação do caixa<br />
das grifes esportivas deve vir<br />
no quarto trimestre, de acordo<br />
com o diretor financeiro da companhia,<br />
Jean-Marc Duplaix. A<br />
PPR também registrou resultado<br />
ruim da Puma. ■
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 31<br />
O colorido fim de ano da Chandon<br />
A Chandon lançou na semana passada a Chandon Collection, uma<br />
edição limitada para celebrar o verão e as festas de fim de ano.<br />
E a comemoração vem prontinha: A embalagem da Chandon Collection<br />
traz uma garrafa do espumante Réserve Brut de 750 ml e duas<br />
taças coloridas. São seis cores de taças, disponíveis nas embalagens<br />
em dois tons: azul e rosa, verde e vermelho ou roxo e amarelo.<br />
O preço é R$ 65,00.<br />
Princesas<br />
da Disney<br />
em versão<br />
alta-costura<br />
Londrina Harrod’s convoca<br />
nomes de peso da moda para<br />
criar vestidos de contos de fada<br />
Oscar de la Renta, Versace, Roberto<br />
Cavalli e Ellie Saab são alguns<br />
nomes da alta costuma<br />
mundial que reinterpretaram<br />
os vestidos originais das princesas<br />
da Disney para a Harrod’s,<br />
loja de departamentos mais badalada<br />
de Londres. Os desenhos<br />
dos vestidos serão exibidos nas<br />
diversas vitrines das lojas do<br />
bairro de Knightsbride por cerca<br />
de um mês.<br />
Todas as princesas eternizadas<br />
em filmes e desenhos de Disney<br />
estão presentes: Oscar de la<br />
Renta elegeu Branca de Neve (e<br />
a maçã virou uma bolsinha). Valentino<br />
vestiu Bell, de “A Bela e<br />
a Fera”, Versace emprestou seu<br />
glamour à Cinderela enquanto<br />
Jenny Packham deu modernidade<br />
à Rapunzel.<br />
As “personalidades”<br />
ganharam<br />
um ar contemporâneo,<br />
sem perder o<br />
encanto<br />
atemporal.<br />
Os desenhos<br />
podem<br />
ser conferidos<br />
no site da loja.<br />
Os displays foram<br />
criados para chamar a atenção<br />
dos clientes para a loja temporária<br />
de 2,1 mil metros quadrados<br />
que a Disney montou dentro<br />
da Harrod’s.<br />
Oscar de la Renta batizou sua<br />
criação como “Um dia seu príncipe<br />
virá”. Em seda, o vestido<br />
não deixou de lado a emblemática<br />
capa da personagem. A Cinderela<br />
de Valentino ganhou<br />
acessórios suntuosos, como a<br />
Branca de Neve por de La Renta<br />
tiara e colares poderosos e um<br />
cinto com a “medusa” característica<br />
da marca.<br />
Já Bella foi vestida com um<br />
modelo em chiffon de seda dourado,<br />
em várias camadas. A flor<br />
empresta suas formas a uma bolsa.<br />
A Pocahontas de Roberto Cavalli<br />
ganhou ares sensuais com<br />
um traje em tons de terra. ■<br />
Os piores (ou melhores) lugares<br />
para festejar o Dia das Bruxas<br />
LVMH abre centro de<br />
treinamento na Ásia<br />
Empreendimento, em Cingapura,<br />
é o primeiro da holding<br />
de luxo fora da Europa<br />
Redação<br />
redacao@brasileconomico.com.br<br />
O conglomerado francês de moda<br />
e artigos de luxo L V M H<br />
Moët Hennessy Louis Vuitton —<br />
mais conhecido por LVMH —<br />
inaugurou um centro de treinamento<br />
gerencial em Cingapura<br />
na semana passada, de acordo<br />
com a revistaWWD.<br />
Este é o primeiro instituto<br />
que a holding francesa abre fora<br />
da Europa. Segundo a publicação,<br />
Cingapura foi considerada<br />
uma “escolha natural” pela<br />
LVMH por causa do intenso ritmo<br />
de crescimento do consumo<br />
de artigos de maior valor agregado<br />
na região.<br />
O Centro de Desenvolvimento<br />
de Talentos da<br />
região Ásia-Pacífico<br />
da LVMH formará<br />
profissionais<br />
para seus negócios<br />
em Cingapura,<br />
Hong Kong<br />
e Xangai. O empreendimento<br />
tem quase dois<br />
mil metros quadrados e está localizado<br />
em Orchard Road,<br />
um dos distritos de compra<br />
mais famosos da capital. O<br />
complexo abriga inúmeras salas<br />
de treinamento e também<br />
centenas de metros de pratelei-<br />
Escola vai treinar<br />
funcionários<br />
das grifes da<br />
LVMH de<br />
Cingapura, Hong<br />
Kong e Xangai<br />
Balint Porneczi/Bloomberg<br />
Mão de obra qualificada na Ásia<br />
ras com os artigos de todas as<br />
grifes da LVMH. O conselho de<br />
desenvolvimento econômico<br />
de Cingapura participou ativamente<br />
para a instalação do instituto<br />
no país. O centro vai trabalhar<br />
em conjunto<br />
com entidades<br />
de ensino<br />
de negócios como<br />
a Insead,<br />
NUS (National<br />
University of Singapore)<br />
e SMU<br />
(Singapore Management<br />
University).<br />
Também vai organizar programas<br />
de treinamento de funcionários<br />
em “muitos níveis”,<br />
de acordo com a WWD — tudo<br />
para garantir a excelência do<br />
atendimento em qualquer parte<br />
do mundo. ■<br />
Site Hotwire escolhe alguns<br />
dos destinos mais assustadores<br />
ao redor do mundo<br />
Popular no Hemisfério Norte e<br />
já adotado por alguns brasileiros,<br />
o Halloween (ou a Festa das<br />
Bruxas) será comemorado amanhã<br />
com festas ao redor do mundo.<br />
O site de informações turísticas<br />
Hotwire (www.hotwire.<br />
com) reuniu alguns dos destinos<br />
mais assustadores para os fanáticos<br />
pela data.<br />
No topo da lista da Hotwire fica<br />
Hollywood, na Califórnia, cidade<br />
tão glamourosa que até os<br />
mortos teimam em deixá-la. Alguns<br />
acreditam que os espíritos<br />
de Marilyn Monroe e de Montgomery<br />
Clift, entre outros, rondam<br />
os corredores do Hollywood<br />
Roosevelt Hotel. Algumas<br />
agências levam turistas para<br />
conhecer lugares tão sombrios<br />
quanto famosos, como a<br />
casa onde a atriz Sharon Tate foi<br />
encontrada morta.<br />
Sede de sangue<br />
Para quem aprecia destinos<br />
“tradicionais”, a pedida é Transilvânia,<br />
na Romênia. O castelo<br />
Brand, onde viveu o infame e<br />
Sol,drinques,praiasbadaladas,acidentesedesesperonasBermudas<br />
sanguinário príncipe Vlad é um<br />
passeio capaz de provocar arrepios<br />
até nos mais corajosos. Inspiração<br />
para “Drácula”, de Bram<br />
Stoker, o príncipe Vlad não deixou<br />
vestígios no castelo de mais<br />
de quatro séculos.<br />
Ainda na Europa, Edimburgo<br />
também deixa de cabelos em pé<br />
os mais sensíveis. A cidade foi<br />
palco de alguns dos mais violentos<br />
ataques militares da história.<br />
O castelo foi palco de execuções<br />
e há passeios para conhecer<br />
cemitérios centenários.<br />
Assombração ensolarada<br />
O Triângulo das Bermudas, um<br />
polígono imaginário entre as<br />
Ilhas de Bermudas, Porto Rico e<br />
Fort Lauderdale, nos Estados<br />
Unidos (passando também sobre<br />
as Bahamas) é de uma beleza<br />
assustadora. Suas águas límpidas<br />
“sugaram” pelo menos 50<br />
navios e outros 20 aviões — muito<br />
desses acidentes não foram<br />
desvendados até hoje. O lugar é<br />
rota de diversos cruzeiros globais<br />
luxuosos e ponto de lazer<br />
de velejadores, mergulhadores<br />
e de outros destemidos. ■<br />
SÓ PARA QUEM PODE<br />
Alguns clientes do Sberbank, do Cazaquistão, poderão<br />
pagar suas contas com ouro e pedras preciosas,<br />
literalmente. A instituição bancária emitiu um<br />
extravagante cartão de crédito feito com ouro e<br />
brilhantes incrustados para as 100 contas correntes<br />
mais recheadas. Além de ter crédito ilimitado, o cartão<br />
traz gravadas informações médicas sobre seu dono e<br />
oferece seguro contra roubo e furto mundialmente.
32 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
FINANÇAS<br />
Anbima lança boas práticas de<br />
venda de produtos ao varejo<br />
Código, que entra em vigor em 2013, traz exigências mínimas para fundos, ações e títulos de investimento<br />
Priscila Dadona<br />
pdadona@brasileconomico.com.br<br />
A partir do ano que vem, gestores<br />
de recursos como bancos e<br />
corretoras terão que seguir diversas<br />
exigências mínimas e<br />
boas práticas para distribuir produtos<br />
de investimento voltados<br />
para o varejo e clientes pessoa física<br />
de alta renda. É que entra<br />
em vigor o Código Anbima de<br />
Autoregulação e Melhores Práticas,<br />
o 13º da instituição. Para se<br />
ter uma ideia, hoje o varejo representa<br />
17% do patrimônio líquido<br />
de fundos de R$ 2,183 trilhões,<br />
ou seja, R$ 371,22 bilhões.<br />
A próxima iniciativa da Anbima<br />
no varejo é simplificar as diversas<br />
categorias de fundos existentes<br />
voltadas a<br />
este público, para<br />
que o cliente saiba<br />
a estratégia utilizada<br />
pelo gestor<br />
e o risco que está<br />
correndo. “Queremos<br />
por em prática<br />
o mais rápido<br />
possível. Diria<br />
que no primeiro semestre de<br />
2013 deve estar concluído”, afirma<br />
Carlos Takahashi, vice-presidente<br />
da Anbima.<br />
No código para o varejo, além<br />
das exigências mínimas de<br />
transparência há diretrizes para<br />
publicidade, envio de informações<br />
para a formação de uma base<br />
de dados e aplicação de análise<br />
do perfil do investidor (conhecido<br />
como suitability).<br />
Cada instituição<br />
seguirá sua<br />
própria<br />
metodologia,<br />
e divulgá-la<br />
aos seus clientes<br />
Fundos de investimento,<br />
ações, CDBs, Letras Financeiras,<br />
derivativos, debêntures são<br />
alguns dos produtos financeiros<br />
contemplados no novo código.<br />
“As novas taxas de juros estão<br />
fazendo com que os investidores<br />
refaçam suas apostas”, afirma<br />
Takahashi.<br />
“Num cenário de baixa taxa<br />
de juros onde a rentabilidade<br />
que o investidor estava acostumado<br />
não mais será possível.<br />
Por isso, ele terá de recorrer à<br />
diversificação e vai ter de correr<br />
um pouco mais risco. O código<br />
vem para proteger esses investidores”,<br />
afirma Fábio Garcia,<br />
coordenador da associação.<br />
Segundo Takahashi, também<br />
serão exigidos das instituições a<br />
capacitação e a<br />
certificação dos<br />
profissionais que<br />
atendem ao cliente.<br />
“O que mais o<br />
investidor precisa<br />
é ter transparência”,<br />
afirma.<br />
Hoje são cerca de<br />
290 mil profissionais<br />
certificados no país.<br />
Embora o código seja de autoregulação,<br />
o vice-presidente<br />
da Anbima afirma que cada instituição<br />
seguirá sua própria metodologia,<br />
mas que deve ser de<br />
conhecimento do cliente e esteja<br />
em um manual. O código<br />
também cria, segundo Garcia,<br />
um arcabouço para a Análise de<br />
Perfil do Investidor (API), também<br />
da Anbima. A partir de<br />
Presidida por Denise Pavarina, a Anbima prepara agora a simplificação da classificação de fundos<br />
março de 2013 será obrigatória<br />
a aplicação da API não só para<br />
fundos de ações, multimercados<br />
e renda fixa de crédito privado,<br />
como também para os<br />
chamados produtos de tesouraria<br />
como CDB e Letras Financeiras,<br />
produtos distribuídos por<br />
corretoras como ações,derivativos<br />
e títulos do Tesouro Nacional,<br />
além de outras categorias<br />
Henrique Manreza<br />
de fundos. “As instituições já<br />
vem se preparando para este<br />
prazo e acreditamos que a partir<br />
de março todas estejam preparadas”,<br />
garante Garcia.<br />
Marcos Daré, presidente do<br />
comitê de distribuição de produtos<br />
no varejo da Anbima, diz<br />
que o código foi estudado durante<br />
cerca de 2 anos, passou<br />
por audiência pública em setembro<br />
e deve criar uma rica<br />
base de dados, com informações<br />
mais precisas sobre o perfil<br />
do investidor, a partir de<br />
abril ou maio do ano que vem.<br />
“Vai ajudar as instituições a distribuir<br />
produtos e avaliar adequadamente<br />
o potencial de captação<br />
para cada cliente e trará<br />
maior transparência na relação<br />
investidor e gestor.” ■<br />
Captação do Daycoval aumenta 23,3% em 12 meses<br />
Apesar da intervenção no BVA<br />
e no Cruzeiro do Sul, banco teve<br />
bom resultado no trimestre<br />
As intervenções do Banco Central<br />
no BVA e no Cruzeiro do Sul<br />
poderiam ter impacto negativo<br />
sobre os resultados do concorrente<br />
Daycoval. Mas o que aconteceu<br />
foi exatamente o contrário.<br />
“Existem muitos bancos médios<br />
bons no país. Clientes e investidores<br />
viram que nossa gestão<br />
é sólida e que estamos diversificando<br />
os produtos. Com isso,<br />
nossa captação não só cresceu,<br />
como alongamos o prazo e<br />
reduzimos os custos”, afirma Ricardo<br />
Gelbaum, diretor de relações<br />
com investidores do banco.<br />
O Daycoval encerrou o terceiro<br />
trimestre com captação total<br />
de R$ 8,6 bilhões, o que representa<br />
um avanço de 23,3%<br />
em 12 meses.<br />
“Ninguém cresceu muito, estão<br />
todos cuidando da inadimplência.”<br />
As provisões saltaram<br />
de R$ 84 milhões, de abril a junho,<br />
para R$ 106 milhões, de julho<br />
a setembro. O lucro líquido<br />
alcançou R$ 98,4 milhões, alta<br />
de 21% na comparação com os<br />
R$ 81,3 milhões do segundo trimestre<br />
e de 28,3% frente ao<br />
mesmo período de 2011. Já os<br />
ativos totais somaram R$ 13,4 bilhões,<br />
3,8% acima do trimestre<br />
anterior e 16,9% maior que o<br />
mesmo período de 2011.<br />
A carteira de crédito expandida<br />
totalizou R$ 8,7 bilhões com<br />
elevação de 12,5% ante o ano anterior.<br />
Desse total, as operações<br />
de middle market representaram<br />
65,4% dos negócios e as<br />
operações de varejo (crédito<br />
consignado, veículos, CDC lojista)<br />
contribuíram com 34,6% —<br />
acima dos 30,3% registrados em<br />
2011. ■ Natália Flach<br />
ATIVOS CRESCEM, RECEITAS CAEM<br />
Desempenho do banco, em R$ milhões<br />
PRINCIPAIS INDICADORES 3º TRIMESTRE DE 2012 VARIAÇÃO EM 12 MESES<br />
RECEITA DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO<br />
LUCRO LÍQUIDO<br />
LUCRO LÍQUIDO RECORRENTE<br />
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL)<br />
ATIVOS TOTAIS<br />
CARTEIRA DE CRÉDITO<br />
CAPTAÇÃO TOTAL (FUNDING)<br />
RETORNO SOBRE PL MÉDIO (ROAE) (A.A.)<br />
ÍNDICE DE BASILEIA (%)<br />
Fonte: Daycoval<br />
388,8<br />
98,4<br />
66,8<br />
2.074,60<br />
13.451,70<br />
7643,1<br />
8.684,30<br />
19,20%<br />
17,30%<br />
-7,80%<br />
2,80%<br />
-24,30%<br />
9,00%<br />
16,90%<br />
9,80%<br />
23,30%<br />
(1,2) p.p.<br />
0,7 p.p
MERCADOS<br />
Fabio Rodrigues/ABr<br />
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 33<br />
Lei para pagamento via celular sai em breve<br />
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou ontem na<br />
abertura do IV Fórum do BC sobre Inclusão Financeira em Porto Alegre<br />
que está sendo finalizada uma proposta de lei, que será submetida à<br />
presidente <strong>Dilma</strong> Rousseff nos próximo dias, sobre pagamentos por<br />
meio de telefones celulares. Segundo ele, a definição do "marco legal<br />
e regulatório sobre pagamentos móveis" é importante porque pode<br />
trazer benefícios na prestação desse serviço e redução de preços.<br />
OGX perde<br />
70% de valor<br />
de mercado<br />
neste ano<br />
Estudo da Economatica mostra<br />
empresa em primeiro lugar<br />
entre as perdedoras da AL e EUA<br />
A OGX, empresa de petróleo e<br />
gás do Grupo EBX, do empresário<br />
Eike Batista, foi a companhia<br />
de capital aberto da América<br />
Latina e Estados Unidos<br />
com a maior perda percentual<br />
de valor de mercado em 2012,<br />
de 69,5%, ou de US$ 16,310 bilhões.<br />
Em 31 de dezembro de 2011, o<br />
valor da empresa era de US$<br />
23,48 bilhões, e no dia 26 de outubro<br />
de 2012, havia passado para<br />
US$ 7,17 bilhões.<br />
As informações fazem parte<br />
de levantamento divulgado ontem<br />
(29/10) pela Economatica.<br />
Entre as 1.948 empresas que<br />
fizeram parte do universo de<br />
pesquisa da consultoria, 13 delas<br />
reportam perdas em seu valor<br />
de mercado acima dos US$<br />
10 bilhões em 2012.<br />
Quatro delas são brasileiras,<br />
oito dos Estados Unidos e uma<br />
mexicana.<br />
Além da OGX, as outras empresas<br />
nacionais com perdas acima<br />
de US$ 10 bilhões são Itaú<br />
Unibanco (-US$ 10,526 bilhões,<br />
ou 14,4% de queda percentual),<br />
Vale (-US$ 12,398 bilhões, ou<br />
11,7%) e Petrobras (-US$ 10,263<br />
bilhões, ou 6,6%).<br />
A estatal petrolífera brasileira<br />
apresentou a menor queda percentual<br />
dentre as empresas do<br />
levantamento da Economatica.<br />
A maior queda nominal foi registrada<br />
pela americana Conocophillips,<br />
de US$ 27,146 bilhões,<br />
mas com uma retração percentual<br />
de "apenas" 28,1%. ■<br />
CAMPEÃ BRASILEIRA<br />
As maiores perdas em valor<br />
de mercado das companhias<br />
nas bolsas de AL e EUA<br />
OGX<br />
ELEKTRA GROUP<br />
HEWLETT-PACKARD<br />
DELL<br />
MONDELEZ<br />
INTERNATIONAL<br />
Fonte: Economatica<br />
-69,5%<br />
-58,5%<br />
VARIAÇÃO NO ANO<br />
-45,8%<br />
-39,0%<br />
-28,5%<br />
-80-70 8070<br />
0-60<br />
-50<br />
-40<br />
-30<br />
-20<br />
-10 0<br />
BOLSAS<br />
Ibovespa cai 0,17%,<br />
para 57.176 pontos<br />
Sem mercado em Nova York, giro financeiro aqui foi de R$ 4 bi ontem<br />
Niviane Magalhães<br />
nmagalhaes@brasileconomico.com.br<br />
Sem referencial de Wall Street<br />
devido ao furacão Sandy, o mercado<br />
acionário brasileiro operou<br />
sem fôlego, fechando em<br />
queda de 0,17%, aos 57.176 pontos.<br />
O giro financeiro ficou em<br />
R$ 4 bilhões, diante do número<br />
reduzido de investidores estrangeiros.<br />
O Ibovespa foi impactado pelas<br />
ações da Petrobras (PETR3),<br />
que encerraram com baixa de<br />
3,45%, com os investidores repercutindo<br />
o mau desempenho<br />
da empresa no balanço do terceiro<br />
trimestre.<br />
O fraco resultado da estatal é<br />
reflexo de fatores como ‘pressão<br />
dos custos, menor produção,<br />
elevação do saldo de importação<br />
e aumento das despesas<br />
financeiras”, afirmaram<br />
analistas do BB Investimentos<br />
em relatório.<br />
Além da queda no lucro, a<br />
produção da Petrobras no <strong>Brasil</strong><br />
caiu ao menor volume desde<br />
2008, para 1,843 milhão de barris<br />
de petróleo por dia em setembro.<br />
No entanto, a recuperação<br />
dos papéis da OGX, que caíram<br />
bastante na última semana, foi<br />
fundamental para limitar mais<br />
perdas na sessão. As ações da<br />
JUROS<br />
Taxas sobem em dia<br />
de liquidez reduzida<br />
Com dados acima do esperado<br />
da economia americana e liquidez<br />
reduzida, o mercado de juros<br />
futuros negociados na BM&<br />
FBovespa se alternaram em fortes<br />
e altas e baixas.<br />
Entre os números dos Estados<br />
Unidos, divulgados ontem,<br />
os gastos dos consumidores<br />
avançaram 0,8% em setembro,<br />
frente aos 0,6% esperados pelo<br />
mercado. Já o índice que mede<br />
o nível da atividade industrial<br />
de Dallas passou de -0,9 ponto<br />
em setembro para 1,8 ponto em<br />
outubro, o primeiro registro positivo<br />
desde junho.<br />
“Os dois índices acabaram favorecendo<br />
uma realização de lucros<br />
nos DIs, já que a curva vem<br />
caindo nas últimas semanas”,<br />
O Ibovespa foi<br />
impactado pelas<br />
ações da Petrobras,<br />
que encerraram com<br />
baixa de 3,45%<br />
após balanço fraco<br />
petrolífera subiram 2,60%, liderando<br />
as maiores altas.<br />
Entre as maiores quedas do<br />
pregão, as ações da LLX<br />
(LLXL3) e da Braskem (BRKM5)<br />
caíram 6,50% e 4,10%, respectivamente.<br />
Na sexta-feira, a agência de<br />
classificação de risco Fitch alterou<br />
para negativa a perspectiva<br />
da Braskem.<br />
Na Europa, o dia também foi<br />
ruim. “Há muita indefinição na<br />
Espanha. Além disso, a falta de<br />
consenso em relação à Grécia<br />
também está pesando”, aponta<br />
Luiz Gustavo Pereira, estrategista<br />
da Futura Corretora.<br />
Para ele, as bolsas estão sofrendo<br />
também por conta de resultados<br />
trimestrais decepcionantes.<br />
Na Ásia, a Honda reduziu a projeção<br />
de lucro para este ano e a Kia<br />
Motors apresentou balanço<br />
ruim. Para hoje o movimento<br />
também será apático, uma vez as<br />
bolsas continuarão sem referência<br />
americana. ■ Com Reuters<br />
Operadores repercutem dados positivos da economia americana<br />
diz Luciano Rostagno, estrategista-chefe<br />
do Banco WestLB.<br />
Mais negociado, com giro de<br />
R$ 19,861 bilhões, o Contrato de<br />
Depósito Interfinanceiro (DI)<br />
com vencimento em janeiro de<br />
2013 subiu de 7,100% para<br />
7,110%, enquanto o para janeiro<br />
de 2014 avançou de 7,32% para<br />
7,33%, com volume de R$<br />
9,919 bilhões.<br />
Já a taxa do contrato de DI<br />
com vencimento para janeiro<br />
de 2017 ficou estável em 8,48%.<br />
“Com a liquidez comprometida,<br />
o mercado optou por uma<br />
realização, aguardando dados<br />
mais concretos sobre os efeitos<br />
do furacão Sandy nos Estados<br />
Unidos”, afirma o economista<br />
do WestLB. ■ Lucas Bombana<br />
WALL STREET<br />
Mercado fecha por 2<br />
dias e perde US$ 200 bi<br />
É a primeira vez que isso ocorre por um evento climático desde 1985<br />
Ações das<br />
seguradoras na<br />
Europa caíram sob<br />
expectativa de<br />
que setor será um<br />
dos mais afetados<br />
A Bolsa de Nova York (Nyse)<br />
também permanecerá fechada<br />
hoje devido à chegada do furacão<br />
Sandy à costa leste dos Estados<br />
Unidos, informou ontem a<br />
gerenciadora do pregão novaiorquino,<br />
NYSE Euronext, que<br />
prevê reiniciar suas operações<br />
amanhã.<br />
“Em cooperação com outras<br />
bolsas e participantes do mercado,<br />
a NYSE Euronext fechará<br />
seus mercados de forma<br />
coordenada com todos os mercados<br />
americanos de valores,<br />
bônus, opções e derivados na<br />
terça-feira”, detalhou a gerenciadora<br />
da bolsa nova-iorquina.<br />
Se o tempo permitir, os<br />
mercados financeiros dos EUA<br />
reabrirão na quarta-feira após<br />
terem permanecido fechados<br />
também ontem.<br />
Por causa do fechamento dos<br />
mercados acionários, a Nyse e a<br />
Nasdaq podem ter deixado de<br />
negociar, só ontem, cerca de<br />
US$ 100 bilhões — a média diária<br />
de negociação destes dois<br />
mercados no ano até setembro<br />
foi de US$ 95,75 bilhões. Caso<br />
hoje, os mercados também permaneçam<br />
fechados,<br />
o prejuízo pode<br />
chegar a US$<br />
200 bilhões, segundo<br />
dados apurados<br />
pelo BRASIL<br />
ECONÔMICO.<br />
Em comunicado<br />
separado, a<br />
Nasdaq OMX, a<br />
gerente da Bolsa<br />
de Valores de mesmo<br />
nome onde cotam algumas<br />
das maiores empresas tecnológicas<br />
do mundo como Apple e<br />
Google, confirmou que também<br />
se manterá fechada e que deve<br />
reabrir amanhã.<br />
A última vez que os mercados<br />
de valores nova-iorquinos fecharam<br />
de forma imprevista foi<br />
em 2001, quando os atentados<br />
terroristas de 11 de setembro forçaram<br />
o fechamento de Wall<br />
Street durante quatro dias, enquanto<br />
por razões meteorológicas<br />
a última vez tinha sido em<br />
27 de setembro de 1985 devido<br />
ao furacão “Gloria”.<br />
Diversas companhias adiaram<br />
a divulgação de resultados,<br />
incluindo a farmacêutica Pfizer,<br />
e outras devem também alterar<br />
seus cronogramas.<br />
Wall Street havia originalmente<br />
se preparado para abrir<br />
para negócios ontem com poucos<br />
funcionários. A decisão de<br />
fechar aconteceu após reguladores<br />
e operadores de bolsas terem<br />
discutido as incertezas que<br />
seriam enfrentadas. O mercado<br />
de títulos ficou aberto até meiodia,<br />
no horário da Costa Leste<br />
dos EUA. As ações europeias caíram,<br />
sob o peso de seguradoras,<br />
por expectativas de que o setor<br />
terá lucros duramente atingidos<br />
pelos custos resultantes de um<br />
grande furacão em aproximação<br />
dos Estados Unidos.<br />
Na sexta-feira, o Dow Jones<br />
subiu 3,53 pontos, ou 0,03%,<br />
para fechar a 13.107,21 pontos.<br />
O Standard & Poor's 500 recuou<br />
1,03 ponto, ou 0,07%, para<br />
terminar a 1.411,94 pontos. O<br />
Nasdaq ganhou 1,83 ponto, ou<br />
0,06%, para fechar a 2.987,95<br />
pontos.<br />
As ações europeias caíram<br />
ontem, sob o peso de seguradoras,<br />
por expectativas de que o<br />
setor terá lucros duramente<br />
atingidos pelos custos resultantes<br />
do furacão.<br />
As seguradoras Swiss Re e<br />
Hannover RE lideram a queda<br />
do índice do setor, enquanto o<br />
mercado tentava prever os eventuais<br />
danos causados pelo Sandy.<br />
“Nós estamos<br />
vendo a queda<br />
das seguradoras e<br />
vendemos um<br />
pouco de Aviva e<br />
RSA”, diz o chefe<br />
de operações da<br />
Galvan Research,<br />
Ed Woolfitt. “É<br />
tudo temporário<br />
por enquanto,<br />
até que possamos mensurar<br />
quanto impacto realmente teremos.”<br />
Em Londres, o índice Financial<br />
Times caiu 0,20%, para<br />
5.795 pontos. Em Frankfurt, o<br />
índice DAX recuou 0,40%, para<br />
7.203 pontos. Em Paris, o índice<br />
CAC-40 perdeu 0,76%, a 3.408<br />
pontos.<br />
Dólar<br />
Em um dia de liquidez prejudicada,<br />
o dólar experimentou<br />
uma rodada de apreciação frente<br />
a praticamente todas as divisas<br />
globais.<br />
O Dollar Index, índice que<br />
mede a variação da moeda americana<br />
frente a uma cesta de divisas,<br />
subiu 0,21%.<br />
Nesse contexto, o dólar encerrou<br />
os negócios contra o real<br />
com uma valorização de 0,29%,<br />
negociado a R$ 2,033 para venda,<br />
ainda respeitando o patamar<br />
entre R$ 2,02 e R$ 2,05. ■<br />
L.B., com agências
34 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
FINANÇAS PESSOAIS<br />
Divulgação<br />
Auto Raposo fará 2ª emissão de debêntures<br />
A concessionária Auto Raposo Tavares irá realizar uma segunda<br />
emissão de debêntures simples no valor de R$ 750 milhões, não<br />
conversíveis em ações, da espécie quirografária e com garantia<br />
adicional real, segundo comunicado à Comissão de Valores Mobiliários<br />
(CVM). A operação será coordenada pelo Bradesco BBI, Votorantim, BB<br />
Investimento e pela corretora do banco HSBC. O prazo de vencimento<br />
das debêntures é de 12 anos contados a partir da data de emissão.<br />
CONSUMIR<br />
Conheça as melhores cidades para<br />
compras, na Europa ou na Ásia<br />
Índice considera cinco categorias de acordo com o perfil de viajantes. Descubra qual é a ideal para você<br />
Marília Almeida<br />
malmeida@brasileconomico.com.br<br />
TOP 3<br />
As cidades mais bem colocadas em cada quesito na Europa e na Ásia<br />
Quem pensa em fazer compras<br />
no exterior, seja em busca de<br />
preços mais baixos, marcas internacionais<br />
inexistentes no <strong>Brasil</strong><br />
ou novidades deve considerar<br />
características da cidade e<br />
verificar se são adequadas ao<br />
seu perfil de comprador para encontrar<br />
o lugar ideal.<br />
Um indicador pode ajudar a<br />
fazer a escolha. Na Europa, conhecida<br />
como o principal destino<br />
quando se trata de comércio<br />
de luxo, Londres foi a cidade<br />
eleita como a melhor para compras<br />
pelo índice da Globe Shopper,<br />
que comparou 33 cidades.<br />
O índice considerou cinco categorias:<br />
compras, preços, conveniência,<br />
hotéis e transporte e<br />
cultura e clima.<br />
Na capital do Reino Unido, a<br />
variedade, número de marcas<br />
locais e internacionais e localização<br />
de famosas ruas comerciais,<br />
como Oxford e Carnaby, bem<br />
como grandes mercados, como<br />
Covent Garden se destacam aos<br />
olhos do comprador estrangeiro.<br />
A cidade tem três grandes<br />
shoppings, número que não é<br />
usual no continente. Apenas Istambul,<br />
na Turquia, e Moscou,<br />
capital da Rússia, têm mais.<br />
Por outro lado, a cidade tem<br />
um clima chuvoso que pode interferir<br />
na experiência de compra<br />
e hotéis e transporte mais caros<br />
quando comparados a outras<br />
cidades do continente. A segurança<br />
na cidade e rigidez para<br />
obtenção de visto também<br />
são itens que pesam na escolha.<br />
As cidades espanholas Madri<br />
e Barcelona, por exemplo, estão<br />
melhores posicionadas quando<br />
são comparados todos os quesitos.<br />
Barcelona está em primeiro<br />
lugar quando são considerados<br />
itens de luxo.<br />
Para quem busca custo, cidades<br />
situadas no Leste Europeu,<br />
como Kiev e Sofia, capitais da<br />
Ucrânia e Bulgária, bem como<br />
Dublin, pontuam bem no quesito<br />
liquidações sazonais e preços<br />
baixos.Uma corrida de taxi em<br />
Genebra pode custar 17 vezes<br />
mais do que em Kiev e um quarto<br />
de hotel dois estrelas é três<br />
vezes mais caro em Paris que<br />
em Sofia. Por outro lado, essas<br />
cidades são mais inseguras.<br />
CONVENIÊNCIA<br />
EUROPA<br />
1 Istambul (Turquia)<br />
2 Praga (República Tcheca)<br />
3 Kiev (Rússia)<br />
ÁSIA<br />
1 Xangai (China)<br />
2 Hong Kong (China)<br />
3 Busan (Coreia do Sul)<br />
MAIS BARATA<br />
EUROPA<br />
1 Sofia (Bulgária)<br />
2 Bratislava (Eslováquia)<br />
3 Bucareste (Romênia)<br />
Uma dica para os viajantes é<br />
que, na Europa, poucas cidades<br />
oferecem lojas que ficam abertas<br />
até às sete horas da noite durante<br />
a semana. Em algumas, lojas<br />
fecham na segunda pela manhã,<br />
e também por até duas horas<br />
durante o almoço.<br />
Seja um viajante motivado<br />
por estímulos; que não goste de<br />
surpresas; seja interessado em<br />
marcas internacionais, que busque<br />
últimas novidades ou goste<br />
de barganhar, é possível encontrar<br />
uma cidade que se encaixe<br />
no seu gosto pessoal. Isso porque<br />
todas as cidades oferecem<br />
bons resultados em pelo menos<br />
uma categoria.<br />
Tatiana Jardim, 29 anos, gerente<br />
de marketing da agência<br />
de turismo Maktour, gosta de<br />
comprar enquanto faz turismo,<br />
e elege Londres como sua cidade<br />
preferida para compras. “A<br />
cidade tem butiques e também<br />
HOTÉIS E TRANSPORTE<br />
EUROPA<br />
1 Londres (Inglaterra)<br />
2 Copenhague (Dinamarca)<br />
3 Barcelona (Madri)<br />
ÁSIA<br />
1 Ho Chi Minh (Vietnã)<br />
2 Daca (Bangladesh)<br />
3 Kuala Lumpur (Malásia)<br />
lojas populares e outlets ao redor<br />
da cidade. Gosto do seu conceito<br />
de shopping ao ar livre”,<br />
conta. Ela destaca ainda a facilidade<br />
de transporte.”O centro<br />
de compras é fácil de acessar.”<br />
Emergente<br />
Um mercado em crescimento, a<br />
região da Ásia e do Pacífico tem<br />
grande potencial para compras.<br />
Entre os turistas que vão a<br />
Hong Kong, 87% já possuem como<br />
objetivo comprar.<br />
Não à toa, a região administrativa<br />
especial da China, que<br />
Índice Globe<br />
Shopping avaliou<br />
33 cidades na<br />
Europa e 25 na região<br />
da Ásia e Pacífico<br />
em cinco categorias<br />
ÁSIA<br />
1 Tóquio (Japão)<br />
2 Xangai (China)<br />
3 Pequim (China)<br />
COMPRAS<br />
EUROPA<br />
1 Londres (Inglaterra)<br />
2 Paris (França)<br />
3 Madri (Espanha)<br />
Fonte: The Globe Shopper Index<br />
ÁSIA<br />
1 Hong Kong (China)<br />
2 Kuala Lumpur (Malásia)<br />
3 Cingapura (Cingapura)<br />
CULTURA E CLIMA<br />
EUROPA<br />
1 Paris (França)<br />
2 Roma (Itália)<br />
3 Berlim (Alemanha)<br />
ÁSIA<br />
1 Sidney (Austrália)<br />
2 Hong Kong (China)<br />
3 Tóquio (Japão)<br />
abriga butiques no Distrito<br />
Central, perto da rua Chater, e<br />
lojas descoladas da Causeway,<br />
foi eleita a melhor para este<br />
fim na região.<br />
O destaque são produtos com<br />
preços acessíveis, muitas atrações<br />
culturais e culinária variada.O<br />
problema é encontrar onde<br />
ficar. Isso porque a ocupação<br />
de hotéis na cidade é alta, o que<br />
joga os preços para cima.<br />
Já Kuala Lumpur, capital da<br />
Malásia, tem indicadores consistentes,<br />
e está posicionada entre<br />
as dez melhores em cada categoria<br />
analisada. De novo, preços<br />
acessíveis, variedade de produtos<br />
e grande número de lojas<br />
são o destaque. A cidade abriga<br />
três dos dez maiores shoppings<br />
do mundo. Quem busca barganhas<br />
deve visitar os mercados<br />
da rua Petaling.<br />
Por causa de taxas altas, a chinesa<br />
Xangai é a mais cara quando<br />
se trata de uma cesta de produtos,<br />
e tem clima úmido, menos<br />
agradável ao turista estrangeiro,<br />
assim como restrições de<br />
visto. Por outro lado, ambas<br />
têm grande infraestrutura de turismo.<br />
Xangai, por exemplo, é a<br />
primeira colocada em termos<br />
de conveniência. Para quem<br />
busca produtos de qualidade, e<br />
menos imitações, o destino deve<br />
ser Nagoya, no Japão.<br />
As cidades mais baratas da região,<br />
Ho Chi Min, no Vietnã,<br />
Dhaka, em Bangladesh, e Jacarta,<br />
na Índia, não estão bem posicionadas<br />
em outras categorias,<br />
como infraestrutura e segurança,<br />
que devem ser consideradas<br />
pelos visitantes. As cidades<br />
com produtos mais baratos tendem<br />
a ter cesta de produtos<br />
mais cara, e vice-versa.<br />
Para saber qual a cidade ideal<br />
para seu perfil, visite www.globeshopperindex.com.<br />
■
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 35<br />
HOME BROKER<br />
COMPANHIA INDUSTRIAL CATAGUASES<br />
CGC (MF) nº 19.526.748/0001-50<br />
COMPANHIA ABERTA<br />
ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA<br />
EDITAL DE CONVOCAÇÃO<br />
Ficam os Senhores Acionistas da Companhia Industrial Cataguases convocados para a Assembleia<br />
Geral Extraordinária, a se realizar no dia 12 de Novembro de 2012, às 10:00, na sede social desta<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
positados<br />
na sede da Companhia, na Praça José Inácio Peixoto, 28, em Cataguases – MG, até 48<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
cataguases.com.br). Cataguases (MG), 26 de Outubro de 2012. Eduardo Peixoto Ferreira Leite -<br />
<br />
Iguatemi ON (IGTA3)<br />
1630,00<br />
26,25<br />
22,50<br />
20,75<br />
18,75 18,75<br />
22,502<br />
28,50<br />
28,50<br />
Objetivo Resistência Suporte<br />
15,00<br />
29/JUN<br />
1/AGO<br />
3/SET 1/OUT<br />
Fontes: Daniel Marques, Economatica, BM&FBovespa e <strong>Brasil</strong> Econômico<br />
(fechamento em R$)<br />
25,13<br />
Cotação de papel do Iguatemi deve subir<br />
29/OUT<br />
26,30<br />
As ações ordinárias do Shopping Iguatemi (IGTA3), centro de<br />
compras de luxo de São Paulo, registram tendência de alta, de<br />
acordo com o analista Daniel Marques, da corretora Ágora. O<br />
comportamento do papel, que já subiu mais de 50% desde o início<br />
do ano, respeita uma linha ascendente, que foi testada desde o final<br />
da semana passada, na quinta e sexta-feira, e também no pregão<br />
de ontem. “O papel registra uma linha de alta que une fundos<br />
ascendentes. Quando os investidores realizam lucros, a queda<br />
da cotação vai até determinado nível e volta a subir novamente.<br />
A ação registrou o quinto fundo do tipo desde o mês de junho”,<br />
explica o analista. O papel já atingiu seu ponto de compra e tem<br />
suporte curto. Na sessão de ontem o papel fechou cotado<br />
a R$ 26,30, e seu ponto de suporte é o valor de R$ 25,13.<br />
“Se volta a cair e perder a linha de tendência, a operação deve ser<br />
abortada para evitar maiores prejuízos”, diz Marques. O objetivo<br />
do papel e sua resistência é sua máxima histórica, a cotação de<br />
R$ 28,50, que foi atingida no dia 18 de outubro. “Desde então,<br />
houveram realizações de lucro, mas a linha de tendência diz que<br />
este ciclo tende a acabar e o processo de alta continuará até<br />
sua marca histórica, e pode até mesmo ultrapassá-la”, conclui<br />
o analista. A operação tende a ser curta, e durar semanas.<br />
O papel tem a característica de ser pouco volátil. “Ele vem<br />
registrando alta gradual desde janeiro, sem grandes oscilações.<br />
DURATEX<br />
Coinvalores reforça compra do<br />
papel após bons resultados<br />
A Duratex apresentou evolução<br />
consistente de seus resultados<br />
do terceiro trimestre do ano,<br />
acima do setor de materiais<br />
de construção, superando<br />
expectativas dos analistas<br />
da corretora Coinvalores.<br />
O desempenho foi amparado<br />
na linha Deca e no segmento<br />
Madeira, pela crescente de<strong>manda</strong><br />
por metais e louças sanitárias<br />
e aquecimento do mercado<br />
moveleiro. No ano, as vendas de<br />
materiais de construção apuradas<br />
pela associação do setor indicam<br />
expansão de 1,3%, enquanto a<br />
Duratex apresenta crescimento<br />
de 6,8%, refletindo vantagens<br />
competitivas. Além disso,<br />
as aquisições da companhia<br />
proporcionarão a entrada em<br />
novas divisões do mercado e<br />
melhor posicionamento em<br />
relação à concorrência. O setor<br />
conta com incentivos que<br />
beneficiam as linhas de metais,<br />
louças sanitárias e painéis de<br />
madeira com redução do IPI até<br />
dezembro de 2013. Além disso, a<br />
indústria foi desonerada na folha<br />
de pagamento. Considerando os<br />
fundamentos “endógenos” da<br />
Duratex e as sólidas perspectivas<br />
sobre o setor, a Coinvalores<br />
reforça a recomendação<br />
de compra de seus papéis.<br />
Hostway Viagens e Turismo Ltda<br />
CNPJ/MF Nº: 04.853.293/0001-00 - NIRE: 35.217.285.871<br />
Ata de Assembléia de Sócios em 26/10/2012<br />
Data, Horário e Local: 26/10/2012 às 10:00 horas, na sede social da Sociedade, na Cidade de São Paulo Estado<br />
de São Paulo, na Rua Dr. Renato Paes de Barros, nº 714, 9º and., cj. 94, Jardim Paulista, CEP 04530-001. Convocação<br />
e Presença: Dispensada a convocação, nos termos do § 3º da cláusula 9ª do Contrato Social e do § 2º do<br />
art. 1072 do Código Civil, por estar presente a totalidade dos cotistas da Sociedade. Mesa: Presidente, Sr. Brunno<br />
Bernardes; Secretário Sr. Gil Bernardes. Deliberações Tomadas: Por unanimidade dos cotistas da Sociedade,<br />
foram tomadas as seguintes deliberações: a. Resolvem os sócios, por unanimidade, reduzir o capital social da<br />
Sociedade que passa de R$ 660.000,00 para R$ 220.000,00, com a restituição aos sócios do valor correspondente<br />
as cotas de cada um, da seguinte forma: a.1 Sócio Brunno Bernardes: receberá o valor total de R$ 220.000,00,<br />
sendo R$ 206.361,34, conforme evidenciado no balanço da Sociedade levantado em 30/09/2012, através do conjunto<br />
comercial nº 94, localizado no 9º and. do Edifício Yara, situado na Rua Dr. Renato Paes de Barros nº 714, no<br />
28º subdistrito - Jardim Paulista, Distrito, Município, Comarca e 4ª Circunscrição Imobiliária da Capital do Estado<br />
de São Paulo, havido pela Sociedade, por meio de escritura de venda e compra, lavrada em 04/11/2004, perante o<br />
14º Tabelião de Notas de São Paulo (Livro 2.361, página 293), registrada em 30/11/2004, sob o R.04 da matrícula<br />
nº 121.364, do 4º Registro de Imóveis da Capital do Estado de São Paulo, e R$ 13.638,66 em moeda corrente<br />
nacional; e a.2 Sócio Gil Bernardes: receberá o valor total de R$ 220.000,00, sendo R$ 210.752,00, conforme<br />
evidenciado no balanço da Sociedade levantado em 30/09/2012, através do conjunto comercial nº 92, localizado<br />
no 9º and. do Edifício Yara, situado na Rua Dr. Renato Paes de Barros nº 714, no 28º subdistrito - Jardim Paulista,<br />
Distrito, Município, Comarca e 4ª Circunscrição Imobiliária da Capital do Estado de São Paulo, havido pela Sociedade,<br />
por meio de escritura de venda e compra, lavrada em 06/10/2005, perante o 14º Tabelião de Notas de São<br />
Paulo (Livro 2.493, página 047), registrada em 09/11/2005, sob o R.02 da matrícula nº 112.877, do 4º Registro de<br />
Imóveis da Capital do Estado de São Paulo e R$ 9.248,00 em moeda corrente nacional. b. Os sócios aprovam a lavratura<br />
da ata a que se refere esta Assembléia em forma sumária. Lavratura e Leitura da Ata: nada mais havendo<br />
a tratar, encerrou-se a Assembléia de Sócios pelo tempo necessário à sua lavratura, a qual, após lida e aprovada,<br />
foi assinada por todos os presentes. Data: São Paulo, 26/10/2012. Mesa: Presidente, Brunno Bernardes; Secretário,<br />
Gil Bernardes. Cotistas: Brunno Bernardes, nº de Cotas -110; Gil Bernardes, nº de Cotas - 110 - Total: 220.<br />
ATIVA<br />
Renner e Ambev na carteira<br />
A corretora Ativa resolveu incluir<br />
as ações da Renner<br />
(LREN3) e Ambev (AMBV4) em<br />
sua carteira semanal de ações.<br />
A expectativa dos analistas é<br />
positiva para o resultado da Ambev<br />
(AMBV4), que será divulgado<br />
amanhã antes do pregão e é<br />
considerado um driver positivo<br />
de curto prazo para os papéis.<br />
Os analistas reiteram ainda a<br />
visão otimista para o setor de bebidas<br />
no ano, dado seu perfil<br />
mais defensivo, menos exposto<br />
à conjuntura econômica, e se<br />
mantém confiantes em relação<br />
à empresa, que tem forte presença<br />
no setor tanto no segmento<br />
premium, quanto no de produtos<br />
mais acessíveis.<br />
A visão positiva se estende à<br />
Renner, que, para a corretora,<br />
deverá melhorar suas margens<br />
após efeito das medidas próconsumo<br />
adotadas pelo governo<br />
e pelo ciclo de queda dos juros,<br />
o que, aliado ao seu plano<br />
agressivo de expansão orgânica,<br />
pode fazer com que a rede<br />
de varejo tenha maior possibilidade<br />
de entregar um melhor resultado<br />
em relação a seus principais<br />
competidores.<br />
A carteira também inclui<br />
ações do setor de educação, shoppings<br />
e tecnologia. ■<br />
TWITTADAS<br />
“Sem pregão nos EUA<br />
por causa do furacão, o<br />
movimento do Ibovespa<br />
ficou menos consistente”<br />
@Marcos_Moore, analista<br />
“Goldman Sachs dava dicas<br />
para investidores que<br />
divergiam das análises<br />
que divulgava. Seria cômico<br />
se não fosse trágico!”<br />
@chrinvestor Christian Cayre,<br />
consultor financeiro<br />
“Em 5 anos, 72% dos<br />
brasileiros se consideram<br />
melhor financeiramente,<br />
contra 27% de americanos”<br />
@Ricamconsult Ricardo Amorim,<br />
economista
36 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
MUNDO<br />
Editor executivo: Gabriel de Sales<br />
gsales@brasileconomico.com.br<br />
União Europeia estuda corte de<br />
¤ 50 bilhões em seu orçamento<br />
Países que mais contribuem com a UE<br />
pedem redução maior, de até ¤ 200 bilhões<br />
Tobias Schwarz/Reuters<br />
Charlie Dunmore<br />
Bruxelas, Reuters<br />
Os governos da União Europeia<br />
(UE) vão debater um corte de pelo<br />
menos ¤ 50 bilhões esta semana,<br />
como o início das negociações<br />
sobre o orçamento proposto<br />
de longo prazo para o bloco, de ¤<br />
1 trilhão, afirmou uma fonte familiarizada<br />
com o assunto. O corte<br />
será proposto no último texto de<br />
negociação sobre o plano de gastos<br />
do bloco para 2014-2020,<br />
mas não deve ser profundo o suficiente<br />
para satisfazer a Grã-Bretanha,<br />
Alemanha, França e outros<br />
que fazem contribuições líquidas<br />
ao orçamento da UE.<br />
Esses países querem limites rigorosos<br />
sobre os gastos da União<br />
Europeia para refletir a austeridade<br />
feita por governos nacionais<br />
para reduzir suas dívidas, e pediram<br />
por cortes entre ¤ 100 bilhões<br />
e ¤ 200 bilhões ao total proposto<br />
pelo braço executivo da<br />
UE, a Comissão Europeia (CE).<br />
A proposta também deve irritar<br />
a Polônia e outros países ex-comunistas<br />
da UE, que são os principais<br />
beneficiários dos fundos do<br />
bloco e se opõem a qualquer corte<br />
na proposta da Comissão. “Como<br />
eu vejo agora, a redução da proposta<br />
da CE será de mais ¤ 50 bilhões.<br />
Isso será a base das negociações”,<br />
disse a fonte, que falou em<br />
condição de anonimato.<br />
O novo texto de negociação<br />
da UE será o primeiro a incluir<br />
números firmes, e marca o início<br />
da fase decisiva das conversas entre<br />
os governos, que esperam<br />
chegar a um acordo na cúpula de<br />
líderes da UE de 22 e 23 de novembro<br />
próximo.<br />
A fim de gerar as economias<br />
propostas, o documento revisado<br />
irá especificar cortes em todas<br />
as áreas de gastos da UE, incluindo<br />
agricultura, investimento<br />
em infraestrutura e pesquisa.<br />
Rigor com os bancos<br />
Neste fim de semana, a chanceler<br />
alemã, Angela Merkel, voltou<br />
a pedir que as maiores economias<br />
do mundo implementem regras<br />
financeiras mais rígidas, dizendo<br />
que o estágio atingido até<br />
este momento não é o suficiente.<br />
Os cortes naUE vão afetar projetosrelacionados a agricultura, infraestrutura epesquisa, entre outros<br />
O documento<br />
irá especificar<br />
cortes em todas<br />
as áreas de gastos<br />
da UE, incluindo<br />
infraestrutura,<br />
agricultura e pesquisa<br />
A crise financeira global fez<br />
as maiores economias mundiais<br />
promoverem mudanças<br />
em quase todas as minúcias das<br />
regras do sistema financeiro,<br />
da venda direta de derivativos<br />
até as exigências para a capitalização<br />
de bancos. Mas, durante<br />
o seu podcast semanal, Merkel<br />
disse que é preciso avançar mais.<br />
“Planejamos regular todo centro<br />
financeiro, todo ator financeiro<br />
e todo produto do mercado financeiro.<br />
Progressos significativos<br />
foram feitos, mas as regras ainda<br />
não foram implementadas em<br />
todos os lugares, e ainda estamos<br />
esquecendo de outras áreas.” ■<br />
“VILÕES SÃO AQUELES QUE RESGATAM OS BANCOS”<br />
“Hoje, os vilões são aqueles<br />
queresgatamosbancos,enão<br />
as pessoas. Aqueles que não<br />
sabem o que significa uma<br />
exclusão”,disseontem oator<br />
espanhol JavierBardem,ao<br />
serquestionadosobrecomo<br />
sãoosvilõesatuais.“Eles<br />
fazemumdanomuitomaior<br />
do que eu possa fazer nos<br />
filmes”, disse, em Londres,<br />
o ator que interpreta o vilão<br />
de “Skyfall”, o 23º filme da<br />
série de 007, que entrou em<br />
cartaz no fim de semana na<br />
Grã-Bretanha,comrecordes<br />
debilheteria.Os22filmesde<br />
JamesBondjáarrecadaram<br />
umtotaldeUS$ 5,1bilhões<br />
nas bilheterias<br />
mundiais, segundo a<br />
Numbers.com. Reuters<br />
Thomas Samson/AFP<br />
Para a Espanha,ajuda<br />
não é imprescindível<br />
Afirmação é do chefe de governo<br />
Mariano Rajoy, em reunião com<br />
o premiê italiano, Mario Monti<br />
O presidente do governo espanhol,<br />
Mariano Rajoy, afirmou<br />
ontem que, para a Espanha, não<br />
é imprescindível pedir ajuda financeira<br />
a seus sócios europeus<br />
através do programa de compra<br />
da dívida do Banco Central Europeu<br />
(BCE). “O governo espanhol<br />
não a pediu porque entende<br />
que nesse momento não é imprescindível<br />
para defender os<br />
interesses dos espanhóis”, afirmou<br />
Rajoy após se encontrar<br />
em Madri com seu homólogo italiano,<br />
Mario Monti.<br />
Rajoy expressou também o<br />
compromisso da Espanha e da<br />
Itália com a permanência da Grécia<br />
no euro. “Nosso compromisso<br />
com o euro é inquebrantável e<br />
adotaremos todas as medidas necessárias<br />
para garantir sua estabilidade<br />
e sua irreversibilidade”,<br />
afirmou em coletiva de imprensa,<br />
após se encontrar com Monti.<br />
“A Europa não se detém, a Europa<br />
continua avançando e o faz<br />
com uma Itália e Espanha mais<br />
unidas que nunca”, insistiu.<br />
A Espanha, quarta economia<br />
da Zona do Euro, em recessão<br />
há um ano, tenta reequilibrar<br />
suas contas públicas com um<br />
ambicioso plano de rigor de 150<br />
bilhões de euros até 2014.<br />
Apesar desses esforços, nos<br />
últimos meses, a pressão externa<br />
para que Madri peça ajuda a<br />
seus sócios da Zona do Euro aumentou,<br />
recorrendo ao programa<br />
de compra de dívida soberana<br />
do Banco Central Europeu,<br />
que reduziria o custo do financiamento<br />
espanhol. ■ AFP
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 37<br />
Yorgos Karahalis/Reuters<br />
Bancosgregosadiampublicaçãoderesultados<br />
Os resultados serão publicados um mês depois do previsto, no dia 30<br />
de novembro, devido ao atraso em seu processo de recapitalização,<br />
informou o Ministério grego de Finanças. “Foi acordado o prazo<br />
de 30 de novembro para a publicação dos resultados semestrais<br />
dos bancos”, diz comunicado do Ministério divulgado após<br />
uma reunião entre o ministro das Finanças, Yannis Stournaras,<br />
e o presidente da União de Bancos Gregos, Yorgos Zanias. AFP<br />
O presidente francês, François<br />
Hollande, defendeu uma maior<br />
regulação, especialmente financeira,<br />
para enfrentar a crise, no<br />
final de uma reunião, ontem,<br />
com os dirigentes dos principais<br />
organismos econômicos internacionais.<br />
“Se deixarmos os<br />
mercados sozinhos, se esperarmos<br />
dos mercados e somente deles<br />
a resolução da crise, há o temor<br />
de que a mesma<br />
ainda se perpetue<br />
por longo<br />
tempo”, disse o<br />
presidente francês<br />
na sede da Organização<br />
de Cooperação<br />
e Desenvolvimento<br />
Econômico<br />
(OCDE),<br />
em Paris. Segundo Hollande, o<br />
mundo “precisa de mecanismos,<br />
regulação, e ação”.<br />
Além do secretário geral da<br />
OCDE, Ángel Gurría, participaram<br />
da reunião os dirigentes<br />
da Organização Mundial de Comércio<br />
(OMC) Pascal Lamy, do<br />
Banco Mundial, Jim Yong Kim,<br />
da Organização Internacional<br />
Bertrand Langlois/AFP<br />
Hollande na sede da OCDE, ontem em Paris: regulação financeira<br />
Hollande pede<br />
mecanismos<br />
de regulação<br />
Para o presidente francês, se os mercados<br />
ficarem sozinhos, a crise pode se perpetuar<br />
O presidente<br />
francês defendeu<br />
uma reforma<br />
do sistema<br />
financeiro<br />
internacional<br />
do Trabalho (OIT) Guy Rider, e<br />
do Fundo Monetário Internacional<br />
(FMI), Christine Lagarde,<br />
que teve que deixar o encontro<br />
antes do fim.<br />
Hollande disse que observou<br />
uma grande coerência durante<br />
a reunião em relação a “essa tomada<br />
de consciência e essa vontade<br />
de por regulação onde esteve<br />
ausente muito tempo”. Destacou<br />
que a instabilidade<br />
financeira<br />
“não desapareceu”,<br />
que há “um<br />
tipo de finanças<br />
que não foi erradicada<br />
verdadeiramente,<br />
e inclusive<br />
nem sequer<br />
combatida”. Contudo,<br />
lamentou o “avanço das<br />
práticas protecionistas”.<br />
Hollande estimou que o G20<br />
dos grandes países industrializados<br />
e emergentes deve “continuar<br />
sendo uma estrutura de<br />
coordenação das políticas econômicas”<br />
e pediu “uma reforma<br />
do sistema monetário internacional”.<br />
■ AFP<br />
Governo japonês corre o<br />
risco de ficar sem dinheiro<br />
Divergências entre partidos brecam aprovação de lei que autoriza a emissão<br />
de títulos, numa situação idêntica à vivida pelo governo americano em 2011<br />
O primeiro-ministro japonês,<br />
Yoshihiko Noda, advertiu que o<br />
Estado pode parar de funcionar<br />
rapidamente sem financiamento,<br />
em consequência de um bloqueio<br />
político que impede a<br />
aprovação de uma lei que autoriza<br />
o governo a emitir títulos.<br />
“Se a situação continuar, os serviços<br />
administrativos vão parar,<br />
o que pesará na vida cotidiana<br />
das pessoas e travará a recuperação<br />
econômica”, afirmou Noda<br />
na Câmara dos Deputados.<br />
Durante um discurso no início<br />
da sessão extraordinária do<br />
Parlamento, Noda alertou que<br />
sem um acordo geral sobre uma<br />
lei que permita ao governo emitir<br />
novos bônus para cobrir seus<br />
gastos, parte da atividade oficial<br />
ficará em ponto morto. “Nenhum<br />
governo será capaz de financiar<br />
seu funcionamento<br />
sem uma lei sobre bônus públicos<br />
especiais”, afirmou.<br />
Haruyoshi Yamaguchi/Bloomberg<br />
Yoshihiko Noda: os serviços<br />
administrativos podem parar<br />
Tal como os Estados Unidos<br />
em meados de 2011, o Japão se encontra<br />
à beira de um cessar de pagamentos<br />
devido a um desacordo<br />
entre a maioria e a oposição. Em<br />
Tóquio, o bloqueio está centrado<br />
PORTA ABERTA PARA A AUSTERIDADE NA HOLANDA<br />
em uma lei puramente técnica.<br />
Habitualmente, a adoção deste<br />
texto que autoriza o governo a<br />
emissão de bônus necessários para<br />
o funcionamento dos serviços<br />
centrais do Estado não é mais que<br />
uma formalidade, mas atualmente<br />
está bloqueada no Senado.<br />
O principal movimento de direita,<br />
o Partido Liberal Democrata<br />
(PLD), decidiu este ano não<br />
votar enquanto Noda não dissolver<br />
a Câmara de Deputados para<br />
convocar eleições legislativas<br />
antecipadas. O Partido Democrata<br />
do Japão (PDJ, centro-esquerda),<br />
de Noda, tem maioria<br />
na Câmara de Deputados, mas é<br />
minoritário no Senado. Para a<br />
aprovação da lei de orçamento,<br />
a votação de ambas as câmaras<br />
é necessário. Caso não aconteça<br />
esta votação, o governo da terceira<br />
potência econômica mundial<br />
poderá ficar sem dinheiro<br />
no início de dezembro. ■ AFP<br />
Koen van Weel/AFP<br />
O Partido Liberal do<br />
primeiro-ministro holandês,<br />
Mark Rutte, e o Partido<br />
Trabalhista firmaram um<br />
acordo de coalizão,<br />
anunciaram as legendas<br />
ontem, abrindo caminho<br />
para um governo<br />
pró-austeridade e<br />
pró-europeu a ser<br />
empossado já na próxima<br />
semana. Rutte ganhou a<br />
maioria dos assentos na<br />
eleição parlamentar de 12 de<br />
setembro, que foi realizada<br />
tendo como pano de fundo<br />
a crise da Zona do Euro,<br />
o aumento do desemprego,<br />
crise no mercado imobiliário<br />
e uma economia estagnada.<br />
Oacordoincluiplanospara<br />
reduzir osgastosdo Estado<br />
emmais¤16bilhõesem<br />
quatroanos,tendocomo<br />
objetivoquaseeliminar<br />
odéficitorçamentárioaté<br />
2017. A Holanda já está<br />
implantando um programa<br />
de austeridade de ¤ 12 bilhões<br />
acordado em abril. Reuters
38 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
MUNDO<br />
Marcello Paternostro/AFP<br />
VITÓRIA ANTI-MÁFIA<br />
Candidatodeesquerdavenceeleiçõesna<br />
Sicíliacomajudadomovimento“antipartidos”<br />
O partido de Silvio Berlusconi sofreu derrota histórica no reduto tradicional<br />
da direita, onde o movimento “Cinco Estrelas”, que combate partidos<br />
tradicionais, cresceu de forma espetacular. O candidato da esquerda<br />
Rosario Crocetta venceu Sebastiano Musumeci, do partido de Berlusconi.<br />
Abertamente homossexual, Crocetta está na vanguarda na luta contra a<br />
máfia, o que fez as autoridades mantê-lo sob proteção policial. AFP<br />
Divulgação<br />
Sandy atinge a campanha<br />
presidencial americana<br />
Candidatos alteram programação diante da chegada do furacão à Costa Leste<br />
Tangi Quemener<br />
Washington, AFP<br />
Romney cancela eventos<br />
Brian Snyder/Reuters<br />
Romney:eventoscanceladosparanãoparecerinsensívelcomfuracão<br />
Efeitos do furacão Sandy já eram observados ontem em Manhattan<br />
O candidato republicao Mitt<br />
Romney, cancelou eventos de<br />
campanha marcados para a noite<br />
de ontem e para hoje “em sensibilidade<br />
aos milhões de norteamericanos<br />
no caminho do furacão<br />
Sandy”. Romney planejava<br />
participar de um evento em Wisconsin<br />
na noite de ontem e discursar<br />
hoje em Iowa e na Flórida.<br />
Todos esses Estados estão fora<br />
da trajetória do furacão Sandy,<br />
mas Romney não quer ser<br />
percebido como alguém que foca<br />
apenas na campanha, enquanto<br />
um possível desastre natural<br />
pode acontecer.<br />
Romney corria o risco de ser<br />
considerado insensível por continuar<br />
a fazer campanha, enquanto<br />
o presidente Obama parou<br />
de participar dos eventos para<br />
se concentrar no furacão.<br />
Ontem, Romney participou<br />
de um comício em Avon Lake,<br />
Ohio, e ia para Iowa para outro<br />
evento. ■ Steve Holland,<br />
Reuters<br />
Barack Obama<br />
ELEIÇÕES<br />
deixou de lado<br />
AMERICANAS ontem seu papel<br />
de candidato<br />
para retomar<br />
o de presidente,<br />
consciente<br />
da necessidade<br />
de passar<br />
a imagem de um líder firme<br />
no comando dos Estados Unidos,<br />
no momento em que parte<br />
do país está ameaçada pela chegada<br />
do furacão Sandy. Em breve<br />
discurso após uma reunião<br />
com o comitê de crise da Casa<br />
Branca, o presidente exortou os<br />
moradores das regiões potencialmente<br />
ameaçadas a seguirem<br />
sem demora as instruções das autoridades<br />
locais para que deixem<br />
suas casas.<br />
O furacão obrigou Obama e<br />
seu rival republicano, Mitt Romney,<br />
a cancelarem vários eventos<br />
de campanha, a oito dias das<br />
eleições.<br />
Sandy é o segundo evento meteorológico<br />
a perturbar a campanha.<br />
No final de agosto, a Convenção<br />
Republicana em Tampa (Flórida)<br />
precisou ser adiada por causa<br />
da tempestade tropical Isaac,<br />
que passou pela Louisiana (sul)<br />
antes de provocar inundações.<br />
Obama esteve no local poucas horas<br />
depois para manifestar a solidariedade<br />
do país aos atingidos.<br />
Os dois candidatos consideram<br />
a derrota política sofrida pelo<br />
presidente George W. Bush<br />
um resultado de sua reação, considerada<br />
tardia e precária ao furacão<br />
Katrina, que em 2005 causou<br />
mais de 1.800 mortes. O nível de<br />
popularidade do presidente republicano<br />
nunca se recuperou.<br />
A uma semana das eleições dos Estados<br />
Unidos, 73% dos latinos registrados<br />
para votar preferem o<br />
presidente Barack Obama e apenas<br />
21% o republicano Mitt Romney,<br />
segundo uma pesquisa da ImpreMedia<br />
e Latino Decisions divulgada<br />
ontem. A pesquisa mostra<br />
ainda que 87% dos hispânicos<br />
têm quase certeza de que votarão<br />
em 6 de novembro, o que pode<br />
significar um recorde de participação<br />
da principal minoria do país.<br />
Nas eleições de 2008, 84% dos<br />
Michael Heiman/AFP<br />
Embora todas as pesquisas<br />
apontem os candidatos rivais praticamente<br />
empatados, com uma<br />
ligeira vantagem para Obama<br />
em estados-chave, os efeitos a<br />
médio prazo da tempestade permanecem<br />
uma incógnita.<br />
Eventuais cortes prolongados<br />
de energia, por exemplo, poderiam<br />
impedir alguns eleitores de<br />
votar em urnas eletrônicas. ■<br />
Obamaéopreferidodoslatinos<br />
hispânicos registrados compareceram<br />
às urnas, um número sem<br />
precedentes, e dois terços votaram<br />
em Obama.<br />
A vantagem de 52 pontos de<br />
Obama sobre Romney na pesquisa,<br />
realizada de 19 a 25 de outubro<br />
com 300 pessoas, com margem<br />
de erro de 5,6%, iguala a<br />
maior registrada pela Latino Decisions<br />
em 1º de outubro. No total,<br />
8% dos latinos registrados já votaram<br />
de maneira antecipada, destaca<br />
a pesquisa. ■ AFP<br />
Elizabeth Pantaleo/AFP<br />
Entre latinos, principal minoria dos EUA, 73% apoiam o democrata<br />
Ex-ministra Carolina Toha<br />
foi eleita prefeita de Santiago<br />
Oposição<br />
vence as<br />
eleições<br />
chilenas<br />
A oposição de centro-esquerda<br />
saiu vitoriosa no domingo nas<br />
eleições municipais no Chile, a<br />
primeira com voto não-obrigatório,<br />
ao conquistar cidades importantes<br />
que devem abrir caminho<br />
para a sua volta ao poder na eleição<br />
presidencial de 2013. A oposição,<br />
que reúne socialistas, democrata-cristãos,<br />
social-democratas<br />
e radicais e, em alguns distritos,<br />
também o Partido Comunista,<br />
obteve 43,21% dos votos, contra<br />
37,57% do partido de direita<br />
no poder, de acordo com o último<br />
relatório oficial.<br />
No total, a oposição elegeu 167<br />
prefeitos contra os 147 da última<br />
eleição, enquanto a direita totalizou<br />
120 municípios, depois de<br />
perder 24. A oposição se recuperou<br />
da derrota nas eleições locais<br />
de 2008, que anteciparam a vitória<br />
de Sebastián Piñera, primeiro<br />
presidente chileno de direita<br />
após o fim da ditadura de Augusto<br />
Pinochet, em 1990.<br />
Na comuna de Santiago, venceu<br />
Carolina Toha, ex-ministra<br />
do governo da socialista Michelle<br />
Bachelet (2006-2010), superando<br />
o ultraconservador Pablo Zalaquett.<br />
Em outras disputas emblemáticas,<br />
a candidata independente<br />
apoiada pela centro-esquerda<br />
Josefa Errazuriz venceu no município<br />
de Providencia, em Santiago,<br />
ficando à frente do ex-coronel do<br />
Exército e partidário do ex-ditador<br />
Pinochet, Cristián Labbé, que<br />
governou a cidade por 16 anos.<br />
Piñera foi o grande ausente desta<br />
campanha eleitoral. Em contraste,<br />
a imagem de Bachelet,<br />
que agora dirige a ONU Mulher,<br />
se destacou com uma intenção<br />
de voto de entre 40% e 50%, de<br />
acordo com várias pesquisas. Bachelet,<br />
que vive há dois anos em<br />
Nova York, não votou e até agora<br />
não se sabe se voltará a concorrer<br />
à presidência. ■ Roser Toll, AFP
Terça-feira, 30 de outubro, 2012 <strong>Brasil</strong> Econômico 39<br />
PONTO DE VISTA<br />
IDEIAS/DEBATES<br />
Exame mais barato para detectar câncer<br />
Pesquisadores britânicos desenvolveram um novo exame, mais barato,<br />
que pode detectar diferentes vírus e também alguns tipos de câncer.<br />
O exame ainda é um protótipo e revela uma doença ou um vírus — mesmo<br />
em pequena quantidade no corpo — usando um sistema de cores. A pesquisa<br />
do Imperial College de Londres foi divulgada na revista especializada<br />
Nature Nanotechnology. Um reagente químico desenvolvido pelos cientistas<br />
muda de cor quando entra em contato com o sangue do paciente. ABr<br />
pontofinal@brasileconomico.com.br<br />
FRANCISCO RICARDO BLAGEVITCH<br />
Presidente e fundador da Asyst International+Rhealeza<br />
ANTONINHO MARMO TREVISAN<br />
Presidente da Trevisan Escola de Negócios,<br />
membro do Conselho de Desenvolvimento<br />
Econômico e Social da Presidência da República<br />
Será que é para inglês ver?<br />
Trinta anos após o descobrimento, o <strong>Brasil</strong> recebeu seu primeiro visitante inglês:<br />
o negociante William Hawkins. Ele gostou tanto do que viu que retornou<br />
outras duas vezes. Há poucos dias, o Primeiro-ministro da Inglaterra, David<br />
Cameron, esteve no <strong>Brasil</strong> para sua primeira visita oficial ao nosso país.<br />
Ele veio acompanhado de uma delegação de empresários para fechar negócios<br />
com empresas brasileiras, principalmente em um momento de recessão<br />
na Europa e aquecimento da economia da América Latina. Como presidente<br />
de uma empresa que mantém relações comerciais com a Terra da Rainha, fui<br />
convidado para encontrar com ele. Falamos por dez minutos o que imagino<br />
que tanto para mim quanto para o <strong>Brasil</strong> ainda vão representar muito.<br />
Samba e futebol até passaram pela pauta, mas o foco foi como as empresas<br />
brasileiras encontram dificuldades para atuar na Europa. É claro que o tempo<br />
foi curto, mas o Primeiro-ministro não perdeu a oportunidade e me pediu<br />
para continuar a conversa com um e-mail detalhado, no qual eu deveria<br />
expor pontos que precisam ser endereçados quando o assunto são as relações<br />
entre Inglaterra e <strong>Brasil</strong>, mais precisamente sobre a Tecnologia da Informação<br />
(TI) — setor no qual atuo.<br />
O segredo é mostrar para a Inglaterra que a TI é<br />
um ativo diferencial que tem ocupado, cada vez<br />
mais, um patamar estratégico dentro das empresas<br />
Apesar de o <strong>Brasil</strong> ser, hoje, a sexta maior economia do mundo, ultrapassando<br />
o Reino Unido em novembro do ano passado, o nosso país importa<br />
apenas 1,5% da Inglaterra. Hoje, o comércio bilateral entre esses dois países<br />
é da ordem de 5 bilhões de pounds por ano. Um dos objetivos da visita de<br />
Cameron ao <strong>Brasil</strong> foi, sem dúvida, fomentar as transações comerciais, onde<br />
ele pretende dobrar este valor nos próximos cinco anos.<br />
Esta relação longínqua entre os dois países também já resultou em importantes<br />
parcerias. Recentemente, três novos acordos visando aumentar a troca<br />
entre as áreas científica, tecnológica e inovação entre Inglaterra e <strong>Brasil</strong><br />
foi anunciado. Eles preveem a ampliação do número de alunos enviados ao<br />
Reino Unido pelo Programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal,<br />
além da cooperação entre empresas inglesas e o CNPQ (Conselho Nacional<br />
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e, o desenvolvimento de estudos,<br />
pesquisas e projetos científicos relacionados ao setor petrolífero.<br />
Mas também temos a TI brasileira. Acredito que ela pode ser uma força-motriz<br />
para o crescimento das trocas comerciais entre <strong>Brasil</strong> e Inglaterra. Atualmente,<br />
o <strong>Brasil</strong> emprega mais de 400 mil pessoas somente em suporte ao usuário<br />
de TI, serviço onde podemos ser uma excelente alternativa à Índia, que<br />
são, hoje, os principais provedores das empresas inglesas. O segredo é mostrar<br />
para a Inglaterra que a TI não funciona apenas como uma mera mercadoria,<br />
mas um ativo diferencial que tem ocupado, cada vez mais, um patamar<br />
estratégico dentro das empresas. Além disso, o “way of being” brasileiro faz<br />
toda a diferença: somos um dos poucos países especializados em suporte ao<br />
usuário final de TI no qual, além de utilizarmos métodos e processos de padrão<br />
global — e ter aumentado significativamente a fluência tanto oral quanto<br />
escrita no inglês —, atende-se o telefone “sorrindo”. É possível sentir o nosso<br />
astral, nossa energia, mesmo que pela voz, de onde quer que se esteja. ■<br />
Morosidade da Justiça<br />
A morosidade da Justiça no <strong>Brasil</strong>, que prejudica os indivíduos, as famílias e<br />
as empresas, parece constituir-se em realidade já assimilada pela sociedade,<br />
como se fosse algo insolúvel. Obviamente, não devemos nos resignar à<br />
situação, pois ela contrasta com os objetivos de desenvolvimento e é um<br />
dos fatores que reduzem a competitividade da economia. A boa notícia é<br />
que, apesar da complexidade do sistema, as soluções podem estar ao alcance<br />
de um eficaz processo de gestão. Os magistrados, por mais brilhantes e<br />
letrados nas matérias legais, de direito, filosofia e humanidades, não primam<br />
pela capacidade de administração. Nem mesmo as melhores faculdades<br />
de Direito do país enfatizam essa disciplina. Por isso, talvez a desejada<br />
reforma do Judiciário devesse começar com um choque de gestão, sob a responsabilidade<br />
de profissionais especializados.<br />
As estatísticas justificam isso, a começar pelos recursos humanos. Conforme<br />
a mais recente edição do Justiça em Números, o <strong>Brasil</strong> tinha 16.804<br />
magistrados em 2010, 3% a mais do que em 2009. São 8,7 para cada 100 mil<br />
habitantes. Aí, já estamos diante de uma primeira questão relevante: ou se<br />
aumenta muito a produtividade ou se multiplica o número de juízes. Apenas<br />
como referência, informações da Comissão Europeia para Eficiência da<br />
Justiça (CEPEJ) mostra que em 29 nações do Velho Continente a média é de<br />
18 por 100 mil.<br />
Será possível melhorar a produtividade de modo tão agudo? Vejamos: no<br />
tocante ao número de casos novos por magistrado, segundo aquela publicação<br />
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), observou-se em 2010 redução de<br />
7% em relação a 2009, decorrente tanto da queda dos casos novos, quanto<br />
do aumento do número de juízes. Ou seja, aumentou-se o número de juízes,<br />
mas se reduziu a produtividade.<br />
Em 2010, entraram na Justiça 24,22 milhões de<br />
casos novos, que se somaram a 59,16 milhões<br />
pendentes e a 25,31 milhões de processos baixados<br />
O relatório também demonstra um imenso déficit no que diz respeito aos<br />
processos a serem julgados. Somente em 2010, entraram na Justiça (Estadual,<br />
Federal e do Trabalho) 24,22 milhões de casos novos, que se somaram a<br />
59,16 milhões pendentes e a 25,31 milhões de processos baixados. Naquele<br />
ano, pasmem, proferiram-se apenas 22,15 mil sentenças. Restaram 86,55 milhões<br />
de processos à espera de julgamento.<br />
Especialistas explicam que duas medidas seriam importantes para a melhoria<br />
da produtividade: valorização das sentenças de primeira instância, pois isso<br />
daria muito mais velocidade aos processos e propiciaria apreciável economia<br />
de recursos; e a chamada desmaterialização dos arquivos, com sua conversão<br />
em mídias digitais, facilitando a leitura, os acessos e os trâmites. Há, ainda,<br />
uma série de questões doutrinárias e constitucionais, que não nos cabe avaliar.<br />
Finalmente, há que se considerar que, em 2010, as despesas do Judiciário somaram<br />
R$ 41,04 bilhões, contra receitas de R$ 17,58 bilhões. Nada que um bom<br />
contador não possa equacionar... Bom humor à parte, as dimensões do problema<br />
corroboram a tese da profissionalização da gestão, deixando aos magistrados<br />
a decisiva missão de julgar e fazer prevalecer a justiça, condição essencial<br />
para a consistência da democracia e a perpetuação do Estado de Direito. ■<br />
Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos<br />
Diretor-Presidente José Mascarenhas<br />
Diretor Executivo Ricardo Galuppo<br />
Publisher Ricardo Galuppo<br />
Diretor de Redação Joaquim Castanheira<br />
Diretor Adjunto Octávio Costa<br />
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BRASIL ECONÔMICO<br />
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40 <strong>Brasil</strong> Econômico Terça-feira, 30 de outubro, 2012<br />
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É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A.<br />
SELEÇÃO DE CRAQUES<br />
Lista com os 23 jogadores que<br />
disputam o prêmio de melhor<br />
jogador do mundo 2012 foi<br />
divulgada ontem pela Fifa<br />
e a revista “France ootball<br />
NOME<br />
SERGIO AGÜERO<br />
MARIO BALOLETLLI<br />
KARIM BENZEMA<br />
GIANLUIGI BUFFON<br />
SERGIO BUSQUETS<br />
IKER CASILLAS<br />
DIDIER DROGBA<br />
RADAMEL FALCAO<br />
ZLATAN IBRAHIMOVIC<br />
ANDRÉS INIESTA<br />
LIONEL MESSI<br />
MANUEL NEUER<br />
NEYMAR<br />
MESUT ÖZIL<br />
GERARD PIQUÉ<br />
ANDREA PIRLO<br />
SERGIO RAMOS<br />
CRISTIANO RONALDO<br />
WAYNE ROONEY<br />
YAYA TOURÉ<br />
ROBIN VAN PERSIE<br />
XABI ALONSO<br />
XAVI HERNANDEZ<br />
TIME QUE ATUA<br />
Manchester City-ING<br />
Manchester City-ING<br />
Real Madrid-ESP<br />
Juventus-ITA<br />
Barcelona-ESP<br />
Real Madrid-ESP<br />
Shanghai Shenhua-CHI<br />
Atlético de Madrid<br />
Paris Saint-Germain-FRA<br />
Barcelona-ESP<br />
Barcelona-ESP<br />
Bayern Munique-ALE<br />
Santos-BRA<br />
Real Madrid-ESP<br />
Barcelona-ESP<br />
Juventus-ITA<br />
Real Madrid-ESP<br />
Real Madrid-ESP<br />
Manchester United-ING<br />
Manchester City-ING<br />
Manchester United-ING<br />
Real Madrid-ESP<br />
Barcelona-ESP<br />
OcraqueNeymaréoúnicobrasileironalistadeindicadosaoprêmio<br />
BoladeOuro,realizadopelaFifaemparceriacomarevistafrancesa<br />
FranceFootball,quepremiaráomelhorjogadordomundoem2012.<br />
EssaéasegundavezconsecutivaqueoatacantedoSantosapareceentre<br />
osindicados.Nopróximodia1ºdedezembro,emeventodaCopadas<br />
Confederações,emSãoPaulo, serádivulgadoonomedostrêsatletas<br />
finalistasqueestarãonacerimôniaanualqueaFifarealizaemZurique,<br />
naSuíça,parapremiarosmelhoresjogadoresdoano.Alistacom<br />
osindicadoséumamostradaforçadofuteboldaEspanha,atual<br />
campeãmundialebicampeãeuropeia.Dos 23atletas,setesão<br />
espanhóise12jogadoresdetodaalistajogamemclubesdaEspanha.<br />
PONTO FINAL<br />
RICARDO GALUPPO<br />
rgaluppo@brasileconomico.com.br<br />
Publisher<br />
<strong>Haddad</strong> agora sairá da posição de<br />
quem cobra para a de quem é cobrado<br />
O maior erro de avaliação que se pode cometer<br />
em relação aos resultados das eleições<br />
municipais deste ano é enxergá-los<br />
como uma antecipação das eleições para a<br />
presidência da República que acontecerão<br />
daqui a dois anos. Não são. As eleições municipais<br />
(como foi dito mais de uma vez<br />
neste espaço ao longo da campanha) são<br />
especialmente cruéis na cobrança de eficiência.<br />
É mais fácil um prefeito tirar do<br />
que dar votos a seu partido na próxima disputa<br />
para o governo federal e os governos<br />
estaduais. Ainda é cedo para dizer se Fernando<br />
<strong>Haddad</strong> fará uma administração decente<br />
ou se ele não se<br />
mostrará à altura de<br />
um desafio complexo<br />
como é a prefeitura de<br />
São Paulo. Isso seria<br />
péssimo não para as<br />
pretensões eleitorais<br />
do político, mas para a<br />
população de uma cidade<br />
que, nos últimos<br />
anos, nunca experimentou<br />
o sabor de ter<br />
uma administração municipal alinhada<br />
com o governo federal. Desde que as capitais<br />
recuperaram o direito de escolher seu<br />
prefeito, em 1985, a eleição municipal para<br />
a maior capital do país nunca foi vencida<br />
por um candidato alinhado com Brasília.<br />
Jânio Quadros, eleito em 1985, não era<br />
do mesmo grupo que estava no Planalto<br />
àquela altura. O mesmo vale para Luiza<br />
Erundina (1988), Paulo Maluf (1992), Celso<br />
Pitta (1996), Marta Suplicy (2000), José<br />
Serra (2004) e Gilberto Kassab (2008).<br />
A população de São Paulo poderá testar,<br />
pela primeira vez, o que é ter um prefeito<br />
São Paulo deve à<br />
União R$ 50 bi e paga<br />
juros de 9% ao ano,<br />
mais IGP-DI.<br />
Quando foi negociada,<br />
a taxa era vantajosa.<br />
Hoje, não é mais<br />
alinhado com Brasília. E se a consequência<br />
desse alinhamento for a injeção de uma<br />
quantidade maior de recursos do que a cidade<br />
recebeu nos últimos anos, ótimo. O<br />
prefeito eleito estreou em grande estilo. No<br />
dia seguinte à sua vitória, foi a Brasília agradecer<br />
o apoio da presidente <strong>Dilma</strong> Rousseff<br />
e, na saída da reunião, bateu na tecla certa:<br />
é preciso <strong>renegociar</strong> com urgência a dívida<br />
do município com a União. A cidade deve<br />
cerca de R$ 50 bilhões a Brasília e paga<br />
uma taxa de juros de 9% ao ano, mais correção<br />
pelo IGP-DI. Quando foi negociada,<br />
na gestão de Celso Pitta, essa taxa era muito<br />
vantajosa. Em janeiro<br />
deste ano, o prefeito<br />
de São Paulo, Gilberto<br />
Kassab, disse em entrevista<br />
ao BRASIL ECONÔMI-<br />
CO que a taxa é “inadequada”.<br />
O termo, como<br />
se vê, é extremamente<br />
polido. Com o<br />
esforço que o governo<br />
tem feito para exigir<br />
que os bancos reduzam<br />
as taxas cobradas do tomador final de empréstimos,<br />
exigir que a prefeitura da maior<br />
cidade do país continue arcando com uma<br />
taxa desse tamanho é incoerente.<br />
Com a dívida renegociada, <strong>Haddad</strong> terá<br />
uma vantagem que seus antecessores não<br />
tiveram: mais dinheiro para gastar em<br />
seus projetos. Isso permitirá que ele construa<br />
uma boa parte do que prometeu. Mas<br />
não tudo. Para fazer tudo o que disse que<br />
ia fazer, Brasília terá que vir em socorro<br />
ao prefeito que ajudou a eleger. <strong>Haddad</strong>,<br />
agora, sai da posição de quem cobra para a<br />
posição de quem é cobrado. ■<br />
PODER ECONÔMICO<br />
JORGE FELIX<br />
jfelix@ig.com<br />
Uma dívida entre <strong>Haddad</strong> e <strong>Dilma</strong><br />
Durante toda a campanha eleitoral em São<br />
Paulo, o prefeito eleito Fernando <strong>Haddad</strong><br />
exaltou sua parceria com o governo federal.<br />
No dia seguinte à vitória, <strong>Haddad</strong> esteve,<br />
ontem, com <strong>Dilma</strong> Rousseff no Palácio<br />
do Planalto. Discurso e gesto estão em linha.<br />
Mas há o desafio das decisões administrativas.<br />
Nenhum deles é maior do que a renegociação<br />
da dívida da cidade. O tema é o<br />
mais importante para afastar o risco de boa<br />
relação entre o dois gestores do PT ficar<br />
mais na perfumaria do que no relevante.<br />
Quem conhece finanças públicas e já esteve<br />
com ela nas mãos (tanto em governos do<br />
>>> Leia mais em www.ig.com/poder-economico<br />
PT como do PSDB), desconfia que no momento<br />
de o tema ser discutido para valer,<br />
há perigo de uma grande frustração nessa<br />
parceria. Não por divergência entre os dois.<br />
Mas porque a dívida da cidade está atrelada<br />
a dos cinco estados que reivindicam a renegociação.<br />
E o governo federal, como se sabe,<br />
não pode tudo. Tem um compromisso<br />
com o superávit primário e com a Lei de<br />
Responsabilidade Fiscal. Essa novela arrasta-se<br />
desde 1998. Pressão sempre existiu e<br />
nunca o governo cedeu (ou pode ceder).<br />
Se <strong>Haddad</strong> conseguir arrancar essa renegociação,<br />
aí sim, será sua grande vitória. ■<br />
●<br />
Igo Estrela<br />
A dívida da capital hoje gira em<br />
➤<br />
torno dos R$ 60 bilhões e a<br />
prefeitura gasta 13% da arrecadação no<br />
pagamento de juros. Hoje há um consenso<br />
de que não basta a troca de indexador<br />
(de IGP-DI +9% pela Selic ou TJLP),<br />
mas há necessidade da revisão<br />
do saldo devedor em troca de uma<br />
antecipação da amortização para a União.<br />
●<br />
Dois economistas são os mais<br />
➤<br />
próximos dos próximos do prefeito<br />
eleito Fernando <strong>Haddad</strong>: Leda Paulani,<br />
professora da Universidade de São Paulo,<br />
e Nelson Machado, ex-ministro da<br />
Previdência (governo Lula) e ex-secretárioexecutivo<br />
de Guido Mantega (até 2010).<br />
Leda é unha e carne com <strong>Haddad</strong> e todos<br />
dão como certo sua volta ao governo<br />
municipal (já esteve lá na época de<br />
João Sayad, no governo Marta Suplicy).<br />
Coordenador do programa de <strong>Haddad</strong><br />
na área de desenvolvimento econômico,<br />
Machado, por sua experiência no governo<br />
federal, porém, é mais apontado por quem<br />
conhece o assunto e por integrantes do PT.<br />
●➤<br />
➔<br />
E a Petrobras, hein?<br />
Uma caixinha de surpresa.<br />
Colaborou<br />
Klinger Portella<br />
www.brasileconomico.com.br