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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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Dissertações de além-túmulo - O sono<br />

Dissertações de além-túmulo - O<br />

sono<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Espírita</strong>, dezembro de <strong>1858</strong><br />

Pobres homens que poucos conheceis os fenômenos mais comuns que fazem vossa vida!<br />

Credes ser bem sábios, credes possuir uma vasta erudição, e a esta pergunta de todas as<br />

crianças: Que fazemos quan<strong>do</strong> <strong>do</strong>rmimos? O que são os sonhos? Permaneceis interdita<strong>do</strong>s.<br />

Não tenho a pretensão de vos fazer compreender o que vou vos explicar, porque há coisas às<br />

quais vosso <strong>Espírito</strong> não pode ainda se submeter, não admitin<strong>do</strong> senão o que compreende.<br />

O sono liberta inteiramente a alma <strong>do</strong> corpo. Quan<strong>do</strong> se <strong>do</strong>rme, se está, momentaneamente,<br />

no esta<strong>do</strong> em que se acha de um mo<strong>do</strong> fixo depois da morte. Os <strong>Espírito</strong>s que são logo<br />

desliga<strong>do</strong>s da matéria em sua morte, tiveram sonos inteligentes; aqueles, quan<strong>do</strong> <strong>do</strong>rmem,<br />

juntam-se à sociedade de outros seres superiores a eles: viajam, conversam e se instruem<br />

com eles; trabalham mesmo em obras que encontram prontas quan<strong>do</strong> morrem. Isso deve<br />

nos ensinar, uma vez mais, a não temermos a morte, porque morreis to<strong>do</strong>s os dias, segun<strong>do</strong><br />

a palavra de um santo.<br />

É assim para os <strong>Espírito</strong>s eleva<strong>do</strong>s; mas para a massa <strong>do</strong>s homens que na morte devem<br />

permanecer longas horas nessa perturbação, nessa incerteza da qual vos falaram, aqueles<br />

vão, seja em mun<strong>do</strong>s inferiores à Terra, onde antigas afeições o chamam, seja procurar<br />

prazeres talvez ainda mais baixos que aqueles que têm aqui; vão haurir <strong>do</strong>utrinas mais vis,<br />

mais ignóbeis, mais nocivas <strong>do</strong> que aquelas que professam em vosso meio. E o que faz a<br />

simpatia na Terra não é outra coisa senão esse fato, que se sente ao despertar, de se<br />

aproximar pelo coração daqueles com quem viemos de passar oito ou nove horas de<br />

felicidade ou de prazer. O que explica essas antipatias invencíveis, é que se sabe, no fun<strong>do</strong><br />

de seu coração, que aquelas pessoas têm uma outra consciência que a nossa porque são<br />

conhecidas sem tê-las jamais visto com os olhos. É ainda o que explica a indiferença, uma<br />

vez que não se deseja fazer novos amigos, quan<strong>do</strong> se sabe que existem outros que vos<br />

amam e que vos querem. Em uma palavra, o sono influi mais que pensais em vossa vida.<br />

Pelo efeito <strong>do</strong> sono, os <strong>Espírito</strong>s encarna<strong>do</strong>s estão sempre em relação com o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

<strong>Espírito</strong>s, e é o que faz que os <strong>Espírito</strong>s superiores consintam, sem muita repulsa, se<br />

encarnarem entre vós. Deus quis que, durante seu contato com o vício, eles possam ir se<br />

retemperarem nas fontes <strong>do</strong> bem, para eles mesmos não falirem, eles que vêm instruir os<br />

outros. O sono é a porta que Deus lhes abre até os amigos <strong>do</strong> céu; é a recreação depois <strong>do</strong><br />

trabalho, na espera da grande libertação, a liberação final que deverá devolvê-los ao seu<br />

verdadeiro meio.<br />

O sonho é a lembrança daquilo que vosso <strong>Espírito</strong> viu durante o sono, mas notai que não<br />

sonhais sempre, porque não vos lembrais sempre <strong>do</strong> que vistes, ou de tu<strong>do</strong> o que vistes.<br />

Vossa alma não está em to<strong>do</strong> desenvolvimento; não é, freqüentemente, senão a lembrança<br />

de uma perturbação que acompanha vossa partida ou vossa reentrada, à qual se junta a <strong>do</strong><br />

que fizestes ou <strong>do</strong> que vos preocupou no esta<strong>do</strong> de vigília; sem isso, como explicaríeis esses<br />

sonhos absur<strong>do</strong>s que têm os mais sábios como os mais simples? Os maus <strong>Espírito</strong>s se servem<br />

também <strong>do</strong>s sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/12f-dissertacoes-o-sono.html (1 of 2)7/4/2004 08:17:59

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