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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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Da pluralidade das existências<br />

Da pluralidade das existências<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Espírita</strong>, novembro de <strong>1858</strong><br />

(PRIMEIRO ARTIGO)<br />

Das diversas <strong>do</strong>utrinas professadas pelo Espiritismo, a mais controvertida, sem contradita, é<br />

a da pluralidade das existências corpóreas, dita de outro mo<strong>do</strong>, da reencarnação. Se bem que<br />

essa opinião esteja agora partilhada por um número muito grande de pessoas, e que já<br />

tratamos a questão em várias reprises, cremos dever, em razão de sua extrema gravidade,<br />

examiná-la aqui de um mo<strong>do</strong> mais aprofunda<strong>do</strong>, a fim de respondermos às diversas objeções<br />

que ela tem suscita<strong>do</strong>. Antes de entrarmos no fun<strong>do</strong> da questão, algumas observações<br />

preliminares nos parecem indispensáveis.<br />

O <strong>do</strong>gma da reencarnação, dizem certas pessoas, não é novo; foi ressuscita<strong>do</strong> de Pitágoras.<br />

Nunca dissemos que a Doutrina <strong>Espírita</strong> foi invenção moderna; sen<strong>do</strong> o Espiritismo uma lei da<br />

Natureza, deveu existir desde a origem <strong>do</strong>s tempos, e sempre nos esforçamos por provar que<br />

dele se encontram traços na mais alta antigüidade. Pitágoras, como se sabe, não foi o autor<br />

<strong>do</strong> sistema da metempsicose; ele a hauriu <strong>do</strong>s filósofos indianos e entre os Egípcios, onde<br />

existia desde tempos imemoriais. A idéia da transmigração das almas era, pois, uma crença<br />

vulgar, admitida pelos homens mais eminentes. Por que caminho lhes veio ela? Pela<br />

revelação ou pela intuição? Não o sabemos; mas, qualquer que seja, uma idéia não atravessa<br />

as idades e não é aceita por inteligências de elite, sem ter um la<strong>do</strong> sério. A antigüidade dessa<br />

<strong>do</strong>utrina seria, pois, antes uma prova <strong>do</strong> que uma objeção. Entretanto, como se sabe<br />

igualmente, entre a metempsicose <strong>do</strong>s Antigos e a <strong>do</strong>utrina moderna da reencarnação, há<br />

esta grande diferença que os <strong>Espírito</strong>s rejeitam da maneira mais absoluta: a transmigração<br />

<strong>do</strong> homem para os animais e reciprocamente.<br />

Vós estáveis, sem dúvida, dizem também alguns contraditores, imbuí<strong>do</strong>s dessas idéias, e eis<br />

porque os <strong>Espírito</strong>s se aterraram à vossa maneira de ver. Aí está um erro que prova, uma vez<br />

mais, o perigo <strong>do</strong>s julgamentos apressa<strong>do</strong>s e sem exame. Se essas pessoas tivessem se da<strong>do</strong><br />

ao trabalho de lerem o que escrevemos sobre o Espiritismo, teriam se poupa<strong>do</strong> apenas de<br />

uma objeção feita muito levianamente. Repetiremos, pois, o que dissemos a esse respeito,<br />

saber que, quan<strong>do</strong> a <strong>do</strong>utrina da reencarnação nos foi ensinada pelos <strong>Espírito</strong>s, ela estava tão<br />

longe <strong>do</strong> nosso pensamento, que tínhamos feito, sobre os antecedentes da alma um sistema<br />

diferente, de resto, partilha<strong>do</strong> por muitas pessoas. A <strong>do</strong>utrina <strong>do</strong>s <strong>Espírito</strong>s, sob esse assunto,<br />

portanto, nos surpreendeu; diremos mais, contrariou, porque derrubou as nossas próprias<br />

idéias; ela estava longe, como se vê, de ser-lhe o reflexo. Isso não é tu<strong>do</strong>; não cedemos ao<br />

primeiro choque; combatemos, defendemos a nossa opinião, levantamos objeções, e não nos<br />

rendemos senão à evidência, e quan<strong>do</strong> vimos a insuficiência <strong>do</strong> nosso sistema para resolver<br />

todas as questões que esse assunto levanta.<br />

Aos olhos de algumas pessoas, a palavra evidência, sem duvida, parecerá singular em<br />

semelhante matéria; mas não parecerá imprópria para aqueles que estão habitua<strong>do</strong>s a<br />

perscrutar os fenômenos espíritas. Para o observa<strong>do</strong>r atento, há fatos que, se bem que não<br />

sejam de uma natureza absolutamente material, não constituem menos uma verdadeira<br />

evidência, ou pelo menos uma evidência moral. Aqui não é lugar para explicar esses fatos; só<br />

um estu<strong>do</strong> continua<strong>do</strong> e perseverante pode fazer compreendê-los; nosso objetivo é<br />

unicamente refutar a idéia de que essa <strong>do</strong>utrina não é senão a tradução <strong>do</strong> nosso<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/11b-da-pluralidade-das-existencias.html (1 of 6)7/4/2004 08:17:01

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