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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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Médium pintor na América<br />

em que vivia na Terra, pouco tempo antes de passar para esta nova existência, mais elevada,<br />

mais feliz e melhor, ele se me assemelha, tanto ao menos quanto pude retomar minha<br />

fisionomia de então, porque isso é indispensável quan<strong>do</strong> nos pintam, e o fazemos o melhor<br />

que podemos em lembrança e segun<strong>do</strong> as condições que o momento o permite. O retrato em<br />

questão não está acaba<strong>do</strong> como o teria deseja<strong>do</strong>; há algumas ligeiras imperfeições que o<br />

senhor West disse provirem das condições nas quais se achava o médium. Entretanto, enviai<br />

esse retrato a Natchez, para que seja examina<strong>do</strong>; creio que será reconheci<strong>do</strong>."<br />

Os fatos menciona<strong>do</strong>s nessa comunicação eram perfeitamente ignora<strong>do</strong>s por mim, tanto<br />

quanto de to<strong>do</strong>s os habitantes de nosso lugar. Entretanto, uma vez, há alguns anos, ouvi<br />

dizer que meu pai tinha um parente em algum local dessa parte <strong>do</strong> vale <strong>do</strong> Mississipi; mas<br />

nenhum de nós sabia o nome desse parente, nem o lugar onde vivera, nem mesmo se estava<br />

morto, e não foi senão vários dias depois que tomei com meu pai (que habitava Delphi, a<br />

quarenta milhas daqui), qual havia si<strong>do</strong> o lugar de residência de seu primo, <strong>do</strong> qual não<br />

ouvira falar quase nada há sessenta anos. Não havíamos pensa<strong>do</strong> em pedir os retratos de<br />

família; eu tinha simplesmente coloca<strong>do</strong>, diante <strong>do</strong> médium, uma nota escrita conten<strong>do</strong> os<br />

nomes de uma vintena de antigos habitantes de Attica, parti<strong>do</strong>s deste mun<strong>do</strong>, e desejamos<br />

obter o retrato de algum dentre eles. Penso, pois, que todas as pessoas racionais admitirão<br />

que o retrato, nem a comunicação de Horace Gridley, não puderam resultar de uma<br />

transmissão de pensamento de nós para o médium; aliás, é certo que o senhor Roger jamais<br />

conheceu nenhum <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is homens, <strong>do</strong>s quais fez os retratos, e muito provavelmente, deles,<br />

jamais ouviu falar, porque é Inglês de nascimento; ele veio para a América, há dez anos, e<br />

nunca foi mais ao sul que Cincinnati, ao passo que Horace Gridley, pelo que sei, não veio<br />

jamais mais norte que Memphis (Tenn), nos últimos trinta ou trinta e cinco anos de sua vida<br />

terrestre. Ignoro se jamais visitou a Inglaterra; mas isso não poderia ter si<strong>do</strong> senão antes <strong>do</strong><br />

nascimento de Roger, porque este não tem mais que vinte e oito a trinta anos. Quanto ao<br />

meu avô, morto há mais ou menos dezenove anos, jamais saiu <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, e jamais<br />

fizera seu retrato, de qualquer maneira<br />

Desde que recebi a comunicação que transcrevi mais acima, escrevi ao senhor Gridley, de<br />

Brownsville, e sua resposta veio corroborar o que ensinara a comunicação <strong>do</strong> <strong>Espírito</strong>; além<br />

<strong>do</strong> mais, com ele encontrei o nome <strong>do</strong> único filho de Horace Gridley, que é a senhora L. M.<br />

Patterson, ainda residente em Natchez, onde seu pai morou muito tempo, e que morreu, ao<br />

que pensa meu tio, há mais ou menos seis anos, em Houston (Texas).<br />

Escrevi, então, à senhora Patterson, minha prima recém-descoberta, e lhe enviei uma cópia<br />

daguerreotipada <strong>do</strong> retrato, que nos disseram ser de seu pai. Em minha carta ao meu tio, de<br />

Brownsville, não havia dito nada <strong>do</strong> objetivo principal de minhas pesquisas, e de Ia nada<br />

disse mais à senhora Patterson; nem por que enviava esse retrato, nem como o havia<br />

adquiri<strong>do</strong>, nem qual era a pessoa que ele representava; perguntei simplesmente à minha<br />

prima se ela nele reconhecia alguém. Ela me respondeu que não podia certamente dizer de<br />

quem era esse retrato, porém ela me assegurava que se assemelhava a seu pai à época de<br />

sua morte. Escrevi-lhe em seguida que o tomáramos também pelo retrato de seu pai, mas<br />

sem lhe dizer como o havia obti<strong>do</strong>. A réplica de minha prima trazia, em substância, que no<br />

ambrotipo que eu lhe enviara, to<strong>do</strong>s haviam reconheci<strong>do</strong> seu pai, antes que eu lhe dissesse<br />

que era ele o representa<strong>do</strong>. Minha prima testemunhou muita surpresa de que eu tivesse um<br />

retrato de seu pai, quan<strong>do</strong> ela mesma jamais tivera, e que seu pai jamais dissera que fizera<br />

seu retrato, não importa por quem. Não acreditava que dele existisse algum. Mostrou-se bem<br />

satisfeita com a minha remessa, sobretu<strong>do</strong> por causa de seus filhos, que têm muita<br />

veneração pela memória de seu pai.<br />

Então enviei-lhe o retrato original, autorizan<strong>do</strong>-a a guardá-lo, se lhe aprouvesse; mas ainda<br />

não lhe disse como o havia obti<strong>do</strong>. As principais passagens <strong>do</strong> que ela me escreveu, em<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/11g-medium-pintor.html (2 of 3)7/4/2004 08:17:20

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