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Operadores: - ONS

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132<br />

Ano XI | Setembro 2009<br />

Informativo mensal do <strong>ONS</strong><br />

Operador Nacional<br />

do Sistema Elétrico<br />

Novos<br />

horizontes<br />

para o<br />

Operador<br />

Nacional<br />

<strong>ONS</strong> inicia um novo processo<br />

para definição de seu Planejamento<br />

Estratégico 2010-2014, ouvindo<br />

instituições e agentes do setor<br />

elétrico, universidades e centros<br />

de pesquisa.<br />

Pág s . 4, 5 e 6<br />

<strong>Operadores</strong>:<br />

desenvolvimento<br />

profissional em pauta<br />

Programa de Desenvolvimento e<br />

Certificação de <strong>Operadores</strong> promove<br />

uma série de ações voltadas ao<br />

aperfeiçoamento constante dos<br />

profissionais. Pág. 7<br />

Modelos chuva-vazão:<br />

utilização cada vez<br />

mais abrangente Pág. 3


Uma profissional múltipla<br />

Em qualquer organização, elas<br />

estão em todos os departamentos.<br />

Relacionam-se com<br />

todos os níveis hierárquicos. Encaminham<br />

trabalhos importantes.<br />

Fazem a linha de frente no atendimento<br />

aos parceiros, clientes e<br />

fornecedores. Ocupam cargos de<br />

confiança, por terem acesso a informações<br />

estratégicas. São um elo<br />

entre os gestores e as suas equipes.<br />

Não raro, acumulam funções as<br />

mais variadas apenas para contribuir<br />

com o bom andamento<br />

do trabalho. São conselheiras,<br />

“psicólogas”, parceiras. Por estas<br />

e muitas outras razões, podemos<br />

parafrasear o dito popular<br />

e afirmar o seguinte:<br />

quem encontrou uma boa secretária,<br />

encontrou um tesouro.<br />

Numa sociedade orientada para a globalização,<br />

em que as grandes empresas<br />

mantêm relações com parceiros e<br />

clientes de vários países, as secretárias<br />

ganharam ainda maior importância.<br />

Cada vez mais, são levadas a falar diferentes<br />

idiomas e a dominar as mais<br />

modernas tecnologias e ferramentas<br />

de comunicação. E também a inteirar-se<br />

do negócio da empresa – o que<br />

inclui o conhecimento do seu públicoalvo<br />

e do trabalho de alguns parceiros<br />

estratégicos.<br />

Normalmente, uma secretária tem<br />

vários talentos. Um deles é a etiqueta<br />

empresarial, na medida em que<br />

precisa dominar as regras de boas<br />

maneiras no ambiente corporativo.<br />

Quanto ao marketing pessoal, ela<br />

deve tê-lo sempre na dosagem certa,<br />

dada a visibilidade de sua função.<br />

Gestão de estresse é outra de suas<br />

aptidões, na medida em que às vezes<br />

ela precisa lidar com situações<br />

tensas, seja no âmbito interno ou<br />

no externo. Boa administração do<br />

tempo também é uma das qualidades<br />

da boa secretária, em razão dos<br />

diferenciados afazeres com que lida<br />

no dia-a-dia. Dinamismo e presteza<br />

são outras de suas preciosas características,<br />

pois a secretária é sempre<br />

alguém a quem se recorre para resolver<br />

algum problema.<br />

Celebrar o Dia da Secretária é, portanto,<br />

celebrar essa profissional<br />

múltipla, peça-chave em qualquer<br />

área de uma empresa. Foi isto, exatamente,<br />

que o Operador Nacional<br />

fez no último dia 30 de setembro,<br />

ao promover um almoço no Escritório<br />

Central em homenagem às secretárias<br />

– que assistiram a uma<br />

peça de teatro que retratava com<br />

humor o seu universo de trabalho.<br />

Como não poderia deixar<br />

de ser, nas demais localidades<br />

do <strong>ONS</strong>, o Dia da Secretária<br />

foi igualmente comemorado, de<br />

diferentes formas.<br />

Os vários agradecimentos carinhosos<br />

recebidos pela ACM, em razão<br />

da comemoração do Dia da Secretária,<br />

dão uma prova dessa habilidade<br />

emocional que elas possuem,<br />

dessa grande vocação para o interrelacionamento.<br />

E, também, de<br />

quanto o seu importante trabalho é<br />

– talvez mais do que qualquer outro<br />

– voltado às pessoas.<br />

Por isso, elas dão sempre um toque<br />

pessoal ao ambiente em que<br />

se encontram.<br />

Participe!<br />

Envie sua sugestão de pauta<br />

ou proposta de texto de<br />

matéria para:<br />

jornal@ons.org.br<br />

Ligação: Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico<br />

Escritório Central: Rua da Quitanda, 196 | Centro | Rio de Janeiro | RJ | 20.091-005<br />

Telefone (21) 2203 9400 | Fax (21) 2203 9444 | www.ons.org.br<br />

Edição: Assessoria de Comunicação e Marketing<br />

Comissão Editorial: Eneida Leão, Hermes Chipp e Tristão Araripe | Fotos: Reynaldo Dias e arquivo<br />

Coordenação Editorial: Expressiva Comunicação e Educação | (21) 2578-3148 | www.expressivaonline.com.br<br />

Impresso em<br />

papel reciclado<br />

Filiado à<br />

2<br />

<strong>ONS</strong> | Ligação 132 | Setembro 2009


Previsão de afluências<br />

já é obtida com modelos<br />

chuva-vazão para 1/3 do<br />

Subsistema SE/CO.<br />

Avanços na gestão<br />

de recursos hídricos<br />

Apartir do Programa Mensal da<br />

Operação (PMO) de outubro,<br />

os processos de previsão de vazões<br />

passarão a utilizar a aplicação desenvolvida<br />

para a bacia do rio Grande,<br />

ampliando de 11% para 32% de toda a<br />

energia afluente a cobertura do Subsistema<br />

Sudeste/Centro-Oeste pelos<br />

modelos chuva-vazão. Este índice<br />

chegará a 41% em 2010, com o uso do<br />

aplicativo também na bacia do Paranapanema,<br />

enquanto 90% do Subsistema<br />

Sul já opera com tais modelos.<br />

Com isso, o <strong>ONS</strong> busca consolidar<br />

seu uso no planejamento e na programação<br />

da operação do SIN.<br />

Os modelos chuva-vazão utilizam<br />

como insumo as informações de vazões<br />

observadas em aproveitamentos<br />

hidrelétricos e estações hidrométricas<br />

existentes nas bacias, bem como<br />

os índices de precipitação obtidos em<br />

postos pluviométricos e as probabilidades<br />

de precipitação. “Insere-se a<br />

expectativa de chuva como mais um<br />

dado relevante para fazer a previsão<br />

de vazão dos rios em um horizonte<br />

de até uma semana à frente”, esclarece<br />

Francisco Arteiro, gerente-executivo<br />

de Programação e Desligamentos.<br />

“O objetivo é buscar um maior<br />

grau de acerto, visando à otimização<br />

e à economicidade, pois as previsões<br />

de vazão são fundamentais para os<br />

programas e políticas de operação”.<br />

Em agosto, foram concluídos os<br />

estudos de uma nova aplicação<br />

do modelo SMAP (Soil Moisture<br />

Accounting Procedure) voltada para<br />

a bacia do rio Paranapanema,<br />

com implantação prevista para o<br />

primeiro semestre de 2010 – momento<br />

em que 41% da Energia<br />

Natural Afluente (ENA) do Subsistema<br />

Sudeste/Centro-Oeste<br />

deverão ser cobertos por modelos<br />

chuva-vazão.<br />

O trabalho foi desenvolvido em conjunto<br />

com a Duke Energy, responsável<br />

pela operação de oito dos dez<br />

aproveitamentos localizados nesta<br />

bacia. A parceria envolveu a equipe<br />

da gerência de Hidrologia do <strong>ONS</strong><br />

(Rogério Saturnino Braga, Simone<br />

Borim da Silva, Marcio Cataldi e<br />

Hadassiana Creton Oliveira) e téc-<br />

nicos da Duke Energy, coordenados<br />

por Paulo Ricardo Laudanna, com o<br />

apoio da consultora Aquamet.<br />

A articulação foi fundamental para<br />

o sucesso do projeto. “A agregação<br />

da experiência do agente é sempre<br />

bem-vinda, pois ninguém conhece<br />

melhor a bacia. Quando conseguimos<br />

uma parceria dessa qualidade,<br />

todos ganham”, avalia Arteiro.<br />

Vinicius Forain Rocha, gerente de<br />

Hidrologia, ressalta que o projeto<br />

não é uma simples transferência do<br />

modelo da Duke para o Operador:<br />

“As calibrações e os ajustes são próprios<br />

para a aplicação na previsão de<br />

vazões semanais, a ser realizada sob<br />

inteira responsabilidade do <strong>ONS</strong>”.<br />

Usos da água: contribuições do <strong>ONS</strong><br />

A convite do Ministério do Meio<br />

Ambiente, o Operador participou<br />

da oficina “Uso da água<br />

nas atividades econômicas: definindo<br />

uma base de coeficientes<br />

técnicos para recursos hídricos<br />

no Brasil”, nos dias 9 e 10 de<br />

setembro, em Brasília, representado<br />

por Rogerio Saturnino Braga, da Gerência de Hidrologia. O objetivo<br />

era avaliar tipologias de produtos das atividades econômicas, bem como<br />

dos coeficientes de vazão de retirada e retorno. Após a análise dos principais<br />

estudos existentes, evidenciou-se a importância dos projetos do <strong>ONS</strong><br />

para a formação de uma matriz de coeficientes de vazões de retirada e de<br />

retorno de água, no planejamento do uso dos recursos hídricos brasileiros.<br />

Setembro 2009 | Ligação 132 | <strong>ONS</strong> 3


Uma nova estratégia<br />

para o Planejamento 2010-<br />

Nos últimos 11 anos, o Operador Nacional consolidou uma trajetória bem-sucedida,<br />

conquistando reconhecimento por sua atuação qualificada no setor elétrico brasileiro.<br />

Para enfrentar os desafios futuros, em um ambiente cada vez mais complexo e dinâmico,<br />

o <strong>ONS</strong> convidou diferentes instituições a compartilhar suas expectativas, transformando-as<br />

em valiosas contribuições ao seu planejamento estratégico para o próximo ciclo.<br />

OSeminário Interno de Planejamento<br />

Estratégico reuniu, durante<br />

todo o dia 4 de setembro,<br />

representantes de diversas organizações<br />

atuantes nos segmentos institucional,<br />

de pesquisa e de consultoria<br />

do setor elétrico, tais como: Ministério<br />

de Minas e Energia (MME), Empresa<br />

de Pesquisa Energética (EPE),<br />

Agência Nacional de Energia Elétrica<br />

(Aneel), Câmara de Comercialização<br />

de Energia Elétrica (CCEE),<br />

Centro de Pesquisas de Energia Elétrica<br />

(Cepel), Agência Nacional de<br />

Águas (ANA), Grupo de Estudos<br />

do Setor Elétrico (Gesel/UFRJ),<br />

Universidade de São Paulo (USP),<br />

Universidade de Brasília (UnB) e<br />

Coppe/UFRJ. O encontro foi realizado<br />

no Escritório Central e transmitido<br />

por videoconferência para as<br />

demais localidades do Operador.<br />

Na abertura do evento, o diretor geral<br />

do <strong>ONS</strong>, Hermes Chipp (foto à<br />

esq.), ressaltou a oportunidade de<br />

trocar ideias e discutir questões comuns<br />

a todos. “Para nós, esta reunião<br />

é da maior importância, pois<br />

aqui estão representadas as instituições<br />

que constituem os pilares<br />

do setor elétrico. Essa diversidade<br />

é enriquecedora, assim como as diferentes<br />

contribuições de cada uma,<br />

como subsídios para o nosso planejamento<br />

estratégico, nosso olhar<br />

para o futuro”. Hermes Chipp apresentou<br />

ainda os objetivos estratégicos<br />

do Operador (veja box).<br />

O seminário constituiu a primeira<br />

de duas ações empreendidas com o<br />

objetivo de identificar, nas perspectivas<br />

das entidades do setor, os desafios<br />

para os próximos cinco anos. A<br />

segunda envolve uma reunião com<br />

os agentes do sistema. “O <strong>ONS</strong> decidiu<br />

que deveria escutar mais, antes<br />

de tomar decisões sobre o planejamento<br />

estratégico. Por isso estruturamos<br />

este formato, que nos permite<br />

conhecer melhor a visão de todos os<br />

segmentos”, esclareceu Geraldo Pimentel,<br />

gerente-executivo de Planejamento<br />

Estratégico Corporativo.<br />

Ele destaca ainda a crescente complexidade<br />

do ambiente de atuação da<br />

organização, marcado pela expansão<br />

do sistema para a região amazônica;<br />

o crescimento das fontes descentralizadas<br />

de energia (como eólica e<br />

biomassa); o aumento expressivo do<br />

número de agentes; a demanda da<br />

sociedade por transparência nas decisões<br />

em relação à segurança do sistema;<br />

e uma discussão de conteúdo<br />

cada vez mais denso quanto à relação<br />

segurança x custos.<br />

“Por tudo isso, as informações e<br />

análises críticas resultantes dos encontros<br />

servirão como input, dados<br />

de entrada para nosso trabalho<br />

4<br />

<strong>ONS</strong> | Ligação 132 | Setembro 2009


2014<br />

de planejamento”, explicou Geraldo<br />

Pimentel. No final de outubro, haverá<br />

reuniões internas com os gestores<br />

e a Diretoria para que, em novembro<br />

e dezembro, possam ser<br />

ajustados os objetivos estratégicos e<br />

definidas as ações e prioridades para<br />

o período 2010-2014.<br />

Reflexões e desafios<br />

Um exemplo de sucesso. Assim o secretário-executivo<br />

do MME, Márcio<br />

Pereira Zimmermann (foto à dir.), referiu-se<br />

ao Operador Nacional durante<br />

o seminário, destacando a expertise,<br />

a confiabilidade e a busca de melhoria<br />

contínua como elementos-chave da<br />

competência do <strong>ONS</strong>, trabalhando<br />

em sintonia com tantos atores no sistema.<br />

“A segurança energética é estratégica<br />

para o país, assim como a interação<br />

e o equilíbrio entre o Ministério<br />

e o Operador”, avaliou. Zimmermann<br />

fez questão de sublinhar o prestígio<br />

conquistado pelo <strong>ONS</strong> ao operar com<br />

Atuais objetivos estratégicos do <strong>ONS</strong><br />

• Aumentar a segurança eletro-energética.<br />

• Responder aos desafios decorrentes do aumento da complexidade da operação<br />

do SIN, face à diversificação da matriz energética e de sua expansão.<br />

• Aperfeiçoar a ação do <strong>ONS</strong> como gestor da Rede de Instalações e sua atuação<br />

nas Redes de Agentes e de Instituições.<br />

• Implantar a Gestão do Conhecimento e do Desenvolvimento Tecnológico.<br />

• Incorporar visão estratégica à Gestão da Tecnologia da Informação buscando<br />

ampliar o suporte aos processos da organização e o uso racional dos recursos.<br />

• Aperfeiçoar e consolidar a gestão de pessoas.<br />

• Promover o desenvolvimento organizacional com foco na gestão de riscos,<br />

de custos e de processos técnicos e corporativos.<br />

• Fortalecer a competência e a imagem institucional do <strong>ONS</strong>.<br />

eficiência um sistema com as características<br />

do modelo brasileiro, sem perder<br />

de vista a preocupação com a modicidade<br />

tarifária.<br />

A diretora da Aneel, Joísa Campanher<br />

Dutra Saraiva, expôs o processo<br />

de elaboração e o planejamento<br />

estratégico da Agência para 2009-<br />

2012, cujo foco é a governança regulatória<br />

do sistema elétrico. “Gerar e<br />

fornecer informação com qualidade<br />

é um dos maiores desafios”, explicou.<br />

Na opinião da diretora, Aneel<br />

e <strong>ONS</strong> devem procurar<br />

trabalhar articuladamente,<br />

pois<br />

algumas de suas metas<br />

possuem interfaces.<br />

Do mesmo<br />

modo, José Machado,<br />

diretor presidente<br />

da ANA, em participação<br />

por meio<br />

de videoconferência,<br />

também destacou a<br />

importância dos trabalhos<br />

em parceria<br />

para o Sistema Interligado Nacional e<br />

o alcance dos objetivos comuns a ambas<br />

organizações.<br />

“Todos nós, brasileiros do setor elétrico,<br />

devemos nos orgulhar do Operador”.<br />

A afirmação foi feita por Mauricio<br />

Tolmasquim, presidente da EPE,<br />

que elogiou ainda o canal de diálogo<br />

entre as empresas. Na sua opinião, é<br />

natural que operadores e planejadores<br />

possuam enfoques diferentes acerca<br />

das questões ligadas ao setor, mas<br />

é preciso harmonizá-los para viabilizar<br />

um trabalho conjunto, buscando<br />

o ponto ideal quanto a custo e segurança.<br />

“Quando usamos critérios diferentes,<br />

podemos gerar confusão para a<br />

sociedade. Todos nós estamos certos,<br />

apenas usamos premissas diferenciadas.<br />

Devemos buscar uma uniformização”,<br />

avaliou.<br />

Por sua vez, Maurício Bähr, presidente<br />

do Conselho de Administração do<br />

Operador, elogiou a iniciativa do seminário<br />

e destacou, entre os desafios para<br />

os próximos cinco anos, os efeitos cli-<br />

Setembro 2009 | Ligação 132 | <strong>ONS</strong> 5


máticos, a questão ambiental e as mudanças<br />

na matriz energética brasileira.<br />

“Além disso, não posso deixar de citar<br />

a importância do investimento em<br />

formação e sucessão profissional, bem<br />

como a busca permanente de transparência<br />

e neutralidade”, afirmou.<br />

A competência técnica de uma das<br />

equipes mais qualificadas do setor<br />

foi apontada por Albert Cordeiro<br />

Geber de Melo como um dos principais<br />

diferenciais do <strong>ONS</strong>. O diretor<br />

geral do Cepel abordou a necessidade<br />

de promover maior aproximação entre<br />

entidades setoriais e instituições<br />

de suporte metodológico, com destaque<br />

para a integração também de bases<br />

de dados e modelos computacionais,<br />

configurando um “smart grid”.<br />

Para Antonio Carlos Fraga Machado,<br />

presidente do Conselho de Administração<br />

da CCEE, o evento foi<br />

especialmente importante pela representatividade<br />

dos convidados. Ele<br />

chamou a atenção para um dos temas<br />

considerados mais relevantes no cenário<br />

de desafios futuros: “A integração<br />

da América Latina e a necessidade de<br />

pensar no papel a ser desempenhado<br />

pelo <strong>ONS</strong>, como referência mundial<br />

em operação de sistemas elétricos”.<br />

Contribuições<br />

As considerações de instituições acadêmicas<br />

e de consultores também ampliaram<br />

as discussões do dia. Nivalde<br />

de Castro, coordenador do Gesel/<br />

UFRJ, apontou fatores a serem avaliados<br />

durante a elaboração do planejamento<br />

estratégico do Operador: fortalecimento<br />

institucional; pesquisa e<br />

desenvolvimento; e mudança do perfil<br />

da matriz energética, com novas hidrelétricas<br />

a fio d’água e possível risco fi-<br />

nanceiro, acarretado pelo eventual despacho<br />

em bloco de termelétricas.<br />

Na opinião de Lineu Belico dos Reis,<br />

docente da USP, o grande desafio para<br />

o <strong>ONS</strong> é conciliar o trabalho diário<br />

com o planejamento futuro, apostando<br />

em projeções de longo prazo e em<br />

ações voltadas aos públicos interno e<br />

externo. Ele destacou também o papel<br />

do <strong>ONS</strong> na questão da responsabilidade<br />

social. Já o professor Ivan Camargo,<br />

da UnB, afirmou que o Operador deve<br />

preparar-se para ser o elo integrador do<br />

grande sistema latino-americano, além<br />

de investir prioritariamente na formação<br />

de seus recursos humanos e de ampliar<br />

a divulgação de informações para<br />

a sociedade com mais clareza.<br />

Este aspecto também foi ressaltado<br />

por Jerson Kelman, da Coppe/UFRJ,<br />

com ênfase para a busca de simplicidade<br />

como uma estratégia para obter<br />

maior compreensão sobre o <strong>ONS</strong> e o<br />

contexto do setor elétrico. Entre as sugestões<br />

elaboradas por Jorge Trinkenreich,<br />

da empresa PSR Consultoria,<br />

destacaram-se: incentivo à antecipação<br />

de problemas, atualização tecnológica,<br />

estímulo à inovação e à excelência<br />

técnica e integração das áreas<br />

de energia e transmissão.<br />

“O seminário ultrapassou minhas<br />

expectativas”, comemorou Hermes<br />

Chipp. “Todos compareceram muito<br />

bem preparados e dispostos a prestar<br />

contribuições efetivas, de cunho realmente<br />

estratégico. Fiz questão de<br />

que nossa equipe gerencial assistisse<br />

ao evento para conhecer a forma<br />

como somos vistos pelas demais organizações.<br />

Comprovamos que o melhor<br />

trabalho surge mesmo por meio<br />

de processos participativos”, concluiu.<br />

Notas<br />

Energia para o desenvolvimento<br />

No dia 3 de setembro, Angelo Luiz de Franceschi,<br />

gerente-executivo do Núcleo Sul, representou o Operador<br />

Nacional ao proferir a palestra “Panorama geral<br />

do setor – visão integrada”, na abertura do seminário<br />

sobre energia promovido pela Agenda 2020, em Porto<br />

Alegre. O evento teve como objetivo discutir a necessidade<br />

de um planejamento para a utilização dos<br />

recursos energéticos no Rio Grande do Sul. A Agenda<br />

2020 é uma organização que reúne empresários, poder<br />

público, universidades e entidades da sociedade<br />

civil em prol de ações voltadas para transformar o<br />

Rio Grande do Sul em um melhor estado para viver e<br />

trabalhar, até o ano de 2020.<br />

Complexo do Madeira:<br />

encontros com as transmissoras<br />

O sistema de transmissão do rio Madeira constitui um<br />

grande desafio para o <strong>ONS</strong>, dadas as suas características<br />

e dimensões. O projeto, sob a coordenação geral<br />

do diretor de Administração dos Serviços de Transmissão<br />

(DAT), Roberto Gomes, conta com a dedicação de<br />

um Comitê Técnico – formado por Dalton Camponês<br />

do Brasil (DAT), Delfim Zaroni (DOP) e Paulo Gomes<br />

(DPP) – e com a participação de diversos profissionais<br />

destas três diretorias em grupos de trabalho sob<br />

a coordenação técnica de Mauro Muniz (DPP).<br />

Nos dias 10 e 11 de setembro, ocorreram reuniões<br />

no Escritório Central com as empresas transmissoras<br />

vencedoras dos lotes A, C, D, F e G do leilão relativo<br />

aos empreendimentos para interligação das usinas<br />

de Jirau e Santo Antônio, em construção no rio Madeira.<br />

Na ocasião, foram debatidos os comentários<br />

sobre os projetos básicos – estes correspondem a<br />

uma etapa importante e a uma obrigação dos consórcios,<br />

visando à elaboração dos projetos executivos<br />

que nortearão a definição, aquisição e construção de<br />

equipamentos do sistema de transmissão.<br />

Por meio da análise de conformidade do projeto<br />

básico com os requisitos tanto do edital como dos<br />

Procedimentos de Rede, o <strong>ONS</strong> busca assegurar o<br />

adequado desempenho operacional das instalações.<br />

“É uma grande responsabilidade acompanhar o desenvolvimento<br />

das atividades, garantir a integração<br />

dos grupos de trabalho e propor soluções para as<br />

questões técnicas de um projeto de suma importância<br />

para o país”, avalia Delfim Zaroni.<br />

6<br />

<strong>ONS</strong> | Ligação 132 | Setembro 2009


<strong>Operadores</strong>: programa sob medida<br />

Eles compõem uma equipe qualificada e realizam um trabalho de grande<br />

importância: nas salas de controle, coordenam todas as operações de rede do<br />

Sistema Interligado Nacional, um papel estratégico não só para a missão do<br />

Operador, mas também perante toda a sociedade.<br />

O<strong>ONS</strong> vem investindo em um<br />

conjunto de ações voltadas<br />

ao aperfeiçoamento integrado<br />

desses profissionais, em especial<br />

por meio do Programa de Desenvolvimento<br />

e Certificação de<br />

<strong>Operadores</strong> (PDCO). “A iniciativa<br />

reflete o reconhecimento da organização<br />

quanto à relevância dos<br />

operadores, que precisam estar<br />

sempre bem preparados tanto do<br />

ponto de vista técnico como física<br />

e psicologicamente”, ressalta Luiz<br />

Eduardo Barata, diretor de Operação.<br />

“Trata-se de uma carreira bastante<br />

particular no <strong>ONS</strong>, não só<br />

por sua função, mas também pelo<br />

fato de as pessoas realizarem o trabalho<br />

em escalas, com revezamento<br />

em turnos de oito horas”, explica.<br />

O objetivo do PDCO é promover<br />

uma revisão completa do processo<br />

de certificação para operadores de<br />

sistemas, adotado em 2002, bem<br />

como implementar um programa<br />

abrangente de desenvolvimento, incluindo<br />

também os trainees operadores.<br />

A certificação ocorreu com<br />

base em uma tripla avaliação dos<br />

profissionais: técnica, psicológica e<br />

de saúde física. A cada três anos, os<br />

operadores passam por uma recertificação.<br />

A próxima está prevista<br />

para 2011, quando o procedimento<br />

já deverá ter sido revisto.<br />

“Desde 2002, vivemos uma evolução<br />

deste processo, que agora alcança<br />

seu ponto alto com a construção<br />

de uma visão conjunta, reunindo<br />

gerentes, operadores, profissionais<br />

de recursos humanos e consultores<br />

técnicos especializados, como Instituto<br />

Pieron e Factor Consultoria”,<br />

avalia Fernanda Roitman, gerenteexecutiva<br />

de Recursos Humanos.<br />

Salto de qualidade<br />

A partir da demanda da Diretoria de<br />

Operação por um programa mais amplo<br />

de desenvolvimento profissional,<br />

realizou-se inicialmente um levantamento<br />

histórico sobre a certificação,<br />

bem como de temáticas e questões a<br />

serem abordadas tanto individualmente<br />

quanto de forma coletiva. “O<br />

grande diferencial surgiu quando os<br />

próprios gerentes<br />

sugeriram que ouvíssemos<br />

os operadores,<br />

pois passamos<br />

a trabalhar<br />

com eles e para<br />

eles, em grupo”,<br />

conta Ana Costa,<br />

analista de Recursos<br />

Humanos.<br />

Além da equipe<br />

de RH e dos consultores,<br />

o grupo<br />

de trabalho conta<br />

com a participação de gerentes e de<br />

dois operadores representando cada<br />

centro – Brasília, Recife, Florianópolis<br />

e Rio de Janeiro (este, com quatro<br />

profissionais) - sob a liderança<br />

técnica do gerente da Pré-operação/<br />

Tempo Real do COSR-S, Francisco<br />

José Leite Araújo. Em agosto, foram<br />

realizadas reuniões no Rio com<br />

os gerentes de Tempo Real e os dez<br />

operadores e, em setembro, Fernanda<br />

Roitman anunciou, por meio de<br />

videoconferência, o início da programação<br />

de workshops do PDCO. Até<br />

o final do primeiro semestre de 2010,<br />

cobrindo os três módulos do Programa,<br />

serão realizados, nos próprios locais<br />

de trabalho, 30 encontros com 16<br />

horas cada, dedicados a temas como<br />

liderança, negociação, processo decisório,<br />

comunicação e visão sistêmica.<br />

Setembro 2009 | Ligação 132 | <strong>ONS</strong> 7


Dicas<br />

Adriano de Andrade<br />

Barbosa, engenheiro de<br />

Sistemas de Potência,<br />

dá duas dicas literárias e<br />

promete novidades como<br />

escritor.<br />

Minha dica para a coluna deste mês entra pelo campo literário.<br />

E em dose dupla. A primeira delas mostra toda a genialidade<br />

de José Saramago, na obra “Ensaio sobre a cegueira”.<br />

Este livro nos coloca diante de um acontecimento inusitado –<br />

no caso, uma cegueira branca, contagiosa e coletiva –, que<br />

afetou drasticamente o comportamento das pessoas. É uma<br />

história densa, em muitos momentos tensa e sombria, mas<br />

acima de qualquer coisa é um texto que nos leva à reflexão,<br />

sobretudo quando somos reduzidos ao mais puro instinto de<br />

sobrevivência. Esta obra de Saramago pontua pelo ritmo de<br />

expectativa crescente, colocando-nos como espectador de<br />

uma realidade insana.<br />

A outra dica vem de uma experiência pessoal, vivida no maior<br />

evento literário do país: a Bienal do Livro. Sempre gostei de<br />

escrever como hobby. Até que fiquei sabendo, na abertura da<br />

Bienal, sobre uma seleção de contos promovida pela Editora<br />

Hama e cujo livro seria lançado ainda no próprio evento.<br />

Escrevi meu conto (“Sete Palmos”) e, em meio a mais de<br />

300 concorrentes, fui selecionado para compor um time de<br />

20 autores. Estava surgindo a coletânea “Contos de Todos<br />

Nós”, um projeto ousado, reunindo um universo de escritores<br />

de diferentes trajetórias, contando sobre assuntos diversos,<br />

cada um com seu estilo. Pude então saborear o lançamento<br />

de uma obra e uma noite de autógrafos. Um livro que me deu<br />

inspiração e abriu caminho para mais coisas que vêm por aí.<br />

Título: Ensaio Sobre a Cegueira<br />

Autor: José Saramago<br />

Editora: Companhia das Letras<br />

Ano: 1995<br />

Título: Contos de Todos Nós<br />

Autor: vários<br />

Editora: Hama<br />

Ano: 2009<br />

Participe também!<br />

Mande suas dicas para o Ligação: jornal@ons.org.br<br />

O céu sem limites<br />

Desde que ergueu os olhos<br />

para o céu, o homem se encantou<br />

pelos mistérios do<br />

universo. Para desvendá-los, fez<br />

da astronomia um campo de estudos,<br />

descobertas e conflitos,<br />

envolvendo ciência, política e religião.<br />

Até que, em 1609, as primeiras<br />

observações telescópicas<br />

feitas por Galileu Galilei revolucionaram<br />

a astronomia.<br />

Esta foi a temática abordada pelo<br />

astrônomo e pesquisador Leandro<br />

Guedes, da Fundação Planetário<br />

do Rio de Janeiro, na palestra<br />

“A astronomia antes e depois<br />

de Galileu”, promovida em 17 de<br />

setembro pelo Programa de Endomarketing,<br />

integrando-se às<br />

comemorações do Ano Internacional<br />

da Astronomia. O even-<br />

Quem estava lá<br />

to foi prestigiado por dezenas de<br />

pessoas no Escritório Central.<br />

Leandro Guedes elogiou a iniciativa.<br />

“Esse tipo de programa é<br />

enriquecedor, pois oferece temas<br />

atuais a um público realmente interessado”.<br />

O astrônomo ressaltou<br />

a importância de falar para plateias<br />

leigas. “A ciência busca representar<br />

a natureza, que não tem<br />

dono; é de todos. Qualquer ciência<br />

pode ser explicada e praticada<br />

por qualquer pessoa”, concluiu.<br />

“Achei a palestra muito positiva, além de uma oportunidade de travar<br />

contato com um cientista. Espero que surjam mais atividades no <strong>ONS</strong><br />

voltadas para a astronomia. Eu até cheguei a pensar em fazer carreira<br />

como astrofísico e ainda tenho um telescópio comprado nos anos 80.”<br />

Paulo Eduardo Martins Quintão, engenheiro de Sistemas de Potência da<br />

Gerência Executiva de Estudos Especiais.<br />

“O pesquisador fez uma abordagem didática e agradou a todos. Ninguém<br />

queria ir embora, ainda mais em uma plateia de engenheiros, que<br />

costumam gostar de tudo ligado à matemática. Eu mesmo sou bastante<br />

interessado, procuro ler e assistir a programas de TV sobre astronomia.”<br />

Luiz Renato Monteiro Regino, gerente de Monitoração de Conformidade e<br />

de Encargos de Transmissão e de Serviços Ancilares.<br />

“O evento foi excelente. As pessoas fizeram perguntas, o que tornou o<br />

encontro ainda mais interessante. Eu já conhecia Leandro Guedes porque<br />

frequento o Planetário da Gávea, além de grupos de astronomia brasileiros e<br />

estrangeiros. Também mantenho telescópios em minha casa, em Petrópolis.”<br />

Paulo Abreu, engenheiro da Gerência Executiva de Modelos e Cargas.

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