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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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Sensações <strong>do</strong>s <strong>Espírito</strong>s<br />

exemplo, achan<strong>do</strong> singular que se ocupasse com seres tão ignóbeis, quan<strong>do</strong> existem tantos<br />

<strong>Espírito</strong>s superiores à sua disposição. Esquecem que é por aí que, de algum mo<strong>do</strong>,<br />

aprendemos a natureza <strong>do</strong> fato, ou, para melhor dizer, na sua ignorância da ciência espírita,<br />

não vêem, nessas entrevistas, senão uma conversa, mais ou menos divertida, da qual não<br />

compreendem a importância. Lemos em alguma parte que um filósofo dizia, depois de<br />

conversar com um camponês: Eu mais aprendi com esse rústico que com to<strong>do</strong>s os sábios; é<br />

que ele sabia ver outra coisa senão a superfície. Para o observa<strong>do</strong>r nada é perdi<strong>do</strong>, encontra<br />

úteis ensinamentos até no criptógamo que cresce sobre o estrume. O médico recusa tocar<br />

uma chaga horrenda, quan<strong>do</strong> se trata de aprofundar a causa de um mal?<br />

Acrescentamos ainda uma palavra a esse respeito. Os sofrimentos de além-túmulo têm um<br />

fim; sabemos que é da<strong>do</strong> ao <strong>Espírito</strong> mais inferior elevar-se e purificar-se por novas provas;<br />

isso pode ser longo, muito longo, mas depende dele abreviar esse tempo penoso, porque<br />

Deus o escuta sempre se ele se submete à sua vontade. Quanto mais o <strong>Espírito</strong> está<br />

desmaterializa<strong>do</strong>, mais suas percepções são vastas e lúcidas; quanto mais está sob o império<br />

da matéria, o que depende inteiramente de seu gênero de vida terrestre, mais elas são<br />

limitadas e como veladas; tanto a visão moral de um se estende ao infinito, tanto a <strong>do</strong> outro<br />

é restrita. Os <strong>Espírito</strong>s inferiores não têm, pois, senão uma noção vaga, confusa, incompleta<br />

e freqüentemente nula <strong>do</strong> futuro; não vêem o fim de seus sofrimentos, por isso crêem sofrer<br />

sempre, e ainda para eles é um castigo. Se a posição de uns é aflitiva, terrível mesmo, não é<br />

desespera<strong>do</strong>ra; a de outros eminentemente consola<strong>do</strong>ra; está pois em nós escolher. Isto é da<br />

mais alta moralidade. Os céticos duvidam da sorte que nos espera depois da morte, nós lhes<br />

mostramos o que isso é, e com isso cremos prestar-lhes serviço; também vimos mais de um<br />

corrigir-se de seu erro, ou pelo menos pôr-se a refletir sobre o que criticavam antes. Não há<br />

de tal senão de se aperceber da possibilidade das coisas. Se fora sempre assim, não haveria<br />

tantos incrédulos, e a religião e a moral pública ganhariam com isso. A dúvida religiosa não<br />

vem entre muitos, senão da dificuldade, para eles, de compreenderem certas coisas; são<br />

<strong>Espírito</strong>s positivos não organiza<strong>do</strong>s para a fé cega, que não admitem senão o que, para eles,<br />

tem uma razão de ser. Tornai essas coisas acessíveis à sua inteligência, e as aceitam, porque<br />

no fun<strong>do</strong> não pedem melhor <strong>do</strong> que crerem, sen<strong>do</strong> a dúvida para eles uma situação mais<br />

penosa que se crê ou que querem dizê-lo.<br />

Em tu<strong>do</strong> o que precede não há nada de sistemas, nada de idéias pessoais; não foram mesmo<br />

alguns <strong>Espírito</strong>s privilegia<strong>do</strong>s que nos ditaram essa teoria, é um resulta<strong>do</strong> de estu<strong>do</strong>s feitos<br />

sobre as individualidades, corrobora<strong>do</strong>s e confirma<strong>do</strong>s por <strong>Espírito</strong>s <strong>do</strong>s quais a linguagem<br />

não pode deixar dúvida sobre sua superioridade. Nós o julgamos por suas palavras, e não<br />

sobre o nome que trazem ou que podem se dar.<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/12e-sensacoes-<strong>do</strong>s-espiritos.html (5 of 5)7/4/2004 08:17:54

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