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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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Júpiter e alguns outros mun<strong>do</strong>s<br />

Os animais não estão excluí<strong>do</strong>s desse esta<strong>do</strong> progressivo, sem se aproximarem, entretanto,<br />

<strong>do</strong> homem, mesmo sob o aspecto físico; seus corpos, mais materiais ligam-se ao solo, como<br />

nós à Terra. Sua inteligência ó mais desenvolvida <strong>do</strong> que nos nossos; a estrutura <strong>do</strong>s seus<br />

membros se <strong>do</strong>bra a todas exigências <strong>do</strong> trabalho; são encarrega<strong>do</strong>s da execução de obras<br />

manuais; são os servi<strong>do</strong>res e os operários: as ocupações <strong>do</strong>s homens são puramente<br />

intelectuais. O homem é, para eles, uma divindade, mas uma divindade tutelar que jamais<br />

abusa <strong>do</strong> seu poder para oprimi-los.<br />

Os <strong>Espírito</strong>s que habitam Júpiter, geralmente, se comprazem, quan<strong>do</strong> querem se comunicar<br />

conosco na descrição <strong>do</strong> seu planeta, e quan<strong>do</strong> se lhes pergunta a razão, respondem que é a<br />

fim de nos inspirar o amor ao bem pela esperança de, para lá, ir um dia. Foi com esse<br />

objetivo que um deles, que viveu na Terra com o nome de Bernard Palissy, o célebre oleiro<br />

<strong>do</strong> décimo sexto século, empreendeu, espontaneamente e sem ser solicita<strong>do</strong> para isso, uma<br />

série de desenhos tão notáveis, tanto pela sua singularidade quanto pelo talento da<br />

execução, e destina<strong>do</strong> a nos dar a conhecer, até nos menores detalhes, esse mun<strong>do</strong> tão<br />

estranho e tão novo para nós. Alguns retratam personagens, animais, cenas da vida privada;<br />

mas, os mais notáveis, são aqueles que representam habitações, verdadeiras obras-primas<br />

das quais nada sobre a Terra poderia nos dar uma idéia, porque essa não parece com nada<br />

<strong>do</strong> que conhecemos; é um gênero de arquitetura indescritível, tão original e, no entanto, tão<br />

harmoniosa, de uma ornamentação tão rica e tão graciosa, que desafia a mais fecunda<br />

imaginação. O senhor Victorien Sar<strong>do</strong>u, jovem literato e <strong>do</strong>s nossos amigos, cheio de talento<br />

e de futuro mas em nada desenhista, lhes serviu de intermediário. Palissy nos promete uma<br />

série que nos dará, de algum mo<strong>do</strong>, a monografia ilustrada desse mun<strong>do</strong> maravilhoso.<br />

Esperamos que essa curiosa e interessante coletânea sobre a qual voltaremos num artigo<br />

especial consagra<strong>do</strong> aos médiuns desenhistas, poderá ser, um dia, entregue ao público.<br />

O planeta Júpiter, apesar <strong>do</strong> quadro sedutor que dele nos foi da<strong>do</strong>, não é o mais perfeito<br />

entre os mun<strong>do</strong>s. Há outros, desconheci<strong>do</strong>s para nós, que lhes são bem superiores, no físico<br />

e no moral, e cujos habitantes gozam de uma felicidade ainda mais perfeita; lá é a morada<br />

<strong>do</strong>s <strong>Espírito</strong>s mais eleva<strong>do</strong>s, cujo envoltório etéreo nada mais tem das propriedades<br />

conhecidas da matéria.<br />

Várias vezes, perguntaram-nos se pensamos que a condição <strong>do</strong> homem nesse mun<strong>do</strong> é um<br />

obstáculo absoluto a que pudesse passar, sem intermediário, da Terra para Júpiter. A todas<br />

as questões que tocam à Doutrina <strong>Espírita</strong>, jamais respondemos segun<strong>do</strong> as nossas próprias<br />

idéias, contra as quais estamos sempre desconfian<strong>do</strong>. Limitamo-nos a transmitir o<br />

ensinamento que nos foi da<strong>do</strong>, ensinamento que não aceitamos com leviandade e com um<br />

entusiasmo irrefleti<strong>do</strong>. À questão acima, respondemos simplesmente, porque tal é o senti<strong>do</strong><br />

formal das nossas instruções e o resulta<strong>do</strong> das nossas próprias observações: SIM, o homem,<br />

deixan<strong>do</strong> a Terra, pode ir imediatamente para Júpiter, ou para um mun<strong>do</strong> análogo, porque<br />

esse não é único dessa categoria. Pode-se disso ter a certeza? NÃO. Pode-se para lá ir porque<br />

há, sobre a Terra, embora em pequeno número, <strong>Espírito</strong>s bastante bons e bastante<br />

desmaterializa<strong>do</strong>s para não serem desloca<strong>do</strong>s para um mun<strong>do</strong> onde o mal não tem acesso.<br />

Não há a certeza disso, porque pode-se se iludir sobre o mérito pessoal, e pode-se, aliás, ter<br />

uma outra missão a cumprir. Aqueles que podem esperar esse favor, não são, seguramente,<br />

nem os egoístas, nem os ambiciosos, nem os avaros, nem os ingratos, nem os ciumentos,<br />

nem os orgulhosos, nem os vai<strong>do</strong>sos, nem os hipócritas, nem os sensuais, nem nenhum<br />

daqueles que estão <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>s pelo amor aos bens terrestres; a estes, talvez, seja preciso,<br />

ainda, longas e rudes provas. Isso depende de sua vontade.<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/03b-jupiter-e-alguns-outros.html (4 of 4)7/4/2004 08:13:25

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