Comemorações do Dia dos Açores em Toronto ... - Post Milenio
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<strong>Post</strong>-Milénio... Às Sextas-feiras, b<strong>em</strong> pertinho de si! 5 a 11 de Junho de 2009 5<br />
Carlos César evoca Condição Açoriana<br />
"Chegou o <strong>Dia</strong> <strong>do</strong>s <strong>Açores</strong>.<br />
Chegou ao Canadá! É o<br />
nosso <strong>Dia</strong>. Quero dizer: é o<br />
dia <strong>em</strong> que os açorianos<br />
meditam na consciência<br />
que têm de si", afirmou o<br />
presidente <strong>do</strong> Governo, a<br />
iniciar a sua intervenção<br />
na cerimónia solene das<br />
com<strong>em</strong>orações <strong>do</strong> <strong>Dia</strong> da<br />
Região, este ano, ten<strong>do</strong><br />
como palco a cidade de<br />
<strong>Toronto</strong>, no Canadá.<br />
"To<strong>do</strong>s os anos, desde que este<br />
dia simbólico foi instituí<strong>do</strong> por<br />
decreto regional, publica<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />
Agosto de 1980, evocamos a<br />
nossa condição açoriana e requisitamos<br />
à nossa m<strong>em</strong>ória de povo<br />
outros e acumula<strong>do</strong>s motivos de<br />
orgulho", acrescentou Carlos<br />
César, deixan<strong>do</strong> uma palavra de<br />
apreço aos que "partiram das ilhas<br />
como lavra<strong>do</strong>res de sonhos e aqui<br />
chegaram como artífices e arquitectos<br />
de terras novas".<br />
O governante fez questão de<br />
recordar que o <strong>Dia</strong> <strong>do</strong>s <strong>Açores</strong> t<strong>em</strong><br />
si<strong>do</strong> assinala<strong>do</strong> "de ilha <strong>em</strong> ilha<br />
passan<strong>do</strong> até por Fall River, na<br />
Costa Leste <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s"<br />
para destacar o simbolismo de que<br />
se reveste a data e a sua importância<br />
para os "filhos da terra", sobretu<strong>do</strong><br />
os que estão mais afasta<strong>do</strong>s<br />
das ilhas de bruma.<br />
"Estamos aqui, justamente, <strong>em</strong><br />
<strong>Toronto</strong>, para dizer a to<strong>do</strong>s os açorianos,<br />
residentes no Canadá ou<br />
nas nossas ilhas, tal como aos<br />
espalha<strong>do</strong>s pelo mun<strong>do</strong> que, independent<strong>em</strong>ente<br />
da sua ventura,<br />
nos sentimos irmãos enfileira<strong>do</strong>s<br />
na mesma andança, e que, uni<strong>do</strong>s,<br />
nos pod<strong>em</strong>os ajudar", assegurou.<br />
E por essa razão, deixou o repto:<br />
"É bom que os nossos políticos<br />
<strong>do</strong>s <strong>Açores</strong> compreendam o valor<br />
incontroverso desta partilha com<br />
os nossos irmãos destas e <strong>do</strong>utras<br />
paragens. Afinal, os <strong>Açores</strong> estão<br />
<strong>em</strong> tantos lugares".<br />
Mas os reca<strong>do</strong>s não se ficaram<br />
por aí... Realçan<strong>do</strong> o que disse ser<br />
"o valor acrescenta<strong>do</strong>" <strong>do</strong>s<br />
<strong>Açores</strong>, "s<strong>em</strong> par na comunidade<br />
nacional e igualmente numa perspectiva<br />
de qualificação da afirmação<br />
portuguesa no Atlântico", o<br />
presidente <strong>do</strong> governo regional<br />
redireccionou a mira para a<br />
República. "O país político não<br />
deve esquecer o capital multiplica<strong>do</strong>r<br />
<strong>do</strong> enquadramento geoestratégico<br />
<strong>do</strong>s <strong>Açores</strong>, n<strong>em</strong> muito<br />
menos esquecer que a dimensão<br />
portuguesa está para além da sua<br />
insuficiente faixa continental",<br />
sublinhou, invocan<strong>do</strong> a relevância<br />
açoriana <strong>em</strong> áreas como a navegação<br />
marítima e aérea, a política<br />
de pescas, ou o potencial de localização<br />
de centros regula<strong>do</strong>res, tecnológicos<br />
ou de investigação.<br />
César não deixou de l<strong>em</strong>brar<br />
que também no plano da segurança<br />
internacional, "os <strong>Açores</strong><br />
são um activo <strong>em</strong> revalorização<br />
constante: os <strong>Açores</strong> são a fronteira<br />
de segurança próxima da<br />
América e são a mais relevante<br />
fronteira europeia de cooperação<br />
internacional <strong>em</strong> matéria de segurança<br />
<strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> Ocidental".<br />
"Uns por ignorância, outros<br />
por preconceito forja<strong>do</strong> na<br />
babug<strong>em</strong> centralista, não compreend<strong>em</strong><br />
o país assim.<br />
Desconsideram-nos, é certo, mas,<br />
pior, desbaratam o senti<strong>do</strong> mais<br />
útil da dimensão nacional.<br />
Compete-nos l<strong>em</strong>brar-lhes tu<strong>do</strong><br />
isso <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os momentos. É o<br />
que lhes l<strong>em</strong>bramos, uma vez<br />
mais, neste dia", frisou, sublinhan<strong>do</strong><br />
ainda que "a Autonomia que os<br />
<strong>Açores</strong> conquistaram muito aju<strong>do</strong>u<br />
a construir essa unidade primordial"<br />
entre os milhares de açorianos<br />
que resid<strong>em</strong> nas ilhas e fora<br />
delas.<br />
"Insensibilidades" <strong>em</strong> matéria<br />
de representatividade e peso<br />
políticos, que também foram<br />
incluídas no discurso <strong>do</strong> presidente<br />
da Ass<strong>em</strong>bleia Legislativa<br />
da Região Autónoma <strong>do</strong>s <strong>Açores</strong>,<br />
Francisco Coelho.<br />
"T<strong>em</strong>os aprendi<strong>do</strong> que a sedimentação<br />
da unidade açoriana e o<br />
fortalecimento das suas instituições<br />
de Governo próprio são,<br />
para alguns, coisas difíceis de<br />
entender e de assimilar.<br />
T<strong>em</strong>os aprendi<strong>do</strong> também o<br />
quão fácil é vender d<strong>em</strong>agogia,<br />
criticar os mais pequenos e desperdiçar<br />
papel com as meias-verdades<br />
que ench<strong>em</strong> a pátria <strong>do</strong>s jornais",<br />
referiu, argumentan<strong>do</strong> que<br />
"foi a D<strong>em</strong>ocracia, para que tantos<br />
e tão bons açorianos contribuíram,<br />
que nos trouxe a Autonomia, o<br />
auto-governo e a livre expressão<br />
da nossa identidade".<br />
Um apego às origens que fez<br />
com que nos passeios da "British<br />
Columbia Road", mais <strong>do</strong> que <strong>em</strong><br />
outro dia qualquer, se ouvisse o<br />
eco inconfundível <strong>do</strong> sotaque<br />
insular mistura<strong>do</strong> com a <strong>em</strong>oção<br />
que envolvia a festa <strong>do</strong>s açorianos<br />
de <strong>Toronto</strong>. Razão mais <strong>do</strong> que<br />
suficiente para que fosse R<strong>em</strong>ígio<br />
Pereira, um músico luso-canadiano<br />
de orig<strong>em</strong> açoriana, a "dar<br />
voz" ao momento mais aguarda<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> dia. Afinal, como referiu o<br />
presidente da ALRAA, "Em<br />
<strong>Toronto</strong> ou no Corvo. Em Lisboa<br />
ou na Califórnia. No Brasil ou <strong>em</strong><br />
África. De madeira ou de afectos,<br />
esta janela t<strong>em</strong> a portabilidade da<br />
alma".