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Comemorações do Dia dos Açores em Toronto ... - Post Milenio

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12 5 a 11 de Junho de 2009<br />

<strong>Post</strong>-Milénio... Às Sextas-feiras, b<strong>em</strong> pertinho de si!<br />

Há Mar e Mar...<br />

AIDA BAPTISTA<br />

aidabatista@sapo.pt<br />

Uma viag<strong>em</strong> a um país estrangeiro, mesmo que<br />

curta (como foi o caso), deixa s<strong>em</strong>pre algumas<br />

marcas que serv<strong>em</strong> de motivo de conversa, que<br />

tanto pode assumir o ar de entretenimento, como transformar-se<br />

num debate mais sério. Os meus leitores mais fiéis<br />

já perceberam que me estou a referir ainda à minha ida ao<br />

Brasil e a questões relacionadas com a nossa língua<br />

comum. Na última crónica, defendi a legitimidade de algumas<br />

palavras utilizadas no Brasil, por mais estranhas que<br />

elas so<strong>em</strong> aos nossos ouvi<strong>do</strong>s, d<strong>em</strong>asia<strong>do</strong> habitua<strong>do</strong>s à<br />

norma europeia.<br />

Volto a tocar no assunto porque acabei, agora mesmo,<br />

de ouvir a notícia de que o Presidente da Região Autónoma<br />

<strong>do</strong>s <strong>Açores</strong>, Dr. Carlos César, termina a sua visita à região<br />

<strong>do</strong> Ontário, no Canadá, aonde se deslocou para com<strong>em</strong>orar<br />

o dia <strong>do</strong> arquipélago. Dizia o locutor que a mesma tinha<br />

decorri<strong>do</strong> sob o t<strong>em</strong>a da educação e da língua portuguesa.<br />

Devo felicitar o Presidente Carlos César por ter incluí<strong>do</strong>, na<br />

sua tão preenchida agenda, matéria de tamanha importância<br />

para uma comunidade portuguesa constituída maioritariamente<br />

por açorianos. Eu vivi e trabalhei cinco anos <strong>em</strong><br />

<strong>Toronto</strong>, como leitora de português ao serviço <strong>do</strong> Instituto<br />

Camões. Conheço b<strong>em</strong> as questões ligadas à aprendizag<strong>em</strong><br />

e ensino da nossa língua por aquelas paragens. S<strong>em</strong> entrar<br />

<strong>em</strong> determinadas guerras de interesses, tive já oportunidade<br />

de, mais <strong>do</strong> que uma vez, defender a aprendizag<strong>em</strong> de uma<br />

língua estrangeira, não tanto <strong>do</strong> ponto de vista de herança e<br />

património familiar - estatuto a que se pretende condenar o<br />

português - mas, acima de tu<strong>do</strong>, como uma mais-valia<br />

social, económica e cultural. Nesta perspectiva, é importante<br />

que se registe, t<strong>em</strong> feito muito mais o governo da<br />

Região Autónoma <strong>do</strong>s <strong>Açores</strong>, via Direcção Regional das<br />

Comunidades, <strong>do</strong> que o da República.<br />

Concluí<strong>do</strong> este parêntesis, motiva<strong>do</strong> por uma notícia<br />

que me fez desviar <strong>do</strong> normal percurso deste texto,<br />

regresso ao Brasil porque é lá que está a matéria da minha<br />

crónica, que se prende com o mais recente acor<strong>do</strong> ortográfico.<br />

Curiosamente, nos escaparates das livrarias <strong>do</strong>s aeroportos<br />

brasileiros, <strong>do</strong>s títulos mais <strong>em</strong> destaque inclu<strong>em</strong>-se<br />

os que estão relaciona<strong>do</strong>s com este assunto. Percebe-se que<br />

há uma grande preocupação da parte das editoras que se<br />

entre pelo <strong>em</strong>aranha<strong>do</strong> de todas as alterações que vão entrar<br />

<strong>em</strong> vigor. Esta, confesso, foi a impressão com que fiquei.<br />

Não passa disso mesmo – de uma impressão! Por isso, não<br />

sei até que ponto é certo dar-lhe a validade de uma afirmação.<br />

Uma s<strong>em</strong>ana depois, e por mera casualidade, tinha a<br />

televisão ligada para um canal que, a meio de um programa<br />

de grande audiência, introduziu um exercício de carácter<br />

pedagógico, destina<strong>do</strong> a alertar o público <strong>em</strong> geral para as<br />

mudanças que o novo acor<strong>do</strong> iria introduzir. Em<br />

reportag<strong>em</strong> de rua, um pouco à s<strong>em</strong>elhança <strong>do</strong> que é feito<br />

no nosso primeiro canal no jornal da manhã, o locutor<br />

aparece muni<strong>do</strong> de um cartaz onde estava escrita a palavra<br />

“perdôo” (exactamente assim, com acento circunflexo, apesar<br />

de o meu corrector já me ter sublinha<strong>do</strong> o erro a vermelho).<br />

De seguida, e numa linguag<strong>em</strong> atractiva e simples,<br />

travou-se um curto diálogo entre o locutor e os transeuntes,<br />

chaman<strong>do</strong> a atenção para o facto de, no futuro, o acento circunflexo<br />

desaparecer. Como vi este programa acompanhada,<br />

desde logo se levantaram questões ligadas às modificações<br />

que a norma europeia iria sofrer. Estamos cansa<strong>do</strong>s<br />

de saber que, entre nós, o assunto não t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> pacífico. Por<br />

isso, não é minha intenção dar aqui conta das dúvidas suscitadas,<br />

que só iriam alimentar a fogueira das discussões.<br />

Na viag<strong>em</strong> de Florianópolis para o Rio de janeiro, viajei<br />

ao la<strong>do</strong> de uma senhora que ia entretida a ler os supl<strong>em</strong>entos<br />

culturais de um jornal. Quan<strong>do</strong> acabou de os ler,<br />

entalou-os entre o tampo recolhi<strong>do</strong> e as costas da cadeira da<br />

frente, com um ar de puro aban<strong>do</strong>no. Aleguei a intenção<br />

que lhe adivinhei no gesto e perguntei-lhe se podia ficar<br />

com eles. Como eu presumira, abertamente manifestou satisfação<br />

por me poder ser útil. Só os li, sentada já no avião<br />

da TAP que me devolvia a Lisboa, depois de o pessoal de<br />

bor<strong>do</strong> ter servi<strong>do</strong> o jantar. Admito que o meu propósito era<br />

apenas cansar os olhos a fim de os preparar para um leve e<br />

incómo<strong>do</strong> <strong>do</strong>rmitar. No entanto, uma das páginas saltou-me<br />

à vista: fotografia de uma bela jov<strong>em</strong>, com o seguinte título<br />

por baixo “Versos para ensinar a nova ortografia”.<br />

Ao la<strong>do</strong> da imag<strong>em</strong>, a legenda: “A POETA Elisa Lucinda<br />

idealizou o curso, que usa poesia para ensinar o novo<br />

acor<strong>do</strong> ortográfico”. Seguia-se o texto de autoria de André<br />

Zahar: “ Qu<strong>em</strong> penetra surdamente no reino das<br />

palavras – como escreveu Carlos Drumond de Andrade<br />

- pode acabar se perden<strong>do</strong> <strong>em</strong> caminhos que mudaram<br />

após a visita anterior. Mais de c<strong>em</strong> dias após a entrada<br />

<strong>em</strong> vigor <strong>do</strong> novo acor<strong>do</strong> ortográfico, as mudanças<br />

ainda causam dúvidas e confusões. A fim de ajudar a<br />

saná-las, a poeta Elisa Lucinda convi<strong>do</strong>u a professora<br />

Claudia Porto para ensinar as novas regras de forma<br />

descomplicada e divertida: pela poesia. (...) - Uso textos<br />

de Alberto Caeiros (heterônimo de Fernan<strong>do</strong> Pessoa),<br />

Elisa Lucinda e Manoel de Barros. O resulta<strong>do</strong> é surpreendente,<br />

aproximan<strong>do</strong> as pessoas da língua b<strong>em</strong> falada<br />

e b<strong>em</strong> escrita e <strong>do</strong>s sentimentos que a linguag<strong>em</strong> da<br />

poesia nos traz – diz Claudia”.<br />

Ora aqui está um bom ex<strong>em</strong>plo a seguir. Em vez de discursos<br />

inflama<strong>do</strong>s (quase a roçar o histerismo), de nacionalismos<br />

desloca<strong>do</strong>s de qu<strong>em</strong> trata uma língua como território<br />

seu, de desobediências publicamente anunciadas por alguns<br />

professores, talvez fosse importante olhar para as boas<br />

práticas que o outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> mar nos ensina. Alexandre<br />

O’Neil, que tanta e tão bela poesia escreveu, tornou-se conheci<strong>do</strong><br />

pelo “slogan” cria<strong>do</strong> para prevenir banhistas descuida<strong>do</strong>s:<br />

“Há mar e mar, há ir e voltar”. Eu atravessei o<br />

mar: fui e voltei. Depois <strong>do</strong> que vi, l<strong>em</strong>brei-me novamente<br />

de O’Neil, o poeta rebelde e inquieto, quan<strong>do</strong> escreveu:<br />

“Conforme a vida que se t<strong>em</strong> o verso v<strong>em</strong>”.<br />

As nossas vidas andam d<strong>em</strong>asia<strong>do</strong> ocupadas com tricas<br />

ao desafio. Na desafinação geral, não resta lugar para a poesia.<br />

É pena! A nossa língua sairia mais rica, deste e <strong>do</strong> outro<br />

la<strong>do</strong> <strong>do</strong> mar!<br />

Sopas <strong>do</strong> Espírito Santo animam<br />

comunidade açoriana <strong>em</strong> <strong>Toronto</strong><br />

Fátima Pires, da<br />

freguesia da<br />

Agualva, foi a<br />

responsável pela<br />

preparação das<br />

Sopas <strong>do</strong> Espírito<br />

que foram oferecidas<br />

pela Casa <strong>do</strong>s<br />

<strong>Açores</strong> <strong>do</strong> Ontário<br />

aos convida<strong>do</strong>s oficiais<br />

e à comunidade.<br />

A terceirense salientou<br />

que “desde que principiaram<br />

os Domingos<br />

<strong>do</strong> Espírito Santo, já fez<br />

sopas para 3 particulares,<br />

mas nada desta dimensão”.<br />

Ao to<strong>do</strong>, disse a<br />

“chefe da cozinha”,<br />

foram “5 mil terrinas de<br />

carne e quase 300 galinhas,<br />

é tu<strong>do</strong> <strong>em</strong> grande<br />

quantidade”.<br />

As sopas não são b<strong>em</strong><br />

iguais às da Terceira, isto<br />

porque to<strong>do</strong>s trabalham<br />

durante a s<strong>em</strong>ana e não<br />

há tanto t<strong>em</strong>po disponível<br />

para preparar o repasto<br />

com a antecedência<br />

habitual.<br />

Cá, “no lugar de fazer<br />

as alcatras, faz<strong>em</strong>os com<br />

vinho branco, que é<br />

quase metade da panela e<br />

o resto de água, para<br />

cozer as carnes todas”,<br />

refere a açoriana.<br />

Fátima Pires mostrase<br />

muito satisfeita por<br />

estar à frente destas<br />

“mega-sopas” e salienta<br />

que “foi um orgulho<br />

muito grande porque eu<br />

já trabalho nisto há<br />

muitos anos e é com<br />

muita alegria que o faço,<br />

para com<strong>em</strong>orar o <strong>Dia</strong><br />

<strong>do</strong>s <strong>Açores</strong>”.<br />

Ao longo da tarde,<br />

foram s<strong>em</strong> dúvida milhares<br />

de pessoas que passaram<br />

na St. Helen<br />

Catholic School, para<br />

matar saudades deste<br />

prato tradicional açoriano<br />

que ganha ainda mais<br />

sabor e simbolismo,<br />

nesta altura das Festas <strong>do</strong><br />

Espírito Santo.<br />

General Motors anuncia acor<strong>do</strong><br />

com governos <strong>do</strong>s EUA e Canadá<br />

AGeneral Motors (GM) anunciou<br />

ter chega<strong>do</strong> a acor<strong>do</strong> com os<br />

governos <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e<br />

Canadá para encontrar uma<br />

"solução rápida" para um futuro competitivo<br />

para a "Nova GM" que deverá<br />

arrancar dentro de <strong>do</strong>is a três<br />

meses.<br />

O anúncio foi feito após a construtora<br />

automóvel GM ter apresenta<strong>do</strong> o pedi<strong>do</strong> de<br />

reorganização com protecção de cre<strong>do</strong>res ao<br />

abrigo <strong>do</strong> Capítulo 11 da Lei de Falências <strong>do</strong>s<br />

EUA, para concretizar o acor<strong>do</strong> de venda<br />

'363', através da qual a maior parte <strong>do</strong>s activos<br />

globais da actual GM passarão para a nova<br />

<strong>em</strong>presa.<br />

Segun<strong>do</strong> um comunica<strong>do</strong> da <strong>em</strong>presa da<br />

construtora, a Nova GM deverá arrancar dentro<br />

de 60 a 90 dias "como uma <strong>em</strong>presa separada<br />

e independente da actual GM com duas<br />

vantagens claras: a nova <strong>em</strong>presa será formada<br />

apenas com as melhores marcas e operações<br />

e estará apoiada num balanço mais forte<br />

devi<strong>do</strong> a um peso de dívida significativamente<br />

mais baixo e a uma estrutura com menores<br />

custos operacionais <strong>do</strong> que antes".<br />

A Nova GM incorporará os termos <strong>do</strong>s<br />

recentes acor<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s com os sindicatos<br />

United Auto Workers (UAW) e Canadian Auto<br />

Workers (CAW) e será liderada pela actual<br />

equipa de gestão da GM, acrescenta o comunica<strong>do</strong><br />

da GM.<br />

JMG

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