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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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O senhor Home<br />

O senhor Home<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Espírita</strong>, março de <strong>1858</strong><br />

(Segun<strong>do</strong> artigo. - Ver o número de fevereiro de <strong>1858</strong>.)<br />

O senhor Home, assim como dissemos, é um médium <strong>do</strong> gênero daqueles sob a influência<br />

<strong>do</strong>s quais se produzem, especialmente, fenômenos físicos, sem excluir, por isso, as<br />

manifestações inteligentes. To<strong>do</strong> efeito que revela a ação de uma vontade livre é, por isso<br />

mesmo, inteligente; quer dizer, que não é puramente mecânico e que não poderia ser<br />

atribuí<strong>do</strong> a um agente exclusivamente material; mas daí às comunicações instrutivas de uma<br />

alta importância, moral e filosófica, há uma grande distância, e não é <strong>do</strong> nosso conhecimento<br />

que o senhor Home as obtém dessa natureza. Não sen<strong>do</strong> médium escrevente, a maioria das<br />

respostas são dadas por pancadas, indican<strong>do</strong> as letras <strong>do</strong> alfabeto, meio sempre imperfeito e<br />

muito lento, que se presta dificilmente aos desenvolvimentos de uma certa extensão. Ele<br />

obtém, não obstante, também a escrita, mas por um outro meio, <strong>do</strong> qual falaremos dentro<br />

em pouco.<br />

Diremos, primeiro, como princípio geral, que as manifestações ostensivas, as que ferem os<br />

nossos senti<strong>do</strong>s, podem ser espontâneas ou provocadas. As primeiras são independentes da<br />

vontade; freqüentemente, têm mesmo lugar contra a vontade daquele das quais são objeto,<br />

e ao qual não são sempre agradáveis. Os fatos desse gênero são freqüentes, e, sem<br />

remontar às narrações mais ou menos autênticas <strong>do</strong>s tempos recua<strong>do</strong>s, a história<br />

contemporânea delas nos oferece numerosos exemplos cuja causa, ignorada a princípio, é<br />

hoje perfeitamente conhecida: tais são, por exemplo, os ruí<strong>do</strong>s insólitos, o movimento<br />

desordena<strong>do</strong> <strong>do</strong>s objetos, as cortinas puxadas, as cobertas arrancadas, certas aparições, etc.<br />

Algumas pessoas são <strong>do</strong>tadas de uma faculdade especial que lhes dá o poder de provocarem<br />

esse fenômeno, pelo menos em parte, por assim dizer, à vontade. Essa faculdade não é<br />

muito rara, e, sobre cem pessoas, cinqüenta ao menos a possuem em um grau mais ou<br />

menos grande. O que distingue o senhor Home, é que se desenvolveu nele, como nos<br />

médiuns de sua força, de um mo<strong>do</strong>, por assim dizer, excepcional. Alguém, não obterá senão<br />

golpes leves, ou o deslocamento insignificante de uma mesa, ao passo que sob a influência<br />

<strong>do</strong> senhor Home os ruí<strong>do</strong>s, os mais retumbantes, se fazem ouvir, e to<strong>do</strong> o mobiliário de um<br />

quarto pode ser revira<strong>do</strong>, os móveis montan<strong>do</strong> uns sobre os outros. Por estranhos que sejam<br />

esses fenômenos, o entusiasmo de alguns admira<strong>do</strong>res, muito zelosos, ainda encontra meios<br />

de amplificá-los com fatos de pura invenção. Por outro la<strong>do</strong>, os detratores não permanecem<br />

inativos; contam, sobre ele, toda espécie de chistes que não existiram senão na sua<br />

imaginação. Eis aqui um exemplo. M., marquês de...., um <strong>do</strong>s personagens que tiveram o<br />

maior interesse no senhor Home, e em cuja casa era recebi<strong>do</strong> na intimidade, se encontrava<br />

um dia na Ópera com este último. Na orquestra estava o senhor P..., um <strong>do</strong>s nossos<br />

assinantes, que os conhecia pessoalmente, um e outro. Seu vizinho entabula conversação<br />

com ele; cai sobre o senhor Home. "Acreditaríeis, disse ele, que esse pretenso feiticeiro, esse<br />

charlatão, encontrou meios de se introduzir na casa <strong>do</strong> marquês de...; mas seus artifícios<br />

foram descobertos, e foi posto na rua a pontapés, como um vil intrigante. -Estais bem<br />

seguro! disse o senhor de P..., e conheceis M., o marquês de».? - Certamente, responde o<br />

interlocutor. - Nesse caso, disse o senhor de P..., olhai bem naquele camarote, podereis vê-lo<br />

em companhia <strong>do</strong> próprio senhor Home, ao qual não tem o ar de dar pontapés." Neste<br />

momento, nosso azara<strong>do</strong> narra<strong>do</strong>r, não julgan<strong>do</strong> a ocasião favorável para continuar a<br />

conversa, tomou seu chapéu e não reapareceu mais. Pode-se julgar, por aí, o valor de certas<br />

afirmativas. Seguramente, se certos fatos espalha<strong>do</strong>s pela malevolência fossem reais, ter-lhehttp://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/03i-o-senhor-home.html<br />

(1 of 3)7/4/2004 08:13:45

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