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VEJA O NOSSO ANÚNCIO NA ÚLTIMA PÁGINA - Post Milenio

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32<br />

20 a 26 de Abril de 2007 <strong>Post</strong>-Milénio... Às Sextas-feiras, bem pertinho de si!<br />

PROFESSORES DE PORTUGUÊS<br />

QUEIXAM-SE DE FALTA DE APOIOS<br />

Os professores de Português sentem a falta de<br />

apoios, quer financeiros quer em livros, do<br />

Governo de Portugal, disseram à agência Lusa<br />

alguns docentes presentes no XV Encontro de Professores<br />

de Português dos EUA e Canadá.<br />

Neste encontro, que termina domingo na cidade canadiana<br />

de Montreal, participam algumas dezenas de professores<br />

de Português vindos de vários pontos do Canadá e dos<br />

Estados Unidos, assim como a Coordenadora do Ensino de<br />

Português no Canadá, Graça Assis Pacheco.<br />

Entre os assistentes contam-se o Cônsul-Geral de<br />

Portugal em Montreal, Carlos Oliveira, a directora<br />

Regional das Comunidades açorianas, Alzira Silva e<br />

Fernanda Barrocas, coordenadora do Gabinete de Apoio<br />

Pedagógico do Instituto Camões, em Portugal.<br />

O ensino da língua portuguesa nos Estados Unidos e<br />

Canadá é conduzido ao nível pré-universitário em grande<br />

parte por escolas comunitárias, resultantes da iniciativa privada.<br />

Por outro lado, não existe qualquer orientação do programa<br />

curricular, sendo este definido apenas pelos professores<br />

das escolas comunitárias.<br />

Daqui resultam problemas de equivalência programática,<br />

sobretudo para os alunos que pretendem ver reconhecidos<br />

os seus estudos no sistema de ensino oficial português.<br />

"O grande problema que temos é a falta<br />

de motivação dos alunos, já que 90 por<br />

cento são obrigados a ir à escola<br />

[portuguesa] pelos pais", disse à Lusa<br />

Ana Fernandes, professora e directora<br />

da escola Cinco Quinas em Toronto.<br />

Além disso, frisou, "há falta de<br />

professores e de bons professores. E dos<br />

que existem muitos não sabem utilizar<br />

um computador para ir à Internet".<br />

A falta de apoios quer financeiros como de livros didácticos<br />

é outro dos problemas existentes, adiantaram as professoras<br />

Emília Júnior, da escola da associação First<br />

Portuguese, e Joaquina Pires, da comissão organizadora do<br />

evento no Quebeque.<br />

"Apenas o Governo dos Açores nos dá algum apoio",<br />

frisou Joaquina Pires.<br />

Emília Júnior salientou que não é possível ser-se professor<br />

de português a tempo inteiro, pois o que se ganha é<br />

escasso.<br />

Os professores das escolas comunitárias portuguesas<br />

não recebem qualquer remuneração ou subsídio de<br />

Portugal, sendo apenas pagos pelas suas instituições à hora.<br />

Numa palestra intitulada "O papel das escolas comunitárias<br />

na motivação para a formação dos jovens lusodescendentes",<br />

integrada no encontro, José Vieira Arruda,<br />

pároco em Laval e docente, defendeu que as escolas portuguesas<br />

falham na ajuda à integração dos alunos nas<br />

sociedades de acolhimento.<br />

"As escolas devem transmitir conhecimentos e cultura,<br />

devem reafirmar as raízes portuguesas, mas devem também<br />

ajudar a desfazer o complexo de inferioridade que os alunos<br />

herdaram dos pais dos avós emigrantes", preconizou.<br />

Segundo afirmou, os estabelecimentos escolares portugueses<br />

deveriam ainda ajudar à integração dos lusodescendentes<br />

quer no Quebeque como nas outras regiões,<br />

"mas estão a falhar nesse objectivo".<br />

Na análise de José Arruda, as comunidades de emigrantes<br />

portuguesas surgem estruturadas à volta da família,<br />

a qual funciona como elo de relações mas está fechada<br />

sobre si, estando a escola subalternizada face aos valores da<br />

família, da igreja e dos clubes.<br />

"E esse é um preço que os jovens pagam", concluiu.<br />

EF.<br />

Oescritor moçambicano<br />

Mia<br />

Couto é o<br />

vencedor da XVII edição do<br />

Prémio União Latina de<br />

Literaturas Românicas<br />

2007, anunciou, em Roma,<br />

o júri do galardão.<br />

Criado em 1990 pela<br />

União Latina, organização<br />

internacional fundada pela<br />

Convenção de Madrid para<br />

evidenciar e difundir a herança<br />

cultural e as identidades<br />

do mundo latino, o<br />

prémio tem um valor pecuniário<br />

de 12.000 euros.<br />

O Prémio União Latina<br />

de Literaturas Românicas<br />

foi instituído para homenagear<br />

a diversidade do<br />

património literário latino,<br />

consagrando, todos os anos,<br />

um romancista de língua<br />

latina cujas obras merecem<br />

ser difundidas amplamente<br />

e traduzidas nas outras línguas<br />

latinas.<br />

O júri deste ano, presidido<br />

por Vincenzo Consolo<br />

(também premiado em<br />

1994), escolheu Mia Couto<br />

à quarta volta do escrutínio<br />

pela "originalidade e o<br />

poder criativo de um<br />

escritor que parte da realidade<br />

do seu país para exaltar<br />

o poder da vida e a alegria<br />

de viver, mesmo se, por<br />

vezes, em condições<br />

extremamente dramáticas".<br />

"Além de uma euforia<br />

vocabular - que vem influenciando<br />

escritores mais<br />

jovens em todo o espaço da<br />

língua portuguesa - Mia<br />

MIA COUTO VENCEDOR<br />

DO PRÉMIO UNIÃO LATI<strong>NA</strong> DE LITERATURAS<br />

Couto revelou-se igualmente<br />

um extraordinário<br />

contador de estórias na mais<br />

pura tradição africana",<br />

destacou ainda o júri.<br />

Ao atribuir este prémio<br />

a Mia Couto, "o júri está<br />

também a reconhecer e a<br />

premiar a participação dos<br />

africanos de língua portuguesa,<br />

e em particular os<br />

moçambicanos, na revitalização<br />

e construção desse<br />

idioma".<br />

"De instrumento de<br />

dominação colonial, o português<br />

transformou-se, ao<br />

longo das últimas três<br />

décadas, numa ponte de<br />

afectos e num importante<br />

factor de unidade nacional,<br />

em países como Angola e<br />

Moçambique, com muitas<br />

línguas e etnias", sublinhou<br />

ainda o júri sobre a escolha.<br />

Mia Couto, 52 anos, é o<br />

primeiro escritor moçambicano<br />

e o primeiro africano a<br />

ser galardoado com este<br />

prémio, que já foi atribuído,<br />

entre outros, a Agustina<br />

Bessa-Luís (1997), António<br />

Lobo Antunes (2003), José<br />

Cardoso Pires (1991),<br />

Gonzalo Torrente Ballester<br />

(1993), Vincenzo Consolo<br />

(1994) e Juan Marsé (1998).<br />

Entre os candidatos na<br />

edição deste ano estavam<br />

Maria Velho da Costa<br />

(Portugal), Fernando<br />

Vallejo (Colômbia), Jaume<br />

Cabré (Espanha), Norman<br />

Manea (Roménia), Ana<br />

Maria Matute (Espanha),<br />

Luigi Meneghello (Itália),<br />

Patrick Modiano (França) e<br />

Aminata Sow Fall<br />

(Senegal).<br />

António Emílio Leite<br />

Couto, mais conhecido por<br />

Mia Couto, nasceu na Beira<br />

(Moçambique), em 1955,<br />

foi jornalista, dirigiu o jornal<br />

Notícias de Maputo e a<br />

revista Tempo.<br />

"A Varanda do<br />

Frangipani" (1996), "O<br />

Último Voo do Flamingo"<br />

(2002) e "A Chuva<br />

Pasmada" (2004) são algumas<br />

das obras do escritor,<br />

que tem sido traduzido para<br />

o francês, inglês, espanhol,<br />

alemão e italiano.<br />

O júri deste ano do<br />

Prémio União Latina de<br />

Literaturas Românicas foi<br />

ainda composto por<br />

Gabriela Adamesteanu<br />

(Roménia), José Eduardo<br />

Agualusa (Angola),<br />

Santiago Gamboa<br />

(Colômbia), Lídia Jorge<br />

(Portugal), Joan Francesc<br />

Mira (Espanha, língua<br />

catalã), Tierno Monénembo<br />

(Guiné), Rosa Montero<br />

(Espanha), e Jean-NoÙl<br />

Pancrazi (França).<br />

AG.<br />

Mia Couto é da linhagem<br />

dos que jogam com as<br />

palavras<br />

O escritor moçambicano<br />

Mia Couto, vencedor<br />

do Prémio União Latina de<br />

Literaturas Românicas, é da<br />

linhagem dos criadores que<br />

jogam com as palavras e<br />

com o imaginário, afirmou<br />

à agência Lusa o ensaísta<br />

Arnaldo Saraiva.<br />

O estudioso português<br />

sublinha a solidez da obra<br />

de Mia Couto, um escritor<br />

que "se distingue entre os<br />

que usam a língua portuguesa,<br />

uma língua que<br />

deriva do latim, e por isso o<br />

prémio foi bem atribuído".<br />

Arnaldo Saraiva não faz<br />

distinção entre os contos, as<br />

crónicas e os romances de<br />

Mia Couto, elogiando-o por<br />

se inscrever "na linhagem<br />

dos criadores que escrevem<br />

com um jogo de palavras,<br />

do imaginário, do pensamento<br />

e dos sentimentos".<br />

"É uma escrita que dignifica<br />

a expressão da língua<br />

portuguesa", reforçou.<br />

Mia Couto é o primeiro<br />

escritor africano a ser distinguido<br />

com o Prémio<br />

União Latina de Literaturas<br />

Românicas, um galardão de<br />

12.000 euros que é atribuído<br />

desde 1990 pela organização<br />

internacional União<br />

Latina.<br />

SS.

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