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Revista Espírita - Primeiro Ano – 1858 - Portal do Espírito

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Suicídio por amor<br />

2. Para prevenir essa infelicidade, deveria desposá-lo apesar da sua repugnância? - R. Ela<br />

procuraria uma ocasião para se separar dele; ela fez no começo de sua ligação o que deveria<br />

fazer mais tarde.<br />

3. Assim sua culpa consiste em ter manti<strong>do</strong> nele os sentimentos que ela não partilhava,<br />

sentimentos que causaram a morte <strong>do</strong> jovem? - R. Sim, é isso.<br />

4. Sua responsabilidade, nesse caso, deve ser proporcional à sua falta; não deve ser tão<br />

grande como se ela tivesse provoca<strong>do</strong> voluntariamente a morte? - R. Isso salta aos olhos.<br />

5. O suicídio de Louis, encontra uma desculpa no descaminho em que o mergulhou a<br />

obstinação de Victorine? - R. Sim, porque seu suicídio, que provém <strong>do</strong> amor, é menos<br />

criminoso aos olhos de Deus <strong>do</strong> que o suicídio <strong>do</strong> homem que quer se libertar da vida por um<br />

motivo de covardia.<br />

Nota. - Dizen<strong>do</strong> que esse suicídio é menos criminoso aos olhos de Deus, isso significa,<br />

evidentemente, que há criminalidade, embora menor. A falta consiste na fraqueza que não<br />

soube vencer. Sem dúvida, era uma prova sob a qual ele sucumbiu; ora, os <strong>Espírito</strong>s nos<br />

ensinam que o mérito consiste em lutar, vitoriosamente, contra as provas de todas as<br />

espécies, que são a própria essência de nossa vida terrestre.<br />

O <strong>Espírito</strong> de Louis C... ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> evoca<strong>do</strong> uma outra vez, se lhe dirigem as perguntas<br />

seguintes:<br />

1. Que pensais da ação que cometestes? - R. Victorine é uma ingrata; eu errei em matar-me<br />

por ela, porque ela não o merecia.<br />

2. Ela, pois, não vos amava? - R. Não; ela acreditou no início; iludiu-se; a cena que lhe fiz<br />

abriu-lhe os olhos; então, ela ficou contente com esse pretexto para se desembaraçar de<br />

mim.<br />

3. E vós, a amavas sinceramente? - R. Tinha paixão por ela: eis tu<strong>do</strong>, eu acreditava; se<br />

amasse com amor puro, não teria queri<strong>do</strong> causar-lhe pesar.<br />

4. Se ela soubesse que queríeis realmente vos matar, teria persisti<strong>do</strong> em sua recusa? - R.<br />

Não sei; não creio, porque ela não é má; mas ela seria infeliz; foi melhor para ela que isso se<br />

passou assim.<br />

5. Chegan<strong>do</strong> à sua porta, tínheis a intenção de vos matar em caso de recusa? - R. Não; não<br />

pensava nisso; não acreditava que ela seria tão obstinada; não foi senão quan<strong>do</strong> vi sua<br />

obstinação, quan<strong>do</strong> então a vertigem me tomou.<br />

6. Pareceis não lamentar o vosso suicídio senão porque Victorine não a merecia; é o único<br />

sentimento que experimentais? - R. Neste momento, sim; estou ainda to<strong>do</strong> perturba<strong>do</strong>;<br />

parece-me estar à sua porta; mas sinto outra coisa que não posso definir.<br />

7. Compreendê-la-eis mais tarde? -- R. Sim, quan<strong>do</strong> estiver esclareci<strong>do</strong>... Fiz mal; devia<br />

deixá-la tranqüila... Fui fraco e disso carrego a pena... Vede bem, a paixão cega o homem e<br />

leva-o a fazer tolices. Só o compreende quan<strong>do</strong> não há mais tempo.<br />

http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/<strong>1858</strong>/09g-suicidio-por-amor.html (2 of 3)7/4/2004 08:16:23

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