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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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Obseda<strong>do</strong>s e subjuga<strong>do</strong>s<br />

Se o senhor F... não fosse médium, perguntar-se-á, poderia ele mesmo fazer essa obsessão<br />

cessar? Seguramente; somente os meios teriam diferi<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> as circunstâncias; mas,<br />

então, os <strong>Espírito</strong>s não poden<strong>do</strong> nos dirigir, como o fizeram, provavelmente, ter-se-ia<br />

despreza<strong>do</strong> a causa, se não houvera manifestação espírita ostensiva. To<strong>do</strong> homem que disso<br />

tem vontade, e que é simpático aos bons <strong>Espírito</strong>s, pode sempre, com a ajuda destes,<br />

paralisar a influência <strong>do</strong>s maus. Dizemos que deve ser simpático aos bons <strong>Espírito</strong>s, porque<br />

se atrai, ele mesmo, inferiores, é evidente que é querer caçar lobos com lobos.<br />

Em resumo, o perigo não está no próprio Espiritismo, uma vez que ele pode, ao contrário,<br />

servir de controle, e preservar daquele que corremos, sem cessar, com o nosso<br />

desconhecimento; está na propensão de certos médiuns crerem-se, muito levianamente, os<br />

instrumentos exclusivos de <strong>Espírito</strong>s superiores, e na espécie de fascinação que não lhes<br />

permite compreender as tolices das quais são os intérpretes. Aqueles mesmos que não são<br />

médiuns, nisso podem se deixar prender. Terminaremos este capítulo com as considerações<br />

seguintes:<br />

1 º To<strong>do</strong> médium deve desconfiar <strong>do</strong> arrastamento irresistível que o leva a escrever sem<br />

cessar e em momentos inoportunos; deve ser senhor de si mesmo, e não escrever senão<br />

quan<strong>do</strong> quiser<br />

2 º Não são <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>s os <strong>Espírito</strong>s superiores, nem mesmo aqueles que, sem serem<br />

superiores, são bons e benevolentes, mas podem-se dirigir e <strong>do</strong>mar os <strong>Espírito</strong>s inferiores.<br />

Quem não é senhor de si mesmo não pode sê-lo <strong>do</strong>s <strong>Espírito</strong>s;<br />

3 º Não há outro critério para discernir sobre o valor <strong>do</strong>s <strong>Espírito</strong>s, senão o bom senso. Toda<br />

fórmula dada, para esse efeito, pelos próprios <strong>Espírito</strong>s é absurda, e não pode emanar de<br />

<strong>Espírito</strong>s superiores;<br />

4 º Julgam-se os <strong>Espírito</strong>s, como os homens, pela sua linguagem. Toda expressão, to<strong>do</strong><br />

pensamento, toda máxima, toda teoria moral ou científica que se choque com o bom senso,<br />

ou não responde à idéia que se faz de um <strong>Espírito</strong> puro e eleva<strong>do</strong>, emana de um <strong>Espírito</strong> mais<br />

ou menos inferior, 5 º Os <strong>Espírito</strong>s superiores têm, sempre, a mesma linguagem com a<br />

mesma pessoa e não se contradizem nunca;<br />

6 º Os <strong>Espírito</strong>s superiores são, sempre, bons e benevolentes; não há jamais, em sua<br />

linguagem, nem acrimônia, nem arrogância, nem amargor, nem fanfarrice, nem tola<br />

presunção. Falam simplesmente, aconselham, e se retiram se não são escuta<strong>do</strong>s;<br />

7 º Não é preciso julgar os <strong>Espírito</strong>s quanto à forma material e a correção de sua linguagem,<br />

mas sondá-la em seu senti<strong>do</strong> íntimo, escrutar suas palavras, pesá-las friamente,<br />

maduramente e sem prevenção. To<strong>do</strong> desvio <strong>do</strong> bom senso, da razão e da sabe<strong>do</strong>ria, não<br />

podem deixar dúvida quanto à sua origem, qualquer que seja o nome com o qual se vista o<br />

<strong>Espírito</strong>;<br />

8 º Os <strong>Espírito</strong>s inferiores temem aqueles que escrutam suas palavras, desmascaram suas<br />

torpezas e não se deixam prender pelos seus sofismas. Algumas vezes, podem ensaiar<br />

resistir, mas acabam sempre por deixar a vítima quan<strong>do</strong> se vêem os mais fracos;<br />

9 º Quem age, em todas as coisas, ten<strong>do</strong> em vista o bem, se eleva pelo pensamento acima<br />

das vaidades humanas, expulsa <strong>do</strong> seu coração o egoísmo, o orgulho, a inveja, o ciúme, o<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/10a-obseda<strong>do</strong>s-e-subjuga<strong>do</strong>s.html (8 of 9)7/4/2004 08:16:31

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